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Livro ITB Ecologia WEB v2 SG

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Prévia do material em texto

Ecologia
Ana Neri da Paz Justino
Ecologia
Natal/RN
2014
Ecologia
Ana Neri da Paz Justino
Catalogação da Publicação na Fonte (CIP). 
Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726.
J96e Justino, Ana Neri da Paz. 
Ecologia / Ana Neri da Paz Justino ; edição e revisão do
Instituto Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2014.
122 p. : il.
ISBN 978-85-68100-38-7
Inclui referências
 
1. Ecologia. 2. Meio ambiente. 3. Relação homem-meio
ambiente. I. Instituto Tecnológico Brasileiro. II.Título.
RN/ITB/LCFJ CDU 574
presidente 
PROF. PAULO DE PAULA
diretor geral 
PROF. EDUARDO BENEVIDES
diretora acadêmica 
PROFA. LEIDEANA BACURAU
diretora de produção de projeto
PROFA. JUREMA DANTAS
FICHA TÉCNICA
gestão de produção de materiais didáticos 
PROFA. LEIDEANA BACURAU
coordenação de design instrucional 
PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
projeto gráfico 
ADAUTO HARLEY SILVA
diagramação 
MAURIFRAN GALVÃO
revisão de língua portuguesa 
PROFA. ANA AMÉLIA AGRA LOPES
revisão das normas da ABNT
LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR
ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA
“Cada dia a natureza produz o suficiente para 
nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe 
fosse necessário, não haveria pobreza no mundo e 
ninguém morreria de fome.” 
(Mahatma Gandhi)
Índice iconográfico
Diálogos
Importante
Querendo mais?
Internet
Curiosidade
Vocabulário
Você conhece?
Mídias
Atividades
O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como 
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. 
Observe-os na descrição a seguir:
Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.
Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.
Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência, 
antes do resumo.
Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no 
decorrer do estudo. 
Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas 
ao objeto de estudo.
Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.
Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e 
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem. 
Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais.
Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Apresentação institucional 11
Palavra do professor autor 13
Apresentação das competências 15
Competência 01 
Caracterizar o conceito de Ecologia 19
Conceito de Ecologia 19
Ecologia moderna: Ecologia da conservação 22
O Ecologismo como matéria da Ecologia 24
Resumo 27
Autoavaliação 27
Competência 02 
Identificar os elementos que compõem os sistemas e os ecossistemas 33
Fatores bióticos e abióticos 33
Níveis de organização e classificação taxonômica: noção e exemplos de 
ecossistemas 36
Resumo 39
Autoavaliação 40
Competência 03 
Classificar os elementos interdependentes na estabilidade dos ecossistemas 45
Níveis tróficos 45
Sumário
Dinâmica de populações 48
Estrutura de comunidades 50
Resumo 52
Autoavaliação 52
Competência 04 
Distinguir os fatores interdependentes na estabilidade dos ecossistemas 57
Fluxos de energia 57
Noção de Ecótono 59
O ecossistema urbano 61
Resumo 64
Autoavaliação 65
Competência 05 
Adotar uma visão holística na análise de processos socioeconômico-ambientais 69
Sucessões ecológicas 69
Biodiversidade 71
Efeito de borda 71
Resumo 74
Autoavaliação 75
Competência 06 
Caracterizar efeitos negativos a partir de intervenções ambientais mal planejadas 81
Sobre-explotação dos recursos 81
Desmatamento e extinção de espécies 83
Magnificação Trófica 86
Bioinvasão 88
Resumo 90
Autoavaliação 90
Competência 07 
Distinguir biomas brasileiros: Floresta Amazônica, Caatinga e Cerrado 95
Floresta Amazônica 96
Caatinga 98
Cerrado 100
Resumo 103
Autoavaliação 103
Competência 08 
Distinguir biomas brasileiros Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Bioma Marinho 109
Mata Atlântica 110
Pampa 111
Pantanal 113
Bioma Marinho 115
Resumo 118
Autoavaliação 118
Referências 121
Conheça o autor 122
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Apresentação institucional
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e 
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de 
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a 
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado 
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara 
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o 
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas 
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no 
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para 
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
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13
Olá! Nosso estudo sobre Ecologia tem o objetivo de torná-lo capaz de contextualizar 
as interações dos seres vivos com o meio ambiente, relacionando-as com a sua prática 
profissional. Para que isto seja possível, nosso diálogo será permeado por situações que 
permitam que você construa uma visão ampliada e aplicada das temáticas envolvidas nos 
conhecimentos relativos à Ecologia. Além disso, a visão que será construída ao longo deste 
estudo nos permitirá sair do senso comum e enxergar a real relação existente entre a Eco-
logia e o nosso cotidiano.
Para que alcancemos o nosso objetivo, veremos bases tecnológicas que nos deem o 
entendimento sobre Ecologia, seu significado e sua prática, ou seja, como ocorrem as 
interações entre os seres vivos e como devemos zelar para que as nossas intervenções 
causem o mínimo possível de impacto ao ambiente que nos cerca. 
Espero que seja prazeroso e enriquecedor construir esses conhecimentos sobre Ecolo-
gia e que, de fato,você consiga colocar em prática todas as informações aqui tratadas. Um 
forte abraço!
Palavra do professor autor
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15
Apresentação das competências
Você sabia que, no cotidiano das atividades do técnico em meio ambiente, é necessário 
o desempenho de ações que visem à preservação do meio ambiente? Imagine que você 
já está atuando em uma empresa de construção civil e o seu superior imediato necessita 
do seu apoio para a elaboração de um projeto de intervenção em uma região estuarina. 
Para realizar esta atividade, serão necessários conhecimentos sobre Ecologia. Assim, com 
a construção que aqui faremos, você terá mais subsídios para auxiliar o seu superior a 
identificar as intervenções ambientais, analisar suas consequências e operacionalizar a 
execução de ações para preservação, conservação, otimização, minimização e remediação 
dos seus efeitos.
Para realizar uma intervenção em uma área estuarina você precisa ter, por exemplo, 
conhecimentos sobre o ecossistema manguezal e as interações que ocorrem neste am-
biente. Portanto, a partir do que será tratado no nosso estudo, você será capaz de apoiar 
seu superior por meio de uma visão ampliada das relações dos seres vivos entre si e com 
o meio ambiente.
Na prática, isso será possível porque, durante o percurso deste estudo, você irá apren-
der o que é um ecossistema, sua composição e como as ações humanas podem gerar 
impactos. Você verá, dentre outras coisas, os fatores abióticos e bióticos, bem como as 
relações existentes entre estes e o ambiente em que estão inseridos. Incluímos ainda nes-
te caso as intervenções humanas que devem ser realizadas de maneira conciliadora para 
manutenção do equilíbrio ambiental. 
Nosso livro será composto por oito competências. Em cada uma delas desenvolveremos 
um estudo específico que o tornará habilitado a aplicar os princípios fundamentais da Eco-
Ec
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16
logia na sua prática pessoal e profissional.
Na primeira e na segunda competências iremos caracterizar os sistemas e os ecossis-
temas, os elementos que os compõem e suas respectivas funções. Para isso, nos debru-
çaremos nas informações relacionadas ao conceito de Ecologia e sua abordagem contem-
porânea, ou seja, a Ecologia da conservação e o Ecologismo. Como forma de visualizarmos 
de maneira prática a aplicação dos ensinamentos aqui discutidos, trataremos dos fatores 
bióticos e abióticos, dos níveis de organização e classificação taxonômica, que gerarão – 
como consequência – a construção de conhecimentos associados à noção e exemplos de 
ecossistema.
Na terceira e na quarta competências vamos correlacionar elementos e fatores 
interdependentes na estabilidade dos ecossistemas, avaliando os graus de diversidade 
dos seus componentes e os fatores limitantes. Desse modo, vamos aprender sobre as no-
ções de ecótono e de ecossistema urbano. Isso tudo nos trará a base para o conhecimento 
a respeito da dinâmica de populações e da estrutura de comunidades, bem como dos 
níveis tróficos e fluxos de energia.
Conheceremos ainda mais as especificidades da Ecologia na quinta e na sexta com-
petência, de modo que você possa adotar uma visão holística na análise de processos 
socioeconômico-ambientais. Para isso, estudaremos as sucessões ecológicas e suas rela-
ções. Daremos ênfase ao efeito borda e a sobre-exploração dos recursos, gerando como 
consequência o desmatamento, a extinção de espécies, bem como a sua relação com a 
magnificação trófica e a bioinvasão.
Por fim, na sétima e na oitava competência, iremos distinguir e comparar os principais 
biomas brasileiros. Assim, nosso estudo abordará informações sobre a Floresta Amazôni-
ca, a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica, os Pampas, o Pantanal e os Biomas Marinhos 
como os principais representantes dos Biomas brasileiros.
Você está preparado para este desafio? Espero que sim, pois, eu estou muito feliz em 
poder construir conhecimentos sobre Ecologia com você. Mãos a obra!
Competência
01
Caracterizar
o conceito de Ecologia
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19
Estamos iniciando a nossa caminhada rumo à construção de conhecimentos acerca 
da Ecologia. As informações tratadas aqui serão muito importantes para que você realize 
as conexões necessárias entre este mundo – que nos parece tão distante, porém é tão 
próximo e imprescindível – e o nosso olhar como profissionais. Falar de Ecologia se faz 
necessário para que você compreenda o quanto as intervenções do homem no ambiente 
precisam ser calculadas, a fim de promover uma convivência harmônica entre ser huma-
no e natureza.
