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Ecologia Ana Neri da Paz Justino Ecologia Natal/RN 2014 Ecologia Ana Neri da Paz Justino Catalogação da Publicação na Fonte (CIP). Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726. J96e Justino, Ana Neri da Paz. Ecologia / Ana Neri da Paz Justino ; edição e revisão do Instituto Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2014. 122 p. : il. ISBN 978-85-68100-38-7 Inclui referências 1. Ecologia. 2. Meio ambiente. 3. Relação homem-meio ambiente. I. Instituto Tecnológico Brasileiro. II.Título. RN/ITB/LCFJ CDU 574 presidente PROF. PAULO DE PAULA diretor geral PROF. EDUARDO BENEVIDES diretora acadêmica PROFA. LEIDEANA BACURAU diretora de produção de projeto PROFA. JUREMA DANTAS FICHA TÉCNICA gestão de produção de materiais didáticos PROFA. LEIDEANA BACURAU coordenação de design instrucional PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA projeto gráfico ADAUTO HARLEY SILVA diagramação MAURIFRAN GALVÃO revisão de língua portuguesa PROFA. ANA AMÉLIA AGRA LOPES revisão das normas da ABNT LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR ilustração RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA “Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não haveria pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.” (Mahatma Gandhi) Índice iconográfico Diálogos Importante Querendo mais? Internet Curiosidade Vocabulário Você conhece? Mídias Atividades O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim- ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es- tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. Observe-os na descrição a seguir: Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci- mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno. Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con- siderado muito relevante. Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência, antes do resumo. Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no decorrer do estudo. Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas ao objeto de estudo. Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre- sentado ao final ou ao longo do texto. Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem. Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais. Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais. Apresentação institucional 11 Palavra do professor autor 13 Apresentação das competências 15 Competência 01 Caracterizar o conceito de Ecologia 19 Conceito de Ecologia 19 Ecologia moderna: Ecologia da conservação 22 O Ecologismo como matéria da Ecologia 24 Resumo 27 Autoavaliação 27 Competência 02 Identificar os elementos que compõem os sistemas e os ecossistemas 33 Fatores bióticos e abióticos 33 Níveis de organização e classificação taxonômica: noção e exemplos de ecossistemas 36 Resumo 39 Autoavaliação 40 Competência 03 Classificar os elementos interdependentes na estabilidade dos ecossistemas 45 Níveis tróficos 45 Sumário Dinâmica de populações 48 Estrutura de comunidades 50 Resumo 52 Autoavaliação 52 Competência 04 Distinguir os fatores interdependentes na estabilidade dos ecossistemas 57 Fluxos de energia 57 Noção de Ecótono 59 O ecossistema urbano 61 Resumo 64 Autoavaliação 65 Competência 05 Adotar uma visão holística na análise de processos socioeconômico-ambientais 69 Sucessões ecológicas 69 Biodiversidade 71 Efeito de borda 71 Resumo 74 Autoavaliação 75 Competência 06 Caracterizar efeitos negativos a partir de intervenções ambientais mal planejadas 81 Sobre-explotação dos recursos 81 Desmatamento e extinção de espécies 83 Magnificação Trófica 86 Bioinvasão 88 Resumo 90 Autoavaliação 90 Competência 07 Distinguir biomas brasileiros: Floresta Amazônica, Caatinga e Cerrado 95 Floresta Amazônica 96 Caatinga 98 Cerrado 100 Resumo 103 Autoavaliação 103 Competência 08 Distinguir biomas brasileiros Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Bioma Marinho 109 Mata Atlântica 110 Pampa 111 Pantanal 113 Bioma Marinho 115 Resumo 118 Autoavaliação 118 Referências 121 Conheça o autor 122 Ec ol og ia 11 Apresentação institucional O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen- volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância. Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen- volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro- dutivo da nação. O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida- mente concorrer aos crescentes postos de trabalho. No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza- gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais. O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con- tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio- namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para o seu desenvolvimento pessoal e do seu país. Ec ol og ia 13 Olá! Nosso estudo sobre Ecologia tem o objetivo de torná-lo capaz de contextualizar as interações dos seres vivos com o meio ambiente, relacionando-as com a sua prática profissional. Para que isto seja possível, nosso diálogo será permeado por situações que permitam que você construa uma visão ampliada e aplicada das temáticas envolvidas nos conhecimentos relativos à Ecologia. Além disso, a visão que será construída ao longo deste estudo nos permitirá sair do senso comum e enxergar a real relação existente entre a Eco- logia e o nosso cotidiano. Para que alcancemos o nosso objetivo, veremos bases tecnológicas que nos deem o entendimento sobre Ecologia, seu significado e sua prática, ou seja, como ocorrem as interações entre os seres vivos e como devemos zelar para que as nossas intervenções causem o mínimo possível de impacto ao ambiente que nos cerca. Espero que seja prazeroso e enriquecedor construir esses conhecimentos sobre Ecolo- gia e que, de fato,você consiga colocar em prática todas as informações aqui tratadas. Um forte abraço! Palavra do professor autor Ec ol og ia 14 Ec ol og ia 15 Apresentação das competências Você sabia que, no cotidiano das atividades do técnico em meio ambiente, é necessário o desempenho de ações que visem à preservação do meio ambiente? Imagine que você já está atuando em uma empresa de construção civil e o seu superior imediato necessita do seu apoio para a elaboração de um projeto de intervenção em uma região estuarina. Para realizar esta atividade, serão necessários conhecimentos sobre Ecologia. Assim, com a construção que aqui faremos, você terá mais subsídios para auxiliar o seu superior a identificar as intervenções ambientais, analisar suas consequências e operacionalizar a execução de ações para preservação, conservação, otimização, minimização e remediação dos seus efeitos. Para realizar uma intervenção em uma área estuarina você precisa ter, por exemplo, conhecimentos sobre o ecossistema manguezal e as interações que ocorrem neste am- biente. Portanto, a partir do que será tratado no nosso estudo, você será capaz de apoiar seu superior por meio de uma visão ampliada das relações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente. Na prática, isso será possível porque, durante o percurso deste estudo, você irá apren- der o que é um ecossistema, sua composição e como as ações humanas podem gerar impactos. Você verá, dentre outras coisas, os fatores abióticos e bióticos, bem como as relações existentes entre estes e o ambiente em que estão inseridos. Incluímos ainda nes- te caso as intervenções humanas que devem ser realizadas de maneira conciliadora para manutenção do equilíbrio ambiental. Nosso livro será composto por oito competências. Em cada uma delas desenvolveremos um estudo específico que o tornará habilitado a aplicar os princípios fundamentais da Eco- Ec ol og ia 16 logia na sua prática pessoal e profissional. Na primeira e na segunda competências iremos caracterizar os sistemas e os ecossis- temas, os elementos que os compõem e suas respectivas funções. Para isso, nos debru- çaremos nas informações relacionadas ao conceito de Ecologia e sua abordagem contem- porânea, ou seja, a Ecologia da conservação e o Ecologismo. Como forma de visualizarmos de maneira prática a aplicação dos ensinamentos aqui discutidos, trataremos dos fatores bióticos e abióticos, dos níveis de organização e classificação taxonômica, que gerarão – como consequência – a construção de conhecimentos associados à noção e exemplos de ecossistema. Na terceira e na quarta competências vamos correlacionar elementos e fatores interdependentes na estabilidade dos ecossistemas, avaliando os graus de diversidade dos seus componentes e os fatores limitantes. Desse modo, vamos aprender sobre as no- ções de ecótono e de ecossistema urbano. Isso tudo nos trará a base para o conhecimento a respeito da dinâmica de populações e da estrutura de comunidades, bem como dos níveis tróficos e fluxos de energia. Conheceremos ainda mais as especificidades da Ecologia na quinta e na sexta com- petência, de modo que você possa adotar uma visão holística na análise de processos socioeconômico-ambientais. Para isso, estudaremos as sucessões ecológicas e suas rela- ções. Daremos ênfase ao efeito borda e a sobre-exploração dos recursos, gerando como consequência o desmatamento, a extinção de espécies, bem como a sua relação com a magnificação