30 pág.

Pré-visualização | Página 2 de 8
social do grupo afeta a produtividade: quanto mais integrado o grupo, maior o nível de produtividade; • o comportamento social é relevante, pois os trabalhadores reagem aos estímulos na condição de membros de um grupo; bemol Realce bemol Realce bemol Realce bemol Nota Os grupos informais sao constituidos pela questao da afinidade entre os funcionarios 09 • as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento e aprovação social dos grupos formais e informais. Por essa razão, recompensas e sanções sociais precisam existir e ser reconhecidas. Vem à tona o conceito de homem social, oposto ao conceito de homo economicus, cuja motivação era oriunda apenas de incentivos salariais; • os grupos informais são distintos dos grupos formais e são relevantes, apesar de não haverem sido considerados pela Administração Científica e Clássica. Os estudos também conduziram à compreensão da importância: • das relações humanas, uma vez que cada indivíduo é uma personalidade diferenciada e visa a participar de grupos sociais de modo a ser compreendido e aceito; • do conteúdo do trabalho, já que este tem influência sobre o moral do empregado. Trabalhos simples e repetitivos são desgastantes e monótonos, reduzindo a eficiência e motivação do trabalhador; • da ênfase dos aspectos emocionais nos estudos de impacto na produtividade. Alguns aspectos da Escola de Relações Humanas são passíveis de reflexão e crítica. Os estudos de Hawthorne não utilizaram procedimentos rigorosamente científicos. A pesquisa considerou apenas uma amostra, a fábrica da Western Electric, e não levou em conta as condições econômicas, sociais e políticas do entorno da fábrica. As conclusões de Elton Mayo também não consideraram o conflito de interesses entre empresa e trabalhadores. Alguns críticos afirmam que Mayo enfatizou exageradamente os grupos informais, mas a crítica mais relevante consiste no fato de não fornecer critérios efetivos de gestão, indicando o que deve ou não ser feito para obtenção de melhores resultados empresariais. Apesar das críticas, a Escola de Relações Humanas contribuiu para alterar as atitudes dos administradores em relação aos trabalhadores, dando origem aos estudos de comportamento organizacional que abarcaram investigações sobre o comportamento coletivo como, por exemplo, questões de clima organizacional e investigações sobre comportamentos individuais, como fatores motivacionais. No Brasil, nesse mesmo período, Tarsila do Amaral, nascida em Capivari (SP), integrante do movimento modernista e autora da famosa tela Abaporu, pinta o quadro Operários, em 1933, e dá início à pintura social no Brasil, após passar pelos períodos denominados “pau-brasil” e “antropofágico”. Você sabe o que a obra tem a ver com o que você estudou até aqui? Ela retrata o início da industrialização no país, com operários de diferentes etnias: brancos, negros, judeus, imigrantes japoneses e italianos, evidenciando o mosaico social que caracteriza nossa cultura e revelando a predominância de cores sombrias carregadas de significado. NÓS QUEREMOS SABER! 2.2.1 Teorias transitivas Outros autores contribuíram para a Escola de Relações Humanas e produziram as chamadas teorias transitivas que conduziriam, mais tarde, à Teoria Comportamentalista ou Behaviorismo. Os principais autores das teorias transitivas e suas contribuições são: 10 Laureate- International Universities Ebook - Modelos de Administração • Kurt Lewin (1890 – 1947): psicólogo, publicou a Dynamic Theory of Personality, em 1935, obra que divulgou sua teoria de campo, expressa na equação cuja leitura do significado é: comportamento é função da interação da pessoa e o meio ambiente que a rodeia. A contribuição de Lewin destaca as forças e interações simbólicas que afetam a estrutura grupal e o comportamento individual. Os estudos de Lewin revelaram que, uma vez formados, os grupos controlam o comportamento de seus participantes que, por sua vez, elegem líderes e tendem a resistir a mudanças; • Mary Parker Follett (1868 – 1933): tornou públicas suas ideias ao longo da década de 1920. Pregava conceitos de cooperação como motores da motivação e interação dos empregados. Acreditava que transformar cada empregado em empregador criaria responsabilidade coletiva e que a obtenção de lucros privados deveria ponderar os impactos ao bem comum. Foi considerada uma mulher à frente do seu tempo, já que antecipou conceitos recentes de participação nos lucros e de responsabilidade social; • Chester Barnard (1886 – 1961): publicou As Funções do Executivo, em 1938, reforçando que as organizações informais são encontradas dentro de todas as organizações formais e que as empresas são instrumentos eficazes para o progresso social, sendo mais eficientes que a Igreja e o Estado; • Herbert Simon (1916 – 2001): publicou, em 1947, O Comportamento Administrativo, criando o conceito de homem administrativo, que definiu um marco para o surgimento da Teoria Comportamental. A primeira contribuição importante da obra de Simon é que uma organização consiste em um sistema de decisões e os processos administrativos são processos decisórios. A segunda contribuição relevante, que deu origem à Teoria da Decisão de Simon, é a compreensão de que a racionalidade é limitada, ou seja, é humanamente impossível arrolar todas as informações disponíveis no ambiente, processá-las adequadamente e tomar a decisão ótima. Em outras palavras, o comportamento administrativo é “satisfaciente”, conseguindo tomar decisões apenas satisfatórias, considerando aquelas que conseguiu arrolar. O comportamento administrativo não é “otimizante”, não consegue tomar a melhor decisão entre todas em razão da racionalidade limitada; • Hugo Munsterberg (1863 – 1916): introdutor da psicologia organizacional e dos testes de seleção de pessoal; • Ordway Tead (1860 – 1933): o primeiro a abordar a liderança democrática. 2.3 A Teoria Comportamental ou Escola Behaviorista A Teoria Comportamental ou Escola Behaviorista pode ser considerada um desdobramento da Escola de Relações Humanas, que ganhou corpo na década de 1930. Na figura 1 é possível identificar, nas caixas azuis, as Escolas que já foram abordadas nesta disciplina: as abordagens clássicas, precursoras dos estudos em Administração, cujos representantes máximos foram Frederick W. Taylor e Henri Fayol; e a Escola de Relações Humanas, baseada nos estudos de Elton Mayo e a Teoria Comportamental, sobre a qual nos debruçaremos agora. As escolas ou teorias presentes nas caixas amarelas serão objeto de estudo nas unidades posteriores. O objetivo dessa figura é situar temporalmente as principais escolas ou teorias administrativas. 11 Abordagens Clássicas Relações Humanas Teoria Comportamental Abordagem Sistêmica Teoria Estruturalista Teoria Neoclássica Linha do tempo Década 1910 Década 1930 Década 1950 Década 1960 Teoria da Burocracia Figura 1 – Cronologia das abordagens do pensamento administrativo. Fonte: Elaboração própria. A ideia de que a satisfação do trabalhador gerava produtividade, como revelou a Escola de Relações Humanas, provocou alguns questionamentos, pois considerava-se tarefa difícil satisfazer os trabalhadores. Naturalmente não existiu um “vácuo” entre as décadas de 1930 e 1960 no que compete à preocupação com aspectos humanos na organização. Como já se mencionou, as teorias transitivas preencheram esse espaço e contribuíram significativamente para o desenvolvimento dessa perspectiva de análise. A Teoria Comportamentalista conferiu uma orientação mais psicológica para os estudos da Administração, especialmente em relação ao ajustamento pessoal do trabalhador na organização, os efeitos dos relacionamentos intragrupais, as necessidades do trabalhador e, sobretudo, questões relacionadas à motivação e