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Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região - 1º Grau PJe - Processo Judicial Eletrônico Consulta Processual 04/04/2017 Número: 0025469-77.2016.5.24.0007 Data Autuação: 10/09/2016 Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO Valor da causa: R$ 50.000,00 Partes Tipo Nome AUTOR SERGIO VIEIRA SILVA - CPF: 088.206.237-90 ADVOGADO TIAGO ALVES DA SILVA - OAB: MS12482 RÉU EQS ENGENHARIA LTDA - CNPJ: 80.464.753/0001-97 ADVOGADO CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO - OAB: RS51489 RÉU EMBRATEL TVSAT TELECOMUNICACOES SA - CNPJ: 09.132.659/0001-76 ADVOGADO Renata Goncalves Tognini - OAB: MS11521 Documentos Id. Data de Juntada Documento Tipo a1153 9d 10/09/2016 18:04 Petição em PDF Petição em PDF e042e 1f 10/09/2016 18:04 001- INICIAL Petição Inicial f91a3 08 12/09/2016 13:13 Decisão Decisão c48ec af 22/09/2016 16:13 Intimação Intimação 4a0d1 6a 17/10/2016 17:44 CONTESTAÇÃO Contestação fbcfd0 9 17/10/2016 17:44 01. CONTESTAÇÃO SERGIO X EQS Documento Diverso 89b67 8a 17/10/2016 18:06 CONTESTAÇÃO Documento Diverso 4f10f6 3 01/12/2016 14:17 IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO SERGIO X EQS ENGENHARIA Documento Diverso 1c7ce 9d 20/02/2017 08:22 Manifestação à Impugnação - EQS x Sergio Documento Diverso 51c65 81 21/02/2017 10:15 Petição em PDF Petição em PDF bab20 27 21/02/2017 10:15 SERGIO VIEIRA SILVA - manifestação docs. juntados com impugnação Documento Diverso f5a98 1b 29/03/2017 08:15 Petição em PDF Petição em PDF c6c50 03 29/03/2017 18:41 Ata da Audiência Ata da Audiência TERMO DE PETICIONAMENTO EM PDF [SERGIO VIEIRA SILVA, TIAGO ALVES DA SILVA] x [EMBRATEL TVSAT TELECOMUNICACOES SA,:AUTUAÇÃO E Q S E N G E N H A R I A L T D A ] T I A G O A L V E S D A S I L V A:P E T I C I O N A N T E Nos termos do artigo 1º do Ato número 423/CSJT/GP/SG, de 12 de novembro de 2013, procedo à juntada, em anexo, de petição em arquivo eletrônico, tipo “Portable Document Format” (.pdf), de qualidade padrão “PDF-A”, nos termos do artigo 1º, § 2º, inciso II, da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, e em conformidade com o parágrafo único do artigo 1º. do Ato acima mencionado, sendo que eventuais documentos que a instruem também serão anexados. 10 de Setembro de 2016 TIAGO ALVES DA SILVA ID. a11539d - Pág. 1Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091017500046200000006293116 Número do documento: 16091017500046200000006293116 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA __ª VARA DO TRABALHO DE CAMPO GRANDE (MS). SÉRGIO VIEIRA SILVA, brasileiro, casado, técnico em manutenção, inscrito no CPF/MF sob o nº 088.206.237-90, RG n° 118618529 – SSP/RJ, filho de Sebastiana das Graças Vieiras, residente e domiciliado em Campo Grande (MS), à Rua 120, n° 78, B. Nova Campo Grande, CEP 79.104.580, por seus advogados que a esta subscrevem, vem perante Vossa Excelência ofertar AÇÃO TRABALHISTA em face de EQS ENGENHARIA LTDA - CNPJ 80.464.753/0001-97, pessoas jurídicas de direito privado, com sede em São José(SC), à Rua Judite Melo dos Santos, nº135, B. Área Industrial, CEP 88.104.765, e EMBRATEL TVSAT TELECOMUNICAÇÕES LTDA, - CNPJ 09.132.659/0001-76, pessoa jurídica de direito privado com sede no Rio de Janeiro (RJ), sito à Rua Regente Feijó, nº 166, sala 1401, Centro, o que faz nos seguintes termos: 1 - DO CONTRATO DE TRABALHO. 1- DA ADMISSÃO, FUNÇÃO E LITISCONSÓRCIO PASSIVO; O obreiro foi admitido em 2209.2014 para laborar na função de técnico em manutenção, competindo-lhe a manutenção dos equipamentos de ar condicionado da 2ª ré, para quem efetivamente prestava serviços de modo exclusivo. É certo que, diante do inadimplemento das obrigações contratuais por parte da 1ª acionada, a tomadora de serviços deve responder subsidiariamente, nos termos da súmula 331, IV/TST, razão pela qual está justificada sua manutenção do polo passivo da presente demanda. 