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APOSTILA DE ANATOMIA ANIMAL PROFA. LARISSA CENTURION GANDOLPHI Capítulo 1 – Introdução à Anatomia Introdução ao estudo da Anatomia Conceitos de Anatomia: 1. Etimológico: Grego: Ana = em partes + Tomein = cortar Latim: dis = em partes + secare = seccionar (cortar) - Cortar separando em partes. A Anatomia (anatome = cortar em partes, cortar separando) refere-se ao estudo da estrutura e das relações estas estruturas. Assim, a anatomia é a ciência que estuda a forma, a estrutura e organização dos seres vivos, tanto externa quanto internamente. 2. No sentido amplo: É a Ciência que estuda a forma e a estrutura dos seres organizados. 3. No sentido restrito: É a ciência que estuda a forma e a estrutura do corpo humano e ou dos animais. Posição Anatômica e Planos Tangenciais e Seccionais A posição anatômica é necessária para evitar o uso de terminologias diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a posição pode ser variável, convencionou-se uma posição padrão. No humano, deve-se considerar a posição de sentido de um atleta (posição ereta), isto é, de pé (posição ortostática), com as mãos espalmadas, dedos unidos, palmas voltadas para frente, dedos dos pés para diante e pés unidos. Para os animais quadrúpedes, bem como qualquer outro animal, a posição anatômica refere-se ao animal na sua posição ordinária. Na posição anatômica, o corpo pode ser delimitado por planos tangentes à sua superfície, bem como planos de secção, que dividem o corpo em determinadas direções. Planos Seccionais - Sagital: corta o corpo no sentido antero-posterior; quando passa bem no meio do corpo, sobre a linha sagital mediana, é chamado de sagital mediano e quando o corte é feito lateralmente a essa linha, chama-se paramediano. Determina uma porção direita e outra esquerda. - Frontal ou Coronal: corta o corpo lateralmente, de orelha a orelha, determinando uma porção anterior e outra posterior. - Transversal ou Horizontal: corta o corpo transversalmente, determinado uma porção superior e outra inferior. Planos Tangenciais - Cranial (Superior): Dividindo o corpo ao meio no plano transversal, a parte cranial ou superior estaria acima do corte. - Caudal (Inferior): Dividindo o corpo ao meio no plano transversal, a parte caudal ou inferior estaria abaixo do corte. - Ventral (Anterior): Dividindo o corpo em duas partes pelo plano frontal, a parte da "frente" do corpo seria a ventral ou anterior. - Dorsal (Posterior): Dividindo o corpo em duas partes pelo plano frontal, a parte de "trás" do corpo seria a dorsal ou posterior. - Lateral Direito e Esquerdo: É denominada quando é feito um corte sagital. O corpo é dividido em duas partes: uma direita e uma esquerda. Em relação às mãos, a região anterior é denominada palmar e a posterior dorsal. Quanto aos pés, a região inferior é chamada de plantar e a superior dorsal. Termos de Comparação - Proximal e Distal: próximo ou afastado de determinado ponto referencial (Ex: próximo ou afastado da raiz de implantação do membro; ou da origem do vaso). - Superficial e Profundo: mais próximo ou afastado da superfície. - Homolateral (Ipsilateral) e Contralateral: mesmo lado ou lado oposto. - Medial e Lateral: mais próximo ou mais afastado da linha sagital mediana. Tipos de Movimento - O movimento é realizado sempre em torno de um eixo, o qual se denomina Eixo de Movimento, sendo que a direção do eixo é sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento. - Flexão: diminuição do ângulo de uma articulação ou aproximação de duas estruturas ósseas. - Extensão: aumento do ângulo de uma articulação ou afastamento de duas estruturas ósseas. - Adução: aproximar o membro do eixo sagital mediano. - Abdução: afastar o membro do eixo sagital mediano. - Pronação: movimento do membro superior, no qual a palma da mão é movimentada da posição anterior para a posterior. - Supinação: a palma da mão é movimentada da posição posterior para a anterior. - Rotação medial / Interna: gira a face anterior do membro para dentro. - Rotação lateral / Externa: gira a face anterior do membro para fora. Variação Anatômica - A anatomia é a ciência que se ocupa com o estudo da estrutura dos organismos. Normal, em medicina veterinária e humana, significa sadio. Em anatomia, pode-se atribuir a este conceito duas possíveis conotações: (1) pode ser a estrutura mais frequente (acima de 50 por cento de frequência) sob o aspecto estatístico de avaliação; (2) pode ser a estrutura mais adequada para realizar atividades ótimas, sob as exigências fisiológicas. Atualmente o ponto de vista estatístico prevalece. Assim, mesmo sem recurso às porcentagens, o normal é a forma estrutural mais frequente. Refere-se às variações anatômicas quando se observa ligeiros desvios do padrão morfológico, em relação ao normal de um órgão, mas sem prejuízos da função. Um grave desvio do padrão normal, acompanhado pela alteração ou depreciação da função, é denominado anomalia. Uma anomalia grave, incompatível com a vida, é denominada monstruosidade. Os chamados fatores gerais de variação são responsáveis pelo aparecimento de variações em todos os sistemas do corpo. São eles: - Idade: além da preponderante diferença de tamanho dentre animais adultos e recém nascidos, diversas variações microscópicas e macroscópicas ocorrem devido à idade. - Sexo: o dimorfismo sexual é facilmente