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Trabalho de Desenvolvimento I

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Abordagens da neurociência cognitiva do cérebro
Componentes: Weden Nascimento, Jesica
O cérebro corrobora a suposição de Piaget de que a maturação neurológica é um importante fator no desenvolvimento cognitivo. Os surtos de crescimento do cérebro (períodos de rápido crescimento e desenvolvimento) coincidem com as mudanças no comportamento cognitivo.
Pesquisadores têm utilizado técnicas de escaneamento do cérebro para determinar quais as funções cognitivas afetadas por determinadas estruturas do cérebro e mapear as mudanças no desenvolvimento. Esses escaneamentos fornecem evidências físicas da localização de dois sistemas distintos de memória de longo prazo – implícita e explícita – que adquirem e armazenam diferentes tipos de informação:
A memória implícita, que se desenvolve no começo da primeira infância, refere-se à recordação que ocorre sem esforço ou mesmo inconscientemente; diz respeito a hábitos e habilidades, por exemplo, saber como jogar uma bola ou os chutes de um bebê quando vê um móbile familiar.
A memória explícita, também chamada de memória declarativa, é a recordação consciente ou intencional, geralmente de fatos, nomes, eventos ou outras coisas que podem ser enunciadas ou declaradas. A demora na imitação de comportamentos complexos é evidência de que a memória declarativa está se desenvolvendo no final da primeira infância.
No começo da primeira infância, quando as estruturas responsáveis pelo armazenamento da memória não estão plenamente formadas, as lembranças são relativamente fugazes. A maturação do hipocampo, uma estrutura localizada no interior dos lobos temporais, e mais o desenvolvimento de estruturas corticais coordenadas pela formação do hipocampo, torna possível a memória de maior duração.
o córtex pré-frontal (uma extensa região localizada no lobo frontal bem atrás da testa) controla muitos aspectos da cognição. Essa parte do cérebro desenvolve-se mais lentamente que qualquer outra. Durante a segunda metade do primeiro ano, o córtex pré-frontal e circuitos associados desenvolvem a capacidade para a memória de trabalho – o armazenamento de informações de curto prazo que o cérebro está ativamente processando ou utilizando. É na memória de trabalho que as representações mentais são preparadas para armazenamento, ou recuperadas.
Abordagem sociocontextual:
aprendendo nas interações
com cuidadores
Teoria sociocultural estudam como o contexto cultural afeta as primeiras interações sociais que podem promover a competência cognitiva.
A participação guiada refere-se a interações mútuas com adultos que ajudam a estruturar as atividades da criança e preenchem a distância entre a compreensão da criança e a do adulto. Geralmente ocorre em brincadeiras compartilhadas e nas atividades normais do dia a dia, quando a criança aprende informalmente as habilidades, o conhecimento e os valores importantes em sua cultura.
O contexto cultural influência o modo como os cuidadores contribuem para o desenvolvimento cognitivo. O envolvimento direto do adulto nas brincadeiras e no aprendizado das crianças pode estar mais bem adaptado a uma comunidade urbana de classe média, em que pais ou cuidadores dispõem de mais tempo, maior habilidade verbal e possivelmente mais interesse na brincadeira e na aprendizagem das crianças.
Desenvolvimento da linguagem
A linguagem é um sistema de comunicação baseado em palavras e gramática. Uma vez conhecidas as palavras, a criança pode usá-las para representar objetos e ações. Ela pode refletir sobre pessoas, lugares e coisas; e pode comunicar suas necessidades, sentimentos e ideias a fim de exercer mais controle sobre sua vida.
SEQUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DA LINGUAGEM
Antes de utilizar palavras, o bebê faz suas necessidades e sentimentos serem conhecidos por meio de sons que evoluem do choro para o arrulho e o balbucio, depois para a imitação acidental e então para a imitação deliberada. Esses sons são conhecidos como fala pré-linguística e Precursora da fala linguística; emissão de sons que não são palavras. Inclui choro, arrulho, balbucio e imitação acidental e deliberada de sons sem compreensão do significado.