trófica e a bioinvasão. Por fim, na sétima e na oitava competência, iremos distinguir e comparar os principais biomas brasileiros. Assim, nosso estudo abordará informações sobre a Floresta Amazôni- ca, a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica, os Pampas, o Pantanal e os Biomas Marinhos como os principais representantes dos Biomas brasileiros. Você está preparado para este desafio? Espero que sim, pois, eu estou muito feliz em poder construir conhecimentos sobre Ecologia com você. Mãos a obra! Competência 01 Caracterizar o conceito de Ecologia Ec ol og ia 19 Estamos iniciando a nossa caminhada rumo à construção de conhecimentos acerca da Ecologia. As informações tratadas aqui serão muito importantes para que você realize as conexões necessárias entre este mundo – que nos parece tão distante, porém é tão próximo e imprescindível – e o nosso olhar como profissionais. Falar de Ecologia se faz necessário para que você compreenda o quanto as intervenções do homem no ambiente precisam ser calculadas, a fim de promover uma convivência harmônica entre ser huma- no e natureza. Enquanto profissional da área de meio ambiente, é fundamental que, no exercício das suas atividades, você tenha essa visão de conciliação de interesses. Neste nosso primei- ro momento, seu olhar será direcionado para este tipo de necessidade. Lembra-se quando falamos no início da nossa conversa sobre um projeto de interven- ção em que seu apoio seria necessário? Quando você aprender a caracterizar os ecossis- temas, você terá condições de apresentar ao seu superior elementos para a construção de um memorial descritivo da área objeto de intervenção. Vamos começar? Conceito de Ecologia Embora seja um termo bem popular, nem sempre a forma como a palavra “Ecologia” é usada se mostra a mais coerente com sua utilização no campo da ciência. Isso fica claro quando, mesmo sem perceber, o ser humano, por meio do conhecimento do senso comum, compreende e reconhece as relações entre as espécies animais e o ambiente. Por exemplo: quando o sertanejo sabe que vai chover pelo movimento das formigas, isso é Ecologia! Caracterizar o conceito de Ecologia Não imagina essa situação? Você poderá conferir o que estamos falando neste site: <http://planetasustentavel.abril.com.br/planetinha/natureza/ conteudo_planetinha_479230.shtml>. Internet Ec ol og ia 20 Um dos mais famosos cientistas na área da Eco- logia é o naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), criador da teoria da evolução natu- ral. Segundo ele, tal processo acontece através da seleção natural. Darwin pesquisou durante 4 anos os fósseis, através de amostras geológicas, e ob- servou espécies diversas de animais e vegetais nas Ilhas Galápagos, localizadas na América do Sul. Ele percebeu di- ferenças em um mesmo animal que vivia em diferentes lugares. Isso era evidente também em animais de épocas distantes, o que Você conhece? Entretanto, como estamos trabalhando na construção do conhecimento, não podemos limitar nosso entendimento apenas ao senso comum. Para tanto, vamos conhecer como surgiu a ciência designada por este termo que ora estamos estudando: a Ecologia. A Ecologia nasceu no século XIX quando um biólogo alemão chamado Ernst Hae- ckel nominou o estudo das relações dos seres vivos entre si com o meio ambien- te. O termo deriva da junção de duas palavras gregas oikos = casa + logos = ciên- cia, cujo significado pode ser definido como o “estudo da casa” (FAJARDO, 2003). Do ponto de vista histórico, podemos dizer que a Ecologia ainda se encontra no período de firmação enquanto ciência, pois, como vimos, ela começa a ser definida somente no século XIX, mais precisamente em 1866 (FAJARDO, 2003). Convém destacar que, mesmo com uma curta história, este campo científico tem trazido consideráveis contribuições para o conhecimento das relações existentes na natureza. Vale ainda considerar que alguns cientistas daquela época se destacaram por colabo- rarem com o entendimento que temos da Ecologia no contexto contemporâneo. São eles: Charles Darwin, Thomas Malthus, Alexander von Humboldt, Augustin Pyrame de Candolle, Adolf Engler e John Edward Gray. Dou-lhe umadica: que tal pesquisar um pouco sobre cada um deles? Sempre procure se inspirar em pessoas brilhantes! Ec ol og ia 21 foi notado através dos fósseis (Fonte: <http://www.e-biografias.net/char- les_darwin/>. Acesso em: 21 out. 2014.). Assim, podemos considerar que conhecer o ambiente natural, as características das relações dos organismos uns com os outros e como estes se relacionam com o que está em sua volta é a área de estudo da Ecologia do ponto de vista científico. É importante destacar que esta não é apenas uma área de estudo para aprofundamento científico, tampouco de relevância apenas para os ecólogos (profissionais desta área). Os conhe- cimentos gerados nas pesquisas realizadas nesta área do conhecimento são essenciais para uma convivência equilibrada entre os seres vivos. Por isso, a responsabilidade de possuir conhecimentos sobre Ecologia é de todos, e, claro, principalmente nossa, que atuamos diretamente na área. Em suma, podemos dizer que a Ecologia pode ser considerada a ciência da sobrevivên- cia, tendo como principais estudiosos de suas características no contexto contemporâneo os americanos Eugene Odum e Robert Ricklefs. Realize uma pesquisa sobre a biografia e a literatura produzida por Eu- gene Odum e Robert Ricklefs, de modo que possamos verificar qual foi a contribuição desses dois estudiosos para a construção do conhecimento sobre a Ecologia. Para fins de validar e avaliar sua produção, socialize-a com seus colegas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Atividade 01 Como você já deve ter descoberto, os estudos desses cientistas conduzem a uma ciên- cia que se preocupa com a conciliação de interesses, principalmente dos seres humanos com os demais seres vivos no ambiente por todos habitado. Como dito, conhecer os ele- mentos relacionados à Ecologia é primordial para o exercício de qualquer profissão atre- lada aos saber ambiental. Uma questão que merece destaque neste momento é que tal ciência, assim como qualquer outra, traz consigo termos técnicos peculiares. Neste caso, para sua análise, será pertinente o enriquecimento do vocabulário técnico, fator que va- mos trabalhar ao longo dos nossos estudos. Ec ol og ia 22 E você, como se vê diante disso tudo? Parece estranho pensar que de- vemos, em nosso cotidiano, agir de forma conciliadora e não apropriado- ra no ambiente em que vivemos? Aproveitando que você já realizou sua pesquisa sobre a produção dos dois cientistas contemporâneos citados, vamos dar sequência à mesma, respondendo a estes questionamentos. Compartilhe suas reflexões no AVA. Diálogos A teoria de Gaia foi apresentada à comunidade científica pelo britânico James Ephraim Lovelock, em 1979. De acordo com a proposição desse cientista, a Terra se comporta como se estivesse viva. Qualquer coisa viva Curiosidade Ecologia moderna: Ecologia da conservação A definição de Ecologia defendida no contexto contemporâneo traz consigo a ideia de uma relação harmônica entre os seres que habitam o planeta Terra – conforme já mencio- namos na seção anterior. Isso reflete no fato que os estudiosos do século XXI apresentam a Ecologia contemporânea como a Ecologia da conservação. Na prática, como seria isso? A prática de uma Ecologia voltada para a conservação se inicia quando se pensa que não há distância entre duas ciências: a Ecologia e a Economia. Essa lógica de raciocínio defende que as atividades produtivas devem andar alinhadas com as relações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente. Na verdade, essa é a nossa realidade: uma realidade de busca para um equilíbrio. Este deve vir à tona junto com um olhar diferenciado para tudo que nos cerca, ou seja, um novo olhar com relação à vida em suas mais diversas formas e manifestações. Certo dia, eu estava pensando o quanto sentimos a perda de um ente querido. Nessas horas, a vida se torna algo tão valoroso para nós, humanos. Mas, será que é só a vida hu- mana que é importante no planeta Terra? Na nossa casa? Na nossa Gaia? Ec ol og ia 23 pode gozar de boa saúde ou adoecer. Partindo desse raciocínio, devemos primar pelo zelo com a saúde e o equilíbrio da nossa casa, o planeta Terra. Você também sabia que a palavra gaia é de origem grega? Ela se refere à personificação de yaia, a deusa da Terra na mitologia grega, ou seja, a mãe de todas as coisas. Figura 1 – Gaia Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-22ptAiwWd54/TtpRoFLu4DI/AAAAAAAAATE/rrlzUIMLgZw/s320/gaia.png>. Acesso em: 20 set. 2014. É fato: o ser humano, pela sua capacidade transformadora, coloca-se numa posição dominante nas relações dos seres vivos com o meio ambiente. Logo, os conhecimentos relacionados à Ecologia são importantes, pois fazem com que tenhamos noção da propor- ção de nossas intervenções. Essa afirmativa se explica, por exemplo, quando pensamos no simples fato de manejar areia de um local para outro em função da construção civil. Colocando a teoria na prática, podemos citar os dados divulgados pelo estudo Econo- mia de Ecossistemas e Biodiversidade, encomendado pela Organização das Nações Uni- das (ONU) ao economista