Buscar

Anatomia e Escultura dental resumo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Anatomia bucal 
Uma das funções da Odontologia é restabelecer forma e função de elementos dentais ou de segmentos dos arcos dentais que foram parcial ou totalmente destruídos por causas diversas, como cáries ou traumas. A Escultura Dental é a área da Odontologia que visa prover o profissional de uma das ferramentas necessárias à realização deste trabalho: a reprodução fiel da forma anatômica dos dentes naturais. 
É através de profundo conhecimento anatômico que a Escultura Dental objetiva a reintegração estética no sorriso, utilizando os mais diversos materiais restauradores.
Além do conhecimento anatômico de cada dente, o estudo das relações funcionais dos dentes na cavidade ducal é de grande importância. No relacionamento dos diferentes dentes dentro da mesma arcada, temos as relações interproximais. Na relação de contatos entre dentes de arcos antagonistas temos as relações oclusais ou, simplesmente, Oclusão. 
Prótese Dentária
É a ciência e/ou a arte que proporciona elementos substitutos adequados para as porções coronárias de um ou mais dentes naturais e também de suas partes circunvizinhas. Tem por finalidade restaurar a função, a estética, o conforto e a saúde do paciente.
Anatomia Dental Conceito
Estuda o substrato anatomo-funcional do aparelho mastigatório, ou seja, o dente e o periodonto. 
Ciência que estuda as formas dos dentes, onde o dente é um órgão do corpo humano, importante e complexo, que tem função, sensibilidade e ação motora.
Você Sabia? 
O ser humano possui duas dentições (difiodonte) e seus dentes apresentam tamanhos e formas diferentes (heterodonte). 
Aparelho MastigAtório: 
Composição: 
Órgão dentário 
Maxila 
Mandibula 
Articulação temporomandibular 
Músculos da mastigação 
Músculos cutâneos 
Língua 
Glândulas salivares 
Vasos e nervos 
Gengiva
Ligamento periodontal 
Cemento
Osso alveolar 
Dentes: 
São órgãos altamente mineralizados, que se encontram implantados em osso próprio, ossos alveolares, dispostos em leiras (superior e inferior) formando, assim, as arcadas. 
Em seu interior, contem polpa, constituída de nervos, vasos sanguíneos e linfá- ticos, células e bras. 
O dente anatomicamente se divide em: 
Coroa Colo Raiz 
Classificação Anatômica 
Coroa Dentária: É a porção visível e atuante na mastigação; permanece acima do osso de suporte e da gengiva, sofre desgaste siológico e/ou patológico e está recoberta totalmente pelo esmalte, que apresenta espessura diferente em toda sua extensão. 
Porção visível do dente quando este está implantado no seu alvéolo. Apresenta uma superfície lisa, polida e brilhante. É muito resistente.
Os dentes se assemelham a cubos, inclusive os anteriores, onde a disposição cuneiforme destes dentes não invalida a semelhança cúbica, se não se admitisse a atrofia do segmento posterior ou lingual dos mesmos, representada apenas por um simples tubérculo (ou talão).
Comparando as coroas dos incisivos e caninos com os pré-molares, ver-se-á que eles são diferentes, particularmente por suas faces oclusais; portanto as diferenças nas configurações gerais são dadas pelas faces oclusais, que sofrem modificações mais profundas.
As outras faces, mesial (M), distal (D), vestibular (V) e lingual (L) variam apenas pelas dimensões relativas dos elementos que a constituem e por alguns detalhes morfológicos.
Todas as coroas são constituídas segundo um mesmo plano
arquitetônico.
Sobre a direção geral das faces de qualquer dente, os planos das faces proximais (mesial e distal) mostram na direção geral uma convergência no sentido apical. As faces V e L são inversas.
Em uma visão vestibular ou lingual, constata-se que o maior diâmetro do dente está situado junto à borda livre, enquanto o menor é próximo da cervical.
Por outro lado, observando-se em uma visão proximal, a porção da face mais larga é a cervical, enquanto a incisal é a menor.
Os dentes são assimétricos, como todos os órgãos pares, e contém várias estruturas que os forma, tais como: cúspides, cristas, fóssulas, sulcos, etc.
Dentre as cúspides, temos: cúspides vestibulares e cúspides linguais.
Dentre os sulcos, temos o sulco principal, sulcos secundários, sulcos terciários, etc.
Cristas: cristas marginais mesial e distal.
Ângulos vivos, que podem ser diedros (bordas ou arestas) e triedros.
Colo: É uma região do dente que está marcada por um estrangulamento. É a zona em que se une o esmalte ao cemento, separação entre a coroa e raíz. 
Raiz: É a porção fixadora do elemento dental no osso alveolar, podem ser únicas, duplas, triplas. 
Suportam o impacto das forças mastigatórias, relacionando-se com o alvéolo através do ligamento periodontal. 
É formada por dentina e recoberta por cemento, abriga internamente a porção radicular da polpa dental. 
Periodonto:
Composto pelos tecidos de suporte do dente, que são o alvéolo dental, liga- mento periodontal, cemento e gengiva.
A gengiva é considerada periodonto de proteção, e os demais tecidos são cha-mados periodonto de inserção.
O ligamento periodontal é uma estrutura do tecido conjuntivo, com componentes nervosos e vasculares, que une o cemento da raiz ao osso alveolar 
O Dente morfologicamente se divide em: 
Classificação morfológica 
Esmalte
É a substância mais dura do corpo humano. 
Composição: cerca de 96% de substâncias minerais e 4% de água. 
• Estrutura mais dura e densamente mineralizada. Mais que o osso!
• Translúcido;
• Responsável pelo brilho do dente;
• Sais inorgânicos 98%;
• 2 a 4 % de matéria orgânica e água;
• Elementos minerais - cristais de apatita nas formas de:Hidróxi-apatita
Carbonato-apatita;
• Organizado em: Prismas de esmalte;
• Espessura variando entre 2 e 3 mm, onde o máximo se atinge nas bordas incisais dos dentes anteriores e nos ápices das cúspides dos posteriores;
Dentina
Não é tmineralizada quanto o esmalte.
É o “esqueleto” do dente, sendo contínua entre a coroa e a raiz. -Constituída por canalículos dentinários e abriga a cavidade pulpar. 
• De conformação semelhante à do dente, porém mais grosseira;
• Estrutura que dá cor aos dentes;
• Relaciona-se: internamente: polpa
externamente: esmalte
• 65 a 75 % de substâncias minerais (material inorgânico semelhante ao esmalte);
• 25% de substâncias orgânicas (proteínas do grupo dos colágenos);
• 10% de água;
• Organizado em: Túbulos e canalículos, que desempenham papel importante na condução de estímulos;
• Maior susceptibilidade à cárie;
• Espessura variando entre 2 e 5 mm.
Polpa dental
Ocupa a cavidade pulpar e possui forma idêntica à coroa na sua porção mais 
externa.
 Inicia no ápice radicular pelo forame apical e preenche todo o canal radicular 
e a câmara coronária. 
Formada por uma massa de vasos sanguíneos, linfáticos e tecido nervoso. 
Constitui-se no elemento renovador da dentina através das células chamadas odontoblastos 
• Divide-se em: Câmara Coronária Canal Radicular
• Constituída basicamente de tecido conjuntivo frouxo;
• Ricamente inervada e vascularizada;
• Vasos: arteríolas e vênulas;
• Filetes nervosos: responsáveis pela sensibilidade do dente;
• Função: defesa
formação de dentina secundária
• Ampla nos jovens e diminuta nos mais velhos
Cemento
 Elemento osteóide que recobre a dentina na sua porção radicular. 
Recebe a inserção das bras do ligamento periodontal que na outra extremidade inserem-se no osso alveolar. 
Função dos Dentes: 
Incisivos: dentes situados na parte da frente da boca e que servem para cortar os alimentos. 
Caninos: possuem formato agudo e pontiagudo e servem para rasgar os alimen- tos. 
Pré-molares e molares: possuem a função de triturar os alimentos e localizam- -se no fundo da boca. 
Fonação: principalmente os anteriores, na pronúnciadas consoantes:
F, V, T, D, N, S, C;
Estética;
Suporte facial: principalmente bochecha e lábios superior e inferior. A ausência dos dentes ocasiona o “Perfil de Polichinelo”.
Localização
• Normal: Interior da cavidade bucal, sobre os processos alveolares maxilares, dispostos em fileiras;
• Localização ectópica (fora do lugar normal): palato, assoalho da boca, faringe, esôfago;
Direção
• Direção absoluta: É a direção do dente sozinho. Pode ser retilíneo ou curvilíneo;
• Direção relativa: É a direção do dente quando relacionado com estruturas vizinhas.
Pode ser vestibularizado, distalizado, por exemplo.
Dimensões
• Varia de espécie para espécie; a dentição do Homem (homo) é diferente da dentição dos cães (canis), gatos (felis).
• Varia dentro de uma espécie; a dentição das pessoas de etnia caucasiana é diferente da dentição dos de de outras etnias.
• Varia em uma mesma arcada; incisivos são diferentes dos caninos, que são diferentes dos pré-molares, que são diferentes dos molares.
• Varia em um mesmo dente; o incisivo central difere do lateral. 
Fatores: 
Gênero
Genética 
Fatores externos
 
