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INTRODUÇÃO A PROVA NO PROCESSO PENAL

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TEORIA GERAL DO PROCESSO PENAL 
PROVA
É todo elemento pelo qual se procura mostrar a existência e a veracidade de um fato. FLAVIO CARDOSO
É o elemento que autoriza a conclusão acerca da veracidade de um fato ou circunstância. PEDRO LENZA 
As provas são os meios através dos quais se fará a reconstrução do fato passado (crime). AURY LOPES JR.
É o meio pelo qual possa ser demonstrada a existência ou inexistência de um fato, a falsidade ou a veracidade de uma informação, a fim de que o magistrado possa realizar o julgamento.
Mesmo que o acusado admita que cometeu o crime, não será possível condená-lo, pois é necessário provar!!
FUNÇÃO DA PROVA 
Sua finalidade, no processo, é influenciar no convencimento do julgador. 
Através – essencialmente – das provas, o processo pretende criar condições para que o juiz exerça sua atividade recognitiva, a partir da qual se produzirá o convencimento externado na sentença. AURY LOPES JR
O objetivo da atividade probatória é convencer seu destinatário: o juiz. Tendo em vista que o juiz não presenciou o fato (crime), é por meio das provas que o juiz poderá reconstruir o momento histórico em questão, para decidir se a inflação, de fato, ocorreu e se o réu foi seu autor. PEDRO LENZA
 Recebimento Citação Resposta Alegações Alegações
Denúncia MP Defesa Sentença
 
 Condenatória ou Absolutória
1 – Identidade física do juiz (jurisdicionalidade) 
2 – Motivação livre convencimento motivo do magistrado
3 – Imparcialidade 
Art. 155, do CPP 
NENHUMA prova tem valor absoluto.
OBJETO DA PROVA
São os fatos principais ou secundários que reclamem uma apreciação judicial e exijam comprovação. 
É toda circunstância, fato ou alegação referente ao litígio sobre os quais pesa incerteza e que precisam ser demonstrados perante o juiz para o deslinde da causa. 
Para Aury Lopes Jr., o objeto do processo está delimitado na denúncia por um sujeito que tem a pretensão acusatória. No caso o fato narrado na denúncia é o objeto do processo. 
NÃO precisam ser provados: 
Fatos inúteis na apuração da causa. 
Fatos notórios, conhecidos como verdade sabida. 
Presunções legais 
PRINCIPIOLOGIA DAS PROVAS
Antes de falar sobre os princípios das provas, é necessário compreender a diferença entre “meios de provas” e “meios de obtenção de provas”: 
Meios de provas: é o meio através do qual se oferece ao juiz meios de conhecimento, de formação da história do crime, cujos resultados probatórios podem ser utilizados diretamente na decisão. 
Meios de obtenção de provas: são instrumentos que permitem obter-se, chegar-se à prova. Não são propriamente provas, mas caminhos para chegar-se à prova.
Ou seja, enquanto o meio de prova se presta ao convencimento direto do julgador, os meios de obtenção de provas somente indiretamente, e dependendo do resultado de sua realização, poderão servir à reconstrução dos fatos. 
- Garantia da jurisdição: distinção entre Atos de Investigação e Atos de Prova
A principal garantia que temos é a da jurisdição e, como resultado dela, a de ser julgado com base na prova produzida dentro do processo, com todas as garantias do devido processo legal. É muito importante que faça distinções dos atos (verdadeiramente) de prova daqueles meros atos de investigação (produzidos na fase “pré-processual”).
	Atos de Prova
	Atos de Investigação
	1. estão dirigidos a convencer o juiz de uma afirmação;
	1. não se referem a uma afirmação, mas a uma hipótese; 
	2. estão a serviço do processo e integram o processo penal;
	2. estão a serviço da investigação preliminar, isto é, da fase pré-processual e para o cumprimento de seus objetivos; 
	3. dirigem-se a formar a convicção do juiz para o julgamento final – tutela de segurança;
	3. servem para formar um juízo de probabilidade, e não a convicção do juiz para o julgamento; 
	4. servem à sentença;
	4. não exigem estrita observância da publicidade, contradição e imediação, pois podem ser restringidas;
	5. exigem estrita observância da publicidade, contradição e imediação;
	5. servem para a formação da opinio delicti do acusador;
	6. são praticados ante o juiz que julgará o processo.
	6. não estão destinados à sentença, mas a demonstrar a probabilidade do fumus commissi delicti para justificar o processo (recebimento da ação penal) ou o não processo (arquivamento);
	
