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Qualidade e Sistemas de Produção Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Enrico D’Onofrio Revisão Textual: Prof.ª Me. Natalia Conti Sistemas da Produção • Introdução; • Os Sistemas de Produção; • Tipos de Processo em Manufatura; • Procedimentos de Arranjo Físico; • Qualidade nos Serviços; • Atividades da Administração da Produção; • Considerações Finais. · Conhecer os principais modelos de produção juntamente com os aspectos gerenciais da produção necessários para a Administração da Produção. OBJETIVO DE APRENDIZADO Sistemas da Produção Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Sistemas da Produção Introdução A administração da produção envolve os aspectos de geração e transformação de bens e serviços das empresas, onde os fatores de recursos humanos, materiais e de capital estão diretamente ligados. Segundo Slack et al. (2012), a administração da produção trata a maneira pela qual as organizações produzem bens e serviços. Podemos, então, dizer que a administração da produção não trata apenas da produção de bens, e sim de serviços que necessitam dos mesmos cuidados e detalhes que se utilizam nos processos de produção de bens. Entender os aspectos de geração e transformação é um grande desafio para as organizações modernas devido à complexidade dos mercados e da velocidade com que as organizações precisam se adaptar. Produção do serviço de transporte público urbano por ônibus: aspectos da organização do trabalho. https://goo.gl/VXJqquEx pl or De acordo com Slack et al. (2012), é papel da Administração da produção “identificar conjuntos comuns de objetivos almejados pelos gerentes de produção para atender as necessidades de seus consumidores.”. A administração da produ- ção moderna deixou de se preocupar apenas com processos produtivos e, hoje, além de atender às especificações técnicas, busca atender e superar as expectativas do cliente e consumidor. Trataremos da importância da administração eficaz, pois a produção moderna não pode apenas se limitar à realização de atividades eficientes realizadas de forma correta, a produção contemporânea deve ser flexível e inovar de forma a encantar e antecipar as necessidades do cliente. Os Sistemas de Produção Um sistema de produção é um conjunto de elementos (máquinas, mão-de-obra, ferramentas, etc.) planejados que visam à transformação de um insumo em produto. O sistema não age sozinho e isoladamente. Ele sofre influências de dentro para fora da organização, que podem afetar o seu desempenho (MOREIRA, 2000). Tipos de Arranjo Físico. https://youtu.be/-umpIz3FemU Ex pl or 8 9 Esse sistema, que interage com as demais áreas onde esta integração ou relação se dá através das Funções dos Sistemas de Produção: • Engenharia de Produto; • Engenharia de Processo; • Marketing; • Manutenção; • Compras/Suprimentos; • Recursos Humanos; • Finanças. A integração com as demais áreas se mostra necessária, onde as atividades dentro das organizações não ocorrem isoladamente e sim de forma integrada, e para que possamos realizar as atividades de forma assertiva é necessária a integração, promovendo a eliminação de erros, rapidez de resposta entre as áreas e diminuição das incertezas. Processo de Transformação O processo de transformação das operações está diretamente relacionado com a natureza de seus inputs transformados. O processo de transformação, basicamente dividido em três etapas, é muito simples de compreender; temos a entrada de recursos denominados input, o processo de transformação e beneficiamento, e por fim, o processo de saída denominado output. Recursos Transformados input Materiais Informações Consumidores Ambiente Toda e qualque produção envolve os processos de: Input – transformação – output Ambiente PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO Bens e Serviços Instalações Pessoais INPUT Recursos de Transformação input OUTPUT Figura 1 − Input- transformação – Output Fonte: Adaptado de Slack, 2012 9 UNIDADE Sistemas da Produção Input-Entrada Dentro do processo de Entrada temos os Recursos Transformados e os de Trans- formação. O recurso transformado é aquele que sofre a alteração de seu estado. Exemplos: Materiais, Informações e Consumidores. Os recursos de transforma- ção são aqueles que mudam o estado. Exemplos: instalações e pessoal. Dentro do Processo de Input-Entrada Slack (2012) classifica: • Recursos de Transformação: é percebido como aquele que exerce a transformação sobre um determinado recurso, por exemplo, funcionários e pessoas envolvidas para a execução da atividade geradora do produto e serviço. Outro recurso importante é de instalações, tendo como exemplo os maquinários e equipamentos em geral para sequenciar o processo fabril ou de serviços. • Recursos Transformados: o recurso transformado é aquele que