Cor
• Varia entre:
Amarelo Acinzentado ao Branco Azulado
• Varia segundo a idade;
• Arcada: maxila: + escura, mandíbula: + clara
• Em um mesmo dente: cervical, médio e incisal
Classificação – Homem
• Braquiodonte: dentes curtos e de crescimento limitado
• Plexodonte: dentes com tubérculos, cúspides, cristas, sulcos e fóssulas
• Bunodonte: visto pela oclusal, apresenta cúspides distintas com ápices
arredondados
• Heterodontes: vários tipos de dentes
Nome
Dentição Decídua e Permanente 
Os seres humanos possuem, na sua primeira dentição (dentição decídua), 20 dentes (10 na parte superior e 10 na inferior). 
A primeira dentição começa a se formar na fase intrauterina (a partir do 3o mês de gravidez) e tem seu desenvolvimento completado depois do nascimento.
A erupção (nascimento) desses dentes tem início a partir do 6o mês de idade e ocorre, sucessivamente, até cerca do 36o mês de vida (aproximadamente 3 anos de idade).
Após os 6 anos, os dentes decíduos ou de leite começam a cair e surge a dentição permanente. Esta é formada por 32 dentes (16 superiores e 16 inferiores). 
Desta forma, o ser humano possui 4 incisivos, 2 caninos, 4 pré-molares e 6 mo lares na parte superior e a mesma quantidade na inferior. 
A articulação têmporo-mandibular (ATM), responsável pelo movimento de fechar a boca, chamado de oclusão, é uma das articulações mais complexas do corpo humano. Além do movimento do tipo dobradiça, existem também movimentos para frente, para trás e para os lados. O interior da articulação também contém um menisco, que permite um maior deslizamento e um movimento mais suave. 
Nomenclatura dos Dentes 
Podemos dividir as arcadas dentais em superior e inferior, estando a superior no osso maxilar e a inferior na mandíbula. Cada uma destas arcadas pode ser dividida em hemiarcos ou quadrantes direito e esquerdo. A identificação destas arcadas é feita didaticamente por meio de números 1, 2, 3 e 4 a saber: 
Os dentes incisivos centrais, incisivos laterais e caninos são os dentes superiores e a eles são atribuídos, respectivamente, os números 1, 2, e 3. Os pré-molares e os molares são os dentes posteriores e a eles atribuímos os números 4, 5, 6 , 7 e 8 (primeiro pré-molar, segundo pré-molar, primeiro molar, segundo molar e terceiro molar, respectivamente). Os dentes são dispostos de forma simétrica nas arcadas e para a identificação utilizaremos a notação da FDI*, com dois algarismos, sendo que o primeiro identifica i quadrante e o segundo, o dente: 
* FDI: Federação Dental Internacional 
Exemplo: 1o molar superior esquerdo – dente 26 Incisivo lateral inferior direito – dente 42 
Nomenclatura das Faces dos Dentes 
O elemento dental é dividido em duas porções distintas: coroa e raiz. O limite divisório entre elas é de fácil visualização e se caracteriza como uma linha contínua, sinuosa e de formato variável que se estende por todos os lados dos dentes. É a linha do colo anatômico, correspondente à região cervical do dente. A cada um destes lados chamaremos faces. Podemos classificar estas faces como: 
Faces livres (vestibular, lingual ou palatina): são as faces dos dentes que não matem contato com outros dentes da mesma arcada, estando voltadas, respectivamente, para o lábio e bochechas (vestíbulo bucal) e para a língua ou palato; 

Faces proximais (mesial e distal): são as faces que mantêm contatos com os dentes da mesma arcada, estando voltadas, respectivamente, para o plano sagital mediano, e para a porção posterior dos arcos dentais. A face distal dos últimos molares não faz contato com dentes vizinhos; 

Borda incisal: apesar de não ser uma face, é uma característica importante dos dentes anteriores. É formada pelo encontro das faces vestibular e lingual destes dentes. 

