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resumo penal p2 corrigido2

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DIREITO PENAL I
RESUMO P2
Teoria do Crime
O QUE É
	Parte da dogmática jurídico-penal que estudo o crime como fato punível, do ponto de vista jurídico, para estabelecer e analisar suas características gerais, bem como suas formas especiais de aparecimento.
	Nossa matriz teórica deriva do sistema penal romano-germânico, que é extremamente dogmático e tem um viés mais formalista – “sistema de caixinhas”. Surgiu na unificação da Alemanha e Itália, para unificar os sistemas penais dos territórios.
O ILÍCITO PENAL
	Há uma separação bipartidária das espécies de ilícitos penais, que foi criada pelo art. 1º da antiga lei de introdução ao CP, que estabeleceu um critério que continua em vigor:
Crime ou delito – são os fatos puníveis mais graves; “pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. ”
Contravenção – são os fatos puníveis menos graves; “pena de prisão simples, ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. “
Ilícito penal se difere do civil por conta de sua consequência jurídica, que é a pena, mais grave que a consequência do direito civil.
CONCEITO DE CRIME
	A elaboração do conceito de crime compete à doutrina. Não existe, no CP vigente, definição de crime – isso aconteceu para que se evitasse que pudessem gerar dificuldade à aplicação geral da lei. Os conceitos existentes são:
Conceito material – pode ser chamado, também, de criminológico. Suposto crime não deve ser criminoso somente para o legislador, mas sim a partir da realidade material. Ou seja, deve ter reprovabilidade social máxima, contrastando violentamente com os valores da sociedade. 
CRÍTICA: Seria difícil mensurar e determinar o consenso de que algo é reprovável em sociedade. Por conta disso, é possível afirmar que não existe tal conceito independente da previsão legal; crime é, necessariamente, um conceito normativo.
Conceito formal – crime seria a conduta humana que viola a norma penal. Ou seja, crime é o que a lei determinar.
CRÍTICA: Por não haver uma análise de valor, pode haver uma concepção acrítica de crime. Além disso, quem cria normas penais é o Congresso Nacional, que não possui nenhuma tecnicidade de matéria penal.
Conceito analítico – crime seria ação ou omissão típica, ilícita e culpável, nessa ordem. É o modelo por nós utilizado e previsto no CP.
TEORIAS DO CRIME
Clássica/Naturalista
Sua criação foi no contexto monárquico, em que existiram tentativas dogmáticas para criar conceitos objetivos de ação, para fugir do autoritarismo. Proveniente do século XVIII/XIX, é chamada de clássica por ter sido a primeira a buscar um conceito científico e racional de crime. É chamada também de naturalista por ter buscado um conceito natural e meramente objetivo de crime, do qual qualquer “inteligência medíocre” pudesse compreender o conteúdo da norma. Houve uma tentativa de descrever tudo por parte do legislador para que não fosse feito nenhum tipo de interpretação pelo juiz, que deveria apenas aplicar a norma abstrata ao caso concreto. Uma das críticas é que é impossível descrever todas as condutas humanas.
O conceito de ação era o causalista, e típica era a conduta meramente objetiva-descritiva – ou seja, não havia nenhuma verificação da vontade do agente, somente a adequação do resultado da ação ao tipo descrito. A antijuricidade era também objetiva, não havendo análise subjetiva do fato, e normativa porque derivava de situações autorizadas em lei. Já a culpabilidade era a relação psicológica entre o autor e o fato – era aqui que estava inserido genericamente o dolo e a culpa. Assim, a culpabilidade era subjetiva-descritiva.
Assim, além das críticas ao causalismo, também existiam as seguintes problemáticas:
Impossibilidade de fazer análise valorativa do tipo
O fato da ilicitude meramente normativa não apresentar causas legais de justificação, além de ser preciso fazer uma análise subjetiva da antijuridicidade.
Neokantista (ou neoclássica)
Compartilhava o conceito de ação com a teoria clássica, mas mudou o direcionamento do crime para a perseguição de fins de justiça do Direito, ou seja, apresentando uma incorporação valorativa ao conceito puramente dogmático.
Essa teoria é do século XX – marcado pelas Guerras Mundiais, em que os conceitos de justiça ficaram mais vagos – e foi profundamente criticada pela vagueza do que seriam os fins de justiça perseguidos pelo Direito.
OBS: Escola de Kiel – foi a escola desenvolvida pelos nazistas e “morreu” com eles.
Finalista
Teoria utilizada por nós, mas não a mais recente. A teoria finalista transportou o dolo (dolo e culpa) para o tipo, que na teoria clássica era meramente objetivo-descritiva, fazendo com que a partir daquele momento exista uma análise subjetiva de uma determinada conduta. Antes, culpa e dolo eram genericamente incluídos em culpabilidade, sem uma clara distinção entre eles. Agora, o dolo e a culpa estão inseridos na tipicidade, o que faz com que tenha que ser analisada a tipicidade objetiva e subjetiva de cada conduta.
Funcionalistas
Racional-teleológica – Roxin
Sua teoria traz, assim como a corrente neokantista, uma acepção valorativa, mas sem ser tão vaga, ao incorporar à teoria do crime a acepção de política criminal e a teoria da finalidade da pena a partir da lógica de prevenção, tanto geral quanto específica.
Roxin desenvolve a ideia da imputação objetiva, em que há a ideia de riscos. Neste momento, basta saber que é incorporada à teoria do crime a ideia de risco não permitido e risco não tolerado (melhor explicado em teorias da imputação objetiva).
Com relação à prevenção geral e específica, ela é feita a partir de um alargamento da acepção de culpabilidade – que é a reprovabilidade do indivíduo. Ou seja, além dessa reprovabilidade, teria de ser verificada a necessidade e finalidade na aplicação de uma pena – tanto para efeito geral da norma, genérica para todos em sociedade, quanto especial, para o indivíduo para o qual a sanção será aplicada.
Sistêmica – Jakobs
Jakobs adota a chamada teoria dos sistemas, ou seja, que a teoria do delito só pode ser verdadeiramente compreendida a partir da função que tem a desempenhar em um sistema. Dessa forma, inverte a lógica de definir crime e depois a pena. Ele conceitua o crime a partir de sua pena.
Com a teoria dos papeis, desenvolvida a partir da teoria dos sistemas, os indivíduos têm papeis na sociedade e, quanto o ferem, há uma violação a norma (melhor explicado nas teorias da imputação objetiva).
Nesse sentido, defende a tese de que crime seria a violação de expectativas sociais desempenhadas pelo indivíduo e geraria a necessidade de reafirmação da vigência da norma penal por meio da punição. Baseia-se numa noção de prevenção geral positiva, na qual incentiva comportamentos conforme a lei.
Assim, Jakobs desconsidera a proteção de bens jurídicos como função do sistema penal, que pode até ocorrer indiretamente, mas não é fundamental.
