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LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA II

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IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro 
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Sumário 
LINGUAGEM ....................................................................................................................................... 5 
LINGUAGEM NÃO VERBAL ................................................................................................................. 5 
LINGUAGEM VERBAL ......................................................................................................................... 5 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................................................................. 5 
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO ....................................................................................................... 6 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................................................................. 6 
EXPRESSÃO ORAL ............................................................................................................................... 8 
DICÇÃO ............................................................................................................................................... 8 
ERROS MAIS COMUNS ....................................................................................................................... 9 
VÍCIOS................................................................................................................................................. 9 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO .............................................................................................................. 11 
FRASE ............................................................................................................................................... 11 
ORAÇÃO ........................................................................................................................................... 11 
PERÍODO .......................................................................................................................................... 12 
Parágrafo Narrativo ......................................................................................................................... 12 
Parágrafo Descritivo ......................................................................................................................... 13 
CONCEITO DE LITERATURA ............................................................................................................... 13 
LINGUAGEM LITERÁRIA .................................................................................................................... 14 
DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO ............................................................................................................ 16 
GÊNEROS LITERÁRIOS & FORMAS LITERÁRIAS ................................................................................. 17 
GÊNEROS LITERÁRIOS ...................................................................................................................... 18 
Gênero Dramático............................................................................................................................ 18 
Modalidades Dramáticas: ................................................................................................................ 19 
Gênero Narrativo ............................................................................................................................. 19 
Narrativa em versos = Poema Épico (Epopeia) ................................................................................ 19 
Elementos da Narrativa: .................................................................................................................. 20 
RELAÇÕES ENTRE TEXTOS: INTERTEXTUALIDADE ............................................................................. 22 
Tipos de Intertextualidade ............................................................................................................... 24 
FIGURAS DE LINGUAGEM ................................................................................................................. 26 
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Figuras de Som ................................................................................................................................. 27 
LITERATURA E HISTÓRIA DA LITERATURA ......................................................................................... 30 
O QUINHENTISMO ........................................................................................................................... 30 
BARROCO - SÉCULO XVII .................................................................................................................. 31 
Obra Principal: Sermões................................................................................................................... 32 
ARCADISMO (NEOCLASSICISMO) – Século XVIII .............................................................................. 32 
Autores do Arcadismo Brasileiro: .................................................................................................... 34 
POESIA LÍRICA .............................................................................................................................. 34 
POESIA ÉPICA: .............................................................................................................................. 34 
ROMANTISMO – SÉCULO XIX ........................................................................................................... 35 
CARACTERÍSTICAS: ....................................................................................................................... 35 
O ROMANTISMO NO BRASIL ............................................................................................................ 36 
1ª Geração : Nacionalista ............................................................................................................. 36 
2ª Geração: Mal do Século........................................................................................................... 36 
A PROSA ROMÂNTICA ...................................................................................................................... 37 
AUTORES: ......................................................................................................................................... 38 
REALISMO .................................................................................................................................... 39 
Ideias científico-filosóficas: .............................................................................................................. 40 
CARACTERÍSTICAS DO REALISMO: ................................................................................................... 41 
NATURALISMO .............................................................................................................................41 
CARACTERÍSTICAS DO NATURALISMO: ............................................................................................ 42 
PARNASIANISMO ......................................................................................................................... 42 
CARACTERÍSTICAS: ........................................................................................................................... 43 
SIMBOLISMO ................................................................................................................................ 43 
CARACTERÍSTICAS: ........................................................................................................................... 44 
PRÉ-MODERNISMO ...................................................................................................................... 44 
CARACTERÍSTICAS: ........................................................................................................................... 45 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................... 46 
 
 
 
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LINGUAGEM 
 
 
O termo linguagem durante muito tempo, pensou-se que ela era uma invenção 
cultural, o que diferenciava o homem dos outros animais. Mesmo sendo considerado 
ainda um diferencial entre homens e animais a linguagem não é exatamente um produto 
da cultura, é uma habilidade que desenvolvemos por instintos. Mesmo sem instrução 
formal ou esforço consciente, ainda bebês aprendemos a falar. Com o passar do tempo, 
essa habilidade vai se desenvolvendo e, sem percebermos, logo passamos da produção 
de palavras soltas à produção de textos cada vez mais complexos. 
 
Nosso universo social é repleto de símbolos. São placas, textos, objetos, gestos, 
imagens, etc. É por meio da linguagem que conseguimos relacionar esses símbolos para 
interagir com nossos semelhantes, refletir sobre a realidade, transmitir valores, 
conhecimento... Enfim, relacionando símbolos, produzimos sentido. 
 
A linguagem se divide em não verbal e verbal. 
 
LINGUAGEM NÃO VERBAL 
 
Utiliza imagens para realizar a comunicação. 
 
 
Exemplos: sinais de trânsito, placas de sinalização, gestos, etc. Observe que uma placa 
de transito comunica algo mesmo sem utilizar palavras. Assim, essa placa de trânsito é 
um exemplo de texto não verbal. 
LINGUAGEM VERBAL 
 
Comunica por meio de palavras escritas ou faladas. 
 
 
Exemplos: uma carta, um relatório, uma conversa pelo telefone, etc. Nesse exemplo, 
mesmo sendo uma placa de trânsito, observamos o uso da linguagem verbal. A 
informação foi passada por meio de palavras. 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se necessário o 
estudo dos elementos da comunicação. 
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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO: 
 
Emissor - emite, codifica a mensagem; Receptor - recebe, decodifica a mensagem; 
Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor; 
Código - conjunto de signos usados na transmissão e recepção da mensagem; 
 
 
Referente - contexto relacionado a emissor e receptor; 
 
 
Canal - meio pelo qual circula a mensagem; 
 
 
Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem 
influência sobre a comunicação. 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
 Função emotiva (ou expressiva) 
 
Centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a 1ª 
pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, 
poesias líricas e cartas de amor. 
 
 Função referencial (ou denotativa) 
 
Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da 
realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. Linguagem 
usada nas notícias de jornal e livros científicos. 
 
 Função apelativa (ou conativa) 
 
 
Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do 
receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome 
da pessoa, além dos vocativos e imperativos. Usada nos discursos, sermões e 
propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. 
 
 Função fática 
 
Centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o 
receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações e 
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similares. 
 
 Função poética 
 
Centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. 
Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas 
combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, 
em algumas propagandas etc. 
 
 Função metalinguística 
 
Centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que 
fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. 
Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem. Obs.: Em um mesmo 
texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função 
predominante no texto, para então defini-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXPRESSÃO ORAL 
 
A Expressão Oral é uma das formas pelas quais se opera a transmissão de ideias, 
aliás, sendo a mais comum. É também a forma em que as pessoas mais erram em 
termos de eficiência da comunicação. Trata-se da mensagem falada. Podemos dividir a 
palavra falada, ou expressão oral, em alguns tópicos principais, os quais estudaremos 
com mais detalhes em seguida. 
DICÇÃO 
 
A dicção, que consiste na “maneira de dizer ou falar com a articulação e 
modulação corretas” é algo que deve receber especial dedicação por parte 
daqueles que desejam se expressar melhor, pois a dicção, quando alcançada pelo 
Orador, torna a sua expressão oral mais compreensível, e: 
 
a) Aumenta a eficiência da argumentação do orador (pelo simples fato de que ele será 
bem mais compreendido); 
 
b) Cansa menos a plateia; 
 
 
c) Melhora a imagem do orador perante seus ouvintes. 
 
No que diz respeito ao último item (“c”), não é preciso muito para explicá-lo, 
vez que há aqueles cuja dicção é tão deficiente que passam, muitas vezes, como 
despreparados, o que nem sempre corresponde à realidade, pois existem pessoas que, 
a despeito de muito cultas, possuem problemas terríveis de dicção. 
 
