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RESUMO RAIZ

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Raiz 
Peço perdão a todos pelo tamanho, mas eu não assisti a essa aula para saber o que foi dito. Se vocês julgarem que 
determinado trecho não é importante, simplesmente parem de ler e passem para o próximo parágrafo. Se o próximo 
parágrafo também não foi importante... Bem, vocês já sabem. 
A raiz é uma estrutura axial relativamente simples quando comparada ao caule. O desenvolvimento do meristema apical da raiz do embrião resulta 
na formação da raiz primária. Nas gimnospermas e dicotiledôneas, a raiz primária e suas ramificações constituem o sistema radicular pivotante. 
Nas monocotiledôneas, a raiz primária, em geral, desenvolve-se por um curto período de tempo, de tal forma que o sistema radicular é formado 
pelas raízes adventícias que se originam no caule, formando o sistema radicular fasciculado. 
Através da morfologia externa, as partes constituintes que podem ser observadas nas raízes são a coifa, zona lisa ou de crescimento, zona pilífera 
e zona de ramificação. Anatomicamente são reconhecidas as regiões de divisão celular (corresponde à combinação do meristema apical mais a 
porção da raiz onde as divisões celulares ocorrem), de alongamento (o alongamento das células nessa região resulta em um aumento do 
comprimento da raiz) e de maturação (local em que a maioria dos tecidos primários completa seu desenvolvimento). É importante observar a 
transição gradual entre uma região da raiz para a outra. As regiões não estão precisamente delimitadas. 
As raízes são órgãos especializados em fixação, absorção, reserva e condução. No entanto, outras funções importantes relacionadas às adaptações 
são observadas nas seguintes raízes: grampiformes, ou aderentes; estranguladoras; pneumatóforos; escoras; tabulares; de reserva; haustórios; 
contrácteis; e gemíferas. 
Associações que levam a adaptações especiais também são verificadas nas raízes. Micorrizas são associações de raízes e fungos. Os fungos 
parecem ter a função de converter minerais do solo (como o fósforo) e matéria orgânica degradada em formas assimiláveis ao hospedeiro. Em 
troca, o hospedeiro produz açúcares, aminoácidos e outros materiais orgânicos acessíveis ao fungo. Myrmecodia echinata possui raiz tuberosa 
repleta de domáceas, que são câmaras que servem como abrigo para as formigas. A associação entre bactérias dos gêneros Rhizobium ou 
Bradyrhizobium e as raízes de leguminosas origina os nódulos radiculares fixadores de nitrogênio. Algumas não-leguminosas fixam nitrogênio em 
nódulos formados em associação com outros microrganismos, como Alnus (uma planta arbórea) e Frankia (uma bactérias filamentosa). 
Origem e formação dos tecidos 
No interior da semente, o embrião consiste de um eixo hipocótilo-radicular, com um ou mais cotilédones na sua parte superior e na sua porção 
inferior está a radícula, ou primórdio do sistema radicular, já se revestida pela coifa. Em muitas espécies a radícula não passa de um conjunto de 
células meristemáticas, enquanto que em outras, a radícula já apresenta mais diferenciada. 
Quando a semente germina a primeira estrutura a emergir é a radícula, que é responsável pela formação da primeira raiz da planta. Nas 
gimnospermas e dicotiledôneas esta raiz, geralmente, permanece toda a vida da planta e a partir dela se formam as raízes laterais. Nas 
monocotiledôneas, a raiz primária degenera-se precocemente e o sistema radicular que se desenvolve a seguir, é formado por numerosas raízes 
adventícias, que originam-se do hipocótilo, região caulinar acima da radícula. Em algumas monocotiledôneas, essas raízes adventícias iniciam o seu 
desenvolvimento ainda no próprio embrião. 
Meristema apical da raiz 
O principal fenômeno da origem da raiz no embrião é a organização do meristema apical na extremidade inferior do hipocótilo. 