indiano Pavan Sukhdev. A ONU é uma organização internacional formada por países que se reuni- ram voluntariamente para trabalhar pela paz e pelo desenvolvimento mun- dial. Você pode conhecer um pouco mais do trabalho da ONU no Brasil acessando: <http://www.onu.org.br/>. Internet Ec ol og ia 24 Dentre as afirmativas apresentadas no estudo de Sukhdev, apresentamos a seguinte reflexão: se a Mãe Natureza emitisse faturas, cobrando pelos serviços ambientais que usa- mos diariamente, o mundo teria, todos os anos, contas de trilhões de dólares para acertar com ela! Apenas o serviço de polinização prestado pelas abelhas vale em torno de US$ 190 bilhões (SPITZCOVSKY, 2013). Ainda utilizando a areia como forma de exemplificar a necessidade de cautela humana com a condução dos processos no ambiente, podemos mencionar o cuidado que alguns povos asiáticos tem na construção civil. Eles peneiram a areia para eliminar a possibilidade de matar algum ancestral que voltou ao mundo, como uma minhoca, por exemplo. Retomando a ideia de aproximação entre Ecologia e Economia, para uma Ecologia da conservação é importante esclarecer que a palavra “Economia”, assim como “Ecologia”, deriva da raiz grega oikos. Partindo do princípio que “nomia” significa manejo, gerencia- mento, e que a lógica da Ecologia é estudar as relações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente, ambas (Economia e Ecologia) devem realmente ser parceiras. Essa parceria justifica a importância de pesquisarmos sobre os sistemas ecológicos, a fim de contribuir para o manejo sustentável dos mesmos. Em outras palavras, responder perguntas simples como “onde estão os organismos? Em quantos indivíduos ocorrem? Por que eles estão lá?” fazem um bem enorme ao ambiente. Nesta lógica, ainda podemos considerar um provérbio aborígene que diz o seguinte: “somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem! Nosso objeti- vo é observar, crescer, amar... E depois vamos para casa”. Como citado nesta discussão, o importante é pensar em uma Ecologia da conservação que viabilize o conhecimento dos sistemas ecológicos, de modo a contribuir para o manejo sustentável destes. O Ecologismo como matéria da Ecologia Como temos discutido ao longo do nosso estudo, a Ecologia traz consigo o objetivo de manter o equilíbrio entre os seres vivos existentes na Terra. Desse modo, a lógica objetiva desta área do conhecimento é a busca por um destino comum entre natureza e homem, de maneira a criar um padrão de relações entre os organismos e seu ambiente. Isso orienta e determina a nossaforma de estabelecer políticas públicas. Nesse contexto contemporâ- neo, quando atrelada a decisões políticas, a discussão de Ecologia também é chamada de Ecologismo. Polinização: é o transporte do pólen de uma flor para outra, ou para o seu próprio estigma. É por meio desse processo que as flores se re- produzem, gerando frutos. Aborígene: os nativos de uma determinada região. Neste caso, são os aborígenes australianos, uma população que, assim como os gru- pos indígenas aqui no Brasil, foi vítima de massacres pelos colonizadores e discriminada por parte da população dita civilizada. Ec ol og ia 25 Acesse<http://ojs .c3sl .ufpr.br/ojs2/index.php/made/ar t ic le/ view/21699/17076> e compreenda a visão do Professor Peter Walker de como a Ecologia política tem muito a oferecer para ajudar a criar um mun- do mais justo e sustentável. Internet Falar e atuar profissionalmente sob o prisma da Ecologia é reconhecer que seu estudo e sua prática estão atrelados à distribuição e abundância de variadas formas de orga- nismos. Podemos associar ainda nessa fala que os organismos, objeto de preocupação da Ecologia, trazem consigo características físicas, químicas e biológicas (BEGON, TOWN- SEND, HARPER, 2007). Isso significa dizer que, para atuar profissionalmente sob o olhar da Ecologia, é necessário aos indivíduos às informações de diversas áreas do conhecimento. Podemos citar como principais áreas: zoologia, botânica, paleontologia, geologia história, geografia, meteorologia e demografia. Essa gama de conhecimentos é necessária para que os profissionais dessa área consigam, dentre outras coisas, mensurar o impacto das inter- venções no meio ambiente de modo que se conheçam as consequências provocadas pela poluição, pelos desmatamentos e pelas obras em geral. Além disso, o profissional que atua com foco nos conhecimentos da Ecologia também pode conhecer os efeitos provocados à flora, à fauna e à saúde humana por causa do uso/consumo de produtos químicos, tais como: fertilizantes e defensivos agrícolas (DIAS, 2005). Aproveitando a conversa que estamos tendo a respeito da Ecologia, em que percebemos que a mesma é mais presente em nossas vidas do que poderíamos imaginar inicialmente, vamos investigar nos catálogos pro- fissionais os possíveis campos de atuação para profissionais com conhe- cimentos nesta área? Por fim, vamos levar o resultado da nossa investi- gação para o fórum de discussão, com o título “Campo de trabalho para atuar com conhecimentos sobre Ecologia”. Diálogos Ec ol og ia 26 A Ecologia social é aquela que se preocupa mais com a presença dos seres humanos sobre a face da Terra. A natural é mais ligada à Biologia e ao estudo dos fenômenos presentes na natureza. A Ecologia da mente – também chamada de Ecologia profunda – afirma que, para transformar o planeta, é preciso antes mudar nossa mentalidade, para adotarmos uma postura mais harmoniosa e solidária em relação ao mundo. Importante Os elementos aqui tratados demonstram que, embora tenha nascido muito próxima da Biologia e enquanto ciência ela não tenha muita maturidade, a Ecologia tem conquistado seu lugar ao sol na sociedade contemporânea. Essa importância demonstra que, aos pou- cos, a Ecologia vem ganhando força para a conquista de mudanças nas atitudes humanas para com a natureza, uma vez que os resultados das pesquisas na área têm influenciado decisões econômicas, políticas e sociais ao redor do mundo. Percebemos, graças a estas informações, que o pensar/agir à luz dos saberes da Eco- logia e o reconhecimento da sua importância como ciência podem ser compreendidos de três formas diferentes: social, natural e da mente. Fajardo (2003, p. 10) explica esta tipo- logia da seguinte forma: O terceiro tipo de Ecologia serve de base para alguns filósofos contemporâneos, como exemplo, o brasileiro Leonardo Boff. Leonardo Boff nasceu em Concórdia, Santa Cata- rina, aos 14 de dezembro de 1938. Sua obra é de reconhecimento internacional e lhe rendeu muitos títulos – dentre eles, o prêmio Nobel alternativo, em 2001. Para este estudioso, tudo que existe no mundo merece cuidado a partir de uma nova ética, em que todos possam servir de exemplo por meio de valores e ati- Você conhece? Ec ol og ia 27 tudes que se fundamentem no cuidado para continuar a existir e a viver. Você pode conhecer um pouco sobre vida e obra deste filósofo acessando: <http://www.leonardoboff.com/site/lboff.htm>. O nosso diálogo vem demonstrar como é importante entender os aspectos associados à Ecologia para qualquer exercício profissional na sociedade contemporânea, pois, como ela trata das relações entre os seres vivos e o ambiente, nós, seres humanos, precisamos ter zelo e cautela nas nossas interações com os outros seres vivos. Acesse: <http://planetasustentavel.abril.com.br/manual/>. Nesta página, você pode verificar informações a respeito das ações humanas no ambien- te de um modo geral. Você pode ainda acessar a versão on-line do Manual de Etiqueta Sustentável e observar dicas de como ter atitudes mais zelo- sas com o ambiente. Mídias Resumo Nesta competência, você teve a oportunidade de construir conhecimentos a respeito do conceito de Ecologia. Nesta construção, percebemos que a Ecologia é uma ciência que se preocupa com a conciliação de interesses, principalmente dos seres humanos com os demais seres vivos no ambiente por todos habitado, sendo inclusive considerada a ciência da sobrevivência. Isso significa que devemos ter ações moderadas e não soberana no ambiente. Para isso, é importante conhecer os sistemas ecológicos, a fim de colaborar para o manuseio sustentável dos mesmos, uma vez que a necessidade e a aptidão transformadora do ser humano nos coloca numa posição dominante diante de outros seres vivos. Autoavaliação 1. Observe as assertivas a seguir: I – Este campo científico tem trazido consideráveis contribuições para o conhecimento das Ec ol og ia 28 relações existentes na natureza; II – Os conhecimentos gerados nas pesquisas realizadas nesta área do conhecimento são essenciais para uma convivência equilibrada entre os seres vivos; III – A Ecologia pode ser considerada a ciência da sobrevivência. Assinale o item que contempla apenas assertivas corretas: a) II; b) I e III; c) I e II; d) I, II e III. 2. O reconhecimento da importância da Ecologia como ciência pode ser compreendido de três formas diferentes: social, natural e da mente. Qual definição das alternativas abaixo não está correta? a) A Ecologia social é aquela que se preocupa com as questões políticas que estão ligadas a fatores ambientais; b) A Ecologia social é aquela que se preocupa mais com a presença dos seres humanos sobre a face da Terra; c) A Ecologia natural é mais ligada à Biologia e ao estudo dos fenômenos presentes na natureza; d) A Ecologia da mente – também chamada de Ecologia profunda – afirma que, para trans- formar o planeta, é preciso antes mudar nossa mentalidade, para adotarmos uma pos- tura mais harmoniosa e solidária em relação ao mundo. 