A primeira crítica é a de que essa teoria dificulta a aplicação do princípio da insignificância ou da bagatela, justamente por não dar relevo a bens jurídicos. A segunda é que, pretendendo dessa forma a vigência da norma penal, desconsidera-se o indivíduo, transformando-o em meio para proteger a função do direito penal. Portanto, tal teoria violaria o princípio da dignidade humana. Isso resultaria no que o próprio Jakobs chama de “direito penal do inimigo”, no qual haveria extrema desconsideração do indivíduo.
Teoria da conduta
	A Parte Geral do CP se filia ao pensamento finalista, ou seja, ao conceito final de ação. Tal conceito determina que a conduta é um comportamento humano finalisticamente orientado, ou seja, é dirigido a um fim. Então o que caracteriza a ação é o fim, não a atividade corporal por si só, que pode não ter finalidade alguma.
	OBS: o fato de não ter a intenção não exclui sua ação ou finalidade; pode existir finalidade distinta.
	Para excluir a ação, comportamento não pode ter finalidade. Omissão não é sinônimo de inatividade corporal; é a noção jurídica de possibilidadeou dever de agir. As razões excludentes da ação são:
Coação física irresistível – não há como expressar vontade, alguém está usando seu corpo de alguma maneira diversa a que você quer para cometer um crime.
Atos reflexos – movimentações corporais não controladas. 
OBS: reação a um susto normalmente não é considerada atos reflexos, pois ainda que a pessoa possa reagir de forma irrefletida, usualmente ela tem uma finalidade.
Estado de absoluta inconsciência – cobre normalmente os casos relacionados ao sono; quando esse é agitado ou a pessoa é sonâmbula.
OBS: a hipnose não é normalmente tratada como análoga ao sono, pois ainda há alguma consciência.
	Não deixa de ser ação, no entanto, os movimentos impulsivos ou instintivos, das chamadas ações em curto circuito, e os movimentos habituais ou mecânicos (resultantes de prolongada repetição dos mesmos movimentos), pois são suscetíveis de dominação finalística, integrando-se em atividade dirigida a um fim.
Não basta, para causar a ação, a simples voluntariedade, ou seja, somente o conteúdo psicológico. Ninguém pratica crime enquanto se limita a idealizar ou desejar a realização de uma conduta punível.
TEORIAS DA AÇÃO
Causalismo - Beling
É proveniente do século XVIII, dentro do movimento clássico. O causalismo defende que ação é comportamento de um indivíduo que gera resultado. Ou seja, não há valoração subjetiva, não fazendo, dessa forma, menção à intenção. 
Neokantismo
Apresentou críticas à proposta causalista, mostrando seus problemas, mas não apresentou uma solução ou um novo conceito de ação:
Se a ação necessita de resultado, não se pune a tentativa.
Não há punição da omissão, pois omissão não gera resultado, mas sim deixa de impedir sua realização.
Um conceito extremamente objetivo como esse exclui qualquer subjetividade do indivíduo, o que faz com que não haja o reconhecimento de elementos subjetivos do tipo, ou seja, aqueles que dependem de valoração.
.
Teoria Social
Momento histórico do advento do socialismo. Nessa teoria, é admitido o conceito de ação finalista, mas pretende-se adicionar a verificação da adequação social da conduta para pensar em tipicidade, por acreditar que os componentes externo e interno causam distorções.
Dessa forma, se uma lei se tornou anacrônica, ela não é mais típica, pois apesar de externa e internamente adequada, socialmente ela não cabe mais. Pode-se dizer que o princípio da adaptação social ganharia uma superimportância, pois se tornaria requisito direto na caracterização e delimitação de uma conduta criminosa.
	A crítica a essa corrente é a falta de clareza do conceito de relevância social, pois nunca se esclareceu satisfatoriamente o seu significado e abrangência.
Funcionalismo
São um compilado de doutrinas que trazem para a dogmática um aspecto próprio da política criminal ou sistêmica. São elas:
Funcionalismo racional-teleológico – Roxin
Defende que a ideia de que o Direito Penal tem o objetivo de proteger bem jurídico e que a função da pena deverá também apresentar um caráter de prevenção especial, ou seja, de evitar que o indivíduo volte a delinquir.
Roxin adota o conceito pessoal de ação, em que ação seria toda conduta positiva ou negativa (ação ou omissão) que expresse a personalidade do sujeito. A partir daí, pode-se estabelecer se o sujeito vai ou não voltar a delinquir. Dessa maneira, uma pena jamais será aplicada se houver certeza de que não ocorrerá reincidência. Só haveria necessidade de pena quando houvesse a necessidade de prevenção especial de evitar a reincidência.
Assim, é dada à ação função preventiva-geral, pois ao tipificar aquela conduta, o que se pretende é evitar a realização da mesma de uma maneira geral, visando as pessoas em sociedade e não um sujeito determinado.
Funcionalismo sistêmico – Jakobs
Seu conceito de ação é a chamada teoria da evitabilidade, na qual a conduta deverá ser penalmente relevante senão se evitou o que era evitável e permitiu que decorresse um resultado reprovável. Ou seja, é um conceito negativo de ação, classificando não pelo que foi feito, mas pelo que não foi feito para evitar algo.
Tipo
	Tipo = modelo legal do comportamento proibido, compreendendo as características subjetivas e objetivas do fato punível.
	Tipicidade = adequação do fato ao tipo. Deve ser uma perfeita e dupla adequação ao modelo tipificado.
	Com o tipo realiza-se uma valoração jurídica do comportamento (atividade ou inatividade corpórea) por meio da criação de condutas típicas. Existem casos excepcionais em que a conduta típica estará de acordo com o direito, como por exemplo quando há causas de exclusão da ilicitude.
Os crimes podem ser:
Materiais – refere-se a um certo resultado exterior que à ação se ligue por relação de causalidade ou de imputação entre conduta e resultado. Prática do crime consuma-se com a superveniência do resultado.
Formais – aquele em que o tipo descreve conduta e resultado, mas não exige superveniência deste último para ser tido como consumado. Ou seja, para o processo de imputação, basta a comprovação da realização da conduta. 
De mera conduta – é uma subclassificação de crimes formais, ou seja, são tipos penais que descrevem somente a conduta, sem a descrição do resultado, ou seja, está expressamente tipificado no dispositivo o comportamento penal desvalioso.
O tipo é composto por dois aspectos, que devem ser plenamente satisfeitos (dupla adequação ao tipo):
Objetivo – o que se exterioriza do delito, o que efetivamente acontece externamente.
Subjetivo – vontade por trás da conduta
	O tipo desempenha duas funções:
A primeira é de garantia/segurança, que resulta do princípio da legalidade, pois ele contém a descrição da conduta incriminada, a que o fato deve necessariamente ajustar-se.
A segunda é a de função indiciária da ilicitude, pois a fundamenta, uma vez que o tipo é a valoração jurídica da conduta, mas não implica necessariamente em antijuridicidade, mas serve, em regra, como indício dessa.