reconhecido em muitas espécies de vertebrados sendo, entretanto, de difícil verificação em determinados grupos. - Raça: uma raça pode ser definida geneticamente como “uma população que difere significativamente de outras populações com relação à frequência de um ou mais dos genes que possui”. - Biótipo: soma dos caracteres herdados e dos caracteres adquiridos por influência do meio e da sua interrelação. Pode-se reconhecer um tipo médio e os extremos, na grande variabilidade morfológica humana, os quais são descritos a seguir: a) Longelíneos: indivíduos altos, tórax muito achatado ântero-posteriormente, magros, membros longos em relação à altura do tronco. b) Brevelíneos: são indivíduos baixos, com pescoço curto, tórax de grande diâmetro ântero- posterior, membros curtos em relação à altura do tronco. c) Mediolíneos: apresentam caracteres intermediários aos dois tipos descritos acima. - Evolução: influencia o aparecimento de diferenças morfológicas, no decorrer do tempo, por meio de alterações nas frequências gênicas das populações. - Meio Ambiente: os organismos tendem a sofrer modificações a fim de se tornarem mais adaptados à sobrevivência. Relações Intersistêmicas, Órgão e o Organismo Quando o termo órgão é utilizado, refere-se a uma estrutura anatômica de forma e características bem definidas que junto de outros órgãos compõem um conjunto denominado sistema orgânico. Quando aplicado ao estudo das vísceras é facilmente compreendido, por exemplo, que os órgãos esôfago, estômago, fígado, pâncreas, reto e ânus, além de outros, estão especialmente unidos constituindo o sistema digestório, e que tem funções bem definidas. Quando o estudo da anatomia sistêmica ou orgânica é realizado no sistema locomotor, que é a associação morfofuncional dos sistemas esqueléticos, articular e muscular, é difícil identificar quais são os órgãos. Respectivamente, cada órgão pertencente a estes sistemas é um osso, uma articulação e um músculo. Entre estes componentes há uma associação de dependência muito mais evidente, ou seja, se isolados, os músculos vão constituir o sistema muscular, mas sem os ossos, sequera forma do corpo seria mantida, sem junturas, que permitem certa mobilidade entre partes do corpo, sequer um único movimento seria possível. Isso somente ocorre, pois a interação destes órgãos, de diferentes sistemas, constitui alavancas biológicas. Para facilitar a compreensão da inter-relação existente entre os vários sistemas que, em conjunto, formam o corpo, utiliza-se como exemplo a seguinte visão: o sistema digestório absorve a água e nutrientes, que são necessários para constituir e manter o organismo, provendo o substrato energético. Necessariamente o que foi absorvido deve ser transportado até os locais que farão uso dessas substâncias e, ao serem utilizadas, geram resíduos que em algum momento devem ser eliminados para o exterior, havendo atuação do sistema circulatório – sistemas vascular, sanguíneo e linfático integrados. As reações de obtenção de energia são responsabilidades do sistema respiratório, o qual é capaz de retirar do ar, o oxigênio e devolver o gás carbônico, após as reações químicas que ocorreram no interior de cada célula. Cada célula, independente das suas funções tem um metabolismo que é controlado por hormônios produzidos e/ou armazenados em glândulas endócrinas (que constituem o sistema endócrino). Dos resíduos, parte é eliminada pelo sistema respiratório e parte pela pele (sistema tegumentar), mas o sistema urinário tem uma função essencial, a de depurar o sangue (filtrar o sangue) quando este é levado aos rins, pois está com excesso de substâncias tóxicas a serem eliminadas. O resultado e, não a “função” dos rins, é a produção da urina, que é eliminada para o meio externo. Se todas essas funções acontecem simultaneamente e ininterruptamente presume-se que exista um controle extremamente complexo e muito preciso, o qual ocorre automaticamente e sem a influência da nossa vontade. Essa tarefa é executada pelo sistema nervoso autônomo, que envolve nervos e partes específicas do sistema nervoso central. A esse conjunto é ainda mais difícil empregar o termo órgãos, pois são várias estruturas contínuas, de limites puramente didáticos. Ao sistema nervoso, cabe receber todas as informações do meio externo e do próprio corpo, a partir das quais podem ser encaminhadas respostas até um pequeno grupo de células de uma minúscula região do corpo desencadeando determinada ação. Outro conjunto de órgãos pode ser agrupado em dois sistemas intimamente relacionados, os sistemas sensorial e tegumentar. É evidente a relação existente entre diferentes órgãos do sistema sensorial, como o olho e a orelha, também por estruturas microscópicas sediadas em outros sistemas, os receptores olfatórios, gustativos e as terminações sensoriais da pele. Outros receptores estão localizados no aparelho locomotor, são os chamados proprioceptores; outros nas vísceras, os visceroceptores. O conjunto de todos os milhares de receptores monitora e indica as condições do corpo e do ambiente circundante. Estes dados são necessários para equilibrar o meio corporal e para se relacionar com o ambiente. Concluindo o raciocínio, quando se iniciou pelo sistema digestório e, na seqüência, circulatório, respiratório, endócrino, urinário, nervoso, sensorial e tegumentar, omitiu-se o único sistema cuja ausência não