1.2 - DA REMUNERAÇÃO. O obreiro era remunerado com salário fixo de R$ 1.385,08 mais adicional de periculosidade de 30% sobre o salário base. 1.3 - DA JORNADA DE TRABALHO. A jornada de trabalho do obreiro exige nota especial. ID. e042e1f - Pág. 1Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 Nem se alegue “inverossimilhança” na alegação, pois que imaginar que a jornada descrita é inverossímil só faz transparecer um total desconhecimento sobre fatos históricos relacionados à evolução do Direito do Trabalho, pois como ensina Maria Auxiliadora Guzzo de Decca, ao falar sobre os primórdios da sociedade capitalista brasileira, “A jornada de trabalho era muito extensa: variava de 10 a 14 por dia, chegando as vezes a se prolongar por mais tempo ainda. Registram-se casos em que o trabalho operário era de 15 horas (por exemplo, na fábrica têxtil Santa Rosália, na periferia de Sorocaba) e até mesmo de 17 horas (por exemplo, na fábrica Mariângela dos Matarazzo, onde operários trabalhavam sem interrupção das 5 às 22 horas, em 1907)”(1). Ora, se operários fabris laboravam entre 5 e 22 horas diariamente, sem intervalo e sem pausa semanal(2), isto em uma época de precária tecnologia e que tudo demandava força bruta, com maior razão é de se crer na jornada apontada. A jornada contratual do obreiro era a seguinte: labor de segunda a sexta feira com início às 7:00 horas e saída às 17:00 e intervalo intrajornada de uma hora. Tal modulação se dava para supostamente compensar as folgas aos sábados. Não obstante a narrativa acima, a jornada era bem distinta, extenuante e absurda, pois que, além da jornada acima, o obreiro tinha como incumbência a realização de horas de sobreaviso, assim, em todo tempo que não estava em efetivo labor, estava de sobreaviso, em posse de um telefone celular de propriedade da ré, para o atendimento de qualquer eventualidade que surgisse, independente do horário e do dia da semana. 1 Indústria, trabalho e cotidiano: Brasil, 1889 a 1930. São Paulo: Atual, 1991, p.13. 2 A inexistência de descanso semanal à época é fato público, não notório, pois depende de estudos sobre a legislação épica, mas inexistente à época. ID. e042e1f - Pág. 2Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 Assim, logo que acionado, o obreiro deveria estar em, no máximo, 30 minutos no posto de trabalho para a realização de suas tarefas. Deste modo, temos por certo que, nos momentos em que não estava trabalhando diretamente, o obreiro encontrava-se em regime de sobreaviso, situação essa que lhe trazia uma série de restrições em sua vida privada. Exemplificando, o obreiro era impossibilitado de fazer viagens ou compromissos de comparecimento a locais onde não havia cobertura para telefone celular. Outrossim, o obreiro não podia fazer uso moderado de bebidas alcoólicas, pois que a qualquer momento poderia ser acionado, como aliás, sistematicamente o era. As horas extras laboradas eram lançadas pelo obreiro em um sistema de intranet da empresa que, após a validação do superior, eram quitadas. Sucede que, nem todasas horas laboradas eram quitadas, pois não raro as anotações eram glosadas pelo superior que, além do mais, alterava algumas horas noturnas para diurnas determinava a assinatura do obreiro como condição para o pagamento. É nessa quadra de ideias é que cumpre apontar que o obreiro laborava, em média, na seguinte jornada: 1 (um) dia por semana (de segunda à sexta-feira) entrava às 07h30m saindo às 18h00, com 01h00 de intervalo intrajornada; 2 (dois) dias por semana (de segunda à sexta-feira) entrava às 07h00 saindo às 23h00, com 2 (dois) intervalos intrajornada de 01h00 cada; 1 (um) dia por semana (de segunda à sexta-feira) entrava às 07h00 saindo às 18h00, com 01h00 de intervalo intrajornada; 1 (um) dia por semana (de segunda à sexta-feira) entrava às 07h30m saindo às 23h00, com 2 (dois) intervalos intrajornada de 01h00 cada sábados e domingos alternados, das 09h00 às 14h00 sem intervalo; em todos os feriados das 09h00 às 14h00 sem intervalo; ID. e042e1f - Pág. 3Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 