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TCC ATUALIZADO 2017

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FRANCISCO ALVES DA SILVA
ACORDO DE LENIÊNCIA E DELAÇÃO PREMIADA EM DETRIMENTO A OPERARAÇÃO LAVAJATO E SUA INEFICIÊNCIA AO EMPRESARIADO BRASILEIRO.
Brasília - DF
2017
FRANCISCO ALVES DA SILVA
ACORDO DE LENIÊNCIA E DELAÇÃO PREMIADA EM DETRIMENTO A OPERARAÇÃO LAVAJATO E SUA INEFICIÊNCIA AO EMPRESARIADO BRASILEIRO.
Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Bacharel em Direito apresentado à Universidade Paulista - UNIP.
Orientador: Prof. Dr. Edison Grossi de Andrade Junior
Brasília - DF
2017
FRANCISCO ALVES DA SILVA
ACORDO DE LENIÊNCIA E DELAÇÃO PREMIADA EM DETRIMENTO A OPERARAÇÃO LAVAJATO E SUA INEFICIÊNCIA AO EMPRESARIADO BRASILEIRO.
Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Graduação em (Direito) apresentado à Universidade Paulista-UNIP.
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
____________________________/___/_____
Professor (a).
Universidade Paulista
____________________________/___/_____
Professor (a).
Universidade Paulista
___________________________/___/_____
Professor (a).
Universidade Paulista
Dedicatória
Este trabalho é dedicado ao meu Pai José Francisco da Silva, minha Mae Joana Mascarenhas Alves in memoriam, que em seus últimos suspiros, próximo a sua morte, me arguiu a respeito da minha graduação, lamentando em seu leito de morte a minha não formação superior.
Isto foi o combustível para minha retomada aos estudos, e por eu estar aqui hoje, apresentando este Trabalho de Conclusão de Curso.
Muito obrigado meu Pai e minha Mae!
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Yahweh, meu Deus e meu Pai primeiramente, a minha esposa Kerley Cristina Ferreira Alves, a meu filho Kerven Oliveira da Silva in memoriam, que foi em parte um dos impulsionadores primordiais da realização deste curso, a Gabriel Oliveira da Silva, a Yohanna Ferreira Alves a Kathlay Lorrane, aos meus irmãos em Cristo que torceram e ajudaram financeiramente na senda desta caminhada de cinco anos, agradeço aos professores, mestres e doutores que dedicaram seu precioso tempo no intuito de compartilhar conosco seu grande tesouro o conhecimento.
“Uma das maiores burlas dos nossos tempos terá sido o prestígio da imprensa. Atrás do jornal, não vemos os escritores, compondo a sós o seu artigo. Vemos as massas que o vão ler e que, por compartilhar dessa ilusão, o repetirão como se fosse o seu próprio oráculo”.
Joaquim Nabuco 
Resumo
O Trabalho de Conclusão de Curso aborda o tema de maior importância para economia brasileira, visto que tem por objetivo, abordar temas como Acordo de Leniência, Delação Premiada, Colaboração Premiada, Operação Lava-Jato, lapso de tempo de corrupção dos empresários brasileiros, campo de abrangência internacional.
Para tanto trazemos a origem que é a Itália, o tratado de palermo, cujo o inicio se da pelo juiz Giovanni Falcone e a delação de Tommaso Buscetta e a definição de cada instituto abordado, assim como a opinião, dos doutrinadores, caso este que não é pacifica, uma vez que alguns têm o instituto da colaboração premiada, como quebra do código de ética dos delinquentes, onde um criminoso para atingir seu objetivo de ter sua pena amortizada, ou ate mesmo conseguir o perdão judicial, entrega seus participes.
Por um lado temos a divergência da advocacia criminal que consideram a Delação premiada como uma forma de trabalhar, estes logico são os advogados dos delatores, contudo por outro lado temos os que criticam os advogados dos delatados.
O trabalho tem como ferramenta, imagens, reportagens, Leis, doutrinas, jurisprudências e citações dos mais diversos doutrinadores do direito brasileiro, argentino.
Ainda cita as quantias recuperadas no decorrer da operação, diga-se de passagem, a maior de todos os tempos, a eficiência de alguns juízes, em voga Sergio Moro, todavia a ineficiência da operação em acabar com o crime de lavagem de dinheiro, haja vista a perpetuação da pratica ao longo dos anos.
Por mais eficiente que seja os juízes do caso, vemos uma afronta a Constituição Federal Brasileira, quanto a ampla defesa, o contraditório, o devido processo legal, prisões decretados fora do que normatiza o Art. 312 do Código de Processo Penal.
Com tudo isso espera trazer entendimento e conhecimento dos fatos abordados no trabalho.
Palavras-chaves: Acordo de Leniência. Colaboração Premiada. Delação Premiada. Lava Jato.
 
Abstract
The Course Conclusion Paper addresses the issue of greater importance for the Brazilian economy, since its objective is to address issues such as Leniency Agreement, Awarded Deliberation, Awarded Collaboration, Lava-Jet Operation, time lapse of corruption of Brazilian businessmen, field of international scope.
To this end, we bring the origin of Italy, the treatise of Palermo, the beginning of which is given by Judge Giovanni Falcone and the denunciation of Tommaso Buscetta, and the definition of each institute addressed, as well as the opinion of the doctrinators, if this does not is pacific, since some have the institute of prized collaboration, such as breaking the code of ethics of delinquents, where a criminal to achieve his goal of having his sentence amortized, or even obtain judicial forgiveness, delivers his participants.
On the one hand we have the divergence of criminal lawyers who consider the prize awarded as a way to work, these logic are the lawyers of the informers, and however on the other hand we have those who criticize the lawyers of the betrayed.
The work has as a tool, images, reports, Laws, doctrines, jurisprudence and quotes from the most diverse doctrine of Brazilian, Argentine law.
He also cites the amounts recovered during the course of the operation, by the way, the greatest of all time, the efficiency of some judges, in vogue Sergio Moro, however the inefficiency of the operation to end the crime of money laundering, perpetuation of practice over the years.
No matter how efficient the judges of the case are, we see an affront to the Brazilian Federal Constitution, as to the ample defense, the contradictory, the due legal process, prisons decreed outside the norm that governs Art. 312 of the Code of Criminal Process.
Key-words: Leniency agreement. Award-winning collaboration. Awarding award. Car wash.
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por escopo a demonstração de Leis Federais, o entendimento e a diferença entre Acordo de Leniência, que é um acordo no âmbito Administrativo CADE, CGU com imposição de multas para quem o aderir e Colaboração Premiada que é um beneficio concedido ao réu que cooperar que ocorre no âmbito do judiciário, o acordo de Leniência das empresas Braskem e Odebrecht.
Entendimento jurisprudencial do STF ensejador da prisão em segunda instância, o inicio da operação lava jato e a origem nome, por ter se iniciado em uma investigação a uma casa de cambio no posto da torre na região central de Brasília DF.
 A ineficiência dos mais diversos institutos e investidas do judiciário brasileiro assim como o americano no intuito de refrear ou ate mesmo dizimar a corrupção dos meios políticos, empresarial brasileiro.
O marco inicial nos anos 90 do império Norberto Odebrecht, os escândalos políticos.
A atuação marcante e de extrema repercussão na mídia brasileira do MPF, chamada de republica de Curitiba, com destaque de alguns promotores.
Neste diapasão contamos com reportagens recentes do Correio Brasiliense de maio de 2017 e passadas como o Jornal do Brasil, do inicio dos anos 90, que serão abordadas com fulcro de embasar nossa tese.
Em que pese todo o esforço do judiciário federal brasileiro, esta operação conseguiu um dos feitos mais notórios de todos os tempos, são mais de 10,1bilhões de reais repatriados das contas nos paraísos fiscais, são 279 réus, 116 condenados, 27 presos, com todo o esforço depreendido, notamos a ineficiência da instituição, e das leis, em refrear a corrupção noâmbito brasileiro em detrimento ao empresariado brasileiro.
1 ACORDO DE LENIÊNCIA
Acordo de leniência é assinado entre a pessoa jurídica que cometeu ato ilícito contra a administração pública, nacional ou estrangeira, mas que se dispõe a auxiliar nas investigações que levem a prisão de outros envolvidos no crime, em troca de benefícios para sua pena.
A função literal do acordo de leniência é garantir a “suavização” da punibilidade ao infrator que participou de atividade ilícita, mas que em troca passa a colaborar com as investigações com o intuito de delatar outros infratores envolvidos no crime.
As definições do acordo de leniências estão estabelecidas na lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, conhecida por Lei Anticorrupção.
O programa de leniência também faz parte do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, conforme descrito na lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011.
Além da necessidade de apresentar provas e informações que sejam relevantes para as investigações e captura de outros infratores, as empresas que se comprometem com o acordo de leniência devem implementar mecanismos internos que melhorem a integridade da sua organização (conhecido por programa de compliance), evitando que ocorram novos atos criminosos, que faltem com a ética e moral na administração pública.
