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Títulos de Crédito, Resumo Cheque - Direito Empresarial III

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Cheque, Lei 7.357/85
Espécie de Título: é uma ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco, em razão de provisão que o emitente (o sacador, aquele que emite a ordem para o banco), possui junto ao sacado (que no caso, necessariamente é o banco) proveniente essa de contrato de depósito bancário ou abertura de crédito. Conforme artigos 3º e 4º.
	Art . 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque.
	O Sacado é sempre o banco, tendo em vista que este que deve pagar o sacador.
Se o sacado não é banco ou instituição financeira equivalente, não se trata de cheque.
	Art . 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como cheque.
	O emitente deve ter dinheiro disponível em poder do sacado – ou seja, no banco. 
Mas, caso não tenha, isso não prejudica a validade do título como cheque.
Positivamente, o cheque é uma ordem de pagamento à vista, mas o costume desnaturou essa característica do título, consolidando o cheque a prazo. 
	Art . 32º O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário.
	Em lei, o pagamento é a vista.
A jurisprudência e o costume, como fontes do direito passou a aceitar o cheque a prazo.
	Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação
	DIREITO EMPRESARIAL. CHEQUE PRÉ-DATADO E O SEU PRAZO DE APRESENTAÇÃO PARA PAGAMENTO. RECURSO REPETITIVO. TEMA 945. A pactuação da pós-datação de cheque, para que seja hábil a ampliar o prazo de apresentação à instituição financeira sacada, deve espelhar a data de emissão estampada no campo específico da cártula. Sendo o cheque ordem de pagamento à vista imposta ao sacado (a instituição bancária ou instituição financeira que lhe seja equiparada) - imposição que não admite aceite, diferentemente do que ocorre, por exemplo, com a letra de câmbio -, o seu pagamento, pelo sacado, deverá ser obrigatoriamente efetuado (verificada a existência de fundos disponíveis), ainda que a cártula tenha sido apresentada "antes do dia indicado como data de emissão"
	
	O Banco pode recusar a ordem de pagar o cheque, dada pelo sacador?
 Só pode recusar se for caso de uma das alíneas contidas na lista de pendências elaborada pelo Banco Central (cheque sem fundo, conta encerrada, etc). Por mera liberalidade, o sacado não pode recusar a ordem.
Um cheque emitido para terceiros envolve, pelo menos, três pessoas físicas ou jurídicas com direitos e obrigações diferentes:
- A primeira é o emitente, aquele que é o titular da conta bancária. Sua obrigação ao emitir o cheque é possuir saldo em sua conta corrente e preencher e assinar o cheque corretamente; A segunda é o estabelecimento bancário, também chamado sacado, no qual o emitente mantém sua conta corrente bancária. Sua obrigação é pagar ou disponibilizar o crédito respectivo, conforme ordem emanada do cheque, ou seja, em favor do beneficiário, a terceira é o beneficiário, aquele que recebeu a ordem de pagamento que o cheque representa. Sua responsabilidade é se apresentar ao banco sacado portando seu documento de identidade para levantar o crédito em espécie, ou ainda, depositar o cheque em uma conta bancária. Se a conta bancária de depósito não estiver em seu nome deverá endossar o cheque.
- A circulação do cheque está subordinada à forma em que foi emitido:
	O cheque “nominal”, ou “à ordem”, é aquele que só pode ser apresentado ao banco sacado pelo próprio beneficiário ou pelo endossatário.
	O cheque nominal “não – à ordem”, não pode ser transferido ou endossado, portanto, só pode ser pago ao beneficiário ou depositado na sua conta bancária. Para que o cheque seja considerado “não – à ordem”, o emitente deverá fazer constar, depois do nome do beneficiário, a expressão: “não – à ordem”, ou “não-transferível”, ou ainda, “vedado o endosso”, etc.
	O cheque ao “portador” é aquele que não nomeia um beneficiário. Trata-se de um cheque pagável a quem o apresentar ao banco sacado. É oportuno registrar, entretanto, que o cheque ao portador no Brasil sofre restrições, ou seja, tem um valor máximo para circular.
O Endosso do cheque pode acontecer de duas formas: 
a) Endosso em branco: quando apenas o beneficiário assina no verso do cheque;
b) Endosso em preto: quando o beneficiário endossa o cheque para uma terceira pessoa específica escrevendo a ordem de transferência e o nome completo do novo beneficiário;
Observações:
a) A transferência não pode ser parcial e do sacado;
b) O endosso é dispensável quando o cheque é depositado direto na conta do favorecido;
c) O ensosso pode ser feito no anverso do cheque desde que esteja escrito a autorização da transferência.
d) Em 1996, em razão da CPMF, o cheque só podia ser endossado uma única vez em obediência a legislação tributária (art. 17, I, Lei 9.311/96) a fim de evitar a circulação infinita do cheque sem recolhimento do tributo.
Art . 19º - O endosso deve ser lançado no, cheque ou na folha de alongamento e assinado pelo endossante, ou seu mandatário com poderes especiais.
§ 1º O endosso pode não designar o endossatário. Consistindo apenas na assinatura do endossante (endosso em branco), só é válido quando lançado no verso do cheque ou na folha de alongamento.
Art . 20º - O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque. Se o endosso é em branco, pode o portador:
I - completá-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa;
II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa;
III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e sem endossar.
A praça do cheque é o município onde esta situada a agência, o local onde o cheque pode ser sacado determina o tempo que leva para receber o valor devido. Por isso, vários estabelecimentos exigem que o cheque seja da mesma praça, ou seja, do mesmo município onde o comércio está localizado.
Art . 33º - O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.
Parágrafo único - Quando o cheque é emitido entre lugares com calendários diferentes, considera-se como de emissão o dia correspondente do calendário do lugar de pagamento.
	a) Mesma praça: 30 dias 		PRAZO DE APRESENTAÇÃO para depósito ou
b) Praças distintas: 60 dias		saque na boca do caixa
- Se o local de emissão do cheque, o lugar de seu saque, aquele em que se encontra o sacador no momento que o preenche, é diverso do local da praça, local onde o cheque pode ser sacado, isso tem que constar no cheque. 
- Os prazos acima referidos determinam o início da contagem do prazo prescricional. 
 Portanto: Fim dos 30 / 60 dias = Termo inicial da prescrição
Com a garantia processual da Execução, o artigo 47 da Lei Cambial prevê que em caso da inadimplência quanto ao pagamento utilizado através deste título, poderá o portador do mesmo promover a execução contra o emitente e seu avalista, contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de compensação.
- Sendo que deverá ser observado criteriosamente o prazo prescricional para a execução do título em questão, o que por força do artigo 59 da Lei 7.357/1985, o prazo é de 6 (seis) meses contados da expiração do prazo de apresentação, para propor a ação de Execução de Título Extrajudicial.
- Didaticamente podemos considerar este exemplo, de um cheque de Curitiba, que foi emitido para ser pago em São Paulo:
Emissão no dia 15/05/2006    
Apresentaçãoem 14/07/2006    
Prescrição em 14/01/2007
- Ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro prescreve em 06 meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.
No artigo 47 da Lei 7.357/1985, há previsão legal de, no caso do não pagamento do título de crédito objeto da relação negocial, poderá o portador promover a competente ação judicial para fazer valer o seu direito em dar cumprimento por parte do devedor a obrigação a ser satisfeita que é o pagamento.
- A ação judicial cabível será a de Ação de Execução de Título Extrajudicial tendo como seu objeto, o cheque.
- A Ação de Execução de Título Extrajudicial é uma espécie de ação de cobrança - em termos do que está disposto no  art. 47 inciso I e II da Lei 7.357/1985 (Lei do Cheque) - desta forma poderá o portador promover a execução do cheque:
a) contra o emitente e seu avalista;
b) contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de compensação.
- Na ação de Execução de Título Extrajudicial que tem como objeto o título cambial, deverá ter seu fundamento legal com base no art. 585 inciso I do CPC, conforme o definido no art. 47 inciso I e II da Lei 7.357/1985, observando os requisitos imprescindíveis para o ajuizamento de toda ação judicial.
O trâmite processual da Ação de Execução de Título Extrajudicial dependerá da Competência e Jurisdição de qual Juízo Cível a ação foi proposta em relação ao valor do título cambial, objeto da relação jurídica entre as partes.
ESPÉCIES
a) CRUZADO (art. 44)
- O cruzamento se realiza pela aposição, no anverso do cheque, de dois traços transversais e paralelos (pode ser em qualquer lugar, mas tem que ser aparente)
- Há duas espécies de cruzamento:
 em branco (ou cruzamento GERAL): não identifica nenhum banco no interior dos 2 traços
 em preto (ou cruzamento ESPECIAL): Aquele que identifica em qual banco deve ser feito o depósito – basta escrever entre as linhas o nome do banco
- O cruzamento serve para tornar segura a liquidação do cheque ao portador, já que, uma vez cruzado, sempre seria possível, a partir de consulta aos assentamentos do banco, saber em favor de que pessoa ele foi liquidado 
							 