sofre mudanças significativas em suas respectivas características. O Processamento de Materiais O processamento de materiais é considerado uma das partes mais importantes da produção, tendo como principal característica a transformação de materiais, mudando o seu estado natural ou apenas beneficiando. Segundo Slack et al. (2012), o Processamento de Materiais envolve processos que transformam os materiais, podendo também modificar suas características físicas, como forma, composição ou características. • Mudam sua localização; • Transferem a posse; • Estocagem. Um exemplo de processamento de materiais é a fabricação de um armário para dormitório. Devemos extrair, tratar a madeira, cortá-la, beneficiá-la e após tratamento conseguimos realizar a manufatura. Processamento de Informações O processamento de informações e a alteração de dados para informações que poderão se tornar base para tomada de decisão de gestores e interessados. Segundo Slack et al. (2012), o Processamento de Informações consiste nas operações que processam informações, podemtransformar suas propriedade in- formativas (isto é, a forma de transformação). 10 11 • Contadores; • Empresas de pesquisas. Temos como exemplo empresas que utilizam de relatórios para a tomada de decisão, bem como empresas que atuam de forma virtual. Processamento de Consumidores O processamento de consumidores trata de beneficiar o próprio consumidor onde o mesmo acaba sendo transformado ao fim do processo. Segundo Slack et al. (2012), Processamento de Consumidores implica nas ope- rações que processam consumidores, podem também transformá-los de várias ma- neiras (por exemplo: cabeleireiros, cirurgiões plásticos). • Estética; • Acomodação; • Transporte; • Saúde; • Entretenimento. O processo de transformação está diretamente relacionado com a natureza dos recursos de entradas. A intangibilidade é uma das principais características desse processamento, uma vez que a mensuração e o registro dos elementos voltados aos serviços acaba, algumas vezes, sendo prejudicada em função da dificuldade de se medir. Outputs - Saídas do Processo de Produção Ao mencionar as saídas do processo de produção, estamos relacionando a produtos e não serviços onde os mesmos possuem as principais características: • Tangibilidade: Quando podemos tocar o bem produzido. Os serviços são considerados intangíveis. Exemplo: móveis para dormitório. • Estocabilidade: Parcialmente em função de sua tangibilidade, os bens podem ser estocados. Exemplo: móveis para dormitório. • Transportabilidade: Em virtude da possibilidade de serem tocados, podemos transportá-los. Exemplo: móveis para dormitório. Simultaneidade Uma grande distinção entre os bens e serviços diz respeito ao timing da produção. • Os bens sempre são produzidos antes dos consumidores adquiri-los; • No entanto, os serviços são efetuados simultaneamente com o seu consumo. 11 UNIDADE Sistemas da Produção Tipos de Processo em Manufatura Os processos de manufatura são classificados de acordo com as características do tipo de produção. As características de produção podem variar de produtos com uma grande necessidade de personalização até aqueles padronizados e sem necessidade de diferenciação. Segundo Slack et al. (2012), os Tipos de Processo em Manufatura são divididos em: • Processos de Projeto são os que lidam com produtos discretos, usualmente bastante customizados. Exemplo: construção de Navios, produção de filmes e construção de túneis. • Processos de Jobbing: cada produto deve compartilhar os recursos da ope- ração com diversos outros. Exemplo de processo jobbing: temos o alfaiate, técnicos e restauradores de móveis. A maior parte do trabalho provavelmente será única. • Processos em Lotes ou Bateladas não possuem muita variedade devido à realização por lotes, podendo trabalhar com maior ou menor variedade de acordo com o volume. Exemplo: quanto maior o volume menor a variedade, como a produção da maior parte das roupas. • Processos de Produção em Massa têm como principal característica grande volume de produção com variedade relativamente estreita. Exemplo: televisores e eletrodomésticos. • Processos Contínuos produzem maiores quantidade que a produção em massa com a variedade ainda menor operando por longos períodos. Exemplo: Instalações de Eletricidade e Algumas Indústrias de Papéis. Cada processo de manufatura pode ser aplicado de forma adequada aos produtos manufaturados, respeitando as suas características onde podemos perceber que os processos de projetos caminham para a personalização e possuem uma característica única, como a construção de grandes embarcações. Os processos de produção contínua são ideais para produtos com características semelhantes, onde podemos citar a produção de escovas de dente. Procedimentos de Arranjo Físico O arranjo físico é também conhecido como Layout e de forma simples pode ser definido como o organizador dos recursos produtivos de transformação. Segundo Slack (2012), há algumas razões práticas pelas quais as decisões de arranjo físico são importantes na maioria dos tipos de produção. • Uma atividade difícil e de longa duração devido às dimensões físicas dos recursos de transformação movidos. 