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Aula 02 – Infância e Juventude
Introdução
Nesta aula, abordaremos a atual condição política e social da Criança e do Adolescente no Brasil, identificando as legislações referentes ao assunto bem como as respostas que o Estado vem apresentando às demandas deste fundamental segmento da sociedade.
Além disso, destacaremos a atuação do assistente social na área da infância e juventude e alguns programas e projetos desenvolvidos pelo governo municipal, estadual e Federal nessa área.
Infância e Juventude
Realizaremos, a seguir, um breve resgate histórico da infância e da adolescência no Brasil.  
Verificamos que muitos avanços foram alcançados no decorrer dos anos e atualmente são inúmeras as pesquisas e os estudos envolvendo a temática da infância e juventude que possibilitam questionamentos, aprimoramentos e interlocuções com a rede socioassistencial.
É importante destacarmos que os avanços que conhecemos, na área da infância hoje, é resultado de um processo social e histórico.
Vamos fazer um breve resgate histórico da política e algumas conquistas na área da infância e juventude no Brasil?
- Década de 20/30
1922 – Foi inaugurada, no Rio de Janeiro, a primeira instituição pública para “menores” e também ocorreu o I Congresso Brasileiro de Proteção à Infância.
1923 - Houve a criação do primeiro Juizado de “Menores” da América Latina.
1924 – Declaração de Genebra na qual foi aprovado o primeiro documento internacional sobre os Direitos das Crianças.
1927 – Promulgação do Código de Menores.
1930 – Criação do Ministério da Educação (governo de Getúlio Vargas).
- Década de 40/50
1940 – Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e passa a ser obrigatório o ensino fundamental.
1942 – Criação do Serviço de Assistência ao Menor - SAM. Esse serviço funcionava como uma espécie de sistema penitenciário para a população menor de 18 anos e visava à reclusão e repressão das crianças e adolescentes “abandonados” ou agentes de atos infracionais.
1946 – Criação da UNICEF, que é um fundo das Nações Unidas destinado às crianças.
1950 – A UNICEF chega ao Brasil, em João pessoa (PB), trazendo alguns programas de proteção à saúde da criança e gestante, em especial na região Nordeste.
1959 – Elaboração da Declaração Universal dos Direitos da Criança que foi aprovada pela Assembleia das Nações Unidas e ampliou os direitos das crianças.
- Década de 60
1964 – Criação da Lei Federal nº 4.513 de 01/12/1964: criação da FUNABEM (Fundação do Bem-Estar do Menor), que substituiu o SAM. Vale sinalizar que essa época foi o marco da transição entre a visão repressiva para uma postura assistencialista.
1967 – Criação da FEBEM (Fundação estadual do Bem-Estar do Menor), essa instituição foi criada pela Lei nº 1534 de 27/11/1967 com o objetivo de viabilizar assistência ao “menor” na faixa etária de 0 a 18 anos.
- Década de 80/90
1980 – Surgimento de vários movimentos sociais oriundos da sociedade civil.
1985 - Surgimento do Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua, instituição sem fins lucrativos que tinha a finalidade de garantir os direitos das crianças e adolescentes, em especial as crianças moradoras de rua.
1986 - Criação da frente de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes.
1988 – Constituição Federal do Brasil estabelece um novo modelo de políticas sociais e foi a base para a criação do Estatuto da Criança e Adolescente.
1990 – Criação do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) regulamenta e legitima os direitos das crianças e adolescentes.
1995 - I Conferência Nacional dos Direitos das Crianças.
- Anos 2000
2000 – Aprovação do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.
2003 – Aprovação do Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do trabalho infantil.
2004 – Política Nacional de Assistência Social.
2005 – Criação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
2006 – Aprovação do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e do Sistema Nacional Socioeducativo (Sinase).
Ressaltamos que avanços significativos ocorreram nas últimas décadas, na área da infância e juventude, e o ECA assegura direitos às crianças e adolescentes independente de classe social, exigindo dos governos municipais, estaduais e Federal a efetivação, o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes.
Diferenciação entre menor, criança, adolescente e infrator
Vejamos os conceitos:
O termo menor era amplamente utilizado antes da discussão e implementação do ECA e destinava-se a designar toda criança e adolescente que vivia nas ruas, “abandonados”, sendo discriminados pela sociedade, vistos como menores de idade como também de direito.
Através de muitas lutas envolvendo movimentos sociais e diversos segmentos da sociedade civil foi regulamentado o Estatuto da Criança e Adolescente. 
Dessa forma, o ECA refere-se à situação da "criança" e do "adolescente", entendendo, para os efeitos da lei, como criança, a pessoa até 12 anos e adolescente aquela entre os 12 e os 18 anos de idade.
A distinção entre criança e adolescente, como etapas diferenciadas da vida humana, tem relevante importância no ECA. 
É fundamental dizer que ambos possuem os mesmos direitos.
