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DIREITO PENAL III AULA 4: CRIMES CONTRA A HONRA DIREITO PENAL III Crimes contra a honra AULA 4: CRIMES CONTRA A HONRA CRIMES CONTRA A HONRA 1 DIFAMAÇÃO 3 CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL CALÚNIA 2 INJÚRIA 4 DISPOSIÇÕES COMUNS 5 Crimes contra a honra Noção: os crimes cujo bem jurídico tutelado é a honra, o patrimônio moral. Honra: é o conjunto de predicados ou condições da pessoa que lhe conferem consideração social e estima própria. DIREITO PENAL III AULA 4: CRIMES CONTRA A HONRA A honra tem dois aspectos: a) Honra objetiva ou honra externa: é o que terceiros pensam sobre cada um de nós (reputação da pessoa); b) Honra Subjetiva ou honra interna: é o conceito que cada um de nós faz de si próprio (autoestima). • Alguns autores se referem à honra profissional (ex. militar/coragem, médico/salvar vidas, advogado/chave de cadeia). • Os crimes contra a honra são: calúnia (art. 138); difamação (art. 139) e injúria (art. 140). Crimes contra a honra 1) Bem jurídico: a honra objetiva. 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. 3) Sujeito passivo: qualquer pessoa, inclusive, aquelas de má-fama, os irresponsáveis (loucos ou menores), os mortos e as pessoas jurídicas (em crimes ambientais, Lei n. 9.605/98). 4) Tipo objetivo: imputar falsamente fato definido como crime ou propalar ou divulgar tal fato, sabendo falsas as imputações. O fato atribuído deve ser específico e determinado, sendo a falsidade da imputação requisito essencial. 5) Tipo subjetivo: O dolo direto ou eventual na conduta de imputar e o dolo direto ou dolo direto ou eventual na hipótese de propalar ou divulgar, além do elemento subjetivo do tipo “propósito de ofender”. Não existe modalidade culposa. DIREITO PENAL III AULA 4: CRIMES CONTRA A HONRA Calúnia Crimes contra a honra 6) Tipos de calúnia: a) inequívoca ou explícita; b) equívoca ou implícita; c) reflexa. 7) Exceção da verdade: é admitida, salvo: a) se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; b) se o fato é imputado à presidente da República ou Chefe de Estado estrangeiro; c) se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 8) Consumação e tentativa: consuma-se quando a ofensa chega ao conhecimento de terceira pessoa, não bastando o próprio ofendido. Admite-se a tentativa apenas se for praticado por escrito. 9) Ação penal: em regra, privada. DIREITO PENAL III AULA 4: CRIMES CONTRA A HONRA Crimes contra a honra 1) Bem jurídico: a honra objetiva. 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. 3) Sujeito passivo: qualquer pessoa, inclusive, aquelas de má-fama, os irresponsáveis (loucos ou menores), os mortos e as pessoas jurídicas. 4) Tipo objetivo: atribuir ou imputar conduta que seja capaz de macular a reputação do sujeito passivo, mas que não corresponda fato criminoso, e o fato deve ser determinado. A imputação não necessita ser falsa. O delito é comissivo e pode ser praticado por qualquer meio. Entende-se que o propalador realiza nova difamação. 5) Tipo subjetivo: dolo (direto ou eventual) e elemento subjetivo do tipo “intenção de ofender”. Não admite modalidade culposa. DIREITO PENAL III AULA 4: CRIMES CONTRA A HONRA Difamação Crimes contra a honra 6) Consumação e tentativa: consuma-se com a chegada da imputação ao conhecimento de outrem, que não a vítima. Admite-se tentativa. 7) Exceção da verdade: a exceção da verdade somente é possível se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de sua função. 8) Ação penal: em regra, privada. 1) Bem jurídico: a honra subjetiva (sentimento que cada pessoa tem a respeito de seu decoro ou dignidade). 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. 3) Sujeito passivo: qualquer pessoa física. A pessoa jurídica não possui honra subjetiva. DIREITO PENAL III AULA 4: CRIMES CONTRA A HONRA Injúria Crimes contra a honra 4) Tipo objetivo: imputar qualidade ou opinião negativa a respeito do ofendido e não fato. Havendo dúvida a respeito de atribuição de fato ou qualidade negativa, deve-se optar pela injúria. Não precisa ser levada ao conhecimento de terceiro, basta que o ofendido tome conhecimento. Pode ser praticado por qualquer forma (verbal, escrita, gestos, ações). 5) Modalidades de injúria: a) direta b) oblíqua c) simbólica d) reflexa e) dubitativa f) implícita 6) Tipo subjetivo: dolo (direto ou eventual), e intenção de ofender. Não há a forma culposa. 7) Consumação e tentativa: consuma-se quando a ofensa chega ao conhecimento do ofendido. Admite-se tentativa se praticada por escrito. DIREITO PENAL III AULA 4: CRIMES CONTRA A HONRA Crimes contra a honra 8) Confronto: O crime de desacato (art. 331) se diferencia da injúria por exigir a presença física do funcionário público, bem como que o fato ocorra em razão e por ocasião do exercício da função. Ausente o funcionário, o fato constituirá injúria qualificada (art. 141, II). 9) Isenção de pena: o juiz pode deixar de aplicar a pena: a) quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; b) no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 10) Injúria real: É a praticada mediante violência ou vias de fato, aviltantes. Absorve a contravenção das vias de fato, mas há concurso com as eventuais lesões corporais, graves ou leves. 11) Injúria qualificada: a) Injúria racial: em razão de raça, cor, etnia, religião ou origem; b) Injúria contra idoso ou deficiente. DIREITO PENAL III AULA 4: CRIMES CONTRA A HONRA Crimes contra a honra 1) Ação penal: em regra, a ação penal, mas há exceções: a) injúria real + lesão: pública condicionada à representação do ofendido se a lesão for leve e incondicionada se for grave; b) contra Presidente da República ou Chefe de governo estrangeiro: pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça; c) contra funcionário público no exercício de suas funções: pública condicionada à representação do ofendido. 2) Formas majoradas: as penas aumentam-se de 1/3 (um terço), se qualquer dos crimes é cometido: contra o Presidente da República ou contra Chefe de governo estrangeiro; contra funcionário público, em razão de suas funções; na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria; contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência. • Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. DIREITO PENAL III AULA 4: CRIMES CONTRA A HONRA Disposições comuns: Crimes contra a honra 3) Retratação: o querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou difamação, fica isento de pena. 4) Pedido de explicações: é uma medida preparatória e facultativa para o oferecimento da queixa, e somente cabe nos casos de ofensas equívocas. 5) Exclusão do Crime: não constituem injúria ou difamação punível: a) a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; b) a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; c) o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. 6) Publicidade da ofensa: nos casos de ofensa irrogada em juízo ou de conceito desfavorável, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. DIREITO PENAL III AULA 4: CRIMES CONTRA A HONRA Assuntos da próxima aula: CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA: Crimes contra a liberdade individualCrimes contra a liberdade pessoal Crimes contra a invasão de domicílio Crimes contra a invasão de dispositivo informático
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