Face oclusal: é a face dos dentes posteriores voltada para o arco antagonista.
 As faces levam o nome do lado para o qual estão voltadas. 

Faces livres: vestibular e lingual (ou palatina nos superiores). 

Faces proximais: mesial e distal. 

		Didaticamente, o estudo da anatomia da coroa dental é amplamente facilitado pela divisão das faces em terços e pelos sentidos de visualização. Em uma vista vestibular ou lingual, dividimos a face do dente no sentido horizontal em terço mesial, médio e distal, e no sentido vertical, em terço oclusal ou incisal, médio e cervical (fig. 1.3.1). 
		Em uma vista proximal, dividimos a face do dente em terço vestibular, médio e lingual no sentido horizontal e, no sentido vertical, em terço incisal ou oclusal, ,édio e cervical (fig. 1.3.2). Por fim, em uma vista oclusal teremos uma face dividade em terço mesial, médio e distal no sentido médio-distal e, no sentido vestíbulo-lingual teremos os terços vestibular, médio e lingual (fig. 1.3.3). 

		No terço cervical, as faces proximais apresentam uma depressão característica, de maior magnitude e concavidade nas fazes mesiais e quase imperceptível nas faces distais. Estas concavidades, chamadas lojas papilares, são preenchidas pela papila gengival. 

Resumo das faces 
1 – Face Vestibular
• Corresponde ao vestíbulo da boca
• Simbologia: V
• Bucal: deve ser desprezada porque todas as faces estão na boca
2 – Face Lingual
• Opõe-se à vestibular
• Chamada de face palatina nos superiores, e lingual nos inferiores
• Simbologia: P ou L
3 – Face Mesial
• É a face mais próxima da linha mediana • Simbologia: M
4 – Face Distal
• Ligeiramente mais convexa
• É contígua a mesial do dente vizinho, exceto Incisivos centrais e terceiros molares
• Simbologia: D;
5 – Face Oclusal (ou Incisal)
• É onde existe oclusão dos posteriores
• Chamada de Incisal nos anteriores
• Simbologia: O ou I
6 – Face Cervical
• É a face da coroa voltada para a raiz do dente
• É uma face “virtual”
• Só pode ser observada se separarmos coroa da raiz dental
• Simbologia: C
7 – Faces Proximais
• Recebem este nome porque estão voltadas para o dente vizinho 
• São as faces M e D
B – Colo
• Também chamado de porção cervical, é a área limítrofe entre coroa e raiz Colo clínico: corresponde à linha gengival
Colo anatômico: corresponde à porção radicular extra-alveolar
Colo ósseo: linha da raiz próxima à trabécula óssea
C – Raiz
• Conformação geralmente cônica
• Coloração amarelada
• Ausência de brilho
• Parte mergulhada nos alvéolos maxilares e mandibulares
• Mais longa que a coroa, fato este que mantém o dente em equilíbrio (estabilidade)
• Uni, bi ou tri-radicular
• Contém forame apical, por onde entram e saem vasos sanguíneos e terminações nervosas
• Ligadas do cemento (porção mais externa) ao osso através de ligamentosperiodontais
• Retilíneas ou curvilíneas
Odontograma:
• É um formulário utilizado nos atendimentos odontológicos, geralmente na primeira consulta, no qual é descrita a situação em que se encontra cada ele- mento dentário.
• Nesse odontograma há o desenho ou um esquema de cada dente. Neles serão marcadas as lesões nas faces correspondentes e anotado, de forma padrão, todo o procedimento.
• É a partir do odontograma que se elaborará o plano de tratamento indicado ao paciente.
Características gerais comuns a todos os dentes
Apesar de cada grupo de dentes apresentar detalhes particulares, algumas características podem ser observadas em todos os dentes, a saber:
• As faces mesiais são sempre maiores nos dois sentido (ocluso-cervical e vestíbulo-lingual) e mais planas que as faces distais, com exceção do incisivo central inferior. 
• As faces vestibulares são geralmente mais altas (sentido cérvico-incisal ou cérvico-oclusal) e mais largas (sentido mesio-distal) que as faces linguais. Como única excerção temos o 1o molar superior, onde a face lingual ou palatina se aoresenta mais larga que a vestibular.
• O ângulo formado entre a coroa e a raiz pe sempre mais agudo nas faces distais, em virtude de sua maior inclinação (fig. 1.4.1).
Convergências
Outra característica comum a todos os dentes, em função do tamanho de suas faces, é a convergência das mesmas. Numa vista oclusal/ incisal as faces vestibular e lingual convergem para distal (sentido mésio-distal). Nesta mesmo vista, as faces proximais convergem para lingual (sentido vestíbulo-lingual) (fig. 1.4.2). O 1o molar superior é a grande exceção, pois sua face lingual, sendo maior do que a vestibular, faz com que a convergência ocorra para vestibular. Em vista vestibular as faces proximais (mesial e distal) convergem para cervical (sentido vertical) (fig. 1.4.3).
Numa vista proximal as faces vestibular e lingual convergem para oclusa/incisal (sentido vertical) (fig. 1.4.4)
Estrutura anatômicas comuns a todos os dentes
1. Linha do colo
É uma linha contínua e sinuosa que divide o dente em cora e raiz. Em relação à borda incisal ou face oclusal, é côncava nas faces livres e convexa nas proximais (fig. 1.5.1).
2. Bordas

São segmentos de reta que delimitam a transição entre faces dentais, levando o nome das faces que delimitam (fig. 1.5.2 e fig. 1.5.3)
3. Bossas

São elevações ou saliências de esmalte que se sobressaem nas faces dentais (fig. 1.5.4 e 1.5.5).
As bossas vestibular, mesial e distal têm localização comum a todos os dentes, a saber: 
• Bossa distal: terço incisal ou oclusal, porém sempre localizada mais próxima do terço médio que a bossa mesial. 
A bossa lingual ou palatina varia do grupo anterior para o posterior, localizando-se no terço cervical dos dentes anteriores e no terço médio das coroas dos dentes posteriores. 
Linha equatorial