Vejamos o que diz a Lei Federal nº 12.846 de 2013, que normatiza o acordo de leniência:
Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único.  Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
Art. 5o  Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1o, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada;
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV - no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a administração pública;
Art 16º IV - a pessoa jurídica se comprometa a implementar ou a melhorar os mecanismos internos de integridade, auditoria, incentivo às denúncias de irregularidades e à aplicação efetiva de código de ética e de conduta. 
O órgão responsável por celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo Federal é a Controladoria-Geral da União (CGU). No entanto, este benefício também pode ser concedido pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), como estabelece a lei nº 12.529/11.
A incorporação do programa de acordo de leniência no sistema jurídico brasileiro é fruto da observação de experiências vividas nos Estados Unidos, principalmente a partir do começo da década de 1990.
1.1 Benefícios do acordo de leniência
Como recompensa pelo auxílio durante as investigações, na tentativa de se redimir pela participação no ato ilícito, o infrator sob acordo de leniência poderá ter a isenção total da multa, ou a sua redução em até 2/3 (dois terços) do valor total.
Outros possíveis benefícios podem incluir: isenção da proibição de receber do Governo Federal incentivos, subsídios e empréstimos; isenção de obrigatoriedade de publicação a punição e isenção ou atenuação da proibição de contratar com a Administração Pública.
No entanto, o acordo de leniência não exime a empresa de reparar todos os danos causados por decorrência de seus atos.
1.2 Acordo de leniência e delação premiada
Ambos consistem em acordos firmados entre infratores e os respectivos órgãos responsáveis pelos processos de investigações criminais.
A principal diferença entre o acordo de leniência e a delação premiada” está na concessão de ambas as práticas: o acordo de leniência é firmado por órgãos administrativos do Poder Executivo; a delação premiada, por sua vez, é celebrada pelo Poder Judiciário, em parceria com o Ministério Público.
Em ambos os casos, o acusado deverá se comprometer em compactuar com as investigações do ato criminoso do qual participou.[1: ACORDO DE LENIÊNCIA. Disponível em: https://www.significados.com.br/acordo-de-leniencia/. Acesso em: 14 de Setembro de 2017.]
2 DELAÇÃO PREMIADA E COLABORAÇÃO PREMIADA
A delação premiada é uma técnica de investigação consistente na oferta de benefícios pelo Estado àquele que confessar e prestar informações úteis ao esclarecimento do fato delituoso. Visto que nem sempre dependerá ela de uma delação. Essa técnica de investigação ganhou notoriedade ao ser usada pelo magistrado italiano Giovanni Falcone para desmantelar a Cosa Nostra.[2: FRANCISCO YUKIO HAYASHI, advogado criminalista, sócio-fundador do Costa Ferreira & Hayashi Advocacia e Consultoria]
Sobre a origem da colaboração com a Justiça no direito italiano, Eduardo Araújo da Silva ensina:
No direito italiano, as origens históricas do fenômeno dos “colaboradores da Justiça” é de difícil identificação; porém sua adoção foi incentivada nos anos 70 para o combate dos atos de terrorismo, sobretudo a extorsão mediante sequestro, culminando por atingir seu estágio atual de prestígio nos anos 80, quando se mostrou extremamente eficaz nos processos instaurados para a apuração da criminalidade mafiosa. O denominado pentitismo do tipo mafioso permitiu às autoridades uma visão concreta sobre a capacidade operativa das Máfias, determinando a ampliação de sua previsão legislativa e a criação de uma estrutura administrativa para sua gestão operativa e logística (Setor de Colaboradores da Justiça).[3: D´AMICO, SILVIO. Il collaboratore della giustizia. Roma: Laurus Robuffo, 1995, p. 11-16 apud SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado: Procedimento probatório. São Paulo: Atlas, 2003, p. 79.]
A denominação pentito, que deu origem ao fenômeno do pentitismo, foi criada pela imprensa nos anos 70, para designar a figura jurídica prevista no art. 3º da Lei nº 304/82, ou seja, o sujeito que, submetido a processo penal, confessava sua própria responsabilidade e fornecia às autoridades notícias úteis à reconstituição dos fatos do crime (conexos com o terrorismo ou com a eversão do ordenamento constitucional) e a individualização dos respectivos responsáveis.
A lei italiana nº 82, de 15 de março de 1991, que resultou da conversão do Decreto-lei nº 8, de 15 de janeirode 1991, precisamente em seu artigo 6º, alterou o art. 289bis do Código Penal italiano, estabelecendo pena menor para o coautor de sequestro com fins de terrorismo ou subversão da ordem democrática que libertar a vítima, isto é, pena de dois a oito anos de reclusão. É bom lembrar que a pena, excluindo tais benefícios, é de 25 a 30 anos, se não houver morte. Se houver, a pena é de 30 anos quando ocorrer por culpa em sentido estrito; ou prisão perpétua, quando a morte for voluntariamente causado.[4: GUIDI, José Alexandre Marson. Delação Premiada no combate ao crime organizado. . Franca: Lemos & Cruz, 2006, p. 102.]
Um dos mais emblemáticos casos de delação ocorridos na Itália envolveu o mafioso Tommaso Buscetta. Ele fez sua revelações ao juiz Giovanni Falcone, do pool de magistrados antimáfia, na operação que ficou conhecida como “operação mãos limpas”. Buscetta não queria prêmios pelas delações, como redução de pena e liberdade. Apenas postulou segurança pessoal e proteção aos seus familiares, ou melhor, à esposa carioca e aos dois filhos brasileiros do casal. Todos foram transferidos para os EUA, num acordo entre os governos.
A exigência de Buscetta era legítima. Os adversários mafiosos tinham matado seus dois filhos do primeiro casamento, o irmão, o genro e nenhuma dessas vítimas pertencia à Cosa Nostra.
As confissões de Buscetta ao juiz Giovanni Falcone resultaram na abertura do chamado maxiprocesso criminal, cujo julgamento foi iniciado em fevereiro de 1986 e concluído em dezembro de 1987, resultando em 475 réus mafiosos. Do maxiprocesso houve 19 condenações à pena de prisão perpétua e, somadas as outras sanções, 2.665 anos de cárcere.
Devido às suas delações, Buscetta foi cumprir pena nos Estados Unidos, para não ser eliminado. As delações de Buscetta começaram em julho de 1984 e duraram sete meses: quatro meses na Itália e três nos EUA. O juiz Falcone, que esteve à frente do maxi-processo criminal contra a máfia, ficou na Itália e foi eliminado.
Paradoxalmente, o mafioso Giovanni Brusca, que acionou a carga de dinamite que matou o juiz Falcone, a esposa e os quatro guardas da escolta, tornou-se um colaborador da Justiça. Durante quatro anos, o Ministério Público analisou e checou as informações de Brusca. Inicialmente, ele usou as delações para se vingar de inimigos, mas advertido pela magistratura italiana do Ministério Público acerca da possibilidade de não obter os benefícios advindos com a colaboração, resolveu contar a verdade.[5: MAIEROVITCH, Wálter Fanganiello. BUSCETTA era melhor. IBGF: Instituto Brasileiro Giovanne Falcone, São Paulo, 17 set. 2008.]
Apesar de a Itália contar com leis a respeito da delação premiada já antes da operação mãos limpas, foi somente em 1991 que a lei disciplinou normas para a proteção dos colaboradores da justiça. O projeto de lei italiano surgiu pós-Buscetta, em 1989, e foi sancionado em 1991.
Damásio de Jesus faz uma distinção entre delação e delação premiada. Diz ele:
Delação é a incriminação de terceiro, realizada por um suspeito, investigado, indiciado ou réu, no bojo de seu interrogatório (ou em outro ato). “Delação premiada” configura aquela incentivada pelo legislador, que premia o delator, concedendo-lhe benefícios (redução de pena, perdão judicial, aplicação de regime penitenciário brando etc).[6: JESUS, Damásio de. Delação Premiada. Revista Justilex. Brasília, ano IV, n. 50, p. 26-27, fevereiro de 2006.]
Vê-se que a delação premiada nada mais é que a delação como definida pelo autor, mas com previsão legal. Pois pode haver delação em relação a um determinado crime, mas não ser premiada, por não haver previsão legal da conduta de delação em relação ao crime em que se faz a delação.
A primeira lei a prever essa delação premiada no Brasil foi a Lei de Crimes Hediondos. Previa-se a redução de um a dois terços da pena do participante ou associado de quadrilha voltada à prática de crimes hediondos, tortura, tráfico de drogas e terrorismo, que denunciasse à autoridade o grupo, permitindo seu desmantelamento (art.8º, parágrafo único, Lei 8.072/1990). Já no crime de extorsão mediante sequestro, o benefício dependia que fosse facilitada a libertação da vítima (art.159,§ 4º,Código Penal). Posteriormente, passou-se a prever a delação premiada também para crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e contra a ordem tributária (art.16, parágrafo único, da Lei 8.137/1990, incluído pela Lei 9.080/1995) e crimes praticados por organização criminosa (art.6º, Lei 9.034/1995).[7: FRANCISCO YUKIO HAYASHI, advogado criminalista, sócio-fundador do Costa Ferreira & Hayashi Advocacia e Consultoria]
Porém, o instituto somente foi reforçado e ganhou aplicabilidade prática com a Lei 9.613/1998, de combate à lavagem de dinheiro. Essa lei passou a prever prêmios mais estimulantes ao colaborador como a possibilidade de condenação a regime menos gravoso (aberto ou semiaberto), substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos e até mesmo perdão judicial (art. 1º,§ 5º, Lei 9.613/1998). No mesmo sentido caminhou a Lei 9.807/1999, que trata da proteção de testemunhas (Art. 13 e 14, Lei 9.807/1999).