A questão é, enquanto cultura é algo que pode levar muito tempo para ser 
percebida (na convivência profissional, política etc.), a má dicção leva apenas alguns 
segundos. Ora, e o que os ouvintes associam a uma expressão oral má, em geral, é uma 
formação cultural deficiente ou inferioridade intelectual. 
 
Portanto, uma pessoa com má dicção terá, consequentemente, problemas no que 
respeita à sua argumentação, pois encontrará barreiras à persuasão da plateia a que se 
dirige. E isto se dá em razão de ter a sua autoridade diminuída em face da associação 
que, comodito acima, os ouvintes fazem entre o intelecto e a expressão oral. 
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ERROS MAIS COMUNS 
 
 
a) troca de “pr” por “p + vogal + r”. Ex.: precisa por “percisa”. 
 
 
b) omissão do “r” final ou vogal final. Ex.: Ao invés de vou buscar, usar “Vô buscá”. 
 
c) supressão de vogais internas: Ex.: leiteiro por “leitero”. 
 
 
d) erro de colocação de consoantes. Ex.: iogurte por “iorgute”. 
 
 
e) troca de consoantes. Ex.: Salsicha por “chalsicha” ou “chalchicha”. 
 
 
VÍCIOS 
 
Existem diversos vícios relativos ao vocabulário que, se não evitados, podem 
comprometer a mensagem do orador e, até, sua própria imagem. 
Dentre os principais há que destacar-se: 
 
 Uso de palavrão ou gíria 
 
Um dos mais tolos enganos que um orador pode cometer é imaginar que, ao 
usar gírias ou palavrões irá se aproximar, ganhar intimidade com seus ouvintes. Pelo 
contrário, a experiência demonstra que o uso de tal “recurso” apenas diminui o respeito 
e a credibilidade em relação ao orador. 
 
 Obscuridade 
 
 
Trata-se do uso inapropriado de termos (geralmente por não se saber o real 
significado da palavra empregada) ou má colocação das palavras. 
 
 Cacofonia 
 
 
Diz respeito à construção frasal de má sonoridade. 
 
 
Ex.: “..um por cada...”, “...na boca dela”, “...gosto da cor vinho”, “...da vez passada”. 
 
Vejamos um belo exemplo: “O Sr. Oscar Neiro irritou-se por ver na bocadela 
 
a cor vinho na vez passada”. 
 
 
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 Pleonasmo 
 
 
É a redundância dos termos. Ex.: “subir para cima”, “descer para baixo”. 
 
 
 Chavões 
 
O uso de chavões serve apenas como indicativo da falta de preparo do orador. É 
necessário evitá-los ao máximo. 
 
Ex.: “...o futebol é uma caixinha de surpresas...” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor 
quando ele escreve seu texto. É antes inferir. Se eu disser: “Levei minha filha caçula ao 
parque.”, pode-se inferir que tenho mais de uma filha. Ou seja, inferir é retirar 
informações implícitas e explícitas do texto. Há de se tomar cuidado, entretanto, como 
o que chamamos de “conhecimento de mundo”, que nada mais é do que aquilo 
que todos carregamos conosco, fruto do que aprendemos na escola, com os amigos, 
vendo televisão, enfim, vivendo. Isso porque, muitas vezes, uma questão leva o candidato 
a responder não o que está no texto, mas exatamente aquilo em que ele acredita. 
 
Contudo não basta retirar informações de um texto para responder corretamente 
as questões ou entendimento do texto. É necessário saber de onde tirá-las. Para tanto, 
temos que ter conhecimento da estrutura textual e por 
quais processos se passa um texto até seu formato final de dissertação, narração ou 
descrição. 
 
Tudo o que dizemos ou escrevemos em uma situação comunicativa é chamado de 
enunciado. Na fala, os enunciados são delimitados pela entonação e, na escrita, pela 
pontuação. Podemos identificar três tipos de enunciados a frase, a oração e o período. 
FRASE 
 
O enunciado “Você de novo!” está repleto de sentido, por isso é chamado de 
frase. Para construir uma frase, o enunciado não precisa ser extenso. Desde que tenha 
sentido completo em um contexto específico, uma simples palavra pode funcionar como 
frase. Assim, as frases podem apresentar verbo ou não. 
ORAÇÃO 
 
Chama-se oração o enunciado construído necessariamente com um ou mais 
verbos. 
 
Veja alguns exemplos: 
 
 
Fiquem parados! 
 
 
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Estamos esperando a hora do almoço. 
 
PERÍODO 
 
Período é um enunciado construído de uma ou mais orações. Se o período 
apresenta apenas uma oração, é chamado simples. O período é composto quando é 
formado por mais de uma oração. 
 
Exemplo:Chegamos / todavia estava muito cedo. 
 
 
PARÁGRAFO 
 
Os períodos se organizam em parágrafos. Mas, diferente do período, o parágrafo 
não é uma organização essencialmente sintática. Ele tem uma função estética e também 
estrutural. 
 
O parágrafo é identificado no texto pelo seu início afastado da margem do papel, 
o que facilita tanto ao escritor como ao leitor, percebê-lo de forma isolada para que de 
modo analítico, capte as ideias principais do texto e posteriormente, sintetizá-las 
compreendendo então o texto num todo. Ele avisa o leitor de que está começando 
outro bloco de ideias, relacionado com o anterior e o posterior, se houver. 
 
O parágrafo é recurso visual, pois o nosso pensamento não é organizado na forma 
de parágrafos. Mas na hora de redigir, precisamos organizá-lo numa linguagem comum a 
nós e ao nosso leitor. 
Parágrafo Narrativo 
 
 
O parágrafo narrativo deve transmitir fielmente a intenção da narração. Ele tem 
como matéria o fato, ou seja, qualquer acontecimento de que o homem participe direta 
ou indiretamente. O relato de um episódio é composto por elementos como, enredo, 
personagens, ação, tempo, espaço, causa, consequência, foco narrativo, clímax e 
desfecho. Estes podem aparecer em sua totalidade ou parcialmente dentro de um 
parágrafo narrativo. 
 
É certo que todos os elementos nem sempre estarão contidos em um só parágrafo, 
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sendo assim presentes em outras unidades da narração, contudo há a possibilidade 
destes serem observados num mesmo parágrafo, devido à capacidade do autor e sua 
perícia na utilização dos recursos de linguagem a ele disponibilizados. 
 
O parágrafo narrativo tem como núcleo o incidente, o fato ocorrido, nele também, 
geralmente, não se tem o tópico frasal explicito, pois este está diluído implicitamente no 
ordenamento da narração. 
Parágrafo Descritivo 
 
É aquele que descreve o objeto, ser, paisagem ou até mesmo um sentimento. Tal 
descrição se dá pela apresentação das características predominantes e pelo 
detalhamento destas. É, portanto o objeto matéria da descrição. 
 
Uma descrição perfeitamente realizada, não se mostra pelas minúcias descritivas 
do objeto. A descrição deve apresentar o ângulo do qual será feita a descrição, não só o 
físico, mas também a atitude da observação. 
 