3. A Ecologia é necessária para compreendermos o quanto as intervenções do homem no ambiente precisam ser calculadas, a fim de promover uma convivência harmônica entre o ser humano e a natureza. De acordo com essa afirmativa, complete as lacunas a seguir: I – A Ecologia nasceu no século ________, através dos estudos do biólogo ________ cha- mado __________; Ec ol og ia 29 II – A palavra deriva da ________ de _________ palavras gregas, _______ = casa + ________ = ciência; III – O significado da palavra ___________ podeser definido como o ____________ da casa. Qual das alternativas contempla o conjunto de palavras que completa, corretamente, as lacunas? a) XIX, alemão, Ernst Haeckel, junção, duas, oikos, logos, Ecologia, estudo; b) anterior, americano, Albert Einstein, divisão, três, ágape, logos, Ecologismo, percurso; c) XVI, brasileiro, João Cardoso, soma, duas, logos, oikos, Ecologia, olhar; d) futuro, japonês, Takeru Ishita, união, duas, oikos, logos, Ecoturismo, caminho. 4. Conhecer o ambiente natural, as características das relações dos organismos uns com os outros e como estes se relacionam com o que está em sua volta é a área de estudo da Ecologia do ponto de vista científico. A esse respeito, assinale verdadeiro ou falso: ( ) A única despreocupação da Ecologia é a conciliação de interesses do ser humano com a natureza; ( ) Devemos agir de forma conciliadora e não apropriadora no ambiente; ( ) É irrelevante conhecer os sistemas ecológicos, a fim de contribuir para o manejo sus- tentável dos mesmos. Qual das alternativas contempla a opção correta? a) V, V, V; b) F, F, F; c) F, V, F; d) V, F, V. Identificar os elementos que compõem os sistemas e os ecossistemas Competência 02 Ec ol og ia 33 Você já parou para pensar no que são sistemas? Este é um termo comum de várias áre- as do conhecimento, dentre elas, a Ecologia. Os sistemas são entendidos como a conexão de elementos com o propósito de formar um todo organizado. Pensando nessa união, po- demos acrescentar que os ecossistemas são as conexões entre os seres vivos e não vivos em um determinado lugar. Desse modo, para continuar nosso estudo, vamos conversar sobre esses dois elemen- tos fundamentais para o entendimento da Ecologia. Nesta segunda competência, você conhecerá quais são os fatores bióticos e abióticos (seres vivos e não vivos) de uma região. Além disso, você estudará os níveis de organização e classificação dos fatores bióticos de um local e como estes interagem entre si e com os fatores abióticos. Ah! Além disso, voltando àquele projeto de intervenção que falamos no início, lembra- -se? Você poderá apresentar ao seu superior aspectos para que o mesmo pense sua inter- venção por sob a ótica da Ecologia da conservação. Vamos lá? Fatores bióticos e abióticos Ao longo dos nossos estudos, trataremos de algumas palavras que parecem estranhas ao nosso atual vocabulário. Como dissemos em momento anterior, estas palavras são cha- madas no campo da atuação profissional de termos técnicos. Neste momento, vamos falar das interações provenientes das associações entre os componentes não vivos (conhecidos no campo científico como seres abióticos) e os componentes vivos (chamados de bióticos). Como vimos, a Ecologia é a ciência que trata do estudo das relações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente. Para melhor compreendermos essa temática, vamos nos deter um pouco mais no que se entende por componentes abióticos e como estes interfe- rem nas relações dos componentes bióticos. Identificar os elementos que compõem os sistemas e os ecossistemas Ec ol og ia 34 Os componentes abióticos não possuem vida. Eles formam o ambiente físico constituído de fatores químicos e físicos. Assim, a água, o oxigênio, o sol, o solo, os nutrientes, entre outros, são os componentes não vivos que interagem com os vivos e formam o ambiente natural como nós conhecemos. Comumente, escutamos nas escolas, nos veículos de comunicação e até mesmo nos grupos sociais aos quais pertencemos que a água é fonte de vida. De fato, esta é uma gran- de verdade. Para ser mais preciso, podemos dizer que a água é um meio básico de vida, pois a maior parte da Terra é líquida e consegue ser um solvente quase sem comparação, o que a torna um meio ideal para os sistemas vivos. Figura 2 – Água, fonte de vida Fonte: <http://www.stockfreeimages.com/5820541/Water-bird-and-water-lily-in-the-pond.html>. Acesso em: 20 set. 2014. Ainda falando das características da água, podemos acrescentar que ela conduz calor e resiste às mudanças de temperatura, além de conter substâncias da atmosfera e/ou de solos e rochas. Na prática, isso demonstra como é importante conhecer as características da água de um determinado lugar, para saber, por exemplo, como é a concentração das partículas de hidrogênio, o pH. Informações como essas são necessárias para medir a qua- lidade do ambiente em que os seres vivos habitam. Ec ol og ia 35 Você sabia que o pH é a medida da acidez ou alcalinidade encontrados na água a partir dos íons de hidrogênio e que a escala de pH se estende de 0 (altamente ácido) a 14 (altamente alcalino). Também é importante co- mentar que o pH da água pura, ou seja, o pH neutro é 7 (RICKLEFS, 2010). Curiosidade Ainda citamos a energia como fonte de vida para os seres bióticos. A esse respeito, po- demos colocar que a maior parte da energia vem da luz do sol. As plantas, por exemplo, são seres vivos que utilizam a energia solar para realizar a fotossíntese. É importante destacar neste momento que não se pode ir nem tanto ao mar, nem tanto a terra quando falamos em luz, energia e calor, ou seja, seus extremos não representam as condições ideais de sobrevivência. Fotossíntese: processo pelo qual a planta sintetiza compostos orgâ- nicos (seu próprio alimento) a partir de elementos inor- gânicos (luz, água e gás carbônico). Por falar em energia, você já parou para pensar no quanto nós, seres humanos, também somos dependentes de energia? Pois é! Nós precisa- mos de energia para a maioria das nossas ações cotidianas. Vamos dar sequência às discussões no nosso fórum, respondendo a este questiona- mento com nossas reflexões. Diálogos Continuando a falar em seres abióticos, poderíamos citar o oxigênio e todos os demais elementos químicos apresentados na tabela periódica, como uma representação dos nu- trientes necessários à vida dos seres bióticos. Ec ol og ia 36 Figura 3 – Tabela periódica dos elementos Fonte: <http://mundodecrianca.com.br/wp-content/uploads/2010/12/tabela_periodica.png>. Acesso em: 20 set. 2014. Como referência aos efeitos dos componentes abióticos na interação dos seres vivos, é possível conversarmos sobre a variação no ambiente, motivada pelo clima, água e solo, alguns inclusive já mencionados na nossa conversa. Assim, aspectos como temperatura; pH do solo e da água; salinidade; forças físicas de ventos, de ondas e de correntes; polui- ção ambiental; e mudanças globais (gases industriais, efeito estufa e aquecimento global), dentre outros, também interferem nas interações entre os seres bióticos. Níveis de organização e classificação taxonômica: noção e exemplos de ecossistema Como você percebeu durante a nossa conversa anterior, intercalamos explicações so- bre componentes abióticos e bióticos. Espero que você tenha aprendido que os abióticos não possuem vida (chuvas, temperatura, solo, etc.) e que os bióticos são os vivos (micro- -organismos, vegetais, animais, etc.). Estes últimos são organizados em quatro divisões: espécies, populações, comunidades e ecossistemas. Ec ol og ia 37 Como você já sabe, os componentes bióticos, os seres vivos, são sistemati- zados em quatro: espécies, populações, comunidades e ecossistemas. Que tal estabelecer junto a seus colegas uma definição para estes conceitos? Pesquise cada um deles, elabore um texto com suas percepções, compar- tilhe-o em nosso fórum e discuta-os com o grupo, procurando estabelecer uma definição comum. Atividade 01 Na realização de estudos ambientais é muito importante ao profissional desta área conhecer como ocorrem as relações dos seres bióticos e abióticos.Isso significa que você necessita ter uma visão ampliada a respeito destes elementos para poder calcular, de for- ma segura, o impacto de uma determinada intervenção humana no ambiente, por exemplo. Figura 4 – Desmatamento Fonte: <http://www.mma.gov.br/media/k2/items/cache/8ab3fb39055c198cdfc4e071e8ba9f85_XL.jpg>. Acesso em: 20 set. 2014. Vários podem ser os critérios da organização biótica no ambiente. Estes podem ser: marinho, de água doce e/ou terrestre. Podemos ainda acrescentar critérios taxonômicos como as divisões em insetos, crustáceos e plantas. Estas divisões são importantes para que seja possível compreendermos o objeto de estudo da Ecologia: a natureza. Assim, esta é uma das maneiras mais eficientes para entendermos o mundo vivo organizado. Ec ol og ia 38 Taxonomia é o ramo da Biologia que cuida de descrever, identificar e clas- sificar os seres