Segue demonstrativo para melhor elucidação: SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM 0:00:00 0:30:00 1:00:00 1:30:00 2:00:00 2:30:00 3:00:00 3:30:00 4:00:00 4:30:00 5:00:00 5:30:00 6:00:00 6:30:00 7:00:00 7:30:00 8:00:00 8:30:00 9:00:00 9:30:00 10:00:00 10:30:00 11:00:00 11:30:00 12:00:00 12:30:00 13:00:00 13:30:00 14:00:00 14:30:00 15:00:00 15:30:00 16:00:00 16:30:00 17:00:00 17:30:00 18:00:00 18:30:00 19:00:00 19:30:00 20:00:00 20:30:00 21:00:00 21:30:00 22:00:00 22:30:00 23:00:00 23:30:00 24:00:00 HORAS TRABALHADAS HORAS TRABALHADAS EM SOBREAVISO HORAS DE SOBREAVIDO EM INTERVALO INTRAJORNADA HORAS DE SOBREAVISO EM INTERVALO INTERJORNADA ID. e042e1f - Pág. 4Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 2.4 – DA RESCISÃO. No dia 12.08.2016 o obreiro foi despedido sem justa causa. No caso em apreço a rescisão afronta o disposto no artigo 118 da lei 8.231/91, pois que o obreiro foi demitido no curso do período de estabilidade que faria jus por conta de uma doença ocupacional equiparada a acidente de trabalho, a saber, distúrbio do esqueleto axial, hérnias de disco, nódulos na coluna vertebral focos de disposição gordurosa, espondilodiscopatia degenerativa e outras lesões. Importante destacar, que, quando da rescisão, o obreiro, sequer foi submetido a exame demissional. Diante do exposto a rescisão deve ser reputada nula, determinando a imediata reintegração do obreiro ao trabalho, o que fica requerido, desde já. 2- DA TUTELA DE URGÊNCIA A liminar pleiteada consiste em antecipação dos efeitos da tutela para determinar que a Ré reintegre, imediatamente, o obreiro ao seu posto de trabalho, bem como se abstenham de cancelar seu plano de saúde, indispensável ao tratamento da moléstia ocorrida por culpa exclusiva da ré. A Constituição Federal da Republica, ao dispor em seu artigo 5º, LXXVIII, declarou como sendo direito fundamental dos litigantes em geral a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. O legislador ordinário na reforma processual de 1994 já havia previsto no artigo 273 do CPC (atual parágrafo único do artigo 294), hipóteses em que o juiz, ao verificar uma das circunstâncias ali constantes, poderia antecipar os efeitos da tutela. Trata-se de verdadeira regra de distribuição do ônus do tempo que perdura o processo. Na hipótese dos autos temos que a tutela deve ser antecipada ao Autor, nos termos do artigo 300 do CPC, pois é notório que a espera pelo provimento definitivo de mérito pode causar ao mesmo, dano irreparável ou de difícil reparação, pois que, por se ID. e042e1f - Pág. 5Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 tratar reintegração ao posto de trabalho, donde o obreiro extrai seus salários, presume-se sua urgência (jure et de jure). Na mesma linha a manutenção do plano de saúde é indispensável ao tratamento médico necessário a mitigar os efeitos da lesão ou, quiçá extirpá-la. Em suma, os requisitos Autorizadores da concessão da tutela de urgência estão todos presentes senão vejamos: No vertente caso o direito do requerente vai além de provável, chegando às vias da certeza, pois veja Vossa Excelência que os documentos comprovam que o Autor está acometido de doença profissional, já que a moléstia apresentada consta do nexo técnico epidemiológico, sendo presumidamente profissional, especialmente nesse caso em que o obreiro tem idade de 35 anos, laborando para a Ré nos termos narrados na exordial (jornada extenuante, sem respeito às normas de segurança e medicina do trabalho). Na tutela de urgência o risco de dano não exsurge de ato praticado ou que possa a vir a ser praticado pela outra parte, contudo é absolutamente cristalino o direito do Autor em ter seu contrato restabelecido, não se podendo prestigiar a formalidade processual e detrimento da satisfação do direito perseguido, motivo pelo qual deve ser antecipada a tutela jurisdicional, para determinar à acionada que reintegre imediatamente o obreiro ao posto de trabalho, tornando nula a demissão