O ápice da raiz é coberto por uma coifa, estrutura protetora do meristema apical em crescimento. A coifa tem origem no caliptrogênio, que é 
parte do meristema apical da raiz e é formada de células parenquimáticas, vivas e que contêm amido. As paredes da periferia da coifa e as voltadas 
para o interior da raiz parecem possuir consistência mucilaginosa que lubrifica a raiz durante a sua passagem através do solo e facilita a eliminação 
das células periféricas e a separação da coifa dos flancos da raiz em crescimento. Na mesma velocidade em que as células da coifa são 
descamadas, novas células são adicionadas pelo meristema apical. 
Além de proteger o meristema apical e ajudar a raiz a penetrar no solo, a coifa também desempenha outra função importante, ou seja, controla as 
resposta da raiz a gravidade. Se uma plântula for colocada horizontalmente, a distribuição de auxina na raiz ocorre de tal forma, que a sua 
concentração será maior na região inferior, se comparada com a região superior. Como as células da raiz são mais sensíveis à auxina, este aumento 
da sua concentração no lado inferior inibe a expansão celular, resultando numa curvatura para baixo, à medida que as células no lado superior da 
raiz expandem-se mais rapidamente que as do lado de baixo. A percepção da gravidade está correlacionada com a sedimentação dos estatólitos, 
que são grandes amiloplastos dentro de células específicas da coifa, particularmente na columela (região central da coifa, especialmente se as 
células ocorrem em fileiras extremamente ordenadas). 
No ápice da raiz, o promeristema tem organização definida e variável nos diferentes grupos vegetais. Foram reconhecidos dois tipos principais de 
organização. No primeiro, as três regiões – cilindro vascular, córtex e coifa – tem, cada qual, a própria fileira de células iniciais (organização apical 
do tipo fechado); no segundo, todas as regiões têm iniciais comuns (organização apical do tipo aberto). 
Com relação ao meristema, o termo “inicial” é utilizado para denominar a célula que se divide repetidamente; no entanto, ela mesma permanece 
meristemática. Estudos do promeristema radicular indicam certa inatividade das células iniciais, apesar da atividade mitótica mais intensa ocorrer 
a uma pequena distância destas células. Assim, o promeristema é constituído por um corpo de células iniciais centrais quiescentes (centro 
quiescente) e pelas camadas de células periféricas que se dividem ativamente. As variações na distribuição das mitoses e no grau de aumento do 
volume celular contribuem para a diferenciação inicial das diversas regiões tissulares. 
Apesar do nome, o centro quiescente não é totalmente desprovido de divisões celulares em condições normais. Além disso, o centro quiescente é 
capaz de repovoar as regiões meristemáticas vizinhas, quando elas são danificadas. 
Os tecidos meristemáticos primários – protoderme, meristema fundamental e procâmbio – dão origem, respectivamente, a epiderme, ao córtex e 
ao cilindro vascular, constituindo a estrutura primária da raiz. 
Uma das características mais evidentes da diferenciação epidérmica é o aparecimento dos pelos radiculares, os quais atingem seu maior 
desenvolvimento além da zona de alongamento, aproximadamente no nível em que tem início a maturação do xilema. 
O córtex aumenta em diâmetro em decorrência de divisões periclinais e do aumento radial das células. O número de divisões que ocorre no córtex 
é limitado e, ao final do desenvolvimento primário da raiz, a camada mais interna é denominada endoderme (última camada de córtex antes do 
cilindro vascular), caracterizada pela presença das estrias de Caspary. 
Na diferenciação do cilindro vascular, em geral, o periciclo (estrutura que se encontra na raiz das plantas vasculares. É um conjunto de células que 
corresponde à camada mais externa do cilindro vascular, estando localizado externamente ao floema, porém abaixo da endoderme) é a primeira 
região identificável. A diferenciação vascular tem início com uma crescente vacuolização e aumento dos elementos traqueais do metaxilema. 
Posteriormente, ocorre a maturação dos primeiros elementosdo floema (protofloema) e, a seguir, os primeiros elementos do protoxilema 
localizados junto ao periciclo desenvolvem paredes secundárias e amadurecem. 