- O cheque não cruzado ao portador pode ser pago diretamente no caixa da agência sacada, hipótese em que não se poderá conhecer a pessoa que recebeu o correspondente valor.
	Art . 44º O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante a aposição de dois traços paralelos no anverso do título.
§ 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir apenas a indicação ‘’banco’’, ou outra equivalente. O cruzamento é especial se entre os dois traços existir a indicação do nome do banco.
§ 2º O cruzamento geral pode ser convertida em especial, mas este não pode converter-se naquele.
§ 3º A inutilização do cruzamento ou a do nome do banco é reputada como não existente.
- A Lei do cheque (§3º art. 45) prevê a responsabilidade do banco por dano causado pela não observância destas disposições.
b) VISADO
- É aquele em que o banco sacado, a pedido do emitente ou do portador legítimo, lança e assina, no verso, declaração confirmando a existência de fundos suficientes para a liquidação do título (é como se o banco estivesse avalizando). 
- Ao visar o cheque, o banco sacado deve reservar, da conta de depósito do emitente, numerário bastante para o pagamento do título realizando o lançamento de débito correspondente. O visto do cheque não exonera o emitente, endossantes e demais devedores, e não importa nenhuma obrigação cambial do banco sacado.
c) ADMINISTRATIVO
- É o cheque emitido pelo banco do sacado, para liquidação por uma de suas agências (o Banco retira o valor X da c/c do correntista e coloca em sua própria conta). Nele, emitente e sacado são a mesma pessoa, ou seja, a instituição financeira ocupa, simultaneamente, a situação jurídica de quem dá a ordem de pagamento e a de seu destinatário.
- O cheque administrativo é um tipo de documento emitido pelo banco como  garantia para o credor de que ele receberá um cheque com fundos suficientes para arcar com o pagamento da compra. Tendo em vista a segurança tanto de quem dará o cheque, quanto de quem vai receber, o cheque administrativo também se diferencia do cheque convencional por ser emitido apenas por uma instituição financeira e ser descontado do cliente o valor referente ao cheque no ato da solicitação do mesmo. 
- Essa modalidade de cheque aumenta da segurança no ato recebimento de valores (porque, por ser nominativo, pode ser sustado).

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