Os elementos do tipo são:
Descritivos – aqueles cujo conhecimento se opera por meio da simples verificação sensorial, ou seja, elementos para quais a identificação dispensa valorações.
Normativos – aqueles cuja determinação só pode ser realizada mediante especial valoração jurídica (quando se inserem no meio da natureza jurídica) ou cultural (quando demanda recurso a valores éticos e culturais).
Existe uma terceira espécie que entrelaça essas duas, que se determinam por meio de um juízo cognitivo que deriva da experiência e dos elementos que essa proporciona. 
Os elementos normativos enfraquecem a função de garantia do tipo, introduzindo certa indeterminação no conteúdo da conduta punível.
TIPO OBJETIVO – DA CAUSALIDADE E DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA
	O aspecto objetivo do tipo é aquele que, em regra, se materializa. Ou seja, o que se exterioriza da conduta tipificada. Seu núcleo fundamental, para crimes comissivos dolosos, é a ação em que há vontade dirigida ao fato que consuma o delito.
	Nos crimes materiais, é indispensável estabelecer a relação de causalidade entre a ação e o resultado, que nesses casos normalmente integra a descrição da conduta proibida. A questão do nexo causal somente surge nos crimes materiais, não existindo para crimes omissivos puros ou de simples atividades (formais). A questão da causalidade é relevante pois limita a responsabilidade penal: não pode o crime ser atribuído a quem não for causa dele.
	A causalidade já foi mais importante que hoje, principalmente após parar de explicar todos os acontecimentos da ciência. É uma característica do Direito Penal Liberal punir quando há clara delimitação de ação causando resultado, que contrasta com o Direito Penal Contemporâneo, que não pune somente relacionado ao resultado externo, como em crimes de lavagem de dinheiro, em que a relação de causalidade não é tão clara assim.
	Existem teorias que tentam cobrir esse assunto:
Teoria da equivalência dos antecedentes ou conditio sine qua non (art. 13, caput, CP)
Essa teoria afirma a equivalência de todos os antecedentesnecessários ao surgimento do resultado concreto, qualquer que tenha sido a categoria ou o grau de contribuição para o evento: tudo o que concorre para o resultado é causa dele.
Existe, assim, uma fórmula para identificar se determinado antecedente é causa, segundo tal teoria, que é a eliminação hipotética do antecedente em análise: caso tal exercício culmine na eliminação do resultado, tal antecedente é, portanto, causa daquele resultado. Porém, tal teoria e critério de avaliação pode cair em uma causalidade ao infinito, em que se atribui muito valor a um antecedente de mínima importância se comparado ao resultado obtido, muitas vezes imprevisível.
Porém, os partidários dessa teoria afirmam que ela é, sim, limitada, mas pela culpabilidade: ninguém é punido porque causou, mas porque o fez culpavelmente. E mesmo para os casos de responsabilidade objetiva, que permanecem em muitas legislações, é possível estabelecer limites à teoria, por meio do rompimento do nexo causal.
Teoria da causalidade adequada
Surgiu como forma de criticar e limitar a teoria da equivalência dos antecedentes: introduziu a noção de previsibilidade para limitar essa possível relação de causalidade ao infinito. Ou seja, causa é o antecedente adequado para produzir o resultado, e isso se constata por meio de um juízo de probabilidade, razoabilidade ou possibilidade, distinguindo as consequências normais das consequências anormais ou extraordinárias, excluindo-se o nexo de causalidade nessas últimas. O decisivo, assim, não é a causalidade natural, mas, sim o juízo do que é ou não é adequado imputar ao agente, à causa que é relevante juridicamente.
Porém, no caso concreto, nem sempre seria razoável excluir a causalidade em casos extraordinários ou anormais, pois é possível que o criminoso pratique o crime nessas circunstâncias.
2.1) Superveniência causal
O mundo não é tão simples e, às vezes, diversas causas ocasionarão um resultado. Aqui entra, também, a questão da superveniência das causas, ou seja, quando há a existência de concausas – em outras palavras, quando mais de uma causa concorre para a realização de um resultado criminoso. 
O próprio CP reconheceu, de certa forma, as limitações da teoria da equivalência, no §1º do art. 13, em que trata da exclusão do nexo causal quando sobrevém concausa que se situe fora da linha normal de desdobramento do curso causal, como se por si só tivesse causado o evento. 
A partir do critério cronológico, podem ser: 
Preexistente – é aquela que existia antes da conduta do agente, ou seja, cronologicamente antecedente.
Concomitante – aquela que acontece ao mesmo tempo que a conduta do agente. É uma hipótese mais teórica que concreta, pois são situações que muito dificilmente acontecem e extremamente complexas de provar.
Superveniente – aquela que acontece depois da conduta do agente.
Quanto à sua relação com a conduta do agente, à sua origem:
Concausas absolutamente independentes
Nesse caso, nenhuma das modalidades cronológicas pode ser imputada ao agente uma vez que sua conduta não está relacionada ao resultado – ou seja, qualquer concausa absolutamente independente rompe com o nexo causal.
Concausas relativamente independentes
Nessa hipótese, não é possível romper o nexo causal pois, ainda que por um lado ela seja relativamente independente, por outro é relativamente dependente da causa originária, aquela realizada pelo agente. Por isso, entende-se que para as concausas relativamente independentes preexistentes e concomitantes, não há rompimento do nexo causal. Porém, de acordo com o §1º do art. 13, CP, na concausa relativamente independente superveniente, caso tenha por si só causado o resultado criminoso, rompe o nexo causal, não admitindo imputação ao agente da causa originária.
Teorias de imputação objetiva – Honig
Pretendem reduzir o alcance considerado, por vezes, excessivo da equivalência das condições a partir de critérios jurídicos. Rompe, de certa forma, com a causalidade natural, mas tem o ponto em comum da ideia de responsabilidade.
OBS: se cair na prova uma questão sobre a responsabilidade de um agente sobre um caso concreto ou mencionar as teorias que tratam da causalidade, tenham em mente que devem ser citadas também as teorias da imputação objetiva.
As principais teorias são:
Teoria do Risco – Roxin
Após a verificação da causalidade, devem ser verificados alguns critérios de imputação objetiva, para assim determinar se o resultado pode ser atribuído a alguém. Os requisitos seriam:
Diminuição do risco – para haver crime tem que haver aumento do risco; se há diminuição, não deverá haver imputação de resultado;
Criação de risco juridicamente relevante – risco a ser criado deve ter alguma importância e o resultado atingido deve depender exclusivamente de sua vontade
Aumento do risco permitido – ainda que não haja diminuição do risco, deve ser demonstrado que houve efetivo incremento do risco;
Esfera de proteção da norma – o incremento do risco mencionado deve se encontrar dentro do alcance protetivo da norma.
Essa tese é mais comum para nós pois é compatível com nosso CP, que adota o critério de causalidade.
