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Qualidade e Sistemas de Produção Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Enrico D’Onofrio Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Produtividade • Produtividade; • Realizar a Divisão do Trabalho – Agrupar Tarefas; • Processos e Operações; • Agregar Valor?; • Avaliação da Velocidade do Operador; • Conclusão. · Conhecer os indicadores de produtividade e a contribuição da qua- lidade para o aumento da produtividade. OBJETIVO DE APRENDIZADO Produtividade Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Produtividade Produtividade O melhoramento da produção envolve algumas técnicas que auxiliam a produção para o aumento de desempenho e performance. Para que haja melhoria dos processos é necessário que se realize um acompanhamento e identificação do desempenho da operação. Portanto, todas as operações produtivas precisam de alguma forma de medida de desempenho como requisito para o seu melhoramento. Aquilo que não é medido merece pouca ou nenhuma atenção e, consequentemente, o que não se mede não se pode gerenciar. Segundo Slack, Chambers e Harland (2012), a medida de desempenho é o processo de quantificar a ação, onde medida significa o processo de quantificação e o desempenho de produção é presumido como derivado de ações tomadas por sua administração. Para atender aos requisitos de mercado, as medidas de desempenho podem ser divididas em cinco objetivos: qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilida- de e custo. Quadro 1 – Algumas medidas parciais de desempenho típicas Objetivo de desempenho Algumas medidas típicas Qualidade • Número de defeitos por unidade; • Nível de reclamação de consumidor; • Nível de refugo; • Alegações de garantia; • Tempo médio entre falhas; • Escore de satisfação do consumidor. Velocidade • Tempo de cotação do consumidor; • Lead-time de pedido; • Frequência de entregas; • Tempo de atravessamento real versus teórico; • Tempo de ciclo. Confiabilidade • Porcentagem de pedidos entregues com atraso; • Atraso médio de pedidos; • Proporção de produtos em estoque; • Desvio médio de promessa de chegada; • Aderência à programação. Flexibilidade • Tempo necessário para desenvolver novos produtos/serviços; • Faixa de produtos ou serviços; • Tempo de mudança de máquina; • Tamanho médio de lote; • Tempo para aumentar a taxa de atividade; • Capacidades média e máxima; • Tempo para mudar as programações. Custo • Tempos mínimo e médio de entrega; • Variação versus orçamento; • Utilização de recursos; • Produtividade da mão de obra; • Valor agregado; • Eficiência; • Custo por hora de operação. Fonte: Slack, Chambers e Harland (2012) 8 9 Essas medidas de desempenho podem ser utilizadas juntamente com indicadores da qualidade na busca de aumento da eficiência e produtividade. Para obter êxito quanto às medidas de desempenho, é necessário criar padrões de desempenho; e para verificar se o resultado obtido está acima ou abaixo da média, existem quatro tipos de padrões básicos, vejamos: 1. Padrão de desempenho histórico – realiza comparações de desempenhos passados com o desempenho atual; 2. Padrão de desempenho-alvo – seu estabelecimento auxilia no processo de desempenho da produção, uma vez que, por meio de um padrão-alvo, torna-se possível fi xar um padrão aceitável para a organização; 3. Padrão de desempenho da concorrência – estabelecer padrões confor- me a concorrência faz com que as organizações busquem melhorar cons- tantemente os seus produtos e serviços, objetivando a redução de custos, desperdícios e o aumento de efi ciência e produtividade; 4. Padrão de desempenho absoluto – pode ser tratado como “zero de- feitos” ou “erro zero”, sabendo que, na prática, provavelmente