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REFORMA TRABALHISTA ASPECTOS DE DIREITO MATERIAL INDIVIDUAL (Lei 13.467/2017) Prof. Antero Arantes Martins INTERPRETAÇÃO DA LEI À LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E DOS PRINCÍPIOS Introdução. • A norma jurídica, como produto cultural (e não natural), demanda uma análise na busca de seu significado. • Tal como acontece com desenhos, quadros, esculturas, também acontece com os textos escritos. As palavras são símbolos que, reunidos, formam um resultado cujo significado precisa ser descoberto. • E porque deve conter elevado grau de generalidade, a fim de alcançar múltiplas relações sociais, as normas jurídicas demandam a necessidade de fixação de seu conteúdo. • Para isto é necessário, inicialmente, fixar as regras gerais que orientarão esta atividade. Estas regras gerais são os postulados hermenêuticos. • Os postulados hermenêuticos constitucionais tem por finalidade orientar a interpretação da norma jurídica infraconstitucional à luz da Constituição Federal. Introdução. • Deveria todo detentor de poder, de qualquer esfera de atuação da soberania ler o livro “Pequeno Príncipe”: • “É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar, replicou o rei. A autoridade repousa sobre a razão. Se ordenares a teu povo que ele se lance ao mar, farão todos revolução. Eu tenho direito de exigir obediência porque minhas ordens são razoáveis.”. Introdução. • A Lei 13.467/2017 é uma Lei ordinária. • Embora desnecessário, o CPC oportuna e didaticamente nos lembra em seu art. 1º que: – “O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.” • Desnecessário porque toda Lei ordinária é interpretada à luz da Constituição. • Oportuno porque nos esquecemos desta regra. • Quais são os “valores e normas fundamentais estabelecidos na Constituição Federal? Introdução Art. 1º (Fundamentos da República Art. 3º Fundamentos Políticos Art. 7º Garantias Trabalhistas Art. 193 Fundamentos da ordem Social Art. 5º Garantias Individuais Art. 170 Fundamentos da ordem Econômica. Garantias Individuais Garantias processuais Dignidade da pessoa (A pessoa como Centro da ordem Jurídica) Liberdade Isonomia Boa-fé Devido processo legal Introdução. • Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; • Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: [...] III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; • Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Introdução. • Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: • Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] III - função social da propriedade; [...] VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; • Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. Introdução. • Uma vez eleitos os postulados hermenêuticos constitucionais, ou seja, as regras fundamentais que servirão de orientação na interpretação da norma, é preciso, também, estabelecer as técnicas ou métodos que serão utilizados nesta atividade interpretativa. • O interprete deve observar: – O texto legal (gramatical); – O momento histórico da promulgação da Lei e as condições sociais existentes à época e confrontar com as condições sociais existentes no momento de sua aplicação (histórica-evolutiva); – A construção racional de sua proposição (lógica); – A posição que o dispositivo ocupa no ordenamento jurídico e a forma pela qual se relacionam (sistemática). – Sobretudo, atentar para as exigências do bem comum e os fins sociais a que se destina a norma (teleológica), como ordena o art. 5º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro Introdução. • A atividade do intérprete é uma atividade humana, posto que a própria ciência jurídica é humana e não exata. • A interpretação não é, portanto, algo exato que produz sempre o mesmo resultado. • A própria escolha dos postulados hermenêuticos e a priorização do (s) método (s) de interpretação é subjetiva, ou seja, não pode ser dissociada do sujeito que realiza a interpretação, sua história de vida, seus valores e sua visão de mundo. • No Brasil há uma tendência a dizer que a interpretação deve ser objetiva, matemática, posto que o direito é a norma e a norma é exata. • Esta é uma equivocada visão da teoria pura do direito de Kelsen, pois o próprio autor admitia que, embora direito fosse norma, a interpretação da norma depende das escolhas aqui mencionadas. • A própria afirmação no sentido de que não se pode atribuir valor à norma já é, em si mesma, uma escolha. Princípios. • “... são verdades fundantes de um sistema de conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido comprovadas, [...]”. • (Reale, Miguel. Lições preliminares de Direito. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 299. ) • Estas verdades (ou assertivas) podem ser induzidas (fruto da reflexão filosófica) ou deduzidas (fruto da experiência prática ou empiricamente comprovadas). Princípios. • Os princípios tem quatro esferas de atuação: • Inspiradora; – As reflexões filosóficas ou as constatações sociais inspiram o legislador na criação da regra jurídica. • Interpretativa; – Uma vez criada a regra jurídica, os princípios auxiliam na busca de seu significado; • Supletiva e; – Na ausência de regra jurídica, os princípios são utilizados para complementar o sistema de decisões (art. 8º, CLT). • Normativa. – Alguns princípios são considerados como espécie de norma jurídica (a outra espécie seria a Lei) e tem força expansiva no regramento das relações sociais. Princípios. • Interessa para este curso a função interpretativa, ou seja, as verdades (ou assertivas) que sustentam a ciência e, portanto, são fontes de interpretação da norma. Entretanto, o aluno não deve desprezar nenhuma das demais funções. • Princípios fundamentais: – Dignidade da pessoa humana; – Boa-fé; – Não retrocesso social; • Princípios do Direito do Trabalho: – Protetor; – Primazia da realidade; – Irrenunciabilidade; – “In dubio pro operario”; Princípios. • Empregado na petição inicial narra que foi contratado para receber salário de US$ 3,000 e, ao longo de três anos do contrato de trabalho o recebeu tempestivamente na moeda contratada. Postula, com fundamento no art. 463, parágrafo único da CLT que a ré seja condenada a pagar todos os salários novamente, agora em Real. • A reclamada é revel, presumindo-se verdadeiros os fatos narrados na exordial. • Esta ação deve ser procedente? – Art. 463 - A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País. – Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo considera-se como não feito. Princípios. • Parece evidente que a resposta é negativa. • Somente seria possíveldeferir ao autor eventuais diferenças provenientes da flutuação do câmbio da moeda americana, a fim de preservar o direito à irrenunciabilidade salarial. • Entretanto, determinar o pagamento novamente do salário violaria o princípio do não enriquecimento sem causa, que, por sua vez, decorre da máxima que estabelece que o direito deve dar a cada um o que é seu. Introdução. • O objetivo desta introdução é mostrar que a Lei não é inexorável e nem tem sentido único. • Como produto cultural, a lei não pode alterar a natureza das coisas. • A Lei não pode ter significado diverso das verdades (ou assertivas) que fundamentam a própria ciência jurídica (Princípios gerais do direito) e nem o ramo específico onde será aplicada (Princípios específicos do direito do trabalho). • O fruto de todas estas percepções é conferir à Lei 13.467/2017 uma interpretação conforme à Constituição Federal, ou seja, atribuir-lhe significado que seja compatível com estes postulados. • Se nenhuma interpretação conforme for possível, então