12 13 • O rearranjo físico de uma operação existente pode interromper seu funciona- mento suave, levando à insatisfação do cliente ou a perdas na produção. • Se o arranjo físico (examinado a posteriori) está errado, pode levar a padrões de fluxo excessivamente longos ou confusos, estoque de materiais, filas de cliente formando-se ao longo da operação, inconveniências para os clientes, tempos de processamento desnecessariamente longos, operações inflexíveis, fluxos imprevisíveis e altos custos. Existem diversos tipos de arranjos físicos, porém a maioria dos arranjos físicos na prática deriva de apenas quatro tipos básicos de arranjo físico. São eles: • Arranjo físico posicional; • Arranjo físico por processo; • Arranjo físico celular; • Arranjo físico por produto. Segundo Slack (2012), a relação entre tipos de processo e tipos básicos de arranjo físico não é totalmente determinística. Um tipo de processo não necessariamente implica um tipo básico de arranjo físico em particular. Como a Tabela 1 indica, cada tipo de processo pode adotar diferentes tipos básicos de arranjo físico. Tabela 1 − Relação entre tipos de processos e tipos básicos de arranjo físico Tipos de processo de manufatura Tipos básicos de arranjo físico Tipos de processo de serviço Processo por projeto Arranjo físico posicional Serviços profissionais Processo tipo jobbing Arranjo físico por processoProcesso tipo batch Loja de serviços Processo em massa Arranjo físico celular Processo contínuo Serviços de massaArranjo físico por produto Fonte: Slack (2012) Arranjo físico posicional Segundo Slack (2012), arranjo físico posicional (também conhecido como arranjo físico de posição fixa) é de certa forma uma contradição em termos, já que os recursos transformados não se movem entre os recursos transformadores, mas o contrário. Em vez de materiais, informações ou clientes fluírem através de uma operação, quem sofre o processamento fica estacionário, enquanto equipamento, maquinário, instalações e pessoas movem-se de e para a cena do processamento na medida do necessário. A razão para isso pode ser que o produto ou o sujeito do serviço sejam muito grandes para serem movidos de forma conveniente, podem ser (ou estar) muito delicados para serem movidos ou ainda podem objetar-se a serem movidos. 13 UNIDADE Sistemas da Produção Arranjo físico por processo O arranjo físico por processo é assim chamado porque as necessidades e conveniências dos recursos transformadores que constituem o processo na operação dominam a decisão sobre o arranjo físico. Segundo Slack (2012), o arranjo por processo, processos similares (ou processos com necessidades similares) são localizados juntos um do outro. A razão pode ser que seja conveniente para a operação mantê-los juntos, ou que dessa forma a utilização dos recursos transformadores seja beneficiada. Isso significa que, quando produtos, informações ou clientes fluírem através da operação, eles percorrerão um roteiro de processo a processo, de acordo com suas necessidades. Diferentes produtos ou clientes terão diferentes necessidades e, portanto, percorrerão diferentes roteiros através da operação. Por essa razão, o padrão de fluxo na operação será bastante complexo. Arranjo físico celular Este tipo de arranjo tem como característica iniciar e finalizar um determinado produto ou subproduto (componente), possuindo em sua configuração todas as máquinas necessárias para esta realização. Segundo Slack (2012), o arranjo físico celular é aquele em que os recursos transformados, entrando na operação, são pré- -selecionados(ou pré selecionam-se a si próprios) para se movimentarem para uma parte específica da operação (ou célula), na qual todos os recursos transformadores necessários a atender suas necessidades imediatas de processamento se encon- tram. A célula em si pode ser arranjada segundo um arranjo físico por processo ou por produto. As características básicas da célula podem ser observadas no vídeo a seguir: Layout Celular https://youtu.be/kj2LSEXSR9AEx pl or Arranjo físico por produto Segundo Slack (2012), o arranjo físico por produto envolve localizar os recursos produtivos transformadores inteiramente segundo a melhor conveniência do recurso que está sendo transformado. Cada produto, elemento de informação ou cliente segue um roteiro predefinido, no qual a sequência de atividades requerida coincide com a sequência na qual os processos foram arranjados fisicamente. Este é o motivo pelo qual às vezes este tipo de arranjo físico é chamado de arranjo físico em “fluxo” ou em “linha”. O fluxo de produtos, informações ou clientes é muito claro e previsível no arranjo físico por produto, o que faz dele um arranjo relativamente fácil de controlar. 