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ALEITAMENTO MATERNO

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Orientadora: Lílian Libório
ALEITAMENTO MATERNO
DEFINIÇÃO
Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), um lactente é amamentado de forma exclusiva quando recebe somente leite materno (de sua mãe ou ordenhado) e não recebe quaisquer outros líquidos ou alimentos sólidos à exceção de gotas de vitaminas, minerais ou outros medicamentos (WHO, 2008). 
IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO
O leite humano é o alimento que reúne as características nutricionais ideais, com balanceamento adequado de nutrientes, desenvolve inúmeras vantagens imunológicas e psicológicas importantes na diminuição da morbidade e mortalidade infantil. O aleitamento materno é uma estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para o recém nascido. Constitui-se a forma mais econômica e eficaz de intervenção na redução da morbimortalidade infantil e permite um grande impacto na promoção da saúde integral do bebê.
BENEFÍCIOS
PARA A MÃE:
-Aceleração da recuperação do parto por ação da ocitocina na involução uterina;
-A redução da resposta ao estresse materno;
-A perda de peso após a gravidez pode ser reforçada por amamentação;
-Efeito contraceptivo liberando prolactina levando a anovulação e, portanto, maior intervalo interpartal.
BENEFÍCIOS
PARA A CRIANÇA:
-Estimulo do sistema imunológico levando a prevenção de doenças agudas como otite média aguda;
-Proporciona ao recém-nascido crescimento e desenvolvimento saudáveis,
-Estimula as funções de mastigação, deglutição, respiração, articulação dos sons da fala e o desenvolvimento motor-oral do recém- nascido;
-Apresentam menores índices de alergias em geral, asma brônquica, aterosclerose e doenças cardiovasculares, colite ulcerativa, dermatite atópica, desnutrição, diabetes mellitus e doenças gastrointestinais.
DURAÇÃO
A duração do aleitamento materno exclusivo é até os 6 meses.
Segundo a OMS sobre a duração ótima da amamentação complementar segura e adequada, com continuidade da amamentação por dois anos ou mais, (WHO, 2001). 
FREQUÊNCIA
Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições de horários e de tempo de permanência na mama. É o que se chama de amamentação em livre demanda. Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com freqüência e sem horários regulares.
Em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de oito a 12 vezes ao dia.
FREQUÊNCIA
Muitas mães, principalmente as que estão inseguras e as com baixa autoestima, costumam interpretar esse comportamento normal como sinal de fome do bebê, leite fraco ou pouco leite, o que pode resultar na introdução precoce e desnecessária de suplementos.
DURAÇÃO DE CADA MAMADA
O tempo de permanência na mama em cada mamada não deve ser fixado, haja vista que o tempo necessário para esvaziar uma mama varia para cada dupla mãe/bebê e, numa mesma dupla, pode variar dependendo da fome da criança, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do volume de leite armazenado na mama, entre outros. 
O mais importante é que a mãe dê tempo suficiente à criança para ela esvaziar adequadamente a mama. Dessa maneira, a criança recebe o leite do final da mamada, que é mais calórico, promovendo a sua saciedade e, consequentemente, maior espaçamento entre as mamadas. 
TIPOS DE LEITE
PRODUÇÃO DO LEITE MATERNO
O leite materno é produzido sob o comando de vários hormônios que começam a agir no corpo da mulher ainda antes de o bebê nascer.
Em função dos hormônios estrógeno e progesterona secretados pela placenta , as mamas ficam maiores, mais sensíveis e têm seus vasos sanguíneos dilatados. Já a produção do leite propriamente dito só tem início após o parto, quando outros hormônios, como a prolactina e a ocitocina, entram em cena.
Esse processo lembra o de uma fábrica, que trabalha por demanda: quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz.
COMO É A MAMA
Alvéolos: onde o leite materno é produzido.
Ductos: transportam o leite até os ductos lactíferos.
Aréola: possuem glândulas Montgomery para proteger o mamilo.
Mamilo: para a passagem do leite para o bebê. 
TÉCNICAS EM ALEITAMENTO
POSICIONAMENTO: 
A mãe pode estar sentada, deitada ou em pé. O bebê pode permanecer sentado, deitado ou até em posição invertida (entre o braço e o lado do corpo da mãe).
TÉCNICAS EM ALEITAMENTO
O corpo e a cabeça devem estar alinhados, de modo que a criança não necessite virar a cabeça para pegar a mama. 
O corpo do bebê deve estar encostado ao da mãe (abdome da criança em frente ao abdome da mãe).
Seu queixo deve estar tocando o peito da mãe.
A criança deve ser apoiada pelo braço da mãe, que envolve a cabeça, o pescoço e a parte superior do seu tronco. Em casos de crianças muito pequenas, a mãe deve apoiar também suas nádegas com a mão.