Estrutura primária da raiz 
O corte transversal da estrutura primária da raiz revela nítida separação entre os três sistemas de tecidos: dérmico, fundamental e vascular. 
Epiderme 
A epiderme, em geral, é unisseriada, com células vivas, de paredes primárias e cutícua delgada. Algumas células epidérmicas sofrem expansão 
tubular e de diferenciam em pelos radiculares, aumentando a superfície de absorção. Identifica-se fina cutícula junto à epiderme, na região de 
absorção de algumas raízes. As paredes das células da epiderme oferecem pouca resistência à passagem de água e sais minerais para o interior da 
raiz. Nas espécies onde a epiderme persiste por mais tempo, nas regiões mais velhas, as paredes de suas células podem apresentar maior 
cutinização ou até mesmo podem sofrer suberinização. 
Em raízes aéreas de algumas orquidáceas, integrantes epífitas da família Araceae e de outras monocotiledôneas terrestres, há uma epiderme 
múltipla constituída de células mortas com paredes espessadas denominada velame, que dá proteção mecânica ao córtex e reduz a perda de água 
ao funcionar como uma barreira mecânica. 
Córtex 
Corresponde à região compreendida entre a epiderme e o cilindro vascular. É constituído por várias camadas de células parenquimáticas 
isodiamétricas que, normalmente, não apresentam cloroplastos, mas contêm amido. 
Algumas raízes desenvolvem uma camada especializada, a exoderme, abaixo da epiderme e do velame. A exoderme corresponde à camada mais 
externa do córtex, com uma ou mais células de espessura, cujas paredes desenvolvem estrias de Caspary e podem constituir uma barreira 
apoplástica ao fluxo da água e dos íons (água e íons só conseguem atravessar para dentro da raiz se passarem através da parede celular, por 
dentro da célula). 
As células do córtex apresentam, geralmente, disposição radiada, podendo-se verificar, algumas vezes, diferenciação entre o córtex externo e o 
interno. Os espaços intercelulares são proeminentes no córtex da raiz. Em plantas aquáticas, estes espaços são muito desenvolvidos, formando um 
aerênquima típico. 
Ao contrário do restante do córtex, a camada mais interna, a endoderme, possui um arranjo compacto e carece de espaços intercelulares. Essa 
camada é caracterizada pela presença de estrias de Caspary em suas paredes radiais e transversais. A estria, que lembra uma fita, está presente na 
porção média da parede primária e é composta por lignina, suberina, celulose e outros carboidratos e proteínas da parede celular. Firmemente 
aderida à estria, encontramos a membrana plasmática. Visto que a endoderme é compacta e as estrias de Caspary são pouco permeáveis à água e 
íons, todas as substâncias que entram e saem do cilindro vascular normalmente passam pelo protoplasto das células da endoderme. Portanto, a 
endoderme tem uma função extremamente importante na raiz, que é desviar o fluxo de solutos do apoplasto (via espaços intercelulares e paredes 
celulares) para o simplasto (através da membrana ou dos numerosos plasmodesmos que fazem conexão citoplasmática das células da endoderme 
com as células vizinhas, tanto no córtex como no cilindro vascular). 
A endoderme e a exoderme (quando presente) diminuem o refluxo de íons acumulados no cilindro vascular e no córtex, dificultando a sua perda 
para a solução do solo. As estrias de Caspary agem também para fazer a seleção do que entra no cilindro vascular, buscando evitar a entrada de 
microrganismos, uma função de defesa. 
Nas raízes que não apresentam crescimento secundário, o córtex é mantido e verifica-se um depósito adicional de camadas de suberina alternadas 
com camadas de ceras nas paredes tangenciais da endoderme. Em seguida, há deposição de celulose e lignina. Se esta acontece apenas na parede 
interna, forma-se um espessamento em U, e se ocorre nas paredes externa e interna, é formado o espessamento em O. Em geral, as células da 
endoderme opostas aos pólos do protoxilema retêm as estrias de Caspary e não sofrem espessamentos adicionais, sendo denominadas células de 
passagem. 