Vocalização inicial: O choro é o primeiro meio de comunicação do recém-nascido. Diferentes tons, padrões e intensidades sinalizam fome, sono ou raiva. Entre 6 semanas e 3 meses, o bebê começa a arrulhar quando está feliz – emitindo gritos agudos, gorgolejando e pronunciando sons de vogal como “ahhh”. Entre 3 e 6 meses, o bebê começa a brincar com os sons da fala, imitando os sons que ouve de pessoas ao seu redor.
O balbucio: repetição de sequências de consoantes e vogais, como “ma-ma-ma-ma” – ocorre entre 6 e 10 meses de idade e geralmente é confundido com a primeira palavra do bebê. O balbucio, no entanto, não é uma linguagem de verdade, pois não tem nenhum significado para a criança, embora com o tempo se torne cada vez mais parecido com palavras.
A imitação é a chave para o início do desenvolvimento da linguagem. Primeiro, os bebês acidentalmente imitam sons do idioma e depois imitam a si próprios produzindo esses sons. Entre 9 e 10 meses, o bebê imita sons deliberadamente sem entendê-los. 
Finalmente, quando se familiarizam com os sons de palavras e frases, os bebês começam a lhes atribuir significados.
Reconhecendo os sons e a estrutura da linguagem a imitação dos sons da linguagem requer a capacidade de perceber sutis diferenças entre sons, e os bebês podem fazê-lo desde o nascimento, ou mesmo antes, recém-nascidos até choram com certo “sotaque” como resultado de suas primeiras experiências sonoras.
Toda língua natural tem seu próprio sistema de sons que são utilizados na produção da fala. A princípio, os bebês podem discriminar os sons de qualquer língua. Com o tempo, porém, o processo contínuo de percepção e categorização desse padrão compromete as redes neurais do cérebro com a aprendizagem dos padrões da língua nativa do bebê, restringindo a futura aprendizagem de padrões diferentes.
Os sons usados no teste eram diferentes daqueles utilizados na fase de habituação, portanto, a discriminação feita pelas crianças deve ter sido feita tão somente a partir dos padrões de repetição.
Essa descoberta sugere que os bebês podem ter um mecanismo para discernir regras abstratas da estrutura da sentença
Gestos: Antes de poderem falar, os bebês apontam, esse uso do apontamento para fornecer informação mostrava que fazia uma inferência sobre algo – uma indicação de cognição social, O gesto de apontar ajuda a regular as interações conjuntas e não precisa ser ensinado.
Ao utilizá-los, os bebês demonstram o entendimento de que símbolos podem referir-se a objetos, eventos, desejos e condições específicos.
Os gestos geralmente aparecem antes de a criança possuir um vocabulário de 25 palavras e são abandonados quando ela aprende a palavra correspondente à ideia do gesto e pode pronunciá-la
As primeiras palavras O bebê mediano diz a primeira palavra entre 10 e 14 meses, dando início assim à fala linguística – expressão verbal que transmite significado. A princípio, o repertório verbal se resume a “mamã” ou “dada”. Ou poderá ser uma única sílaba que possui mais de um significado, dependendo do contexto em que a criança a pronuncia. “Da” pode significar “eu quero aquilo”, “eu quero sair” ou “onde está o papai?”.
Muito antes de os bebês poderem associar sons a significados, eles aprendem a reconhecer padrões sonoros que ouvem frequentemente, como o próprio nome.
Bebês de 5 meses ouvem seu nome por mais tempo do que qualquer outro nome, bebês de 8 meses ou mais novos começam a aprender as formas das palavras discernindo indicações perceptuais como sílabas que geralmente ocorrem juntas (como pa e pai) e armazenam essas formas possíveis de palavras na memória.
Os bebês entendem muitas palavras antes de poder usá-las. Crianças de 6 meses olham por mais tempo para um vídeo em que aparece a mãe quando ouvem a palavra “mamãe”, e, no caso do pai, quando ouvem a palavra “papai”, o que sugere que estão
começando a associar som com significado – pelo menos no que diz respeito a pessoas especiais.
Aos 10 meses, bebês associam um nome que eles ouvem a um objeto que consideram interessante, seja o nome correto ou não para aquele objeto. Aos 12 meses, começam a prestar atenção a indicações dos adultos, tais como olhar ou apontar para um objeto enquanto dizem seu nome. Entretanto, eles ainda aprendem nomes somente para objetos interessantes e ignoram os não interessantes. 