Enquanto profissional da área de meio ambiente, é fundamental que, no exercício das 
suas atividades, você tenha essa visão de conciliação de interesses. Neste nosso primei-
ro momento, seu olhar será direcionado para este tipo de necessidade. 
Lembra-se quando falamos no início da nossa conversa sobre um projeto de interven-
ção em que seu apoio seria necessário? Quando você aprender a caracterizar os ecossis-
temas, você terá condições de apresentar ao seu superior elementos para a construção 
de um memorial descritivo da área objeto de intervenção. Vamos começar?
Conceito de Ecologia
Embora seja um termo bem popular, nem sempre a forma como a palavra “Ecologia” 
é usada se mostra a mais coerente com sua utilização no campo da ciência. Isso fica 
claro quando, mesmo sem perceber, o ser humano, por meio do conhecimento do senso 
comum, compreende e reconhece as relações entre as espécies animais e o ambiente. 
Por exemplo: quando o sertanejo sabe que vai chover pelo movimento das formigas, isso 
é Ecologia!
Caracterizar 
o conceito de Ecologia
Não imagina essa situação? Você poderá conferir o que estamos falando 
neste site: <http://planetasustentavel.abril.com.br/planetinha/natureza/
conteudo_planetinha_479230.shtml>. 
Internet
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20
Um dos mais famosos cientistas na área da Eco-
logia é o naturalista britânico Charles Darwin 
(1809-1882), criador da teoria da evolução natu-
ral. Segundo ele, tal processo acontece através da 
seleção natural. Darwin pesquisou durante 4 anos 
os fósseis, através de amostras geológicas, e ob-
servou espécies diversas de animais e vegetais nas 
Ilhas Galápagos, localizadas na América do Sul. Ele percebeu di-
ferenças em um mesmo animal que vivia em diferentes lugares. 
Isso era evidente também em animais de épocas distantes, o que 
Você conhece?
Entretanto, como estamos trabalhando na construção do conhecimento, não podemos 
limitar nosso entendimento apenas ao senso comum. Para tanto, vamos conhecer como 
surgiu a ciência designada por este termo que ora estamos estudando: a Ecologia.
A Ecologia nasceu no século XIX quando um biólogo alemão chamado Ernst Hae-
ckel nominou o estudo das relações dos seres vivos entre si com o meio ambien-
te. O termo deriva da junção de duas palavras gregas oikos = casa + logos = ciên-
cia, cujo significado pode ser definido como o “estudo da casa” (FAJARDO, 2003). 
Do ponto de vista histórico, podemos dizer que a Ecologia ainda se encontra no período 
de firmação enquanto ciência, pois, como vimos, ela começa a ser definida somente no 
século XIX, mais precisamente em 1866 (FAJARDO, 2003). Convém destacar que, mesmo 
com uma curta história, este campo científico tem trazido consideráveis contribuições para 
o conhecimento das relações existentes na natureza. 
Vale ainda considerar que alguns cientistas daquela época se destacaram por colabo-
rarem com o entendimento que temos da Ecologia no contexto contemporâneo. São eles: 
Charles Darwin, Thomas Malthus, Alexander von Humboldt, Augustin Pyrame de Candolle, 
Adolf Engler e John Edward Gray. Dou-lhe umadica: que tal pesquisar um pouco sobre cada 
um deles? Sempre procure se inspirar em pessoas brilhantes!
Ec
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21
foi notado através dos fósseis (Fonte: <http://www.e-biografias.net/char-
les_darwin/>. Acesso em: 21 out. 2014.). 
Assim, podemos considerar que conhecer o ambiente natural, as características das 
relações dos organismos uns com os outros e como estes se relacionam com o que está 
em sua volta é a área de estudo da Ecologia do ponto de vista científico. É importante 
destacar que esta não é apenas uma área de estudo para aprofundamento científico, 
tampouco de relevância apenas para os ecólogos (profissionais desta área). Os conhe-
cimentos gerados nas pesquisas realizadas nesta área do conhecimento são essenciais 
para uma convivência equilibrada entre os seres vivos. Por isso, a responsabilidade de 
possuir conhecimentos sobre Ecologia é de todos, e, claro, principalmente nossa, que 
atuamos diretamente na área.
Em suma, podemos dizer que a Ecologia pode ser considerada a ciência da sobrevivên-
cia, tendo como principais estudiosos de suas características no contexto contemporâneo 
os americanos Eugene Odum e Robert Ricklefs. 
Realize uma pesquisa sobre a biografia e a literatura produzida por Eu-
gene Odum e Robert Ricklefs, de modo que possamos verificar qual foi a 
contribuição desses dois estudiosos para a construção do conhecimento 
sobre a Ecologia. Para fins de validar e avaliar sua produção, socialize-a 
com seus colegas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). 
Atividade 01
Como você já deve ter descoberto, os estudos desses cientistas conduzem a uma ciên-
cia que se preocupa com a conciliação de interesses, principalmente dos seres humanos 
com os demais seres vivos no ambiente por todos habitado. Como dito, conhecer os ele-
mentos relacionados à Ecologia é primordial para o exercício de qualquer profissão atre-
lada aos saber ambiental. Uma questão que merece destaque neste momento é que tal 
ciência, assim como qualquer outra, traz consigo termos técnicos peculiares. Neste caso, 
para sua análise, será pertinente o enriquecimento do vocabulário técnico, fator que va-
mos trabalhar ao longo dos nossos estudos.
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E você, como se vê diante disso tudo? Parece estranho pensar que de-
vemos, em nosso cotidiano, agir de forma conciliadora e não apropriado-
ra no ambiente em que vivemos? Aproveitando que você já realizou sua 
pesquisa sobre a produção dos dois cientistas contemporâneos citados, 
vamos dar sequência à mesma, respondendo a estes questionamentos. 
Compartilhe suas reflexões no AVA.
Diálogos
A teoria de Gaia foi apresentada à comunidade científica pelo britânico 
James Ephraim Lovelock, em 1979. De acordo com a proposição desse 
cientista, a Terra se comporta como se estivesse viva. Qualquer coisa viva 
Curiosidade
Ecologia moderna: Ecologia da conservação
A definição de Ecologia defendida no contexto contemporâneo traz consigo a ideia de 
uma relação harmônica entre os seres que habitam o planeta Terra – conforme já mencio-
namos na seção anterior. Isso reflete no fato que os estudiosos do século XXI apresentam 
a Ecologia contemporânea como a Ecologia da conservação. Na prática, como seria isso?
A prática de uma Ecologia voltada para a conservação se inicia quando se pensa que 
não há distância entre duas ciências: a Ecologia e a Economia. Essa lógica de raciocínio 
defende que as atividades produtivas devem andar alinhadas com as relações dos seres 
vivos entre si e com o meio ambiente.
Na verdade, essa é a nossa realidade: uma realidade de busca para um equilíbrio. Este 
deve vir à tona junto com um olhar diferenciado para tudo que nos cerca, ou seja, um novo 
olhar com relação à vida em suas mais diversas formas e manifestações. 
Certo dia, eu estava pensando o quanto sentimos a perda de um ente querido. Nessas 
horas, a vida se torna algo tão valoroso para nós, humanos. Mas, será que é só a vida hu-
mana que é importante no planeta Terra? Na nossa casa? Na nossa Gaia?
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pode gozar de boa saúde ou adoecer. Partindo desse raciocínio, devemos 
primar pelo zelo com a saúde e o equilíbrio da nossa casa, o planeta 
Terra. Você também sabia que a palavra gaia é de origem grega? Ela se 
refere à personificação de yaia, a deusa da Terra na mitologia grega, ou 
seja, a mãe de todas as coisas.
Figura 1 – Gaia
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-22ptAiwWd54/TtpRoFLu4DI/AAAAAAAAATE/rrlzUIMLgZw/s320/gaia.png>. 
Acesso em: 20 set. 2014.
É fato: o ser humano, pela sua capacidade transformadora, coloca-se numa posição 
dominante nas relações dos seres vivos com o meio ambiente. Logo, os conhecimentos 
relacionados à Ecologia são importantes, pois fazem com que tenhamos noção da propor-
ção de nossas intervenções. Essa afirmativa se explica, por exemplo, quando pensamos no 
simples fato de manejar areia de um local para outro em função da construção civil.
Colocando a teoria na prática, podemos citar os dados divulgados pelo estudo Econo-
mia de Ecossistemas e Biodiversidade, encomendado pela Organização das Nações Uni-
das (ONU) ao economista indiano Pavan Sukhdev. 
A ONU é uma organização internacional formada por países que se reuni-
ram voluntariamente para trabalhar pela paz e pelo desenvolvimento mun-
dial. Você pode conhecer um pouco mais do trabalho da ONU no Brasil 
acessando: <http://www.onu.org.br/>. 
Internet
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Dentre as afirmativas apresentadas no estudo de Sukhdev, apresentamos a seguinte 
reflexão: se a Mãe Natureza emitisse faturas, cobrando pelos serviços ambientais que usa-
mos diariamente, o mundo teria, todos os anos, contas de trilhões de dólares para acertar 
com ela! Apenas o serviço de polinização prestado pelas abelhas vale em torno de US$ 
190 bilhões (SPITZCOVSKY, 2013).
Ainda utilizando a areia como forma de exemplificar a necessidade de cautela humana 
com a condução dos processos no ambiente, podemos mencionar o cuidado que alguns 
povos asiáticos tem na construção civil. Eles peneiram a areia para eliminar a possibilidade 
de matar algum ancestral que voltou ao mundo, como uma minhoca, por exemplo.