14 15 Arranjos físicos mistos Segundo Slack (2012), muitas operações projetam arranjos físicos mistos, que combinam elementos de alguns ou todos os tipos básicos de arranjo físico ou, alternativamente, usam tipos básicos de arranjo físico de forma “pura” em diferentes partes da operação. Por exemplo, um hospital normalmente seria arranjado conforme estes princípios. O departamento de radiologia provavelmente é arranjado por processo, as salas de cirurgia segundo um arranjo físico posicional e o laboratório de processamento de sangue conforme um arranjo físico por produto. Contato com o Consumidor Em razão dos consumidores não verem as produções dos bens, julgarão a qualidade da operação com base nos próprios bens. O contato com o consumidor fica muito mais próximo na produção de serviços, onde entenderia os motivos da não execução com a máxima qualidade e eficiência. Temos como o exemplo o cabeleireiro, onde desejamos um belo corte de cabelo, porém se entendermos que o prestador de serviço passa por algum problema pessoal ficaria mais fácil entender os motivos da falta da eficiência. Porém, não podemos utilizar o mesmo conceito para a produção, pois o consumidor não entenderia os motivos da falta da qualidade devido ao não acompanhamento da execução. Qualidade nos Serviços O consumidor que provavelmente participa da operação não julga apenas seu resultado, mas também os aspectos da sua produção. • O Modelo de Transformação; • Recursos Transformados em Outputs; • Bens & Serviços. Tabela 2 − Diferenças entre Empresas Industriais e de Serviços Diferenças entre Empresas Industriais e de Serviços Característica Indústria Empresa de Serviços Produto Tangível (físico) Intangível Estoques Comuns Impossíveis Padronização dos insumos Comum Difícil Influência da mão-de-obra Média/Pequena Grande Padronização dos produtos Comum Difícil Fonte: Slack (2012) 15 UNIDADE Sistemas da Produção A Tabela 2 demonstra claramente as características intrínsecas a cada um dos tipos de empresas, tendo na indústria modelos de padronização mais fáceis, em contrapartida a intangibilidade do serviço que depende da percepção do cliente. Ênfase em: Pessoas front- o�ce processo. Alto grau de: Contato personalizado autonomia Contato com o Consumidor Serviços Pro�ssionais Consultores de Gestão Advogados Arquitetos Cirurgiões Ênfase em: Equipamentos back-room produto. Baixo grau de: Contato personalizado autonomia Lojas de Serviços Lojas em ruas comerciais Shopping centers Escolas Restaurantes Hotéis Serviços de Massa Cartão de Crédito Supermercados Aeroportos Comunicação Emissora da televisão Número de clientes processados por dia em uma unidade típica Figura 2 − Contato com o Consumidor Fonte: Adaptado de Slack, 2012 Na figura 2 acima podemos perceber que quanto maior a personalização do serviço maior é seu contato com o consumidor, e quanto mais massificado é este serviço, maior é a necessidade de padronização do atendimento e apoio da retaguarda para finalização de processos, onde temos como exemplo o Telemarketing ou Televendas. Serviços Profissionais De acordo com Slack et al. (2012), são definidos como de alto contato com os clientes, despendendo um tempo considerável no processo de prestação do serviço, atendem a um número limitado de clientes (volume baixo) e de forma personalizada, proporcionando altos níveis de customização (variedade alta), sendo o processo de serviço altamente adaptável para atender as necessidades individuais dos clientes e podendo ocorrer nas instalações do cliente. Envolvem organizações como projetos de engenharia e arquitetura, médicos, assistência jurídica, consultorias, etc. 16 17 Loja de Serviços Segundo Slack et al. (2012), Loja de Serviços são processos de nível interme- diário de contato com o cliente, ou seja, estão no meio-termo entre padronização e customização. Os volumes e clientes atendidos e as combinações de valor das atividades da linha de frente (front office) e da retaguarda (back room) são interme- diários entre os serviços profissionais e os de massa. Envolvem organizações como bancos, restaurantes, hospitais e loja de varejo. Este serviço intermediário possui características próprias de operacionalização para poder atender o cliente, porém não conseguindo atingir um nível de personalização no atendimento devido a pró- pria característica e demanda. Serviços de Massa Serviços de Massa Segundo Slack et al. (2012), compreendem transações com muitos clientes (alto volume), envolvendo tempo de contato limitado ou relativamente baixo, com pouca personalização e alta padronização na prestação