É a linha de maior contorno da coroa dental (resultante da união de todas as bossas), que passa portanto, pelas áreas de maior convexidade das faces dentais. A linha equatorial divide a coroa dental em duas áreas: uma área retentiva localizada cervicalmente à linha equatorial, e uma área retentiva localizada cervicalmente à linha equatorial, e uma área expulsiva localizada oclusal ou incisalmente à ela. Em virtude características funcionais das faces vestibulares dos dentes inferiores e linguais ou palatinas dos dentes superiores, a área expulsiva apresenta maior grau de expulsividade nos terços oclusais (fig. 1.5.6) 
Cristais Marginais

São saliências de esmalte de configuração cilindróide. Nos dentes anteriores localizam-se nas porções proximais da face lingual, estendendo-se da borda incisal ao cíngulo. Nos dentes posteriores localizam-se nos terços proximais da face oclusal e unem as cúspedes linguais às vestibulares. 
Estruturas anatômicas exclusivas de Dentes Anteriores 
Cíngulo


É uma saliência de esmalte no terço cervical da face lingual (fig. 1.6.1) 
Fossa lingual

É uma depressão da face lingual delimitada pela borda incisal, cristas marginais e cíngulo (figura 1.6.1). 
Forame cego

É uma depressão puntiforme formada pela falta de coalescência do esmalte, na região entre cíngulo e fossa lingual. Não está sempre presente (figura 1.6.1). 
Sulcos de desenvolvimento

São depressões lineares, paralelas ao longo eixo do dente, localizadas nas faces vestibulares de dentes anteriores, dividindo-as em segmentos. Têm desenvolvimento variável e são mais freqüentes em dentes jovens (fig. 1.6.2). 
Lóbulos de desenvolvimento

São segmentos das faces vestibulares, delimitados pelos sulcos de desenvolvimento. Em número de três, tendem a ser melhor visualizados em dentes reém irrompidos, chegando a entalhar as bordas incisais, formando os mamelos incisais (figura 1.6.2). 
Crista mediana
É uma elevação de esmalte presente na face lingual dos caninos. O terço incisal do canino pode ser considerado uma cúspide, e assim, a aresta transversal lingual correspondente à crista mediana, que é mais volumosa junta a ponta da cúspide e vai perdendo volume em direção ao cíngulo. Pode apresentar-se também como uma elevação mais suave nos incisos centrais e laterais superiores e é praticamente inexistente nos incisivos inferiores (fig. 1.6.3).
Borda Incisal