Posteriormente, ainda foram editadas as Leis 11.343/2006, prevendo a delação premiada para crimes de tráfico de drogas (art. 41), e a Lei 12.529/2011, que denominou a delação premiada de “acordo de leniência”, prevendo sua aplicabilidade para infrações contra a ordem econômica (art. 86 e 87).
À exceção dessa última, todas essas legislações pecavam por não regulamentar essa técnica de investigação, o que sujeitava alguns dos colaboradores ao risco de caírem em um limbo jurídico e ficarem sujeitos ao decisionismo judicial, ou seja, faziam a delação primeiro, e depois o juiz se achasse importante, concedia o benefício segundo sua importância e, na maioria das vezes não cumpria o acordado. A Lei 12.529/2011 regulamentou mais especificamente o “acordo de leniência”, prevendo, além do evidente sigilo (art. 86, § 9º), que o colaborador identifique os demais envolvidos e forneça informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação (art. 86, I e II). Além disso, é preciso que, por ocasião da propositura do acordo, não estejam disponíveis com antecedência provas suficientes para assegurar a condenação, o colaborador confesse sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações (art. 86, § 1º).
O escopo principal da delação premiada é o de trocar o direito de punir do Estado pela proteção um bem jurídico mais importante. Em outras palavras, através do referido mecanismo jurídico o investigado beneficia-se com sua própria perfídia, o que remonta aos vestígios dos superados sistemas inquisitórios e evidencia certo distanciamento dos princípios preconizados pelo atual Estado Democrático de Direito.[8: FRANCISCO YUKIO HAYASHI, advogado criminalista, sócio-fundador do Costa Ferreira & Hayashi Advocacia e Consultoria]
Na opinião de Zaffaroni
“O estado está se valendo da cooperação de um delinquente, comprada ao preço de sua impunidade para fazer justiça, o que o direito penal liberal repugna desde os tempos de Beccaria”.[9: ZAFFARONI, Eugenio Raúl. “Crime Organizado: Uma categorização frustrada”. In: Discursos Sediciosos; Crime, Direito e Sociedade. RJ: Relume - Dumará, 1999, p. 05.]
A colaboração premiada teve sua efetividade e garantia a partir da Lei 12.850/2013, que prevê medidas de combate às organizações criminosas.
Os benefícios variam de perdão judicial, redução da pena em até 2/3 e substituição por penas restritivas de direitos (art. 4º).
Exige-se que a colaboração seja voluntária e efetiva (art. 4º). Esta é, aliás, uma das características marcantes da colaboração premiada: o benefício depende da efetividade da colaboração, isto é, de resultado. O resultado pode ser a identificação de cúmplices e dos crimes por eles praticados, a revelação da estrutura e funcionamento da organização criminosa, a prevenção de novos crimes, a recuperação dos lucros obtidos com a prática criminosaou a localização de eventual vítima com sua integridade física assegurada (art. 4º, I a V).
O juiz não deve participar das negociações para formalização do acordo de colaboração. Apenas o colaborador, seu advogado, o delegado de polícia e o representante do Ministério Público participam (art. 4º, § 6º). Negociado o acordo ele deve ser formalizado contendo o relato do colaborador e eventuais resultados pretendidos, as condições da proposta do Ministério Público e da autoridade policial, a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor, as assinaturas de todos os participantes e a especificação de medidas de proteção ao colaborador e sua família (art. 6º).
O termo do acordo é então encaminhado, com cópia da investigação e das declarações do colaborador, ao juiz, para homologação (art. 4º, § 7º). Após a homologação, iniciam-se propriamente as medidas de colaboração (art. 4º, § 9º). Parte fundamental do acordo é que o colaborador renuncia ao seu direito ao silêncio e fica compromissado a dizer a verdade (art. 4º, § 14). Além disso, a Lei 12.850/2013 exige a presença de advogado em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colaboração (art. 4º, 15º). A eficiência do acordo é julgada pelo juiz, na sentença (art. 4º, § 11), que não pode condenar apenas com base nas declarações do colaborador, devendo possuir meios de prova diversos (art. 4º, § 16).[10: FRANCISCO YUKIO HAYASHI, advogado criminalista, sócio-fundador do Costa Ferreira & Hayashi Advocacia e Consultoria]
Apesar de já ser aplicado desde a edição das primeiras leis que implantaram o instituto, a colaboração premiada pode se tornar um instituto com maior visibilidade e mais ampla utilização no processo penal brasileiro, a depender do deslinde da Operação Lava Jato. Se a delação de Paulo Roberto Costa gerar bons resultados, tanto para a administração da Justiça como para o colaborador, a cultura de investigação e processamento de crimes envolvendo grupos criminosos pode mudar bastante. A principal pergunta dos investigadores poderá passar a ser: Quem falará primeiro?
[11: FRANCISCO YUKIO HAYASHI, advogado criminalista, sócio-fundador do Costa Ferreira & Hayashi Advocacia e Consultoria]
3 A OPERAÇÃO LAVA JATO E A POLÍCIA FEDERAL
A operação LAVA JATO, deflagrada pela Polícia Federal, em março 2014 com objetivo de investigar o doleiro Alberto Yossef, criado em londrina, que foi contrabandista de eletrônicos do Paraguai, tinha sua sede no posto da torre Brasília DF, o mesmo já havia sido preso 9 vezes, uma delas pelo caso Banestado a maior remessa de dinheiro ao exterior, o alvo era o esquema de lavagem de dinheiro, com o alto escalão do governo a Petrobras e grandes empreiteiras do país e políticos.
O que aparentemente seria mais uma investigação simples se tornou a maior escândalo de lavagem de dinheiro entre governantes, empresariado brasileiro, com a compra da usina de Pasadena no Texas Estados Unidos da América, pela Petrobras, em 2006, o que levou o Ministério Publico a investigar Alberto Yossef, pela doação de um automóvel de luxo, a Paulo Roberto Costa ex diretor de abastecimento da Petrobras em 2013, o que resultou em sua prisão em 2014 pela Polícia Federal.
Após a prisão de Costa o próximo foi deputado André Vagas PT SP, que pegou carona no jatinho de Yossef, Costa revelou um esquema que abastecia o caixa do PT, PMDB e PP, por meio de pagamentos de propinas da Petrobras, por parte de empreiteiras. Assim, se iniciou a maior operação de repatriação de recursos desviados, para pagamento de propinas por parte de empreiteiras, a políticos com o objetivo de aprovação de emendas e leis no Congresso Nacional. [12: GLOBO POLITICA. OPERAÇÃO LAVA JATO. Disponível em: < https://g1.globo.com/politica/noticia/odebrecht-admite-us-788-milhoes-em-propina-em-12-paises-dizem-eua.ghtml > Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
3.1 Acordo de Leniência da Odebrecht o maior de todos os tempos
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou nesta quarta-feira (21) que, em acordos de leniência, a Odebrecht admitiu ter pago, entre 2001 e 2016, US$ 788 milhões e a Braskem, US$ 250 milhões, entre 2006 e 2014, em propina a funcionários do governo, representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de outros 11 países. Para o órgão dos Estados Unidos, é o “maior caso de suborno internacional na história"
O documento do departamento norte-americano foi tornado público nesta quarta, após as duas empresas assinarem “acordos de leniência com os governos da Suíça e dos Estados Unidos”  com o objetivo de suspender ações judiciais contra as companhias nos dois países. Os acordos de leniência (espécie de delação premiada das empresas, que se comprometem a revelar atos ilícitos em troca de benefícios) foram assinados no âmbito da Operação Lava Jato.
Segundo o comunicado do Departamento de Justiça dos EUA, a Odebrecht pagou propina para garantir contratos em mais de 100 projetos em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela.
De acordo com as confissões, a Odebrecht se envolveu em um massivo e inigualável esquema de suborno e arranjo de licitação por mais de uma década, começando em 2001. Durante esse período, a Odebrecht pagou aproximadamente US$ 788 milhões em suborno a funcionários do governo, representantes deles e partidos político em países com o objetivo de vencer negócios nesses [12] países", diz o departamento:[13: GLOBO POLITICA. OPERAÇÃO LAVA JATO. Disponível em: <https://g1.globo.com/politica/noticia/odebrecht-admite-us-788-milhoes-em-propina-em-12-paises-dizem-eua.ghtml > Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
[14: GLOBO POLITICA. OPERAÇÃO LAVA JATO. Disponível em: < https://g1.globo.com/politica/noticia/odebrecht-admite-us-788-milhoes-em-propina-em-12-paises-dizem-eua.ghtml > Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
Trecho de documento sobre a Odebrecht divulgado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos aponta que a empreiteira admitiu o pagamento de US$ 788 milhões em propina (Foto: Reprodução/Departamento de Justiça dos Estados Unidos)
A conduta criminal foi dirigida pelos mais altos níveis da empresa", acrescenta o órgão do governo norte-americano. O “Departamento de Justiça dos Estados Unidos listou 15 atos criminosos da Odebrecht’ que podem ser provados através de evidências ou cuja intenção pode ser comprovada”.