Teoria dos papéis – Jakobs
Jakobs acredita que o comportamento humano está vinculado a determinados papéis sociais e adota uma tese que desconsidera a relação de causalidade, adotando quatro critérios para determinar se cabe ou não imputação a alguém:
Risco permitido – cada indivíduo se comporta conforme o seu papel em sociedade e, se o fizer, mesmo que crie algum risco, não poderá ser incriminado.
Princípio da confiança – as pessoas, em sociedade, devem confiar que as outras cumprirão seus papéis sociais e quem agir considerando que os demais agirão conforme seus papéis, não poderá haver imputação.
Proibição de regresso – se cada indivíduo agir conforme o seu papel, não poderá haver imputação;
Competência ou capacidade da vítima – deve ser levado em conta o consentimento do ofendido e as ações a próprio risco.
TIPO OMISSIVO
	Omissão = agente deixa de agir quando podia e deveria agir (art. 13, §2º, CP); não é sinônimo de inatividade corporal – essa só se torna omissão a partir de uma valoração jurídica. Ou seja, crimes omissivos são aqueles em que se viola norma que impõe comportamento ativo, com abstenção de atividade devida. Consistem em não fazer o que a lei manda.
	O poder de fato de atuar abrange a necessidade de: a) conhecimento da situação típica da qual deflui o dever; b) possibilidade física real de realizar a ação ordenada. A lei brasileira prevê apenas crimes omissivos próprios dolosos.
	Não se pode pensar em causalidade na omissão, uma vez que ela deixa de impedir, mas não gera o resultado, que já está acontecendo, ainda que o caput do art. 13, CP, considere causa inclusive a omissão sem a qual resultado não teria ocorrido.
	Porque omissão é punível? Por conta da lógica de solidariedade. O Direito Penal ao tipificar condutas omissivas exige um comportamento solidário em sociedade. Dessa forma, em situações extremas, a conduta omissiva não é tolerável – não importa se a omissão é profissional ou não.
	A omissão pode ser reprovável por si só? Sim. Se alguém deixar de ajudar outra pessoa quando poderia/deveria, mesmo que isso não resulte em situação lesiva, ainda assim a conduta é incriminável.
	RESSALVA: indivíduos tem que agir, não impedir resultado; em algumas situações, nem todos podem agir.
	Para que seja configurada a omissão, deve-se observar se há a possibilidade de agir, que não é geral e só pode ser verificada no caso concreto – ou seja, deve levar em conta a capacidade do indivíduo, não podendo ser verificada em teoria – e/ou se há o dever de agir, que é um critério jurídico, em que há uma regra que exige determinada conduta.
	O Estado não pode exigir heroísmo – se age no limite de suas possibilidades, o que se exige de cada é um diferente. Porém, algumas profissões tem o dever de enfrentar perigo, se necessário.
	Os crimes omissivos podem ser:
Próprios ou puros – pode ser cometido por qualquer um, pois é quandoo agente não agiu quando poderia e deveria, independente do resultado. Ou seja, é um crime de mera conduta/desobediência, o que não admite tentativa – por isso, também, de nada vale a demonstração de que não mudaria o resultado a ação do agente, pois não importa o resultado para esse tipo. São crimes previstos em tipos penais autônomos, na Parte Especial do CP.
Impróprios – só pode ser cometido por agentes garantidores, que responderão por crimes comissivos por omissão – ou seja, responde por um crime que, em regra, é comissivo, mas por omissão. Admite-se tentativa – seria tentativa de homicídio por omissão, por ex. Nesses casos, agente viola norma implícita existente junto à norma proibitiva (do crime comissivo), que lhe impõe o dever jurídico de ativar-se, impedindo o resultado. Porém, o que o obriga a impedir o resultado deve ser um dever jurídico, nunca um mero dever moral. É previsto na Parte Geral do CP. 
AGENTES GARANTIDORES
São aqueles que tem obrigação de agir e impedir resultado, são pessoas determinadas pelo Estado que, por seu dever, recebem tratamento mais severo pela responsabilidade de sua conduta. Sua consequência jurídica é a de responder por resultado não evitado.
Hipóteses para ser agente garantidor (dispostas nas alíneas do §2º do art. 13):
Obrigações legais – normalmente são obrigações do direito de família, bombeiros, policiais, salva-vidas, etc.
Obrigações contratuais – quando o agente assume a responsabilidade de evitar resultado. Isso pode acontecer por um simples contrato verbal, ao se oferecer para ajudar alguém, porém respeitando o limite da responsabilidade.
Aquele que cria a situação de perigo deve fazer o que está ao seu alcance para impedir danos recorrentes dessa situação.
TIPO SUBJETIVO 
O Código Penal faz referências ao tipo dolo e ao tipo culposo. Em regra, todo crime é doloso; para ser culposo, deve ser nos casos expressos na lei. PORQUÊ? Excepcionalmente se pune crime culposo quando a conduta é tão grave que deve ser punida.
O aspecto subjetivo compõe-se necessariamente do dolo e, eventualmente, de outros elementos subjetivos especiais da conduta, chamados elementos subjetivos do tipo (injusto). A concepção clássica desconhecia o conceito do tipo subjetivo, surgindo o dolo como elemento ou forma da culpabilidade.
TIPO SUBJETIVO DOLOSO (art. 18, inciso I, CP)
O CP define o que se deve entender por dolo, ao estabelecer que o crime é doloso “quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”.
Dolo = consciência e vontade na realização da conduta típica. Compreende um elemento cognitivo (conhecimento do fato que constitui a ação típica) e um elemento volitivo (vontade de realiza-la).
O dolo pode ser:
Direto
De 1º grau
Quando o agente quis produzir o resultado.
De 2º grau
Quando o agente quer produzir um resultado e, para conseguir esse ou na tentativa de alcançá-lo, produz outro resultado danoso evitável – ou seja, escolheu causar tal conduta danosa, mesmo que o lamente, para alcançar outro resultado.
Eventual
Quando o agente assume o risco de produzir o resultado. Assumir o risco significa prever o resultado como possível ou provável e aceita ou consentir com sua superveniência.
	Nossa lei equipara dolo direto ao dolo eventual. Porém, na aplicação de pena, a lei manda que o juiz atenda à culpabilidade do agente, ou seja, a ou maior ou menor reprovabilidade da conduta delituosa. O elemento essencial do juízo de reprovação é o conteúdo psicológico da ação ou da omissão. O dolo direito revela maior determinação e perversidade e é, pois, modalidade mais grave da conduta típica que o dolo eventual.
OBS: Crime Preterdoloso – quando há dolo e culpa na mesma conduta. Tem um dolo, mas o resultado é outro. Melhor exemplo: lesão corporal seguida de morte.
