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Sumário Objetivos Este trabalho tem como finalidade a descrição das metodologias utilizadas em aula de laboratório, de forma a realizar a descrição de amostra de solo, sua identificação tátil visual, definição do teor de umidade, densidade pelo método da balança hidrostática e densidade dos grãos, para isso foram seguidos o roteiro de MASSAD (2016) e a norma ABNT (2015). Identificação do bloco O solo analisado foi retirado no município de Campinas, na profundidade de 40 centímetros, na data de 12/09/2016. A amostra é um bloco indeformado já ensaiado, cujo bloco original era um cubo de 32 centímetros de aresta. Parafina recobria todo o bloco, tendo espessura original de 14 milímetros e a mais recente 2 milímetros com papel alumínio por baixo. (fig. 1) Foi realizada a abertura da parafina do bloco, utilizando-se uma faca, para retirar uma amostra para identificação tátil visual. (fig. 2) Figura 1 e 2 - Recebimento e abertura da amostra Identificação tátil visual Foram realizados os testes: - Resistência a seco: parte da amostra foi umedecida e remodelada na forma de uma esfera (fig. 3) que foi colocada em estufa para poder testar sua resistência ao esmagamento pelas pontas dos dedos. No dia seguinte foi realizado o dry strength e obteve-se uma resistência média, na qual a compressão foi possível após uma considerável pressão dos dedos. - Reação a vibração: outra parte da amostra foi saturada, de forma a torná-la macia e não pegajosa, colocada na palma da mão e sacudida vigorosamente, batendo-a na outra palma. Verificou-se que a água aparece e desaparece de forma devagar, sendo assim considerada lenta. - Consistência nas proximidades do limite de plasticidade: foi moldada uma porção de amostra numa pasta de consistência mole, enrolou-se em uma superfície lisa até que atingido o limite de plasticidade. Depois de fragmentado, junta-se os pedaços do rolinho e continua com a ação de esmagamento até que a amostra seja esmigalhada (fig. 4). A massa esmigalhou-se logo abaixo do limite de plasticidade, apresentando thoughness médio. Figura 3 e 4 – remodelagem para resistência a seco e consistência nas proximidades do limite de plasticidade A cor da amostra é marrom, sem nenhuma estrutura ou odor característico, somente podendo ser vistos grãos de quartzo de granulometria areia fina até pedregulho fino. Devido à presença de raízes e a ausência de estrutura estima-se que o solo é um aterro ou solo superficial. Pela avaliação tátil visual o solo a ser analisado é uma argila, pouco siltosa e pouco arenosa, com pedregulhos finos esparsos (quartzo), marrom. Figura 5 - amostra para descrição tátil visual Teor de Umidade O teor de umidade é a relação entre a perda de peso de uma amostra de solo e o seu peso em secagem em estufa até a constância de peso, com temperaturas entre 105 e 110ºC. Para a obtenção destes dados foram retiradas duas amostras que foram colocadas em capsulas numeradas de massa controlada e em seguida pesadas para obtenção do peso úmido (Pu+t), a amostra foi colocada em estufa (fig. 6) e foi retirada apenas no dia seguinte, quando foi pesada obtendo-se o peso seco (Ps+t). Com os dados obtidos pode-se calcular a umidade das amostras (tabela 1) pelas fórmulas: (3.1) (3.2) (3.3) (3.4) Onde Pu é o peso da amostra úmida, Pu+t é o peso da amostra úmida e cápsula, Pt é o peso da cápsula, Ps é o peso da amostra seca, Ps+t é o peso da amostra seca, Pa é o peso de água na amostra e h é a umidade. I II III CP 1 2 1 1 2 2 1 2 Capsula 191 24 167 3 5 21 171 33 Ph+t (g) 83.17 72.11 45.94 48.51 99.48 97.14 46.41 56.31 Ps+t (g) 77.33 67.20 44.24 46.82 92.89 90.02 44.62 53.00 Pa (g) 5.84 4.91 1.70 1.69 6.59 7.12 1.79 3.31 t (g) 26.88 24.37 28.65 31.14 30.99 24.50 28.00 23.28 Ph (g) 56.29 47.74 17.29 17.37 68.49 72.64 18.41 33.03 Ps (g) 50.45 42.83 15.59 15.68 61.90 65.52 16.62 29.72 h (%) 0.12 0.11 0.11 0.11 0.11 0.11 0.11 0.11 hmédia (%) 0.11 Tabela 1 - Determinação de umidade das amostras. I: amostra ensaio de umidade, II: amostra da formação da esfera para densidade natural, III amostra da esfera. Figura 6 - Amostras na estufa para a retirada de umidade Densidade natural Os processos empregados para a determinação de densidade natural são a moldagem do corpo em formato geométrico bem definido (cilindro ou cubo) e medição direta de suas dimensões ou a pesagem em balança hidrostática, que foi aquele utilizado em aula. Primeiramente retiram-se do bloco duas amostras indeformadas que serão talhadas em forma esférica, sendo suas rebarbas coletas em cápsulas para a determinação do teor de umidade (duas amostras por esfera) (figs. 7 e 8). As esferas devem ser amarradas preferencialmente com fio de nylon, de forma que o gradual umedecimento do barbante não perturbe a leitura do