CONCEITO DE LITERATURA 
 
Em sentido estrito, literatura é uma manifestação artística assim como a pintura, a 
arquitetura, a escultura, a música, o teatro, etc. E já que a arte pode se revelar de 
múltiplas maneiras, podemos concluir que há entre essas expressões artísticas pontos 
em comum e pontos específicos e particulares. 
Dentre os pontos em comum, o principal é a própria essência da arte, ou seja, a 
possibilidade de o artista recriar a realidade, transformando-se, assim, em criador de 
mundos, de sonhos, de ilusões, de verdades. O artista tem, dessa forma, umpoder 
mágico em suas mãos: o de moldar a realidade segundo suas convicções, seus ideais, 
sua vivência. 
Dentre os pontos específicos de cada arte, os principais são a própria maneira de 
se expressar e a matéria–prima que vão caracterizar cada uma dessas manifestações 
artísticas. Quer dizer, cada tipo de arte faz uso de certos materiais. A pintura, por 
exemplo, trabalha com tinta, cores e formas; a música utiliza os sons e o ritmo; a dança , 
os movimentos; a arquitetura e a escultura fazem uso de formas e volumes. E a literatura, 
que material utiliza? De uma forma simplificada, pode-se dizer que literatura é a arte da 
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palavra. 
Neste sentido, todo texto literário é resultado da manipulação das palavras por 
parte do autor, com objetivo de obter determinados efeitos e, ainda, expressar uma 
concepção pessoal da realidade. A obra literária pode expressar uma realidade interior 
(psicológica, subjetiva) ou uma realidade exterior ao artista (física, natural). No texto 
literário, a forma é tão importante quanto o conteúdo. É na literatura que a função 
poética da linguagem manifesta-se mais claramente. O autor joga com palavras, ritmos, 
sons, imagens, recriando a realidade, assim como o leitor recria o texto que lê. A 
Literatura é um ato de comunicação. 
LINGUAGEM LITERÁRIA 
 
 
Se a literatura é a arte da palavra e esta é a unidade básica da língua, podemos 
dizer que a literatura, assim como a língua que utiliza, é um instrumento de comunicação 
e, por isso, cumpre o papel social de transmitir os conhecimentos e a cultura de uma 
comunidade. 
Mas como a palavra e a língua fazem parte da comunicação diária, que não tem 
finalidade artística, qual a diferença entre a palavra empregada na comunicação comum e 
a utilizada num texto literário? 
A literatura tem, pois, uma linguagem específica. Uma linguagem que lhe é própria 
e que não pode ser mudada sem perder seu encanto. Ela se diferencia das várias 
linguagens humanas por um complicado número de fa- tores, entre os quais o mais 
importante é a vontade de beleza formal que quase todos os escritores possuem. 
Esse desejo de perfeição formal (os aspectos específicos que a obra apresenta), 
esse sonho de transformar palavras banais em palavras sublimes, esse valor (o trabalho 
artístico das palavras) que é a tentativa de expressão mais eficaz e sedutora por parte de 
um poeta ou de um romancista sedimentam o ponto nuclear da literatura. Sem tal 
esforço, sua existência se 
torna problemática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Observe os textos abaixo: 
 
 
“A clorofila é o principal pigmento das plantas, com capacidade de reter a 
energia da luz. Essa energia luminosa é transformada em energia química, com a qual se 
tornam viáveis as reações que levam ao consumo, pela planta 
de CO2 e água, e à produção de glicose (matéria orgânica) e à liberação de O2 para a 
atmosfera. Distinguimos, pois, na fotossíntese, dois fenômenos importantes para os seres 
vivos: a constante purificação do ar atmosférico, dele retirando dióxido de carbono (CO2) 
e a ele devolvendo oxigênio livre (O2) para a respiração dos seres vivos; a produção da 
matéria-prima orgânica pra a nutrição dos seres.” (José Luís Soares) 
LUZ DO SOL (Caetano Veloso) Luz do sol 
Que a folha traga e traduz 
 
Em ver de novo 
 
Em folha, em graça 
 
Em vida, em força, em luz... 
 
Céu azul 
 
Que venha até onde os pés tocam a terra E a terra inspira e exala seus azuis... Reza, 
reza o rio 
Córrego pro rio Rio pro mar Reza correnteza Roça a beira 
A doura areia... 
 
Marcha um homem sobre o chão Leva no coração uma ferida acesa Dono do sim e do 
não 
Diante da visão da infinita beleza... Finda por ferir com a mão essa delicadeza A coisa 
mais querida 
A glória, da vida... 
 
 
Veja que, apesar da semelhança do conteúdo, os textos têm finalidades distintas e, 
portanto, fazem uso de linguagens específicas. Enquanto o primeiro faz uso da 
Linguagem Referencial, isto é, direta, clara, objetiva e imparcial 
visando esclarecer o processo de fotossíntese e sua importância para o ser humano, o 
segundo, utiliza a Linguagem Literária. Nesse caso, importa gerar efeito estético. Para 
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isso, o autor faz uso de significados não literais (sentido conotativo das palavras), explora 
os sons e os ritmos gerando um texto plurissignificativo e impregnado de sentimentos e 
emoções. 
 
DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO 
 
 
Na linguagem humana uma mesma palavra pode ter seu significado ampliado, 
remetendo-nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de sua 
colocação numa determinada frase. Observe os exemplos: 
• Ele está com a cara manchada. 
 
• “Deus me fez um cara fraco, desdentado de feio.” (Chico Buarque) 
 
• João quebrou a cara. 
 
No primeiro exemplo, a palavra cara significa “rosto”, a parte anterior da 
cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no segundo, a mesma palavra teve seu 
significado ampliado e, por uma série de associações, entendemos que significa 
“indivíduo”, “sujeito”, “pessoa”. Quanto ao terceiro exemplo, às vezes, uma mesma 
frase pode apresentar duas (ou mais) possibilidades de interpretação. No sentido literal, 
frio, impessoal, a frase significa que João, por um acidente qualquer, fraturou o rosto. 
Entretanto, podemos entendê-la num sentido figurado, como “João se saiu 
mal”, isto é, foi mal sucedido em algo que tentou fazer. 
Pelos exemplos acima, podemos perceber que uma mesma palavra pode 
apresentar variações em seu significado, ocorrendo, basicamente, duas possibilidades: 
• Denotação: sentido original, impessoal, independente do contexto, tal como aparece no 
dicionário. 
• Conotação: sentido alterado, figurado, passível de interpretações diferentes, 
dependendo do contexto em que é empregada. 
 
A linguagem literária explora o sentido conotativo das palavras, num contínuo 
trabalho de criar ou alterar o significado, já cristalizado, dessas mesmas palavras. Dessa 
forma, ao interpretar o sentido conotativo das palavras, o leitor transforma-se em leitor-
ativo, em tradutor, em co-autor do texto. Para tanto, é preciso estar atento ao contexto, 
que nos fornecerá indicações concretas para decifrar o jogo denotação/conotação. 
 
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GÊNEROS LITERÁRIOS & FORMAS LITERÁRIAS 
 
Formas Literárias 
 
 
As obras literárias são classificadas em vários grupos que correspondem à sua 
estrutura de composição e à forma como se apresentam, revelando a atitude do escritor 
perante a realidade artística que está criando. 
No que diz respeito à forma, a Literatura pode-se manifestar em prosa e verso. 
Observe os textos abaixo: 
“Escorraçada de toda parte, vivendo sempre esfomeada, tendo de subsistir sem 
morada certa, apunhalada aqui, estrangulada ali, não desejada em verdade a não ser 
por uns poucos e loucos humanistas e revolucionários através da história, é ridículo 
se representar a liberdade como uma mulher bela, um facho eternamente aceso namão, os traços finos, a fisionomia tranquila e altiva. A liberdade é um cachorro vira-lata.” 
(Millôr Fernandes) 
 
 
Prosa: linguagem contínua, não fragmentada, disposta em parágrafos. Crônicas, 
romances, reportagens, cartas, fábulas, dissertações, ... são 
exemplos de textos escritos em prosa. 
 
 
Cantiga pra não morrer 
 
Quando você for se embora, moça branca como a neve, me leve. 
Se acaso você não possa me carregar pela mão, 
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menina branca de neve, me leve no coração. 
(Ferreira Gullar) 
 
 
Verso: texto organizado em linhas descontínuas chamadas “versos” dispostos em 
estrofes; possui ritmo e, por vezes, rimas. A linguagem é subjetiva, expressando 
sentimentos. 
 