Retomando a ideia de aproximação entre Ecologia e Economia, para uma Ecologia da 
conservação é importante esclarecer que a palavra “Economia”, assim como “Ecologia”, 
deriva da raiz grega oikos. Partindo do princípio que “nomia” significa manejo, gerencia-
mento, e que a lógica da Ecologia é estudar as relações dos seres vivos entre si e com o 
meio ambiente, ambas (Economia e Ecologia) devem realmente ser parceiras.
Essa parceria justifica a importância de pesquisarmos sobre os sistemas ecológicos, a 
fim de contribuir para o manejo sustentável dos mesmos. Em outras palavras, responder 
perguntas simples como “onde estão os organismos? Em quantos indivíduos ocorrem? Por 
que eles estão lá?” fazem um bem enorme ao ambiente.
Nesta lógica, ainda podemos considerar um provérbio aborígene que diz o seguinte: 
“somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem! Nosso objeti-
vo é observar, crescer, amar... E depois vamos para casa”.
Como citado nesta discussão, o importante é pensar em uma Ecologia da conservação 
que viabilize o conhecimento dos sistemas ecológicos, de modo a contribuir para o manejo 
sustentável destes.
O Ecologismo como matéria da Ecologia
Como temos discutido ao longo do nosso estudo, a Ecologia traz consigo o objetivo de 
manter o equilíbrio entre os seres vivos existentes na Terra. Desse modo, a lógica objetiva 
desta área do conhecimento é a busca por um destino comum entre natureza e homem, de 
maneira a criar um padrão de relações entre os organismos e seu ambiente. Isso orienta 
e determina a nossaforma de estabelecer políticas públicas. Nesse contexto contemporâ-
neo, quando atrelada a decisões políticas, a discussão de Ecologia também é chamada de 
Ecologismo.
Polinização: é 
o transporte do 
pólen de uma flor 
para outra, ou 
para o seu próprio 
estigma. É por meio 
desse processo 
que as flores se re-
produzem, gerando 
frutos.
Aborígene: os 
nativos de uma 
determinada 
região. Neste caso, 
são os aborígenes 
australianos, uma 
população que, 
assim como os gru-
pos indígenas aqui 
no Brasil, foi vítima 
de massacres 
pelos colonizadores 
e discriminada por 
parte da população 
dita civilizada.
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Acesse<http://ojs .c3sl .ufpr.br/ojs2/index.php/made/ar t ic le/
view/21699/17076> e compreenda a visão do Professor Peter Walker de 
como a Ecologia política tem muito a oferecer para ajudar a criar um mun-
do mais justo e sustentável.
Internet
Falar e atuar profissionalmente sob o prisma da Ecologia é reconhecer que seu estudo 
e sua prática estão atrelados à distribuição e abundância de variadas formas de orga-
nismos. Podemos associar ainda nessa fala que os organismos, objeto de preocupação 
da Ecologia, trazem consigo características físicas, químicas e biológicas (BEGON, TOWN-
SEND, HARPER, 2007). Isso significa dizer que, para atuar profissionalmente sob o olhar da 
Ecologia, é necessário aos indivíduos às informações de diversas áreas do conhecimento. 
Podemos citar como principais áreas: zoologia, botânica, paleontologia, geologia história, 
geografia, meteorologia e demografia. Essa gama de conhecimentos é necessária para que 
os profissionais dessa área consigam, dentre outras coisas, mensurar o impacto das inter-
venções no meio ambiente de modo que se conheçam as consequências provocadas pela 
poluição, pelos desmatamentos e pelas obras em geral. Além disso, o profissional que atua 
com foco nos conhecimentos da Ecologia também pode conhecer os efeitos provocados à 
flora, à fauna e à saúde humana por causa do uso/consumo de produtos químicos, tais 
como: fertilizantes e defensivos agrícolas (DIAS, 2005).
Aproveitando a conversa que estamos tendo a respeito da Ecologia, em 
que percebemos que a mesma é mais presente em nossas vidas do que 
poderíamos imaginar inicialmente, vamos investigar nos catálogos pro-
fissionais os possíveis campos de atuação para profissionais com conhe-
cimentos nesta área? Por fim, vamos levar o resultado da nossa investi-
gação para o fórum de discussão, com o título “Campo de trabalho para 
atuar com conhecimentos sobre Ecologia”.
Diálogos
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A Ecologia social é aquela que se preocupa mais com a presença dos 
seres humanos sobre a face da Terra. A natural é mais ligada à Biologia e 
ao estudo dos fenômenos presentes na natureza. A Ecologia da mente – 
também chamada de Ecologia profunda – afirma que, para transformar o 
planeta, é preciso antes mudar nossa mentalidade, para adotarmos uma 
postura mais harmoniosa e solidária em relação ao mundo. 
Importante
Os elementos aqui tratados demonstram que, embora tenha nascido muito próxima da 
Biologia e enquanto ciência ela não tenha muita maturidade, a Ecologia tem conquistado 
seu lugar ao sol na sociedade contemporânea. Essa importância demonstra que, aos pou-
cos, a Ecologia vem ganhando força para a conquista de mudanças nas atitudes humanas 
para com a natureza, uma vez que os resultados das pesquisas na área têm influenciado 
decisões econômicas, políticas e sociais ao redor do mundo.
Percebemos, graças a estas informações, que o pensar/agir à luz dos saberes da Eco-
logia e o reconhecimento da sua importância como ciência podem ser compreendidos de 
três formas diferentes: social, natural e da mente. Fajardo (2003, p. 10) explica esta tipo-
logia da seguinte forma:
O terceiro tipo de Ecologia serve de base para alguns filósofos contemporâneos, como 
exemplo, o brasileiro Leonardo Boff.
Leonardo Boff nasceu em Concórdia, Santa Cata-
rina, aos 14 de dezembro de 1938. Sua obra é de 
reconhecimento internacional e lhe rendeu muitos 
títulos – dentre eles, o prêmio Nobel alternativo, 
em 2001. Para este estudioso, tudo que existe no 
mundo merece cuidado a partir de uma nova ética, 
em que todos possam servir de exemplo por meio de valores e ati-
Você conhece?
Ec
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tudes que se fundamentem no cuidado para continuar a existir e a viver. 
Você pode conhecer um pouco sobre vida e obra deste filósofo acessando: 
<http://www.leonardoboff.com/site/lboff.htm>. 
O nosso diálogo vem demonstrar como é importante entender os aspectos associados 
à Ecologia para qualquer exercício profissional na sociedade contemporânea, pois, como 
ela trata das relações entre os seres vivos e o ambiente, nós, seres humanos, precisamos 
ter zelo e cautela nas nossas interações com os outros seres vivos.
Acesse: <http://planetasustentavel.abril.com.br/manual/>. Nesta página, 
você pode verificar informações a respeito das ações humanas no ambien-
te de um modo geral. Você pode ainda acessar a versão on-line do Manual 
de Etiqueta Sustentável e observar dicas de como ter atitudes mais zelo-
sas com o ambiente.
Mídias
Resumo
Nesta competência, você teve a oportunidade de construir conhecimentos a respeito 
do conceito de Ecologia. Nesta construção, percebemos que a Ecologia é uma ciência que 
se preocupa com a conciliação de interesses, principalmente dos seres humanos com os 
demais seres vivos no ambiente por todos habitado, sendo inclusive considerada a ciência 
da sobrevivência.
Isso significa que devemos ter ações moderadas e não soberana no ambiente. Para 
isso, é importante conhecer os sistemas ecológicos, a fim de colaborar para o manuseio 
sustentável dos mesmos, uma vez que a necessidade e a aptidão transformadora do ser 
humano nos coloca numa posição dominante diante de outros seres vivos. 
Autoavaliação
1. Observe as assertivas a seguir:
I – Este campo científico tem trazido consideráveis contribuições para o conhecimento das 
Ec
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relações existentes na natureza;
II – Os conhecimentos gerados nas pesquisas realizadas nesta área do conhecimento são 
essenciais para uma convivência equilibrada entre os seres vivos; 
III – A Ecologia pode ser considerada a ciência da sobrevivência.
Assinale o item que contempla apenas assertivas corretas:
a) II;
b) I e III;
c) I e II;
d) I, II e III.
2. O reconhecimento da importância da Ecologia como ciência pode ser compreendido 
de três formas diferentes: social, natural e da mente. Qual definição das alternativas 
abaixo não está correta?
a) A Ecologia social é aquela que se preocupa com as questões políticas que estão ligadas 
a fatores ambientais;
b) A Ecologia social é aquela que se preocupa mais com a presença dos seres humanos 
sobre a face da Terra;
c) A Ecologia natural é mais ligada à Biologia e ao estudo dos fenômenos presentes na 
natureza;
d) A Ecologia da mente – também chamada de Ecologia profunda – afirma que, para trans-
formar o planeta, é preciso antes mudar nossa mentalidade, para adotarmos uma pos-
tura mais harmoniosa e solidária em relação ao mundo. 
3. A Ecologia é necessária para compreendermos o quanto as intervenções do homem 
no ambiente precisam ser calculadas, a fim de promover uma convivência harmônica 
entre o ser humano e a natureza. De acordo com essa afirmativa, complete as lacunas 
a seguir:
I – A Ecologia nasceu no século ________, através dos estudos do biólogo ________ cha-
mado __________;
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II – A palavra deriva da ________ de _________ palavras gregas, _______ = casa + ________ 
= ciência;
III – O significado da palavra ___________ podeser definido como o ____________ da casa.