não será atingido o resultado absoluto. Uma das formas para se evitar o desperdício é o balanceamento de linha, que distribui as atividades de forma que contribua para a eficiência produtiva em relação à mão de obra. Essa forma de distribuição e organização das atividades, priorizando a melhor utilização do tempo, pode ser expandida, igualmente, para os recursos de máquinas. Esse tipo de distribuição também pode ser aplicado no setor de serviços, por exemplo, em operações de teleatendimento, hospitais e atividades que são realiza- das de formas sequenciais ou paralelas. Exemplo de um balanceamento de linha: Imagine que você acabou de ser nomeado(a) para implantar uma linha de montagem seriada de um produto com as seguintes operações: Quadro 2 Tarefa Duração (min) Precedência A 4 - B 2 A C 6,25 - D 2,2 A, C E 1 D F 3,4 E G 2 B H 4,9 F, G Fonte: elaborado pelo professor conteudista 9 UNIDADE Produtividade Figura 1 – Diagrama de precedências Fonte: Acervo do Conteudista Passos para a determinação do balanceamento: 1º Calcular o Tempo de Ciclo (TC); 2º Calcular o Número Teórico de operadores (NT); 3º Realizar a divisão do trabalho – agrupar tarefas; 4º Definir o Número Real de operadores (NR); 5º Calcular a Eficiência do balanceamento (EF). Exemplo prático: Dados preliminares: • Tempo disponível: 8 horas (480 minutos); • Produção requerida: 55 unidades. Calcular o TC: Forma de cálculo: • TC = tempo disponível ÷ produção requerida; • TC = 480 minutos ÷ 50 unidades; • TC = 9,6 minutos/unidade. Calcular o NT: • Necessidades para cálculo; • Somatório das durações das operações (Σt); • TC. Forma de cálculo: • NT = Σt ÷ TC; • NT = 25,75 minutos/unidade ÷ 9,6 minutos/unidade; • NT = 2,68 operadores. 10 11 Realizar a Divisão do Trabalho – Agrupar Tarefas Regra básica: Agrupar as operações de tal forma que o somatório das suas respectivas durações mais se aproxime da duração do tempo de ciclo de montagem e que, também, não seja quebrada a sequência lógica da montagem do produto. Figura 2 – Diagrama de precedências Fonte: Acervo do Conteudista Figura 3 – Diagrama de precedências Fonte:Acervo do Conteudista Figura 4 – Diagrama de precedências Fonte: Acervo do Conteudista Figura 5 – Diagrama de precedências Fonte: Acervo do Conteudista 11 UNIDADE Produtividade Lembrando que TC = 9,60 min/unid., temos: • ABG: total de 8,00 minutos (ociosidade = 1,60); • CDE: total de 9,45 minutos (ociosidade = 0,15); • FH: total de 8,30 minutos (ociosidade = 1,30). Definir o NR: É o número de operadores necessários para montar – ou produzir – os ventiladores. Forma de cálculo: NR é a soma dos postos de trabalho, considerando TC = 9,60 minutos. No exemplo em questão: NR = 3 operadores. Ou seja, 3 postos de trabalho, sendo cada um igual ou menor que 9,60 minu- tos (TC).3. Calcular a EF: O cálculo se dá pela divisão do número teórico pelo número real de operadores. Forma de cálculo: • EF = NT ÷ NR • EF = 2,68 ÷ 3 • EF = 89,33% Exemplo: Um fabricante de armários estruturou a linha de montagem para produzir 6 uni- dades por hora. A seguinte Figura representa a sequência das operações com os tempos (em minutos), onde cada operador trabalha 48 minutos por hora. Assim, pede-se para: a) Calcular o TC. b) Calcular o NT. c) Realizar a divisão do trabalho – agrupar tarefas. d) Definir o NR. e) Calcular a EF. 12 13 Figura 6 Fonte: Acervo do Conteudista Figura 7 Fonte: Acervo do Conteudista Figura 8 – d. NR = 4 operadores Fonte: Acervo do Conteudista Para conhecer mais referentes ao balanceamento de linha, leia: GOLDRATT, E. M.; COX, J. A meta: um processo de melhoria contínua. São Paulo: Nobel, 2007.Ex pl or 13 UNIDADE Produtividade Processos e Operações Processo é o percurso realizado por um material – ou informação – desde que entra na organização até que desta sai com um grau determinado de transformação. Quer na empresa manufatureira ou de serviços, um processo é constituído de diferentes operações. Ao alinharmos as ferramentas da qualidade aos processos industriais e operacionais, podemos obter ganhos por meio da melhoria dos processos, estes que podem ser subdivididos, basicamente, nos seguintes estágios: • Preliminar → à uma nova maneira de pensar; • Estágio 1 → à conceitos básicos para a melhoria: » Observar as máquinas e tentar descobrir problemas; » Reduzir os defeitos a zero; » Analisar as operações comuns a diferentes produtos. • Estágio 2 → à Como melhorar? (5W2H): » What? – o quê? » Who? – quem? » Where? – onde? » Why? – por quê? » When? – quando? » How? – como? » How much? – quanto custa? • Estágio 3 → à planejamento das melhorias – envolvimento/geração de ideias para a solução: » Pode ser eliminado? » Isto é normal? » No processo, o que é sempre fixo e o que é variável? » Há backup de dispositivos? » Há operações que podem ser realizadas em paralelo? » Pode-se mudar a sequência das operações? • Estágio 4 → à implementação das melhorias – entender o cenário – tomar diferentes ações para que a implantação dê resultado, tais como as ações de: » Prevenção; » Proteção; » Correção. 14 15 Ademais, vejamos os seguintes conceitos: • Atividade que Agrega Valor (AV) – define-se como a atividade que o cliente reconhece como válida e está disposto a remunerar a empresa pela qual; • Atividade que Não Agrega Valor (NAV) – define-se como a atividade que o cliente não reconhece como válida e não está disposto a remunerar a empresa pela qual. Figura 9 – Carta AV/NAV Fonte: Acervo do Conteudista Agregar Valor? Existe uma tendência de que as organizações modernas busquem potencializar os elementos que agregam valor a fim de reduzirem os elementos que não agregam valor, tal como descrito na Figura 10: Figura 10 Fonte: Acervo do Conteudista Para que possamos otimizar o tempo e eliminar desperdícios, é importante que seja realizada a medição das atividades, sendo uma das quais o estudo de tempos. A finalidade do estudo de tempos pode ser subdividida em etapas, a saber: 1ª Estabelecer padrões de produção; 2ª Fornecer dados para a determinação de custos; 15 UNIDADE Produtividade 3ª Fornecer dados para o balanceamento de linhas de produção. As etapas para a determinação do tempo padrão de uma operação podem ser subdivididas em: • Divisão da operação em elementos; • Determinação do número de ciclos a serem cronometrados; • Avaliação da velocidade do operador; • Determinação das tolerâncias. Os itens que compõem o atendimento às necessidades pessoais são: • Alívio da fadiga; • Determinação do tempo padrão. A divisão de operação em elementos pode ser entendida como: • As partes em que a operação pode ser dividida; • Tem a finalidade de verificar o método de trabalho e deve ser compatível com a obtenção de uma medida precisa; • Toma o cuidado de não dividir a operação em um número excessivo de elementos. Vejamos agora a determinação do número de ciclos a serem cronometrados: • Refere-se à quantidade de vezes necessárias para anotar o tempo de uma operação; • Normalmente e na prática, são realizadas entre dez e vinte cronometragens; • Se a cronometragem for realizada uma vez, teremos, então, uma única anota- ção. Mas se realizarmos várias cronometragens, precisaremos tirar uma média desses tempos; • Chamamos de Tempo Médio ou Cronometrado (TMC). Avaliação da Velocidade do Operador A velocidade V – denominada também de ritmo – do operador é determinada subjetivamente por parte do cronometrista, quem a faz referência para a, assim denominada, velocidade normal de operação – à qual é atribuído