GÊNEROS LITERÁRIOS 
 
 
O termo “gênero” origina-se do latim genus, eris, que significa, origem, família e 
refere-se a um conjunto de características temáticas e formais intrínsecas às 
manifestações literárias. 
Aristóteles, filósofo grego, propôs a divisão dos textos literários em três grandes 
categorias: épico, lírico e dramático. Atualmente, os estudiosos optam por classificá-los 
em: narrativo, dramático e lírico, visto que não se prioriza mais o gênero épico. 
Importante lembrar que essa tripartição, perfeita e lógica em sua essência, 
contudo, pode tornar-se discutível e até errônea na prática, quando plicada rigidamente a 
determinadas obras. Em algumas obras, predominará um gênero sobre o outro, mas 
nunca haverá a expressão pura de um só gênero. 
 
Gênero Dramático 
 
Drama, em grego, significa “ação”. Segundo Aristóteles, o gênero dramático é 
aquele que imita a realidade por meio de personagens em ação, e não da narração. Por 
isso, em literatura, o termo drama identifica um texto destinado à representação. Nesse 
tipo de texto, as personagens vêm destacadas, suas falas ocorrem com a utilização de 
travessões e todas as ações vêm escritas entre parênteses. Uma obra dramática (ou 
peça teatral), no entanto, só adquire vida e revela a sua verdadeira natureza quando se 
materializa em uma encenação ou representação. Embora o texto seja vital, trata-se de 
uma criação híbrida que exige uma síntese de recursos diversos, 
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envolvendo atores, encenadores, cenário, música, coreografia, etc. Uma peça de teatro, 
antes de ser representada é como uma partitura musical antes de sua execução. 
Seus textos podem ser escritos em prosa e/ ou verso. As modalidades mais comuns do 
teatro são a tragédia, a comédia, a farsa e o auto. 
Modalidades Dramáticas: 
 
•Tragédia: é a representação de um fato trágico, compadecido, apto a suscitar 
compaixão e terror. Normalmente, personagens nobres, movidos por sentimentos 
intensos, enfrentam a ordem social, familiar ou divina e sofrem s consequências. 
•Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de 
riso fácil, em geral criticando os costumes. 
•Auto: espécie dramática medieval que se caracteriza pela presença de elementos 
religiosos. 
•Farsa: pequena peça teatral de caráter ridículo e caricatural, que critica a sociedade e 
seus costumes. 
Gênero Narrativo 
 
Pertencem ao gênero narrativo os textos em que alguém (o narrador) conta uma 
história na qual há personagens que executam ações num determinado espaço físico 
durante um certo tempo. Os fatos encadeados formam o enredo da narrativa. Os 
textos narrativos podem ser escritos em prosa ou verso. 
Narrativa em versos = Poema Épico (Epopeia) 
 
A palavra epopeia vem do grego, impôs, “verso” + pódio, “faço” e refere- se à 
narrativa de um fato grandioso e maravilhoso que interessa a um povo. É uma poesia 
cuja característica maior é a presença de um narrador falando do passado. O tema é, 
normalmente, um episódio grandioso e heroico da história de um povo. 
Entre as principais epopeias (ou poemas épicos), destacamos Ilíada e Odisseia 
(Homero, Grécia), Eneida (Virgílio, Roma), Paraíso Perdido (Milton, Inglaterra), Os 
Lusíadas (Camões, Portugal). Na literatura brasileira, as 
principais epopeias foram escritas no século XVIII: Caramuru, de Santa Rita 
 
Durão e O Uruguai, e Basílio da Gama. 
 
 
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Elementos da Narrativa: 
 
•Narrador: O narrador não é o autor da história, é uma voz fictícia que narra os fatos. O 
foco pode estar na 1ªpessoa do verbo, quando o narrador é um dos personagens e relata 
suas impressões sobre a história, ou na 3ª pessoa, quando o narrador é uma espécie de 
expectador junto com o leitor. O narrador quando expresso na 3ª pessoa, pode também 
apresentar a capacidade onisciente de enxergar e perceber fatos e pensamentos dos 
personagens. 
•Enredo: É o conjunto de fatos que se sucedem, todo enredo desencadeia-se em 
conflitos. A ordem início, meio e fim pode ser alterada para impressionar o leitor. 
•Personagens: Seres ficcionais que vivem enquanto a obra está sendo lida, o 
personagem pode incorporar na forma humana, animal, vegetal, objetos e coisas 
abstratas. O personagem principal é chamado de protagonista. Há, também, 
personagens em que determinados traços ou comportamentos são extremamente 
realçados, são os caricaturais. Outros não representam individualidades, e sim tipos 
humanos, identificados primeiramente pela profissão, pelo comportamento, pela classe 
social, etc. 
•Espaço: É o lugar onde se desenrola o enredo. Em algumas narrativas, o espaço deixa 
de ser um mero cenário e passar a ser determinante para os acontecimentos, interagindo 
com as personagens. Nesse caso, chamamos de espaço funcional. 
•Tempo: Momento ou instante em que acontece a história narrada. Pode ser um 
tempo cronológico, ou seja, um tempo objetivo, marcado pelo relógio ou pelo 
calendário especificado durante o texto, ou um tempo psicológico, imaterial, introspectivo, 
onde você sabe que existe um intervalo em que as ações ocorreram, mas não se 
consegue distingui-lo. 
 
 
 
 
Formas Narrativas 
 
Como já afirmamos, o gênero narrativo é visto como uma variante do épico, 
enquadrando, nesse caso, as narrativas em prosa. Dependendo da 
estrutura, da forma e da extensão, as principais manifestações narrativas são o romance, 
a novela, o conto e a crônica. 
 
Gênero Lírico 
 
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O vocábulo lírico deriva de lira, instrumento musical muito utilizado pelos gregos a 
partir do século VII a.C. Chamava-se lírica a canção que se entoava ao som das liras. 
Havia, pois um casamento entre a música e a palavra, o qual perdurou até o século XV, 
quando os poemas distanciaram-se da música e passaram a ser lidos ou declamados. 
Por isso, a poesia lírica apresenta muitos elementos comuns à música: o ritmo, a melodia, 
a harmonia. 
O gênero lírico expressa uma realidade interna. É o texto no qual o eu- lírico 
exprime suas emoções, ideias e impressões sobre o mundo exterior. Normalmente, é 
usada a 1ª pessoa, e há predomínio da função poética da lin- guagem. Pertencem a esse 
gênero os poemas em geral. 
 
Distinção entre Poesia e Poemas 
 
•Poesia: expressão da beleza estética,aquilo que emociona, toca a sensibilidade. Sugerir 
emoções por meio de uma linguagem. Embora possa haver poesia em qualquer 
manifestação artística, tradicionalmente o vocábulo poesia está ligado ao texto literário, 
ao poema. 
•Poema: obra em verso em que há poesia, ou, literalmente, poema é a concretização da 
expressão poética (subjetiva, emotiva, abstrata) em versos. 
 
Elementos do Poema 
 
Ao separar-se o texto do acompanhamento musical, o poema passou a apresentar 
uma estrutura mais rica. A partir daí, a métrica, a divisão em estrofes e a rima passaram a 
ser mais intensamente cultivadas pelos poetas. Observe o soneto abaixo para identificar 
os elementos do poema: 
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Métrica: a medida dos versos é dada pelo número de sílabas poéticas, contadas 
com base na fala e não na escrita, processo que recebe o nome de escansão. 
RELAÇÕES ENTRE TEXTOS: INTERTEXTUALIDADE 
 
 
Na constituição da própria palavra, pode-se observar que intertextualidade 
significa relação entre textos. Um conceito clássico para essa relação é: “[...] 
todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e 
transformação de um outro texto”. Nesse sentido, a intertextualidade é um 
fenômeno que pode ser expresso por diferentes linguagens no texto. 
As relações entre os textos acontecem quando, ao lermos um texto, 
lembramos e outro. Assim, ao fazermos essa relação, que pode ser explícita ou 
implícita, compreendemos o texto lido na sua profundidade e, por 
consequência, somos capazes de refletir sobre o recurso adotado pelo autor 
quando formos compor textos. A nossa compreensão de um texto depende, 
dessa forma, de nossas experiências de vida, de nossas vivências, de nosso 
conhecimento de mundo, de nossas leituras. Essa lembrança do outro texto pode 
ocorrer no que diz respeito à forma ou ao sentido, ou, ainda, resgatando os dois: 
forma – quando percebemos a imagem, versos, estrutura etc. do texto original – 
e sentido – a relação, nesse caso, é com o conteúdo da obra resgatada. 
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Tipos de Intertextualidade 
 
•Paráfrase: origina-se do grego “para-phrasis” (repetição de uma sentença). Assim, 
parafrasear um texto, significa recriá-lo com outras palavras, porém sua 
essência, seu conteúdo permanecem inalterados. Veja os exemplos a seguir: 
 
 
 
Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, 
As aves que aqui gorjeiam 
 
Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). Paráfrase 
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a „Canção do Exílio‟. 
Como era mesmo a „Canção do Exílio‟? 
Eu tão esquecido de minha terra… Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá! 
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”). 
 