É o encontro da face vestibular com a face lingual (fig. 1.6.4). 
Estruturas anatômicas exclusivas dos Dentes Posteriores 
Nos dentes posteriores, as estruturas de maior interesse se localizam nas faces oclusais.
A face oclusal pode ser classificada em anatômica e funcional. Entendes-se por face oclusal anatômica a região contida entre as arestas longitudinais das cúspides e as arestas das cristas marginais transversais. Durante a fisiologia mastigatória não é apenas a face oclusal anatômica que participa do processo de trituração dos alimentos. Portanto, a face oclusal funcional corresponde à face oclusal anatômica acrescida dos terços oclusais das faces linguais superiores e terços oclusais das faces vestibulares inferiores.
As faces oclusais anatômicas apresentam uma série de elementos descritivos, os quais detalharemos a seguir. 
Cúspide
São estruturas de formato piramidal, consideradas unidades funcionais dos dentes posteriores. A cúspide recebe o nome da face a qual apresenta proximidade; por exemplo, cúspide mésio-vestibular do 1o molar inferior. Cada cúspide pode ser comparada geometricamente a uma pirâmide de base quadrangular, exceto a cúspide mésio-palatina do 1o molar superior, que apresenta a base pentagonal. Enquanto as cúspides possuem normalmente quatro vertentes, a cúspide mésio-palatina do o molar superior é formada por cinco vertentes. Essa conformação confere detalhes anatômicos bem definidos: ápice, vertentes, arestas e sulcos.
O ápice da cúspide em realidade é arredondado, e sofre desgaste ao longo do tempo em decorrência da própria fisiologia mastigatória (fig. 1.7.2).
Vertente
São as faces da cúspide, normalmente em número de quatro. Cada cúspide apresenta duas vertentes internas ou triturantes, que estão situadas no interior da face oclusal anatômica, e duas vertentes externas ou lisas, que estão situadas nas faces vestibulares e linguais ou npalatinas. Tanto as vertentes internas quanto as externas são ainda classificadas em mesiais ou distais, de acordo com a proximidade de uma ou outra face, a fim de que sejam diferenciadas (fig. 1.7.3).
A cúspide mésio-palatina do primeiro molar superior, por apresentar uma base virtual pentagonal, possui três vertentes internas ou triturantes, as quais denominaremos mesial, média e distal (fig. 1.7.4).
Arestas
São segmentos de retas formados pela união de vertentes de uma mesma cúspide ou de uma crista transversal, normalmente em número de quatro para cada cúspide. As arestas que separam asvertentes externas das internas, paralelamente ao eixo mesio-distal da coroa, são denominadas arestas longitudinais. As arestas que separam duas vertentes internas ou externas entre si, perpendicularmente ao eixo mésio-distal da coroa, são denominadas arestas transversais (fig. 1.7.5).
As arestas longitudinais são ainda classificadas em mesiais ou distais, enquanto que as arestas transversais são classificadas em internas ou externas.
A cúspide mésio-palatina do primeiro molar superios, como exceção às regras, apresenta duas arestas transversais internas, denominadas mesial e distal
Sulcos Principais
São depressões que separam as cúspides. Os sulcos principais mésio-distais separam as cúspides vestibulares das linguais, enquanto que os sulcos principais ocluso-vestibulares e oclusos-linguais separam cúspides vestibulares ou linguais entre si.
Os sulcos principais meio-distais não são rigorosamente retilíneos, apresentando sinuosidades e, por vezes, até mesmo interrupções em seu trajeto, como veremos no primeiro molar superior. Seu posicionamento no sentido vestíbulo-lingual também pe variável, o que explica diferenças volumétricas entre cúspides vestibulares e linguais. Nos dentes inferiores, os sulcos principais mésio-distais apresentam-se deslocados para lingual. Nos dentes superiores, apresentam-se deslocados para no primeiro pré-molar, centralizados no segundo pré-molar e deslocados para vestibular nos molares (fig. 1.7.6).
Exemplos de sulcos em um 1o molar inferior: sulco mésio distal ou sulco principal (1), sulco ocluso – lingual (2) e culco ocluso – vestibular (3), além de sulcos secundários (seta). 
Sulcos secundários
São depressões que entalham as vertentes das cúspides, com trajeto curviíneo em relação a aresta transversal. São mais profundos e estreitos próximo ao sulco principal mésio-distal de onde partem e mais rasos e largos a medida que se distanciam dele. Facilitam o escoamento de alimentos e o deslize de cúspides durente a função mastigatória (figura 1.7.6-seta).
Crista oblíqua ou ponte de esmalte
A ponte de esmalte é uma saliência de esmalte que une as cúspides disto-vestibular e mésio-lingual no primeiro molar superior, interrompendo o trajeto do sulco principal mésio-distal. Também é considerada uma área de reforlo da cora dental. O primeiro pré- molar inferior também apresenta uma ponte de esmalte unindo sua cúspide vestibular à cúspide lingual, porem de forma transversal e não oblíqua.
Fossa central
Depressão na porção da central da superfície oclusal de um molar. Corresponde ao encontro dos sulcos principais mésio-distal, ocluso-vestibular e/ou ocluso-lingual (fig. 1.7.8). No primeiro molar onferior, considera-se o encontro entre os sulcos mésio-distal, sulco acluso- vestibular-mesial e ocluso-lingual como fossa central e o encontro entre o sulco ocluso- vestibular-distal e o sulco mésio-distal como fossa distal.
Fóssula
Depressão rasa e de formato piramidal presente na superfície oclusal dos dentes posteriores. É formada pelo encontro de 3 vertentes internas: uma da cúspide vestibular, uma da cúspide lingual e uma da crista marginal. Pode ser mesial e distal (fig. 1.7.8).
Fosseta
Depressão em forma de ponta localizada nas faces vestibulares e linguais dos molares, corresponde ao término dos culcos oclusos-vestibulares e ocluso-linguais (fig. 1.7.8).
Relações interdentárias
Há dois tipos de relação de contato entre os dentes: relação interproximal e relação oclusal. A relação interproximal caracteriza-se pelo contato estabelecido entre as faces proximais de dentes adjacentes de mesmo arco. A relação oclusal pe descrita como relação de contato entre dentes antagônicos, ou seja, de arcos opostos.
Relações Interproximais
Para melhor compreendermos como se estabelece a relação interproximal dos dentes, bem como suas dimensões, é necessário o conhecimento da anatomia envolvida, ou seja, das faces proximais e estruturas adjacentes:
• Dimensões
Mesial maior que distal, tanto no sentido vestíbulo-lingual quanto no sentido cérvico- oclusal.
• Convexidade (sentido vestíbulo-lingual)
A face distal mais convexa que messial (que é mais plana). Quando nos aproximamos da porção cervical da coroa, no sentido ocluso-cervical, a face mesial adquire um formato mais aconcavado quando comparada à distal.
• Área de maior convexidade
Em ambas as faces, a região mais proeminente localiza-se no terço oclusal, no sentido cérvico-oclusal. No sentido vestíbulo-lingual, essa região localiza-se no terço vestibular, coincidindo com a área de contato proximal.
• Formato das faces (vista proximal)
Dentes anteriores: aspectos triangular
Dentes posteriores: aspectos trapézoidal (superiores) ou romboidal (inferiores)