incompatibiliza a sobrevivência do indivíduo: o sistema reprodutor, tanto o masculino, quanto o feminino. Porém, o sucesso reprodutivo exige uma interação entre todos os sistemas do corpo, além de uma condição principal que é o inter-relacionamento entre indivíduos que são portadores de órgãos “complementares”. Por conseguinte, mais importante que o próprio indivíduo é a espécie, que abrange os seres vivos com características morfológicas relativamente comuns e propriedades funcionais que formam essa entidade biológica. Para encerrar analisa-se a importância da biologia reprodutiva, de mecanismos e estratégias das mais simples às “surpreendentes”, mas esta mesma seria tão “inócua” se o indivíduo não fosse suficientemente habilitado a sobreviver para se reproduzir. Logo a integridade do indivíduo se apresenta como condição essencial à existência da espécie. Capítulo 2 – Sistema Esquelético A osteologia é o ramo da anatomia que se ocupa do estudo das formações intimamente ligadas ou relacionadas com os ossos, em uma visão mais ampla, abrangendo o sistema esquelético em sua totalidade. Dois tecidos esqueléticos são característicos dos vertebrados – o cartilaginoso e o ósseo. Embora ambos sejam derivados especializados dos tecidos conjuntivos originados do mesoderma, são, entretanto bastante diferentes quanto à natureza, ao mecanismo de formação e frequentemente à posição. O osso é o elemento dominante no esqueleto da maioria dos grupos de vertebrados adultos, sendo um tipo de tecido conjuntivo, consiste de uma matriz de fibras e substância fundamental adjacente. Uma característica distinta do osso é que a substância fundamental é calcificada e, por isso, rígida. As células principais do tecido ósseo são os osteoblastos e osteócitos, que secretam e mantém a matriz óssea, na qual serão depositados sais, em que o fosfato e o carbonato estão combinados com o cálcio, de modo a formar um cristal denominado hidroxiapatita, sendo o fosfato de cálcio o composto principal. As outras células do tecido ósseo são os osteoclastos que reorganiza e regeneram o osso. O esqueleto é constituído por ossos e cartilagens, conferindo assim várias funções, das quais destacamos: - Fixação e alavanca para a musculatura esquelética, (o que confere a rigidez que serve de suporte ao corpo humano). - Alojamento e proteção de órgãos, (a caixa craniana aloja e protege o encéfalo, a caixa torácica protege coração e pulmões). - Sustentação de partes moles com a inserção de músculos, - Locomoção, constituindo-se em seu elemento passivo; - Hematopoiese, (o tecido esponjoso de alguns ossos com medula vermelha produz células sanguíneas). - Armazenamento de sais minerais, principalmente cálcio, fósforo, sódio e magnésio, (podendo chegar a 60% do peso ósseo, com o cálcio correspondendo a 97%). Regiões de um Osso (Figuras 3.1) - Periósteo: camada de tecido conjuntivo denso que reveste a superfície externa do osso (exceto as superfícies articulares), cuja parte mais profunda, denominada osteogênica, pode, quando solicitada, fornecer células para a formação óssea adicional, permitindo o crescimento do diâmetro do osso. - Endósteo: tecido originado da camada osteogênica do periósteo, que reveste a substância óssea compacta internamente. - Epífises: é a região das extremidades de um osso longo, onde se originam processos articulares e para a inserção muscular. - Diáfise: é o corpo do osso longo, localiza-se entre as epífises, aloja o canal medular ósseo. - Cartilagem Epifisária: está presente entre as epífises e a diáfise, permite o crescimento do osso em comprimento. - Substância Óssea Compacta: é a substância muito rígida e densa que compõe as diáfises. - Substância Óssea Esponjosa: é a substância de aspecto poroso que compõe a maior parte das epífises do osso, relacionando-se com a produção de células sanguíneas. As substâncias ósseas possuem elementos constituintes idênticos, sendo que se diferem quanto à disposição dos constituintes: na substância óssea compacta, as lamínulas de substância óssea encontram-se fortemente unidas. Já na substância óssea esponjosa, as lamínulas de substância óssea, por possuírem tamanhos e formas irregulares, arranjam-se formando lacunas, as quais se comunicam entre si. Medula Óssea - Estrutura mole que preenche as pequenas cavidades de tecido esponjoso e quenos ossos longos está contida numa cavidade central chamada cavidade medular. Compreende dois tipos: - Medula Óssea Amarela: é encontrada na diáfise dos ossos longos, é composta de tecido conjuntivo formado por células adiposas. - Medula Óssea Vermelha: localiza-se nas epífises de certos ossos longos, ricamente vascularizada, consiste em células sanguíneas e suas precursoras. Tem como função a formação de diversas células sanguíneas: eritrócitos (transporte de oxigênio), leucócitos (glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo), megacariócitos (células com núcleo grande, cujos fragmentos formam as plaquetas, que, são necessárias na coagulação sanguínea). Classificação dos Ossos Quanto à Forma - Individualmente os ossos são divididos, de acordo com a forma, em seis tipos: longos, curtos, planos, irregulares, sesamóides e pneumáticos: - Longos: são ossos que têm eixo longitudinal predominante (diáfise longa), como fêmur e úmero. - Curtos: ossos sem eixos predominantes que possuem somente uma delgada camada de tecido compacto revestindo