 
 
O poema de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito utilizado como 
exemplo de paráfrase e de paródia, já que se trata de um clássico da poesia romântica 
brasileira. Aqui o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo 
conservando suas ideias, não há mudança do sentido principal do texto que é a 
saudade da terra natal. 
 
 
•Paródia: A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma 
ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos 
da língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é 
retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas 
verdades incontestadas anteriormente. Com esse processo, há uma indagação sobre os 
dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e 
da crítica. 
Os programas humorísticos fazem uso contínuo desse recurso, frequentemente os 
discursos de políticos são abordados de maneira cômica e contestadora, provocando 
risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. Com 
o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora, uma paródia. 
 
Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, 
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As aves que aqui gorjeiam 
 
Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). Paródia 
Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar 
os passarinhos daqui não cantam como os de lá. 
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”). 
 
 
 
O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras e, 
dessa forma, acrescenta um contexto histórico, social e racial no texto. Palmares é o 
quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma inversão do sentido do 
texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURAS DE LINGUAGEM 
 
Os escritores utilizam diversos recursos para fazer literatura. As figuras de 
linguagem, por exemplo, são recursos empregados com muita frequência. Elas servem 
exatamente para expressar aquilo que a linguagem comum, falada, escrita e aceita por 
todos não consegue expressar satisfatoriamente. São uma forma de o homem assimilar e 
expressar experiências diferentes, desconhecidas, novas. Por isso elas revelam muito 
da sensibilidade de quem as produz, da forma como cada indivíduo encara as suas 
experiências no mundo. 
Neste sentido, convém rever algumas figuras indispensáveis para a melhor 
compreensão do texto literário. As figuras de linguagem subdividem-se em figuras de 
som, figuras de palavras e figuras de pensamento. 
 
 
Figuras de Palavras 
 
As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido diferente 
daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais 
expressivo na comunicação. São figuras de palavras: a comparação, a metáfora, a 
metonímia e a sinestesia. 
• Comparação: Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois 
elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos (feito, assim 
como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem - e 
alguns verbos - parecer, assemelhar-se e outros). 
 
 
 
“Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua mulher como se fosse 
 
lógico.” (Chico Buarque); 
 
 
 
• Metáfora: Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de 
semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser 
entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas 
subentendido. 
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“Supondoo espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é 
ver se posso extrair pérolas, que é a razão.” (Machado de Assis). 
“Amar é um deserto e seus temores ...”(Djavan, Oceano) 
 
“O poema é uma bola de cristal. Se apenas enxergares nele o teu nariz, não 
 
culpes o mágico.” (Mário Quintana). 
 
• Metonímia: Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por 
outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de 
sentido ou implicação mútua. 
» a causa pelo efeito e vice-versa: “E assim o operário ia / Com suor e com 
cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um 
apartamento.” (Vinicius de Moraes). 
» o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do 
legítimo porto (o vinho da cidade do Porto). 
» o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado). 
 
» o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu coração 
(sentimento, sensibilidade). 
 
• Sinestesia: A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa 
mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, 
visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas). 
 
 
“Agora, o cheiro áspero das flores 
 
leva-me os olhos por dentro de suas pétalas.” 
 
(Cecília Meireles) 
 
“A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa 
indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela 
mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase 
irreal.” (Augusto Meyer). 
 
Figuras de Som 
 
Chamam-se figuras de som os efeitos produzidos na linguagem quando há 
repetição de sons ou, ainda, quando se procura “imitar” sons produzidos 
por coisas ou seres. São figuras de som: a aliteração, a assonância e a ono- 
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matopéia. 
•Aliteração: Ocorre aliteração quando há repetição da mesma consoante 
(fonema consonantal) ou de consoantes similares, geralmente em posição inicial 
da palavra. 
 
 
“Vozes veladas, veludosas vozes Volúpias dos violões, vozes veladas Vagam 
nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e 
Sousa) 
“Auriverde pendão da minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança.” 
(Castro Alves) 
 
 
•Assonância: Ocorre assonância quando há repetição da mesma vogal ao 
 
longo de um verso ou poema. 
 
 
“Leitos perfeitos seus peitos direitos 
 
me olham assim fino menino me inclino pro lado do sim 
rapte-me, adapte-me, capte-me coração.” 
 
(Caetano Veloso) 
 
“Como é difícil acordar calado Se na calada da noite eu me dano Quero lançar 
um grito desumano 
Que é uma maneira de ser escutado.” 
 
(Chico Buarque/Gilberto Gil) 
 
•Onomatopéia: Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um 
ruído ou som. 
 
“O silêncio fresco despenca das árvores. / Veio de longe, das planícies 
altas, / Dos cerrados onde o guaxe passe rápido... / Vvvvvvvv... passou.” 
(Mário de Andrade). 
“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno.” (Fernando Pessoa). 
 
Figuras de Pensamento 
 
 
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao 
significado das palavras, ao seu aspecto semântico. São figuras de pensamento: 
a antítese, o paradoxo, a ironia, o eufemismo, a hipérbole e a pro- sopopéia. 
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•Antítese: aproxima palavras que se opõem pelo sentido. 
 
“Não existiria som se não houvesse o silêncio Não haveria luz 
Se não fosse a escuridão A vida é mesmo assim Dia e noite, não e sim.” 
(Lulu Santos – Nelson Motta) 
 
“De repente do riso fez-se o pranto” 
 
(Vinícius de Moraes) 
 
 
•Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de 
sentido oposto, mas também na de ideias que se contradizem referindo-se ao 
mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxímoro é 
outra designação para paradoxo. 
“Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É 
um 
 
contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer;” (Camões) 
 
•Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição 
de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem 
exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica. 
 
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis.” 
(Machado de 
 
Assis) 
 
“Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: 
/ 
 
um amor.” (Mário de Andrade). 
 
 
•Eufemismo: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é 
empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou 
chocante. 
 
 
“E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe pague”. 
 
(Chico Buarque). 
 
“Quando a Indesejada das gentes chegar”(Manuel Bandeira) 
 
•Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma ideia, a fim de 
 
proporcionar uma imagem emocionante e de impacto. 
 
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“Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac). 
 
•Prosopopeia: Ocorre prosopopeia (ou personificação) quando se atribui 
movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres 
animados a seres inanimados ou imaginários. 
 
 
“... os rios vão carregando as queixas do caminho.” (Raul Bopp) “O vento 
beija meus cabelos 
As ondas lambem minhas pernas 
 
O sol abraça o meu corpo.” (Lulu Santos) “Vai passar 
na avenida um samba popular 
 
Cada paralelepípedo 
 
Da velha cidade 
 
Essa noite vai 
 
Se arrepiar” (Chico Buarque) 
 
 
LITERATURA E HISTÓRIA DA LITERATURA 
 
 
Estudar literatura é, basicamente, ampliar nossas habilidades de leitura do 
texto literário. No Ensino Médio, esse estudo é acrescido da história literária, que 
objetiva acompanhar a evolução cronológica da literatura de determinado povo e 
cultura, observando suas transformações de acordo com o momento histórico. 
Por isso, a história da literatura organiza-a em movimentos, períodos e 
gerações. 
 