Qual das alternativas contempla o conjunto de palavras que completa, corretamente, as 
lacunas?
a) XIX, alemão, Ernst Haeckel, junção, duas, oikos, logos, Ecologia, estudo;
b) anterior, americano, Albert Einstein, divisão, três, ágape, logos, Ecologismo, percurso;
c) XVI, brasileiro, João Cardoso, soma, duas, logos, oikos, Ecologia, olhar;
d) futuro, japonês, Takeru Ishita, união, duas, oikos, logos, Ecoturismo, caminho.
4. Conhecer o ambiente natural, as características das relações dos organismos uns com 
os outros e como estes se relacionam com o que está em sua volta é a área de estudo 
da Ecologia do ponto de vista científico. 
A esse respeito, assinale verdadeiro ou falso:
( ) A única despreocupação da Ecologia é a conciliação de interesses do ser humano com 
a natureza;
( ) Devemos agir de forma conciliadora e não apropriadora no ambiente;
( ) É irrelevante conhecer os sistemas ecológicos, a fim de contribuir para o manejo sus-
tentável dos mesmos.
Qual das alternativas contempla a opção correta?
a) V, V, V;
b) F, F, F;
c) F, V, F;
d) V, F, V.
Identificar os elementos
que compõem os sistemas e os ecossistemas
Competência
02
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Você já parou para pensar no que são sistemas? Este é um termo comum de várias áre-
as do conhecimento, dentre elas, a Ecologia. Os sistemas são entendidos como a conexão 
de elementos com o propósito de formar um todo organizado. Pensando nessa união, po-
demos acrescentar que os ecossistemas são as conexões entre os seres vivos e não vivos 
em um determinado lugar. 
Desse modo, para continuar nosso estudo, vamos conversar sobre esses dois elemen-
tos fundamentais para o entendimento da Ecologia. Nesta segunda competência, você 
conhecerá quais são os fatores bióticos e abióticos (seres vivos e não vivos) de uma região. 
Além disso, você estudará os níveis de organização e classificação dos fatores bióticos de 
um local e como estes interagem entre si e com os fatores abióticos. 
Ah! Além disso, voltando àquele projeto de intervenção que falamos no início, lembra-
-se? Você poderá apresentar ao seu superior aspectos para que o mesmo pense sua inter-
venção por sob a ótica da Ecologia da conservação. Vamos lá?
Fatores bióticos e abióticos
Ao longo dos nossos estudos, trataremos de algumas palavras que parecem estranhas 
ao nosso atual vocabulário. Como dissemos em momento anterior, estas palavras são cha-
madas no campo da atuação profissional de termos técnicos. Neste momento, vamos falar 
das interações provenientes das associações entre os componentes não vivos (conhecidos 
no campo científico como seres abióticos) e os componentes vivos (chamados de bióticos).
Como vimos, a Ecologia é a ciência que trata do estudo das relações dos seres vivos 
entre si e com o meio ambiente. Para melhor compreendermos essa temática, vamos nos 
deter um pouco mais no que se entende por componentes abióticos e como estes interfe-
rem nas relações dos componentes bióticos.
Identificar os elementos 
que compõem os sistemas e os 
ecossistemas
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Os componentes abióticos não possuem vida. Eles formam o ambiente físico 
constituído de fatores químicos e físicos. Assim, a água, o oxigênio, o sol, o solo, 
os nutrientes, entre outros, são os componentes não vivos que interagem com os 
vivos e formam o ambiente natural como nós conhecemos.
Comumente, escutamos nas escolas, nos veículos de comunicação e até mesmo nos 
grupos sociais aos quais pertencemos que a água é fonte de vida. De fato, esta é uma gran-
de verdade. Para ser mais preciso, podemos dizer que a água é um meio básico de vida, 
pois a maior parte da Terra é líquida e consegue ser um solvente quase sem comparação, 
o que a torna um meio ideal para os sistemas vivos.
Figura 2 – Água, fonte de vida
Fonte: <http://www.stockfreeimages.com/5820541/Water-bird-and-water-lily-in-the-pond.html>.
Acesso em: 20 set. 2014.
Ainda falando das características da água, podemos acrescentar que ela conduz calor 
e resiste às mudanças de temperatura, além de conter substâncias da atmosfera e/ou de 
solos e rochas. Na prática, isso demonstra como é importante conhecer as características 
da água de um determinado lugar, para saber, por exemplo, como é a concentração das 
partículas de hidrogênio, o pH. Informações como essas são necessárias para medir a qua-
lidade do ambiente em que os seres vivos habitam.
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Você sabia que o pH é a medida da acidez ou alcalinidade encontrados na 
água a partir dos íons de hidrogênio e que a escala de pH se estende de 
0 (altamente ácido) a 14 (altamente alcalino). Também é importante co-
mentar que o pH da água pura, ou seja, o pH neutro é 7 (RICKLEFS, 2010). 
Curiosidade
Ainda citamos a energia como fonte de vida para os seres bióticos. A esse respeito, po-
demos colocar que a maior parte da energia vem da luz do sol. As plantas, por exemplo, são 
seres vivos que utilizam a energia solar para realizar a fotossíntese. É importante destacar 
neste momento que não se pode ir nem tanto ao mar, nem tanto a terra quando falamos 
em luz, energia e calor, ou seja, seus extremos não representam as condições ideais de 
sobrevivência.
Fotossíntese: 
processo pelo qual 
a planta sintetiza 
compostos orgâ-
nicos (seu próprio 
alimento) a partir 
de elementos inor-
gânicos (luz, água 
e gás carbônico).
Por falar em energia, você já parou para pensar no quanto nós, seres 
humanos, também somos dependentes de energia? Pois é! Nós precisa-
mos de energia para a maioria das nossas ações cotidianas. Vamos dar 
sequência às discussões no nosso fórum, respondendo a este questiona-
mento com nossas reflexões.
Diálogos
Continuando a falar em seres abióticos, poderíamos citar o oxigênio e todos os demais 
elementos químicos apresentados na tabela periódica, como uma representação dos nu-
trientes necessários à vida dos seres bióticos.
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Figura 3 – Tabela periódica dos elementos
Fonte: <http://mundodecrianca.com.br/wp-content/uploads/2010/12/tabela_periodica.png>.
Acesso em: 20 set. 2014.
Como referência aos efeitos dos componentes abióticos na interação dos seres vivos, 
é possível conversarmos sobre a variação no ambiente, motivada pelo clima, água e solo, 
alguns inclusive já mencionados na nossa conversa. Assim, aspectos como temperatura; 
pH do solo e da água; salinidade; forças físicas de ventos, de ondas e de correntes; polui-
ção ambiental; e mudanças globais (gases industriais, efeito estufa e aquecimento global), 
dentre outros, também interferem nas interações entre os seres bióticos.
Níveis de organização e classificação 
taxonômica: noção e exemplos de ecossistema
Como você percebeu durante a nossa conversa anterior, intercalamos explicações so-
bre componentes abióticos e bióticos. Espero que você tenha aprendido que os abióticos 
não possuem vida (chuvas, temperatura, solo, etc.) e que os bióticos são os vivos (micro-
-organismos, vegetais, animais, etc.). Estes últimos são organizados em quatro divisões: 
espécies, populações, comunidades e ecossistemas.
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Como você já sabe, os componentes bióticos, os seres vivos, são sistemati-
zados em quatro: espécies, populações, comunidades e ecossistemas. Que 
tal estabelecer junto a seus colegas uma definição para estes conceitos? 
Pesquise cada um deles, elabore um texto com suas percepções, compar-
tilhe-o em nosso fórum e discuta-os com o grupo, procurando estabelecer 
uma definição comum. 
Atividade 01
Na realização de estudos ambientais é muito importante ao profissional desta área 
conhecer como ocorrem as relações dos seres bióticos e abióticos.Isso significa que você 
necessita ter uma visão ampliada a respeito destes elementos para poder calcular, de for-
ma segura, o impacto de uma determinada intervenção humana no ambiente, por exemplo.
Figura 4 – Desmatamento
Fonte: <http://www.mma.gov.br/media/k2/items/cache/8ab3fb39055c198cdfc4e071e8ba9f85_XL.jpg>.
Acesso em: 20 set. 2014.
Vários podem ser os critérios da organização biótica no ambiente. Estes podem ser: 
marinho, de água doce e/ou terrestre. Podemos ainda acrescentar critérios taxonômicos 
como as divisões em insetos, crustáceos e plantas. Estas divisões são importantes para 
que seja possível compreendermos o objeto de estudo da Ecologia: a natureza. Assim, esta 
é uma das maneiras mais eficientes para entendermos o mundo vivo organizado.
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Taxonomia é o ramo da Biologia que cuida de descrever, identificar e clas-
sificar os seres vivos, animais e vegetais. Também é a parte da gramática 
que trata de classificação das palavras (Fonte: <http://www.dicionarioin-
formal.com.br/taxonomia/>. Acesso em: 21 out. 2014.). 
Importante
De uma maneira bem simples, vamos conversar agora sobre o significado das uni-
dades ecológicas, bem como alguns conceitos importantes que precisam ser consi-
derados na elaboração de estudos ambientais. Ao relacionarmos as informações no 
quadro a seguir, com as imagens correspondentes, podemos melhor compreender o 
que estamos conversando.