O artigo 15 do ECA estabelece que a “criança e ao adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.”
Porém, o tratamento se difere quando existem atos de conduta ditos como delitos ou ato infracional. Dessa forma, destaca-se:
- A criança que cometeu algum ato infracional está sujeita as proteções previstas no art. 10 do ECA, que implica em um tratamento através de sua família, comunidade e Estado sem que ocorra a privação de sua liberdade.
- O adolescente que cometeu algum ato infracional pode ser submetido à algumas medidas socioeducativas do art. 112 do ECA, que algumas vezes decorrem em privação de liberdade e no cumprimento de medidas socioeducativas. Nesse caso, o adolescente é tido como infrator.
Ressaltamos que a autoria de ato infracional por menores de 18 anos de idade está sujeita aos parâmetros do ECA. Vale sinalizar que o delito no ECA recebe a denominação de ato infracional e o autor de tal ato poderá cumprir algumas medidas de ação socioeducativas, dentre as quais existe a privação de liberdade e, nessa situação, o adolescente recebe muitas vezes a denominação de infrator.
O que são Conselhos de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes?
Podemos dizer que para a rede de serviços preconizada pelo ECA ser realmente implementada é de extrema importância a criação de Conselhos de Direitos da Criança e Adolescentes.
Os Conselhos de Direitos são órgãos deliberativos que abrangem as três (Municípios, Estados e União) esferas governamentais. Eles têm a função:
1 – Promover, defender e efetivar os direitos das crianças e adolescentes;
2 – Controlar e monitorar as ações e atividades na área da infância e adolescência;
3 – Promover a participação popular e discussão da temática da infância e adolescência;
4 – Fiscalizar e normatizar as ações que envolvem as políticas públicas da área;
5 – Aprovar projetos e leis na área da infância e adolescência;
6 – Promover e apoiar campanhas educativas sobre os direitos da criança e do adolescente.
Atividades desenvolvidas pelo Estado
Quais as atividades desenvolvidas pelo Estado através de Políticas Públicas voltadas para a infância e juventude?
Em primeiro lugar, é interessante entendermos o conceito de Política Pública, ou seja:
É a forma que o Estado utiliza para efetivar direitos e intervir no cenário social.
Nesse sentido, o Brasil desenvolve muitos programas e projetos sociais em torno da criança e juventude com a finalidade de promover a inclusão social, efetivar direitos e ampliar ações de cunho socioeducativo envolvendo esse grupo.
Existem três esferas queo Governo Federal prioriza:
- Socioeducativo – adolescentes infratores
- Proteção Especial – vitimização e risco
- Políticas Básicas – acesso universal
Vamos destacar alguns programas voltados para a infância e a juventude desenvolvidos pelo Governo Federal e implementados pelo município:
Programa Bolsa Família 
Programa de complementação de renda que beneficia famílias de baixa renda.
Instituído pela Medida Provisória nº 132, de 20 de outubro de 2003, posteriormente convertida na Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004.
O Bolsa Família unificou os seguintes programas de transferência de renda do Governo Federal: Bolsa Escola, Auxílio-Gás, Bolsa Alimentação e Cartão Alimentação.
Programa Sentinela
Programa que visa o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
SENTINELA = Serviço de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e à Exploração Sexual conta Crianças e Adolescentes.
Foi implementado em 2001 e faz parte do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil que envolve, além do MDS, outros órgãos federais e organizações não governamentais.
Desenvolvido em parceria com estados e municípios, tem como objetivo prestar atendimento em Centros e Serviços de Referência que funcionam 24 horas por dia e dispõem de profissionais como psicólogos, assistentes sociais, pedagogos.
Além de prestar atendimento direto, os profissionais encaminham os casos para a rede de serviços existente no município, como por exemplo, atendimento psicológico, projetos voltados para crianças e adolescentes entre outros.
Programa ProJovem
Programa desenvolvido pelas Secretarias de Assistência Social destinado a jovens entre 15 e 17 anos que proporciona capacitação teórica e prática, por meio de atividades que não configuram trabalho, mas que possibilitam a permanência do jovem no sistema de ensino, preparando-o para futuras inserções no mercado de trabalho.
Peti
Abarca uma série de ações visando à retirada de crianças e adolescentes (com idade inferior a 16 anos) do exercício do trabalho precoce.
Prevê a transferência de renda (via Programa Bolsa Família), acompanhamento individual e familiar e serviços socioassistenciais de maneira integrada com estados e municípios.
É desenvolvido tendo como base de atuação:
- informação e mobilização da sociedade civil; 
- pesquisa através do Cadastro Único para programas do Governo Federal; 
- transferência de renda; 
- inclusão de crianças, adolescentes e familiares em projetos sociais; 
- encaminhamentos para a rede socioassistencial do município; 
- acompanhamento das crianças, adolescentes e familiares; 
- ações de fiscalização e monitoramento e 
- articulação com toda a rede de serviços sociais.