TIPO SUBJETIVO CULPOSO (art. 18, inciso II, CP)
	A concepção clássica da doutrina do Direito Penal reduzia o crime culposo a uma forma de culpabilidade, representada pela negligência, imprudência ou imperícia da causação do resultado, que constituiria, como nos seus correspondentes dolosos, a conduta típica. O dolo e a culpa stricto sensu são, no entanto, inteiramente diversos. Dolo é um fenômeno psicológico, ao passo que culpa stricto sensu só tem existência no plano normativo.
A definição de crime culposo do CP é insatisfatória. Para um crime culposo ocorrer, ele deve preencher alguns requisitos: indivíduo deve dar causa a resultado criminoso previsível a partir de um comportamento lícito, tendo-o previsto ou não, por ter agido sem o cuidado previsto em lei. Ou seja, não é o mesmo que “sem intenção”. Seu elemento decisivo de ilicitude do fato culposo reside no desvalor da ação, e não do resultado.
	A conduta que o agente está realizando é lícita, mas por realiza-la em inobservância das normas de atenção, cuidado ou diligência, acaba dando origem a um resultado ilícito. Além disso, tal resultado deve ser previsível para uma pessoa razoável e prudente (ainda que o agente não o tenha previsto). A isso é dado o nome de previsibilidade objetiva, que estabelece a antijuridicidade. Porém, para estabelecer culpa, ou seja, reprovabilidade pessoal, é necessária a previsibilidade para o agente, nas circunstâncias concretas em que atuou e tendo-se em vista suas condições pessoais – e isso em a ser a previsibilidade subjetiva. Ao fim, a previsibilidade subjetiva é o limite mínimo da ilicitude nos crimes culposos. 
Não existe tentativa de crime culposo; crime culposo tem que ter resultado. Se você pratica uma conduta lícita de forma descuidada, mas não há resultado danoso, não há punição.
	Mesmo em caso de concorrência de culpa da vítima, não há compensação de culpa no Direito Penal. Ela não elimina – ainda que atenue – a culpa do agente, que deve responder pelo fato. A culpa da vítima deve, no entanto, ser considerada na medida da pena. Somente a culpa exclusiva da vítima isenta o agente de responsabilidade penal. Se os dois tem conduta culposa, os dois respondem pelo que tiverem feito.
OBS: Não se mensura culpa pela gravidade do resultado!
	A inobservância do dever de cuidado pode se apresentar em três modalidades de culpa:
Imprudência – comportamento comissivo; falta de prudência, de precaução, ou seja, a conduta arriscada.
Negligência – comportamento omissivo de falta de cuidado; desatenção, desleixo, descuido.
Imperícia – falta de aptidão técnica, de habilidade ou destreza, no exercício de qualquer atividade; quando há a exigência de conhecimento.
Existem três modalidades de culpa:
Consciente – indivíduo prevê possibilidade do resultado criminoso, ainda que não o deseje, não aceitando o risco de produzi-lo.
Inconsciente – indivíduo não prevê resultado criminoso.
Imprópria – é uma conduta dolosa à qual a lei reserva pena de um crime culposo, por sua pena ser mais branda. É o que ocorre com as descriminantes putativas, que decorrem de um erro sobre a legitimidade da ação realizada, em que o agente supõe agir de forma lícita, por erro, acreditando existir situação que tornaria conduta lícita.
DOLO EVENTUAL x CULPA CONSCIENTE
A diferença entre os dois é muito sensível. Na culpa, o agente prevê o resultado como possível ou provável, mas não o aceita ou consente. A teoria positiva do consentimento procura estabelecer um critério para notar se é ou não dolo eventual: “seja assim ou de outra maneira, suceda isto ou aquilo, em qualquer caso agirei”. Revela-se, assim, a indiferença do agente em relação ao resultado. Na culpa consciente, o agente é tolo e não acreditou no resultado; no dolo eventual, o agente é vil e não se importa com o resultado.
Nos tribunais brasileiros, já existe o critério de probabilidade de dano, em que a maior probabilidade corresponde a dolo eventual, e a menor, a culpa consciente. Existe também a jurisprudência, que em alguns casos já consolidou qual seria a imputação penal adequada (como pega de carros, por exemplo, que é considerada dolo eventual). Além disso, cabe ao julgador interpretar os fatos no caso concreto.
Ilicitude ou antijuridicidadeÉ uma característica negativa, um juízo negativo de valor, que denota contrariedade entre a conduta do indivíduo e o que o Direito/ordenamento quer proteger. Ilícita é a conduta contrária ao direito. Em regra, normalmente uma conduta típica é ilícita, a menos que esteja coberta por uma causa de exclusão de ilicitude.
	Distingue-se ilicitude do injusto. O injusto é a conduta ilícita em si mesma considerada, sendo a antijuridicidade uma qualidade do injusto – ou seja, uniria em um elemento só do crime tanto a tipicidade quanto a ilicitude. (injusto = tipicidade + ilicitude = reprovabilidade da conduta)
A antijuridicidade é unitária, para todo o ordenamento jurídico, e não pode ser maior ou menor. O injusto pode ser penal, civil, etc e é suscetível de ser mais ou menos grave. Aquela conduta que é ilícita para um direito será para os demais (e se é permitida, também vale essa regra), o que diferencia são as consequências jurídicas. 
	Existem os aspectos:
Formal – é a contrariedade da conduta com o que está disposto na norma ou em um conjunto de normas.
Material – se constitui pela lesão produzida pelo comportamento humano que fere o interesse jurídico (ou bem jurídico) protegido pelo ordenamento, além da condição da conta com a previsão da norma. Em outras palavras, seria a contrariedade da conduta com o que o Estado quer proteger, com todo o ordenamento jurídico. Relaciona-se com o princípio da bagatela e da adequação social.
CAUSAS DE EXCLUSÃO OU JUSTIFICAÇÃO DA ILICITUDE (art. 23, caput, CP)
	Como o ordenamento jurídico não tem somente normas proibitivas, é necessário verificar se a conduta não está coberta por uma norma permissiva. São as circunstâncias que excluirão a ilicitude da conduta, podendo ser de ordem legal ou supralegal. Todas as causas de exclusão têm dispositivos contra os excessos cometidos por quem as utilize (§único do art. 23, CP). São elas:
Estado de necessidade (art. 24, CP)
Quando, por conta de situações extraordinárias, há a condição de perigo em que existem dois ou mais bens jurídicos em conflito, que demanda o sopesamento entre eles, em que um acaba sendo sacrificado.
Quando um indivíduo abre mão de um bem jurídico de menor valor em prol de um bem jurídico de maior valor ou quando os dois tem o mesmo valor, tem-se o estado de necessidade justificante, que exclui a ilicitude. Porém, o contrário não vale dessa forma: o sacrifício de um bem de maior valor para proteger um de menor valor é considerado exculpante, que de acordo com o CP, não exclui a ilicitude, mas pode vir a excluir a culpabilidade (pela inexibilidade de conduta diversa) ou atenuar a pena – ou seja, nesse último caso, haveria crime.