Os dados apontam o uso do setor de propinas da Odebrecht, área de Operações Estruturadas, e de offshores no exterior para a realização de pagamentos ilegais.
Somente no Brasil, diz o departamento, a Odebrecht admite o pagamento de cerca de US$ 349 milhões (R$ 1,16 bilhões) em propinas, entre os anos de 2003 e 2016.
Em anúncio realizado pela Suíça quase simultaneamente, a Procuradoria Geral daquele país afirmou que tem conduzido 60 investigações criminais sobre o caso de corrupção internacional envolvendo as duas empresas.
Segundo o MP da Suíça, as investigações mostraram que as contas das empresas faziam a liberação dos fundos, movidos entre várias contas pertencentes a empresas offshore, a fim de facilitar o pagamento dos subornos.
Braskem
Trecho de documento sobre a Braskem divulgado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos aponta que a empresa admitiu o pagamento de US$ 250 milhões em propina (Foto: Reprodução/Departamento de Justiça dos Estados Unidos)
Ainda de acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Braskem, que também firmou acordo de leniência com os EUA e com a Suíça, admitiu ter pago “US$ 250 milhões em propina entre 2006 e 2014 no Brasil”.
"Em troca, a Braskem recebeu diversos benefícios, entre eles: tarifas preferenciais da Petrobras pela compra de matérias-primas utilizadas pela empresa; contratos com a Petrobras; e legislação favorável e programas governamentais que reduziram os passivos tributários da empresa no Brasil", diz o comunicado do departamento norte-americano.
Segundo o Departamento de Justiça norte-americano, a conduta da Braskem resultouem pagamentos e/ou lucros corruptos que totalizaram aproximadamente US$ 465 milhões.[15: GLOBO POLITICA. OPERAÇÃO LAVA JATO. Disponível em: < https://g1.globo.com/politica/noticia/odebrecht-admite-us-788-milhoes-em-propina-em-12-paises-dizem-eua.ghtml > Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
3.1.1 O acordo
Segundo o Ministério Público brasileiro, nos acordos, as duas empresas revelaram e se comprometeram a revelar fatos ilícitos praticados na Petrobras e em outras esferas de poder, envolvendo agentes políticos de governos federal, estaduais, municipais e estrangeiros.
Além da revelação dos fatos, objetivo central da leniência segundo o MPF, os acordos permitem a preservação das empresas e a continuidade de suas atividades, inclusive para gerar valores necessários à reparação dos ilícitos. Nos acordos, as empresas se comprometeram a pagar cerca de R$ 6,9 bilhões” aos três países.
Juntos, os valores pagos pela Odebrecht e pela Braskem tornam esse o maior acordo feito em um caso de corrupção, em termos monetários, na história mundial.
A Odebrecht pagará multa de R$ 3,82 bilhões às autoridades do Brasil, Estados Unidos e Suíça. A empreiteira informou que o valor será pago ao longo de 23 anos e a soma das parcelas será reajustada de acordo com a taxa Selic.
Já a Braskem pagará R$ 3,1 bilhões. A empresa, que é controlada pela Odebrecht e pela Petrobras, informou que o pagamento será feito em seis parcelas anuais, reajustadas pela variação do IPCA.
Dos cerca de R$ 6,9 bilhões, o Brasil ficará com R$ 2,3 bilhões da Braskem e R$ 3 bilhões da Odebrecht, ou seja, R$ 5,3 bilhões. O restante, R$ 1,6 bilhão, ficará com EUA e Suíça.
Segundo o Ministério Público Federal, "juntos, os valores pagos pela Odebrecht e pela Braskem tornam esse o maior acordo feito em um caso de corrupção, em termos monetários, na história mundial".[16: GLOBO POLITICA. OPERAÇÃO LAVA JATO. Disponível em: < https://g1.globo.com/politica/noticia/odebrecht-admite-us-788-milhoes-em-propina-em-12-paises-dizem-eua.ghtml > Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
3.1.2 Valores em cada país
Saiba abaixo quais foram os valores ilegais pagos pela Odebrecht, segundo o Departamento de Justiça americano, para cada um desses 11 países, e a conta do benefício recebido como resultado da propina, de acordo com o órgão:
Angola
No período entre 2006 e 2013 a Odebrecht pagou ou fez com que fossem pagos US$ 50 milhões em propinas para funcionários do governo para assegurar contratos públicos, resultando em benefícios de US$ 261 milhões à empresa.
Argentina
No período entre 2007 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com que fossem pagos mais de US$ 35 milhões em propinas para intermediários com o entendimento de que os valores seriam repassados, em parte, para funcionários do governo. Associados a três projetos de infraestrutura, os pagamentos geraram benefícios de US$ 278 milhões à empresa.
Colômbia
No período entre 2009 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com que fossem pagos mais de US$ 11 milhões em propina para manter contratos públicos e teve benefícios que somam U$ 50 milhões.
República Dominicana
No período entre 2001 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com que fossem pagos mais de US$ 92 milhões para funcionários do governo ou intermediários que geraram benefícios de US$ 163 milhões.[17: GLOBO POLITICA. OPERAÇÃO LAVA JATO. Disponível em: < https://g1.globo.com/politica/noticia/odebrecht-admite-us-788-milhoes-em-propina-em-12-paises-dizem-eua.ghtml.> Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
Equador
No período entre 2007 e 2016, a Odebrecht pagou ou fez com que fossem pagos mais de US$ 33,5 milhões em propinas para funcionários do governo que geraram benefícios à empresa no valor de US$ 116 milhões.
Guatemala
No período entre 2013 e 2015, a Odebrecht pagou ou fez com que fossem pagos aproximadamente US$ 18 milhões em propinas para funcionários do governo para manter contratos públicos e teve benefícios de US$ 34 milhões.
México
No período entre 2010 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com que fossem pagos aproximadamente US$ 10,5 milhões em propinas para funcionários do governo para manter contratos públicos e obteve US$ 39 milhões em benefícios.
Moçambique
No período entre 2011 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com que fossem pagos em propina aproximadamente US$ 900 mil para funcionários, sendo US$ 250 mil para quadros do alto escalão do governo. A empresa tinha o intuito de conseguir termos favoráveis de projetos de construções públicas, parte deles através de offshore.[18: GLOBO POLITICA. OPERAÇÃO LAVA JATO. Disponível em: < https://g1.globo.com/politica/noticia/odebrecht-admite-us-788-milhoes-em-propina-em-12-paises-dizem-eua.ghtml.> Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
Panamá
No período entre 2010 e 2014, a Odebrecht pagou em propina ou fez com que fossem pagos mais de US$ 59 milhões para funcionários do governo e intermediários para garantir, entre outras coisas, contratos públicos. Obteve benefícios de US$ 175 milhões.
Peru
No período entre 2005 e 2014, a Odebrecht pagou ou fez com que fossem pagos aproximadamente US$ 29 milhões para funcionários do governo para garantir contratos públicos, obtendo mais de US$ 143 milhões como benefícios.
Venezuela
No período entre 2006 e 2015, a Odebrecht pagou ou fez com que fossem pagos em propina aproximadamente US$ 98 milhões para funcionários do governo e intermediários para conseguir e manter contratos públicos.
Versão das empresas:
Após a assinatura dos acordos, o MPF, a Odebrecht e a Braskem divulgaram notas para falar sobre o assunto.
No texto, a Odebrecht diz que "se arrepende profundamente da sua participação nas condutas que levaram a este acordo e pede desculpas por violar os seus próprios princípios de honestidade e ética". A empreiteira também afirma que seguirá colaborando com as autoridades.
A Braskem, por sua vez, diz que reconhece a responsabilidade "pelos atos de seus ex-integrantes e agentes" e afirma lamentar condutas passadas. "A empresa reafirma o seu compromisso de continuar cooperando com as autoridades", diz trecho da nota.
Leia na íntegra as notas das empresas
Odebrecht[19: GLOBO POLITICA. OPERAÇÃO LAVA JATO. Disponível em: < <https://g1.globo.com/politica/noticia/odebrecht-admite-us-788-milhoes-em-propina-em-12-paises-dizem-eua.ghtml.> Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
Veja a nota divulgada pela Odebrecht:
Odebrecht assina acordo com autoridades do Brasil, Estados Unidos e Suíça
A Odebrecht S.A. anuncia hoje (21/12) a assinatura de acordo com o Ministério Público Federal do Brasil, com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e com a Procuradoria-Geral da Suíça para resolução da investigação sobre a participação da empresa na realização de atos ilícitos praticados em benefício das empresas pertencentes ao grupo econômico.