ProUni
Programa Universidade para Todos.
Programa desenvolvido do Ministério da Educação, criado em 2004, que viabiliza bolsas de estudos integrais ou parciais (50%) em instituições de ensino superior privadas.
Podem participar desse programa estudantes: 
 - que concluíram o ensino médio na rede pública ou particular; 
 - portadores de deficiência.
Vale destacar que o estudante deve comprovar que a renda per capita familiar é até 1 1/2 salário mínimo (para obter bolsa integral) e para obter bolsa de 50% a renda per capita familiar deve ser de até 3 salários mínimos.
Qual a atuação do assistente social na área da infância e juventude?
Percebemos que, ao longo da história brasileira, as crianças e os adolescentes eram vistos como pessoas destituídas de direitos e as ações voltadas para esse grupo eram de cunho repressor, filantrópico e caritativo.
Porém, por meio da luta e discussão entre Estado e sociedade civil, foi promulgado o ECA que possibilitou uma nova forma de atuação junto às crianças e aos adolescentes.
A partir da promulgação do ECA, as práticas assistencialistas e filantrópicas foram substituídas pela promoção e proteção social.
Nesse cenário, ainda é importante destacar que a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) também teve impacto positivo sob o tratamento destinado às crianças e adolescentes.
De acordo com Batista (2011) apud CFESS (2010):
“Lutar pela ampliação dos espaços de participação política do Serviço Social com a finalidade de qualificar as discussões e o controle da efetivação dos direitos da criança e do adolescente; garantir subsídios à categoria profissional e à sociedade por meio de pareceres, notas e manifestações referentes a temas e assuntos, inclusive matérias legislativas, que impliquem diretamente na garantia e/ou violação de direitos de crianças e adolescentes (redução da maioridade penal, ato infracional, redução do tempo de internação, trabalho infantil, abuso e exploração sexual, metodologia de inquirição, entre outros); promover debates que fomentem reflexões críticas e posicionamento das/os assistentes sociais em nome da garantia da prioridade absoluta e da proteção integral de crianças e adolescentes; articular-se com entidades e movimentos sociais e populares em defesa de uma política integral, contrariando o caráter das intervenções e medidas focalistas, seletivas e desconectadas das demais políticas públicas e sociais.”
Ainda de acordo com Batista (2011):
“O compromisso dos assistentes sociais é insistir na defesa de todas as condições relevantes para a efetivação da cidadania, dos milhões de crianças e adolescentes brasileiros, que apesar do ECA, ainda têm seus direitos fundamentais violados. A partir do entendimento, da criança e do adolescente, como “sujeitos” de direitos, que em razão de sua condição específica, de pessoa em desenvolvimento necessitam de proteção especializada.”
Podemos dizer que o assistente social trabalha com as diversas expressões da questão social e, no caso das crianças e adolescentes, ressalta-se uma situação de violação de direitos, situação de vulnerabilidade e risco social e fragilidade dos laços familiares.
Atribuições do assistente social na educação
De acordo com Figueiredo (2013) quanto às atribuições do assistente social na Educação, verificamos:
“Atendimento e acompanhamento sistemático às famílias e alunos das unidades escolares, colaborando para a garantia do direito ao acesso e permanência do educando na escola; elaboração de Plano de Trabalho da equipe, contemplando ações/projetos para os diferentes segmentos da comunidade escolar, considerando as especificidades do território; monitoramento e acompanhamento dos educandos em situação de não frequência e evasão escolar; elaboração de relatórios de sistematização do trabalho realizado, contendo análises quantitativas e qualitativas; levantamento dos recursos da área de abrangência e articulação com a Rede Intersetorial; realização de estudos e pesquisas que identifiquem o perfil socioeconômico cultural da população atendida, suas demandas, características do território, dentre outras temáticas; realização de reuniões de estudos temáticos, oficinas, estudo de casos, envolvendo a equipe da RPE, professores e equipe diretora/pedagógica da unidade escolar; participação nos espaços dos conselhos de políticas e direitos, fóruns, em especial das áreas da educação, assistência, criança e adolescente e saúde; fortalecimento da parceria com as equipes dos Conselhos Tutelares, CRAS, CREAS e unidades de saúde para viabilizar o atendimento e acompanhamento integrado da população atendida; participação semanal em reunião de supervisão, estudo de casos e planejamento”. (Figueiredo, 20013)
Dessa forma, a implementação do Serviço Social na escola visa à inclusão social, formação da cidadania e emancipação das crianças e adolescentes.
Encerramento
Nesta aula, aprendemos um pouco sobre o contexto histórico, leis e regulamentações e a atuação do assistente social na área da infância e juventude.
Vale ressaltar que muitos avanços foram alcançados na área da infância e juventude, porém, cabe a nós, assistentes sociais, lutarmos para que todos os projetos, programas e leis sejam implementados de forma universal, uma vez que ainda existem muitos desafiosna referida área!

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