não resta outra alternativa que não a declaração da inconstitucionalidade do texto legal. Introdução • Este modelo (traços em laranja) serve para identificar que o conteúdo do slide está relacionado com a Medida Provisória 808/2017. • É de se lembrar ao leitor que medida provisória, como diz o próprio nome, tem efeito limitado no tempo. A Emenda Constitucional 32 incluiu, entre outros os parágrafos 3º, 4º, 7º, 11 e 12 no art. 62 da Constituição Federal. • Daí se dizer que, em tese, o disposto na Medida Provisória 808 de 14/11/2017 ora em comento terá vigência por 60 (sessenta) dias, prorrogável por igual período e, se não convertida em lei por votação nas duas casas do Congresso Nacional neste período, perderá sua eficácia. Introdução • Ademais, a Medida Provisória 808 de 2017 recebeu nada menos do que 892 emendas até o prazo final para tanto, que foi às 24 horas do dia 21/11/2017, constituindo-se em novo recorde de emendas parlamentares. • Assim, os comentários aqui colocados também estão em caráter provisório, a depender da tramitação da referida medida e o resultado de sua votação (e da votação das respectivas emendas) nas duas casas do Congresso Nacional. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO Introdução. Aplicação da Lei no tempo • Grande dúvida que está afligindo os operadores do direito refere- se à aplicação da Lei no tempo. • Dúvida comum: Com a entrada em vigor da reforma trabalhista, esta legislação será aplicada imediatamente? • Num primeiro momento a resposta parece simples. Entretanto, o tema é complexo. • Na hipótese em que uma nova lei regula o tema de forma diferente da lei anterior (como acontece, agora, com a reforma trabalhista), seja em decorrência da ab-rogação (revogação total da lei anterior) ou pela derrogação (revogação parcial da lei anterior) , é natural que surjam conflitos da aplicação da lei no tempo. Introdução. Aplicação da Lei no tempo • Começamos dividindo a questão para temas de direito material e temas de direito processual. • Para os temas de direito material, a aplicação tem por fundamento o art. 5º, XXXVI da Constituição Federal e o art. 6º da LINDB. • A regra, neste caso, é de irretroatividade da Lei. • Vejamos o teor destes dispositivos: Introdução. Aplicação da Lei no tempo • CF: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: • [...] • XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; • LINDB: Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada • § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. • § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. • § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Introdução. Aplicação da Lei no tempo Direito Material Ato velho Lei velha Ato novo Lei nova Introdução. Aplicação da Lei no tempo • Sendo assim, por exemplo, um contrato que teve vigência inteiramente anterior à entrada em vigor da Lei 13.467/2017. • Em virtude deste contrato, o trabalhador postulou em Juízo equiparação salarial com paradigma, preenchendo todos os requisitos da lei vigente à época. Entretanto, paradigma e paragonado trabalhavam em estabelecimentos diferentes. • Esta condição não era óbice à equiparação. Logo, o empregador não poderá invocar este fato para justificar a disparidade salarial entre os dois trabalhadores, ainda que esta matéria venha a ser discutida numa ação proposta depois da vigência de Lei nova. Introdução. Aplicação da Lei no tempo • A isto se dá o nome da “ultratividade da Lei”, ou seja, a Lei, ainda que revogada, continua a produzir efeitos para regular as relações jurídicas consolidades ao tempo de sua vigência. • Entratanto, nas chamadas relações continuativas, ou seja, de trato sucessivo (como ocorre com o contrato de trabalho), a dúvida surge para os eventos futuros a se concretizarem, portanto, na vigência da nova Lei, mas em contratos pretéritos, ou seja, firmados na vigência da antiga Lei. • É assente na doutrina o entendimento no sentido de que a lei nova não atinge os efeitos futuros e pendentes de um contrato firmado sobre a lei velha. • Entretanto, a referência ali parecia a ser em contrato instantâneo e não continuado. Em outras palavras, o contrato já havia sido firmado, mas, seu cumprimento estava projetado para o futuro. Neste caso parece claro que o cumprimento deve ser feito nos moldes da Lei vigente ao tempo que o contrato foi firmado. Introdução. Aplicação da Lei no tempo • Nas relações continuativas, entretanto, a questão é diversa. • Vamos imagirnar um contrato celebrado em 2016 e que, em 2.020 o empregador precisa conceder férias ao empregado, direito este adquirido no período aquisitivo de 2018/2019. • Note-se que o direito às férias foi inteiramente adquirido na vigência da Lei nova. • Indaga-se: A concessão deverá obedecer a Lei nova (em até 3 períodos, com um deles de no mínimo 14 dias) ou a Lei vigente ao tempo da celebração do contrato (em até duas vezes, um deles de no mínimo 10 dias)? • Embora a concessão de férias seja tema de direito material e o contrato tenha sido firmado na vigência da Lei velha, o direito às férias 2018/2019 é evento futuro que não estava “adquirido” pelo trabalhador e somente foi constituído na vigência da Lei nova, parecendo razoável concluir que a concessão deste direito deve ser regrada pela lei nova. Introdução. Aplicação da Lei no tempo • Em matéria de direito processual, entretanto, a regra é um tanto diferente e está no art. 14 do CPC: – CPC: Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. • Daí se vê que a Lei entra em vigor imediatamente e alcança os processos em curso com exceção daqueles: – Já concluídos; – Já iniciados e pendentes de conclusão. Introdução. Aplicação da Lei no tempo Direito Processual Ato concluído Ato já iniciado Lei velha Ato a iniciar Lei nova Introdução. Aplicação da Lei no tempo • Questão interessante é saber quando se iniciou um ato complexo, como a perícia, por exemplo: • Na data em que foi requerida; • Nadata em que foi deferida; • Na data em que o perito retirou os autos; • Na data em que o perito apresentou o laudo; • Na data da sentença que julgou o mérito do pedido envolvido na perícia. Introdução. Aplicação da Lei no tempo • HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SINDICAL. A Corte Regional deferiu o pedido de pagamento de honorários advocatícios sem que o reclamante estivesse assistido por sindicato da categoria. Até a edição da Lei 13.467/2017, o deferimento dos honorários advocatícios na Justiça do Trabalho estava condicionado ao preenchimento cumulativo dos requisitos previstos no art. 14 da Lei 5.584/70 e sintetizados na Súmula nº 219, I, desta Corte (sucumbência do empregador, comprovação do estado de miserabilidade jurídica do empregado e assistência do trabalhador pelo sindicato da categoria). A Lei 13.467/2017 possui aplicação imediata no que concerne às regras de natureza processual, contudo, a alteração em relação ao princípio da sucumbência só tem aplicabilidade aos processos novos, uma vez que não é possível sua aplicação aos processos que foram decididos nas instâncias ordinárias sob o pálio da legislação anterior e sob a qual se analisa a existência de violação literal de dispositivo de lei federal. Verificada contrariedade ao entendimento consagrado na Súmula n.º 219, I, do TST. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. • PROCESSO Nº TST-RR-20192-83.2013.5.04.0026 - CILENE FERREIRA AMARO SANTOS Desembargadora Convocada Relatora Introdução. Aplicação da Lei no tempo Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) Art. 2º O disposto na Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, se aplica, na integralidade, aos contratos de trabalho vigentes. Introdução. Aplicação da Lei no tempo • Evidentemente que o disposto no art. 2º da medida provisória ora em comento deve ser interpretado com cautela para que não se viole o art. 5º, XXXVI da Constituição Federal e nem o art. 6º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. • Então, é possível dizer que os aspectos relativos à formação do contrato são regidos pela lei vigente à época da pactuação. Dito de outra forma, o que era então ilícito continua a ser ilícito, ainda que agora a norma confira licitude àquele tema. E, de igual forma, o que era lícito, continua a ser lícito ainda que agora a norma lhe confira ilicitude. Introdução. Aplicação da Lei no tempo • Imagine-se um contrato firmado em 2015, ainda em vigor, no qual o empregador estipulou o pagamento de prêmio caso o empregado atingisse determinada meta de produtividade (sem fraudes). O empregado, em 2018, atinge a meta em 05 dos 12 meses. Aplicar-se-á a Lei que estabelece o máximo de dois pagamentos de prêmio por ano? Evidente que não, pois tal implicaria em modificação do contrato. E tal prêmio, que tinha natureza salarial e constituía base de cálculo para verbas trabalhistas e previdenciárias continuará a produzir tais efeitos. Entender o contrário seria empresar ao art. 2º da medida provisória ora em comento interpretação em desconformidade com o citado dispositivo constitucional. Introdução. Aplicação da Lei no tempo • Entretanto, para aspectos ainda não contratados, será possível a contratação com base no novel regramento jurídico. • Imagine-se contrato de 2.015 e ainda vigente para prestação de trabalho no regime presencial e as partes pactuam, após a vigência da Lei 13.467/2017, o regime de teletrabalho. Ou, ainda, que tal contrato não contivesse nenhum pacto (tácito ou expresso), para pagamento de prêmio e o empregador, agora, deseje pactuar tal pagamento ao empregado. Nestes casos a contratação deve seguir o regramento atual e não o vigente quando da contratação. Introdução. Aplicação da Lei no tempo • Em outras palavras, é aplicável a lei vigente ao tempo em que a contratação (ato jurídico) aconteceu ou a situação se consolidou (direito adquirido). Se o ato jurídico for praticado após o início de vigência da Lei 13.467/2017 ou, neste momento, o direito não estava adquirido, então aplica-se o novo regramento, mesmo que o contrato seja anterior. CONTRATO DE TRABALHO ALTERAÇÃO CONTRATUAL CONTRATOS ESPECIAIS. Contratos Especiais. Teletrabalho. Redação anterior Nova redação NIHIL X Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho observará o disposto neste Capítulo. NIHIL X Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. NIHIL X Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho. Contratos Especiais. Teletrabalho. • Regulamenta uma situação que já acontecia na prática por conta da evolução tecnológica e que era tratada, na Justiça do Trabalho, com base em dispositivos antigos, voltados para o trabalho em domicílio. • O Trabalho deve ser preponderantemente fora das dependências do empregador, embora algumas atividades internas sejam aceitas, desde que para atividades específicas, ou seja, não pode ser generalizado; • Com a utilização de tecnologias de informação e comunicação; Contratos Especiais. Teletrabalho. Redaçã o anterior Nova redação NIHIL X Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. NIHIL X § 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual. NIHIL X § 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual. Contratos Especiais. Teletrabalho. • Exige contrato escrito. • O contrato deve especificar as atividades a serem desenvolvidas. • Os atuais empregados que trabalhem no regime convencional (internos) podem passar para o regime de teletrabalho por acordo escrito, que constará em aditivo contratual (aqui tem sentido porque é por mútuo acordo). • O empregado que trabalhar em regime de teletrabalho pode retornar ao regime presencial por determinação (unilateral) do empregador, o que também deverá constar em aditivo contratual (o que não tem sentido, porque aqui não há contrato, ou seja, é unilateral). Contratos Especiais. Teletrabalho. Redação anterior Nova redação NIHIL X Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. NIHIL X Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado. NIHIL X Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho. NIHIL X Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador. Contratos Especiais. Teletrabalho. • Contrato deve tratar de: – Aquisição, manutenção e fornecimento de equipamentos; – Criação e manutenção de infraestrutura; – Reembolso de despesas (luz, internet, etc). • Entretanto, por óbvioque a responsabilidade deve ser do empregador, que assume o risco do negócio, na sua definição (art. 2º, CLT). • Logo, o contrato vai tratar apenas da forma de cálculo destas parcelas, de sorte que o empregado seja integralmente restituído pelo que gastar. • Como são mesmo fornecidos para o trabalho e não pelo trabalho, não constitui salário ao empregado. • O Empregado deve seguir as instruções de segurança fornecidas pelo seu empregador (correto uso de equipamentos, pausas, etc). Constitui, aqui, exceção ao dever de fiscalizar. Permanece o dever de instruir. TELETRABALHO. Redação anterior Nova redação Art. 62 – Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: X Art. 62. ..................... Nihil OBS: Como os gerentes e trabalhadores externos, o empregado neste regime está excluído do Capítulo II da CLT que trata da jornada de trabalho. X III – os empregados em regime de teletrabalho. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior Nova redação Art. 443 - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. X Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. Nihil X §3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • Trabalho não contínuo = com alternância entre períodos de atividade e inatividade; • Designação de trabalho por horas, dias ou meses; • Independentemente da atividade do empregado e do empregador (pode ser em atividade fim); • Exceção feita aos aeronautas que têm lei própria Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redaçã o anterior Nova redação NIHIL X Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não. NIHIL X § 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência. NIHIL X § 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. NIHIL X § 3o A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • Contrato de trabalho escrito; – Garantia do valor/hora equivalente ao salário mínimo ou àquele pago na empresa por trabalhador que exerça função equivalente. • Convocação com antecedência (3 dias corridos); • Resposta com antecedência (1 dia útil). Silêncio = recusa. Recusa não implica insubordinação; • O trabalhador terá uma multiplicidade de tomadores. Logo, nem sempre estará à disposição de um ou de outro. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não. § 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente será celebrado por escrito e registrado na CTPS, ainda que previsto acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva, e conterá: I - identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes; II - valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou diário do salário mínimo, assegurada a remuneração do trabalho noturno superior à do diurno e observado o disposto no § 12; e III - o local e o prazo para o pagamento da remuneração. § 2º Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de vinte e quatro horas para responder ao chamado, presumida, no silêncio, a recusa. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • “Caput”: O contrato continua a ser escrito. A Medida provisória apenas aumentou os requisitos mínimos que devem constar do contrato. • Parágrafo “2º”: Altera o prazo para resposta. Parece razoável, já que a convocação era em 03 dias corridos, mas a resposta tinha que ocorrer em um dia útil, o que, na prática, poderia inviabilizar a contratação. Lembre-se que o silencia implica em recusa ao trabalho, o que não foi alterado. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior Nova redação Nihil X § 4o Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo. Nihil X § 5o O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. Nihil X § 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: I - remuneração; II - férias proporcionais com acréscimo de um terço; III - décimo terceiro salário proporcional; IV - repouso semanal remunerado; e V - adicionais legais. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • § 4º - Auto-explicativo. Multa em caso de descumprimento após firmado o pacto. • § 5º - Reforça a noção de intermitência. Se ficasse à disposição, então não seria intermitente. Possibilita a multiplicidade de tomadores. • § 6º - Reforça a precariedade do vínculo, com o pagamento das verbas contratuais ao término de cada prestação de serviços. Dúvida fica quanto às verbas rescisórias: – Não há direito? Ou; – Há direito após “XXX” tempo sem convocação? Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) § 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: I – remuneração; II – férias proporcionais com acréscimo de um terço; III – décimo terceiro salário proporcional; IV – repouso semanal remunerado; e V – adicionais legais. § 6º Na data acordada para o pagamento, observado o disposto no § 11, o empregado receberá, de imediato, as seguintes parcelas: Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • Parágrafo 6º: Reforça a convicção de que deve haver uma convocação para cada trabalho e o pagamento dos valores devidos pelo trabalho realizado. Logo, não se poderá fazer uma convocação para diversos períodos de trabalho. A intermitência ocorre entre as convocações (inter) e não dentro de uma única convocação (intra). • A medida provisória apenas cria a possibilidade das partes acordarem data diversa para o pagamento, ou seja, do final de cada convocação/trabalho para outra data, desde que observado o disposto no agora criado parágrafo 11 (período não superiora um mês). Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior Nova redação Nihil X § 7o O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6o deste artigo. Nihil X § 8o O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações. Nihil X § 9o A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • § 7º - Reforça o entendimento de que o Direito do Trabalho não admite pagamento complessivo. • § 8º - Auto-explicativo. • § 9 – Parece ser um pouco demagógico, pois não trata da remuneração das férias e nem do abono constitucional de 1/3. – Seria férias um “direito” de não trabalhar sem receber? – Ou a doutrina e jurisprudência construirão o dever de remunerar como consequência lógica do direito? Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • A partir de agora e até o fim deste tema (trabalho intermitente), todas as alterações foram introduzidas pela MP 808/2017 e, portanto, são provisórias. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) INEXISTENTE § 10. O empregado, mediante prévio acordo com o empregador, poderá usufruir suas férias em até três períodos, nos termos dos§ 1º e§ 2º do art. 134. INEXISTENTE § 11. Na hipótese de o período de convocação exceder um mês, o pagamento das parcelas a que se referem o§ 6º não poderá ser estipulado por período superior a um mês, contado a partir do primeiro dia do período de prestação de serviço. INEXISTENTE § 12. O valor previsto no inciso II do caput não será inferior àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • Ficam reiteradas todas as restrições feitas quanto à concessão de férias não remuneradas. • No mais, o parágrafo 10 apenas equipara a oportunidade de concessão de férias em três períodos do trabalhador convencional para o trabalhador intermitente. No que tange à impossibilidade deste fracionamento, remete-se o leitor ao comentário feito na página 75 do livro. • Com a alteração do § 6º o pagamento não precisa mais ser ao final de cada trabalho, podendo as partes pactuar outra data, desde que não exceda o período máximo de um mês (o que, aliás, já se adiantou acima no comentário feito pela redação original da Lei). O período, entretanto, não é contado pelo mês civil e, sim, a partir do primeiro dia de prestação de serviços daquela convocação. • O§ 12 repete a garantia que estava no caput do art. 452-A e dali foi suprimido pela medida provisória para ser aqui inserido, sem, entretanto, modificação de conteúdo. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) INEXISTEN TE § 13. Para os fins do disposto neste artigo, o auxílio-doença será devido ao segurado da Previdência Social a partir da data do início da incapacidade, vedada a aplicação do disposto§ 3º do art. 60 da Lei nº 8.213, de 1991. INEXISTEN TE § 14. O salário maternidade será pago diretamente pela Previdência Social, nos termos do disposto no § 3º do art. 72 da Lei nº 8.213, de 1991. INEXISTEN TE § 15. Constatada a prestação dos serviços pelo empregado, estarão satisfeitos os prazos previstos nos§ 1º e§ 2º. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • O§ 13 afasta do empregador a responsabilidade pelo pagamento dos 15 primeiros dias de afastamento previdenciário. • Para este fim (percepção de auxílio-doença) a medida provisória equipara o empregado intermitente aos trabalhadores não empregados, conforme art. 60 da Lei 8.213/91 ali mencionado. • O§ 14 equipara a empregada intermitente à empregada avulsa e àquela contratada pelo microempreendedor individual nos termos do art. 72, 3º da Lei 8.213/91. • O § 15 é autoexplicativo. Ao utilizar a expressão “satisfeitos os prazos” o legislador faz presumir que, mesmo que desrespeitados os prazos previstos nos parágrafos 1º e 2º do art. 452-A, as partes aceitaram a proposta e/ou a resposta intempestiva. Entretanto, não faz presumir a existência da regular convocação. Esta tem que ser provada. Se não demonstrada a convocação para cada trabalho, então estará descaracterizado o trabalho intermitente. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) INEXISTENTE Art. 452-B. É facultado às partes convencionar por meio do contrato de trabalho intermitente: I - locais de prestação de serviços; II - turnos para os quais o empregado será convocado para prestar serviços; III - formas e instrumentos de convocação e de resposta para a prestação de serviços; IV - formato de reparação recíproca na hipótese de cancelamento de serviços previamente agendados nos termos dos§ 1º e§ 2º do art. 452-A. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • Art. 452-B: Além dos elementos essenciais do contrato, a medida provisória amplia os itens que podem ser pactuados. O inciso III regulamenta melhor o parágrafo 1º do art. 452-A e o inciso IV trata do tema que estava no parágrafo 4º do art. 452-A, agora revogado. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) INEXISTENTE Art. 452-C. Para fins do disposto no § 3º do art. 443, considera-se período de inatividade o intervalo temporal distinto daquele para o qual o empregado intermitente haja sido convocado e tenha prestado serviços nos termos do§ 1º do art. 452-A. INEXISTENTE § 1º Durante o período de inatividade, o empregado poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviço, que exerçam ou não a mesma atividade econômica, utilizando contrato de trabalho intermitente ou outra modalidade de contrato de trabalho. INEXISTENTE § 2º No contrato de trabalho intermitente, o período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador e não será remunerado, hipótese em que restará descaracterizado o contrato de trabalho intermitente caso haja remuneração por tempo à disposição no período de inatividade. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • O art. 452-C, no seu caput, explicita algo que estava apenas implícito na redação anterior. A intermitência (que é igual a alternância entre períodos de trabalho e de não trabalho) é considerada como o intervalo temporal distinto daquele para o qual o empregado intermitente fora convocado e tenha trabalhado. Em outras palavras, a intermitência ocorre entre uma convocação e outra. • Dito de outra forma, há convocação (trabalho), não convocação (não trabalho) e nova convocação (trabalho). Não pode haver uma única convocação com previsão de períodos de trabalho e não trabalho. A intermitência não é dentro (intra) da convocação e sim entre (inter) convocações distintas. • O empregador não pode, por exemplo, realizar uma única convocação para que o empregado trabalhe, por um ano, às sextas, sábados e domingos e não trabalhe de segunda à quinta-feira. Neste exemplo não haveria alternância, mas, sim, um único contrato de trabalho com habitualidade. • Neste exemplo, para cada trabalho (sexta, sábado e domingo) o empregador deve fazer uma convocação distinta. • No mais, os parágrafos dizem o óbvio. No período de inatividade, ou seja, entre uma e outra convocação, o empregado pode trabalharpor qualquer meio de contrato a qualquer tomador de serviços. Logo, não pode ser remunerado pelo empregador. A remuneração caracteriza fraude, pois revela tempo à disposição, o que afasta a ideia de intermitência. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) INEXISTENTE Art. 452-D. Decorrido o prazo de um ano sem qualquer convocação do empregado pelo empregador, contado a partir da data da celebração do contrato, da última convocação ou do último dia de prestação de serviços, o que for mais recente, será considerado rescindido de pleno direito o contrato de trabalho intermitente. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • O tema foi tratado no comentário ao § 6º na redação original da Lei. Indagou-se quanto à falta de previsão para rescisão do contrato com a sugestão no sentido de que se pudesse considerar rescindido a partir de determinado tempo (a ser definido) sem convocação. • A medida provisória resolve a questão e fixa o prazo de um ano (que se entende aqui bastante elevado) sem convocação para considerar rescindido o contrato de trabalho intermitente. A rescisão é “de pleno direito”, ou seja, independe da vontade das partes. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) INEXISTENTE Art. 452-E. Ressalvadas as hipóteses a que se referem os art. 482 e art. 483, na hipótese de extinção do contrato de trabalho intermitente serão devidas as seguintes verbas rescisórias: I - pela metade: a) o aviso prévio indenizado, calculado conforme o art. 452-F; e b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, prevista no § 1º do art. 18 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990; e II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. INEXISTENTE § 1º A extinção de contrato de trabalho intermitente permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei nº 8.036, de 1990, limitada a até oitenta por cento do valor dos depósitos. INEXISTENTE § 2º A extinção do contrato de trabalho intermitente a que se refere este artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • O Art. 452-E ora em comento equipara, sob o ponto de vista econômico a rescisão contratual do trabalho intermitente com aquela promovida por comum acordo entre as partes (art. 484-A da CLT, tratado a partir de fls. 88 do livro), sem, entretanto, qualquer razão aparente para tanto. • Se o empregador deixa de efetuar convocações é de se entender que rescinde o contrato por sua vontade (manifestada por omissão) e, assim, deve pagar as verbas rescisórias integrais. Se, por outro lado, é o empregado que recusa sistematicamente as convocações há que se entender, de igual forma, que está a rescindir o contrato por sua vontade (manifestada por ação = recusa ou omissão = silêncio), devendo a rescisão ocorrer como se pedido de demissão fosse. • O fato é que, não havendo convocação e/ou havendo recusa do empregado por período superior a um ano não temos acordo! Temos manifestação de uma ou de outra parte que revela desinteresse na manutenção do contrato. Logo, não há razão para reduzir direitos do trabalhador na rescisão promovida pelo empregador e nem razão para impor ao contratante pagamento de verbas rescisórias (aviso prévio, indenização sobre o FGTS) naquela manifestada pelo empregado. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • Na hipótese de ser o empregado quem manifesta desinteresse na manutenção do contrato o acesso ao seguro-desemprego é mesmo indevido. Entretanto, se a ruptura ocorre por vontade do empregador, tal negativa não tem nenhum sentido. De fato, o empregado (este, intermitente, ainda mais precarizado e vulnerável) está em situação de desemprego involuntário. • Novamente a norma demonstra profundo desconhecimento do direito do trabalho e a medida está a exigir correção. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) INEXISTENTE Art. 452-F. As verbas rescisórias e o aviso prévio serão calculados com base na média dos valores recebidos pelo empregado no curso do contrato de trabalho intermitente. INEXISTENTE § 1º No cálculo da média a que se refere o caput, serão considerados apenas os meses durante os quais o empregado tenha recebido parcelas remuneratórias no intervalo dos últimos doze meses ou o período de vigência do contrato de trabalho intermitente, se este for inferior. INEXISTENTE § 2º O aviso prévio será necessariamente indenizado, nos termos dos§ 1º e§ 2º do art. 487. INEXISTENTE Art. 452-G. Até 31 de dezembro de 2020, o empregado registrado por meio de contrato de trabalho por prazo indeterminado demitido não poderá prestar serviços para o mesmo empregador por meio de contrato de trabalho intermitente pelo prazo de dezoito meses, contado da data da demissão do empregado. INEXISTENTE Art. 452-H. No contrato de trabalho intermitente, o empregador efetuará o recolhimento das contribuições previdenciárias próprias e do empregado e o depósito do FGTS com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações, observado o disposto no art. 911-A. Contratos Especiais. Trabalho intermitente. • O Art. 452-F ora em comento estabelece que as verbas devidas sejam calculadas sobre a média paga ao longo do contrato e, se este for superior a um ano, dos últimos doze meses. Entretanto, se o empregado recebeu verbas em número menor de meses, então considerar-se-ão apenas estes valores. A média é aritmética. Somam-se os valores pagos e divide-se pelo número de meses em que houve pagamento. • O Art. 452-G ora em comento cria uma quarentena na mesma linha já tratada nos arts. 5º-C e 5º-D da Lei 6.019/74 (terceirização) e o objetivo é o mesmo: evitar a fraude de dispensa de empregados regulares para recontratá-los como trabalhadores intermitentes. • O Art. 452-H ora em comento regula o recolhimento das contribuições previdenciárias e depósitos do FGTS na forma prevista no art. 911-A. Contrato a tempo parcial Redação anterior Nova redação Art. 58-A - Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais. X Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais § 1º - O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. X IDEM § 2º - Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva. X IDEM Contrato a tempo parcial • Não é novidade no Brasil. • O limite era de 25 horas semanais. • A reforma altera o limite para 30 horas semanais, sem possibilidade de prorrogação de jorada ou 26 horas normais com possibilidade de 06 horas extras. • O salário é proporcional ao número de horas traalhadas, mas, deve ser equiparado ao empregado que cumpre a mesma função em tempo integral. (Mantido) • A modificação do regime de trabalho integral para trabalho em tempo parcial deve ser feita por norma coletiva (Mantido) Contrato a tempo parcial Redação anterior Nova redação Nihil X § 3o As horas suplementares à duração do trabalhosemanal normal serão pagas com o acréscimo de 50% (inqüenta por cento) sobre o salário-hora normal. Nihil X § 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras para fins do pagamento estipulado no § 3o, estando também limitadas a seis horas suplementares semanais. Nihil X § 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas. Nihil X § 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário. Nihil X § 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta Consolidação. Contrato a tempo parcial • § 3º - A novidade é poder fazer horas extras. O adicional de 50% é uma decorrência lógica da própria Constituição Federal; • § 4º - É óbvio que o limite normal é o contratual. Se o contrato for por tempo inferior a 26 horas, este será o limite normal e o excedente continua sendo 06 horas extras por semana. Em outras palavras, o limite não será, sempre, 32 horas semanais (26 normais + 06 extras); • § 5º - Sistema de compensação semanal. Pelo visto, dispensado acordo (já está autorizado). Novidade. Na semana seguinte ao labor e não na própria semana. • § 6º e 7º - Igualou o regime geral de férias para o trabalhador a tempo parcial. AUTÔNOMOS e TERCEIRIZAÇÃO Este material é protegido pelos direitos autorais PROIBIDO FOTOGRAFAR Autônomo exclusivo e Permanente. Redação anterior Nova redação INEXISTENTE X Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3o desta Consolidação. Autônomo exclusivo e Permanente. • O que este artigo diz, literalmente? Que se houver a contratação do trabalhador sob a forma de autônomo, desde que cumpridas por este (o trabalhador) todas as formalidades legais, não terá a qualidade de empregado mesmo que trabalhe de forma contínua e com exclusividade. • A intenção é clara! Faça um contrato escrito. Registre o trabalhador no órgão ou conselho competente. Cumpra a legislação tributária. Pronto! Ele é autônomo e não empregado. • Se a interpretação for esta, sequer precisaria de outros itens para reforma. Bastaria este artigo para acabar com o direito do trabalho no Brasil porque, qualquer um sabe fazer um contrato formal e cumprir todas as formalidades legais para que, na aparência, todos os trabalhadores fossem autônomos, ou seja, não empregados, e assim, não tivessem direitos trabalhistas. Autônomo exclusivo e Permanente. • Entretanto, na interpretação conforme com a Constituição Federal, concluo que este dispositivo diz o seguinte: • a) Se não cumprir as formalidades legais não é autônomo, logo, é empregado; • b) Se cumprir as formalidades legais, então vamos analisar se havia subordinação jurídica, já que esta condição, afasta a qualidade de autônomo e, portanto, o movimento é de fraude e, assim, rechaçado pelo art. 9º da CLT que ainda está em vigor. • E mesmo que o legislador tivesse a audácia de revogar o art. 9º da CLT, a conclusão não seria outra. Isto porque é princípio da ciência jurídica que o direito não agasalha a fraude e não festeja a malícia. • Ninguém pode discordar desta afirmação! Ninguém pode, em sã consciência, validar um artigo que afirma que um contrato fraudulento, desde que formal, produza efeito jurídico posto que tal seria consolidar a fraude. Fraude que o direito não admite nem em favor do vulnerável e, muito menos, contra este. Autônomo exclusivo e Permanente. • Então não mudou nada? • Claro que mudou. • Embora o dano não seja aquele maquiavelicamente pretendido, haverá dano. • Este dispositivo acaba com as teorias da subordinação objetiva e da subordinação estrutural, que faziam presumir subordinação se o trabalhador estivesse inserido na estrutura do empregador de forma permanente e exclusiva. • Hoje, se o autônomo estiver inserido na estrutura empresarial, principalmente na atividade essencial, presume-se subordinado. • Com a reforma, a prova deverá ser produzida. Autônomo exclusivo e Permanente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3o desta Consolidação. Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação. INEXISTENTE § 1º É vedada a celebração de cláusula de exclusividade no contrato previsto no caput. INEXISTENTE § 2º Não caracteriza a qualidade de empregado prevista no art. 3º o fato de o autônomo prestar serviços a apenas um tomador de serviços. Autônomo exclusivo e Permanente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) INEXISTENTE § 3º O autônomo poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviços que exerçam ou não a mesma atividade econômica, sob qualquer modalidade de contrato de trabalho, inclusive como autônomo. INEXISTENTE § 4º Fica garantida ao autônomo a possibilidade de recusa de realizar atividade demandada pelo contratante, garantida a aplicação de cláusula de penalidade prevista em contrato. Autônomo exclusivo e Permanente. Redação anterior (Lei 13.467/2017) Redação atual (MP 808/2017) INEXISTENTE § 5º Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades compatíveis com o contrato autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não possuirão a qualidade de empregado prevista o art. 3º. INEXISTENTE § 6º Presente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo empregatício. INEXISTENTE § 7º O disposto no caput se aplica ao autônomo, ainda que exerça atividade relacionada ao negócio da empresa contratante. Autônomo exclusivo e Permanente. • Critica-se a singeleza do dispositivo original a indicar, falsamente, que seria possível criar uma “fraude legal”, contratando-se trabalhadores subordinado sob a aparência formal da autonomia. • O novel parágrafo 6º resolve a questão na mesma linha do que se criticou. Trabalhador subordinado é empregado e trabalhador sem subordinação é autônomo. Basta este parágrafo 6º (cujo entendimento seria de qualquer forma adotado) para que o restante do dispositivo deixe de ter interesse à classe econômica. • Com efeito, agora, o dispositivo estabelece o que já se sabia. Empregado é empregado e autônomo é autônomo. Ser exclusivo não caracteriza o vínculo de emprego (parágrafo segundo), mas, exigir a exclusividade não é permitido (= caracteriza vínculo – parágrafo primeiro), estabelecendo-se claramente o direito do autônomo de prestar serviços a quaisquer outros tomadores, inclusive da mesma atividade econômica do contratante (parágrafo terceiro) e, ainda, o seu direito de recusar trabalho (caso contrário, seria subordinado – parágrafo quarto). Autônomo exclusivo e Permanente. • O parágrafo quinto seria preocupante porque estabelece que alguns trabalhadores para os quais há lei própria, se fizerem contrato formal, não são empregados. Entretanto, na sequência háo parágrafo sexto que afirma a condição de empregado se houver subordinação jurídica. Logo, o parágrafo quinto diz mais do mesmo. Autônomo é autônomo e empregado é empregado. • Comentou-se, acima, o fim da teoria da subordinação objetiva, o que agora está corroborado pelo parágrafo 7º, vez que autoriza a contratação