peso., e então pesada a fim de se obter o peso P1 (solo + fio)(figs. 9 e 10). A esfera é mergulhada em parafina livre de impurezas de densidade conhecida (γp) por quantas vezes se julgue necessário, até que não seja possível perceber falhas na parafina que levem a entrada de água no solo (fig. 11). Novamente a esfera é levada a balança, e pesada obtendo-se o P2 (solo + fio + parafina) (figs. 12 e 13). Pega-se um recipiente com água e com a balança tarada é obtido o P3 (solo + fio + parafina submersos) (fig. 14). Figura 7 e 8 - esferas talhadas e amostras para umidade Figura 9 e 10 - pesagem das amostras para obtenção de P1 Figura 11 - imersão de amostra na parafina Figura 12 e 13 – pesagem das amostras para determinação de P2 Figura 14 - pesagem da amostra submersa para determinação de P3 Com os dados obtidos pode-se calcular o volume da amostra (tabela 2) pela equação: (4.1) Onde Vs é o volume do solo, P1 é o peso do conjunto solo e fio, P2 é o peso do conjunto solo, fio e parafina, P3 é o peso do conjunto solo, fio e parafina submersos, γo é a densidade da água e γp é a densidade da parafina. O material dentro da parafina é retirado e pesado para se obter o Peso úmido (Pu), e realizado o procedimento para se obter o teor de umidade. Assim pode-se obter a densidade natural do solo (tabela 2) através da equação: (4.2) (4.3) Onde γu é a densidade úmida do solo, Pu é o peso úmido do solo, Vs é o volume do solo, γs é a densidade seca do solo e h é a umidade do solo. CP 1 2 γp (g/cm3) 0.89 0.89 P1 (g) 36.09 92.40 P2 (g) 39.19 100.11 Pparafina (g) 3.10 7.71 P3 (g) 17.08 44.52 V solo + parafina (cm3) 2.11 2.08 V parafina (cm3) 3.49 8.67 Vs (cm3) 18.71 47.13 γu (g/cm3) 1.93 1.96 γs (g/cm3) 1.74 1.77 γs (g/cm3) 1.75 Tabela 2 - Determinação da densidade natural e seca das amostras. Adotando a temperatura da água como 28 ºC. Densidade dos grãos Primeiramente deve ser feita a calibração do picnômetro, com o equipamento limpo de qualquer resíduo ele deverá ser pesado (fig. 15), enche-se o picnômetro com água até que o ponto mais baixo do menisco tangencie a marca existente em seu gargalo, espera-se a temperatura estabilizar então é realizada a média de três temperaturas tomadas em uma mesma vertical, a diferença entre elas deve ser inferior a 0,5ºC (fig. 16). A seguir pesa-se o picnômetro mais a água e registra-se a temperatura média dos três pontos (fig. 17). Figura 15, 16 e 17 – pesagem do picnômetro vazio, aferição de temperatura e pesagem do picnômetro com água O ensaio propriamente dito inicia-se com a adição de água no solo e a formação de uma pasta (fig. 18). Esta pasta formará 3 amostras, 2 para definir o teor de umidade da amostra (tabela 3) e uma para a densidade dos grãos (fig. 19). Figura 18 e 19 - criação da pasta e separação de amostra para densidade dos grãos A amostra da densidade será pesada e então colocada em um dispersor por 15 minutos (fig. 20).Transfere-se a suspensão para o picnômetro, completando com água até a metade do frasco, utilizando água destilada de forma que não se perca amostra entre os procedimentos (fig. 21). Figura 20 e 21 - dispersor e transferência da amostra para o picnômetro Aplica-se vácuo durante 15 minutos enquanto o picnômetro é agitado para retirada de bolhas de ar da amostra (fig. 22). Completa-se o frasco até a metade do gargalo e retorna para a bomba de vácuo a fim de verificar se existe bolhas de ar na amostra. Mede-se a temperatura novamente, realizando a média. O exterior do picnômetro é limpo e seco e então completa-se cuidadosamente com água destilada até o menisco tangenciar a marca do gargalo, em seguida limpa-se e seca-se o interior do frasco, acima do menisco. Pesa-se novamente o picnômetro, agora com água e solo (fig23). Figura 22 e 23 - ação da bomba de vácuo e pesagem do picnômetro Com os dados obtidos pode-se calcular a densidade dos grãos (tabela 4) pela fórmula: (5.1) Onde δ é a densidade dos grãos, γo a densidade da água, Psa peso do picnômetro com solo e água, Pa peso do picnômetro com água, e Ps é o peso do solo seco. CP 1 2 Capsula 36 34 Ph+t (g) 69.55 61.25 Ps+t (g) 62.11 54.84 Pa (g) 7.44 6.41 t (g) 25.13 22.87 Ph (g) 44.42 38.38 Ps (g) 36.98 31.97 h (%) 0.20 0.20 hmédia(%) 0.20 Tabela 3 – Determinação da umidade das amostras Picnômetro 12 Cápsula (nº) 60 Pu (g) 71.5 Ppicnômetro (g) 348.75 Ps (g) 59.54 Pa (g) 1345.3 Psa (g) 1381.82 δ (g/cm3) 2.59 Tabela 4 - Determinação da densidade dos grãos Referências Bibliográficas ABNT. NBR 10838 Solo – determinação da massa específica aparente de amostras indeformadas, com emprego da balança hidrostática. Rio de Janeiro: [s.n.]. MASSAD, F. Mecânica dos Solos Experimental. 1. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2016. Anexo I – Folhas de laboratório
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