• Direção das faces no sentido vertical (vista vestibular)
Convergência para cervical, sendo inclinação mais acentuada na face distal.
• Direção das faces no sentido horizontal (vista oclusal)
Convergência para o lado lingual, com exceção do 1o molar superior, onde a convergência é para vestibular, porque esta face é menor que a lingual.
Cada dente faz contato proximal com dois outros dentes, sendo que a face mesial toca a face distal de seu dente vizinho. A exceção é observada nos incisivos centrais que fazem contato entre si por mesial e os terceiros molares, que só contatam por mesial.
O contato entre os dentes, como já foi relatado, se dá na região correspondente às bossas proximais (terço oclusal). No entanto, devemos levar em conta o posicionamento dos dentes no arco. Desta forma, observando-se o arco superior numa vista vestibular, os contatos interproximais apresentam-se no terço oclusal, no sentido cérvico-oclusal. Entre 1o e 2o molares superiores, pela própria implantação dos dentes na maxila, este contato será estabelecido entre terço médio e terço oclusal. Numa vista oclusal, os contatos interproximais se apresentam no terço vestibular (sentido vestíbulo-lingual). Entre 1o e 2o molares superiores, o contato é realizado entre terço vestibular e terço médio, pelo fato de a face palatina do 1o molar superior ser maior que a face vestibular, e também pelo fechamento do arco superior (fig. 2.3).
No arco inferior, podemos observar que os contatos interproximais, numa vista vestibular, localizam-se mais oclusalmente.
Numa vista oclusal, localizam-se no terço vestibular devido à implantação e inclinação ds dentes no arco, e à localização das respectivas bossas proximais (fig. 2.4).
O contato proximal determina áreas ou espaços distintos (fig. 2.5). Numa vista vestibular, teremos dois espaços:
• Sulco interdental (ou interproximal): é o espaço que parte da área de contato em direção incisal/ oclusal. Nos dentes posteriores, é o espaço que se estende da área de contato até a aresta das cristas marginais transversais, sendo formado pelas vertentes externas de duas cristas marginais vizinhas (crista marginal transversal mesial de um dente e distal de seu adjacente). Nos dentesm anteriores, esse sulco é formado a partir do contato interproximal até o ângulo inciso-proximal.
• Espaço interdental (ou interproximal): é o espaço existente a partir da área de contato interproximal em direção à porção cervical da coroa. Este espaço situa-se entre as faces proximais de dentes vizinhos de mesmo arco, e normalmente é preenchido pela papila gengival interdentária. Tanto o espaço interdental quanto o sulco interproximal podem ser observados em uma vista vestibular e lingual, sendo normalmente de formato triangular. Nesses dois casos, as bases dos triângulos são virtuais (base cervical e base oclusal, respectivamente).
Ao observarmos a relação interproximal poruma vista oclusal, teremos a formação de duas áreas:
• Ameia vestibular: é um espaço de formato triangular que parte da área de contato em direção vestibular.
• Ameia lingual: é um espaço de formato triangular que parte da área de contato em direção lingual.
As ameias linguais são maiores que as ameias vestibulares devido à própria posição da área de contato (terça vestibular), já que as faces linguais de todos os dentes são menores que as faces vestibulares, com exceção do 1o molar superior.
As paredes das ameias são formadas pelas faces proximais dos dentes e a base desse triângulo (vestibular ou lingual) é virtual.
Relação entre os detalhes anatômicos dos dentes de mesmo arco
Ao observarmos a anatomia dos arcos dentários, podemos constar que esxistem detalhes anatômicos que se repetem e se relacionam entre si, apresentando relativa semelhança (fig. 2.6).
Características comuns das faces dos dentes:
• Face vestibular: constância na convexidade (região retentiva e região expulsiva da face) e na localização dos detalhes anatômicos – posição de bossa no terço cervical. Além disso, há um relativo paralelismo dessa face em todos os dentes.
• Face lingual: diferente da face vestibular, a face lingual apresenta uma significativa discrepância morfológica entre os dentes. Os incisivos têm uma concavidade que diminui no canino, o qual, ao mesmo tempo apresenta aumento de volume na região do cíngulo, passando a esboçar uma cúspide. Os pré-molares já apresentam um aumento significante de volume, caracterizando a cúspide lingual propriamente dita. Nos molares, esse aumento de volume é mais acentuado. Apesar dessas diferenças, há características anatômicas comuns nos dentes anteriores entre si e nos dentes posteriores entre si. Nos anteriores, observamos as cristas marginais e o cíngulo, mais evidentes nos superiores do que nos inferiores. A bossa lingual localiza-se no terço cervical. Já nos posteriores, a bossa lingual encontra-se no terço médio. Além disse podemos observar uma relativa constância na convexidade dessa face e um alinhamento na altura das cúspides.
• Face oclusal: as pontas de cúspide vestibulares possuem um alinhamento, assim como as cúspides linguais. As arestas longitudinais das cúspides apresentam-se alinhadas (vista oclusal), com uma mesmo inclinação das arestas mesiais entre si e arestas distais entre si (vista vestibular) (fig. 2.7).
• As arestas transversais possuem um perfil igual para todos os dentes posteriores, numa vista do hemiarco em sua porção oclusal, ou seja possuem a mesma inclinação.
As arestas transversais denominadas homólogas (num mesmo hemiarco e pertencentes a um mesmo grupo de dentes) apresentam um paralelismo relativo. Ressaltamos que a denominação arestas transversais refere-se às arestas transversais internas que são homólogas entre si, e às arestas transversais externas que também são homólogas entre si. O mesmo ocorre nas vertentes internas dos dentes posteriores (homólogas) e nas vertentes externas (também homólogas).
Outro parâmetro importante é o alinhamento do sulcos principais mésio-distais. Esses sulcos seguem em continuidade de um dente para outro no mesmo hemiarco. No arco superior apresentam uma posição mais centralizada conforme avança para a região do 2o molar. Os sulcos mésio-distais dos dentes inferiores localizam-se em porção mais lingualizada, e ainda assim, em alinhamento e continuidade (fig. 2.8).
Noções de Oclusão
O conceito de oclusão abrange tanto a intercuspidação entre os arcos dentais e as diversas posições e movimentos mandibulares, como as funções diretamente relacionadas ao aparelho mastigatório. Visando o aprendizado de Escultura Dental, focaremos a oclusão dental no que concerne apenas o posicionamento e as relações dentais.
O relacionamento entre os arcos superior e inferior está intimamente ligado à Articulação Tê,poro-Mandibular (ATM), bem como aos músculos, ligamentos e quaisquer outras estruturas envolvidas nos movimentos funcionais desta articulação. A este conjunto podemos dar o nome de Sistema Estomatognático. Este sistema será responsável pela execução da função mastigatória, e assim, pela oclusão dental de forma estática e dinâmica.