de autônomo para a atividade principal da empresa contratante. • Em resumo, a única importância real está no parágrafo 6º. Se há subordinação jurídica, então é empregado. Se não há subordinação jurídica e houver contrato formal, então é autônomo, ainda que tenha um só cliente e/ou atue na atividade principal do contratante e/ou trabalhe de contínua. O traço diferenciador entre o empregado e o autônomo, repita-se, é a subordinação jurídica (como, aliás, sempre foi). Terceirização • Terceirização é um neologismo da palavra “terceiro”, aqui compreendido como intermediário. • Segundo Godinho: “é o fenômeno pelo qual se dissocia a relação econômica de trabalho da relação justrabalhista que lhe seria correspondente”. • Em outras palavras, a relação de emprego não está diretamente relacionada com a relação econômica onde o trabalho está inserido. • É um fenômeno típico do final do século XX, com a alteração da economia e da forma de atuação do Estado nas relações privadas. • Passou a ser regulamentada por Lei no Brasil pela Lei 13.429/2017 e já sofreu alteração pela reforma. • A lei não utiliza esta expressão. A Lei trata de empresa prestadora de serviços a terceiros (também a denomina de contratada) e empresa contratante. Terceirização Empresa prestadora de serviços ou contratada Empregado Empresa Contratante Relação de emprego Relação comercial Terceirização. Redação anterior Nova redação (L. 6019/74): Art. 4º-A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos. X (L. 6019/74): Art. 4o- A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. Terceirização • O legislador optou por inserir a terceirização na Lei de Trabalho temporário (Lei 6.019/74) ao invés de fazer uma Lei própria. • A Lei 13.429/2017 tinha mantido o pudor de dizer que a empresa contratada prestaria serviços determinados e específicos e não explicitou a possibilidade de terceirização da atividade principal. Havia aqui algum espaço para interpretação. • Isto porque a Súmula 331, III do C. TST, ao permitir a terceirização em atividade-meio, tratava claramente de serviços específicos. Poderíamos então entender que se a Lei tratava de serviços específicos, não caberia a terceirização na atividade-fim. • Verificando este risco, a Lei 13.467 declarou expressamente a possibilidade de transferência da atividade principal e eliminou a expressão relativa aos serviços determinados e específicos. • Deixou, entretanto, claro que a empresa contratada deve ter idoneidade financeira compatível com a execução do contrato. Terceirização • O malefício da terceirização é pulverizar a atuação sindical. Sindicatos diferentes, direitos diferentes. • Cria o emprego precário, pois conviverão na mesma bancada trabalhadores diretos e terceirizados, com salários e direitos diferentes. • Retira a razão existencial da empresa contratante, cuja única justificativa é a obtenção do lucro, eliminando o sentido dos dispositivos constitucionais que se referem ao valor social da livre iniciativa. • Coloca em risco os trabalhadores e demais usuários e consumidores. Ex: Motorista de ônibus terceirizado. • Para o empresário também é ruim. Não há vínculo do trabalhador com a empresa contratante, afastando a noção de dever de fidelidade e colaboração com o empreendimento (“vestir a camisa”) que é inerente ao contrato de emprego. Terceirização. Redação anterior Nova redação § 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. X IDEM Comentário: A empresa contratada é a responsável pela subordinação ou, ainda, pode “quarteirizar” o contrato para outras empresas. Conclusões: Se a subordinação estiver com a contratante, é possível o vínculo direto; A subcontratação é uma nova terceirização, de modo que a empresa subcontratada é que deverá ter o poder de direção e as condições econômicas compatíveis para o exercício do contrato. Terceirização. Redação anterior Nova redação § 2o Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. X IDEM Comentário: Desde que cumpridos os requisitos da terceirização, quais sejam, que a subordinação jurídica esteja com a empresa contratada e esta empresa tenha idoneidade econômica compatível com o contrato executado. Terceirização. Redação anterior Nova redação Nihil X (L. 6019/74): Art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas condições: I - relativas a: a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios; b) direito de utilizar os serviços de transporte; c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado; d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequadas à prestação do serviço. § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo. § 2o Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar aos empregados da contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas a manter o pleno funcionamento dos serviços existentes. Terceirização • Questão relevante a destacar, num rol claro de direitos assegurados, é a questão relativa à proteção de saúde do trabalhador e meio ambiente de trabalho, na medida em que o país tem elevado número de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. • Atualmente, 80% (oitenta por cento) das mortes em acidente de trabalho ocorre com trabalhadores terceirizados. Terceirização. Redação anterior Nova redação (L. 6019/74): Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos. X (L. 6019/74): Art. 5o-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal. § 1o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. X IDEM § 2o Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes.X IDEM Terceirização • O caput deixou clara a possibilidade de terceirizar a atividade principal (atividade-fim); • O parágrafo primeiro veda a designação de trabalhador para a atividade diversa daquela para a qual foi contratada. Na redação original do caput este parágrafo tinha por finalidade evitar que um trabalhador fosse contratado para atividade-meio e fosse designado para a atividade-fim. Com a atual redação, não faz muito sentido. Entretanto, foi mantido. • Possibilidade de reconhecer vínculo de emprego diretamente com a contratante na sua inobservância? • O parágrafo segundo é auto-explicativo. Serve apenas para dizer que o trabalho executado nas dependências da contratante não é elemento para invalidar o contrato. Terceirização. Redação anterior Nova redação § 3o É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato. X IDEM § 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. X IDEM § 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. X IDEM Terceirização • Os parágrafos 3º e 4º quase que repetem o art. 4º- C introduzido pela reforma. • Entretanto, o parágrafo 3º explicita que a responsabilidade pelo meio ambiente de trabalho é da contratante em qualquer ambiente. • Já o parágrafo 4º reafirma faculdades. Parece que a idéia é não caracterizar o vínculo de emprego caso a contratante forneça tais benesses. Terceirização • O parágrafo 5º consagra a responsabilidade subsidiária do tomador. • Consagra a teoria da responsabilidade contratual, ou seja, não há necessidade de culpa, mas, sim, do mero inadimplemento. • Entretanto, não é aplicável à administração pública, que tem lei específica (art. 71, L. 8666/93) e, para a qual, é necessária a prova (ADC 16) da culpa e, ao que parece, esta prova deve estar robustamente provada pelo trabalhador, segundo se extrai de notícia de julgamento recentemente proferido pelo E. STF, cujo teor, infelizmente, ainda não foi publicado. Terceirização. Redação anterior Nova redação “Art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: I - qualificação das partes; II - especificação do serviço a ser prestado; III - prazo para realização do serviço, quando for o caso; IV - valor.” X IDEM Comentário: O contrato entre as empresas é formal. Terceirização. Redaçã o anterio r Nova redação Nihil X (L. 6019/74): Art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados. Comentário: Institui a quarentena com o objetivo de evitar a fraude de dispensar empregados para que estes formem empresa para prestar serviços como contratada Nihil X (L. 6019/74): Art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado. Comentário: Institui a quarentena com o objetivo de evitar a fraude de dispensar empregados para que estes sejam contratados pelas empresas prestadoras de serviço DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ASPECTOS PROCESSUAIS DA REFORMA TRABALHISTA (Lei 13.467/2017) Prof. Antero Arantes Martins ACESSO AO PODER JUDICIÁRIO AULA 1 JUSTIÇA GRATUITA Redação anterior Nova redação Art. 790. – [...] § 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, (continua) X Art. 790. – [...] § 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do regime geral de previdência social. ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família. X § 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos. JUSTIÇA GRATUITA – “... àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (trinta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social”. (Art. 790, § 3º) • Comentário: Altera o dobro do mínimo legal (R$ 1.874,00) por 40% do limite máximo do RGPS (R$ 2.212,52). Neste caso não precisa de declaração ou prova. – O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. (Art. 790, § 4º) • Comentário: Troca “declarar” a insuficiência por “comprovar”. Discussão: – Forma de prova? – Declaração como início de prova? – Necessidade de contestar? – Ônus da prova? JUSTIÇA GRATUITA NO CPC. • Art. 99 - ... – § 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos. – § 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. JUSTIÇA GRATUITA. Honorários periciais. Redação anterior Nova redação Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita. X Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita (Art. 790-B) Inexistente X § 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Inexistente X § 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. Inexistente X § 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias. Inexistente X § 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outra lide, a União responderá pelo encargo. JUSTIÇA GRATUITA. PERÍCIA. • Caput: Afasta os honorários periciais do alcance da Justiça gratuíta. Ver parágrafo 4º (desde que tenha proveito econômico com a ação). • § 1º: O limite máximo é fixado para o pagamento pelos cofres públicos. Risco de ausência ou queda na qualidade dos peritos. • § 2º: Pode deferir o parcelamento. O parcelamanto será na execução ou logo após a perícia? • § 3º: Não pode exigir depósito prévio.. Incorpora jurisprudência consolidada do TST. – § 4º Somenteno caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outra lide, a União responderá pelo encargo. • Novidade. Perde a condição de “pobreza” se da ação resultar proveito econômico “capaz de suportar a despesa”, mesmo que em outra ação. JUSTIÇA GRATUITA. PERÍCIA. • Questões interessantes para argumento. • Empregado não tem conhecimento técnico para identificar agentes agressores. Tanto que o TST tem súmula reconhecendo o direito ao adicional de insalubridade por agente diverso daquele indicado na petição inicial (Súmula 293, TST). • Empregado tem dificuldade em fixar nexo causal e de concausa em determinadas doenças. • Existem muitas divergências entre laudos da justiça comum, nas ações acidentárias e laudos da justiça do trabalho nas ações indenizatórias. • Nem todo pedido é desarrazoado ou inconsequente. Existem situações de dúvida razoável. Aplicar este dispositivo em qualquer circunstância implica em intimidar do trabalhador na busca de solução para seu conflito negando, em última análise, acesso ao Poder Judiciário. CUSTAS. LIMITE MÁXIMO. Redação anterior Nova redação Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e serão calculadas: X Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Redação anterior Nova redação Inexistente X Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. X § 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. X § 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. X § 5º São devidos honorários advocatícios na reconvenção HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. • No geral é boa medida, eis que o entendimento no sentido de que o jus postulandi afasta o direito à verba estava ultrapassado. • Observações e questões: • O Trabalho do advogado trabalhista vale menos (5% a 15% x 10% a 20% do art. 85 do CPC). • Pedidos serão líquidos, como veremos adiante. Logo, o valor da causa será utilizado apenas para pedidos declaratórios ou constitutivos. • E para improcedência? Posso considerar o “proveito econômico” para o réu aquilo que o autor deixou de pagar? • Sucumbência recíproca e não compensável. Atenção com pedidos duvidosos e verificar a capacidade de prova do autor. • Suspensão da condição de pobreza pela obtenção de crédito capaz de suportar a despesa. • Discussão: Será possível fixação proporcional? Ex: O empregado postula R$ 100.000,00 e ganha R$ 10.000,00. Honorários advocatícios fixados em 10%. O empregado recebe R$ 10.000,00 e paga R$ 9.000,00 de honorários para o advogado da ré? Ou R$ 1.000,00? • Ainda que nos mesmos autos, reconvenção é ação. Cabível para os dois lados. PRAZOS PROCESSUAIS, PRESCRIÇÃO e OUTRAS FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS AULA 2 PRAZOS PROCESSUAIS Redação anterior X Nova Redação Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada. X Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte. X § 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I – quando o juízo entender necessário; II–em virtude de força maior, devidamente comprovada. Inexistente X § 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. (NR) PRAZOS PROCESSUAIS – Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. • Prazos serão contados em dias úteis. Prejuízo à celeridade, mas, maior racionalidade. IN 39 do C. TST havia fixado que os prazos em dias úteis não eram aplicáveis no Processo trabalhista. – § 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: – I – quando o juízo entender necessário; – II–em virtude de força maior, devidamente comprovada • Fim da discussão sobre prazos peremptórios e dilatórios. São todos dilatórios de modo que o juiz pode prorrogar (nunca reduzir), sempre que entender necessário. – § 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. • Diferença entre prorrogar (§ 1º - inicia no prazo legal e depois é ampliado) e dilatar (§ 2º - Já concede o prazo ampliado). Sobre meios de prova veremos adiante artigo específico. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INEXISTENTE X “Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. INEXISTENTE X § 1o A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. INEXISTENTE X § 2o A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.” PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. – Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. • Fim da discussão entre a Súmula 327 do E. STF e a 114 do C. TST. Aplica-se a prescrição intercorrente. Harmonia com o art. 884, 1º da CLT. – § 1o A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. • Caberá ao advogado atenção para não deixar cumprir determinação. Ausência de bens? (segue) PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. • Ausência de
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