Pressupostos para o estado de necessidade (art. 24, caput, CP): que seja um perigo atual; que não tenha sido provocado por sua vontade; nem podia de outro modo evitar (se havia outra forma de proteger o bem jurídico senão atacando o outro, esta forma deveria ser priorizada), para proteger direito próprio ou alheio (se se trata de bem pertencente a terceiro, é indiferente se esse tinha ou não consciência do perigo) cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Esses seriam os elementos objetivos para reconhecer esse estado.
Existe uma discussão doutrinária acerca da possibilidade do uso do estado de necessidade caso a pessoa tenha provocado a situação em questão. Quando for dolosa, o próprio CP veda a utilização dessa forma de justificação. Porém, quando for culposa, há os doutrinadores que acreditam que também é vedada sua utilização, mas há os que acreditam que a pessoa em questão poderia, sim, se valer do estado de necessidade – e essa é a opinião do Japiassu.
Já o elemento subjetivo causa divergência doutrinária, uma vez que o código não faz menção à subjetividade em relação ao estado de necessidade. Dessa forma, uns acreditam que seja necessário somente satisfazer os elementos objetivos, mas outros acreditam que é imprescindível a vontade de salvar os bens jurídicos (animus defendendi) – tanto quanto a consciência da situação de perigo – para que seja configurada essa causa de exclusão – e essa é a opinião do Japiassu.
Além disso, também de acordo com o CP, não se pode alegar estado de necessidade caso a pessoa tenha o dever legal de enfrentar o perigo (§1º do art. 24, CP) – isso respeitando o limite do razoável, pois, não demanda heroísmo. Ademais, a pessoa atingida pela ação praticada no estado de necessidade não reage em legítima defesa, mas também em estado de necessidade.
Legítima defesa (art. 25, CP)
Situação em que existe uma reação a uma ação – e só humanos podem realizar ação. Ou seja, caso alguém se defenda contra um animal feroz, não se trata de legítima defesa, mas sim de estado de necessidade. Caso seja um humano que esteja instigando um animal para te atacar, aí se trata de legítima defesa.
Seus pressupostos são: 
Usar moderadamente os meios necessários – ou seja, devem ser usados os meios estritamente necessários para repelir a ação, uma vez que o CP prevê punição para excessos. Os excessos podem ser dolosos (quando alguém se aproveita da legítima defesa para ir além) ou culposos (quando se causa lesão além da necessidade sem a intenção).
Para repelir injusta agressão – a agressão justa acontece em face de uma injusta. É injusta a agressão que o direito não autoriza nem permite e que o agredido não está obrigado a suportar; também é injusta a agressão praticada por inimputáveis ou por quem age sem culpabilidade, sendo cabível nesses casos a legítima defesa.
Atual ou eminente – a primeira é a que está se desenvolvendo, a segunda é a que está em via de efetivação imediata. Não é atual a agressão que já terminou, salvo se esse se protrai (como nos crimes permanentes).
A direito seu ou de outrem.
Além do CP, alguns autores acreditam que devem haver a intenção de defender bem jurídico (animus defendendi) – e um desses autores é o Japiassú.
Tipos de legítima defesa:
Real ou própria – reúne todos os elementos, conforme o código.
Putativa – indivíduo imagina estar em uma situação que admite legítima defesa, mas na verdade se engana e não está; tem todos os motivos para acreditar estar repelindo uma agressão, mas não está. Caso seja provada sua sinceridade ao acreditar estar repelindo uma agressão, haverá a causa de justificação.
Sucessiva – do excesso. Papéis são invertidos e vítima inicial se torna agressora, por conta de sua desproporcional reação. Dessa forma, cabe a legítima defesa do inicial agressor, que se tornou vítima, realizando assim a legítima defesa sucessiva.
Recíproca – é a legítima defesa da legítima defesa. Ou seja, agressor responde a reação de sua vítima – logicamente, tal legítima defesa não exclui ilicitude.
Preordenada – situação em que a agressão é futura, mas praticamente certa, e a pessoa já defende. Em geral não exclui a ilicitude, mas isso pode vir a ser relativizado de acordo com o contexto.
OBS: A injustiça da agressão não se exclui pela provocação – porém, se por meio da provocação o agente pretende gerar o pretexto da legítima defesa para poder agredir o provocado, não existe legítima defesa. Também não é verificada caso a provocação constitua verdadeira agressão.
Exercício regular de direito (art. 23, inciso III, CP)
Se o exercício de um direito acarretar conduta típica, tal conduta é lícita, pois é inconcebível que o ordenamento jurídico, por um lado, conceda um direito, e por outro torne ilícita a ação que corresponde ao seu exercício. A ilicitude só poderia surgir em caso de abuso, em que a pessoa excede os limites estabelecidos por lei. Além disso, o sujeito deve ter consciência que atua no exercício de um direito.
Com esse tema vem a questão dos ofendículos, que são mecanismos de defesa pré-dispostos. Existe um grande debate quanto a sua natureza jurídica. Os autores contemporâneos separam tais mecanismos em dois: aqueles facilmente percebidos e com menor potencial lesivo (como cacos de vidro no topo de muros, por exemplo) e aqueles discretos ou ocultos, que possuem maior potencial lesivo(como cercas eletrificadas ou armas pré-dispostas). No primeiro caso, é considerado que tem natureza jurídica de exercício regular de direito de propriedade; no segundo, trataria-se de legítima defesa preordenada. O limite, entretanto, colocado para a possível lesão a bem jurídico realizada pelos ofendículos seria a proporcionalidade entre a possibilidade do dano e o que tais mecanismos são capazes de fazer.
Estrito cumprimento do dever legal (art. 23, inciso III, CP)
Indivíduo que faz algo ordenado pela lei não pode realizar conduta ilícita – aqui não se trata de uma faculdade, como no caso anterior, mas sim de um dever legal de que o agente deve ter consciência. Novamente, aqui também há ressalvas quanto ao excesso.
Consentimento do ofendido
Trata-se da única causa supralegal. Vítima consentindo pode excluir tanto a ilicitude quanto a tipicidade (em normas que demandam consentimento, mesmo que não esteja escrito explicitando tal demanda).
Seus requisitos são: capacidade de consentimento da vítima, que inclui tanto maioridade quanto sanidade; liberdade de consentimento, que deve ser válido, idôneo e não coagido; disponibilidade do bem jurídico penal, pois, se o for, dele as pessoas podem dispor como bem quiserem – vida, por exemplo, é um bem indisponível, mas existem bens que são disponíveis dependendo da lesão a ele, como por exemplo a integridade física, no caso de tatuagens e; consentimento deve ocorrer antes ou durante a conduta – caso seja posterior, pode resultar em exclusão do crime ou atenuação de pena, mas nunca excluindo a ilicitude.
