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Apendicectomia e hérnia inguinal Braz Emanuell Souza Lima Dione José Fernandes Silva Vinícius Luiz Pitaluga Campelo APENDICECTOMIA Manobra cirúrgica indicada em processos inflamatórios agudos e crônicos do apêndice vermiforme. • Base Anatômica (apêndice) • Patologia (apendicite) • Diagnóstico • Técnica cirúrgica (apendicectomia) • Complicações Pré-operatório Anestesia Vias de acesso Ressecção do apêndice Pós-operatório Base anatômica Quadrantes Abdominais Parede abdominal Pele Tela subcutânea M. oblíquo externo M. oblíquo interno M. Transverso do abdome M. reto do abdome M. Piramidal Peritônio Parietal Fáscia extraperitoneal Na pele, as linhas de forças são transversais. O tecido subcutâneo tem constituição célulo- adiposa e possui três fascias: • Fáscia de Camper: mais superficial • Fáscia de Scarpa: mais profunda • Fáscia Intermediária: entre as duas Pele e tela subcutânea Linhas de Tensão • O: Fáscia externa das 7ª últimas costelas I: Linha Alba • Mais superficial • Origina o ligamento inguinal Músculo oblíquo externo • Profundo ao m. oblíquo externo • O: Três últimas cartilagens costais / crista do púbis / linha alba I: Crista ilíaca / EIAS / ligamento inguinal Músculo oblíquo interno • Mais profundo da parede abdominal antero-lateral • O: 6 últimas cartilagens costais / aponeurose tóraco-lombar / crista ilíaca / ligamento inguinal I: Linha alba / crista do púbis M. Transverso do abdome M. Reto abdominal • O: Púbis I: Cartilagens costais (5ª a 7ª) / Processo xifóide M. Piramidal O: Púbis I: Linha alba Variável M. Reto abdominal e M. Piramidal • Membrana serosa • Abaixo da fáscia extraperitoneal • Reveste a parede abdominal • Cavidade peritoneal • Peritônio visceral cobre as vísceras • Aa. e Vv. Epigástricas (superior e inferior) • Inervação: T7 a T12 e L1. Peritônio Parietal • Estende-se da extremidade do íleo até o ânus • 2 flexuras • 3 tênias (livre, omental e mesocólica) • Saculações • 1,5 m aproximadamente • Ceco / apêndice vermiforme / colo (ascendente, transverso, descendente e sigmóideo) / reto / canal anal • Omento maior • Apêndices omentais Intestino Grosso • É um tubo de extremidade cega, estreito, oco, ligado ao ceco. • Possui grandes massas de tecido linfóide • Suspenso a partir do íleo terminal pelo mesoapêndice. • Confluência das tênias do colo • Aa. Cecal (anterior / posterior) / apendicular Apêndice Vermiforme • Base Anatômica (apêndice) • Patologia (apendicite) • Diagnóstico • Técnica cirúrgica (apendicectomia) • Complicações Pré-operatório Anestesia Vias de acesso Ressecção do apêndice Pós-operatório Patologia • Inflamação do apêndice com intensa dor abdominal • É geralmente uma emergência médica que necessita de cirurgia • Se não tratada a tempo, pode ocorrer infecção generalizada • Pode ocorrer em qualquer idade, porém prevalece em adolescentes e adultos jovens • Base Anatômica (apêndice) • Patologia (apendicite) • Diagnóstico • Técnica cirúrgica (apendicectomia) • Complicações Pré-operatório Anestesia Vias de acesso Ressecção do apêndice Pós-operatório Diagnóstico • Base Anatômica (apêndice) • Patologia (apendicite) • Diagnóstico • Técnica cirúrgica (apendicectomia) • Complicações Pré-operatório Anestesia Vias de acesso Ressecção do apêndice Pós-operatório Técnica cirúrgica Pré-operatório • Paciente deve estar em jejum • Uso de antimicrobianos Anestesia • Anestesia geral, raquianestesia (espaço subaracnóideo) ou bloqueio peridural • A anestesia geral é mais adequada (endovenosa) • Pode ser abordado por diversas incisões: • Incisão de McBurney é a mais utilizada o Incisão oblíqua perpendicular a uma linha que une a cicatriz umbilical a crista ilíaca anterossuperior o Pele -> tela subcutânea -> aponeurose do M. oblíquo externo -> M. oblíquo interno -> M. transverso do abdome -> peritônio parietal -> cavidade peritoneal • Incisão de Rockey-Davis o Incisão transversa o Acompanha as linhas de força da pele • Incisões verticais o Quando há duvida do diagnóstico o Sinais clínicos de peritonite generalizada • Via laparoscópica o Equipes