um valor de 100% (que é igual a 1,00). Determinação das tolerâncias: • Necessidades pessoais variam, em média, de 10 a 25 minutos a cada 8 horas de trabalho; 16 17 • O alívio da fadiga depende basicamente das condições do trabalho. Geralmente, varia de 10% (trabalho leve e um bom ambiente) a 50% (trabalho pesado em condições inadequadas) da jornada de trabalho; • O Fator de Tolerância (FT) é dado por: FT = 1 ÷ (1 - p), onde p é a relação entre o total de tempo parado, devido às permissões, e a jornada de trabalho. Determinação do tempo padrão: Obtidas as n cronometragens válidas, deve-se: • Calcular a média das n cronometragens, obtendo-se o Tempo Cronometrado médio (TC); • TMC = média dos tempos cronometrados. Calcular o Tempo Normal (TN): TN = TMC × V Calcular o Tempo Padrão (TP): TP = TN × FT Exemplo: Uma operação foi cronometrada 5 vezes, obtendo-se os tempos em segundos e dados a seguir. O cronometrista avaliou a velocidade da operação – valor válido para as cinco cronometragens – em 95%. A empresa considera que a operação cronometrada não exige um esforço especial e fixou um fator de tolerância de 15% sobre o tempo normal. Assim, determinar o TC, TN e TP. Tempos cronometrados (em segundos): 10,7; 11,0; 12,9; 13,4; 10,8. Solução: TMC = média das observações = 11,76 s. TN = TMC × V = 11,76 × 0,95 = 10,67 s. FT = 1,15 (dado no enunciado). TP = TN × FT = 10,67 × 1,15 = 13,77 s. Percebe-se que, considerando a velocidade da operação e posteriormente a tolerância – fadiga –, a produtividade do funcionário sofreu alterações. Por este motivo, acompanhar os aspectos humanos, sejam psicológicos ou fisiológicos, é de fundamental importância para a boa saúde do trabalhador e organização, esta que ganha com a produtividade gerada. 17 UNIDADE Produtividade Conclusão Por meio dos diversos indicadores de desempenho, é possível monitorar as atividades para a busca da produtividade e eficiência nas operações. Os sistemas produtivos de produtos e serviços devem ser estimulados para o Kaizen – melhoria contínua –, tendo nos indicadores de performance uma ferramenta valiosa para o acompanhamento e monitoramento das atividades exercidas,bem como a medição da eficiência produtiva. Os indicadores, quando bem elaborados e utilizados como ferramenta de gestão, podem contribuir para a eliminação de desperdício e a busca para o aumento de produtividade e eficiência operacional. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Produtividade e organização do trabalho na indústria FLEURY, Afonso Carlos Correa. Produtividade e organização do trabalho na indústria. Rev. Adm. Empres., São Paulo, v. 20, n. 3, jul./set. 1980. https://goo.gl/pNGKq6 Crescimento da produtividade no setor de serviços e da indústria no brasil: dinâmica e heterogeneidade JACINTO, Paulo de Andrade; RIBEIRO, Eduardo Pontual. Crescimento da produtividade no setor de serviços e da indústria no brasil: dinâmica e heterogeneidade. Econ. Apl., Ribeirão Preto, SP, v. 19, n. 3, jul./set. 2015. https://goo.gl/jijZth Indicadores de desempenho para a gestão pela qualidade total: uma proposta de sistematização MARTINS, Roberto Antonio; COSTA NETO, Pedro Luiz de Oliveira. Indicadores de desempenho para a gestão pela qualidade total: uma proposta de sistematização. Gest. Prod., São Carlos, SP, v. 5, n. 3, p. 298-311, dez. 1998. https://goo.gl/KN9HTy Produtividade e desenvolvimento RATTNER, Heinrich. Produtividade e desenvolvimento. Rev. Adm. Empres., São Paulo, v. 7, n. 25, out./dez. 1967. https://goo.gl/kMf8m7 19 UNIDADE Produtividade Referências SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; HARLAND, Christine. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2012. 20
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