o tecido esponjoso, os ossos do tarso e do carpo são exemplos de ossos curtos. - Laminares ou Planos: são delgados com predomínio da largura e comprimento sobre a espessura, são encontrados onde quer que haja uma necessidade de proteção de partes mole do corpo ou de uma extensa área de inserção muscular. São exemplos o esterno, escápula e vários ossos do crânio. - Irregulares: são ossos que não apresentam formas bem definida como as vértebras e os ossículos da orelha. - Sesamóides: ossos que se desenvolvem entre tendões ou cápsulas articulares, como a patela. - Pneumáticos: ossos que apresentam cavidades revestidas por mucosa e preenchidas por ar, essas cavidades são denominadas sinus ou seios, e se comunicam com o meio externo. São exemplos os ossos do crânio: frontal, maxilar, etmóide, esfenóide. Cartilagem - é essencialmente um elemento esquelético interno. Com poucas exceções (como no pavilhão da orelha externa do mamífero, nariz), jamais está presente na pele; é antes de tudo, característica de partes profundas do esqueleto. É sempre abundante no embrião e nos vertebrados jovens. Divisão do Esqueleto O esqueleto pode ser dividido em duas grandes porções: - O esqueleto axial, composto pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco; - O esqueleto apendicular, formado pelos ossos dos membros superiores e inferiores. A união entre essas duas porções faz-se por meio de cinturas: escapular – constituída pela escápula e clavícula – que articula os membros superiores ao esqueleto axial e a cintura pélvica – constituída pelos ossos do quadril – que articula os membros inferiores. Características Ósseas: 1. Dureza: substâncias minerais. 2. Elasticidade: substâncias orgânicas. 3. Erosão: retirada de sais minerais pelo próprio organismo. 4. Coloração: branco amarelado. OSSOS DO ESQUELETO AXIAL I – CABEÇA: 1. Divisão: 1.1 – Crânio: 1.1.1 – Ossos pares: parietais e temporais. 1.1.2 – Ossos Ímpares: frontal, etmóide, esfenóide e occipital. 1.2 – Face: 1.2.1 – Ossos pares: nasais, zigomáticos, lacrimais, palatinos e conchas nasais inferiores. 1.2.2 – Ossos Ímpares: vômer e mandíbula. Mandíbula: OSSOS DA COLUNA VERTEBRAL: - Coluna vertebral constitui-se no principal órgão de sustentação longitudinal do corpo, estendendo-se desde a base do crânio até o final da cauda. - Situada na linha média do corpo, formada por uma série de estruturas articuladas denominadas de vértebras, de formas diferenciadas. - Dividida nas regiões cervical, torácica, lombar, sacra, coccígea e ou caudal. 1. Constituição da coluna vertebral: sete vértebras cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e de numero variado entre as espécies, as coccígeas. 2. Características dos ossos da coluna vertebral: – Vértebras cervicais: forames transversos. – Vértebras torácicas: fóveas costais. – Vértebras lombares: processos mamilares. – Vértebras sacrais: fundidas formam o sacro. – Vértebras coccígeas: fundidas formam o cóccix, região da calda dos animais. VÉRTEBRA: Constituintes: corpo, arcos, lâminas, processos transversos, espinhosos e articulares (superiores e inferiores) e forame vertebral. Corpo: É a maior parte da vértebra, sendo representado por um segmento cilíndrico, apresentando uma face superior e outra inferior. Entre os corpos vertebrais está presente o disco vertebral ou articulação intercorpovertebral. Função: Sustentação Processo Espinhoso: É a parte do arco ósseo que situa-se medial e posteriormente. Função: Movimentação. Processos Transversos: São dois prolongamentos laterais, direito e esquerdo, que se projetam transversalmente de cada lado do ponto de união do pedículo com a lâmina. Função: Movimentação. Processos Articulares: São em número de quatro, dois superiores e dois inferiores. São saliências que se destinam, em vértebras onde ocorre a mobilidade, à articulação das vértebras entre si. Função: Movimentação. Vértebras cervicais: Atlas: é a primeira vértebra cervical. - Atípica na forma e na estrutura; - O corpo e o processo espinhoso estão ausentes. Tem a forma de um forte anel, do qual se projetam lateralmente duas lâminas curvas que são os processos transversos ou asas. Particularidades: forame transverso, tubérculo anterior, fóvea dentis e arcos anterior e posterior. Áxis: é a segunda vértebra cervical. Terceira a Sétima vétebras cervicais de Bovino. Vértebras torácicas: – Particularidades: fóveas costais no corpo e nos processos transversos, corpo arredondado e processos espinhosos afilados. Vértebras lombares: – Particularidades: processos mamilares, corpo em forma de rim, forame vertebral triangular e processo espinhoso quadrangular. Vértebras sacrais: – Vista cranial: linhas transversas, forames sacrais ventrais e promontório. – Vista dorsal: cristas sacrais mediana, intermédias e laterais, forames sacrais dorsais, sacral, cornos sacrais, tuberosidade sacral e superfícies auriculares. CAUDAL Vértebras coccígeas: variáveis entre as espécies. Na figura está representado vértebras de bovino. ESTERNO: Osso segmentado mediano que completa o esqueleto do tórax ventralmente e articula-se com as cartilagens das costelas; - Consiste de um número variável de segmentos ósseos, dependendo da espécie, unidos por cartilagem no indivíduo jovem. COSTELAS: São ossos alongados, encurvados que articulam com as vértebras torácicas formando o esqueleto das paredes laterais do tórax. - Cada uma articula-se dorsalmente com duas vértebras e é prolongada ventralmente por cartilagem costal. - Costelas esternais (ou verdadeiras): 7 primeiros pares, articulam-se com o esterno por meio de cartilagens costais;- Costelas asternais (ou falsas): 3 pares seguintes, Suas cartilagens fundem-se na cartilagem costal da última costela verdadeira; Costelas flutuantes: 2 últimos pares, têm suas extremidades ventrais livres e não estão inseridas a uma cartilagem OSSOS DO ESQUELETO APENDICULAR SUPERIOR – DIVISÃO 1. Cintura escapular: clavícula e escápula, clavícula presente nas aves e alguns primatas. 