144 pág.

Pré-visualização | Página 20 de 22
utilizável é a semente. 2.Triticum aestivum (Gramineae) 3.Hordeum vulgare (Gramineae) FAMÍLIA RUTACEAE DOCE DE CASCA DE "GRAPE-FRUIT" Lavar muito bem e vigorosamente a "grape-fruit" com uma esponja grossa. Cortar a "grape-fruit" ao meio e em um espremedor remover o suco. Beber o suco, com açúcar ou adoçante, quando tiver vontade. Com as cascas pode-se fazer a compota a seguir. 4 "grape-fruits"1 300g de açúcar2 950ml de água Retirar a casca da fruta e remover com cuidado, com os dedos, todo o bagaço que ficou aderido à casca. Ralar rapidamente cada casca e lavar. Partir cada uma (cada metade original) em quatro pedaços. Colocar em uma panela, cobrir com água e ferver. Jogar a água fora. Colocar nova água e ferver novamente. Jogar a água fora. Colocar água fresca e deixar assim, sem ferver 129 até o dia seguinte, sempre fora da geladeira. Trocar a água diariamente até a água ficar pouco amarga (em geral cinco dias). Jogar fora a água, escorrer bem. Ferver as cascas em 950ml de água até ficarem macias. Acrescentar o açúcar, deixar ferver. Guardar por um dia. Voltar ao fogo e engrossar a calda. Deixar por mais um dia. Voltar ao fogo e apurar. Guardar em vidros fechados. 1.A "grape-fruit", Citrus paradisi Macf. (família Rutaceae) é originária da Índia. 2.Saccharum officinarum (Gramineae) GELÉIA DE MIXIRICA Aprendi a fazer esta geléia (“marmelade”), que é a minha geléia favorita com a Lil (Lilian) Neilson, uma pintora escocesa que mora em Catterline. Na Escócia, "marmelade" é feita de laranja e não de marmelo. Diz a lenda, que quando a rainha Mary, que gostava muito de geléia de laranja, voltou da França para Edinburgh, trouxe na comitiva vários franceses, entre eles, a dama de companhia. Um dia a rainha estava com dor de cabeça e queria comer geléia de laranja. A dama de companhia foi até a cozinha do palácio e disse a um dos cozinheiros escoceses: "Marie est malade" e pediu a geléia de laranja. O cozinheiro que pouco entendia o francês, repetiu várias vezes a frase, que acabou virando "marmelade" e daí para frente a geléia passou a ser conhecida como "marmelade". 1kg de mixirica1 950ml de água 1750g de açúcar2 Retirar as cascas das mixiricas e cortar em tirinhas bem finas. Cortar as mixiricas pela metade e tirar o suco. Colocar as sementes em um pano fino, amarrar com cuidado. Colocar em uma panela as cascas, o sumo, a água e o saquinho com as sementes. Ferver até amolecer as cascas. Remover o saquinho 130 das sementes. Colocar o açúcar, mexer sem parar até o ponto de geléia. Esta geléia não precisa ser guardada em geladeira. 1.A mixirica, Citrus reticulata Blanco (família Rutaceae), "mandarin orange", tangerina-do-rio é originária das regiões montanhosas da China. A esta espécie pertence também o limão-rosa ou limão-cravo. Alguns acham que a espécie é Citrus nobilis Lour. 2.Saccharum officinarum (Gramineae) TORTA DE LARANJA DA CLARA QUEIROZ Esta é uma homenagem à Clara Queiroz, que na época trabalhava no Departamento de Genética, da Universidade de Edinburgh. Este doce era o grande sucesso das festas que organizávamos na Escócia. Sempre que um dos brasileiros oferecia um almoço ou jantar a Clara era obrigada a preparar este prato. Hoje a Clara faz uma carreira brilhante na Universidade de Lisboa. E continua a mulher bonita e charmosa de sempre. 3 laranjas1 12 ovos 750g de açúcar2 20g de açúcar2 cristal 24g de farinha de trigo3 Misturar, mas sem bater muito os ovos, o açúcar (não usar o açúcar cristal) e a farinha de trigo. Ralar a casca das três laranjas e misturar na massa. Untar uma forma com margarina e forrar com papel de alumínio. Untar o papel de alumínio com margarina. Colocar a mistura e levar ao forno quente. Deixar até começar a endurecer (textura entre líquido e sólido). Tirar e virar em cima de uma folha de papel de alumínio polvilhada com os 20g do açúcar cristal. Enrolar 131 com muito cuidado, mas ainda quente, na forma de um rocambole. Deixar esfriar no papel de alumínio. 