TÉCNICAS EM ALEITAMENTO
Pega: Para que haja sucção efetiva, a criança deve abocanhar não só o mamilo, mas principalmente toda ou a maior parte da aréola.
Os ductos lactíferos terminais, situados embaixo da aréola, são assim pressionados pela língua contra o palato, iniciando-se a saída do leite, ajudada pelo reflexo de ejeção mediado pela ocitocina.
TÉCNICAS EM ALEITAMENTO
A boca do bebê deve estar bem aberta para abocanhar toda ou quase toda a aréola.
O lábio inferior deve estar voltado para fora e cobrir quase toda a porção inferior da aréola, enquanto a parte superior da aréola pode ser visualizada.
A língua deve permanecer acoplada em torno do peito.
As bochechas devem ter aparência arredondada.
A criança deve parecer tranquila com sucção lenta, profunda e ritmada e com períodos de atividade e pausa.
COMPLICAÇÕES
O aleitamento materno não deve ser um processo doloroso, assim deverá a lactante ser orientada desde o início da amamentação para evitar o desmame precoce. 
A presença destas manifestações atesta a falta de apoio e orientação às mães por parte dos profissionais e dos serviços de saúde que necessitam rever suas práticas e condutas.
COMPLICAÇÕES
MAMILOS DOLOROSOS: após a descida do leite, durante a sucção, os mamilos tornam-se sensíveis, planos e distendidos, dificultando a pega do bebê.
COMPLICAÇÕES
BOLHAS MAMILARES: São traumas mamilares quase imperceptíveis que se instalam quando o bebê suga a ponta do mamilo numa pega incorreta. Formam-se pequenas bolhas com descolamento da pele que, por se desfazerem rapidamente, dificultam o diagnóstico. 
COMPLICAÇÕES
FISSURAS MAMILARES: São traumas com ruptura do tecido, uni ou bilateral, com forma e localização variadas, sendo a principal causa de desmame precoce.
COMPLICAÇÕES
MONILÍASE MAMILAR: Infecção fúngica dos mamilos que ocorre por contaminação da mãe portadora de candidíase (Candida Albicans) ou do bebê que adquiriu no canal do parto monilíase oral (“sapinho”).
COMPLICAÇÕES
INGURGITAMENTO MAMÁRIO: Quando o leite não é retirado em quantidade suficiente leva a estase do fluxo lácteo ocasionando o ingurgitamento mamário.
PREVENÇÃO DOS TRAUMAS MAMILARES
Conhecer as causas: 
Mau posicionamento e pega incorreta; 
Uso inadequado de bombas esvaziadoras; 
Colocação do dedo da mãe na aréola; 
Uso de cremes, óleos e sabonetes; 
Técnica incorreta de retirar do peito;
 Amamentação com aréola distendida e endurecida;
Malformações mamilares;
Freio lingual curto;
 Monilíase.
PREVENÇÃO DOS TRAUMAS MAMILARES
Assistência aos traumas mamilares:
Inicialmente esvaziar a aréola;
Correção da posição de sucção e orientação sobre boa pega;
Iniciar a mamada na mama com menos dor;
Deixar gotas de leite nos mamilos após as mamadas;
Exposição das mamas ao ar e sol;
Não usar produtos químicos e sabonetes nos mamilos;
Novas possibilidades para cicatrização: infusão de hortelã e lanolina pura;
Tratamento da monilíase. 
PREVENÇÃO DOS TRAUMAS MAMILARES
Tratamento geral das intercorrências locais precoces:
Manter o aleitamento exclusivo sob livre demanda: iniciar a amamentação na primeira hora após o nascimento, estimulando a permanência em alojamento conjunto;
Ajudar a mãe a estabelecer boa
pega e posição adequada do bebê: faz a dor mamária desaparecer e a sucção torna-se confortável para a mãe;
Evitar o uso de protetores mamilares: além de confundir a pega, diminuem a ventilação; 
PREVENÇÃO DOS TRAUMAS MAMILARES
Evitar lavar os mamilos várias vezes ao dia: a lavagem excessiva com sabões resseca a pele mamilar. Orientar a mãe a espalhar o próprio leite ordenhado para hidratar e lubrificar a aréola;
Sugerir à mãe expor os mamilos ao ar e ao sol por 10 a 15 minutos ao dia: esta prática pode facilitar a cicatrização de fissuras e monilíase mamilares, a pesar de seus benefícios serem questionáveis;
Aconselhar não usar cremes, loções e pomadas “ditas cicatrizantes : podem irritar a pele e diminuir a ventilação; as fissuras são agravadas quando a mãe tenta retirar estes produtos. Não há evidências de que sejam úteis. 
