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anos, a UNESCO contri- bui ainda para a criaçãodoConselho Internacional deMúsica, do Institu- to Internacional do Teatro e, em seguida, da Associação de Críticos de Arte e da Associação Internacional de Artes Plásticas. Contribui tam- bém para a criação de conselhos internacionais nas seguintes áreas ou campos de atuação: dosmuseus, de arquivos, de intercâmbios literários, de filosofia e ciências humanas e das universidades. AUNESCO reúne, ainda em1952, pintores, escultores, arquitetos, escritores e produtores de teatro e cinema de mais de quarenta países, buscando explicitar a possí- vel contribuição dos profissionais e personalidades da área da cultura, da arquitetura e do urbanismo para seus objetivos e ideais. Essa lista, não exaustiva, compõe um conjunto de instituições às quais a UNESCO se associa para a realização dos objetivos nas suas três áreas de competência, inscritos no seu Ato Constitutivo, que esta- belece como uma de suas funções o encorajamento do intercâmbio internacional de representantes da educação, da ciência e da cultura, assim como aquele de publicações, de obras de arte, de material de laboratório e de toda documentação útil.Daí deriva umamultiplicidade de temas e atividades, cujas discussão e realização envolverão institui- ções privadas, instituições intergovernamentais e não-governamentais.10 9 No ano anterior, as empresas privadas norte-americanas haviam constituído a Comissão Internacional para a Reconstrução Educacional (Cier), com o objetivo de coordenar as operações nessa área. Cf . ARCHIBALDI, Gail. Les États-Unis et lUNESCO: 1944-1963. Les rêves peuvent-ils résister à la realité des relations internationales? Paris: Sorbonne, 1993, p. 109. Cf. UNESCO. Avec le Ticer. Sur le front de la reconstruction.Regards sur vingt-neuf organisations internationales privées à la point du combat pour le relèvement de léducation. Paris: Georges Lang, 1949. 10 AUNESCO temse valido da contribuição dessas diversas associações para a difusão do conhecimento, do que são exemplos: seu programa de intercâmbio internacional de material para bibliotecas, impresso ou microfilmado; a produção e difusão de índices de bibliografia e resumos de pesquisas nas áreas das ciências da natureza e biológica; produção e difusão de listas de obras de arte representativas das diferentes correntes artísticas e dos principais períodos da história da arte, e a reprodução, de qualidade, dessas obras; exposições itinerantes científico-tecnológicas e artísticas, assim como seu programa de bolsas de estudos e viagens ao exterior. 72 O trabalho da UNESCO com as organizações internacionais não-governamentais (Oings), às quais se destinam 6% do seu orça- mento ordinário, em 1957, não se faz, porém, sem questionamentos nas reuniões da Conferência Geral. Interroga-se sobre a real contri- buição das Oings ligadas às ciências da natureza à manutenção da paz, objetivo maior da UNESCO, sendo apresentados, então, argu- mentos favoráveis e contrários à subvenção a essas instituições. Um questionamento, certamente, relacionado ao exercício do poder de controle sobre o saber científico e tecnológico produzido nessa área. Registra-se ainda nesses questionamentos o temor de que aquelas Oings se tornem dependentes, pois não dispunham de outra subvenção além daquela proveniente da UNESCO. A respeito desse assunto os EUA se contrapõem à maioria dos demais Estados-membros favoráveis a tal subvenção. A questão se resolveu pelo estabelecimento de critérios para o controle da destinação de verbas e pela instituição de um sistema de inspeção pelo Conselho Executivo para o exame seja das subvenções, seja dos contratos que regulamentam o trabalho das Oings com a UNESCO. A UNESCO tem sabido superar as dificuldades interpostas ao estabelecimento de uma ampla, diversificada e heterogênea rede de comunicação internacional em contribuição à realização dos obje- tivos expressos no seu Ato