Consideraremos posições mandibulares como os relacionamentos entre os arcos dentais de forma estática, enquanto os movimentos mandibulares representarão as relações interoclusais quando o sistema estomatognático estiver trabalhando de forma dinâmica, ou seja, quando a mandíbula estiver em excursão.
Em relação aos Contatos Oclusais, para que possamos estudá-los e entendê-los corretamente devemos primeiramente conhecer as principais estruturas anatômicas que efetivamente participam destes contatos.
Os primeiros conceitos que devemos ter em mente são os de Cúspides de Suporte ou Trabaho e os de Cúspides de Corte ou Balanceio. As cúspides de suporte são aquelas que efetivamente contatam as faces oclusais dos dentes antagonisyas de maneira a promover superto efetivo à oclusão. São as cúspides vestibulares dos dentes inferiores e as palatinas dos dentes superiores (VIPS). Já as cúspides de corte são aquelas que não fazem contato direto com as estruturas anatômicas das faces oclusais destes mesmo dentes antagonistas (fig. 3.1).
Posições mandibulares
Oclusão Central
A Oclusão Central (OC) pode ser definida como o posicionamento da mandíbula em relação à maxila de maneira que consigamos o máximo número de contatos oclusais entre os dentes dos arcos superior e inferior.
Numa oclusão ideal estes contatos se dariam de forma bilateral e simultânea de maneira mais intensa entre os dentes posteriores e menos intensa entre os dentes posteriores e menos intensa entre os anteriores.
A Oclusão Central é também denominada de Posição de Máxima Intercuspidação (PMI), ou Máxima Intercuspidação (MIC), ou ainda Oclusão Habitual (OH).
Esquematicamente teríamos uma situação de engrenamento intenso entre os arcos dentais como representado na figura abaixo (fig. 3.2).
Em Oclusão Central, de maneira geral, os pontos de contatos oclusais entre os dentes anteriores ocorrem entre as bordas inciais e 1/3 incisal das faces vestibulares dos incisivos e caninos inferiores com os 1/3 médio e incisal das faces palatinas de seus correspondentes superiores, concentrando-se principalmente nas cristas marginais destes dentes.
Entre os dentes posteriores os contatos oclusais em máxima intercuspidação ocorreriam entre os cúspides de suporte e cristas marginais, fóssulas e pontes de esmalte de maneira geral. Assim sendo, as cúspides de suporte de um determinado dente contataria a face oclusal de seu antagonista na sua região de cristas marginais, fóssulas ou pontes de esmalte quando presentes.
Relação Central
A Relação Central (RC) pode ser entendida como uma posição postural da cabeça da mandíbula dentro da cavidade articular. Esta relação independe da presença de dentes, sendo assim, podemos descrevê-las também em indivíduos edêntulos.
Quanto às ATMs, as cabeças da mandíbula assumiriam uma posição de equilíbrio em relação às cavidades articulares, de forma que não haja tensões ou esforços exagerado nos músculos, ligamentos e discos articulares diretamente relacionados a estas articulações.
Há grande controvérsia entre os diversos autores que estudam oclusão quanto ao posicionamento exato da cabeça da mandíbula durante a posição de RC. Entretanto, nos parece ser mais coerente a escola que determina a posição ântero-superior na cavidade articular.
Relação de Oclusal Central
Em uma pequena parcela da população a Relação Central (RC) coincide com a Posição de Máxima Intercuspidação (PMI). Temos neste caso a Relação de Oclusão Central (RC=OC).
DimensãoVertical de Repouso
Quando o sistema estomatognático está em repouso, ou seja, não está exercendo função mastigatória, de deglutição, ou de fonação, há o estabelecimento de um equilíbrio dos músculos elevadores e abaixadores da mandíbula de maneira que esta assume uma posição em relação à maxila em que não há contatos oclusais entre os dentes dos arcos superior e inferior. Nesta posição podemos mensurar a distância entre dois pontos antropológicos carnais, násio e gnátio representados esquematicamente na figura abaixo (fig. 3.3).
A medição encontrada nos fornecerá o valor da Dimensão Vertical de Repouso (DVR).
Dimensão Vertical de Oclusão
Por outro lado, quando temos o sistema estomatognático em Posição de Máxima Intercuspidação (PMI) a medição entre os mesmos dois pontos antropológicos carnais nos dará o valor da Dimensão Vertical de Oclusão (DVO) como representado na figura 3.4.
Espaço Funcional Livre
A diferença entre os valores da DVR e da DVO é conhecida como Espaço Funcional Livre (EFL). Esquematicamente, este espaço pode ser representado pela distância entre a borda incisal do incisivo central inferior e a porção da face palatina do incisivo central superior onde esta mesmo borda faz contato quando em OC.
Curvas de oclusão
Entende-se por Curvas de Oclusão as curvas virtuais formadas a partir das posições características dos elementos dentais em seus respectivos arcos dentais.
São elas:
- Curva de Balkwill-Spee
- Curva de Wilson
Curva de Balkwill-Spee
Por definição, a Curva de Balkwill-Spee ou Curva Sagital de Oclusão seria a curva formada quando da união virtual da ponta de cúspide do dente canino com as pontas de cúspides vestibulares dos dentes posteriores num hemiarco superior. Esquematicamente, teríamos uma curva ântero-posterior ascendente em direção distal quando de uma vista sagital do hemiarco em questão (fig. 3.5).
A Curva de Balkwill-Spee é mais comumente denominada Curva de Spee.
Se, por outro lado, fizermos o mesmo processo virtual de unir a ponta de cúspide do canino às pontas de cúspide vestibulares dos dentes posteriores em um hemiarco inferior; ou se unirmos as pontas de cúspides linguais dos dentes posteriores em um hemiarco superior ou inferior, encontraremos curvas de oclusão paralelas à Curva de Spee. Da mesma forma, podemos imaginar que uma curva que se origine da união dos sulcos principais mésio- distais dos dentes posteriores em um hemiarco superior ou inferior seja uma curva de oclusão paralela à Curva de Spee. Este paralelismo entre as curvas de oclusão é importante pois irá garantir o perfeito engrenamento e relacionamento entre os dentes e, conseqüentemente, entre os arcos dentais.
Curva de Wilson
A Curva de Wilson ou Curva Transversal de Oclusão pode ser definida como uma curva látero-lateral que passa sobre a cúspide vestebular e lingual de um dado dente posterior posicionado em seu hemiarco e também sobre as mesmas cúspide vestibular e lingual de um dado dente posterior posicionado em seu hamiarco e também sobre as mesmas cúspides do dente correspondente a este mesmo dente no hemiarco oposto, quando de uma vista frontal.
Como exemplo teríamos uma curva de oclusão passando sobre as cúspides mésio-vestibular e mésio-lingual do primeiro molar inferior direito e também sobre as mesmas cúspides do primeiro molar inferior esquerdo. Formar-se-ia uma curva de oclusão cuja concavidade é voltada para o arco superior. É importante ressaltar que esta mesma curva pode ser reproduzida na arcada inferior (fig. 3.6).
A formação da Curva de Wilson deve-se à direção de implantação dos dentes nos alvéolos dentais com suas inclinações características.
Movimentos mandibulares
A liberdade de movimentos da mandíbula sofre interferência dos dentes. Alguns desses movimentos são determinados pelo engrenamento dos dentes antagonistas. Podem ser ântero-posteriores e laterais e serão estudados para o entendimento dos Princípios de Oclusão.