Como parte do acordo, a holding do grupo concordou em revelar fatos ilícitos apurados em investigação interna, praticados no Brasil e exterior em diversas esferas do poder, e assume sua responsabilidade pela violação das legislações brasileira e suíça aplicáveis e, mais especificamente, da lei norte-americana anticorrupção Foreign Corrupt Practices Act – FCPA. A Odebrecht S.A. pagará uma multa no valor de R$ 3,828 bilhões às autoridades do Brasil, Estados Unidos e Suíça. O valor será pago ao longo de 23 anos e a soma das parcelas será reajustada de acordo com a taxa SELIC. O pagamento da multa será viabilizado por meio de uma combinação de vendas de ativos já planejadas anteriormente e de geração de caixa das operações continuadas. Ao calcular a multa, as autoridades levaram em consideração a plena cooperação com as investigações e as amplas medidas de remediação adotadas pela Odebrecht para corrigir eventuais falhas de conformidade.
Conforme já declarado anteriormente, a Odebrecht se arrepende profundamente da sua participação nas condutas que levaram a este acordo e pede desculpas por violar os seus próprios princípios de honestidade e ética. A empresa reafirma que permanecerá cooperandocom as autoridades e adotará as medidas adequadas e necessárias para continuamente aprimorar seu compromisso com práticas empresariais éticas e de promoção da transparência em todas as suas ações. Dentre as inciativas adotadas pela empresa para avançar positiva e produtivamente nesta direção está a implementação de amplas reformas da área de conformidade, que incluem um aumento substancial na equipe e orçamento da área. A Odebrecht concordou ainda em submeter-se a um monitor externo e independente por um período de até três anos, durante o qual a Odebrecht seguirá aprimorando o seu sistema de conformidade, nos temos mínimos assumidos nos acordos, além de aprofundar as amplas medidas de remediação já adotadas pela Odebrecht e reconhecidas pelas autoridades signatárias.
Adicionalmente, a empresa criou o Compromisso Odebrecht para uma Atuação Ética, Íntegra e Transparente, a ser implementado imediatamente em todos os negócios da Organização. O Compromisso torna-se um princípio-chave a ser adotado por todos os Integrantes da Odebrecht, orientando todos os aspectos do futuro da empresa.
A Odebrecht agradece a oportunidade de virar a página e superar esse doloroso episódio. A empresa e os seus Integrantes não se esquecerão das lições aprendidas por meio desta experiência, que servirão como um lembrete constante do que se espera da Odebrecht na busca pela recuperação da confiança pública. A empresa está ansiosa por poder dedicar novamente a sua atenção ao desenvolvimento e operação de projetos que melhorem as comunidades onde opera, no Brasil e no exterior, criando sempre valor para os seus clientes.
Braskem
Veja a nota divulgada pela Braskem:
A Braskem assinou hoje o acordo com as autoridades norte-americanas e suíça, concluindo a última etapa da negociação do acordo global para resolução das alegações na Operação Lava Jato. Essa etapa ocorre uma semana depois da assinatura do Acordo de Leniência celebrado com o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro.
Nos termos do acordo global, a Braskem se compromete a pagar às autoridades o valor total de US$ 957 milhões, equivalente a aproximadamente R$ 3,1 bilhões, em multa e indenização. Deste total, cerca de R$ 1,6 bilhão será pago mediante a ratificação dos respectivos acordos, sendo US$ 95 milhões pagos ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ), US$ 65 milhões à Securities Exchange Commission (SEC), CHF (francos suíços) 95 milhões à Procuradoria-Geral da Suíça e R$ 736 milhões ao MPF brasileiro. O saldo de aproximadamente R$ 1,5 bilhão será pago ao MPF em seis parcelas anuais, reajustadas pela variação do IPCA. O valor a ser pago ao MPF será posteriormente destinados ao pagamento de indenizações a terceiros.
"Chegamos ao fim deste longo e detalhado processo de investigação independente e de tratativas de negociação com as autoridades" diz Fernando Musa, presidente da Braskem, desde maio de 2016. "Estamos implementando práticas, políticas e processos mais robustos em toda a nossa companhia, a fim de aperfeiçoar o nosso sistema de governança e conformidade. A Braskem possui sólidas condições financeiras e seguirá com sua estratégia de crescimento e internacionalização, por meio de práticas empresariais pautadas pela ética", destaca Musa.
A Braskem reconhece a sua responsabilidade pelos atos de seus ex-integrantes e agentes e lamenta quaisquer condutas passadas. A empresa reafirma o seu compromisso de continuar cooperando com as autoridades e de adotar as medidas adequadas e necessárias para evoluir na sua conduta ética e transparente. Como parte do acordo, a Braskem concordou em submeter-se a um monitoramento de conformidade externo e independente, por um período de até três anos, durante o qual a companhia seguirá aprimorando o seu programa de conformidade e combate à corrupção, além de aprofundar as amplas medidas de remediação já adotadas.
Com uma nova estrutura da área de Conformidade ligada ao Conselho de Administração, a Braskem está implementando diversas iniciativas para evitar que as ações passadas voltem a ocorrer no futuro. Em março de 2015, quando surgiram as primeiras alegações de práticas impróprias, a Braskem instaurou uma investigação independente, conduzida por escritórios externos, a fim de elucidar o caso. A partir de outubro de 2016, a empresa deu início a negociações formais com autoridades em busca da resolução dessas denúncias que culminaram no acordo recém-celebrado. A Braskem opera 40 unidades industriais, localizadas no Brasil, EUA, Alemanha e México, e atende clientes em mais de 70 países.[20: GLOBO POLITICA. OPERAÇÃO LAVA JATO. Disponível em: <https://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/lava-jato-completa-3-anos-e-soma-198-prisoes-5-politicos-se-tornaram-reus-no-stf.ghtml.> Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
3.2 Ministério Público
Em 1º de dezembro de 2016, a força-tarefa da operação Lava Jato na Ministério Público Federal (MPF) no Paraná, em conjunto com o grupo de trabalho da Lava Jato que atua junto ao Procurador-Geral da República, firmou acordo de leniência com a Odebrecht S.A., holding do grupo Odebrecht, que se responsabilizou por atos ilícitos praticados em benefício das empresas pertencentes a esse grupo econômico. Com a mesma finalidade, o MPF firmou acordo de leniência autônomo também com a Braskem S.A. no dia 14 do mesmo mês. Tais acordos já foram homologados pela Câmara de Combate à Corrupção do MPF. Os pactos serão ainda submetidos à homologação dos juízos competentes, dentre eles o da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Nos dois acordos, as empresas revelaram e se comprometeram a revelar fatos ilícitos apurados em investigação interna, praticados na Petrobras e em outras esferas de poder, envolvendo agentes políticos de governos federal, estaduais, municipais e estrangeiros. Tais ilícitos, no âmbito do grupo Odebrecht, eram realizados com o apoio do setor de operações estruturadas, que teve suas atividades denunciadas pela operação Lava Jato.
Além da revelação dos fatos, objetivo central da leniência, os acordos permitem a preservação das empresas e a continuidade de suas atividades, inclusive para gerar valores necessários à reparação dos ilícitos. Além disso, os acordos estabelecem mecanismos destinados a assegurar a adequação e a efetividade das práticas de integridade das empresas, prevenindo a ocorrência de novos ilícitos e privilegiando em grau máximo a ética e a transparência na condução de seus negócios.
As empresas forneceram ao MPF informações e documentos relacionados às práticas ilícitas mencionadas nos acordos de que participaram ou têm conhecimento, assim como se comprometeram a fornecer dados complementares que venham à tona em investigações internas. A cooperação das empresas com as investigações em curso foi essencial para revelar os ilícitos praticados por empresas, agentes públicos e políticos no âmbito interno e internacional.[21: MPF Firma acordos de leniência com Odebrecht e Braskem. Disponível em: < http://www.mpf.mp.br/pr/sala-de-imprensa/noticias-pr/mpf-firma-acordos-de-leniencia-com-odebrecht-e-braskem. Acesso em: 25/09/2017]
Ao mesmo tempo em que se comprometeram a cessar completamente o envolvimento nos fatos ilícitos que revelaram, as empresas concordaram em tomar medidas especiais a fim de evitar a repetição de condutas similares no futuro. Assim, tais empresas vêm implementando programas de integridade “compliance” e terão a obrigação de aprimorá-los nos termos dos artigos 41 e 42 do Decreto 8.420/2015, em atenção às melhores práticas, e a implantar ações, medidas e iniciativas adicionais de ética, integridade e transparência. Além disso, de maneira inédita em acordos de leniência no Brasil, as empresas do grupo Odebrecht e Braskem concordaram em se sujeitar a monitoramento independente pelo prazo médio de dois anos, que será realizado por profissionais especializados, às custas da empresa e sob supervisão do MPF.