As raízes das plantas parasitas, geralmente, não apresentam endoderme, uma vez que a seleção do material a ser transportado nestas plantas, já 
foi feita pela endoderme da planta hospedeira. 
Cilindro vascular 
Compreende uma ou mais camadas de células não vasculares – o periciclo – e tecidos vasculares. Localizado entre a endoderme e os tecidos 
vasculares (xilema e floema), o periciclo, em geral, é unisseriado e pode ser constituído de parênquima ou conter esclerênquima. No periciclo têm 
origem as raízes laterais e parte do câmbio e, em muitas raízes, o felogênio. Nas monocotiledôneas que não apresentam crescimento secundário, 
frequentemente, o periciclo torna-se esclerificado (lignificado) nas regiões mais velhas da raiz. 
Na raiz, ao contrário dos demais órgãos do vegetal, os tecidos vasculares não formam feixes vasculares. O xilema, geralmente, forma um maciço 
sólido provido de projeções (arcos) que se dirigem em direção ao periciclo; neste caso, o cilindro vascular é sólido. Os cordões de floema alternam-
se com os arcos do xilema. O número de arcos é variável, e as raízes podem ser denominadas diarcas (dois arcos) e poliarcas (cinco ou mais arcos). 
As raízes de dicotiledôneas são, frequentemente, diarcas, triarcas, ou tetrarcas. A raiz primária de espécies de monocotiledôneas possuem poucos 
polos, como visto nas dicotiledôneas, mas as raízes adventícias são poliarcas e apresentam número de polos, chegando a mais de 100 em Palmae. 
No entanto, apesar de o número de polos de protoxilema ser característico para os grupos vegetais, a variação no número de polos de protoxilema 
pode existir até mesmo em uma mesma raiz. Muitas vezes nas regiões apicais (mais jovens), o xilema apresenta um menor número de polos de 
protoxilema, quando comparado às regiões distais (mais velhas). 
 O xilema é exarco, pois a maturação dos elementos traqueais ocorre centripetamente, ou seja, os elementos de protoxilema estão voltados para a 
periferia do órgão e os elementos de metaxilema, para o interior. Se o xilema não se diferencia no centro da raiz, esse é ocupado por uma medula 
constituída de parênquima ou esclerênquima; neste caso, o cilindro vascular é oco. No floema, o processo é o mesmo. Os polos de protofloema 
ocorrem externamente ao metafloema. 
Em geral, as raízes adventícias, presentes em todas as monocotiledôneas e em muitas dicotiledôneas, são sifonostélicas, pois se originam do caule 
e, a exemplo deste, apresentam parênquima medular originado do meristema fundamental e, portanto, possuem cilindro vascular oco. O que 
determina a presença ou não de medula nas raízes adventícias é o número de arcos de xilema primário. Raízes adventícias com poucos arcos 
podem ter medula ausente. Nas dicotiledôneas e gimnospermas, as raízes que são oriundas da radícula do embrião são protostélicas, pois o 
cilindro vascular é sólido. Se houver parênquima, este é potencialmente vascular, pois se origina do procâmbio. Alguns botânicos interpretam 
qualquer medula presente como advinda do procâmbio, logo parte do sistema vascular. 
Raízes laterais 
Elas aparecem a certa distância do meristema apical, na zona de ramificação, e possuem origem endógena a partir de divisões anticlinais e 
periclinais do periciclo. A raiz lateral jovem, ou primórdio de raiz, apresenta coifa, meristema apical e tecidos meristemáticos primários. Com o 
desenvolvimento, o primórdio aumenta em tamanho e se projeta para o córtex, possivelmente secretando enzimas que “digerem” algumas células 
corticais, ou afastando mecanicamente as células corticais localizadas no seu caminho. Há conexão vascular quando os tecidos vasculares da raiz 
lateral se ligam aos tecidos vasculares da raiz de origem. 
