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AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia PARASITOLOGIA Aula 03: Identificação de amebas intestinais AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Temas/objetivos desta aula 1. Biossegurança em laboratório; 2. Uso do microscópio; 3. Identificação das amebas intestinais. AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Biossegurança em laboratório “É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados.” (TEIXEIRA e VALLE, 1996) h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w ik i/ Fi le :B io h az ar d _s ym b o l_ (r ed ). sv g? u se la n g= p t- br AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Biossegurança em laboratório • RISCOS Ergonômicos; Físicos; Químicos; Biológicos. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w ik i/ Fi le :B io h az ar d _s ym b o l_ (r ed ). sv g? u se la n g= p t- br AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Biossegurança em laboratório • ACIDENTES EM LABORATÓRIO Representa qualquer evento, acontecido dentro do laboratório e que não tenha sido previsto: Imprudência; Arranjos físicos inadequados; Iluminação inadequada; Incêndio; Máquinas e equipamentos sem proteção; Queda e outros. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w ik i/ Fi le :B io h az ar d _s ym b o l_ (r ed ). sv g? u se la n g= p t- br AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Biossegurança em laboratório • EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO Coletivo (ex. capelas e cabines); Individual (ex. luvas, máscara, avental). h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w ik i/ Fi le :B io h az ar d _s ym b o l_ (r ed ). sv g? u se la n g= p t- br AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Segurança no laboratório de microscopia O uso do avental branco, na altura dos joelhos e manga comprida é obrigatório; Proibido comer, beber, fumar ou mascar chicletes; Utilize luvas quando manusear material com risco de contaminação ou para proteger sua amostra; Manter equipamentos eletrônicos pessoais (ex. telefone, tablete) guardados; Evitar o uso de maquiagens, que podem sujar os microscópios; Vidrarias quebradas devem ser descartadas em recipiente próprio. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w ik i/ Fi le :B io h az ar d _s ym b o l_ (r ed ). sv g? u se la n g= p t- br AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Microscopia Microscopia é a ciência que estuda os métodos e as aplicações em que se usa o microscópio para observação de estruturas, com dimensões inferiores ao limite de resolução do olho humano. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =9 60 09 91 AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Microscopia Três fatores são requeridos para a visualização de células sob o microscópio de luz: Um foco de luz clara deve ser dirigido para o espécime através das lentes no condensador; O espécime deve ser de tal maneira preparada que permita à luz emitida passar através do mesmo; Um conjunto de lentes apropriadas (objetiva e ocular) deve ser arranjado de modo a permitir o foco correto do espécime no olho. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Comparaci%C3%B3n_de_microscopios.jpg?uselang=pt-br O olho foca na imagem diretamente Lente ocular Lente objetiva Amostra Feixe de luz Lente condensadora Fonte de iluminação AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Microscopia Os microscópios compõe-se de uma parte mecânica que serve de suporte e uma parte óptica que é constituída de três lentes: condensador, a objetiva e a ocular; O aumento total de ampliação dada por um microscópio é igual ao aumento da objetiva multiplicado pelo aumento da ocular. Objetiva e oculares do microscópio óptico h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w ik i/ Fi le :M ic ro sc o p io _c o m p u es to .J P G ?u se la n g= p t- b r e h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w ik i/ Fi le :O cu la ri _p e r_ m ic ro sc o p io _o tt ic o .jp g? u se la n g= p t- b r AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Microscopia • PARTES DE UM MICROSCÓPIO ÓPTICO 1. Oculares 2. Revólver 3. Objetivas 4. Parafuso macrométrico 5. Parafuso micrométrico htt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 55 44 24 6. Mesa 7. Fonte de luz 8. Condensador 9. “Charriot” AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Microscopia – Exame parasitológico de fezes MACROSCÓPICO: verifica-se a consistência, odor, presença de elementos anormais (ex. muco ou sangue); MICROSCÓPICO: permite a visualização de formas evolutivas de parasitos (ex. ovos, larvas ou cistos) – pode ser quantitativo ou qualitativo (mais