Esses compromissos são parte de acordo global firmado pelas empresas concomitantemente com autoridades brasileiras, suíçase estadunidenses. Embora o valor central dos acordos de leniência repouse na obtenção de informações e documentos sobre práticas ilícitas, aspecto em que a colaboração das empresas é de extraordinária relevância pública, as empresas também se obrigaram ao pagamento de substanciais quantias em dinheiro às vítimas e aos cofres públicos brasileiros. A Braskem se comprometeu a pagar valor equivalente, na data de assinatura do acordo, a R$ 3.131.434.851,37. Desse montante, aproximadamente R$ 2,3 bilhões serão devidos ao Brasil, para fins de ressarcimento das vítimas. Já a Odebrecht se obrigou a pagar o equivalente a R$ 3.828.000.000,00, dos quais aproximadamente R$ 3 bilhões também serão destinados ao Brasil, para ressarcir vítimas.
Os valores serão pagos conforme os cronogramas estabelecidos nos acordos, com atualização que pode elevar o montante final pago às autoridades brasileiras. Exemplificando, a “somatória das parcelas do valor global do acordo firmado pela Odebrecht, após a aplicação de estimativa de projeção de variação da Selic, resulta, ao final, no valor estimado de R$ 8.512.000.000,00, o que corresponde a aproximadamente US$ 2,5 bilhões”.
Juntos, os valores pagos pela Odebrecht e pela Braskem tornam esse o maior acordo feito em um caso de corrupção, em termos monetários, na história mundial.
Os acordos de leniência e de colaboração premiada firmados ao longo dos dois últimos anos pela força-tarefa da operação Lava Jato foram essenciais para a expansão das investigações e o desvelamento do maior esquema de corrupção já investigado no Brasil. Possibilitaram ainda o ressarcimento de prejuízos causados aos cofres públicos em cifras recordes, que se encontram dentre as maiores em acordos da espécie no mundo. Segundo Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, “acordos como esses multiplicam a dimensão da Lava Jato. Embora seu principal objetivo seja apurar condutas ilícitas e expandir as investigações, a leniência permite também às empresas signatárias, que agora passam a atuar ao lado da lei, sanear os seus passivos e retomar a capacidade de investir, contribuindo para a preservação dos empregos e a retomada da atividade econômica”.[22: MPF Firma acordos de leniência com Odebrecht e Braskem. Disponível em: < http://www.mpf.mp.br/pr/sala-de-imprensa/noticias-pr/mpf-firma-acordos-de-leniencia-com-odebrecht-e-braskem. Acesso em: 25/09/2017]
O procurador Paulo Galvão esclarece que os “compromissos assumidos com o MPF contribuem para inaugurar uma nova cultura de negócios no setor de infraestrutura e uma nova forma de relação entre o setor privado e o setor público, melhor protegida da atuação maléfica dos carteis e da corrupção”. “Aproveita-se o protagonismo das empresas lenientes para que sirvam como catalizadoras da renovação das práticas e aumento da competição nos mercados de atuação”, afirma Galvão. “Com o fortalecimento do mercado, empresas eficientes encontrarão melhores condições de se desenvolver e, por conseguinte, competir no mercado global”. O procurador regional da República Orlando Martello registra que as disposições legais nesse campo ainda possuem lacunas e que o “Congresso Nacional poderia contribuir para este esforço, fortalecendo os sistemas de compliance de empresas, aprovando normas que conduzam à responsabilização criminal de pessoas jurídicas por crimes de corrupção, formação de cartel e fraudes a licitações, tal como existe em diversos países”.[23: MPF Firma acordos de leniência com Odebrecht e Braskem. Disponível em: < http://www.mpf.mp.br/pr/sala-de-imprensa/noticias-pr/mpf-firma-acordos-de-leniencia-com-odebrecht-e-braskem. Acesso em: 25/09/2017]
Por fim, deve-se reconhecer que os acordos são fruto de um trabalho conjunto de investigação realizado pelo Ministério Público Federal suíço, pelo “Department of Justice e pela Securities and Exchange Comission” dos Estados Unidos e pelo Ministério Público Federal brasileiro, que atuou ao lado da Polícia e da Receita Federal, assim como da atividade firme e imparcial da Justiça. A Secretaria de Cooperação Internacional e a Secretaria de Pesquisa e Análise da Procuradoria-Geral da República emprestaram também seu importante apoio aos trabalhos. O combate à corrupção é um esforço global, o que torna extremamente importante a coordenação das atividades de repressão a crimes transnacionais, concretizando compromissos assumidos pelo Brasil em tratados e convenções internacionais, como a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção e a Convenção da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) contra a corrupção de funcionários públicos estrangeiros.
[24: MPF Firma acordos de leniência com Odebrecht e Braskem. Disponível em: < http://www.mpf.mp.br/pr/sala-de-imprensa/noticias-pr/mpf-firma-acordos-de-leniencia-com-odebrecht-e-braskem. Acesso em: 25/09/2017]
4 1985 O DOMÍNIO DA ODEBRECHT
A corrupção em nosso país remonta desde 1985, onde depoimentos da família Odebrecht os mesmos fizeram os presidentes da Republica desde a queda do governo militar, a falta de caráter da família Odebrecht é de vertiginosa, a falta de compromisso dos políticos, e a sede por poder, como vampiros sugando a republica, nos remetem a carta de Maquiavel:[25: CORREIO BRASILIENSE. Correio braziliense do dia 20/05/2017. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/capa-do-dia/2017/05/20/noticia-capa-do-dia,596503/confira-a-capa-do-jornal-correio-braziliense-do-dia-20-05-2017.shtml>. Acesso em: 20/05/2017.]
“[...] Um príncipe não deve, portanto, importar-se por ser considerado cruel se isso for necessário para manter os seus súditos unidos e com fé. Com raras exceções, um príncipe tido como cruel é mais piedoso do que os que por muita clemência deixam acontecer desordens que podem resultar em assassinatos e rapinagem, porque essas consequências prejudicam todo um povo, ao passo que as execuções que provêm desse príncipe ofendem apenas alguns indivíduos (MAQUIAVEL, NICOLAU, O Príncipe, 2002, p. 208.)”[26: MAQUIAVEL, NICOLAU, O Príncipe, 2002, p. 208]
5 LEI FEDERAL Nº. 2.848 DE 1940, CÓDIGO PENAL BRASILEIRO.
Corrupção passiva
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumí-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de um a oito anos, e multa, de três contos a quinze contos de réis.
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, de quatrocentos mil réis a dois contos de réis.
Corrupção ativa
Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena - reclusão, de um a oito anos, e multa, de um conto a quinze contos de réis.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
CONSTITUCIONAL. PENAL. PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO A RECURSO PRÓPRIO. OPERAÇÃO "LAVA-JATO". PACIENTE PRESO PREVENTIVAMENTE E DEPOIS DENUNCIADO POR INFRAÇÃO AO ART. 2º, § 4º, INCS. II, III, IV E V, C/C O ART. 1º, § 1º, DA LEI N. 12.850/2013, E AO ART. 333, CAPUT (POR VINTE VEZES), NA FORMA DO ART. 69, AMBOS DO CÓDIGO PENAL. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 01.
Prescreve a Constituição da República que "conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder" (art. 5º, inc. LXVIII). O Código de Processo Penal impõe aos juízes e aos tribunais que expeçam, "de ofício, ordem de habeas corpus, quando,no curso de processo, verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal" (art. 654, § 2º). Desses preceptivos infere-se que, no habeas corpus, ainda que substitutivo do recurso expressamente previsto para o caso, devem ser conhecidas quaisquer questões de fato e de direito relacionadas a constrangimento ou ameaça de constrangimento à liberdade individual de locomoção. Por isso, impõe seja ele processado para aferição da existência de "ilegalidade ou abuso de poder" no ato judicial impugnado (STF, HC 121.537, Rel. Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma; HC 111.670, Rel. Ministra Cármen Lúcia, Segunda Turma; STJ, HC 227.152, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma; HC 275.352, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma). 02. Ao princípio constitucional que garante o direito à liberdade de locomoção (CR, art. 5º, LXI) se contrapõe o princípio que assegura a todos o direito à segurança (art. 5º, caput), do qual decorre, como corolário lógico, a obrigação do Estado com a "preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio" (art. 144). Presentes os requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, a prisão preventiva não viola o princípio da presunção de inocência (CR, art. 37). Poderá ser decretada para garantia da ordem pública - que é a "hipótese de interpretação mais ampla e flexível na avaliação da necessidade da prisão preventiva. Entende-se pela expressão a indispensabilidade de se manter a ordem na sociedade, que, como regra, é abalada pela prática de um delito. Se este for grave, de particular repercussão, com reflexos negativos e traumáticos na vida de muitos, propiciando àqueles que tomam conhecimento da sua realização um forte sentimento de impunidade e de insegurança, cabe ao Judiciário determinar o recolhimento do agente" (Guilherme de Souza Nucci). Conforme Frederico Marques, "desde que a permanência do réu, livre ou solto, possa dar motivo a novos crimes, ou cause repercussão danosa e prejudicial ao meio social, cabe ao juiz decretar a prisão preventiva como garantia da ordem pública". Esta Corte (RHC n. 51.072, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado em 23/10/2014) e o Supremo Tribunal Federal têm proclamado que "a necessidade de se interromper ou diminuir a atuação de integrantes de organização criminosa enquadra-se no conceito de garantia da ordem pública, constituindo fundamentação cautelar idônea e suficiente para a prisão preventiva" (STF, HC n. 95.024, Rel. Ministra Cármen Lúcia, Primeira Turma, julgado em 14/10/2008; RHC n. 106.697, Rel. Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, julgado em 03/04/2012). 03. Havendo fortes indícios da participação do investigado em "organização criminosa" (Lei n. 12.850/2013) constituída com o objetivo de fraudar licitações, fraudes que resultaram em vultosos prejuízos materiais ao patrimônio público e, na mesma proporção, em enriquecimento ilícito daqueles que a integram e de terceiros, e em grave VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (CR, art. 37) e comprometimento dos valores morais da sociedade, impõe-se a confirmação da decisão decretatória da sua prisão preventiva como garantia da ordem pública. E não se presta o habeas corpus para o "exame da veracidade do suporte probatório que embasou o decreto de prisão preventiva. Isso porque, além de demandar o reexame de fatos, é suficiente para o juízo cautelar a verossimilhança das alegações, e não o juízo de certeza, próprio da sentença condenatória" (STF, RHC 123.812, Rel. Ministro Teori Zavascki, Segunda Turma, julgado em 23/09/2014). 04. Não há como substituir a prisão preventiva por outras medidas cautelares (CPP, art. 319) "quando a segregação encontra-se justificada na periculosidade social do denunciado, dada a probabilidade efetiva de continuidade no cometimento da grave infração denunciada" (STJ, RHC 50.924/SP, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 07/10/2014; HC 282.509/SP, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 22/11/2013) 05. Habeas corpus não provido.[27: CONSTITUCIONAL. PENAL. PROCESSO PENAL. Habeas corpus impetrado em substituição a recurso próprio. Operação "lava-jato". Paciente preso preventivamente e depois denunciado por infração ao art. 2º, § 4º, incs. II, III, IV E V, C/C O ART. 1º, § 1º, DA LEI N. 12.850/2013, e ao art. 333, caput (por vinte vezes), na forma do art. 69, ambos do código penal. Habeas corpus não conhecido.]