2. Parte livre: úmero, rádio, ulna, ossos do carpo, do metacarpo e falanges dos dedos. – CLAVÍCULA – ESCÁPULA Costelas verdadeiras (1-7) Costelas falsas (8-10) Costelas flutuantes – ÚMERO 1. Epífise proximal: mais próxima da articulação. 2. Corpo 3. Epífise distal: mais distante da articulação. V – RÁDIO 1. Epífise proximal 2. Corpo 3. Epífise distal VI – ULNA 1. Epífise proximal 2. Corpo 3. Epífise distal *Nos equinos e bovinos Rádio e Ulna estão fundidos, enquanto que nos suínos e cachorros a ulna é mais desenvolvida. VII – OSSOS DO CARPO VIII – OSSOS DO METACARPO: Tem tipicamente cinco ossos metacárpicos, um para cada dedo; - São ossos longos e são designados numericamente do lado radial ao ulnar; - No cão, o primeiro metacárpico é muito menor que os outros e o segundo e quinto são um tanto reduzidos; Ossos do Metacarpo - No cavalo, o primeiro e quinto metacárpico estão ausentes, o terceiro é o grande osso metacárpico que suporta e carrega o único dedo, enquanto que o segundo e o quarto são muito reduzidos. - Nos ruminantes e suínos, o terceiro e o quarto são os metacárpico principais e sustentam os dedos bem desenvolvidos; eles estão fundidos no boi e carneiro, nos outros são variavelmente reduzidos ou ausentes. IX – FALANGES: São tipicamente cinco, São designados lado radial ao ulnar; - No cão estão presentes todos. - No boi e no porco o terceiro e quarto são bem desenvolvidos e suportam o peso, enquanto o segundo e quinto são reduzidos. CÃO BOVINO - O cavalo tem um único dedo. O esqueleto de cada dedo completamente desenvolvido é composto de três falanges e alguns sesamóides; A falange distal esta contida no casco ou unha e é modificada para conforma-se ao ultimo. VISTA DORSAL VISTA VENTRAL ESQUELETO AXIAL INFERIOR – CINTURA PÉLVICA - Consiste do osso do quadril que se junta ao do lado oposto, ventralmente, na sínfise pélvica e articula-se muito firmemente com o sacro e as primeiras vértebras caudais; constituem a pelve óssea. – DIVISÃO 1. Cintura pélvica: osso coxal 2. Parte livre: fêmur, tíbia, fíbula, patela, ossos do tarso, do metatarso e falanges dos dedos. – OSSO COXAL 1. Divisão: – Ílio – Ísquio – Púbis – Acetábulo: é a cavidade articular do osso coxal formado pelo ílio, ísquio e púbis. – FÊMUR 1. Epífise proximal 2. Corpo 3. Epífise distal – PATELA – TÍBIA: Osso longo e grande 1. Epífise proximal 2. Corpo 3. Epífise distal - FÍBULA: é muito mais delgada do que a tíbia e não se articula com o fêmur. Está situada ao longo da borda lateral da tíbia, da qual está separada pelo espaço interósseo da perna. - No porco e cão ela possui um corpo completo e duas extremidades, porém no cavalo e boi é muito reduzida e, além disso, modificada. O esqueleto do pé, consiste de três subdivisões, o tarso, metatarso e dedos. O tarso (ou jarrete) contém um grupo de ossos curtos, em numero de cinco a sete nos diferentes animais. A fileira proximal consiste de dois ossos, o tálus e calcâneo. Os ossos metatársicos e dedos parecem, em geral, com aqueles das correspondentes regiões do membro torácico. As falanges são semelhantes às do membro superior (anterior). Divididas em Falange proximal, Falange medial e Falange distal. Metatarso Capítulo 3 – Sistema Articular O esqueleto, sendo ativado pelos movimentos de contração e relaxamento muscular, funciona essencialmente como um sistema de alavancas, sujeito às mesmas leis físicas às quais são submetidas às alavancas mecânicas que o homem utiliza em seu dia-a-dia: as alavancas que potencializam a força atuam sobre curtas distâncias e são lentas; as que maximizam a velocidade atuam sobre grandes distâncias e são fracas. Em determinadas circunstâncias, as alavancas, ou articulações, se dispõem em arranjos complexos formados por várias unidades interconectadas, conhecidos como cadeias cinéticas. O objetivo do capitulo é analisar a constituição, funcionamento e classificação das diferentes formas de articulações dos vertebrados. Cartilagem - é essencialmente um elemento esquelético interno. Com poucas exceções (como no pavilhão da orelha externa do mamífero, nariz), jamais está presente na pele; é antes de tudo, característica de partes profundas do esqueleto. É sempre abundante no embrião e nos vertebrados jovens. Existem diferentes Tipos de Cartilagem presente no sistema esquelético: - Cartilagem Hialina: é uma substância flexível, com propriedades elásticas, com aspecto translúcido e vítreo. - Cartilagem Elástica: observada caracteristicamente no pavilhão da orelha externa dos mamíferos, apresenta grande flexibilidade devido à presença de muitas fibras elásticas em sua substância fundamental. - Fibrocartilagem: é uma forma de transição entre um tecido conjuntivo denso e a cartilagem; ela está presente próximo às articulações, na inserção de ligamentos e