Espécie: dois ou mais organismos são conside-
rados da mesma espécie, quando podem se re-
produzir, originando descendentes férteis. 
Populações: conjunto de organismos de uma 
mesma espécie que podem se reproduzir origi-
nando descendentes férteis.
Comunidades ou Biocenose: conjunto de todas 
as populações, sejam elas de microorganismos, 
animais ou vegetais existentes em uma determi-
nada área. Também podemos utilizar o conceito 
de comunidade para nominar grupos com uma 
maior afinidade separadamente, como por exem-
plo, comunidade vegetal, animal etc.
Ecossistema ou Sistema Ecológico: conjunto de 
comunidades interagindo entre si e agindo sobre 
e/ou sofrendo a ação dos fatores abióticos.
Figura 5 – Níveis de organização e classificação taxonômica
Fonte: adaptado de Dias (2005).
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Conjunto de todos os ecossistemas, ou seja, é toda a área habi-
tada por vida na Terra.
Talassociclo: biociclo marinho. Divide-se em: plâncton, bênton 
e nécton.
Epinociclo: biociclo terrestre. Divide-se em: floresta, savana, 
campo e deserto.
Limnociclo: biociclo da água doce.
Grande biossistema regional caracterizado por um tipo principal 
de vegetação a outro aspecto identificador da paisagem.
É o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada.
É o papel que o organismo desempenha no ecossistema.
É a região de transição entre duas comunidades ou entre dois 
ecossistemas.
Biosfera
Divisões da biosfera
Bioma
Habitat
Nicho Ecológico
Ecótono
Figura 6 – Conceitos importantes na Ecologia
Fonte: adaptado de Dias (2005).
Com esse esclarecimento, podemos alargar um pouco o nosso olhar a respeito das re-
lações entres seres bióticos e abióticos no ambiente, bem como da noção de ecossistema. 
Como já conversamos em um momento anterior, o ecossistema é composto pelas caracterís-
ticas biológicas, físicas e químicas com influência nas espécies de seres vivos (plantas e ani-
mais) de um local. Aproveitando esse diálogo, apresento a imagem a seguir que demonstra 
conceitos importantes que também podem ser contextualizados à luz do estudo da natureza.
Acesse <https://www.embrapa.br/meio-ambiente> e veja que a Embrapa 
Meio Ambiente disponibiliza os textos publicados em suas séries, boletins 
de pesquisa, documentos, comunicado técnico e circular técnica. Faça 
buscas nos conteúdos das publicações para localizar temas, assuntos, 
autores e outras informações específicas. Além das publicações seriadas, 
estão disponíveis alguns títulos de livros interessantes para você! 
Mídias
Resumo
Nesta competência, você teve a oportunidade de perceber que atuar profissionalmente 
sob o olhar da Ecologia não é tão simples, pois é necessário conhecimentos de diversas 
Ec
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áreas. Cabe aos profissionais avaliar as consequências dessas intervenções (poluição, des-
matamentos e obras em geral) no meio ambiente.
Para tanto, é pertinente lembrá-lo que as interações no ambiente são provenientes das 
associações entre os componentes abióticos (não vivos) e os componentes bióticos (vivos). 
Chuvas, temperaturas e solo são exemplos de elementos abióticos, enquanto os micro-
-organismos, vegetais e animais são representantes dos seres bióticos. Na realização de 
estudos ambientais é muito importante ao profissional saber como se relacionam seres 
bióticos e abióticos. Portanto, é nossa obrigação ter conhecimento e visão ampla destes 
elementos, para mensurar com segurança as perturbações de determinada intervenção 
humana no ambiente. 
Autoavaliação
1. O consumo interno do Brasil e as exportações de soja, carne bovina e outros pro-
dutos primários, provenientes da Amazônia, são responsáveis por mais da metade das 
taxas de desmatamento e, consequentemente, das emissões de gases de efeito estufa 
registradas (Fonte: <http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/reda-
cao/2013/09/20/mais-de-50-de-emissoes-da-amazonia-sao-geradas-por-demandas-fora-
-do-bioma.htm>. Acesso em: 21 out. 2014.). 
 
A esse respeito, podemos afirmar que:
a) Profissionais que atuam com foco nos conhecimentos da Ecologia desconhecem os 
efeitos provocados à flora, à fauna e à saúde humana por causa das suas intervenções 
no ambiente;
b) Essa afirmativa chama atenção para a importância de que os profissionais dessa área 
consigam, dentre outras coisas, mensurar o impacto das intervenções no meio ambiente;
c) Na sociedade contemporânea, a Ecologia tem pouco espaço para a mudança das atitu-
des humanas com relação à natureza;
d) A Ecologia é muito frágil enquanto ciência e por isso pensar/agir à luz dos seus saberes 
torna-se desnecessário no contexto contemporâneo.
2. Por que podemos considerar a água como um componentes abióticos?
a) Porque ela conduz calor e resiste às mudanças de temperatura, além de conter subs-
tâncias da atmosfera e/ou de solos e rochas;
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b) Porque ela concentra partículas de hidrogênio, que definem o seu pH, informação ne-
cessárias para medir a qualidade do ambiente em que os seres vivos habitam;
c) Porque ela não possui vida, formando o ambiente físico constituído de fatores químicos 
e físicos;
d) Porque ela é um dos componentes vivos que interagem com os seres não vivos e for-
mam o ambiente natural como nós conhecemos.
3. Relacione a primeira coluna com a segunda:
I – Populações; 
II – Espécie; 
III – Ecossistema ou Sistema Ecológico;
IV – Comunidades ou Biocenose. 
( ) Dois ou mais organismos são considerados da mesma espécie, quando podem se re-
produzir, originando descendentes férteis;
( ) Conjunto de organismos de uma mesma espécie que podem se reproduzir originando 
descendentes férteis;
( ) Conjunto de todas as populações, sejam elas de micro-organismos, animais ou vege-
tais, existentes em uma determinada área. Também podemos utilizar o conceito de 
comunidade para nominar grupos com uma maior afinidade separadamente, como por 
exemplo, comunidade vegetal, animal etc.;
( ) Conjunto de comunidades interagindo entre si e agindo sobre e/ou sofrendo a ação 
dos fatores abióticos.
Considerando os conceitos em Ecologia, qual a alternativa que traz a sequência correta:
a) I, II, III e IV;
b) IV, III, II e I;
c) III, II, I e IV; 
d) II, I, IV e III.
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4. Paraatuar com o olhar voltado para a conciliação da relação homem e natureza cabe 
aos profissionais terem conhecimento sobre os fatores bióticos e abióticos (seres vivos 
e não vivos) de uma região, bem como a forma como eles se organizam, sua classifica-
ção e como interagem entre si. 
Considerando esta afirmativa, assinale verdadeiro ou falso:
( ) As plantas, por exemplo, são seres vivos que utilizam a energia solar para realizar a 
fotossíntese;
( ) O oxigênio e todos os demais elementos químicos apresentados na tabela periódica 
são seres bióticos;
( ) Algumas variações no ambiente são motivadas pelo clima, água e solo.
Qual das alternativas contempla a opção correta?
a) V, V, V;
b) F, F, F;
c) F, V, F;
d) V, F, V.
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Classificar os elementos
interdependentes na estabilidade dos 
ecossistemas
Competência
03
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Dando continuidade a nossa jornada rumo ao saber sobre a Ecologia, vamos conversar 
sobre elementos e fatores interdependentes na estabilidade dos ecossistemas. Como dis-
semos nas competências 01 e 02, esses conhecimentos são importantes na sua formação 
de técnico em meio ambiente para que, no cálculo das intervenções no ambiente, você 
consiga minimizar o impacto da ação humana. 
É fato que os seres vivos sentem os efeitos das ações humanas sem planejamento. 
Um exemplo dessa afirmativa é o estudo publicado pela revista científica “American Che-
mical Society”: 
Classificar os elementos 
interdependentes na estabilidade 
dos ecossistemas
A revista “American Chemical Society” divulgou dados demonstrando a alta taxa 
de mortalidade de golfinhos na costa dos Estados Unidos, principalmente na re-
gião do Golfo do México, onde ocorreu o maior vazamento de petróleo da história 
americana em 2010, mais conhecido como “maré negra de 2010”. O estudo 
divulgado à comunidade científica em dezembro de 2013 comparou a saúde na 
região do acidente (Louisiana), e outra região que não foi impactada pelo aci-
dente (Flórida). Como principais resultados, o estudo aponta que os golfinhos 
da área impactada pelo acidente estão com doenças pulmonares e quantidades 
anormais de hormônios, fato quase inexistente na Flórida. 
Essa informação demonstra a necessidade de agirmos de maneira cautelosa para evi-
tar impactos de grande magnitude nas nossas intervenções no ambiente. Os conhecimen-
tos que construiremos nesta terceira competência nos darão subsídios para agirmos com 
cautela. Está pronto? Vamos lá!
Níveis tróficos
Quando iniciamos nossa conversa sobre ecossistema, observamos que o mesmo é o 
conjunto de comunidades interagindo entre si e agindo sobre e/ou sofrendo a ação dos 
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fatores abióticos. Vimos ainda várias nomenclaturas associadas ao mesmo, de modo a 
facilitar o nosso entendimento sobre os termos técnicos.
Desse modo, podemos ainda dizer que um ecossistema é mais que uma unidade 
geográfica em uma determinada região. É um sistema com entradas e saídas, sendo 
caracterizado como a primeira unidade na hierarquia ecológica. Portanto, conhecer e 
caracterizar o ecossistema de uma determinada região é o primeiro passo para interven-
ções sustentáveis.