do serviço (baixa variedade), baseados em equipamentos e orientados para o produto, com maior parte do valor adicionada no escritório de retaguarda (back room) com relativamente pouca atividade de julgamento exercida pelo pessoal de linha de frente (front office). O pessoal empregado não apresenta alto nível de qualificação, efetuando tarefas e procedimentos prescritos. Como exemplos, o transporte coletivo, a telefonia, etc. Considerando o próprio modelo de fabricação em massa, o grande volume não permite a aproximação direta com o cliente, sendo necessário em alguns momentos a criação da área de apoio ou retaguarda. Hierarquia do Sistema de Produção A hierarquia do Sistema de Produção segue a mesma sequência de Entrada- Processamento e Saída, onde a junção de pequenas operações forma os macroprocessos. Poderíamos citar o exemplo da fabricação de um liquidificador, que para conseguirmos montá-lo e oferecê-lo ao consumidor através de um processo macro de montagem foi antes necessário a inclusão de pequenos processos de circuitos e componentes eletrônicos para sustentar toda a estrutura macro operacional. O relacionamento entre consumidores e fornecedores internos poderíamos denominar de micro operação. O conceito de consumidor interno e externo teve como início o movimento da qualidade total, tratando o cliente externo e interno com o mesmo grau de exigência, pois somos “clientes” do serviço ou atividade de outros funcionários. Esta abordagem está relacionada com a visão da “produção enxuta”, onde Taichhi Ohno aplicou o conceito do supermercado americano dentro das fábricas. 17 UNIDADE Sistemas da Produção Proteção de Produção A proteção da produção é item importante para a garantia do atendimento, sendo necessária em alguns tipos de produção devido à incerteza na previsão da demanda, em razão dos fatores externos. A proteção se refere ao ambiente externo, podendo ser feito de duas maneiras: • ProteçãoFísica: Manter estoque de recursos. • Proteção Organizacional: Distribuir e alocar funções dentro da empresa para que a função de produção seja protegida de fatores externos. As criticas e desvantagens do protecionismo de produção se referem a evitar com que a empresa se desenvolva e consiga interagir com o ambiente externo, tardando o “amadurecimento da organização”. Atividades da Administração da Produção Segundo Slack et al. (2012), as atividades da produção são divididas em responsabilidade Direita e Indireta da Administração da Produção. A Responsabilidade Indireta da Administração da Produção está relacionada a informar às outras funções sobre a oportunidade e as restrições fornecidas pela capacidade instalada de produção. Discutir com outras funções sobre os planos de produção, bem como possíveis alterações. Encorajar outras funções a dar sugestões para que a função de produção possa prestar melhores serviços aos demais departamentos da empresa. A Responsabilidade Direta da Administração da Produção está relacionada a entender os objetivos estratégicos da produção, desenvolver uma estratégia de produção para a organização, desenhar produtos, serviços e processos de produção, planejar e Controlar a Produção e melhorar o desempenho de Produção. Crescimento da Produtividade no Setor de Serviços e da Indústria no Brasil: Dinâmica e Heterogeneidade. https://goo.gl/jijZthEx pl or As responsabilidades da Administração da Produção vêm constantemente se integrando com as demais áreas, pois necessita integrar e responder de forma mais precisa para melhor atender os clientes. 18 19 Considerações Finais Podemos perceber que a escolha dos sistemas produtivos depende de uma série de fatores tais, como a análise do ambiente externo e do ambiente interno que devem estar alinhados às necessidades de produção. Os arranjos físicos acabam sendo estruturados conforme os sistemas produtivos, permitindo, assim, maior eficiência dos processos. As características da gestão da produção vêm ao encontro dos sistemas produtivos e arranjos físicos na busca de utilizar melhor os recursos e garantindo maior produtividade dos sistemas produtivos, sejam eles de bens ou de serviços. A combinação destes elementos compõe parte da estratégia de operações na busca da otimização de recursos, eliminação de desperdício e aumento de produtividade. 19 UNIDADE Sistemas da Produção Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Processos de Manufatura https://youtu.be/_Zx7ChYgWE8 Sistemas Flexíveis de Manufatura https://youtu.be/7FpunfgphcU Exemplos Básicos de Layout de Produção https://youtu.be/OAszw0Ejdws Arranjo Fisico x Produtivide https://youtu.be/vsD9P9cIbV0 20 21 Referências SLAK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; HARLAND, Christine. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2012. 21
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