O Art. 5º, LVII CF/88 ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; o Art. 283.  CPP Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.
O v. acordão não fere somente o dispositivo de Lei Federal, mas a própria Constituição Federal, atropelando assim o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório. Impedindo o réu de responder em liberdade após a condenação em 2º instância.
5.1 Da prisão em segunda instância
O Brasil em 1992, incorporou o Decreto nº 678 ao direito positivo nacional signatário do PACTO de SAN ROSE DA COSTA RICA, de 22 de novembro de 1969, que em seu art. 08, inciso 2, alínea h, determina que direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.
A Constituição Federal do Brasil de 1988 em seu art. 5º, inciso LV aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Portanto, o Brasil, tem 4 níveis de esfera recursal, para a revisão de sentença, com o objetivo de corrigir o erro humano de seus Magistrados, Desembargadores e Ministros, em suas esferas do Juízo singular ao Tribunal, do Tribunal ao STJ e do mesmo ao STF. 
Todavia em 2016, surgiu a figura da prisão em 2º instancia, como prefigura o HC em epigrafe, sendo recepcionado como flagrante afronta pela advocacia nacional a constituição em seu art. 5º, inciso LVII ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, todavia, considerado totalmente constitucional pela suprema corte.
O direito ao recurso e ao duplo grau de jurisdição é garantia fundamental apenas no direito processual penal, em razão de tutelar um princípio maior, qual seja, a liberdade do indivíduo, não podendo ser considerado direito fundamental no âmbito trabalhista ou processual civil.
Vejamos o que assevera Ingo Sarlet:
Na esfera criminal, a questão assume relevo especialmente nos casos de penas privativas da liberdade. Aqui, poder-se-ia seriamente duvidar da constitucionalidade de uma supressão, ou mesmo de uma restrição substancial, ainda que não em todos os casos, do acesso ao duplo grau de jurisdição ou do direito de recurso para uma instância superior, principalmente por estarem sendo tangenciados direitos fundamentais (a liberdade, por exemplo) e valores inerentes ao princípio maior da dignidade humana. [28: SARLET, INGO WOLFGANG. Valor de alçada e limitação do acesso ao duplo grau de jurisdição: problematização em nível constitucional, à luz de um conceito material de direitos fundamentais. Revista Jurídica, Porto Alegre, n. 66, p. 85-129 apud TESHEINER, José Maria. Disponível em: http://www.tex.pro.br/wwwroot/06de2005/constituicaoerestricoesaoduplograudejurisdicaolicaodeingowsarlet.html. Acesso em: 20 de agosto de 2017.]
Passado um ano da prisão em segunda instancia vigorando, e com o número de empresários, políticos presos, o STF agora em 2017 na pessoa dos eminentes ministros Ricardo Lewandowisk e Marco Aurélio Mello já pensam em revisar a legalidade da prisão em segunda instancia antes do transito em julgado de sentença penal condenatória.
Com a revogação do acordo de colaboração premiada dos irmãos Joesley e Wesley, e a descoberta de participação massiva do ex-procurador MPF Marcelo Miller, braço direito do então PGR RogrigoJanot, que participara na formação do acordo de delação premiada homologado pelo STF em maio de 2017, o cenário jurídico e politico brasileiro começou a tomar diferentes rumos, e os motivos são os mais diversos tais como o julgamento em 2º instancia do ex-presidente LULA no TRF 4, condenado na operação lava jato, e as denuncias contra o atual presidente Michel Temer e diga-se a segunda as 17:45 do dia 14/07 quinta feira já nos últimos dias de findar o mandato de Rodrigo Janot na PGR.
As desgravações obtidas pela Policia Federal, das conversas de Saud com Joesley Batista não somente torna pública os desejos libidinosos do empresário mas cita os nomes dos ministros do STF, Carmem Lúcia, Ricardo Lewandowisk e Gilmar Mendes, assim como a alcunha intima referida a Rodrigo Janot de “Pepela”, tudo isso foi suficiente para pedir a prisão preventiva dos empresários e cancelar o acordo de colaboração premiada dos mesmos, determinando que as provas obtidas com os acordos permanecem hígidas no processo.
De maio a setembro de 2017 os irmãos Wesley e Joesley donos da holding J&F movimentaram mais de 11 bilhões e 800 milhões de reais, com a manipulação da bolsa de valores e compra de dólares, o ganho é infinitamente maior do que a multa que irão pagar em 10 anos parcelados mensalmente pelo acordo de leniência da JBS, agora em outubro os mesmos estão presos e estão tentando outro acordo de leniência com o objetivo de conseguir novos empréstimos junto ao BNDS.
5.2 Das prisões e da repatriação de valores.
Após três anos de operação lava-jato, em sua primeira fase, a mesma já se encontra na sua trigésima oitava fase, com 83 pedidos de inquéritos, apresentados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar políticos supostamente envolvidos com crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Atualmente, 23 pessoas permanecem detidas em presídios. Entre elas, estão o deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antônio Palocci (PT-SP), Gim Argelo ex-senador ( PTB-DF),
Há, ainda, outras 24 pessoas que deixaram a cadeia mas que continuam monitoradas por meio de tornozeleira eletrônica. Entre elas, há investigados mantidos em prisão domiciliar.
Nestes 3 anos de operação são mais de 198 prisões, 127 acordos de delação homologados pelo STF, 328 pessoas denunciadas, 89 condenações pelo juiz federal Sergio Moro, 5 parlamentares réus no STF 3 senadores e 2 deputados federais.
Fatos novos, nos últimos dias e mais precisamente no dia 26 de setembro o TRF 4 absolveu o ex tesoureiro do (PT-SP) Joao Vacari Neto, por insuficiência de provas, condenado pelo juiz Sergio Moro, no mesmo dia exasperou a pena de Jose Dirceu ex Ministro da Casa civil do governo Lula, (PT-SP) o mesmo cumpria sentença em regime fechado entre 2015 e 2017 onde recebeu o benéfico de cumprir a sentença em casa usando tornozeleira eletrônica, o mesmo teve sua pena aumentada para 30 anos e nove meses, aguarda-se a volta ao regime fechado.
Depois de 01 ano preso em Curitiba PR, condenado a 12 anos de prisão o médico Antônio Palocci, (ex-PT-SP) ex-ministro da saúde decidiu fechar acordo de delação premiada, onde confirma algumas acusações sobre o ex presidente Lula.[29: GLOBO POLITICA. Operação lava jato. Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/lava-jato-completa-3-anos-e-soma-198-prisoes-5-politicos-se-tornaram-reus-no-stf.> Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
O depoimento do ex-petista na quarta-feira, em inquérito que apura a compra de um imóvel pela Odebrecht para o Instituto Lula, foi um sinal do que deve vir em sua delação. Palocci, pela primeira vez, confirmou a participação direta de Lula nas negociações para um "pacote de propina" a ser pago pela Odebrecht em troca de manter uma boa relação no governo Dilma.
Entre os benefícios estavam, segundo Palocci, a doação do imóvel para o Instituto Lula, a compra do sítio de Atibaia e uma conta de 300 milhões de reais em propinas para serem usadas pelo partido.