perpetrada, determinando, ainda, que a mesma se abstenham de cancelar o plano de saúde do qual o obreiro é usuário, e caso tenha havido cancelamento, que se determine a imediata reimplantação. Vejamos o que diz balizada doutrina: “Não há razão para a timidez no uso da tutela antecipatória, pois o remédiosurgiu para eliminar um mal que já está instalado. É necessário que o juiz compreenda que não pode haver efetividade sem riscos. A tutela antecipatória permite perceber que não é só ação (o agir, a antecipação) que pode causar o prejuízo, mas, também a omissão. Prudência e equilíbrio não se confundem com medo, e a lentidão da justiça exige que o juiz deixe de lado o comodismo do procedimento ordinário - no qual alguns imaginam que ele não erra - para assumir as responsabilidades de um novo juiz que trata dos "novos direitos" é que também tem que se entender - para cumprir a sua função sem deixar de lado a sua responsabilidade social - que as novas situações carentes de tutelar não podem, em casos não raros, suportar o mesmo tempo que era gasto para a realização dos direitos de sessenta anos atrás, época em que foi publicada a célebre obra de Calamandrei, sistematizando as providências ID. e042e1f - Pág. 6Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 cautelares." (A Reforma do CPC e a Efetividade do Processo, Boletim Informativo Boni juris, nº34, de 10 de dezembro de 1995, pág. 2910/1914) De acordo com a nova sistemática processual, não há mais falar em ausência de perigo de irreversibilidade do provimento concedido, pois como já ensinava Nelson Nery Júnior: "A norma fala na inadmissibilidade de concessão de tutela antecipada, quando o provimento for irreversível. O provimento nunca é irreversível, porque é provisório e revogável. O que pode ser irreversível são as consequências de fato ocorridas pela execução da medida, ou seja, os efeitos decorrentes de sua execução. De toda sorte, essa irreversibilidade não é óbice intransponível à concessão do adiantamento, pois caso o Autor seja vencido na demanda, deve indenizar a parte contrária pelos prejuízos que ela sofreu com a execução da medida." (Código de Processo Civil Comentado, Ed. RT, pág.694) Ou seja, não há falar em risco de irreversibilidade toda vez que a situação puder ser recomposta através de perdas e danos. A concessão da tutela antecipada em nada afetará o direito dos requeridos, pois que não traduz ônus expressivo a tão grande organização. Por outro giro, a demora na concessão do provimento jurisdicional implicará até em consequências irreversíveis para o requerente, que busca direito e verba indispensável à manutenção da vida. Há prova manifesta do direito do autor! Em suma, tudo laborara pela procedência da ação e por isso, a necessidade de que se antecipem os efeitos da tutela pretendida. Por todo exposto, forte nos artigos 294 e 300 do CPC, requer a concessão da tutela de urgência para determinar que a Ré reintegre imediatamente o obreiro ao posto de trabalho, bem como se abstenham de cancelar o plano de saúde do qual o obreiro é usuário e caso o tenha feito, que o reestabeleça de imediato. Para assegurar o resultado prático da medida, deve ser imposta multa diária no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais), sem prejuízo de agravamento da coerção em caso de descumprimento. ID. e042e1f - Pág. 7Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 3 - VERBAS DEVIDAS 3.1 – HORAS EXTRAS, INTERVALOS INTRAJORNADAS(3) E INTERVALOS INTERJONADAS. Consoante narrado, o obreiro se ativava em jornada extenuante que não obedecia qualquer dos limites imposto na legislação de regência, inclusive no que cerne a concessão dos intervalos dos artigos 71 e 66 da CLT, sendo que não houve o correto pagamento do labor suplementar. Por tal razão, requer a procedência do pedido para condenar as acionadas ao pagamento das horas extras, assim consideradas as excedentes à 8ª e à 40ª hora semanal, intervalos intrajornadas, intervalos interjornada e reflexos. A verba deve ter repercussão em repouso remunerado, aviso prévio indenizado, férias com acréscimo de 1/3, décimo terceiro salário, além de incidência de FGTS com multa (11,20%). O pedido de horas extras, intervalos e seus reflexos, deverá ser liquidado com divisor 200 e, conforme a condição mais benéfica estabelecida, adicional de 50% para a 1ª hora, 70% para a segunda hora, 100% para a terceira em diante e 120% para as horas laboradas em sábados, domingos e feriados, observação da globalidade salarial, e redução da hora noturna. Pede o deferimento do pedido. 