Entre 18 e 24 meses, as crianças seguem indicações sociais na aprendizagem dos nomes, não importando o interesse intrínseco dos objetos. Aos 24 meses, as crianças reconhecem rapidamente nomes de objetos familiares na ausência de indicações visuais
O vocabulário passivo (receptivo ou entendido) continua a crescer à medida que a compreensão verbal torna-se cada vez mais rápida, precisa e eficiente
ao vocabulário expressivo (falado) é lento. Depois, entre 16 e 24 meses, pode ocorrer uma “explosão de vocabulário”, embora esse fenômeno nem sempre aconteça com todas as crianças.
As primeiras sentenças O próximo avanço linguístico importante ocorre quando a criança junta duas palavras para expressar uma ideia (“Dodô caiu”). Embora a fala pré-linguística esteja, até certo ponto, intimamente ligada à idade cronológica, a fala linguística não está. A maioria das crianças que começa a falar tardiamente acaba alcançando as outras – e muitas compensam o tempo perdido falando sem parar com quem se disponha a ouvir
As primeiras sentenças de uma criança geralmente tratam de eventos, coisas, pessoas ou atividades do dia a dia É comum as crianças utilizarem a fala telegráfica, que consiste em apenas algumas poucas palavras essenciais. O uso da fala telegráfica por parte da criança e a forma assumida variam dependendo da língua a ser aprendida
Entre 20 e 30 meses, a criança demonstra uma competência cada vez maior na sintaxe, as regras para juntar sentenças em sua língua. Por volta dos 3 anos, a fala é fluente, mais longa e mais complexa. Embora a criança geralmente omita partes do discurso, ela consegue comunicar com sucesso o que quer dizer.
CARACTERÍSTICAS DA FALA INICIAL
A fala inicial tem uma característica bastante própria – não importa que língua a criança esteja falando. 
A criança pequena entende relações gramaticais que ainda não consegue expressar.
A criança pequena restringe o significado das palavras.
A criança pequena também supergeneraliza o significado das palavras. À medida que a criança desenvolve um vocabulário maior e obtém feedback dos adultos sobre a propriedade do que diz, ela generaliza menos.
A criança pequena super-regulariza regras. Ela as aplica rigidamente, sem saber que algumas regras têm exceções. Por exemplo, quando uma criança fala “balãos” em vez de “balões”, ou então “eu cabo” em vez de “eu caibo”, isso representa progresso.
TEORIAS CLÁSSICAS DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM:
O DEBATE GENÉTICA AMBIENTE
A capacidade linguística é aprendida ou inata? Na década de 1950 travou-se um debate entre duas escolas de pensamento: uma liderada por B. F. Skinner, o principal proponente da teoria da aprendizagem, e outra pelo linguista Noam Chomsky.
Skinner (1957) sustentava que o aprendizado da linguagem, como qualquer outro aprendizado, baseia-se na experiência. Segundo a teoria clássica da aprendizagem, a criança aprende a linguagem por meio de condicionamento operante. A princípio, o bebê emite sons aleatórios.
Chomsky (1957), não podem explicá-lo totalmente. Em primeiro lugar, as combinações e nuanças de palavras são tão numerosas e tão complexas que não podem ser todas adquiridas por imitação específica e reforço. Além disso, os cuidadores geralmente reforçam expressões que não são estritamente gramaticais, contanto que façam sentido (“Vovô vai tchau tchau”).
A concepção de Chomsky é chamada de inatismo. Diferentemente da teoria da aprendizagem de Skinner, o inatismo enfatiza o papel ativo daquele que aprende. bebês aprendem a falar tão naturalmente quanto aprendem a andar. Ele sugeriu que um dispositivo de aquisição da linguagem (DAL) programa o cérebro da criança para analisar a língua que ela ouve e a inferir suas regras. 
Os inatistas apontam para o fato deque quase todas as crianças dominam sua língua natal na mesma sequência relacionada à idade sem aprendizagem formal.
Aspectos tanto da teoria da aprendizagem como do inatismo têm sido usados para explicar como bebês surdos aprendem a linguagem de sinais, que é estruturada de modo semelhante ao da linguagem falada e é adquirida na mesma sequência.
INFLUÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DA LINGUAGEM
O que determina a rapidez e a eficácia com que a criança aprende a entender e usar a linguagem? As pesquisas têm se concentrado tanto nas influências neurológicas quanto ambientais.
Desenvolvimento do cérebro O enorme crescimento do cérebro durante os primeiros meses e anos está intimamente ligado ao desenvolvimento da linguagem. O choro do recém-nascido é controlado pelo tronco encefálico e pela ponte, as partes mais primitivas do cérebro e as primeiras a se desenvolverem. É possível que o balbucio repetitivo surja com a maturação de partes do córtex motor, que controla os movimentos da face e da laringe.
O desenvolvimento da linguagem afeta ativamente as redes neurais, comprometendo-as com o reconhecimento dos sons da língua nativa apenas Em crianças pequenas com vocabulário extenso, a ativação do cérebro tende a focalizar os lobos temporal e parietal esquerdos, enquanto em crianças com vocabulário mais modesto, a ativação é mais dispersada.
Interação social: o papel dos pais e cuidadores A linguagem é um ato social. Não bastam o mecanismo biológico e a capacidade cognitiva necessários, é preciso também interação com um interlocutor vivo. Crianças que crescem sem um contato social normal, como os autistas, não desenvolvem a linguagem normalmente. Nem aquelas expostas à linguagem somente através da televisão.
Período pré-linguístico na fase de balbucio, os adultos ajudam o bebê a avançar na direção da fala verdadeira repetindo os sons emitidos pela criança. O bebê logo adere à brincadeira e repete de volta os sons. A imitação dos sons da criança por parte dos pais afeta a quantidade de vocalização do bebê e o ritmo de aprendizagem da linguagem
Desenvolvimento do vocabulário quando o bebê começa a falar, os pais ou cuidadores podem incrementar o desenvolvimento do vocabulário repetindo as primeiras palavras e pronunciado-as corretamente. A atenção conjunta resulta em um desenvolvimento mais rápido do vocabulário. Crianças que aprendem duas línguas tendem, no entanto, a ter vocabulário menor em cada uma delas do que crianças que aprendem somente uma língua. Crianças bilíngues geralmente utilizam elementos de ambas as línguas, às vezes na mesma expressão – um fenômeno chamado mistura de código
Fala dirigida à criança você não precisa ser mãe (ou pai) para falar o “manhês”. Se ao falar com um bebê ou com uma criança pequena você fala devagar, com a voz num tom agudo e exagerando nos altos e baixos, simplifica sua fala, exagera nos sons vocais e utiliza palavras e sentenças curtas, e também muita repetição, você está praticando a fala dirigida à criança (FDC), às vezes chamada de manhês.
PREPARAÇÃO PARA O LETRAMENTO:
OS BENEFÍCIOS DA LEITURA EM
VOZ ALTA
A maioria dos bebês adora ouvir uma leitura. A frequência com que os cuidadores leem para eles pode influenciar a qualidade da fala de uma criança e, por fim, a qualidade e a época do letramento – a capacidade de ler e escrever. E suas capacidades linguísticas emergentes repercutem mais tarde no desempenho escolar. a capacidade linguística inicial é mais afetada pelo ambiente doméstico do que pela genética, sugerindo que os programas de intervenção que visam as variáveis domésticas (como incentivar os pais a lerem para seus filhos) poderiam ser muito eficazes.
O modo como os pais ou cuidadores leem para as crianças faz diferença. Os adultos tendem a utilizar três estilos de leitura
para criança: descritor, entendedor e orientado para o desempenho.
O estilo descritor preocupa-se em descrever o que está acontecendo nas figuras e convida a criança a fazer o mesmo (“O que a mamãe e o papai estão comendo no café da manhã?”).
O entendedor incentiva a criança a olhar mais profundamente para o significado da história e a fazer inferências e previsões (“O que você acha que o leão vai fazer agora?”).
O leitor orientado para o desempenho lê a história até o fim, apresentando de antemão os temas principais e fazendo perguntas depois. O estilo de leitura do adulto deve se adaptar às necessidades e habilidades da criança.
A interação social na leitura em voz alta e outras atividades diárias são fundamentais para uma boa parte do desenvolvimento infantil. As crianças provocam respostas nas pessoas ao seu redor e, por sua vez, reagem a essas respostas.
FIM!

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