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DIREITO PENAL III AULA 14: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I Direito Penal III Conteúdo desta Aula CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 1 CRIMES ASSIMILADOS 3 PRÓXIMO ASSUNTO MOEDA FALSA 2 PETRECHOS PARA A FALSIFICAÇÃO DE MOEDAS 4 AULA 14: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I Direito Penal III Noção • A noção de fé pública pode ser subdividida em dois aspectos: objetivo (autenticidade documental) e subjetivo (confiança do cidadão nos documentos). • A fé pública constitui o bem jurídico tutelado pelos dispositivos penais elencados no Título X do Código Penal, embora simultaneamente possa o crime lesar também interesses particulares (econômicos, sociais, do próprio Estado como Administração etc.). AULA 14: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I • A regra geral é a aceitação geral de que os documentos são autênticos até prova em contrário. • O bem jurídico fé pública consiste na confiança que a própria ordem de relações sociais e sua atuação prática determinam entre os indivíduos, ou entre a Administração Pública e os cidadãos, relativamente à emissão e circulação monetária, aos meios simbólicos de autenticação pública, aos documentos ou à identidade e qualificação das pessoas. A falsidade pode ser: Direito Penal III b) pessoal ou ideológica: o vício incide sobre as declarações que o objeto material deveria possuir, sobre o conteúdo das ideias. O documento, sob o aspecto material, é verdadeiro; falsa é a ideia que ele contém. a) externa ou material: o vício incide sobre a parte exterior do documento, recaindo sobre o papel escrito, por meio de rasuras borrões etc. Crimes Contra a Fé Pública I Os crimes de falsidade apresentam as seguintes características: • imitação ou alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante; • potencialidade de dano; • dolo. AULA 14: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I 1) Bem jurídico - fé pública e também o patrimônio do sujeito que, eventualmente, vem a receber a moeda falsa; 2) Sujeito ativo - qualquer pessoa; 3) Sujeito passivo - o Estado, ou a coletividade. Podem eventualmente figurar como prejudicadas as pessoas físicas ou jurídicas que tenham seus interesses lesados pela conduta do agente; 4) Tipo objetivo - falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. Não é punível a simples alteração, sem a intenção de que a moeda adquira maior valor. Se o agente diminuir seu valor também não há delito. A moeda falsa precisa ser apta a enganar o homem comum, não sendo punível a falsificação grosseira; Direito Penal III Moeda Falsa AULA 14: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I 5) Tipo subjetivo - o dolo, isto é, a vontade de falsificar, com consciência do curso legal e da possibilidade de a moeda vir a entrar em circulação. Admite-se o dolo eventual e não há previsão da modalidade culposa 6) Consumação e tentativa - consuma-se a modalidade prevista no caput, com a efetiva falsificação, independente de outros resultados. O delito atinge seu momento consumativo com a fabricação ou alteração da moeda. Admite-se a tentativa. 7) Circulação de moeda falsa - nas mesmas penas do caput incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa, conforme o § 1º. Essa modalidade se consuma com a efetiva prática de uma das ações ali descritas, independente de outras consequências. Na modalidade de guardar é crime permanente, não admitindo a tentativa. Admite-se a tentativa nas outras hipóteses. O tipo subjetivo neste crime é o dolo. Admite-se o dolo eventual; Direito Penal III Moeda Falsa AULA 14: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I 8) Figura típica privilegiada - é punível qualquer pessoa que tenha recebido a moeda falsa de boa- fé e a recoloca em circulação, passando-a a terceiro, depois de conhecer a falsidade, ou seja, de reconhecê-la como falsa. A restituição à própria pessoa de quem a recebeu é atípica; 9) Fabricação, emissão ou autorização irregular de moeda - é punido o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; ou de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. Trata-se de crime próprio de funcionário público. A quantidade inferior é penalmente atípica. O tipo subjetivo neste crime é o dolo; Direito Penal III Moeda Falsa AULA 14: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I 10) Desvio e circulação indevida - o § 4º prevê a conduta de desviar e fazer circular moeda que ainda não está autorizada. Não é necessário que o agente obtenha lucro ou que vise a ele. O eventual locupletamento econômico do agente com o desvio pode implicar em concurso com crime patrimonial ou contra a administração. O tipo subjetivo neste crime é o dolo. Admite-se o dolo eventual. Não há previsão de modalidade culposa. Consuma-se com a entrada em circulação da moeda. O simples desvio, sem que ocorra circulação, acarreta a forma tentada; 11) Ação penal nos crimes de moeda falsa - pública incondicionada, sendo tais crimes de competência da Justiça Federal. Direito Penal III Moeda Falsa AULA 14: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I 1) Bem jurídico - a fé pública; 2) Sujeito ativo - qualquer pessoa; 3) Sujeito passivo - o Estado e, eventualmente, as pessoas físicas ou jurídicas que tenham seus interesses lesados pela conduta do agente; 4) Tipo objetivo - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização; 5) Tipo subjetivo - o dolo. Na segunda modalidade, há ainda o elemento subjetivo do injusto “para o fim de, em seguida, promover a restituição do dinheiro ao meio circulante”; Direito Penal III Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa AULA 14: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I 6) Consumação e tentativa - na primeira figura, a consumação se dá no momento em que está formada a nova cédula com base nos fragmentos de outras, sendo possível a tentativa. Na segunda modalidade, a consumação ocorre quando desaparece o sinal indicativo da inutilização da cédula. Também admite a tentativa se no processo de lavagem química da cédula o agente é flagrado. Na terceira figura, há consumação quando o agente logra repor ao meio circulante a moeda fraudulenta, sendo admitida a tentativa; 7) Forma qualificada - no caso se ser o agente por funcionário do órgão onde estava recolhido o dinheiro inutilizado ou destinado à inutilização, aproveitando-se desta condição. Nesse caso, a pena mínima é a mesma do caput, mas o seu limite máximo é elevado para 12 anos de reclusão, além da multa; 8) Ação penal - pública incondicionada. Direito Penal III AULA 14: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa 1) Bem jurídico - fé pública; 2) Sujeito ativo - qualquer pessoa; 3) Sujeito passivo: o Estado; 4) Tipo objetivo - fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda. É bastante, para a configuração do crime, que sirvam à realização de parte do processo de falsificação; 5) Tipo subjetivo - o dolo. Admite-se dolo eventual. Não existe modalidade culposa; 6) Consumação e tentativa - consuma-se esse crime com a efetiva prática de uma das ações. As modalidades “possuir” e “guardar”são crimes permanentes. Admite-se a tentativa com exceção dos tipos permanentes. Direito Penal III AULA 14: CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA I Petrechos para fabricação de moeda (Art. 291) Assuntos da próxima aula: CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA: Falsidade documental; Falsidade material; Falsidade ideológica.
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