treinadas o Minimamente invasiva o Indicada quando há duvida no diagnóstico e em pacientes obesos Vias de acesso Paciente deitado anestesiado e com acesso venoso periférico para hidratação. Colocação de campos cirúrgicos. Incisão sobre o ponto de Mcburney (terço externo da linha imaginária entre umbigo e espinha ilíaca antero-superior) de 4 a 5 cm de extensão, pele e subcutâneo. Seguindo a incisão faz hemostasia por compressão. Utilização dos afastadores de farabeuf para exposição da aponeurose do oblíquo maior, seguida de abertura da aponeurose no sentido de suas fibras com bisturi e tesoura. Inserimos outro campo Pinçamento na zona avascular na linha de spiegel Divulsão e afastamento das fibras musculares do oblíquo e transverso. Liberação do peritônio parietal por dissecção romba. Depois pinçamento e abertura do peritônio com afastadores de farabeuf. Sigam os passos meus fios: 1- Pinça peritônio 2- Secciona com bisturi 3 – Coloca farabeufs • Aberta a cavidade peritonial e exposto o apêndice, sua ressecção é levada e feita da seguinte forma: 1. Exposição do mesoapêndice (dissecado) e artéria apendicular (pinçada) 2. Esmagamento do apêndice 3. Sutura em bolsa aplicada a camada seromuscular do ceco 4. Secção do apêndice 5. Invaginação do coto apendicular 6. Fechamento da cavidade por planos 7. Drenagem (em alguns casos) quando apresentar abcesso no abdome Ressecções do apêndice • Base Anatômica (apêndice) • Patologia (apendicite) • Diagnóstico • Técnica cirúrgica (apendicectomia) • Complicações Pré-operatório Anestesia Vias de acesso Ressecção do apêndice Pós-operatório Complicações • A complicação mais frequente é a infecção da incisão cirúrgica • Abcessos pélvicos e subfrênicos são a segunda maior complicação • A deiscência do coto apendicular é uma complicação pouco comum HÉRNIA INGUINAL Uma hérnia inguinal é uma protrusão ou passagem de um saco peritoneal, com ou sem conteúdo abdominal, através de uma parte fragilizada da parede abdominal na virilha. Região inguinal (virilha) • É a área de junção entre a parede abdominal anterior e a coxa. • Limites: Caudamente, ao ligamento inguinal; cranialmente, a linha horizontal; medialmente, borda lateral m. reto do abdome Processo Vaginal Canal inguinal Homens: Funículo Espermático Mulheres: Ligamento redondo do útero • IMAGEM • O canal inguinal é uma passagem que se estende em uma direção inferior e medial, logo acima e paralelo à metade inferior do ligamento inguinal. • Ele começa no anel inguinal profundo e continua por aproximadamente 4 cm, terminando no anel inguinal superficial. • Nos homens – funículo espermático • Nas mulheres – lig. Redondo do útero Canal Inguinal Paredes do Canal Inguinal • Formado pela metade medial do ligamento inguinal. • Formado pelas fibras arqueadas dos músculos transverso e oblíquo interno do abdome. • Formada em toda a sua extensão pela fáscia transversal. • Formada em toda a sua extensão pela aponeurose do músculo oblíquo externo. Parede anterior Parede posteriorAssoalhoTeto Consiste em estruturas passando entre as cavidades abdominopélvica e os testículos e em três revestimentos de fáscias: o O ducto deferente o a artéria para o dueto deferente (da artéria vesical inferior); o a artéria testicular (da aorta abdominal); o o plexo venoso pampiniforme (veias testiculares); o a artéria e veia cremastérica (pequenos vasos associados com a fáscia cremásterica); o o ramo genital do nervo genitofemoral (inervação para o o músculo cremáster); o fibras nervosas aferentes viscerais e simpáticas; o vasos linfáticos; o remanescentes do processo vaginal. o Fáscia espermática interna o Fáscia cremastérica o Fáscia espermática externa Funículo Espermático • O ligamento redondo do útero é uma estrutura em forma de cordão que passa do útero para o anel inguinal profundo pelo qual penetra o canal inguinal. • Ele passa pelo canal inguinal e sai através do anel inguinal superficial. Neste ponto ele muda de uma estrutura em forma de cordão para alguns fios de tecido ligados ao tecido conectivo associado aos lábios maiores. • Ao atravessar o canal