Você conhece o ecossistema da região em que reside? Quais são suas ca-
racterísticas? Como ocorrem as interações dos seres bióticos e abióticos? 
Como são feitas as intervenções humanas? Que tal realizar uma pesquisa 
a esse respeito e socializar junto aos seus colegas no fórum, de modo que 
possamos enriquecer nossa conversa de forma prática? 
Atividade 01
Nesta competência iremos falar sobre os elementos e fatores interdependentes na es-
tabilidade dos ecossistemas. Assim, um primeiro ponto de entendimento nesta perspectiva 
é a estrutura trófica do ecossistema.
Nível trófico, também conhecido por nível alimentar, representa o con-
junto biótico (animais e vegetais) que integram o mesmo ecossistema, e 
nesse possui semelhantes hábitos alimentares (Fonte: <http://www.bra-
silescola.com/biologia/niveis-troficos.htm>. Acesso em: 21 out. 2014.).
Importante
Quando observamos o ecossistema a partir do nível alimentar dos seres bióticos, pode-
mos afirmar que o mesmo se constitui de duas camadas. Vamos conhecê-las?
A primeira é considerada estrato superior, pois é formada por seres que produzem 
o seu próprio alimento (os seres autótrofos). Nos ecossistemas, estes seres formam o 
chamado “cinturão verde” composto pelas plantas que produzem clorofila. 
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Confuso com esta quantidade de palavras novas? Então vamos realizar 
uma pesquisa sobre elas (substâncias inorgânicas, compostos orgânicos, 
ambiente de ar, água e substrato, regime climático, produtores, fagótrofos, 
saprótrofos e saprófagos) e como são aplicadas no seu exercício profissio-
nal. Lembre-se de compartilhar o seu trabalho no AVA.
Atividade 02
Já a segunda camada, considerada inferior, é composta pelos seres que não conse-
guem produzir o seu próprio alimento (os seres heterótrofos). Isso significa afirmar que 
estes seres se alimentam de outros seres, e no ecossistema formam o “cinturão mar-
rom”, composto pelo solo, sedimentos, matérias e degradação, entre outros (ODUM; 
BARRET, 2008).
Figura 7 – Exemplo de seres autótrofos
Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/-yVN-
j2ycQ67E/UVCln5ZzTyI/AAAAAAAAApk/UxZuMs3rn-
nI/w346-h461/erica-arborea-imagens-de-flores.jpg>. 
Acesso em: 20 set. 2014.
Figura 8 – Exemplo de seres heterótrofos
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/_NIzKKp-
cHXHs/TEOX3Y3c6NI/AAAAAAAAANY/iwa-ArVA-
1gI/s1600/heterotrofo.jpg>. 
Acesso em: 20 set. 2014.
Podemos ainda dizer que a interação dos componentes autótrofos e heterótrofos é uma 
das principais características dos ecossistemas. Além disso, vale também salientar que 
nos ecossistemas existem as interações entre as substâncias inorgânicas, compostos or-
gânicos, ambiente de ar, água e substrato, regime climático, produtores, fagótrofos, sapró-
trofos e saprófagos.
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Considerando que você já realizou as duas atividades propostas, va-
mos conversar sobre a dinâmica das populações em nosso fórum? Va-
mos identificar até que ponto o desmatamento, as construções e as 
atividades produtivas têm restringido o habitat das espécies nativas 
existentes na sua região. Para começar, é importante que você conheça 
tais espécies. Pesquise! 
Diálogos
Para o exercício da profissão de técnico em meio ambiente, você deve conhecer e apli-
car o vocabulário pertinente à área de atuação. Desse modo, vale ainda frisar como é 
importante a realização da atividade proposta neste momento.
Dinâmica de populações
Como vimos na segunda competência, os níveis de organização e classificação taxonô-
mica consistem numa forma mais simples de entender como ocorrem as interações entre 
os seres vivos. Vimos também que, como parte dos ecossistemas, existem as populações, 
ou seja, o conjunto de organismos de uma mesma espécie que podem se reproduzir origi-
nando descendentes férteis.
O contexto contemporâneo vem apresentando enormes desafios para as populações, 
pois estas estão sendo diminuídas em função das intervenções humanas, muitas vezes 
sem o planejamento necessário. Isso se deve a fatos como: desmatamento de florestas, 
construções de estradas, canalização de rios, atividades produtivas (principalmente, a 
agricultura) entre outros. Eles vêm fragmentando ou restringindo o movimento das popu-
lações, em função da diminuição dos habitats, ou seja, dos lugares específicos onde uma 
espécie pode ser encontrada. 
Você deve estar se perguntando: “por que tantos questionamentos e tantas demandas 
práticas no decorrer deste estudo?” Como estamos sempre o alertando,você está se qua-
lificando para contribuir com intervenções mais equilibradas no ambiente. Para tanto, é 
necessário que você seja capaz, por exemplo, de reconhecer, identificar e zelar pelo habitat 
dos seres vivos. 
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Confira a matéria “A mudança climática segundo os testemunhos do gelo”, 
bem como a entrevista com o glaciologista brasileiro Jefferson Simões. To-
mando ciência do conteúdo deste material, você pode fazer as associações 
de como o desequilíbrio é nocivo para o nicho ecológico de determinada 
espécie. Acesse: <http://port.pravda.ru/science/11-01-2014/36009-mu-
danca_climatica-0/>.
Para facilitar sua compreensão sobre a terminologia utilizada nas interações 
entre as espécies, sugiro o seguinte endereço eletrônico: <http://www.
ebah.com.br/content/ABAAAAcYwAB/interacoes-entre-especies>.
Internet
Internet
Podemos ainda dizer que uma população é mais do que um conjunto de indivíduos, pois 
eles se unem para se reproduzir e, com isso, garantem a perpetuação da espécie. Desse 
modo, as populações estão limitadas aos habitats ecologicamente equilibrados. Assim, 
podemos ainda afirmar que quanto maior o equilíbrio, maior será a atuação da espécie no 
ecossistema, ou seja, seu nicho ecológico.
Como estamos falando em população e em espécies, não podemos deixar de fora o fato 
de que nós, seres humanos, também formarmos uma população de seres vivos: a espécie hu-
mana. Anteriormente, conversamos sobre a capacidade transformadora que nos coloca numa 
posição dominante em relação aos demais seres vivos com o meio ambiente. Essa posição 
também nos coloca como responsáveis pela manutenção de ecossistemas ecologicamente 
equilibrados. Para isso, temos a nossa disposição a demografia como um modo de conhecer a 
forma como as populações crescem e se reproduzem. Podemos colocar a esse respeito que os 
seres autótrofos têm crescimento e reprodução mais lentos que os seres heterótrofos. 
Ainda a esse respeito, podemos dizer que a dinâmica das populações é resultado das 
interações entre as espécies presentes em um determinado ecossistema. Podemos citar 
como principais interações nesse contexto: consumidor-recurso, competição e mutualismo. 
Novamente, estamos tratando de termos técnicos pertencentes ao vocabulário da Ecologia.
Demografia: estu-
do das populações. 
Esta área tem uma 
longa história na 
ciência ocidental, 
que se estende 
para trás no tempo 
até John Gaunt e 
Thomas Malthus 
nos séculos 17 e 
18 na Inglaterra 
(RICLEFS, 2010, 
p. 217). 
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Espero que você venha observando ao longo do avanço do nosso estudo, o quanto ele é 
necessário para o seu exercício profissional, de modo que você seja capaz de caracterizar 
adequadamente as terminologias necessárias.
Estrutura de comunidades
Você já deve ter observado que constantemente estamos retomando a conversa das 
competências anteriores. Esta é mais uma demonstração que os conhecimentos se com-
plementam. Desta vez, vamos retomar o conceito de comunidades para podermos conver-
sar sobre sua estrutura. Como você viu, comunidade (ou biocenose) é o conjunto de todas 
as populações, sejam elas de micro-organismos, animais ou vegetais existentes em uma 
determinada área.
A esse respeito, podemos dizer que esta é uma interação muito interessante de se ob-
servar entre seres vivos, uma vez que, em qualquer lugar do planeta onde exista vida, há o 
compartilhamento de espaços por muitos organismos ali existentes.
Você sabia que, em uma comunidade, os membros devem conviver em har-
monia, de modo que suas interações permitam sobrevivência e reprodução? 
(RICLEFS, 2010).
Para constituir uma comunidade de seres vivos é necessário que a interação ali exis-
tente ocorra por meio da associação de populações interagindo entre si. Em linhas gerais, 
ainda podemos dizer que, na maioria das vezes, as comunidades são nomeadas a partir 
dos seus componentes em maior quantidade.
Acesse <http://www.consumocolaborativo.blog.br/sustentavel/documen-
tario-quantas-pessoas-podem-viver-no-planeta-terra/> e assista a um inte-
ressante documentário produzido pela BBC de Londres com o tema: “Re-
cursos naturais do planeta Terra x Crescimento populacional”. 
Internet
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As comunidades podem ser classificadas como fechadas ou abertas. Nas comunida-
des fechadas, as espécies apresentam grande associação e sua distribuição combina com 
a distribuição da comunidade como um todo. Já nas comunidades abertas não há limites 
naturais, com as espécies se distribuindo de forma independente.
