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Aspectos imunológicos normais da cavidade bucal

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Aspectos imunológicos normais da cavidade bucal - capítulo 7
A cavidade bucal é um dos complexos ecossistemas microbianos do corpo humano. Ela fornece diferentes superfícies para a colonização microbiana, como os dentes, as mucosas, a língua e a faringe. Além disso, os microrganismos obtêm facilmente nutrientes a partir da dieta do indivíduo e dos fluídos orais que favorecem seu crescimento nesses nichos.
A cavidade bucal conta com o papel protetor da saliva e do fluido crevicular gengival, que apresentam diversos componentes da imunidade inata e adquirida monitorando a composição e a proliferação microbiana.
Propriedades gerais da saliva
A saliva é um fluido hipotônico constituído de 99% de água e 1% de compostos orgânicos e inorgânicos, sendo secretada pelas glândulas salivares num padrão de 0,5 a 1L por dia. 
Suas principais funções são:
Solubilização de substâncias que dão sabor aos alimentos
Formação do bolo alimentar
Limpeza dos restos de alimentos e diluição os detritos
Lubrificação dos tecidos moles
Controle do ph bucal 
Fluido crevicular gengival
È um fluido presente entre a superfície do dente e o epitélio gengival (sulco gengival), composto por uma mistura de moléculas originárias do sangue, tecidos do hospedeiro e biofilme subgengival, incluindo:
Eletrólitos
Pequenas moléculas orgânicas
Proteínas
Citocinas (participam da emissão de sinais entre cél. Durante resposta imune)
Anticorpos específicos
Antígenos bacterianos...
O fluxo e a composição do fluido crevicular gengival variam conforme o estado de saúde do periodonto. Com a presença de inflamação e a conseqüente doença periodontal, há um aumento no fluxo do fluido gengival, o transito de células e moléculas de defesa circulam mais intensamente na região. As células mais predominantes são os neutrófilos (mais de 90%), mas também são encontrados macrófagos e células T e B. Os neutrófilos migram diretamente do sangue e passam pelo epitélio juncional para penetrarem no sulco gengival.
Além das Imunoglobulinas (IgC, IgM e IgA), alguns componentes do sistema complemento são detectadas no fluido gengival. Diversas enzimas estão presentes, liberadas pelos fagócitos, como lisozimas e colagenases, afetando tanto os componentes teciduais como colágeno, por exemplo, quanto elementos da resposta imune.
Papel da imunidade no reconhecimento e no controle de patógenos bucais
Os principais componentes antimicrobianos relacionados à imunidade inata presentes nos fluidos orais são as enzimas (lisozima, peroxidases), as aglutininas salivares (mucinas) e outras substâncias com poder quelante de íons metálicos (lactoferrina). Outros componentes da imunidade adquirida completam a ação antimicrobiana nos fluidos orais e na defesa do organismo: as imunoglobulinas IgA, IgM e IgC, sendo que a IgA secretora predomina na saliva.
Imunidade inata nos fluidos orais – componentes antimicrobianos e imunorreguladores
Enzimas antimicrobianas
Lisozima: è uma enzima fortemente catiônica com atividade muramidase, é produzida por muitas células e tecidos, inclusive glândulas salivares, e está presente nos fluidos corporais humanos, como saliva, fluido crevicular gengival, lágrimas, suco gástrico e leite.
Os neutrófilos e macrófagos armazenam lisozima em grânulos e nos fagolisossomos. Apesar de sua atividde antibacteriana, varias funções adicionais foram atribuídas a lisozima, incluindo ação fungistática, defesa contra IV e lise de células tumorais. A atividade reduzida sobre bactérias Gram-negativas se deve à presença da membrana externa desses microrganismos, que protege a camada de peptidoglicano do ambiente, dificultando a penetração da enzima e tornando-a resistente a essa enzima.
Aglutinação e adesão bacteriana
As mucinas são glicoporteinas ( proteínas que contêm cadeias de oligossacarídeos) de alto peso molecular e relativamente insolúveis que protegem os tecidos moles da cavidade bucal contra desidratação e danos mecânicos. São responsáveis pela adesão seletiva de agentes bacterianos e fúngicos e podem ajudar a prevenir a formação de biofilme. Apresentam capacidade de aglutinação dos microrganismos facilitando sua eliminação pela saliva e na deglutição.
Existem dois tipos de mucinas na saliva: MG1-glicoproteína mucina 1; e pequenas MG2-glicoproteínas mucina 2. MG1 é codificada pelo gene MUC5B; MG2 é codificada pelo gene MUC7. As mucinas são produzidas por todas as glândulas salivares, exceto pelas glândulas parótidas. Essas glicoproteínas são compostas de uma cadeia polipeptídica com cadeias de oligossacarídeos ligados aos aminoácidos. Essas cadeias de oligossacarídeos e de aminoácidos determinam as propriedades bioquímicas das mucinas.
A mucina tem alta viscosidade quando é hidratada, semelhante a um gel, MG1 é a principal mucina formadora de gel na saliva. As propriedades elásticas e de viscosidade da saliva são atribuídas às mucinas formadoras de gel. As mucinas que não formam gel, promovem uma cobertura às células epiteliais, protegendo a membrana celular de danos biológicos e físicos. Como as bactérias apresentam carga negativa, elas não se ligam diretamente às mucinas carregadas negativamente
Quelantes de íons metálicos
Lactoferrina: glicoproteína com ação bacteriostática da família das transferrinas, encontrada no leite, na saliva e em vários tecidos, que apresenta a função de captação de ferro, metal essencial para a sobrevivência dos microrganismos. Assim, a lactoferrina interfere no crescimento e na profileração microbiana, mesmo em pH ácido. A lactoferrina é produzida pelas células acinares das glândulas salivares, das células epiteliais e dos fagócitos. As células polimorfonucleares produzem lactoferrina e as liberam para o fluido crevicular gengival.
Embora o mecanismo mais comum de aquisição de ferro pelas bactérias envolva a síntese e a secreção de pequenas moléculas quelantes de ferro, algumas espécies Gram-negativas altamente adaptadas desenvolveram mecanismos específicos e simplificados para a ingestão desse íon. Nesses mecanismos, o ferro é diretamente removido da transferrina ou lactotransferrina por receptores localizados na membrana externa das bactérias. Bacilos Gram-Negativos assosciados a doença periodontal agressiva, a endocardite e as outras infecções focais, têm mostrado ser resistente à ação da lactoferrina
Imunidade adquirida nos fluidos orais: papel da imunoglobulina A secretora na saliva
Na saliva total, são encontradas IGA (na forma secretora), IGC e IGM, que compreendem os principais componentes da resposta imune adquirida nesse fluido oral. A IGA é predominante na saliva. A IGC age inibindo a aderência microbiana, a IGC atua nos casos de deficiência de IGA. A IGA é a única classe de imunoglobulinas secretada efetivamente na saliva, as demais classes são provenientes do fluido creivicular gengival.
O mecanismo de ação da IGA é inibir a aderência aos receptores da superfície mucosa ou dentária por meio de sua ligação aos microrganismos bucais

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