Estruturasecundária da raiz 
As raízes de gimnospermas e dicotiledôneas, em geral, apresentam crescimento secundário. Tal crescimento resulta da atividade de dois 
meristemas secundários ou laterais – câmbio e felogênio. 
O câmbio origina-se das divisões das células do procâmbio que permanecem indiferenciadas entre o floema e o xilema primários. Por esse motivo, 
o câmbio apresenta inicialmente o formato de faixas, cujo número depende do tipo de raiz; por exemplo, numa raiz tetrarca há quatro faixas 
cambiais. Em seguida, as células do periciclo, localizadas opostas aos pólos de protoxilema, dividem-se e conectam-se as faixas cambiais e, 
consequentemente, o câmbio envolve completamente o xilema. Este câmbio apresenta o mesmo formato do xilema; por exemplo, em cortes 
transversais, possui formato quadrangular nas raízes tetrarcas. Com a formação do xilema secundário em posição oposta ao floema, o câmbio é 
deslocado para a periferia, apresentando formato circular. 
O câmbio de origem procambial (formado na face interna do floema) produz todos os elementos dos sistemas axial e radial dos tecidos condutores 
secundários, e o câmbio que tem origem no periciclo forma apenas parênquima radial. Os raios produzidos pelo câmbio de origem pericíclica 
(oposto aos pólos de protoxilema), frequentemente, são os mais largos. 
O felogênio pode se originar de qualquer camada da região cortical ou, ainda, com maior frequência, da região pericíclica. Com o funcionamento 
do felogênio, surge a periderme, que é formada de súber, localizado externamente, e felogênio e feloderme, localizados internamente. Algumas 
regiões da periderme permitem as trocas gasosas entre a raiz e a atmosfera do solo. Essas regiões correspondem às lenticelas, áreas esponjosas na 
periderme com numerosos espaços intercelulares, que permitem a passagem do ar. 
A combinação do aumento em espessura dos tecidos vasculares e do periciclo força o córtex em direção à periferia. Este, não aumentando em 
circunferência, rompe-se e é eliminado junto com a epiderme. Nas raízes de reserva, ao contrário do descrito acima, a periderme, geralmente se 
forma superficialmente, como nos caules, não havendo, portanto, a perda da região cortical (que apresenta substâncias de reserva) com o 
crescimento secundário. 
Variações no crescimento secundário 
As raízes que armazenam reservas apresentam variações na atividade do câmbio, resultando em estruturas secundárias que fogem ao padrão 
comum, denominadas estruturas não-usuais. 
Raízes de reserva ou tuberosas 
Muitas raízes são importantes órgãos de reserva e algumas delas, tais como as de cenoura, beterraba e batata-doce, estão especificamente 
adaptadas para o armazenamento de substâncias. As substâncias orgânicas produzidas pelas partes aéreas, nas regiões fotossintetizantes da 
planta, deslocam-se para baixo pelo floema para os tecidos de reserva da raiz. Essas substâncias podem ser usadas pela própria raiz, mas, muito 
frequentemente, as substâncias armazenadas são digeridas e os produtos são transportados pelo floema de volta às partes aéreas. Nas plantas 
bienais, que completam seu ciclo de vida em um período de dois anos, como, por exemplo, a beterraba ou a cenoura, uma grande quantidade de 
substâncias é acumulada nas regiões de reserva durante o primeiro ano. Essas reservas são então usadas no segundo ano para produzir flores, 
frutos e sementes. 
As raízes tuberosas desenvolvem-se por meio de: a) proliferação de parênquima nos tecidos vasculares secundários, como ocorre na cenoura; b) 
câmbios acessórios (supranumerários) – o câmbio original produz relativamente poucos tecidos vasculares secundários no centro da raiz. Os 
câmbios supranumerários, formados em camadas concêntricas e não associados ao câmbio original, produzem camadas de crescimento que 
correspondem a xilema repleto de parênquima, para dentro, e floema, para fora, como ocorre na beterraba; c) câmbios adicionais, como visto na 
batata-doce. O processo inicia-se a semelhança da cenoura (com proliferação de parênquima nos tecidos vasculares secundários); entretanto, as 
células do câmbio adicional desenvolvem-se ao redor de elementos de vasos isolados ou agrupados no xilema secundário. Estes câmbios 
produzem poucos elementos traqueais próximo aos vasos e poucos elementos crivados distante deles, e dão origem ao parênquima de reserva em 
ambas as direções. 