utilizados). h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w ik i/ Fi le :S to o l_ tr an sp o rt .J P G ?u se la n g= p t- b r AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Microscopia – Exame parasitológico de fezes CONSIDERAÇÕES SOBRE A ANÁLISE DAS FEZES: FEZES FRESCAS: Manter em geladeira até o momento da análise; prazo máximo para análise: 2-3 dias; FEZES EM CONSERVADORES (3 partes de conservador para cada parte de fezes): Manter em geladeira; análise pode ser feita até semanas após a coleta; COLORAÇÃO: para correta identificação, cistos de protozoários e larvas de helmintos devem ser corados com solução à base de iodo (lugol). h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w ik i/ Fi le :S to o l_ tr an sp o rt .J P G ?u se la n g= p t- b r AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – características gerais As amebas são organismos unicelulares que se deslocam por meio de pseudópodes; Algumas espécies parasitam o intestino grosso humano; Reproduzem-se por divisão simples e formam cistos que asseguram a dispersão no meio ou a passagem de um hospedeiro a outros; O diagnóstico precoce através de exames de fezes e o tratamento dos doentes impede a disseminação do parasito no ambiente e a transmissão para novas pessoas. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 36 28 99 0AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – características gerais Trofozoítos: um núcleo esférico, com a cromatina justaposta à parte interna da carioteca e cariossoma central. Ao exame microscópico, observa-se movimentação ativa com emissão de pseudópodes. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =3 36 2 8 8 3 8 h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =1 82 68 85 6 Cistos: Esféricos ou ovais, com 1-4 núcleos (membrana nuclear mais escura – cromatina), paredes refringentes, com vacúolos de glicogênio. AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – Diagnóstico laboratorial Muitas vezes, o número de formas parasitárias eliminadas nas fezes é pequeno e, neste caso, aconselha-se a utilização de técnicas de enriquecimento, a fim de concentrá-las. Para amebíase intestinal, temos: Sedimentação espontânea (ou Hoffmann, Pons e Janer); Sedimentação por centrifugação (ou método de Blagg ou método de Ritchie); Centrífugo flutuação (ou método de Faust). h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w ik i/ Fi le :S to o l_ tr an sp o rt .J P G ?u se la n g= p t- b r AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – Diagnóstico laboratorial EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES (3 amostras em fixador, intervalo de 2-3 dias entre cada coleta) Fezes diarreicas (fase aguda da infecção – trofozoítos e/ou cistos) X Fezes formadas (fase crônica da infecção – cistos) h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w ik i/ Fi le :S to o l_ tr an sp o rt .J P G ?u se la n g= p t- b r AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – Diagnóstico laboratorial Para fase aguda ou crônica da amebíase intestinal, pode-se fazer o EXAME DIRETO A FRESCO das fezes: 1. Colocar 3 gotas de solução salina sobre uma lâmina de vidro; 2. Transferir, com palito de madeira, parte das fezes para a lâmina; 3. Espalhar as fezes (esfregaço fino) e observar ao microscópio óptico (10 ou 40X); 4. Pode-se acrescentar lugol, se necessário. h tt p s: // co m m o n s. w ik im ed ia .o rg /w /i n d ex .p h p ?c u ri d =7 62 68 05 Lâmina exame de fezes a fresco corado com lugol ou não. AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – Diagnóstico laboratorial Outra metodologia amplamente utilizada é a técnica da SEDIMENTAÇÃO ESPONTÂNEA (ou HPJ): 1. Dissolver 2g de fezes em 25mL de água e filtrar a suspensão para um cálice de sedimentação; 2. Lavar os detritos retidos para o cálice com mais 20mL de água e descartar o que ficar retido; 3. Completar o volume do cálice com água e deixar em repouso por 2-24h; 4. Ao fim deste tempo, se o líquido sobrenadante estiver turvo, descarte-o cuidadosamente, sem levantar ou perder o sedimento, complete com mais água e deixe em repouso por mais 1h – este passo pode ser repetido até que se tenha o material mais limpo; 5. Com o sobrenadante limpo, despreze-o cuidadosamente, homogeneíze o sedimento e colete uma gota, colocando-a entre lâmina de vidro e lamínula. AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – Diagnóstico laboratorial A terceira possibilidade de exame é a técnica de SEDIMENTAÇÃO POR CENTRIFUGAÇÃO: 1. As fezes, coletadas em líquido fixador, devem ser homogeneizadas e filtradas em gaze cirúrgica (dobrada em quatro), em um copo descartável; 2. Transferir 1-2 mL do filtrado para um tubo cônico de centrifugação (15 mL); 3. Acrescentar 4-5 mL de éter sulfúrico e agitar vigorosamente o material; 4. Centrifugar por 1 min, 1500 rpm; 5. Inverter o tubo, desprezando o líquido e os resíduos aderidos à parede do tubo; 6. Acrescentar salina ou lugol ao sedimento que deverá ser lido no microscópio ótico entre lâmina e lamínula. AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – Diagnóstico laboratorial As três técnicas apresentadas podem ser utilizadas para visualização de cistos de Entamoeba sp. Para visualizar trofozoítos, especialmente em fezes diarreicas, quando a quantidade de parasitos eliminada é muito alta, recomenda-se o exame direto a fresco com as fezes, onde será possível ver a movimentação ativa do parasito (desde que não tenha sido utilizado líquido fixador na coleta). AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – Diagnóstico laboratorial IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS Várias espécies de amebas podem infectar o homem. No entanto, é importante diferenciar as espécies porque apenas Entamoeba hystolitica/díspar pode produzir o quadro patogênico (amebíase invasiva). As outras espécies, todas elas destituídas de poder patogênico, são: Entamoeba coli; E. hartmanni; E. nana; E. gengivalis (encontrada só na cavidade oral e semelhante à E. hystolitica); E. polecki; e Lodamoeba bütschlii. AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – Diagnóstico laboratorial A. Trofozoíto de E. hystolitica/dispar não patogênica B. Trofozoíto de E. hystolitica/dispar patogênica C. Trofozoíto de E. coli D. Trofozoíto de E. hartmanni E. Trofozoíto de E. hartmanni F. Trofozoíto de Endolimax nana G. Trofozoíto de E. nana H. Trofozoíto de Dientamoeba fragilis I. Trofozoíto de Iodamoeba bütschlii J. Cisto de E. coli K. Cisto de E. nana L. Cisto de E. hartmanni M. Cisto de E. coli N. Cisto de E. coli O. Cisto de I. bütschlii Trofozoítos e cistos de amebas parasitos do homem. FONTE: REY, L. Parasitologia. 3. ed. AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – Diagnóstico laboratorial O núcleo das amebas possuem cromatina disposta em pequenos grânulos colados à face interna da membrana nuclear e um outro – o cariossomo – que é central ou excêntrico; Em E. histolytica/dispar e E. hartmanni, o cariossomo é bem central. A diferença das espécies está no tamanho do núcleo e na disposição da cromatina periférica; E. coli tem o cariossomo excêntrico, e, em geral, fragmentado. Núcleo das principais amebas parasitos do homem: A – E. hystolitica. B – E. hartmanni. C- E. coli. FONTE: Rey, L. Parasitologia. 3ª ed. AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Amebas intestinais – Diagnóstico laboratorial Em E. nana, a cromatina está concentrada em bloco único e irregular; podendo ser central, excêntrico ou colado à membrana celular. I. bütschlii tem um cariossomo central grande e separado da membrana por grânulos. Nos seus cistos, ele é menor e excêntrico. D. fragilis tem dois núcleos com cariossomo central formado por vários blocos e sem cromatina periférica. Núcleo das principais amebas parasitos do homem: D – E. nana. E – I. bütschlii (trofozoítos). F – I. bütschlii (cistos). G – D. fragilis FONTE: Rey, L. Parasitologia. 3ª ed. AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Saiba mais A Universidade Federal de Goiás disponibilizavárias vídeo-aulas e, acessando https://www.youtube.com/watch?v=HxoKMHSz20s é possível acompanhar uma aula prática onde desenvolve-se a técnica de exame parasitológico de fezes – exame de sedimentação. É possível acompanhar a análise de um exame de fezes, positivo para Entamoeba, no link https://www.youtube.com/watch?v=PTukmbocGd4, verificar a morfologia de um cisto e a movimentação de trofozoítos na amostra analisada. AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia Referências bibliográficas NEVES, David Pereira; MELO, Alan L. de; GENARO, Odair; LINARDI, Pedro M. Parasitologia Humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Atheneu. REY, Luís. Parasitologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. As fontes das imagens que ilustram a morfologia dos trofozoítos, cistos e núcleos das amebas são do livro texto de Parasitologia Médica (REY, 2008). As demais estão referenciadas em cada slide e podem ser conferidas em https://commons.wikimedia.org/ AULA 03: IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS INTESTINAIS Parasitologia VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Classificação dos protozoários; Principais características de Entamoeba sp; Importância do ciclo biológico na profilaxia; Patogenias causadas pelas amebas. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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