tendões, formando os delgados discos intervertebrais entre os centros vertebrais em mamíferos. Articulações Fibrosas (Sinartroses) (Figura 4.1) - As articulações ou junturas fibrosas são caracterizadas pela baixa mobilidade que possuem, e incluem todas as articulações nas quais a sua constituição predominante é formada por tecido conjuntivo fibroso. Há dois tipos principais de articulações fibrosas: as suturas e as sindesmoses, que podem ser classificadas em parte pelo comprimento das fibras de tecido conjuntivo que mantém os ossos unidos. Há um terceiro tipo de juntura, denominada gonfoses, que é às vezes assim classificada. - Suturas: Nas suturas as extremidades dos ossos têm interdigitações ou sulcos, que os mantêm íntima e firmemente unidos. Consequentemente, as fibras de conexão são muito curtas preenchendo uma pequena fenda entre os ossos. Este tipo de articulação é encontrado somente entre os ossos planos do crânio. No homem, o amadurecimento leva as fibras da sutura a serem substituídas completamente por tecido ósseo (os ossos de ambos os lados da sutura tornam-se firmemente unidos), em um fenômeno denominado sinostose. De acordo com a morfologia, as suturas podem ser diferenciadas em: - Serrátil ou Serreada: se articulam em forma de zigue-zague. Ex: entre os ossos parietais do humano. (Fig. 4.1.1) - Escamosa: união dos ossos ocorre com a sobreposição parcial de um sobre o outro. Ex: sutura entre os ossos parietal e temporal do crânio humano. - Plana ou Lisa: ossos se articulam retilineamente.Ex: suturas entre os ossos nasais. - Sindesmoses: Caracterizadas como membranas interósseas, nestas articulações o tecido interposto é também o conjuntivo fibroso, mas diferentemente das suturas, não ocorrem nos ossos do crânio. Na verdade, a Nomenclatura Anatômica só registra dois exemplos: sindesmose tíbio-fibular e sindesmose rádio-ulnar. - Gonfoses: Também chamadas de articulações em cavilha, são articulações especializadas, restritas apenas à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e maxila. Articulações Cartilaginosas (Anfiartroses) - Nas articulações cartilaginosas os ossos se mantêm unidos por tecido cartilaginoso, pelo requisito funcional de pequenos movimentos serem necessários nestas articulações – o que é garantido pelas características particulares da cartilagem. São encontrados dois tipos de articulações cartilaginosas: as sincondroses e as sínfises. - Sincondroses: Os ossos de uma articulação do tipo sincondrose estão unidos por cartilagem hialina. Muitas sincondroses são articulações temporárias, com a cartilagem sendo substituída por osso com o passar do tempo (isso ocorre em ossos longos e entre alguns ossos do crânio). Sutura Plana Sutura Escamosa Sindesmose rádio-ulnar Sindesmose tíbio-fibular - Sínfises: São caracterizadas pela presença distintiva de delgadas lâminas formadas por fibrocartilagem entre os ossos da articulação. Essas lâminas, por serem compressíveis, permitem que as sínfises absorvam impactos. A articulação entre os ossos púbicos e a articulação entre os corpos vertebrais são exemplos de sínfises. No homem, durante seu desenvolvimento, as duas metades da mandíbula estão unidas por uma sínfise mediana, mas essa articulação torna-se completamente ossificada (sinostose) na idade adulta. Exemplos: intervertebrais; púbica. Articulações Sinoviais (Diartroses) - Neste tipo de articulação, as faces articulares dos ossos não estão em continuidade. Elas encontram-se cobertas por uma cartilagem hialina especializada, denominada cartilagem articular, e o contato está restrito a esta cartilagem, que atua conferindo a propriedade de mantê-las lisas evitando atritos durante os movimentos. O contato é facilitado por um líquido viscoso, o líquido sinovial. Essas articulações são revestidas por uma cápsula de tecido fibroso, que delimita a cavidade articular. Cápsula Articular: É uma membrana constituída por tecido conjuntivo fibroso denso, que envolve a juntura e mantém-se unida ao periósteo dos ossos que participam da articulação. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna). A primeira é mais resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos por feixes também fibrosos, que constituem os ligamentos capsulares, destinados a aumentar sua resistência. Em muitas junturas sinoviais, todavia, existem ligamentos independentes da cápsula articular denominados extra-capsulares ou acessórios e em algumas, aparecem também ligamentos intra- articulares. Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos, mas, além disso, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais. A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular, sendo abundantemente vascularizada e inervada, é encarregada da produção da sinóvia ou líquido sinovial, a qual é uma secreção viscosa e transparente que lubrifica e nutre as estruturas que compõem a cavidade articular. O principal componente dessa secreção é o ácido hialurônico, responsável pela viscosidade, sua função lubrificante. Discos e Meniscos: Em várias junturas sinoviais, interpostas às superfícies articulares, encontram-se formações fibrocartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares, de função discutida: serviriam para a melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia-lua, são encontrados na articulação do joelho. Classificação Morfofuncional das Articulações Sinoviais: - Plana: as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra em todas as direções, entretanto, com a amplitude do movimento bastante reduzida. São encontradas entre os ossos do carpo, do tarso e entre os corpos das vértebras. - Trocóide: as superfícies articulares são segmentos de cilindro, o que permite o movimento de rotação, sendo seu eixo de movimento exclusivamente vertical. Como exemplo tem-se a articulação rádio-ulnar. - Gínglimo: também chamado de dobradiça, devido aos movimentos que realiza, é caracterizada por realizar somente a flexão e a extensão (movimentos angulares). Exemplos as articulações das falanges e a do cotovelo. - Selar: a superfície articular de uma peça esquelética possui a forma de sela, apresentando concavidade em uma de suas faces e convexidade na outra, e se encaixa em uma segunda peça onde face convexa e côncava apresentam-se em disposição inversa à primeira. Essa articulação permite flexão, extensão, adução, abdução e consequentemente, a circundação. Como exemplo observa-se a articulação carpometacárpica do polegar. - Condilar ou Elipsóide: as superfícies articulares possuem forma elíptica. As junturas permitem flexão, extensão, adução, abdução e circundação, mas não a rotação. Ex: articulações rádio-cárpica e têmporo-mandibular. - Cotílica ou Esferóide: as superfícies articulares são segmentos de esferas e se encaixam em receptáculos ocos. Permitem movimentos de flexão, extensão, adução, abdução, circundação e a rotação. São exemplificadas pelas articulações do ombro e do quadril. - Articulações e os Movimentos - O movimento das articulações depende, essencialmente, da forma das superfícies que entram em contato e dos meios de união que podem limitá-lo. Na dependência destes fatores as articulações podem realizar movimentos de um, dois ou três eixos. Este é o critério adotado para classificá-las funcionalmente. Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um eixo, diz-se que é monoaxial ou que possui um só grau de liberdade; será biaxial a que os realiza em torno de dois eixos (2 graus de liberdade); e triaxial se eles forem realizados em torno de três eixos (3 graus de liberdade). Assim as articulações que só permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são monoaxiais; aquelas que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a rádio-cárpica (articulação do punho), são biaxiais; finalmente as que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a rotação, são ditas triaxiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril. Capítulo 4 – Sistema Muscular O sistema muscular, do ponto de vista quantitativo é muito amplo, pois forma de um terço a metade do volume corpóreo dos vertebrados. Funcionalmente, a musculatura também é da mais alta importância, pois o sistema nervoso se expressa através da contração das fibras musculares. Desde a locomoção à circulação sanguínea, as principais funções do organismo são proporcionadas ou associadas à atividade muscular, incluindo a produção de calor corpóreo. Função: Geração de calor; Manutenção da postura corporal; Auxilia na sustentação do corpo; Estabiliza as articulações; Capacidade de contração e resposta a certos estímulos; Formação de grandes cavidades corporais, proteção e sustentação dos órgãos; Auxílio na secreção glandular, movimento do sanguee peristaltismo (movimentar o alimento pelo trato digestivo); e Capacidade de contração em resposta a estímulos. Tipos de Musculatura - Distinguem-se dois tipos principais de tecido muscular: o liso e o estriado: Músculo Liso: As fibras musculares lisas são as mais simples e menores. O músculo liso é encontrado principalmente na parede do tubo digestório. Seguramente outros lugares, que derivam desse tubo também apresentam musculatura lisa – bexiga, a traqueia e os brônquios pulmonares. Entretanto, existem outros lugares onde as fibras musculares lisas se originaram independentemente do tubo digestório, como nos vasos sanguíneos, os órgãos genitais, o tecido conjuntivo da pele, e outras regiões. No músculo liso, como o nome indica, as fibrilas parecem ser simples; não existem bandas transversais nas fibras, tal como se observa nas células musculares estriadas. Essa musculatura é considerada como involuntária, por estar sobre o controle do sistema nervoso autônomo. Nessa musculatura a contração é relativamente lenta e pode ser duradoura; entretanto a intensidade é menor que no estriado, ao contrário, o músculo estriado pode ser mais rapidamente estimulado e contrair mais vigorosamente, mas a fadiga ocorre mais rápido. Músculo Estriado: As fibras deste tipo de tecido constituem a “carne”, e estão dispostas formando músculos que se inserem e movem elementos esqueléticos. As células musculares estriadas são multinucleadas, com numerosos núcleos dispersos ao longo de sua extensão. Na maioria dos grupos de vertebrados os núcleos estão situados no interior das fibras; nos mamíferos e de certo modo nas aves, os núcleos estão, pelo contrário, dispostos superficialmente. O músculo estriado como um todo pode contrair-se fraco ou fortemente, por um intervalo de tempo curto ou longo; o resultado varia de acordo com a quantidade de fibras estimuladas e a quantidade e velocidade dos estímulos nervosos. Cada fibra muscular, entretanto, contrai-se na base do “tudo ou nada”; a contração é total ou simplesmente não ocorre. A ação de um músculo é