Algumas espécies de macrófitas aquáticas, (terminologia mais comum uti-
lizada para descrever o conjunto de vegetais adaptados ao ambiente aquá-
tico), apresentam um sofisticado sistema de polinização cruzada, (o pólen 
de uma flor fecunda o estigma de outra flor, de um mesmo indivíduo ou de 
outro). Fonte: <http://Ecologia.ib.usp.br/portal/index.php?option=com_
content&view=article&id=127&Itemid=391>. Acesso em: 21 out. 2014.
Curiosidade
Na sua atuação profissional é importante que você compreenda que as comunidades 
variam de acordo com sua distribuição espacial. Neste ponto, ainda podemos considerar 
alguns elementos capazes de determinar sua estrutura: número de espécies, níveis trófi-
cos, teias alimentares.
Considerando a importância de entender a estrutura das comunidades 
para sua atuação profissional, vamos conversar com os colegas de cur-
so sobre este tema? A ideia é postar e discutir em nosso fórum sobre 
comunidades fechadas e abertas; número de espécies; níveis tróficos; 
e teias alimentares. Ainda a esse respeito, podemos dialogar sobre rela-
ções harmônicas e desarmônicas, apresentando seus tipos e definições.
Diálogos
Podemos ainda acrescentar que a dinâmica das comunidades é constante e contínua, 
pois, enquanto uns organismos morrem, outros nascem e ocupam seus lugares. Entretan-
to, é importante acrescentar que a aparência e a composição da maior parte das comuni-
dades apresenta uma composição constante, ao longo do tempo.
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Assista ao documentário do programa “Cidades e soluções” e veja infor-
mações sobre o ranking da pegada ecológica e sobre o selo verde: <http://
www.youtube.com/watch?v=wyL5ypwX06Q>. 
Mídias
Resumo
Nesta competência, avançamos o nosso diálogo sobre Ecologia. Percebemos que nível 
trófico representa o conjunto biótico que forma o mesmo ecossistema. Este se constitui de 
duas camadas: estrato superior e inferior. 
Vimos também que o conceito de população vai além de um conjunto de indivíduos, 
pois estes se mantêm reunidos para realizar a reprodução, assegurando assim a perpe-
tuação da espécie. Desse modo, quanto maior for o equilíbrio, maior será a atuação da 
espécie no ecossistema, ou seja, seu nicho ecológico.
Por fim, conversamos sobre a estrutura das comunidades, que podem ser classificadas 
como fechadas ou abertas. As comunidades variam de acordo com sua distribuição espa-
cial. Alguns elementos capazes de determinara sua estrutura são o número de espécies, 
os níveis tróficos e as teias alimentares.
Autoavaliação
1. Nível trófico constitui o conjunto biótico que participa de um mesmo ecossistema, e 
nesse possui hábitos alimentares similares. Observe as assertivas a seguir:
I – No nível trófico, o estrato superior é composto por seres que não conseguem produzir o 
seu próprio alimento e o inferior, por seres que produzem o seu próprio alimento;
II – A estrutura trófica do ecossistema pode ser considerada como um elemento de estabi-
lidade ecossistêmica;
III – O nível trófico se constitui de duas camadas: estrato superior e inferior.
Assinale o item que contempla apenas as assertivas corretas:
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a) II;
b) I e III;
c) I e II;
d) II e III.
2. “Ao defender a construção de hidrelétricas na Amazônia, o governo federal costuma 
citar o argumento de que essas usinas são menos poluentes e mais baratas que outras 
fontes energéticas capazes de substituí-las. Entre ambientalistas e pesquisadores, po-
rém, há cada vez mais vozes que contestam a comparação e afirmam que o cálculo do 
governo ignora custos e danos ambientais indiretos das hidrelétricas. Para alguns, es-
ses impactos colaterais influenciaram no aumento da taxa de desmatamento da Ama-
zônia neste ano. Há duas semanas, o governo anunciou que, entre agosto de 2012 e 
julho de 2013, o índice de desflorestamento na Amazônia cresceu 28% em relação ao 
mesmo período do ano anterior, a primeira alta desde 2008” (Fonte: <http://www.bbc.
co.uk/portuguese/noticias/2013/11/131127_desmatamento_amazonia_hidroeletri-
ca_jf.shtml>. Acesso em: 21 out. 2014.). 
A esse respeito, podemos afirmar que:
a) Não há nenhuma interferência do desmatamento na dinâmica das populações, pois elas 
não passam de um conjunto de indivíduos;
b) O contexto contemporâneo vem apresentando enormes desafios para as populações, 
pois estas estão sendo diminuídas em função das intervenções humanas;
c) Como a população humana é dominante nas relações dos seres vivos com o meio am-
biente, suas decisões não precisam levar em consideração a interação com outras po-
pulações na biosfera; 
d) A população humana é autossuficiente, não necessitando de nenhum tipo de interação 
para produzir a energia necessária a sua existência, e por isso, não deve se preocupar 
com a redução dos níveis tróficos a partir do desmatamento. 
3. Ecossistema é mais que uma unidade geográfica em uma determinada região. É um 
sistema com entradas e saídas, sendo caracterizado como a primeira unidade na hie-
rarquia ecológica. A respeito desta afirmativa, analise as assertivas a seguir:
I – Os níveis tróficos, as populações e a estrutura das comunidades são elementos e fato-
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res interdependentes na estabilidade dos ecossistemas;
II – A interação dos componentes autótrofos e heterótrofos é uma das principais caracte-
rísticas dos ecossistemas;
III – Desmatamento de florestas, construções de estradas, canalização de rios, atividades 
produtivas (principalmente a agricultura), entre outros; que vem aumentando o movi-
mento das populações, em função da diminuição dos habitats.
Assinale o item que contempla apenas as assertivas corretas:
a) II;
b) I e II;
c) I e III;
d) II e III.
4. Um primeiro ponto para classificar os elementos interdependentes na estabilidade dos 
ecossistemas é a estrutura trófica. Na sequência, temos a dinâmica das populações, 
seguidas da estrutura das comunidades.
Considerando esta afirmativa, assinale verdadeiro ou falso:
( ) Nível trófico também é conhecido por nível alimentar;
( ) Em uma comunidade os membros devem conviver em desarmonia de modo que suas 
interações permitam sobrevivência e reprodução;
( ) A dinâmica das populações é resultado das interações entre as espécies presentes em 
um determinado ecossistema;
( ) As comunidades podem ser classificadas como vivas ou mortas.
Qual das alternativas contempla a opção correta?
a) V, F, V, F;
b) V, V, V, F;
c) F, F, F, V;
d) F, V, F, V.
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Distinguir os fatores
interdependentes na estabilidade 
dos ecossistemas
Competência
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Você já parou para pensar no quanto o homem pode ser um elemento capaz de mo-
dificar a estabilidade dos ecossistemas? A matéria publicada na revista Isto É Dinheiro, 
nos dá um pouco desse olhar.
Distinguir os fatores 
interdependentes na estabilidade 
dos ecossistemas
Intitulada por: “Meteorologistas preveem futuro nefasto com mudanças climáti-
cas”, a matéria discute tendências apresentadas na primeira conferência mun-
dial de meteorologia, evento que reuniu mil cientistas e se discutiu o futuro do cli-
ma, organizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência da 
ONU. Fatos como aumento da temperatura no Planeta Terra e dificuldades para a 
aviação e a navegação, são apresentados como consequências sérias decorren-
tes das mudanças climáticas. Você pode ler a publicação na íntegra acessando: 
<http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/economia/20140821/meteorologis-
tas-preveem-futuro-nefasto-com-mudancas-climaticas/183033.shtml>. 
Temáticas como essa serão alvo da nossa reflexão nesta competência. Espero que você, 
enquanto profissional que tem profunda relação com toda essa questão, veja o quanto seu 
papel é fundamental para um cenário mais positivo e otimista. Vamos lá?!
Fluxos de energia
Ao longo do nosso estudo, estamos vendo que em Ecologia tudo está relacionado. 
Assim, o fluxo de energia é mais um exemplo dessas conexões. Na terceira competên-
cia demos uma ênfase maior às interações entre os seres bióticos nos ecossistemas 
ao falar de níveis tróficos, populações e comunidades. Neste momento, vamos incluir 
na nossa conversa os fluxos de energia como uma referência de interação entre os 
seres bióticos e abióticos. 
Um estudioso, o norte-americano Raymond Laurel Lindeman, ganhou destaque interna-
cional por suas publicações sobre o tema.
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Raymond Laurel Lindeman foi um cientista de vida 
curta, nasceu em 1915 e morreu em 1942. Apesar 
do pouco tempo de vida, o estudioso deixou um le-
gado importante para a Ecologia, sendo sua obra 
mais famosa “O aspecto trófico-dinâmico de Eco-
logia” (também chamada de teoria de Lindeman), 
publicada em 1942 (um pouco antes de sua mor-
te), mencionada até os dias atuais quando se fala em Ecologia mo-
derna. (Fonte: <http://www.bookrags.com/research/raymond-l-lin-
deman-1915-1942-americ-enve-01/>. Acesso em: 21 out. 2014.). 
Você conhece?
Não podemos conversar sobre fluxo de energia sem considerar a importância dos com-
ponentes abióticos. Desse modo, no contexto de um ecossistema:
São os componentes abióticos (o ambiente físico-químico) que proporcionam as 
condições de vida e atuam como fonte, e um dreno para energia e matéria (BE-
GON, TOWNSEND, HARPER, 2007, p. 499). 