A delação de Palocci é uma das mais temidas dos últimos meses. Além da cúpula do governo, o receio é a prometida intenção do ex-ministro de detalhar informações que atingem o setor financeiro
[30: GLOBO POLITICA. Operação lava jato. Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/lava-jato-completa-3-anos-e-soma-198-prisoes-5-politicos-se-tornaram-reus-no-stf.> Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
5.3 Valores recuperados
De acordo com o Ministério Público, entre multas a empresas e pessoas investigadas, indenizações e recursos que eram mantidos no exterior, foram recuperados ou estão em fase de recuperação R$ 10,1 bilhões.
Além desse valor, atualmente encontram-se bloqueados por determinação judicial mais de R$ 3,2 bilhões em bens de pessoas investigadas.
O MPF, porém, pediu, desde o início das investigações, o ressarcimento aos cofres públicos de R$ 38,1 bilhões.
Um dos instrumentos utilizados para a recuperação de recursos desviados no esquema foram os acordos de delação premiada e acordos de leniência.[31: GLOBO POLITICA. Operação lava jato. Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/lava-jato-completa-3-anos-e-soma-198-prisoes-5-politicos-se-tornaram-reus-no-stf.> Acesso em: 28 de agosto de 2017.]
Anexo A: Jornal Brasil, esquema de corrupção. [32: JORNAL DO BRASIL Jornal do Brasil do dia 22/03/2017. Disponível em:< http://www.jb.com.br/opiniao/noticias/2017/03/22/os-corruptores-sao-os-mesmos> Acesso em: 22/03/2017.]
O Jornal do Brasil datado de 02 de dezembro de 1993, vem com letras garrafais traz a manchete com o titulo ”CPI desvenda esquema de corrupção envolvendo empreiteiras e políticos”, relata o escândalo da CPI do Orçamento, onde o principal investigado era o diretor da empresa Norberto Odebrecht, e políticos do auto escalão da Republica Jarbas Passarinho, como o Senador Jose Paulo Bisol e Odair Klein, vemos que o crime de corrupção passiva e ativa envolvendo o empresariado brasileiro e políticos atravessa décadas, e por não haver uma solida penalidade, a pratica torna-se reiterada.
[33: JORNAL DO BRASIL Jornal do Brasil do dia 22/03/2017. Disponível em:< http://www.jb.com.br/opiniao/noticias/2017/03/22/os-corruptores-sao-os-mesmos> Acesso em: 22/03/2017.]
Anexo B: Correio Braziliense.[34: CORREIO BRASILIENSE. Correio braziliense do dia 20/05/2017. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/capa-do-dia/2017/05/20/noticia-capa-do-dia,596503/confira-a-capa-do-jornal-correio-braziliense-do-dia-20-05-2017.shtml>. Acesso em: 20/05/2017.]
O Jornal Correio Braziliense de 20 de maio de 2017, em letras garrafais traz a manchete “Corrompem, delatam e vão para Nova York” aduzem aos empresários e irmãos Joesley e Wesley Batista, que faturaram mais de R$ 1 bilhão, em operações fraudulentas do grupo J&F, com os governos Lula, Dilma e Temer.[35: CORREIO BRASILIENSE. Correio braziliense do dia 20/05/2017. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/capa-do-dia/2017/05/20/noticia-capa-do-dia,596503/confira-a-capa-do-jornal-correio-braziliense-do-dia-20-05-2017.shtml>. Acesso em: 20/05/2017]
A falta de uma punibilidade mais severa aos corruptores e corruptos e por se beneficiarem da Lei de acordo de Leniência e da Colaboração Premiada e pelos próprios históricos como já vimos acima, induzem na pratica e plena certeza, que sua reincidência, não os trará nenhuma punibilidade, e por mais que se fale em multas ou penalidades de cunho pecuniário, os mesmos já os recuperaram com suas transações ilícitas, de especulação financeira como foi o caso da JBS, em que no dia anterior a delação premiada vir a público, os mesmos fizeram compras de dólares em alta monta. 
A CVM Comissão de Valores Mobiliários, já investiga o assunto O órgão estima, segundo o Valor Econômico, que o lucro do JBS com as operações nos mercadosde câmbio e bolsa nas últimas semanas pode ter alcançado 700 milhões de reais. A CVM está trabalhando em conjunto com o MPF Ministério Público Federal no caso de suspeita de uso de informação privilegiada envolvendo o grupo.[36: CARTA CAPITAL. Jbs lucrou com delação de joesley? entenda o que aconteceu no mercadoDisponível em: www.cartacapital.com.br/economia/jbs-lucrou-com-delacao-de-joesley-entenda-o-que-aconteceu-no-mercado Acesso em: 22/05/2017]
Em todos os acordos firmados entre empresários e MPF o relato é o mesmo, nós os empresários não solicitamos ou oferecemos propinas a nenhum agente público, ao contrario, eles é que nos procuraram e solicitaram, que nós fizéssemos algumas colaborações, como doações para campanhas e para compra de deputados pelo executivo, para aprovação de projetos.
O órgão usado em ênfase fora a Petrobras e o BNDS Banco Nacional Desenvolvimento Social.
Na verdade o que precisa ser feito para barrar a pratica reiterada é a modificação na lei. Com isso teríamos um judiciário forte, uma sociedade mais igual e suprida com os recursos, que não são escassos, a prova esta ai na monta que fora apropriada, porem desviados de seus propostos aprovados e tendo aplicação diversa pelos agentes administrativos.
CONCLUSÃO
Todo o esforço empreendido pelas autoridades, Policia Federal, Procuradores Federais, Juízes Federais, PGR, CGU, o próprio STF e alguns empresários, no intuito de dizimar, estancar, acabar com a corrupção dentro do Brasil, resta não eficaz e por que, o empresariado brasileiro vem com a pratica desde meados de 1985, fim do governo ditatorial, e com a volta do regime democrático de direito, a pratica de corrupção dos agentes públicos, tornou-se evidente, com a declaração de Norberto Odebrecht, que o mesmo havia feito todos os presidentes da república desde 1985.
Neste entendimento vemos notoriamente a ineficácia em sua totalidade no quesito impunidade de alguns empresários, como é o caso dos empresários Joesley e Wesley Batista da JBS, maior produtora de proteína animal, onde em acordo de colaboração premiada, obterão o benefício totalmente isentos da pena, e mais a não utilização de tornozeleiras eletrônicas, assim como a liberação de passaportes e viagem no dia seguinte para New York, o que causa total discrepância com outros investigados como é o caso de Marcelo Odebrecht preso desde junho de 2015 e terá que cumprir 5 anos de seu acordo.
Agora em setembro tivemos um novo capitulo da delação premiada dos irmãos da JBS, em desgravação das conversas dos empresários pela Policia Federal, surgiram novos indícios e provas contra os irmãos e que incriminavam o ex-procurador Marcelo Miller MPF, por ter participado do acordo, surgiram duvidas sobre a total isenção de Rodrigo Janot na constituição do acordo, homologado pelo STF, o que levou ao cancelamento do acordo de delação premiada e a prisão dos empresários e o cancelamento da OAB de Marcelo Miller.
Todavia admite-se que as provas obtidas com o acordo de delação premiada são hígidas e não serão desentranhadas do processo. 
Com todos os recursos recuperados, em operação de repatriação, esta distante de se estancar a sangria da corrupção no Brasil, e por assim fazer, vemos por um lado a luta e vontade de alguns agentes públicos, lutarem pela transparência e administração dos recursos públicos, mas por outro lado a justiça em sua segunda instancia, anulando ou ordenando a revisão das sentenças, como foi o caso Jose Dirceu e Joao Vacari Neto ambos do PT-SP. 
Desta forma por mais bela, rica e próspera que seja nossa nação esta longe de termos, uma gestão digna e limpa, que prese pela sociedade e o pluribus unum, e o verdadeiro sentido da república a administração da res pública, a aplicação de leis e sentenças que realmente, não só punam, mas que realmente eduque a alta classe politica e empresarial desta nação.
BIBLIOGRAFIA
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CARTA CAPITAL. Disponível em: www.cartacapital.com.br/economia/jbs-lucrou-com-delacao-de-joesley-entenda-o-que-aconteceu-no-mercado Acesso em: 22/05/2017
CONSTITUCIONAL. PENAL. PROCESSO PENAL. Habeas corpus impetrado em substituição a recurso próprio. Operação "lava-jato". Paciente preso preventivamente e depois denunciado por infração ao art. 2º, § 4º, incs. II, III, IV E V, C/C O ART. 1º, § 1º, DA LEI N. 12.850/2013, e ao art. 333, caput (por vinte vezes), na forma do art. 69, ambos do código penal. Habeas corpus não conhecido
CORREIO BRASILIENSE. Correio braziliense do dia 20/05/2017. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/capa-do-dia/2017/05/20/noticia-capa-do-dia,596503/confira-a-capa-do-jornal-correio-braziliense-do-dia-20-05-2017.shtml>. Acesso em: 20/05/2017
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FRANCISCO YUKIO HAYASHI, advogado criminalista, sócio-fundador do Costa Ferreira & Hayashi Advocacia e Consultoria.
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