vivos, animais e vegetais. Também é a parte da gramática que trata de classificação das palavras (Fonte: <http://www.dicionarioin- formal.com.br/taxonomia/>. Acesso em: 21 out. 2014.). Importante De uma maneira bem simples, vamos conversar agora sobre o significado das uni- dades ecológicas, bem como alguns conceitos importantes que precisam ser consi- derados na elaboração de estudos ambientais. Ao relacionarmos as informações no quadro a seguir, com as imagens correspondentes, podemos melhor compreender o que estamos conversando. Espécie: dois ou mais organismos são conside- rados da mesma espécie, quando podem se re- produzir, originando descendentes férteis. Populações: conjunto de organismos de uma mesma espécie que podem se reproduzir origi- nando descendentes férteis. Comunidades ou Biocenose: conjunto de todas as populações, sejam elas de microorganismos, animais ou vegetais existentes em uma determi- nada área. Também podemos utilizar o conceito de comunidade para nominar grupos com uma maior afinidade separadamente, como por exem- plo, comunidade vegetal, animal etc. Ecossistema ou Sistema Ecológico: conjunto de comunidades interagindo entre si e agindo sobre e/ou sofrendo a ação dos fatores abióticos. Figura 5 – Níveis de organização e classificação taxonômica Fonte: adaptado de Dias (2005). Ec ol og ia 39 Conjunto de todos os ecossistemas, ou seja, é toda a área habi- tada por vida na Terra. Talassociclo: biociclo marinho. Divide-se em: plâncton, bênton e nécton. Epinociclo: biociclo terrestre. Divide-se em: floresta, savana, campo e deserto. Limnociclo: biociclo da água doce. Grande biossistema regional caracterizado por um tipo principal de vegetação a outro aspecto identificador da paisagem. É o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada. É o papel que o organismo desempenha no ecossistema. É a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas. Biosfera Divisões da biosfera Bioma Habitat Nicho Ecológico Ecótono Figura 6 – Conceitos importantes na Ecologia Fonte: adaptado de Dias (2005). Com esse esclarecimento, podemos alargar um pouco o nosso olhar a respeito das re- lações entres seres bióticos e abióticos no ambiente, bem como da noção de ecossistema. Como já conversamos em um momento anterior, o ecossistema é composto pelas caracterís- ticas biológicas, físicas e químicas com influência nas espécies de seres vivos (plantas e ani- mais) de um local. Aproveitando esse diálogo, apresento a imagem a seguir que demonstra conceitos importantes que também podem ser contextualizados à luz do estudo da natureza. Acesse <https://www.embrapa.br/meio-ambiente> e veja que a Embrapa Meio Ambiente disponibiliza os textos publicados em suas séries, boletins de pesquisa, documentos, comunicado técnico e circular técnica. Faça buscas nos conteúdos das publicações para localizar temas, assuntos, autores e outras informações específicas. Além das publicações seriadas, estão disponíveis alguns títulos de livros interessantes para você! Mídias Resumo Nesta competência, você teve a oportunidade de perceber que atuar profissionalmente sob o olhar da Ecologia não é tão simples, pois é necessário conhecimentos de diversas Ec ol og ia 40 áreas. Cabe aos profissionais avaliar as consequências dessas intervenções (poluição, des- matamentos e obras em geral) no meio ambiente. Para tanto, é pertinente lembrá-lo que as interações no ambiente são provenientes das associações entre os componentes abióticos (não vivos) e os componentes bióticos (vivos). Chuvas, temperaturas e solo são exemplos de elementos abióticos, enquanto os micro- -organismos, vegetais e animais são representantes dos seres bióticos. Na realização de estudos ambientais é muito importante ao profissional saber como se relacionam seres bióticos e abióticos. Portanto, é nossa obrigação ter conhecimento e visão ampla destes elementos, para mensurar com segurança as perturbações de determinada intervenção humana no ambiente. Autoavaliação 1. O consumo interno do Brasil e as exportações de soja, carne bovina e outros pro- dutos primários, provenientes da Amazônia, são responsáveis por mais da metade das taxas de desmatamento e, consequentemente, das emissões de gases de efeito estufa registradas (Fonte: <http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/reda- cao/2013/09/20/mais-de-50-de-emissoes-da-amazonia-sao-geradas-por-demandas-fora- -do-bioma.htm>. Acesso em: 21 out. 2014.). A esse respeito, podemos afirmar que: a) Profissionais que atuam com foco nos conhecimentos da Ecologia desconhecem os efeitos provocados à flora, à fauna e à saúde humana por causa das suas intervenções no ambiente; b) Essa afirmativa chama atenção para a importância de que os profissionais dessa área consigam, dentre outras coisas, mensurar o impacto das intervenções no meio ambiente; c) Na sociedade contemporânea, a Ecologia tem pouco espaço para a mudança das atitu- des humanas com relação à natureza; d) A Ecologia é muito frágil enquanto ciência e por isso pensar/agir à luz dos seus saberes torna-se desnecessário no contexto contemporâneo. 2. Por que podemos considerar a água como um componentes abióticos? a) Porque ela conduz calor e resiste às mudanças de temperatura, além de conter subs- tâncias da atmosfera e/ou de solos e rochas; Ec ol og ia 41 b) Porque ela concentra partículas de hidrogênio, que definem o seu pH, informação ne- cessárias para medir a qualidade do ambiente em que os seres vivos habitam; c) Porque ela não possui vida, formando o ambiente físico constituído de fatores químicos e físicos; d) Porque ela é um dos componentes vivos que interagem com os seres não vivos e for- mam o ambiente natural como nós conhecemos. 3. Relacione a primeira coluna com a segunda: I – Populações; II – Espécie; III – Ecossistema ou Sistema Ecológico; IV – Comunidades ou Biocenose. ( ) Dois ou mais organismos são considerados da mesma espécie, quando podem se re- produzir, originando descendentes férteis; ( ) Conjunto de organismos de uma mesma espécie que podem se reproduzir originando descendentes férteis; ( ) Conjunto de todas as populações, sejam elas de micro-organismos, animais ou vege- tais, existentes em uma determinada área. Também podemos utilizar o conceito de comunidade para nominar grupos com uma maior afinidade separadamente, como por exemplo, comunidade vegetal, animal etc.; ( ) Conjunto de comunidades interagindo entre si e agindo sobre e/ou sofrendo a ação dos fatores abióticos. Considerando os conceitos em Ecologia, qual a alternativa que traz a sequência correta: a) I, II, III e IV; b) IV, III, II e I; c) III, II, I e IV; d) II, I, IV e III. Ec ol og ia 42 4. Paraatuar com o olhar voltado para a conciliação da relação homem e natureza cabe aos profissionais terem conhecimento sobre os fatores bióticos e abióticos (seres vivos e não vivos) de uma região, bem como a forma como eles se organizam, sua classifica- ção e como interagem entre si. Considerando esta afirmativa, assinale verdadeiro ou falso: ( ) As plantas, por exemplo, são seres vivos que utilizam a energia solar para realizar a fotossíntese; ( ) O oxigênio e todos os demais elementos químicos apresentados na tabela periódica são seres bióticos; ( ) Algumas variações no ambiente são motivadas pelo clima, água e solo. Qual das alternativas contempla a opção correta? a) V, V, V; b) F, F, F; c) F, V, F; d) V, F, V. Ec ol og ia 43 Classificar os elementos interdependentes na estabilidade dos ecossistemas Competência 03 Ec ol og ia 45 Dando continuidade a nossa jornada rumo ao saber sobre a Ecologia, vamos conversar sobre elementos e fatores interdependentes na estabilidade dos ecossistemas. Como dis- semos nas competências 01 e 02, esses conhecimentos são importantes na sua formação de técnico em meio ambiente para que, no cálculo das intervenções no ambiente, você consiga minimizar o impacto da ação humana. É fato que os seres vivos sentem os efeitos das ações humanas sem planejamento. Um exemplo dessa afirmativa é o estudo publicado pela revista científica “American Che- mical Society”: Classificar os elementos interdependentes na estabilidade dos ecossistemas A revista “American Chemical Society” divulgou dados demonstrando a alta taxa de mortalidade de golfinhos na costa dos Estados Unidos, principalmente na re- gião do Golfo do México, onde ocorreu o maior vazamento de petróleo da história americana em 2010, mais conhecido como “maré negra de 2010”. O estudo divulgado à comunidade científica em dezembro de 2013 comparou a saúde na região do acidente (Louisiana), e outra região que não foi impactada pelo aci- dente (Flórida). Como principais resultados, o estudo aponta que os golfinhos da área impactada pelo acidente estão com doenças pulmonares e quantidades anormais de hormônios, fato quase inexistente na Flórida. Essa informação demonstra a necessidade de agirmos de maneira cautelosa para evi- tar impactos de grande magnitude nas nossas intervenções no ambiente. Os conhecimen- tos que construiremos nesta terceira competência nos darão subsídios para agirmos com cautela. Está pronto? Vamos lá! Níveis tróficos Quando iniciamos nossa conversa sobre ecossistema, observamos que o mesmo é o conjunto de comunidades interagindo entre si e agindo sobre