Raízes adventícias 
São raízes que se originam em partes aéreas das plantas, em caules subterrâneos e em regiões mais ou menos velhas das próprias raízes. Podem 
desenvolver-se em plantas intactas crescendo em condições naturais ou após sofrer algum tipo de estímulo. Desempenham papel importante na 
propagação vegetativa das plantas e, desse modo, este fenômeno tem sido explorado nas pesquisas de fitormônios bem como em processos de 
micropropagação in vitro. A origem destas raízes, assim como a das laterais, é endógena. As raízes adventícias formam-se nas proximidades dos 
tecidos vasculares (na região do periciclo) e crescem entre os tecidos localizados ao redor do seu ponto de origem. O desenvolvimento destas 
raízes é semelhante aos das laterais. 
As raízes aéreas de algumas plantas atuam como as raízes-escoras para a função de suporte, como no milho. Quando essas raízes de sustentação 
do caule entram em contato com o solo, ramificam-se e começam a atuar na absorção de água e nutrientes minerais. As raízes-suporte são 
produzidas nos caules e ramos de muitas árvores tropicais, como o mangue-vermelho (Rhizophora mangle), a figueira-de-bengala (Ficus 
benghalensis) e algumas palmeiras. Outras raízes aéreas, como as da hera (Hedera helix), aderem-se a diferentes superfícies, tais como paredes, e 
servem de suporte para o caule escandente. 
As raízes necessitam de oxigênio para a respiração, e, por esta razão, a maioria das plantas não pode viver em solos com drenagem inadequada e, 
consequentemente, sem espaços para o armazenamento de ar. Em algumas árvores que crescem em habitats brejosos, porções das raízes crescem 
para fora da água. Por isso, as raízes dessas árvores servem não somente para a fixação, mas também para a aeração do sistema radicular. Por 
exemplo, os sistemas radiculares do mangue-preto (Avicennia germinans) e do mangue-branco (Laguncularia racemosa) desenvolvem extensões, 
denominadas raízes de aeração ou pneumatóforos, que crescem para cima (contra gravidade ou com gravitropismo negativo) e para fora do solo 
lodoso, fornecendo, assim, uma aeração adequada por meio de numerosas lenticelas e de um córtex largo composto de aerênquima. 
Raízes gemíferas 
A formação de gemas caulinares em raízes, embora seja um fenômeno comum em plantas herbáceas, apenas recentemente vem sendo 
confirmada em espécies arbóreas de florestas tropicais brasileiras. Existem dois tipos de gemas radiculares, as adicionais e as reparativas. As 
gemas adicionais são formadas num sistema radicular não perturbado e tendem a ser endógenas na origem. Durante o crescimento secundário da 
raiz, podem tornar-se perenes ao crescerem simultaneamente com o câmbio, de modo que traços vasculares são produzidos no xilema secundário. 
Por outro lado, gemas reparativas são formadas, de novo, em resposta a senescência, injurias ou outros tipos de pertubação, em qualquer período 
do crescimento secundário da raiz. Tipicamente, são de origem exógena, podendo os traços vasculares ser ausentes, ou se presentes, não atingir o 
centro da raiz. 
Nódulos de raiz 
Várias espécies apresentam suas raízes associadas à bactérias fixadoras de nitrogênio. Entre estas bactérias as mais comuns são as do gênero 
Rizobium, que invadem as raízes das leguminosas como, por exemplo, no feijão, ervilha, alfafa, soja, etc. 
