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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● GENÉTICA 1 www.medresumos.com.br HISTÓRICO DA GENÉTICA A genética é a parte da biologia que estuda a forma de ação e transmissão do material genético. Em outras palavras, a genética é a ciência que estuda a estrutura e funcionamento dos ácidos nucléicos, o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico). Uma vez que os ácidos nucléicos são responsáveis pela manutenção e expressão das características hereditárias, a genética estuda desde os processos de divisão celular, onde o DNA é replicado (produz uma réplica de si mesmo) para ser repassado às células filhas, até mecanismos de síntese de proteínas (transcrição e tradução), bem como as leis da hereditariedade e a dinâmica dos genes nas populações. É uma ciência extremamente ampla embora com alta inter-relação entre seus diversos aspectos. O que facilita ligeiramente o estudo genético dos organismos vivos é a universalidade do DNA, ou seja, processos de manutenção e expressão das características, bem como de sua hereditariedade, são compartilhados entre os mais diferentes organismos vivos, salvo algumas pequenas particularidades, principalmente em se tratando de procariotos (bactérias) x eucariotos (fungos, animais, plantas). HISTÓRICO Aristóteles afirmava que machos surgiam do esperma do testículo direito e as fêmeas do esquerdo. Graaf afirmava que a vida surgia de uma partícula lançada pelo ovário no útero através da trompa. Panspermia (360 a.C.; Hipócrates e Aristóteles): teoria que afirmava que o sangue do homem era puro, e trazia caracteres hereditários para os seus descendentes, enquanto o da mulher era impuro, mas servia para nutrição do embrião. Teoria da pré-fomação / Préformismo (Anton Van Leeuwnhoek, 1650): ao se utilizar lentes ultrapassadas de microscópios, afirmou haver indivíduos pré-formados já nos gametas, como a existência de um homúnculo na cabeça do espermatozoide (figura ao lado). Teoria da epigênese: Wolf e Vanboer afirmavam que o ser vivo surgia da fusão dos gametas. Teoria da pangênese (Charles Darwin, século XVIII): defendia que os gametas traziam consigo fragmentos de órgãos chamados pangenes ou gêmulas para a formação do novo ser. Teoria da herança ancestral (August Weismann): afirmava que as características hereditárias estavam no sangue e por ele eram passadas aos ancestrais. Teoria Atual (Johan Gregor Mendel, 1822 – 1884): apresentou e divulgou seu trabalho entre 1865 e 1866, porém não foi muito levado a sério. Cerca de 25 anos após a sua morte, três cientistas (Devries, Correns e Tschemack) deram continuidade e desenvolvimento aos estudos de Mendel (considerado como pai da genética). Mendel era filho de camponeses, e passou a estudar ervilhas (Pisum sotivum), fazendo uso de seus vastos conhecimentos nas áreas da matemática e biologia, para obter resultados específicos e de rápida resposta (uma vez que as ervilhas se reproduzem rapidamente). Bateson criou o termo “genética” e Johansenn descobriu e criou o termo gene. Em 1869, Miescher descobriu um material nuclear, dando-o o nome de nucleína. Em 1889, Altman deu o nome chamou essa substancia de ácido nucléico, devido ao seu caráter ácido. Griffith estudou ratos “in vivo” e descobriu, com a bactéria Diplococcus pneumoniae, o processo de transformação bacteriana, onde através da adptação do DNA de outra bactéria, a receptora pode alterar as suas propriedades. Em 1994, Avery, MacLeod e McCarty, fazendo uso de pesquisas “in vitro” com ratos, descobriram que o DNA é de fato um material genético responsável pela hereditariedade. Em 1953, J. Warrston e F. Crick descobriram a clássica estrutura do DNA. Em 1974, desenvolveram-se o plasmídeo híbrido e as enzimas de restrição, importantes instrumentos para estudo genético. O ano de 2001 foi marcado pelo início do Projeto Genoma Humano, mapeando todos os genes do homem para buscar entender seu funcionamento e o mecanismo de algumas patologias. Arlindo Ugulino Netto. GENÉTICA 2016
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