e/ou sofrendo a ação dos Ec ol og ia 46 fatores abióticos. Vimos ainda várias nomenclaturas associadas ao mesmo, de modo a facilitar o nosso entendimento sobre os termos técnicos. Desse modo, podemos ainda dizer que um ecossistema é mais que uma unidade geográfica em uma determinada região. É um sistema com entradas e saídas, sendo caracterizado como a primeira unidade na hierarquia ecológica. Portanto, conhecer e caracterizar o ecossistema de uma determinada região é o primeiro passo para interven- ções sustentáveis. Você conhece o ecossistema da região em que reside? Quais são suas ca- racterísticas? Como ocorrem as interações dos seres bióticos e abióticos? Como são feitas as intervenções humanas? Que tal realizar uma pesquisa a esse respeito e socializar junto aos seus colegas no fórum, de modo que possamos enriquecer nossa conversa de forma prática? Atividade 01 Nesta competência iremos falar sobre os elementos e fatores interdependentes na es- tabilidade dos ecossistemas. Assim, um primeiro ponto de entendimento nesta perspectiva é a estrutura trófica do ecossistema. Nível trófico, também conhecido por nível alimentar, representa o con- junto biótico (animais e vegetais) que integram o mesmo ecossistema, e nesse possui semelhantes hábitos alimentares (Fonte: <http://www.bra- silescola.com/biologia/niveis-troficos.htm>. Acesso em: 21 out. 2014.). Importante Quando observamos o ecossistema a partir do nível alimentar dos seres bióticos, pode- mos afirmar que o mesmo se constitui de duas camadas. Vamos conhecê-las? A primeira é considerada estrato superior, pois é formada por seres que produzem o seu próprio alimento (os seres autótrofos). Nos ecossistemas, estes seres formam o chamado “cinturão verde” composto pelas plantas que produzem clorofila. Ec ol og ia 47 Confuso com esta quantidade de palavras novas? Então vamos realizar uma pesquisa sobre elas (substâncias inorgânicas, compostos orgânicos, ambiente de ar, água e substrato, regime climático, produtores, fagótrofos, saprótrofos e saprófagos) e como são aplicadas no seu exercício profissio- nal. Lembre-se de compartilhar o seu trabalho no AVA. Atividade 02 Já a segunda camada, considerada inferior, é composta pelos seres que não conse- guem produzir o seu próprio alimento (os seres heterótrofos). Isso significa afirmar que estes seres se alimentam de outros seres, e no ecossistema formam o “cinturão mar- rom”, composto pelo solo, sedimentos, matérias e degradação, entre outros (ODUM; BARRET, 2008). Figura 7 – Exemplo de seres autótrofos Fonte: <https://lh3.googleusercontent.com/-yVN- j2ycQ67E/UVCln5ZzTyI/AAAAAAAAApk/UxZuMs3rn- nI/w346-h461/erica-arborea-imagens-de-flores.jpg>. Acesso em: 20 set. 2014. Figura 8 – Exemplo de seres heterótrofos Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/_NIzKKp- cHXHs/TEOX3Y3c6NI/AAAAAAAAANY/iwa-ArVA- 1gI/s1600/heterotrofo.jpg>. Acesso em: 20 set. 2014. Podemos ainda dizer que a interação dos componentes autótrofos e heterótrofos é uma das principais características dos ecossistemas. Além disso, vale também salientar que nos ecossistemas existem as interações entre as substâncias inorgânicas, compostos or- gânicos, ambiente de ar, água e substrato, regime climático, produtores, fagótrofos, sapró- trofos e saprófagos. Ec ol og ia 48 Considerando que você já realizou as duas atividades propostas, va- mos conversar sobre a dinâmica das populações em nosso fórum? Va- mos identificar até que ponto o desmatamento, as construções e as atividades produtivas têm restringido o habitat das espécies nativas existentes na sua região. Para começar, é importante que você conheça tais espécies. Pesquise! Diálogos Para o exercício da profissão de técnico em meio ambiente, você deve conhecer e apli- car o vocabulário pertinente à área de atuação. Desse modo, vale ainda frisar como é importante a realização da atividade proposta neste momento. Dinâmica de populações Como vimos na segunda competência, os níveis de organização e classificação taxonô- mica consistem numa forma mais simples de entender como ocorrem as interações entre os seres vivos. Vimos também que, como parte dos ecossistemas, existem as populações, ou seja, o conjunto de organismos de uma mesma espécie que podem se reproduzir origi- nando descendentes férteis. O contexto contemporâneo vem apresentando enormes desafios para as populações, pois estas estão sendo diminuídas em função das intervenções humanas, muitas vezes sem o planejamento necessário. Isso se deve a fatos como: desmatamento de florestas, construções de estradas, canalização de rios, atividades produtivas (principalmente, a agricultura) entre outros. Eles vêm fragmentando ou restringindo o movimento das popu- lações, em função da diminuição dos habitats, ou seja, dos lugares específicos onde uma espécie pode ser encontrada. Você deve estar se perguntando: “por que tantos questionamentos e tantas demandas práticas no decorrer deste estudo?” Como estamos sempre o alertando,você está se qua- lificando para contribuir com intervenções mais equilibradas no ambiente. Para tanto, é necessário que você seja capaz, por exemplo, de reconhecer, identificar e zelar pelo habitat dos seres vivos. Ec ol og ia 49 Confira a matéria “A mudança climática segundo os testemunhos do gelo”, bem como a entrevista com o glaciologista brasileiro Jefferson Simões. To- mando ciência do conteúdo deste material, você pode fazer as associações de como o desequilíbrio é nocivo para o nicho ecológico de determinada espécie. Acesse: <http://port.pravda.ru/science/11-01-2014/36009-mu- danca_climatica-0/>. Para facilitar sua compreensão sobre a terminologia utilizada nas interações entre as espécies, sugiro o seguinte endereço eletrônico: <http://www. ebah.com.br/content/ABAAAAcYwAB/interacoes-entre-especies>. Internet Internet Podemos ainda dizer que uma população é mais do que um conjunto de indivíduos, pois eles se unem para se reproduzir e, com isso, garantem a perpetuação da espécie. Desse modo, as populações estão limitadas aos habitats ecologicamente equilibrados. Assim, podemos ainda afirmar que quanto maior o equilíbrio, maior será a atuação da espécie no ecossistema, ou seja, seu nicho ecológico. Como estamos falando em população e em espécies, não podemos deixar de fora o fato de que nós, seres humanos, também formarmos uma população de seres vivos: a espécie hu- mana. Anteriormente, conversamos sobre a capacidade transformadora que nos coloca numa posição dominante em relação aos demais seres vivos com o meio ambiente. Essa posição também nos coloca como responsáveis pela manutenção de ecossistemas ecologicamente equilibrados. Para isso, temos a nossa disposição a demografia como um modo de conhecer a forma como as populações crescem e se reproduzem. Podemos colocar a esse respeito que os seres autótrofos têm crescimento e reprodução mais lentos que os seres heterótrofos. Ainda a esse respeito, podemos dizer que a dinâmica das populações é resultado das interações entre as espécies presentes em um determinado ecossistema. Podemos citar como principais interações nesse contexto: consumidor-recurso, competição e mutualismo. Novamente, estamos tratando de termos técnicos pertencentes ao vocabulário da Ecologia. Demografia: estu- do das populações. Esta área tem uma longa história na ciência ocidental, que se estende para trás no tempo até John Gaunt e Thomas Malthus nos séculos 17 e 18 na Inglaterra (RICLEFS, 2010, p. 217). Ec ol og ia 50 Espero que você venha observando ao longo do avanço do nosso estudo, o quanto ele é necessário para o seu exercício profissional, de modo que você seja capaz de caracterizar adequadamente as terminologias necessárias. Estrutura de comunidades Você já deve ter observado que constantemente estamos retomando a conversa das competências anteriores. Esta é mais uma demonstração que os conhecimentos se com- plementam. Desta vez, vamos retomar o conceito de comunidades para podermos conver- sar sobre sua estrutura. Como você viu, comunidade (ou biocenose) é o conjunto de todas as populações, sejam elas de micro-organismos, animais ou vegetais existentes em uma determinada área. A esse respeito, podemos dizer que esta é uma interação muito interessante de se ob- servar entre seres vivos, uma vez que, em qualquer lugar do planeta onde exista vida, há o compartilhamento de espaços por muitos organismos ali existentes. Você sabia que, em uma comunidade, os membros devem conviver em har- monia, de modo que suas interações permitam sobrevivência e reprodução? (RICLEFS, 2010). Para constituir uma comunidade de seres vivos é necessário que a interação ali exis- tente ocorra por meio da associação de populações interagindo entre si. Em linhas gerais, ainda podemos dizer que, na maioria das vezes, as comunidades são nomeadas a partir dos seus componentes em maior quantidade. Acesse <http://www.consumocolaborativo.blog.br/sustentavel/documen- tario-quantas-pessoas-podem-viver-no-planeta-terra/> e assista a um inte- ressante documentário produzido pela BBC de Londres com o tema: “Re- cursos naturais do planeta Terra x Crescimento populacional”. Internet Ec ol og ia 51 As comunidades podem ser classificadas como fechadas ou abertas. Nas comunida- des fechadas, as espécies