efetuada através do encurtamento de suas fibras, do que resulta uma tração sobre os ossos ou outros elementos nos quais as duas extremidades do músculo estão inseridas. Músculo Cardíaco: No coração encontra-se um tipo especial de musculatura inexistente em outros órgãos, a qual é autônoma, e apresenta bandas transversais semelhantes àquelas observadas nas fibras estriadas. Há também os discos intercalares, os quais possuem complexos juncionais e comunicantes que ligam firmemente as células desse tecido, mas permite que haja troca de substâncias entre células vizinhas. Assim, toda a musculatura cardíaca é uma rede contínua de fibras que se ramificam e se comunicam (anastomose), formando uma massa única de tecido sincicial que facilita a transmissão dos impulsos de forma sincrônica através do miocárdio. O coração dos vertebrados possui a capacidade de contrair-se ritmicamente, sendo esta propriedade denominada automatismo cardíaco. O controle da atividade cardíaca é realizado através de inervação simpática e parassimpática. Estes nervos agem sobre uma rede de células musculares cardíacas modificadas situada, no homem, na parede do átrio direito: o chamado nó sinu-atrial, também conhecido como “marca-passos”. Então, o estímulo gerado espalha-se por todo o miocárdio resultando na contração. O impulso chega ao nó atrioventricular, na porção inferior do septo inter-atrial e se propaga aos ventrículos através do feixe atrioventricular, percorrendo então todo o miocárdio. Componentes Anatômicos dos Músculos Esqueléticos Um músculo esquelético típico possui uma porção média e as extremidades. A porção medial é carnosa e recebe o nome de ventre muscular. Nele predominam as fibras musculares, sendo, portanto a parte ativa do músculo, isto é, a parte contrátil. Quanto às extremidades, uma é denominada origem, a mais estável e fixa em relação ao movimento a ser efetuado; e a outra inserção, a região que se move durante a contração. As fibras musculares nunca se inserem diretamente no osso ou cartilagem; a inserção é sempre feita por meio de tecido conjuntivo que dependendo da forma recebe o nome de tendão, quando formam estruturas terminais cilindróides ou de aponeurose, quando formam estruturas laminares (típicas de músculos largos). Tanto tendões quanto aponeuroses são esbranquiçados e brilhantes, muito resistentes e praticamente inextensíveis, constituídos por tecido conjuntivo denso, rico em fibras colágenas e desenvolvem a função de prender o músculo às diversas estruturas como ossos, cartilagens, cápsulas articulares, etc. O músculo como um todo, é envolto por uma delgada lâmina de tecido conjuntivo, o epimísio; no interior do músculo, outras bainhas, o endomísio e o perimísio envolvem e separam fibras e feixes musculares, respectivamente. Epimísio Sarcômero Fibra muscular Endomísio Perimísio Classificação dos Músculos Quanto à Forma do Músculo e Arranjo de suas Fibras - A função do músculo condiciona sua forma e arranjo de suas fibras. Como as funções dos músculos são múltiplas e variadas, também o são sua morfologia e arranjo de suas fibras. De modo geral possuem suas fibras dispostas em duas maneiras diferentes à direção da tração exercida pelo mesmo: paralelas ou oblíquas. Disposição Paralela das Fibras: pode ser encontrada tanto em músculos longos (nos quais há predomínio do comprimento sobre a largura), como nos músculos largos (nos quais há predomínio da largura sobre o comprimento). Nos músculos longos observa-se uma convergência das fibras musculares em direção aos tendões, tanto de origem como de inserção, de tal modo que na parte média o músculo tem maior diâmetro que nas extremidades e por seu aspecto característico é denominado fusiforme. Já nos músculos largos pode haver convergência das fibras musculares para uma das extremidades, originando os músculos em leque. Disposição Oblíqua das Fibras: esse tipo de disposição é encontrado em músculos denominados peniformes. Esses músculos recebem essa denominação pela semelhança com a forma de uma pena. Se os feixes musculares se prendem em uma só borda do tendão falamos em músculo unipenado; se os feixes se prendem nas duas bordas do tendão, será bipenado. Disposição das fibras musculares esqueléticas: A-Oblíquo; B-Bipenado; C-Fusiforme; D- Paralela. Quanto à Origem - Quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz-se que apresentam mais de uma cabeça de origem. São então classificados como músculos bíceps, tríceps ou quadríceps, conforme apresentam 2, 3 ou 4 cabeças de origem. Esquema do Músculo Bíceps Braquial. Quanto à Inserção - Do mesmo modo os músculos podem inserir-se por mais de um tendão. Quando há dois tendões de inserção, são denominados bicaudados; três ou mais, policaudados. Ex. músculo flexor longo dos dedos do pé. Esquema de um músculo A-Bicaudado e B-Policaudado. Quanto ao Ventre Muscular - Alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários situados entre eles. São ditos digástricos os músculos que apresentam dois ventres e poligástricos os que apresentam número maior. Músculo Reto do Abdome no homem. Quanto à Ação - Dependendo da ação principal resultante da contração muscular, o músculo pode ser classificado como flexor, extensor, adutor, abdutor, rotador medial, rotador lateral, pronador, supinador, flexor plantar, flexor dorsal, etc. A B
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