inguinal, ele adquire os mesmos revestimentos encontrados no funículo espermático em homens. Ligamento redondo do útero Hérnia inguinal Hérnia inguinal pode ser: Direta: através da parede posterior do canal inguinal. Indireta: através do anel inguinal profundo. Uma hérnia inguinal é uma protrusão ou passagem de um saco peritoneal, com ou sem conteúdo abdominal, através de uma parte fragilizada da parede abdominal na virilha. • É Um saco peritoneal que penetra a extremidade medial do canal inguinal diretamente através de uma parede posterior fragilizada. • Esta protuberância ocorre medialmente aos vasos epigástricos inferiores no trígono inguinal (triângulo de Hesselbach) Hérnia inguinal direta • A hérnia inguinal indireta é o mais comum dos dois tipos de hérnia inguinal. Ela ocorre porque alguma parte, ou todo, do remanescente embrionário do processo vaginal permanece aberto ou evidente. Por isso é referido como sendo de origem congênita. Hérnia Inguinais Indiretas Redutível: seus conteúdos podem ser reposicionados Irredutível ou encarcerada: não pode ser reduzida; Estrangulada: suprimento sanguíneo comprometido para seus conteúdos; *Hérnia de Richter • Fatores congênitos • idade avançada • tosse crônica • prostatismo • ascite • obesidade • traumatismo Fatores Predisponentes Diagnóstico • São notadas como um abaulamento intermitente ou recorrente da região inguinal. • A maioria é assintomática ou provoca desconforto relacionado ao volume e sensação de peso no local. Alguns queixam de dor com irradiação para face ântero- medial da coxa e para o escroto. • Nas hérnias mais volumosas o diagnóstico é óbvio à simples inspeção visual. Hérnias menores exigem exame mais cuidadoso para serem detectadas. Exame Físico • Inspeção e palpação do abdômen e parede abdominal, exame cuidadoso da região inguinal e escroto procurando tumefações, abaulamentos, assimetrias, nódulos. • Paciente pode estar em pé ou em decúbito • No homem a protrusão do saco herniário pode ser percebida utilizando o dedo indicador no anel inguinal superficial, através da invaginação do hemi-escroto Exames • Ultrassonografia • Transiluminação • Peritoniografia Outro exames raramente utilizados: • Tumografia e ressonância Diagnóstico Diferencial • Hérnias inguinoescrotais volumosas, de abaulamento elíptico o que progridem no sentido medial geralmente são indiretas. • Nas hérnias diretas o abaulamento é mais arredondado e a progressão para fora é vertical • Nem sempre é possível a diferenciação entre hérnia direta e indireta, mas isto não é importante, uma vez que em ambas o tratamento será cirúrgico e o diagnóstico será confirmado durante o ato operatório. Diagnóstico Diferencial • Hidrocele • varicocele • cisto de cordão espermático • adenopatia inguinal • endometriose • neoplasia metástática Tratamento Cirúrgico • O tratamento cirúrgico é indicado em todo caso diagnosticado. • O tratamento conservador sob observação cuidadosa e utilização de funda é controverso, mas pode ser aceitável em idosos com risco cirúrgico elevado e com hérnias inguinais pequenas e assintomáticas. • A operação para tratamento das hérnias inguinais é constituída de três partes: 1. Dissecção das estruturas inguinais 2. Tratamento do saco herniário 3. Reconstrução da parede inguinal Tratamento Cirúrgico • Redução manual da hérnia encarcerada • Pacientes com comorbidades e risco cirúrgico recomenda-se o uso do antibiótico cefazolina Cuidados Pré - Operatórios Anestesia • Anestesia local e sedação em adultos • Anestesia geral em crianças e pacientes ansiosos • Raque ou peridural é uma alternativa intermediária Posição • Decúbito dorsal Tratamento Cirúrgico Acesso • Inguinotomia de Felizet: Transversa de 5 cm a 6cm, a partir do tudo púbico e estendendo-se até o fim dos pelos pubianos • Inguinotomia oblíqua: Paralela ao ligamento inguinal, de 8 cm a 10 cm, a partir do tubérculo púbico em direção à crista ilíaca ântero- superior. Tratamento Cirúrgico • Já foram descritas mais de 300 técnicas de tratamento de correção Hérnica Inguinal. • Os princípios gerais de todas incluem: • Identificação