O QUINHENTISMO 
 
“Viemos buscar cristão e especiarias” 
 
O Quinhentismo corresponde à época do descobrimento do Brasil, 
movimento paralelo ao Classicismo Português que, por sua vez, possui ideias 
relacionadas diretamente ao Renascimento. A literatura do Quinhentismo tem 
como tema central os próprios objetivos da expansão marítima: a conquista 
espiritual e a conquista marítima. 
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•Literatura Informativa 
 
Carta a El-Rei Dom Manuel – Pero Vaz de Caminha 
 
Viagem ao Brasil – Jean de Léry 
 
Entre os Tupinambás – Hans Staden 
 
•Literatura de Catequese 
 
Pe. José de Anchieta – Poeta e teatrólogo 
 
Pe. Manuel da Nóbrega – Cartas do Brasil 
 
 
BARROCO - SÉCULO XVII 
 
 
Convivendo com o sensualismo e os prazeres trazidos pelo Renascimento, 
os valores espirituais – tão fortes na Idade Média e desprezados pelo 
Renascimento – voltaram a exercer forte influência sobre a mentalidade da época. 
Uma nova onda de religiosidade foi trazida pela Contra- Reforma e pela fundação 
da Companhia de Jesus. Neste sentido, o homem do século XVII eraum homem 
dividido entre duas mentalidades, duas formas diferentes de ver o mundo: 
• Renascimento – influência dos clássicos (racionalismo, equilíbrio, clareza, 
linearidade de contornos), visão antropocêntrica ou humanista, sensualismo, 
valorização da vida corpórea, ... 
• Idade Média – teocentrismo, valorização da vida espiritual, fé. 
 
A Arte Barroca irá expressar esta tensão entre ideias e sentimentos 
opostos. 
Características: 
 
1.Arte da Contra-Reforma 
 
2.Conflito corpo/alma 
 
3.Forma conturbada (requinte formal) 
 
4.Temática: a passagem do tempo 
 
Estilos do Barroco: 
 
•Cultismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, extravagante 
(hipérboles), descritiva; pela valorização do pormenor mediante jogos de palavras 
(ludismo verbal). Pela visível influência do poeta espanhol Luís de Gôngora, o 
estilo é também conhecido por Gongorismo. No cultismo valoriza- se a forma - o 
“como dizer”. 
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Conceptismo valoriza “o que dizer”. É pelo raciocínio lógico, racionalista, 
de retórica aprimorada. É freqüente o uso de comparações explícitas, analogias e 
até parábola (uso de símbolos e seres inanimados para se contar uma estória de 
forma a melhor captar o entendimento do leitor). Também é chamado de 
Quevedismo, em referência ao espanhol Quevedo. 
Autores do Barroco Brasileiro 
 
•Gregório de Matos Guerra (Boca do Inferno) – nascido na Bahia em 1633, é o 
primeiro poeta brasileiro e o maior poeta do Período Colonial. Sua obra costuma 
ser dividida em três vertentes básicas: lírico-amorosa, lírico-religiosa e satírica. 
•Pe. Antônio Vieira (1608 – 1697) – Considerado o maior orador sacro da nossa 
história, Vieira escreveu cerca de duzentos sermões. Foi uma espécie de 
cronista da história imediata. Foi também um defensor dos índios e dos cristãos-
novos. 
Obra Principal: Sermões 
 
“Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da 
terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O 
efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta quanto 
está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode 
ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se 
não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a 
verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo 
verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não 
salga, e os pregadores dizem uma coisa e 
fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes 
imitar o que eles fazem, que fazer o que eles dizem. Ou é porque o sal não salga, 
e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa 
salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é 
tudo isto verdade?” 
(Antônio Vieira) 
 
ARCADISMO (NEOCLASSICISMO) – Século XVIII 
 
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O fortalecimento da burguesia, o consequente descrédito da nobreza e do 
clero e o progresso científico geraram, em determinados grupos sociais, uma 
confiança otimista nas possibilidades do homem. Acreditou-se que a divulgação da 
ciência bastaria para dissipar a escuridão das superstições, consideradas como 
principal causa dos sofrimentos humanos. Assim, uma onda racionalista – o 
Iluminismo – começa a tomar conta da Europa. 
Neste sentido, o estilo do Barroco, identificado com a mentalidade religiosa 
criada pela Contrarreforma, passa a ser considerado retrógrado e ultrapassado. 
Surge, então, o Neoclassicismo (ou Arcadismo) – um estilo que busca o 
restabelecimento do equilíbrio e da harmonia através da volta à cultura clássica (da 
tradição greco-latina). 
 
No Brasil: (ciclo do Ouro) 
 
 
O Arcadismo brasileiro tem início com a publicação de Obras (1768) de 
Cláudio Manuel da Costa e com a fundação da Arcádia Ultramarinha. O centro 
econômico brasileiro, até então a Bahia, sofre com a crise do açúcar e o advento 
das minas o que acaba gerando uma mudança do eixo comercial brasileiro para 
Vila Rica (MG). A cidade passa a ser não só o centro econômico, mas também 
social e intelectual da colônia. O ouro incrementou a vida urbana e incitou o 
Movimento das Bandeiras em busca de uma delimitação mais precisa dos limites 
do Brasil além de visar à riqueza dos metais e pedras preciosas. Marques do 
Pombal, homem de imensa influência em Portugal, inicia, com o Tratado de Madri, 
uma política de expulsão dos jesuítas. A independência dos Estados Unidos e as 
ideias iluministas alastram uma onda de liberalismo por toda a América, o que 
acaba gerando o movimento da Inconfidência Mineira (do qual participaram quase 
todos literatos da época, muitos sendo perseguidos, exilados ou executados). 
Características: 
 
1.Vinculação com o Iluminismo 
 
2.Imitação dos clássicos 
 
3.Valorização da natureza 
 
4.Bucolismo 
 
5.Ausência de subjetividade 
6.Amor Galante 
 
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Autores do Arcadismo Brasileiro: 
POESIA LÍRICA 
•Cláudio Manuel da Costa - Utilizando o pseudônimo Glauceste Satúrnio, foi 
um dos introdutores do Arcadismo no Brasil. No entanto, é considerado um 
 
 
barroca (a brevidade dolorosa do amor e da vida). Cultuou o soneto de 
 
Camões como modelo para seus poemas. 
 