1.A laranja-doce comum (laranja-pêra, laranja-lima, laranja-baiana), é Citrus sinensis (L.) Osb. (família Rutaceae). É originária da Ásia oriental. Foi a primeira fruta que interrompeu o desprezo medieval pelas frutas de um modo geral, a partir do século XIV. A Inglaterra comprava laranjas da Itália e a França da Espanha. Para o Brasil sementes e mudas foram trazidas de Portugal. Foi muito usada como ornamental, como fazia Luís XIV em Versailles. A festa dos vendedores de laranja em Paris era no dia 6 de novembro, dia de São Leonardo. A laranja é um fruto tipo baga (hesperídio), com casca espessa e porosa que encerra muitas glândulas de óleo aromático, e o que se come (a carne) composto de células muito grandes cheias de suco. Em 1756 o cirurgião John Lund da marinha britânica mostrou que laranja prevenia o aparecimento do escorbuto. Monteiro Lobato, no livro para crianças "Os doze trabalhos de Hércules", no capítulo "O pomo das Hespérides" conta que no jardim das Hespérides existia uma árvore que produzia pomos de ouro, árvore esta que era guardada por um dragão que tinha cem cabeças e cem vozes, pertencente à deusa Juno. De acordo com os heróis da estória, quando o Pedrinho, a Emília e Hércules mataram o dragão e chegaram até a árvore, descobriram que de ouro não tinha nada, mas era uma laranjeira. De acordo com os gregos, no início dos tempos só existia uma árvore, e esta era guardada por um dragão. Todas as outras laranjeiras do Mediterrâneo são provenientes das sementes dessa árvore, pois Juno cuspia as sementes do Olimpo para a terra. 2.Saccharum officinarum (Gramineae) 3.Triticum aestivum (Gramineae) 132 FAMÍLIA SOLANACEAE BOLINHO DE JILÓ Com uma caipirinha de pinga bem gelada, nada melhor que este bolinho. A receita é da minha cozinheira, a Therezinha Gonçalves da Silva. E um aviso: não é amargo. 150g de jiló1 1g de sal 5ml de tempero verde da Dina 30g de queijo ralado 1 ovo 20g de farinha de trigo2 3g de fermento em pó 300ml de óleo de soja3 Picar muito bem o jiló (com casca) e deixar em água por uma hora. Passar em água limpa e escorrer bem. Cozinhar em água com sal. Coar em peneira e amassar o jiló com um garfo. Misturar ao jiló amassado os outros ingredientes. Ir tirando com uma colher de sopa e pingando em óleo bem quente para fritar. Deixar escorrer em papel absorvente. 1.O jiló, Solanum gilo Raddi (família Solanaceae), é, de acordo com o botânico que a gente lê, africano, sul-americano ou antilhano. 2.Triticum aestivum (Gramineae) 3.Glycine max (Leguminosae-Papilionoideae) BERINJELA À FILOCA Esta receita é de uma querida amiga, já falecida, a Filomena Chiara. Deixou muitas saudades, mas esta receita sempre me faz lembrar dela. 1 berinjela1 133 2g de sal 3 dentes de alho2 1g de pimenta-do-reino3 20ml de azeite4 0,5g de orégano5 20g de queijo ralado 20g de farinha de pão de trigo6 Cortar a berinjela ao meio, longitudinalmente e ferver com água e sal até ligeiramente mole. Deixar escorrer bem. Colocar em uma forma. Fazer incisões longitudinais e nelas enfiar o alho em fatias. Temperar com sal e pimenta-do- reino moída na hora. Polvilhar com o queijo ralado (parmesão é melhor) e a farinha de rosca. Acrescentar o orégano. Regar com o azeite. Assar até ficar dourado. 1.A berinjela, Solanum melongena L. (família Solanaceae) é originária da Índia. A ela foi dado o nome de "maçã da loucura" quando de sua introdução na Europa. 2.Allium sativum (Liliaceae) 3.Piper nigrum (Piperaceae) 4.Olea europaea (Oleaceae) 5.Origanum vulgare (Labiatae) 6.Triticum aestivum (Gramineae) FAMÍLIA STERCULIACEAE