dos pontos de herniação • Dissecção cuidadosa do saco herniário e das estruturas próximas • Fechamento e ligadura do saco herníario • Estreitamento do orifício do anel inguinal profundo (hérnia inguinal indireta) • Reconstrução e reforço sem tensão do assoalho inguinal Tratamento Cirúrgico • Bassini 1884 • Mc Vay 1942 • Shouldice 1953 • Lintchenstein (implante) 1984 • Zimermann 1989 • Stoppa 1972 • Videolaparoscópica 1991 Tempos cirúrgicos principais de hernioplastia indireta 1. Abrir fáscia subcutânea superficial (de Camper) 2. Ligar e seccionar os vasos epigástricos superficiais (quando presentes) 3. Abrir a fáscia sucutânea profunda (de Scarpa) e Músculoaponeurótica (de Gallaudet) 4. Fazer a divulsão com os afastadores manuais para expor bem a aponeurose do músculo oblíquo externo e o anel inguinal superficial 5. Iniciar a incisão da aponeurose do m. oblíquo externo no sentido de suas fibras, procurando o nervo inguinal para evitar sua lesão 6. Sob visão direta do nervo, estender a incisão da aponeurose até o anel inguinal superficial distalmente e até o nível do anel inguinal profundo 7. Reparar o nervo ileoinguinal 8. Dissecar o retalho lateral da aponeurose do MOE até atingir e identificar o ligamento inguinal 9. Identificar e dissecar com cuidado o trato iliopúbico ( de Thompson; ele é a reflexão da fáscia transversal) 10. Separar o retalho medial da aponeurose do MOE para expor o m. oblíquo interno 11. Repara cada um dos dois retalhos aponeuróticos 12. Proteger o nervo ileoinguinal 13. No homem, liberar o cordão espermático 14. Separar o Funículo do tubérculo púbico 15. Circundar o funículo espermático ( na mulher, disseca-se o lig. Redondo do útero circundado pelo m. cremaster) 16. Identificar o saco hérniário situado, nas hérnias indiretas, na região medial e anterior do cordão inguinal, entre as fibras do cremaster e, nas hérnias diretas, no assoalho inguinal no triângulo de Hasselbach 17. Identificar o anel inguinal profundo (Lipoma pré-herniário) 18. Dissecar o m. cremaster 19. Dissecar o lipoma pré-herniário. 20. Dissecar todo o saco herniário, separando-o dos elementos do fúniculo, até atingir o anel inguinal profundo 21. Abrir o saco longitudinalmente, formandodois retalho peritoniais 22. Identificar o conteúdo do saco e sua viabilidade, introduzindo com muita delicadeza para dentro da cavidade abdominal 23. Fechar o “colo” do saco 24. Cortar transversalmente os dois retalho do saco e introduzir o coto proximal do saco para dentro do anel inguinal profundo 25. Em mulheres, ligar e seccionar o lig. Redondo do útero e o tecido que o circuncida ao nível do anel inguinal profundo junto ao púbis 26. Pesquisar uma hérnia indireta no cordão espermático e uma direta no assoalho inguinal 27. Pesquisar o anel femoral e verificar se existe abertura maior de uma polpa digital junto aos vasos femorais, bem com ao presença de saco herníário Terminada a dissecção do funículo espermático (ou do lig. Redondo) e a ligadura alta do saco herniário, optar o tipo de técnica no reforço do assoalho da região inguinal: • Bassini-Zimmermann-Aguirre em mulheres que não realizam grandes esforços físicos • Shouldice em Homens que não realizam grandes esforços físicos e possuem uma fáscia transversal íntegra • Falci-lichtenstein em pessoas que realizam grandes esforços ou com o assoalho do canal inguinal enfraquecido ou destruído Tempos cirúrgicos principais de hernioplastia indireta Etapa final comum a todas as técnicas de reparo da hérnia inguinal: 28. Fechar a aponeurose do MOE 29. Fechar o subcutâneo das fáscias de Scarpa e Camper 30. Fechar a pele Tempos cirúrgicos principais de hernioplastia indireta Referências Bibliográficas http://www.fmrp.usp.br/cg/novo/images/pdf/conteudo_disciplinas/cirurgiageral.p df http://www.icb.ufmg.br/mor/anatmed/paredes_do_abdome.htm http://reocities.com/HotSprings/spa/7815/Paredeabd.htm Moore, Keith L. Anatomia orientada para clínica. São Paulo. 2011 Blackbook Cirurgia – Andy petroianu Grays anatomia para estudantes – Richard Drake
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