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Lovelock (1991, p. 11), na teoria de Gaia, diz que "somos apenas uma espécie diferente, nem proprietários, nem guardiães desse planeta. O nosso futuro depende muito mais de um correto relacionamento com Gaia do que com o interminável drama dos interesses humanos". A reali dade que estamos construindo, desde o início da Revolução Industrial, é, portanto, uma grande insanidade insustentável. Nesse contexto, surge a indagação: Qual será o perfil adequado ao empreendedor do século XXI? O estrago dos dois últimos séculos foi devastador. O surgimento da era industrial alterou de forma intensa a realidade do planeta. Tudo que era artesanal desde os primórdios passou por processos de trans formação com a inserção de máquinas e tecnologias. Tais mudanças influenciaram a qualidade da água, do ar, da terra e tudo isso de modo insustentável. Em apenas algumas dezenas de décadas, o ser humano saiu dessa situação para um ponto de desequilíbrio que coloca em risco a continuidade da vida no planeta. E se há ainda um caminho de volta ao equilíbrio, esse passa pela ação do homem. Logo, o empreendedor sustentável pode escolher entre ser parte do remédio ou fazer parte da doença. Pela primeira vez na história da humanidade, reconhecemos os limites do Planeta em termos de destruição de florestas, poluição das águas e produção de resíduos. Esses não são apenas temas das conversas de cientistas ou de ativistas do meio ambiente. Estão presentes no nosso dia a dia, na conversa das crianças, nas escolas e nos jornais, motivando novos impostos e causando racionamento de água e energia. Isto influen cia o mundo dos negócios, criando desafios e oportunidades para todos. (Responsabilidade ... , 2003, p. 54) Em virtude desses limites, cabe ao empreendedor as seguintes reflexões: Posso pensar somente em mim, enquanto muitos pagam o preço do meu sucesso? Os produtos e os serviços que serão ofertados pelo negócio respeitam as regras ambientais e o espaço comum? Minhas ações empresariais são permeadas por ações de inclusão social e de distribuição de renda? De acordo com Zohar (2006, p. n), Os seres humanos têm um potencial, que vai desde o pior que podemos imaginar até o que pode haver de mais sublime. O problema é que na maior parte do tempo permanecemos atolados em um ponto abaixo da média dessa escala. Contentamo-nos em atravessar a vida como um sonâmbulo ou como uma folha seca deixando-se [sic] levar pelo vento. [ ... ]Nossa condição humana é definida por nossa capacidade de escolher
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