ALIMENTAÇÃO
ALIMENTAÇÃO
Durante a amamentação, os alimentos que a mulher deve evitar são:
Café, chá preto, chá mate e refrigerantes com cafeína, porque a cafeína passa para o leite e o bebê tem dificuldade em eliminar esse tóxico provocando também insônia no bebê.
Bebidas alcoólicas, pois o álcool passa para o leite materno e o bebê não tem a capacidade de eliminar esse tóxico do seu organismo, podendo prejudicar o fígado e rins do bebê.
Adoçantes e alimentos diet ou light pois ainda não existem estudos que comprovem que não faz mal para a saúde do bebê.
ALIMENTAÇÃO
O chocolate não deve ser consumido em grandes quantidades pois tem substâncias estimulantes que passam para o leite materno, não deve ser ultrapassada a quantidade de 1 quadradinho por dia de chocolate meio amargo após o almoço. 
ALIMENTAÇÃO
Durante a amamentação, os alimentos que a mulher deve consumir são:
Frutas e legumes: Ricas fonte de sais minerais e vitaminas. A mãe se sentirá mais disposta ao consumir frutas como manga, abacate, maçã, banana e caju, e também legumes ricos em carboidratos, como batata, inhame e mandioca. O bebê, por sua vez, receberá todas as vitaminas provenientes desses alimentos.
ALIMENTAÇÃO
Verduras e grãos: O ferro é parte importante para evitar anemia nas mães e aumentar a quantidade da substância no organismo do bebê. Você pode optar pelas verduras com folhas escuras, como couve, brócolis, mostarda e espinafre, que possuem maior teor de ferro.
ALIMENTAÇÃO
Gorduras saudáveis: As gorduras saudáveis como o azeite, as sementes e as castanhas são importantes para a reposição de magnésio nos organismos da mãe e do bebê. O magnésio auxilia na regulagem da densidade óssea e, também, no desenvolvimento do sistema nervoso. 
ALIMENTAÇÃO
Carnes: As carnes são fontes de proteínas, essenciais para a recuperação e a manutenção muscular. Carnes vermelhas magras e frango podem aumentar o índice proteico no leite que vai alimentar o bebê. Já os peixes, além de excelentes fontes de proteínas, possuem ácidos graxos (ômega 3 e ômega 6), que ajudam no desenvolvimento cerebral do bebê e mantêm a mãe longe do estresse.
ALIMENTAÇÃO
Leite e seus derivados: O cálcio é imprescindível para a formação dos ossos do bebê. Por isso, o consumo de leite, manteiga e queijos magros é importante, uma vez que aumentam o índice de cálcio durante a fabricação do leite materno.
PLANEJAMENTO FAMILIAR 
O Método de Amenorréia Lactacional – LAM consiste em utilizar a Amamentação exclusiva como opção inicial de planejamento familiar.
Mulheres que fazem aleitamento exclusivo dos seus bebês costumam não ovular nem menstruar. A própria amamentação serve como método contraceptivo e sua taxa de sucesso é de 98% nos 6 primeiros meses.
PLANEJAMENTO FAMILIAR 
É efetivo quando usado de forma correta, o uso adequado consiste:
1 – Amamentação exclusiva (ou ao menos 85% da alimentação em aleitamento materno com frequência, sem horários, diuturna, sem água ou chás...);
2 – Amenorreia (ausência de menstruação);
3 – O bebê tem menos de 6 meses de idade.
PLANEJAMENTO FAMILIAR 
Caso alguma destas condições seja rompida, recomenda-se usar outro método efetivo de planejamento familiar, que não interfira com o aleitamento. 
PLANEJAMENTO FAMILIAR 
Métodos não hormonais:
DIAFRAGMA
PRESERVATIVOS MASCULINO E FEMININO
DIU DE COBRE
VASECTOMIA
PLANEJAMENTO FAMILIAR 
MÉTODOS HORMÔNAIS: 
Contracepção oral com progesterona ou “minipílula”: A minipílula contém apenas a hormona feminina progesterona. O método, quando usado diariamente, de forma correta, é muito eficaz durante a amamentação.
Contracepção oral combinada ou “pílula”: A contracepção oral combinada contém progesterona e estrogéneo. Recomenda-se a sua utilização apenas após terminar a amamentação exclusiva.
PLANEJAMENTO FAMILIAR 
Implante subdérmico: O implante subdérmico consiste em seis cápsulas inseridas por baixo da pele do braço da mãe. Contém levonorgestel, uma hormona feminina. Recomenda-se a sua inserção apenas seis semanas após o parto.
REFERÊNCIAS
Mariani Neto, Corintio Manual de aleitamento materno / Corintio Mariani Neto. 3ª ed. -- São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2015.
WHO. Indicators for assessing infant and young child feeding practices: conclusions of a consensus meeting held 6–8 November 2007 in Washington D.C., USA: WHO; 2008.

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