A bactéria penetra através dos pelos absorventes, quando a planta ainda é bem jovem. Já no interior do vegetal, essas bactérias se deslocam 
através dos filamentos de infecção, que são canais de celuloseproduzidos pelas próprias células da raiz e se multiplicam intensamente. O 
crescimento desses filamentos no interior do córtex da raiz induz uma intensa proliferação das células parenquimáticas, formando os nódulos, 
visíveis macroscopicamente. Ramificações dos tecidos vasculares conectam o cilindro vascular da raiz com estes nódulos, indicando a existência de 
um sistema de transporte para troca de nutrientes entre as bactérias e a raiz. 
Estas bactérias são capazes de absorver o nitrogênio do solo e convertê-lo em compostos assimiláveis pelo vegetal e, em contrapartida, recebem 
açúcares e outros nutrientes orgânicos do vegetal. 
Micorrizas 
As raízes de várias espécies apresentam uma associação peculiar com determinados fungos, que desempenham um importante papel na nutrição 
destas espécies. Tais associações são denominadas micorrizas e, acredita-se que, pelo menos, 80% das espécies dos vegetais superiores 
apresentam micorrizas associadas às suas raízes. São dois os tipos principais de micorrizas, dependendo da relação entre o fungo e as células 
corticais: 
 ectomicorrizas - quando o fungo envolve o ápice radicular, como um manto, e atinge a região cortical penetrando por entre os espaços 
intercelulares, sem, no entanto, penetrar no interior das células corticais. 
 endomicorrizas - o tipo mais comum, onde o fungo forma um envoltório menos denso, ao redor do ápice radicular e ao penetrar a raiz, 
invade o interior das células corticais. 
Nestes dois casos, apesar de invadir da região cortical, o fungo não afeta o desenvolvimento da raiz. A principal função atribuída à estes fungos 
nestas associações, parece ser a de absorver o fósforo do solo e transportá-lo para o vegetal. Por sua vez, as raízes estariam secretando e 
fornecendo aos fungos, açúcares, aminoácidos e outras substâncias orgânicas necessárias ao seu desenvolvimento. 
As micorrizas, geralmente, infectam as raízes finas apresentes nos 15cm superiores do solo, uma área onde os nutrientes estão mais presentes, as 
chamadas raízes de nutrição, que estão ativamente envolvidas na absorção de água e íons minerais. 
Balanço entre os sistemas radicular e caulinar 
Em uma planta em crescimento é mantido um balanço entre a área da superfície disponível para a produção de alimentos (a superfície 
fotossintetizante) e a área da superfície disponível para a absorção de água e de íons minerais. Esse balanço funcional, que ocorre entre as raízes 
finas e a área das folhas, pode ser expresso em uma razão: razão raiz:sistema caulinar. Nas plântulas, a superfície total de absorção de água e de 
íons minerais é bem maior que a superfície fotossintetizante. Entretanto, à medida que a planta envelhece, esta relação decresce gradualmente. 
Se houver um dano ao sistema radicular, que cause considerável redução na sua superfície de absorção, o crescimento do sistema caulinar é 
reduzido, pela falta de água, íons minerais e dos hormônios produzidos pela raiz. Por sua vez, a redução no tamanho do sistema caulinar também 
limita o crescimento do sistema radicular, devido à redução na disponibilidade para a raiz de carboidratos e hormônios produzidos pelo caule. As 
raízes finas geralmente são de vida curta e persistem, em média, apenas alguns meses, embora algumas possam viver muito mais tempo. As raízes 
finas de vida curta das árvores estão em um estado de constante fluxo, com ocorrência simultânea de sua morte e substituição. Mesmo quando as 
plantas são cuidadosamente transplantadas, o balanço entre os sistemas caulinar e radicular é invariavelmente perturbado. Quando uma planta é 
retirada do solo para ser transplantada, grande parte das finas raízes de nutrição são arrancadas. Assim, podar a parte aérea ajuda a restabelecer o 
balanço entre os sistemas radicular e caulinar, o que também pode ser conseguido plantando-a em um vaso maior.

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