apresentam grande associação e sua distribuição combina com a distribuição da comunidade como um todo. Já nas comunidades abertas não há limites naturais, com as espécies se distribuindo de forma independente. Algumas espécies de macrófitas aquáticas, (terminologia mais comum uti- lizada para descrever o conjunto de vegetais adaptados ao ambiente aquá- tico), apresentam um sofisticado sistema de polinização cruzada, (o pólen de uma flor fecunda o estigma de outra flor, de um mesmo indivíduo ou de outro). Fonte: <http://Ecologia.ib.usp.br/portal/index.php?option=com_ content&view=article&id=127&Itemid=391>. Acesso em: 21 out. 2014. Curiosidade Na sua atuação profissional é importante que você compreenda que as comunidades variam de acordo com sua distribuição espacial. Neste ponto, ainda podemos considerar alguns elementos capazes de determinar sua estrutura: número de espécies, níveis trófi- cos, teias alimentares. Considerando a importância de entender a estrutura das comunidades para sua atuação profissional, vamos conversar com os colegas de cur- so sobre este tema? A ideia é postar e discutir em nosso fórum sobre comunidades fechadas e abertas; número de espécies; níveis tróficos; e teias alimentares. Ainda a esse respeito, podemos dialogar sobre rela- ções harmônicas e desarmônicas, apresentando seus tipos e definições. Diálogos Podemos ainda acrescentar que a dinâmica das comunidades é constante e contínua, pois, enquanto uns organismos morrem, outros nascem e ocupam seus lugares. Entretan- to, é importante acrescentar que a aparência e a composição da maior parte das comuni- dades apresenta uma composição constante, ao longo do tempo. Ec ol og ia 52 Assista ao documentário do programa “Cidades e soluções” e veja infor- mações sobre o ranking da pegada ecológica e sobre o selo verde: <http:// www.youtube.com/watch?v=wyL5ypwX06Q>. Mídias Resumo Nesta competência, avançamos o nosso diálogo sobre Ecologia. Percebemos que nível trófico representa o conjunto biótico que forma o mesmo ecossistema. Este se constitui de duas camadas: estrato superior e inferior. Vimos também que o conceito de população vai além de um conjunto de indivíduos, pois estes se mantêm reunidos para realizar a reprodução, assegurando assim a perpe- tuação da espécie. Desse modo, quanto maior for o equilíbrio, maior será a atuação da espécie no ecossistema, ou seja, seu nicho ecológico. Por fim, conversamos sobre a estrutura das comunidades, que podem ser classificadas como fechadas ou abertas. As comunidades variam de acordo com sua distribuição espa- cial. Alguns elementos capazes de determinara sua estrutura são o número de espécies, os níveis tróficos e as teias alimentares. Autoavaliação 1. Nível trófico constitui o conjunto biótico que participa de um mesmo ecossistema, e nesse possui hábitos alimentares similares. Observe as assertivas a seguir: I – No nível trófico, o estrato superior é composto por seres que não conseguem produzir o seu próprio alimento e o inferior, por seres que produzem o seu próprio alimento; II – A estrutura trófica do ecossistema pode ser considerada como um elemento de estabi- lidade ecossistêmica; III – O nível trófico se constitui de duas camadas: estrato superior e inferior. Assinale o item que contempla apenas as assertivas corretas: Ec olog ia 53 a) II; b) I e III; c) I e II; d) II e III. 2. “Ao defender a construção de hidrelétricas na Amazônia, o governo federal costuma citar o argumento de que essas usinas são menos poluentes e mais baratas que outras fontes energéticas capazes de substituí-las. Entre ambientalistas e pesquisadores, po- rém, há cada vez mais vozes que contestam a comparação e afirmam que o cálculo do governo ignora custos e danos ambientais indiretos das hidrelétricas. Para alguns, es- ses impactos colaterais influenciaram no aumento da taxa de desmatamento da Ama- zônia neste ano. Há duas semanas, o governo anunciou que, entre agosto de 2012 e julho de 2013, o índice de desflorestamento na Amazônia cresceu 28% em relação ao mesmo período do ano anterior, a primeira alta desde 2008” (Fonte: <http://www.bbc. co.uk/portuguese/noticias/2013/11/131127_desmatamento_amazonia_hidroeletri- ca_jf.shtml>. Acesso em: 21 out. 2014.). A esse respeito, podemos afirmar que: a) Não há nenhuma interferência do desmatamento na dinâmica das populações, pois elas não passam de um conjunto de indivíduos; b) O contexto contemporâneo vem apresentando enormes desafios para as populações, pois estas estão sendo diminuídas em função das intervenções humanas; c) Como a população humana é dominante nas relações dos seres vivos com o meio am- biente, suas decisões não precisam levar em consideração a interação com outras po- pulações na biosfera; d) A população humana é autossuficiente, não necessitando de nenhum tipo de interação para produzir a energia necessária a sua existência, e por isso, não deve se preocupar com a redução dos níveis tróficos a partir do desmatamento. 3. Ecossistema é mais que uma unidade geográfica em uma determinada região. É um sistema com entradas e saídas, sendo caracterizado como a primeira unidade na hie- rarquia ecológica. A respeito desta afirmativa, analise as assertivas a seguir: I – Os níveis tróficos, as populações e a estrutura das comunidades são elementos e fato- Ec ol og ia 54 res interdependentes na estabilidade dos ecossistemas; II – A interação dos componentes autótrofos e heterótrofos é uma das principais caracte- rísticas dos ecossistemas; III – Desmatamento de florestas, construções de estradas, canalização de rios, atividades produtivas (principalmente a agricultura), entre outros; que vem aumentando o movi- mento das populações, em função da diminuição dos habitats. Assinale o item que contempla apenas as assertivas corretas: a) II; b) I e II; c) I e III; d) II e III. 4. Um primeiro ponto para classificar os elementos interdependentes na estabilidade dos ecossistemas é a estrutura trófica. Na sequência, temos a dinâmica das populações, seguidas da estrutura das comunidades. Considerando esta afirmativa, assinale verdadeiro ou falso: ( ) Nível trófico também é conhecido por nível alimentar; ( ) Em uma comunidade os membros devem conviver em desarmonia de modo que suas interações permitam sobrevivência e reprodução; ( ) A dinâmica das populações é resultado das interações entre as espécies presentes em um determinado ecossistema; ( ) As comunidades podem ser classificadas como vivas ou mortas. Qual das alternativas contempla a opção correta? a) V, F, V, F; b) V, V, V, F; c) F, F, F, V; d) F, V, F, V. Ec ol og ia 55 Distinguir os fatores interdependentes na estabilidade dos ecossistemas Competência 04 Ec ol og ia 57 Você já parou para pensar no quanto o homem pode ser um elemento capaz de mo- dificar a estabilidade dos ecossistemas? A matéria publicada na revista Isto É Dinheiro, nos dá um pouco desse olhar. Distinguir os fatores interdependentes na estabilidade dos ecossistemas Intitulada por: “Meteorologistas preveem futuro nefasto com mudanças climáti- cas”, a matéria discute tendências apresentadas na primeira conferência mun- dial de meteorologia, evento que reuniu mil cientistas e se discutiu o futuro do cli- ma, organizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência da ONU. Fatos como aumento da temperatura no Planeta Terra e dificuldades para a aviação e a navegação, são apresentados como consequências sérias decorren- tes das mudanças climáticas. Você pode ler a publicação na íntegra acessando: <http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/economia/20140821/meteorologis- tas-preveem-futuro-nefasto-com-mudancas-climaticas/183033.shtml>. Temáticas como essa serão alvo da nossa reflexão nesta competência. Espero que você, enquanto profissional que tem profunda relação com toda essa questão, veja o quanto seu papel é fundamental para um cenário mais positivo e otimista. Vamos lá?! Fluxos de energia Ao longo do nosso estudo, estamos vendo que em Ecologia tudo está relacionado. Assim, o fluxo de energia é mais um exemplo dessas conexões. Na terceira competên- cia demos uma ênfase maior às interações entre os seres bióticos nos ecossistemas ao falar de níveis tróficos, populações e comunidades. Neste momento, vamos incluir na nossa conversa os fluxos de energia como uma referência de interação entre os seres bióticos e abióticos. Um estudioso, o norte-americano Raymond Laurel Lindeman, ganhou destaque interna- cional por suas publicações sobre o tema. Ec ol og ia 58 Raymond Laurel Lindeman foi um cientista de vida curta, nasceu em 1915 e morreu em 1942. Apesar do pouco tempo de vida, o estudioso deixou um le- gado importante para a Ecologia, sendo sua obra mais famosa “O aspecto trófico-dinâmico de Eco- logia” (também chamada de teoria de Lindeman), publicada em 1942 (um pouco antes de sua mor- te), mencionada até os dias atuais quando se fala em Ecologia mo- derna. (Fonte: <http://www.bookrags.com/research/raymond-l-lin- deman-1915-1942-americ-enve-01/>. Acesso em: 21 out. 2014.). Você conhece? Não podemos conversar sobre fluxo de energia sem considerar a importância dos com- ponentes abióticos. Desse modo, no contexto de um ecossistema: São os componentes abióticos (o ambiente físico-químico) que proporcionam