Os ântero-posteriores são movimentos de protrusão e retrusão da mandíbula.
No movimento de protrusão, os dentes inferiores anteriores partem de uma situação de máxima intercuspidação, e deslizam pelas concavidades palatinas dos dentes anteriores superiores até ficarem topo a topo, desocluindo os dentes posteriores. A trajetória dos incisivos inferiores no movimento de protrusão é chamada de guia anterior ou guia incisiva (fig. 4.1).
O movimento da mandíbula para posterior a partir da oclusão central caracteriza o movimento de retrusão, onde há contato apenas entre dentes posteriores. A extensão desse movimento é variável, sendo menor em arcada com relação de oclusão central.
Em movimento de lateralidade, a mandíbula desloca-se para um dos lados em relação ao plano sagital médio. O hemiarco que se afasta do plano sagital médio denominamos lado de trabalho. É o lado para o qual a mandíbula se movimenta. O lado da mandíbula qie se aproxima do plano sagital, é o lado de balanceio (fig. 4.2).
Para uma maior compreensão dos contatos que podem ocorrer nos movimentos de lateralidade, é importante entender o movimento de um dente posterior inferior em relação ao seu antagonista, durante uma fase do ciclo mastigatório.
Os contatos não se dão exatamente entre ponta de cúspide e fundo de fóssula, mas ocorrem nas vertentes, bem próximo dessa situação. Ocorrem também entre ponta de cúspide e crista marginal transversal.
Partindo de máxima intercuspidação há uma abertura do plano oclusal, os alimentos são posicionados entre os dentes com o auxílio da língua e das bochechas. Os dentes inferiores deslocam-se para esse lado até que as cúspides superiores e inferiores estejam emparelhadas (lado de trabalho). Inicia-se a trituração dos alimentos com o fechamento do plano oclusal, onde a ponta de cúspide toca em um ponto da vertente interna do dente antagonista e se desloca até o fundo da fóssula, ou esse contato ocorre apenas no final do movimento.
Para uma análise prática do tipo de guia de desoclusão, faz-se o movimento inverso ao do ciclo mastigatório, partindo da posição de máxima intercuspidação, a mandíbula se desloca para um determinado lado (trabalho), mantendo contato entre os dentes desse lado.
No lado de trabalho podem ser encontrados três tipos de guias de desoclusão:
1. Guia canino: o canino inferior desliza na concavidade palatina do canino superior na lado de trabalho, desocluindo os demais dentes, tanto do lado de trabalho quanto do lado de balanceio.
2. Função parcial de grupo: os caninos e pré-molares tocam simultaneamente seus correspondentes antagonistas, no lado de trabalho, havendo desoclusão dos demais dentes. Nesta modalidade de desoclusão, sempre há toque de caninos antagonistas e mais um, dois ou três dentes adjacentes e seus antagonistas Antero-posterior. Ou seja: podemos ter toque entre os dentes 3 e 4 inferiores com 3 e 4 superiores, ou dentes 3, 4 e 5 inferiores com 3, 4 e 5 superiores, ou ainda, dentes 3, 4, 5 e 6 inferiores com 3, 4, 5 e 6 superiores.
3. Função total em grupo: os caninos (3), pré-molares (4,5) e molares (6,7) de um arco, tocam simultaneamente seus homólogos do arco antagonista no lado de trabalho, havendo total desoclusão no lado de balanceio (fig. 4.3).
Referências:
Bibancos F et al. Curso a distância de assistente de saúde bucal- Módulo I. Manual do aluno. 2011. 106 p.
Borelli e Perito. Anatomia Dental. CEDIC – Centro de Divulgação Científica, 1998
Brasil. Ministério da Saúde. Educação e Saúde: Promovendo Saúde na Escola Escola Sorriso - Promotora de Saúde.Caderno de educação em saúde:um guia para educadores e profissionais de saúde. 1a ed. 2008. 151p.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Área Técnicade Saúde Bucal. Projeto SB2000: condições de saúde bucal da população brasileira no ano 2000: manual do examinador / Secretaria Políticas de Saúde, Departamento de Atenção Básica, Área Técnica de Saúde Bucal. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 49 p.
Cantisano, Waldemar Anatomia Dental. 3 ed. Guanabara Koogan, 1978
Della Serra, Octávio Anatomia Dental. 3 ed. Artes Médicas, 1985.
Dias, V. L. Auxiliar de Saúde Bucal. 1 Edição. Montes ClarosInstituto Federal do Norte de Minas Gerais 2015, 125 p.
Edição eletrônica: Ad-Tech Comunicação 4a edição, Junho de 2003, 5.000 exemplares
ETEC Philadelho Gouvêa Netto Prótese Dentária – 2012.
Eugenio, Odila Santiago. Anatomia e Escultura Dental: teoria e prática de ensino Ed. Santos, 1995.
Fichman, Dan Mihail. Manual de aulas práticas de Escultura Dental Meddens Editorial Científica, 1986.
Fichman, Dan Mihail. Manual de Desenho e Escultura Dental 2 ed. Meddens, 1984.
Figún, M.E. Anatomia Odontológica Funcional e Aplicada 3 ed. Editorial. Médica Panamericana, 1994.
Glauco Fioranelli Vieira et al. Escultura Dental com Auxílio do Método Geométrico (Revisão Anatômica). Ilustrações: Celso Luiz de Souza Santos Lúcia Benito de Moraes. Jornalista responsável: Elisangela Vigil – MTb 8576
Interactive Atlas of Human Anatomy – Frank H.Netter. MD
Ishikiriama, Aquira. Manual de Desenho e Escultura Dental. 2 ed. Faculdade de Odontologia de Bauru, 1983
Kraus, B. S.; Jordan, R.E. and Abrams, L. Dental Anatomy and occlusion. The Williams and Wilkins Company, 1969
Madeira, M. C. Anatomy da Face. 2 ed. Sarvier, 1997.
Mello, José Benedicto de Desenho e Escultura Dental. Faculdade de Odontologia de S. J. C., 1972, 70.
método geométrico (revisão anatômica). Edição eletrônica: Ad-Tech Comunicação. 4a ed. 2003. 72p.
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO – Coordenação de Ensino a distância Curso semipresencial de ASB – Auxiliar em Saúde Bucal 
Nunes, Luiz de Jesus... (et al.) Oclusão, Enceramento e Escultura Dental Pancast, 1997.
Organização Mundial da Saúde. Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Manual de instruções. Genebra. 4a ed. 1997. 70 p.
Pécora, Jesus Djalma Anatomia Dental e suas Surpresas 1991
Santos Junior, José dos Escultura Dental. 4 ed. Dent ́Art, 1982
Santos Junior, José dos. Escultura e Modelagem Dental na clínica e no laboratório 6 ed. Editora Santos, 2000.
SESC, Manual técnico de educação em saúde bucal / Claudia Márcia Santos Barros, coordenador. – Rio de Janeiro: SESC, Departamento Nacional, 2007. 132p.
Sicher, Harry. Anatomia Bucal. 6 ed. Guanabara Koogan, 1977.
Silva, Ricardo Gariba. Anatomia Dental: dentes permanentes Ed. Santos, 1998.
Steagall, Lincon. Desenho e Escultura Dental. Faculdade de Odontologia da USP, 1966.
Tsb e Asb - Técnico em Saúde Bucal e Auxiliar em Saúde Bucal Odontologia de Quali- dade - Cristiane F. Sales Lobas / Cols.-2a Edição-2008.
Tunes FMNA; Nogueira GCB. Anatomia dental. 2012. 67 p.
Tunes, F. S. M. Escultura Dental 1992.
Uet, Mário. Iniciação em Dinâmica Mandibular Ed. Santos, 1987.
Vieira GF; Caroli A; Garófalo JC; Matson, E. Escultura dental com auxílio do
Wheeler, Russel C. Anatomia Dental, Fisiologia t Oclusion 5 ed. Interamericana, 1979.
Wheeler, Russel C. Anatomia, Fisiologia e Oclusão Dental 1 ed. Livraria Editora Santos, 1987.
Wheeler, Russel C. Tooth Form: Draqing and Carving. A Manual 1940.

Outros materiais