	7. também servem de fundamento para decisões interlocutórias de imputação (indiciamento) e adoção de medidas cautelares pessoais, reais ou outras restrições de caráter provisional;
	
	8. podem ser praticados pelo Ministério Público ou pela Polícia Judiciária. 
O inquérito policial somente gera atos de investigação de limitado valor probatório. 
Somente são considerados atos de prova e, portanto, aptos a fundamentarem a sentença, aqueles praticados dentro do processo, à luz da garantia da jurisdição e do devido processo legal. 
Agora sim, vamos aos princípios: 
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA previsto no art. 5º, inciso LVII, da CF. A presunção de inocência implica um dever de tratamento por parte do juiz e do acusador, que deverão efetivamente tratar o réu como inocente, não (ab)usando das medidas cautelares e, principalmente, não olvidando que a partir dela se atribui a carga da prova integralmente ao acusador (em decorrência do dever de tratar o réu como inocente, logo, a presunção deve ser derrubada pelo acusador). Dever de tratamento interno (dentro do processo)
A presunção de inocência impõe limites à publicidade abusiva e à estigmatização do acusado (diante do dever de tratá-lo como inocente). Dever de tratamento externo (fora do processo)
Como regra de julgamento, a presunção de inocência impõe que a absolvição seja o critério pragmático de resolução da dúvida judicial, através do in dubio pro reo.
- Carga probatória e in dubio pro reo/ ÔNUS DA PROVA
O ônus da prova é da acusação, portanto a partir do momento em que o imputado é presumidamente inocente, não lhe incumbe provar absolutamente nada. Existe uma presunção que dever ser destruída pelo acusado, sem que o réu, e muito menos o juiz, contribua nessa desconstrução. Nemo tenetur se detegere - direito de silencio. 
O MP acusa (com provas) e a defesa tem o direito de contradizer (com contra-hipóteses e com contraprovas). Assim, o juiz analisa o contexto probatório (usando de sua imparcialidade) para dar um “julgamento final”. Condenando se, achar que ficou provado a versão acusatória ou absolvendo se, não restou suficientemente provado. 
[ATENÇÃO] Não há distribuição de cargas probatórias, mas atribuição ao acusador, ou seja, a carga da prova está inteiramente nas mãos do acusador, não só porque a primeira afirmação é feita por ele na peça acusatória (denúncia ou queixa-crime), mas também porque o réu está protegido pela presunção de inocência. 
Quando o réu utiliza seu direito de permanecer em silêncio (Nemo tenetur se detegere), a defesa assume o risco da perda de chance de obter o convencimento do juiz da veracidade de sua tese. Entretanto, não gera um prejuízo processual, pois não existe uma carga. 
Regra de julgamento o juiz não pode condenar alguém cuja culpabilidade não tenha sido completamente provada. (= Nulla accusatio sine probatione)
Incumbe ao acusador provar a presença de todos os elementos que integram a tipicidade, a ilicitude e a culpabilidade e, logicamente, a inexistência das causas de justificação. 
CONTRADITÓRIO o contraditório deve ser visto como o direito de participar, de manter uma contraposição em relação à acusação e de estar informado de todos os atos desenvolvidos no iter procedimental. O contraditório deve ser observado nos quatro momentos de prova. 
Postulação (denúncia ou resposta escrita);Admissão (pelo juiz);
Produção (instrução); e
Valoração (na sentença).
Assim o principio do contraditório é, essencialmente, o direito de ser informado e de participar no processo. É o conhecimento completo da acusação, o direito de saber o que está ocorrendo no processo, de ser comunicado de todos os atos processuais. Como regra, não pode haver segredo (antítese) para a defesa, sob pena de violação ao contraditório.
- Provas e o Direito de Defesa: o Nemo tenetur se detegere
Deve haver estrita observância do direito de defesa (técnica ou pessoal).
A defesa técnica obriga (e garante) a presença de defensor em TODOS os atos do processo, principalmente em matéria probatória. 
A defesa técnica e pessoal deve se fazer presente nos 4 momentos de prova. 
Não basta apenas a comunicação dos atos e oportunidade para que os exerça, senão que a garantia da defesa também impõe a presença efetiva do defensor nos atos que integram a instrução, sendo absolutamente ilegal a prática neoinquisitória de alguns juízes que resolvem colher a prova sem a presença do réu e de seu defensor. 
A defesa técnica é indisponível, pois, além de ser uma garantia do sujeito passivo, existe um interesse coletivo na correta apuração do fato. 
Sujeito passivo é considerado como hipossuficiente. 