Bens disponíveis ou bens de interesse exclusivamente privado são aqueles que a lei protege somente se é atingido contra a vontade do interessado, e existem os bens indisponíveis, ou seja, aqueles em que há interesse coletivo em sua preservação, sendo assim irrenunciáveis.
OBS: antes de praticada a ação, consentimento pode ser revogado. Além disso, é indispensável que o agente tenha consciência do consentimento e atue em função dele.
Culpabilidade
	Culpabilidade = é a reprovabilidade do indivíduo. É a possibilidade dele responder por conduta criminosa, ou seja, se ele é culpável por tal conduta. Sujeito precisa ser culpável e estar culpável no momento da conduta, tendo a realizado com liberdade.
	Culpa = reprovabilidade da conduta ilícita típica de quem tem capacidade genérica de entender e querer (imputabilidade) e podia, nas circunstâncias em que o fato ocorreu, conhecer a sua licitude, sendo-lhe exigível comportamento que se ajuste ao direito.
	Entendia-se, antigamente, que a culpa era o nexo psicológico que liga o agente ao evento, apresentando o dolo e a culpa stricto sensu como espécies da culpabilidade (teoria psicológica da culpabilidade). Porém, não há qualquer vínculo psicológico entre o agente e o resultado nos casos de culpa inconsciente. Por outro lado, se a culpa se esgota no nexo psicológico, conclui-se que o inimputável também age culpavelmente, pois o menor e o insano são capazes de agir com vontade – o mesmo é afirmado para ações praticada sob coação moral irresistível. 
	Alguns autores defendem que, por a culpabilidade ser um juízo de reprovabilidade, ele não é um elemento do conceito de crime, mas sim um pressuposto para a aplicação da pena. Porém, essa teoria é minoritária.
	Para alguém ser culpável, ou seja, para que a culpabilidade seja verificada, é preciso que os seguintes critérios sejam respeitados:
Imputabilidade – é a condição pessoal da capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar segundo esse entendimento. São esses os requisitos:
Maturidade (art. 27, CP) – pura verificação de idade; indivíduo deve ser maior de 18 anos. Critério objetivo, onde única contestação pode ser a veracidade da certidão de nascimento – se não puder ser constatada a idade do agente, será realizado um teste dentário para aferir quesito de imputabilidade. Menores de 18 anos estão sujeitos à legislação especial. São crianças indivíduos de até 12 anos e adolescentes de 12 a 18 anos.
OBS: Emancipados - Menor que é autorizado precocemente a realizar atos perante a sociedade – não tem efeitos penais! Continua inimputável, pois só produz efeitos civis.
Sanidade (art. 26, CP) – sobre a capacidade mental do indivíduo. Deve-se verificar a existência de doença mental que vá influenciar no momento do crime – ou seja, que influencie na capacidade de entender e querer agir de forma lesiva. É utilizado o critério biopsicológico normativo: não terá sanidade aquele que tem desenvolvimento mental incompleto ou retardado que lhe retire a capacidade de entender e querer, e tal condição o estava acometendo no momento da conduta (art. 26, caput, CP). É um médico que atesta tanto a doença quanto o estado mental – não há uma lista de doenças ou deficiências pré-determinadas.
OBS: Além dos inimputáveis, expressos nos casos acima, existem também os semi-imputáveis (ou casos fronteiriços), aqueles que não são perfeitamente capazes de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento – nesse caso, a pena é diminuída e ele não é julgado como um total incapaz; ele possui sanidade, mas estava comprometida (§único do art. 26, CP).
OBS²: A doutrina e a jurisprudência incluem os deficientes surdos-mudos e os silvícolas (índios) inadaptados na mesma categoria que pessoas com desenvolvimento mental retardado ou incompleto, por não se acreditar não serem totalmente adaptados à sociedade e, assim, não podendo discernir o certo do errado quanto ao ordenamento jurídico brasileiro. 
Potencial conhecimento da ilicitude – significa se o indivíduo tem meios a sua disposição para supor que aquilo é crime; o que é completamente diferente de conhecimento da lei (inescusável, de acordo com o artigo 3º do LINDB, ainda que possa atenuar pena, consoante inciso II do art. 65, CP). Sujeito pode até alegar que não sabia que era crime, mas se tinha meios para saber disso, é culpável.
Exigibilidade de conduta diversa – o indivíduo somente terá culpabilidade se for possível exigir dele conduta diversa; ou seja, só é culpável se ele teve opção de realizar ou não conduta criminosa. Não deve ter, assim, vontade viciada ou coagida. Entram aqui os casos de:
Coação moral irresistível (art. 22, CP) – resulta da ameaça ou intimidação, expressa ou tácita, da revelação do propósito de causar um mal futuro, cuja superveniência dependerá da vontade do agente. A gravidade da ameaça relaciona-se com o mal, que deve ser relevante e considerável, tendo-se em vista as condições da pessoa ameaçada. Há o dolo e vontade, mas não há liberdade de escolha. Agente que coagiu responde pela prática do crime.
Obediência hierárquica de ordem pública (art. 22, CP) – se a ordem de um superior em uma relação profissional hierárquica de natureza pública for uma conduta criminosa, isso pode excluir a culpa do subordinado (que deve ser servidor público civil ou militar) se a ordem não for manifestadamente ilegal; superior é punível! Porém, isso só vale se o subordinado não souber da ilegalidade da ação requerida.
OBS: manifestadamente ilegal – isso deve ser entendido de acordo com as circunstâncias concretas e as condições do subordinado. 
Estado de necessidade exculpante (art. 24, §2º, CP) – é minorante de pena e pode excluir a culpabilidade se, naquele caso concreto, ele não teve opção e teve que realizar a conduta, implicando na falta de ECD.
PAIXÃO E EMOÇÃO (art. 28, inciso I, CP)
	Emoção = forte abalo psicológico passageiro, que acomete e passa.
	Paixão = sentimento que dura.
Não é porque indivíduo estava tomado por emoção e/ou paixão que ele se torna sem sanidade para realizar conduta, tais indivíduos continuam imputáveis – não existe crime passional. O que existe, porém, é que dependendo do crime, pode atenuar a pena em caso esteja previsto no CP a expressão “sob violenta emoção”, que normalmente vem acompanhada de “injusta provocação da vítima”. Nesse caso, não é a emoção que justifica o abrandamento penal, mas o motivo em que ela se origina (atenuantedo art. 65, inciso III, alínea “c”, CP).
EMBRIAGUEZ (art. 28, inciso II, CP)
	Embriaguez = intoxicação aguda causada pelo álcool ou substância de efeito análogo – lei penal não distingue substância.
	Seus estágios são:
Excitação 
Depressão
Sono
No primeiro, a embriaguez é incompleta; nos outros dois, já é considerada completa.
Suas espécies são:
Culposa – é a espécie mais cotidiana; bebe não para se embriagar, mas isso acaba acontecendo.
Voluntária – vontade e intenção de se embriagar; seja para comemorar ou lamentar.