•Tomás Antônio Gonzaga – foi dos maiores escritores do Arcadismo brasileiro. 
Sua obra, na verdade, vai além das limitações desta escola, rodeando o pré-
romantismo, principalmente ao referir-se à mulher amada. 
POESIA ÉPICA: 
 
 
•Basílio da Gama - “O Uruguai 
 
Considerado o melhor e mais importante poema épico do Período Colonial. 
Trata de expedição portuguesa-espanhola contra índios e jesuítas instalados na 
Missões Jesuíticas. O poema inova o estilo da época ao substituir cenários 
artificiais do Arcadismo pela natureza brasileira. Seu tom já é indianista, 
prenunciando o Romantismo. Além disso, rompe com a estrutura tradicional 
(modelo camoniano) ao utilizar versos brancos (sem rimas) e sem estrofação. 
Personagens: Cacambo, Lindóia, Sepé Tiarajú, Pe. Balda, ... 
•Santa Rita Durão- “Caramuru” 
 
O poema narra as aventuras, em parte históricas, em parte lendárias, do náufrago 
português Diogo Álvares Correia, o Caramuru, e seus amores com as índias 
Moema e Paraguaçu. A importância do poema reside nas referências a episódios 
da História do Brasil e nas descrições da natureza do nosso país. No entanto, o 
autor demonstra grande fidelidade à ideologia jesuítica, o que resulta numa visão 
colonialista. Do ponto de vista formal, o poema segue rigorosamente o 
modelo camoniano. 
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ROMANTISMO – SÉCULO XIX 
 
 
O movimento romântico pretendia, no início, suplantar a concepção clássica da 
arte. A imitação dos clássicos não fazia sentido num tempo (fins do séc. XVIII) que havia 
produzido o liberalismo e a Revolução Francesa. 
A Revolução Francesa significa, entre outras coisas, o fim do absolutismo 
político (noplano artístico, o fim da beleza única e absoluta) e a ascensão da burguesia 
como classe dominante. 
A burguesia, culturalmente pouco afeita às artes, exigia dos escritores um novo 
tipo e nível de comunicação. Privilégio de uma classe – a aristocracia 
– a cultura tinha que se adaptar aos novos tempos. Surge, então, um gênero literário que 
vinha se pronunciando há mais tempo e que se constituirá no reflexo e na crítica da 
sociedade burguesa: o romance. 
No Brasil, o romantismo vai ser o movimento identificado com a 
 
Independência Política. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
1-Individualismo e subjetivismo: o romantismo centrou-se na glorificação do particular, do 
singular, do íntimo, daquilo que diferencia uma pessoa de outra. Neste sentido a arte 
romântica (e a literatura) vai expressar os sonhos, os projetos, as angústias, os medos, o 
sofrimento do artista (uma espécie de grito de subjetividade) 
2-Sentimentalismo: os sentimentos são uma espécie de medida de interioridade de 
cada pessoa. Assim, o elogio dos sentimentos funciona como rejeição do mundo dos 
negócios, das transações, da concorrência, da busca da ascensão social. 
3-O Culto da Natureza: encontrar-se com a natureza significava encontrar-se consigo 
mesmo, significava alargar a sensibilidade. A Natureza transforma-se em ponto de partida 
para a caracterização idealizada dos sentimentos e personagens. 
4-Idealização (Imaginação, Fantasia): fechados em si mesmos, perdidos numa realidade 
incômoda e brutal para a sensibilidade, os românticos se entregam à fantasia. 
Devaneiam, criam universos imaginários onde o “ideal” é possível. 
5-Valorização do Passado: esta atitude está ligada à fuga da realidade e à idealização 
da mesma. O mundo medieval e a infância representam o “paraíso perdido”. 
6-Liberdade Artística: o romântico nega os padrões clássicos de arte, ele obedece 
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somente aos estímulos de sua interioridade. Neste sentido, surgem poemas sem rimas, 
sem preocupação com métrica, além do romance, um gênero literário novo. 
O ROMANTISMO NO BRASIL 
 
O romantismo brasileiro nasce das possibilidades que surgiram com a 
Independência Política (1822). Os artistas e intelectuais são tomados por um sentimento 
patriótico e nacionalista que vai se manifestar através do: 
•Indianismo – a imagem positiva (idealizada) do índio fornece o orgulho de uma 
descendência nobre. 
•Regionalismo – o regionalismo romântico procurou afirmar as particularidades e a 
identidade das diferentes regiões do país. 
•Natureza – a terra é identificada como a pátria. Assim, os fenômenos naturais tornam-se 
representativos da grandeza do país. 
POESIA ROMÂNTICA 
 
1ª Geração : Nacionalista 
 
•Gonçalves de Magalhães – introdutor do movimento. Publicou a primeira obra 
romântica brasileira - “Suspiros Poéticos e Saudades” (1836) 
“Meus versos são suspiros de minha alma, sem outra lei que o interno 
sentimento.” 
•Gonçalves Dias – consolidou o romantismo com uma produção poética de qualidade. 
Os principais temas de sua poesia são: o índio: “I – Juca Pirama” a natureza / a 
pátria: “Canção do Exílio” o amor: “Ainda uma vez Adeus” 
Obras: Primeiros Cantos (1846) Segundos Cantos (1848) Sextilhas de Frei Antão (1848) 
2ª Geração: Mal do Século 
 
 
•Álvares de Azevedo - Manuel Antônio Álvares Azevedo, considerado o “Byron 
brasileiro”, foi o maior representante nacional do ultra-romantismo. Não só sua obra 
reflete o pensamento desta geração marcada pelo “mal do século”, mas também a 
sua própria vida: viveu sempre às voltas com doenças e morreu jovem, aos 21 anos. 
Obras: Lira dos Vinte Anos (poemas – 1853) Noite na Taverna* (contos – 1855 
O Conde Lopo (poema – 1886) Macário (teatro – 1855) 
•Casemiro de Abreu: foi um poeta de enorme popularidade. Sua obra oferece um 
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acesso fácil, musical, sem complexidade filosófica ou psicológica, que agrada aos leitores 
menos exigentes. A nostalgia da infância, a saudade da terra natal, o gosto da natureza, 
o pressentimento da morte e a idealização da mulher amada foram seus temas prediletos, 
sempre abordados com um sentimentalismo ingênuo e espontâneo. 
Obras: Primaveras (1850) 
 
•Fagundes Varela: caracteriza-se pela diversidade de tendências (indianismo, 
byronismo). Sua obra-prima foi o poema “Cântico do Calvário”, escrito logo após a 
morte de seu filho de três meses. 
•Junqueira Freire: seminarista influenciado pelo Mal do Século, poeta 
 
angustiado, pessimista e revoltado. Obra: “Inspirações do Claustro” 
 
3ª Geração: Condoreira 
 
•Castro Alves: conhecido como o “poeta dos escravos”, participou ativamente de 
toda propaganda abolicionista e republicana da época. Além de fazer uma poesia cheia 
de grandes imagens, feita para exaltar o ouvinte e o leitor, com a finalidade de inflamar, 
de conseguir adeptos para uma causa, foi também um grande lírico onde a mulher e a 
natureza completam o quadro de um poeta arrebatado, idealista e romântico. 
Obras: Espumas Flutuantes (1870) 
 
A Cachoeira de Paulo Afonso (1876) Os Escravos (1883) 
Gonzaga (drama –1875) 
A PROSA ROMÂNTICA 
 
As origens populares e o senso prático da burguesia não coincidem com o 
refinamento da Arte Clássica. A nova mentalidade, menos refinada, menos educada e 
mais pragmática - voltada para os problemas do cotidiano - requer um gênero literário 
que possa estar a altura do seu entendimento e do seu gosto. O ROMANCE, por relatar 
acontecimentos do vida comum e cotidiana, e por dar vazão ao gosto burguês pela 
fantasia e pela aventura, vem a ser o mais legítimo veículo de expressão artística dessa 
classe. 
O romance surge na Europa inicialmente sob a forma de folhetim 
 
(publicação diária em jornal). 
 