Estes autores ainda colocam à luz da teoria de Lindeman, que a ciência energética 
ecológica considera como principal elemento de fluxo de energia a transferência entre os 
níveis tróficos. Isto acontece da seguinte forma: uma comunidade recebe radiação, captura 
e transforma-a em energia através da fotossíntese das plantas verdes e, na sequência, a 
energia liberada pelas plantas é utilizada pelos seres heterótrofos.
Podemos acrescentar que a produtividade é um elemento de medição da energia gera-
da em um ecossistema, ou seja, pelos seus organismos vivos em unidade de área, também 
conhecidos como “colheita em pé de biomassa”. 
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Pode ser considerado biomassa todo recurso renovável que provêm de ma-
téria orgânica – de origem vegetal ou animal – tendo por objetivo principal a 
produção de energia. A biomassa é uma forma indireta de aproveitamento da 
luz solar: ocorre a conversão da radiação solar em energia química por meio 
da fotossíntese, base dos processos biológicos de todos os seres vivos (Fon-
te: <http://www.mma.gov.br/clima/energia/energias-renovaveis/biomassa>. 
Acesso em: 21 out. 2014.). 
Ainda falando de produtividade, devemos informar que ela pode ser dividida em primá-
ria e secundária. A esse respeito é relevante trazer ao nosso diálogo alguns termos para 
que seu entendimento sobre fluxo de energia seja ampliado.
Realize uma pesquisa a respeito dos seguintes termos associados ao fluxo 
de energia: produtividade primária; produtividade secundária;produtivida-
de primária bruta; produtividade primária líquida; respiração autotrófica; 
produtividade líquida do ecossistema; respiração heterotrófica; respiração 
do Ecossistema. Compartilhe seu trabalho no AVA. 
Atividade 01
As taxas de biomassa em ecossistemas marinhos são maiores que em ecossistemas 
terrestres. Supõe-se que isso ocorre porque as intervenções humanas no ambiente aquá-
tico são menores do que no ambiente terrestre. Esse é mais um motivo para nós, seres 
vivos heterótrofos, zelarmos por nossas intervenções no ambiente, uma vez que motivos 
como as alterações climáticas, por exemplo, podem minimizar a eficiência de transferência 
energética dos ecossistemas, ou seja, eficiência de consumo, assimilação e produção.
Noção de Ecótono
Já podemos dialogar sobre populações e comunidades, por exemplo, como componen-
tes dos ecossistemas. 
Vamos trazer outra temática que merece destaque neste cenário: o ecótono. 
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Ecótono ou ecótone é o nome dado a uma região de transição entre dois biomas 
diferentes (Fonte: <http://www.dicionarioinformal.com.br/ec%C3%B3tono/>. 
Acesso em: 21 out. 2014.).
Dentre os vários exemplos de ecótonos, podemos citar o Pantanal Mato-grossense, clas-
sificado como a maior planície de inundação da Terra. Para termos uma ideia da dimensão 
deste espaço, basta dizer que o mesmo ocupa uma área correspondente ao sudoeste do 
Mato Grosso, o oeste do Mato Grosso do Sul, e parte do Paraguai e Bolívia.
Figura 9 – Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-P52M9gVPlJ8/UV2yS4QEYlI/AAAAAAAATPM/wml2_oMV1_A/s1600/panta-
nal-a-maior-area-alagada-do-mundo.jpg>. Acesso em: 20 set. 2014.
Este é apenas um exemplo de espaços considerados zonas de transição na biosfera. 
No estudo e aplicação da Ecologia, estas zonas também são chamadas de gradientes 
ecológicos.
Alguns estudiosos também consideram como ecótono as áreas de transição entre co-
munidades diferentes. Outro exemplo que podemos citar a respeito dos ecótonos são as 
regiões estuarinas. Nestes ambientes, podem existir organismos que só vivem na região 
do ecótono. 
Do ponto de vista da diversidade biótica, podemos dizer que muitas vezes a mesma é 
aumentada em regiões de ecótono. 
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Veja a notícia que fala do mapeamento de áreas que podem ser considera-
das ecótonos no Brasil. Essa informação demonstra que essas áreas são 
muito importantes, e por isso merecem proteção. Acesse: <http://www.
usp.br/agen/repgs/2003/pags/007.htm>. 
Internet
Novamente, podemos perceber a ligação entre o profissional técnico em meio ambiente 
e o estudo sobre Ecologia, pois ao reconhecer que uma determinada região, em que serão 
realizadas intervenções humanas, é um ecótono, é pertinente que se adote medidas ne-
cessárias de minimização de impactos na mesma.
O ecossistema urbano
Até agora estamos falando sobre o ambiente natural. É curioso trazer a pauta da nossa 
conversa os ecossistemas urbanos. Essa é uma discussão que pode ser considerada com-
plexa, se levarmos em consideração a postura de alguns estudiosos que não acreditam 
neste tipo de ecossistema, pois, segundo eles, por causa da influência humana, as cidades 
não seriam ecossistemas de fato. 
Entretanto, considerando que a maior parte da população humana existente vive nas 
cidades, vamos falar um pouco deste tema que ainda é muito recente, do ponto de vista da 
Ecologia, enquanto ciência.
Por falar em população mundial vivendo em regiões urbanizadas, você sa-
bia que este fato tem gerado sobrecarga para as necessidades de geração 
de recursos no nosso Planeta? Você pode conferir mais detalhes desta 
afirmativa a partir da leitura de um material produzido pelo Departamento 
de Informação Pública das Nações Unidas, em junho de 2012. Este mate-
rial está disponível no seguinte endereço: <http://www.onu.org.br/rio20/
temas-cidades/>.
Curiosidade
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Realmente, parece que falar de ecossistema urbano não está fora de contexto. Principalmente 
se considerarmos que a população humana é a que mais consome recursos no Planeta Terra.
Quando falamos deste assunto é importante considerar as inúmeras interações que 
ocorrem no ambiente urbano, é neste espaço que a maior parte dos seres humanos usa 
sua capacidade transformadora para adequá-lo as suas necessidades de habitat. E essa 
transformação nem sempre é equilibrada ou equitativa, pois sabemos que grande parte 
das pessoas que reside em grandes metrópoles, se abriga em locais inadequados, princi-
palmente nos países em desenvolvimento.
Figura 10 – Província de Chengdu no Sudoeste da China e o New Century Global Center
Fonte: <http://imguol.com/c/noticias/2013/12/06/predios-espacosos-na-imagem-vista-do-new-century-
-global-centre-localizado-em-chengdu-na-provincia-chinesa-de-sichuan-a-cada-tres-ou-quatro-anos-o-titulo-de-
-predio-mais-alto-do-mundo-muda-de-maos-1386354729320_956x500.jpg>. Acesso em: 20 set. 2014.
Neste habitat humano encontramos muitas necessidades a serem atendidas em busca 
do desenvolvimento sustentável, visto que, são as interações humanas ocorridas neste am-
biente que tem colocado em risco o equilíbrio dos outros ecossistemas do nosso Planeta, 
com ênfase para os efeitos da poluição. Isso porque, para utilização do espaço urbano como 
seu habitat, a espécie humana necessita de muita energia e para a produção de tanta ener-
gia, surgem alguns aspectos negativos. Um exemplo desse fato é a geração de resíduos, que 
faz com que os centros urbanos sejam considerados os lugares mais sujos do ambiente.
Você sabe qual é a geração de resíduos per capita na sua cidade ou região? 
Que tal conversarmos um pouco com os colegas a respeito da geração e 
destinação final dos resíduos nos grandes centros urbanos, começando 
pela sua cidade? Dê sua contribuição no fórum: “Lixo: o que fazer?”
Diálogos
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Vale salientar que para as suas condições ideais de sobrevivência neste habitat, o ho-
mem impermeabiliza o solo com a pavimentação, substitui área de mata pelos espigões, 
utiliza veículos automotores (a grande maioria) para seu deslocamento, dentre outras situ-
ações que demandam uma quantidade significativa de energia. Por ser heterótrofo, o ser 
humano não consegue produzir sua própria energia, como as plantas, por exemplo. Para 
isso é necessário que se crie formas de geração de energia.
Das mais variadas formas de geração de energia que a espécie humana já inventou, 
existem as chamadas energias limpas. Nesse rol, se incluem a energia solar, energia eólica 
e a energia produzida a partir das hidrelétricas.
Você sabia que a construção de uma Usina Hidrelétrica na Região Norte 
do país, mais precisamente no Rio Xingu, Estado do Pará, tem causado 
uma grande repercussão nacional e internacional, inclusive com deman-
das judiciais? Trata-se da Usina de Belo Monte, um megaprojeto de R$ 30 
bilhões, com expectativa de abastecimento para mais de um quarto da 
população brasileira.
Curiosidade
Outro aspecto que merece ser lembrado, quando a assunto é ecossistema urbano, é a 
existência de outras espécies de seres vivos neste espaço, bem como em alguns casos de 
cursos de água, pois, por necessidade básica de sobrevivência, normalmente as cidades 
são erguidas próximas a locais com água. Por isso, lembre-se que todo esse diálogo foi 
para você perceber o quanto seu papel de técnico em meio ambiente é fundamental para 
o desenvolvimento da qualidade ambiental nas grandes cidades, pois você está entre a 
gama de profissionais que tem propriedade para tais iniciativas.
O planejamento das cidades no Brasil é prerrogativa constitucional da 
gestão municipal que responde, inclusive, pela delimitação

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