Constitutivo. O prosseguimento desse intento, a despeito das divergências suscitadas dentro e fora da Con- ferência Geral, pode ser exemplificado não só pela criação, em 1955, do Comitê de Ligação das organizações internacionais no campo das artes, com a finalidade de estreitar as relações entre as Oings cria- das no pós-45 e aquelas preexistentes, mas também pelo número crescente de Oings 125 em 1956, atingindo, em 1990, o total de 585 associadas aos seus projetos, nas diversas frentes de atuação, mediante acordos aprovados pela Conferência Geral. As comissões nacionais, as associações e clubes da UNESCO e as escolas associadas11 completam essa vasta, complexa e contradi- 11 As comissões nacionais, elos de ligação entre a UNESCO e os Estados-membros, são previstas no artigo 7 do seu Ato Constitutivo e compostas de personalidades destacadas nas áreas de competência daUNESCO.A inclusão de grupos nacionais com interesses nos problemas dessas áreas garante a participação dos organismos 73 tória estrutura racional que, pode-se dizer, evolui para o atual sistema de parcerias com a UNESCO, em que são categorizados como ou- tros parceiros: o Comitê Internacional da Cruz Vermelha; a Agência da Francofonia; o Banco Internacional de Informação sobre os Esta- dos Francófonos; o Banco de Desenvolvimento Asiático; o Agrupa- mento Francês da Indústria de Informação; o Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento da Cooperação; o Centro Europeu deGestão de Políticas deDesenvolvimento; a União Interparlamentar, a União Latina, grupos de parlamentares amigos da UNESCO,12 e também a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econô- mico (OCDE), que reúne os 25 paísesmais industrializados domundo, e seu Centro de Ajuda ao Desenvolvimento. E, nummomento em que se proclama, na DeclaraçãoMundial sobre Educação para Todos, a necessidade de reforçar as parcerias (UNESCO, 1990), diante de recursos públicos cada vez mais reduzidos para a educação, ao mesmo tempo em que a crescente convergência das telecomunicações, da informática e do audiovisual, privados que, na Comissão Nacional dos EUA, por exemplo, atingiam um total de cem representantes. As comissões nacionais cuja formação se faz desde o início da atuação da UNESCO existem atualmente em 180 dos 185 Estados- membros. Também as associações e clubes da UNESCO se constituíram desde os primeiros anos da UNESCO. Os primeiros surgiram em 1947, dois no Japão e um nos EUA. Hoje chegam a cerca de cinco mil distribuídos em mais de 120 países. São formados por grupos de pessoas de todas as idades que comungam os ideais da UNESCO. A idéia de escolas associadas tem origem no Primeiro Seminário para a Compreensão Internacional realizado pela UNESCO em 1947. Cf. Crônica da UNESCO, vol. X (2), fev, Paris, 1964. Em 1953, são 33 escolas secundárias associadas à UNESCO, distribuídas em 15 Estados-membros. Atingem, em 1995, o total de 3.300 instituições localizadas em 125 países, cujas atividades se articulam em quatro eixos: problemas mundiais e o papel das Nações Unidas; os direitos do homem; o conhecimento de outros países e o respeito a outras culturas e ao patrimônio mundial; o meio ambiente. 12 Em 1994 a UNESCO cria na sua estrutura a Unidade das Relações com os Parlamentares, e dois anos após promove em sua sede a Conferência Interparlamentar sobre a Educação, a Ciência, a Cultura e a Comunicação no Limiar do Século XXI. No ano de 1997 constituem-se os grupos de parlamentares amigos da UNESCO naArgentina, no Brasil, na Bulgária, no Japão, em Israel, na Federação da Rússia, Tailândia e Venezuela. As informações sobre as parcerias da UNESCO encontram-se no site: http://www.UNESCO.org. 74 ao eliminar cada vez mais as barreiras entre as diversas instituições sociais, une-as num mercado comum (UNESCO/UIT, 1995, p. 3), especificamente para a área de educação, assumem parceria com a UNESCO: a IBM, o Centro Internacional de Ensino a Distância e o Fórum Consultivo Internacional