 
NO BRASIL: 
 
O surgimento e desenvolvimento do ROMANTISMO no Brasil está relacionado com 
a Independência Política. Nesse sentido, a necessidade de se definir a Identidade 
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Cultural do país está intimamente ligada ao desenvolvi- mento do romance, que se tornou 
o principal instrumento de construção da cultura brasileira. Assim, procurando redescobrir 
o Brasil, o romance brasileiro procurará dar conta de nossa realidade. 
AUTORES: 
 
•Joaquim Manuel de Macedo: Introdutor do romance romântico brasileiro. Desperta 
no público o gosto pelo romance ambientado no Brasil 
OBRA: A Moreninha (1844) Características da obra: 
• Narrativa urbana 
 
• Estrutura de folhetim 
 
• Cenários identificáveis pelos leitores 
 
• Visão superficial de certos hábitos da classe média e burguesia cariocas 
 
•José de Alencar: É considerado o autor mais importante do Romantismo brasileiro. 
Inserido na linha nacionalista do romantismo, procurou criar uma obra (conjunto de 
romances) capaz de representar a nação. Por isso, dividiu sua obra em: 
 
O Teatro Romântico 
 
O teatro brasileiro do século XIX está comprometido com a dependência cultural de 
nossas elites. Os textos procediam em sua quase totalidade da Europa; as companhias 
vinham de Portugal; respirava-se uma atmosfera dissociada da realidade local. Embora 
muitos românticos tenham escrito para o teatro, não chegaram a problematizar 
verdadeiramente a questão da dramaturgia brasileira, aocontrário do que aconteceu no 
romance e mesmo na poesia. Caberia a Marins Pena a elaboração de um conjunto de 
peças capazes de refletir aspectos da realidade nacional. 
•Martins Pena: Criador da comédia de costumes, constrói personagens e situações 
satíricas, engraçadas e caricatas. Por sua linguagem coloquial e seus tipos 
populares, frequentemente é comparado a Manuel Antônio de Almeida. 
Obras: Juiz de Paz na Roça 
 
O Noviço 
 
Judas em Sábado de Aleluia 
 
Quem Casa quer Casa 
 
Os Dois ou o Inglês Maquinista 
 
 
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REALISMO 
 
A Segunda metade do século XIX, na Europa, define-se por uma série de 
transformações econômicas, científicas e ideológicas que possibilitam o surgimento de 
uma estética anti-romântica. 
CONTEXTO HISTÓRICO: 
 
A sociedade europeia dessa época vive os efeitos da Segunda Revolução 
Industrial e do amplo progresso científico e tecnológico que a acompanham, tais como a 
substituição do ferro pelo aço e do vapor pela eletri- cidade; o desenvolvimento de 
maquinaria automática, dos transportes e das comunicações; o aprimoramento da 
estrada de ferro; as primeiras experiências com automóveis, etc. É uma época de 
progresso material, de benefícios econômicos para a burguesia industrial. 
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As contradições, no entanto, estavam latentes: as cidades, crescendo sem 
planejamento, não ofereciam as mínimas condições de conforto e higiene; acentuava-se 
a divisão do trabalho entre a burguesia e o proletariado; o socialismo de Marx ganhava 
adeptos; irrompiam revoltas de trabalhadores que eram reprimidas brutalmente. Nesse 
universo que é, ao mesmo tempo, o da euforia burguesa e do capitalismo desumano, os 
valores românticos entram em 
crise. 
 
Já não é possível a fantasia, nem o mito da natureza, nem o fechar-se na 
própria interioridade. Os acontecimentos exigem a participação do artista. Agora, ele é 
um participante do mundo, ou, ao menos, um observador do mundo. É verdade que 
o sentimento desagradável da realidade persistirá em sua alma, herança do 
Romantismo. Mas em vez de transformar esse sentimento em desabafo ou grito, como o 
romântico, o artista procurará examiná-lo à luz de teorias sociológicas, psicológicas ou 
biológicas. 
Ideias científico-filosóficas: 
 
No plano científico-filosófico, verifica-se uma verdadeira onda de cientificismo e 
materialismo. Dentre as mais importantes correntes da época destacam-se: 
•Positivismo: criado por Augusto Comte, parte do princípio de que o único 
conhecimento válido é o conhecimento positivo, isto é, oriundo das ciências. É um 
filosofia empírica, que se baseia na observação do mundo físico; por isso rejeita a 
metafísica. 
•Determinismo: criado por H. Taine, parte do princípio de que o comportamento 
humano é determinado por três aspectos básicos: o meio, a raça e o momento histórico. 
•Darwinismo: dando continuidade, sob outro enfoque, à teoria do Evolucionismo, 
de Lamarck, Charles Darwin, em sua obra “Origem das Espécies” (1859), 
apresenta a teoria da Seleção Natural, segundo a qual a natureza ou o meio 
selecionam entre os seres vivos aquelas variações que estão destinadas a sobreviver e a 
perpetuar-se. Assim, os mais fortes sobrevivem e procriam, e os mais fracos são 
eliminados antes de exercerem a procriação. 
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•Socialismo científico (Materialismo Histórico): proposto por Karl Marx e Friedrich 
Engels no “Manifesto Comunista” (1848). Defendia o sistema no qual existiria uma 
sociedade igualitária, sem a exploração do homem pelo homem, alcançada através da 
luta de classes. “O modo de produção da vida material condiciona o processo de 
vida social, político e intelectual.” 
•Destacam-se ainda, na época, as pesquisas no campo da Física, da Química, da 
Biologia e, principalmente, no da Medicina. São dessa época igualmente os primeiros 
esforços no sentido de criar três áreas científicas novas: a Sociologia, a Antropologia e a 
Psicologia. 
É nesse contexto sociopolítico-científico que surgem o Realismo, o Naturalismo e o 
Parnasianismo. A alteração do quadro social e cultural exigia dos escritores outra forma 
de abordar a realidade: menos idealizada, mais objetiva, crítica e participante. 
O Realismo iniciou em 1857, na França, com o lançamento de “Madame Bovary”, 
de Gustave Flaubert. No Brasil, o início se dá com a publicação de “Memórias 
Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, em 1881 
CARACTERÍSTICAS DO REALISMO: 
 
1.Objetivismo, racionalismo 
 
2.Verossimilhança 
 
3.Narrativa lenta, descrição precisa 
 
4.Exatidão no tempo e no espaço 
 
5.Mulher não idealizada 
 
6.Herói problemático (anti-herói) 
 
7.Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais 
 
8.Crítica às Instituições (Igreja, Casamento, Estado, ...) 
 
9.Pessimismo 
 
10.Análise psicológica 
NATURALISMO 
O Naturalismo, assim como o Realismo, se volta para a realidade. Entretanto, 
observa-a, analisa-a, disseca-a sob uma ótica rigorosamente científica. Os escritores 
naturalistas, valendo-se de temas inovadores, mostram 
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a decadência das instituições, denunciam a hipocrisia, caracterizam as lutas sociais, 
com espírito participativo e reformista. 
ALUÍSIO DE AZEVEDO (1857 – 1913) 
 
Apesar de ter iniciado sua carreira com folhetins românticos, se destacou mesmo 
foi no Naturalismo, com fortes influências de Émile Zola e Eça de Queirós. Na época, a 
escravidão era um problema político, social e econômico, e a vontade de transformar o 
Brasil numa República crescia entre a população. Essa questão foi abordada por Aluísio 
em seus romances naturalistas. A obra “O Mulato”, de 1881, marca o início do 
Naturalismo no Brasil. 
CARACTERÍSTICAS DO NATURALISMO: 
 
1.Cientificismo e Determinismo 
 
2.Análise social 
 
3.Temas de patologia social 
 
4.Ser humano reduzido ao nível do animal 
 
5.Linguagem simples 
 
6.Descrição minuciosa 
 
PARNASIANISMO 
 
O Parnasianismo foi contemporâneo do Realismo-Naturalismo, estando, portanto, 
marcado pelos ideais cientificistas e revolucionários do período. Diz respeito, 
especialmente, à poesia da época, opondo-se ao subjetivismo e ao descuido com a forma 
do Romantismo. Os poetas parnasianos, desejando restaurar a poesia clássica, propõem, 
então, uma poesia mais objetiva, de elevado nível vocabular, racionalista, perfeita do 
ponto de vista formal e voltada a temas universais. 
A origem da palavra Parnasianismo associa-se ao Parnaso grego, segundo a 
lenda, um monte da Fócia, na Grécia central, consagrado a Apolo e às musas. A escolha 
do nome já comprova o interesse dos parnasianos pela tradição clássica. Contudo, 
pode-se afirmar que essa referência não passava de um verniz que revestiu 
artificialmente essa arte, como forma de garantir-lhe prestígio entre as camadas letradas 
do público brasileiro. 
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