Já a defesa pessoal ou autodefesa é a possibilidade de o sujeito passivo resistir pessoalmente à pretensão acusatória, seja através de atuações positivas ou negativas. 
 - Autodefesa positiva: é o direito disponível do sujeito passivo de praticar atos, declarar, participar de acareações, reconhecimentos, submeter-se a exames periciais etc. 
- Autodefesa negativa: é o direito de o imputado não fazer prova contra si mesmo, podendo recusar-se a praticar todo e qualquer ato probatório que entenda prejudicial à sua defesa. 
SISTEMAS DE VALORAÇÃO DAS PROVAS
Sistema Legal de Provas o legislador fixava uma tabela de valoração das provas, o peso de cada prova vem previsto em lei. O art. 158, do CPP, representa um resquício deste sistema. 
Princípio/Sistema da Íntima Convicção o juiz está completamente livre para valorar a prova, sem que tenha de fundamentar sua decisão. É adotado nos Tribunais de Júri, em nosso ordenamento. 
Sistema do Livre Convencimento motivado ou Persuasão Racional é o modelo adotado e, está previsto no art. 155, do CPP. O juiz aprecia a prova livremente, porém deve fundamentar sua decisão. (REGRA DO CPP)
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ: o art. 399, §2º, do CPP consagrou tal principio, de modo que o “juiz” que presidiu a instrução deverá proferir sentença.
OBS: a concentração dos atos (necessários para a identidade física) impõe que a instrução seja realizada em uma única audiência ou, caso isso não seja possível, em audiências realizadas em um breve espaço de tempo. 
ILICITUDE DAS PROVAS 
Primeiramente, importante diferenciar prova ilegítima de prova ilícita: 
Prova ilegítima: quando ocorre a violação de uma regra de direito processual penal no momento da sua produção em juízo, na prova. A proibição tem natureza exclusivamente processual. Exemplos: juntada fora do prazo, prova unilateralmente produzida etc. 
Prova ilícita: é aquela que viola regra de direito material ou a Constituição no momento da sua coleta, anterior ou concomitante ao processo, mas sempre exterior a este (fora do processo). Exemplos: interceptação telefônica ilegal, quebra ilegal do sigilo bancário, fiscal etc. 
A prova ilegítima nem entra no processo ou, se erroneamente admitida, deve ser desentranhada. 
- Teorias sobre a Admissibilidade das Provas Ilícitas
Admissibilidade Processual da Prova Ilícita: a prova poderia ser admitida desde que não fosse vedada pelo ordenamento processual. Não é mais adotada. 
Inadmissibilidade Absoluta: decorre da literalidade do art. 5º, inciso LVI, da CF.
Admissibilidade da Prova Ilícita em nome do Princípio da Proporcionalidade (ou da Razoabilidade): a prova ilícita, em certos casos, tendo em vista a relevância do interesse público a ser preservado e protegido, poderia ser admitida. 
Admissibilidade da Prova Ilícita a partir da Proporcionalidade Pro Reo: a prova poderia ser admitida e valorada apenas quando se revelasse a favor do réu. 
OBS: Se, em determinado processo criminal, admite-se a prova ilícita porque benéfica ao réu (proporcionalidade pro reo), pode-se, após, utilizar essa prova para em outro processo penal punir terceiros? NÃO. A mesma prova que serviu para a absolvição do inocente não pode ser utilizada contra terceiro, na medida em que, em relação a ele, essa prova é ilícita e assim deve ser tratada (inadmissível, portanto). 
PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO: é aquela que, apesar de produzida licitamente, torna-se ilícita em razão da informação que permitiu a sua colheita ter originado de prova ilícita. 
Teoria dos frutos da árvore envenenada a prova produzida de forma ilícita, contamina com sua ilícita todas as provas derivadas, produzidas, dela. Art. 157, §§ 1º e 2º, do CPP. 
- Requisitos para ilicitude por derivação 
Nexo de causalidade = relação de causa e efeito entre a prova posterior e a anterior ilícita. Quando há ausência do nexo de causalidade, a prova posterior é lícita. 
Nexo exclusivo = não pode haver outra prova lícita que dê causa à prova derivada. Desse modo, para que a posterior se mantenha Ilícita, é necessário que a prova apenas tenha decorrido da prova anterior ilícita. Não havendo exclusividade do nexo, por ser a fonte independente, a derivada será lícita. 
Reconhecida a ilicitude da prova, ela deve ser obrigatoriamente retirada dos autos do processo e seja autuada em apartado. 
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS NO PROCESSO PENAL: quando na investigação preliminar surgir uma prova relevante e imprescindível, que corra o risco de não poder ser repetida em juízo, deve ser colhida antecipadamente.

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