as condições de vida e atuam como fonte, e um dreno para energia e matéria (BE- GON, TOWNSEND, HARPER, 2007, p. 499). Estes autores ainda colocam à luz da teoria de Lindeman, que a ciência energética ecológica considera como principal elemento de fluxo de energia a transferência entre os níveis tróficos. Isto acontece da seguinte forma: uma comunidade recebe radiação, captura e transforma-a em energia através da fotossíntese das plantas verdes e, na sequência, a energia liberada pelas plantas é utilizada pelos seres heterótrofos. Podemos acrescentar que a produtividade é um elemento de medição da energia gera- da em um ecossistema, ou seja, pelos seus organismos vivos em unidade de área, também conhecidos como “colheita em pé de biomassa”. Ec ol og ia 59 Pode ser considerado biomassa todo recurso renovável que provêm de ma- téria orgânica – de origem vegetal ou animal – tendo por objetivo principal a produção de energia. A biomassa é uma forma indireta de aproveitamento da luz solar: ocorre a conversão da radiação solar em energia química por meio da fotossíntese, base dos processos biológicos de todos os seres vivos (Fon- te: <http://www.mma.gov.br/clima/energia/energias-renovaveis/biomassa>. Acesso em: 21 out. 2014.). Ainda falando de produtividade, devemos informar que ela pode ser dividida em primá- ria e secundária. A esse respeito é relevante trazer ao nosso diálogo alguns termos para que seu entendimento sobre fluxo de energia seja ampliado. Realize uma pesquisa a respeito dos seguintes termos associados ao fluxo de energia: produtividade primária; produtividade secundária;produtivida- de primária bruta; produtividade primária líquida; respiração autotrófica; produtividade líquida do ecossistema; respiração heterotrófica; respiração do Ecossistema. Compartilhe seu trabalho no AVA. Atividade 01 As taxas de biomassa em ecossistemas marinhos são maiores que em ecossistemas terrestres. Supõe-se que isso ocorre porque as intervenções humanas no ambiente aquá- tico são menores do que no ambiente terrestre. Esse é mais um motivo para nós, seres vivos heterótrofos, zelarmos por nossas intervenções no ambiente, uma vez que motivos como as alterações climáticas, por exemplo, podem minimizar a eficiência de transferência energética dos ecossistemas, ou seja, eficiência de consumo, assimilação e produção. Noção de Ecótono Já podemos dialogar sobre populações e comunidades, por exemplo, como componen- tes dos ecossistemas. Vamos trazer outra temática que merece destaque neste cenário: o ecótono. Ec ol og ia 60 Ecótono ou ecótone é o nome dado a uma região de transição entre dois biomas diferentes (Fonte: <http://www.dicionarioinformal.com.br/ec%C3%B3tono/>. Acesso em: 21 out. 2014.). Dentre os vários exemplos de ecótonos, podemos citar o Pantanal Mato-grossense, clas- sificado como a maior planície de inundação da Terra. Para termos uma ideia da dimensão deste espaço, basta dizer que o mesmo ocupa uma área correspondente ao sudoeste do Mato Grosso, o oeste do Mato Grosso do Sul, e parte do Paraguai e Bolívia. Figura 9 – Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-P52M9gVPlJ8/UV2yS4QEYlI/AAAAAAAATPM/wml2_oMV1_A/s1600/panta- nal-a-maior-area-alagada-do-mundo.jpg>. Acesso em: 20 set. 2014. Este é apenas um exemplo de espaços considerados zonas de transição na biosfera. No estudo e aplicação da Ecologia, estas zonas também são chamadas de gradientes ecológicos. Alguns estudiosos também consideram como ecótono as áreas de transição entre co- munidades diferentes. Outro exemplo que podemos citar a respeito dos ecótonos são as regiões estuarinas. Nestes ambientes, podem existir organismos que só vivem na região do ecótono. Do ponto de vista da diversidade biótica, podemos dizer que muitas vezes a mesma é aumentada em regiões de ecótono. Ec ol og ia 61 Veja a notícia que fala do mapeamento de áreas que podem ser considera- das ecótonos no Brasil. Essa informação demonstra que essas áreas são muito importantes, e por isso merecem proteção. Acesse: <http://www. usp.br/agen/repgs/2003/pags/007.htm>. Internet Novamente, podemos perceber a ligação entre o profissional técnico em meio ambiente e o estudo sobre Ecologia, pois ao reconhecer que uma determinada região, em que serão realizadas intervenções humanas, é um ecótono, é pertinente que se adote medidas ne- cessárias de minimização de impactos na mesma. O ecossistema urbano Até agora estamos falando sobre o ambiente natural. É curioso trazer a pauta da nossa conversa os ecossistemas urbanos. Essa é uma discussão que pode ser considerada com- plexa, se levarmos em consideração a postura de alguns estudiosos que não acreditam neste tipo de ecossistema, pois, segundo eles, por causa da influência humana, as cidades não seriam ecossistemas de fato. Entretanto, considerando que a maior parte da população humana existente vive nas cidades, vamos falar um pouco deste tema que ainda é muito recente, do ponto de vista da Ecologia, enquanto ciência. Por falar em população mundial vivendo em regiões urbanizadas, você sa- bia que este fato tem gerado sobrecarga para as necessidades de geração de recursos no nosso Planeta? Você pode conferir mais detalhes desta afirmativa a partir da leitura de um material produzido pelo Departamento de Informação Pública das Nações Unidas, em junho de 2012. Este mate- rial está disponível no seguinte endereço: <http://www.onu.org.br/rio20/ temas-cidades/>. Curiosidade Ec ol og ia 62 Realmente, parece que falar de ecossistema urbano não está fora de contexto. Principalmente se considerarmos que a população humana é a que mais consome recursos no Planeta Terra. Quando falamos deste assunto é importante considerar as inúmeras interações que ocorrem no ambiente urbano, é neste espaço que a maior parte dos seres humanos usa sua capacidade transformadora para adequá-lo as suas necessidades de habitat. E essa transformação nem sempre é equilibrada ou equitativa, pois sabemos que grande parte das pessoas que reside em grandes metrópoles, se abriga em locais inadequados, princi- palmente nos países em desenvolvimento. Figura 10 – Província de Chengdu no Sudoeste da China e o New Century Global Center Fonte: <http://imguol.com/c/noticias/2013/12/06/predios-espacosos-na-imagem-vista-do-new-century- -global-centre-localizado-em-chengdu-na-provincia-chinesa-de-sichuan-a-cada-tres-ou-quatro-anos-o-titulo-de- -predio-mais-alto-do-mundo-muda-de-maos-1386354729320_956x500.jpg>. Acesso em: 20 set. 2014. Neste habitat humano encontramos muitas necessidades a serem atendidas em busca do desenvolvimento sustentável, visto que, são as interações humanas ocorridas neste am- biente que tem colocado em risco o equilíbrio dos outros ecossistemas do nosso Planeta, com ênfase para os efeitos da poluição. Isso porque, para utilização do espaço urbano como seu habitat, a espécie humana necessita de muita energia e para a produção de tanta ener- gia, surgem alguns aspectos negativos. Um exemplo desse fato é a geração de resíduos, que faz com que os centros urbanos sejam considerados os lugares mais sujos do ambiente. Você sabe qual é a geração de resíduos per capita na sua cidade ou região? Que tal conversarmos um pouco com os colegas a respeito da geração e destinação final dos resíduos nos grandes centros urbanos, começando pela sua cidade? Dê sua contribuição no fórum: “Lixo: o que fazer?” Diálogos Ec ol og ia 63 Vale salientar que para as suas condições ideais de sobrevivência neste habitat, o ho- mem impermeabiliza o solo com a pavimentação, substitui área de mata pelos espigões, utiliza veículos automotores (a grande maioria) para seu deslocamento, dentre outras situ- ações que demandam uma quantidade significativa de energia. Por ser heterótrofo, o ser humano não consegue produzir sua própria energia, como as plantas, por exemplo. Para isso é necessário que se crie formas de geração de energia. Das mais variadas formas de geração de energia que a espécie humana já inventou, existem as chamadas energias limpas. Nesse rol, se incluem a energia solar, energia eólica e a energia produzida a partir das hidrelétricas. Você sabia que a construção de uma Usina Hidrelétrica na Região Norte do país, mais precisamente no Rio Xingu, Estado do Pará, tem causado uma grande repercussão nacional e internacional, inclusive com deman- das judiciais? Trata-se da Usina de Belo Monte, um megaprojeto de R$ 30 bilhões, com expectativa de abastecimento para mais de um quarto da população brasileira. Curiosidade Outro aspecto que merece ser lembrado, quando a assunto é ecossistema urbano, é a existência de outras espécies de seres vivos neste espaço, bem como em alguns casos de cursos de água, pois, por necessidade básica de sobrevivência, normalmente as cidades são erguidas próximas a locais com água. Por isso, lembre-se que todo esse diálogo foi para você perceber o quanto seu papel de técnico em meio ambiente é fundamental para o desenvolvimento da qualidade ambiental nas grandes cidades, pois você está entre a gama de profissionais que tem propriedade para tais iniciativas. O planejamento das cidades no Brasil é prerrogativa constitucional da gestão municipal que responde, inclusive, pela delimitação
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