Fortuita – embriaga-se por força maior (não pode resistir à embriaguez) ou caso fortuito (sem saber que está se embriagando). 
Preordenada – cotidiana na criminalidade urbana; indivíduo se embriaga para perder limites sociais e poder delinquir.
Patológica – casos de dependentes que não conseguem permanecer sóbrios ou aqueles que tem intolerância a álcool – são tratados como inimputáveis.
A teoria que tenta solucionar o problema da culpabilidade na embriaguez é a actio libera in causa, que determina que ação deve ser livre na origem (de se embriagar); verificação se sujeito sabe o que faz acontece antecipadamente – ou seja, se o início da embriaguez foi voluntário, sujeito responde pelo crime, pois ele deve saber que pessoas embriagadas tem mais probabilidade de cometer conduta típica. 
Dessa forma, somente a espécie patológica e fortuita tem sua culpabilidade excluída – essa última, somente se embriaguez for completa; caso seja incompleta, sua pena é atenuada. Nos casos de embriaguez preordenada, sua pena é aumentada (artigo 61 – inciso I, alínea “l”, CP).
A actio libera in causa pode ser rompida? Dificilmente, pois deveria ser provado que o desdobramento foi imprevisível no momento do início da ação (quando começa a beber). Não se aplica essa teoria se o agente se deixou arrastar ao estado de absoluta inconsciência. Portanto, de forma geral, o estágio e a espécie de embriaguez vão determinar a resposta penal.
Teoria do erro
	Deve-se diferenciar erro de ignorância. O primeiro é a falsa representação da realidade, e pode ser alegado no Direito Penal. Já a ignorância é a ausência de representação da realidade, não podendo ser alegada no Direito Penal – ou seja, desconhecimento da lei é inescusável.
ERRO VENCÍVEL E INVENCÍVEL (§único, art. 21, CP)
	Erro vencível ou evitável – aquele inescusável, na medida em que poderia ser contornado por uma pessoa diligente que estivesse no lugar do agente, ou seja, com mais atenção, a pessoa não teria errado. Esse tipo de erro pode excluir o dolo, mas ser punido a título de culpa para os casos de erro de tipo ou diminuir a culpabilidade em casos de erro de proibição.
	Erro invencível ou inevitável – aquele escusável, do qual qualquer pessoa teria agido da mesma maneira que o agente. Caso demande algum tipo de conhecimento especial além de suas habilidades e a pura atenção não teria evitado, também entra nesse caso. Exclui o dolo e, por consequência, a prática do crime.
	Essa é uma classificação concreta, que só pode ser feita caso a caso.
ERRO ESSENCIAL E ACIDENTAL
	O erro essencial – aquele que se refere ao injusto; ou seja, quanto a tipicidade e a ilicitude, tratando-se de um elemento essencial do crime, como no exemplo em que um homem mata outro acreditando ser uma onça.
	O erro acidental – aquele em que não se erra um elemento essencial do crime, mas um elemento acessório, ou seja, há um erro de execução, como no exemplo em que alguém pretende matar uma pessoa, mas mata por engano outra. Tem tratamento penal especial.
ERRO DE TIPO (art. 20, CP)
	É aquele que incide sobre os elementos que compõem um determinado tipo. No erro de tipo, o agente conhece a norma proibitiva, mas desconhece a própria conduta, acreditando que não está realizando conduta típica. O erro pode ser de natureza factual (como pegar caneta acreditando que é sua, por exemplo) ou jurídica (trazer algo de fora sem saber que tal produto é considerado como contrabando). Se o erro foi invencível, excluirá o dolo e a culpa, mas se for vencível houver modalidade culposa, o agente será punido a título de culpa. Pode ser tanto essencial (conhecendo conduta tipificada mas não reconhecendo sua conduta como típica) quanto acidental (conhecendo conduta tipificada e desejando realiza-la, mas errando na execução do crime). Nesse último caso, não há a exclusão de dolo.
ERRO DE PROIBIÇÃO (art. 21, CP)
	É aquele que versa sobre a ilicitude. Quando o agente desconhece a lei, e age acreditando que sua conduta está de acordo com ordenamento jurídico. Deve ser verificada que não havia meios para que o agente soubesse da ilicitude da conduta – ou seja, não pode haver o potencial conhecimento da ilicitude. Caso menos frequente, pois é difícil de provar.
	O erro de proibição exclui a culpabilidade, se inevitável. Se for considerado evitável, há uma diminuição de pena.
	Existem três espécies: 
Erro de proibição direto – modalidade acima.
Erro mandamental – espécie de erro que recai em crimes omissivos próprios ou impróprios. É um deixar de fazer quando se devia fazer.
Erro de proibição indireto – aquele em que o agente: erra sobre os pressupostos fáticos de uma causa de justificação; erra a causa de justificação; ou erra sobre os limites de uma causa de justificação.
ERRO SOBRE A PESSOA (§3º do art. 20, CP)
	Quando uma pessoa deseja cometer um crime contra uma pessoa, mas acaba errando, lesando outra acreditando ser aquela que queria inicialmente lesar – há um erro de representação mental. Diferente da hipótese análoga do artigo 73, de erro de execução, em que a pessoa deseja cometer crime contra uma pessoa específica e reconhece a pessoa na situação em questão, mas erra na execução, acertando outra sem querer. Nos dois casos, responde como se tivesse lesado a pessoa que queria lesar.
ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO (§2º do art. 20, CP)
	Hipótese em que o agente se utiliza de um terceiro para praticar uma conduta típica. Caso o erro provocado seja invencível, o terceiro não terá dolo e, portanto, não responderá pelo crime. Se for vencível, o terceiro poderá responder a título de culpa, o que não impede a punição daquele que determinou o erro. 
DESCRIMINANTES PUTATIVAS (§1º do art. 20, CP)
	Hipóteses em que o sujeito realiza conduta típica imaginando estar sob alguma causa de justificação, sem que esteja. Se o erro for justificado pelas circunstâncias do caso concreto, ou seja, se for um erro invencível, não há crime. Porém, se for erro vencível, pode responder por crime culposo.
	Existe o debate doutrinário que delibera se as descriminantes putativas são erros de tipo ou de proibição. Existem os que acreditam que, caso o erro seja quanto a situação fática (se há ou não causa de justificação), o erro é de tipo. Porém, caso o erro seja quanto a permissão da extensão da causa de justificação, se trataria de um erro de proibição. Outros autores – e acredito que essa seja a opinião do Japiassu – acreditam que já é firmado que, nesse caso, o erro é de proibição. O CP não soluciona essa dúvida, uma vez que primeiro isenta de pena, dando natureza de erro de proibição, e depois permite a punição a título culposo, o que daria as descriminantes putativas natureza de erro de tipo
*”isento de pena”, no CP, normalmente quer indicar exclusão da culpabilidade.
*”não há crime”, no CP, normalmente quer indicar exclusão da ilicitude.

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