3.2 – ADICIONAL DE SOBREAVISO. Conforme já explicitado, mesmo no período em que o obreiro, teoricamente, estava de folga, era obrigado a manter o celular ligado(4), pois poderia ser acionado a qualquer momento, como de fato o era constantemente. Neste diapasão, temos que o obreiro não tinha assegurado seu direito de desconexão do trabalho, estando em estado de vigília a todo tempo, não podendo se retirar para local fora da cobertura da rede móvel, não podendo ingerir bebida alcoólica nem mesmo de modo social. O regime acima mencionado caracteriza, indene de dúvidas o regime de sobreaviso e o obreiro faz jus à remuneração equivalente a 3 Exclusivamente quando do labor em sábados, domingos e feriados. 4 Celular de propriedade da 1ª ré. ID. e042e1f - Pág. 8Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 1/3 do valor da hora para cada horas prestada de sobreaviso em dias normais e na razão de 2/3 para os domingos e feriados. Nesse sentido é a correta jurisprudência do Regional: SOBREAVISO - PERÍODO DE DESCANSO - FUNCIONÁRIO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR - CONTATO POR CELULAR OU RÁDIO - SÚMULA 428 DO C. TST (NOVA REDAÇÃO) - CARACTERIZAÇÃO. Ficando o obreiro totalmente à disposição do empregador durante o seu período de descanso, quando poderia ser acionado pelo telefone móvel celular ou pelo rádio da viatura, resta caracterizado o sobreaviso previsto na nova redação da Súmula 428 do C. TST. (ACÓRDÃO TRT 24ª / 2ª Turma / RO.1 0000202- 34.2011.5.24.0022) No caso em apreço, a Ré pagou em alguns meses, aleatoriamente, horas de sobreaviso, sem se atentar para o número correto de horas, tampouco par a correta base de cálculo e reflexos devidos, devendo ser condenada ao pagamento das horas faltantes bem como ao pagamento das diferenças das horas quitadas com incorreta base de cálculo e reflexos. Ademais, considerando a natureza salarial da verba em questão, a mesma deverá refletir em RSR, férias com adicional, salários trezenos, aviso prévio indenizado e FGTS com multa. O pedido deverá ser liquidado com divisor 200, observação da globalidade salarial, e redução da hora noturna. Pede o deferimento do pedido. 3.3 – DIFERENÇAS DO ADICIONAL NOTURNO. Parte do labor desenvolvido se dava em horário considerado noturno, diante do que deveria incidir o adicional noturno. A Ré jamais efetuou a correta quitação da parcela, devendo ser compelida a fazê-lo. Ademais, considerando a natureza salarial da verba em questão, a mesma deverá refletir em RSR, férias com adicional, saláriostrezenos, aviso prévio indenizado e FGTS com multa. Pede o deferimento do pedido. 3.4 – DIFERENÇAS NO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. O obreiro sempre laborou exposto a risco de morte por descarga elétrica diante do que fazia jus ao recebimento de uma adicional de 30% que tem como base de cálculo a globalidade salarial (súmula 191/TST). ID. e042e1f - Pág. 9Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 Embora a Ré efetuasse o pagamento do adicional de periculosidade, o fazia tomando por base de cálculo, apenas o salário base, diante do que deve ser condenada ao pagamento das diferenças havidas. Ademais, considerando a natureza salarial da verba em questão, a mesma deverá refletir em RSR, férias com adicional, salários trezenos, aviso prévio indenizado e FGTS com multa. Pede o deferimento do pedido. 3.5 – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. Encontra-se superado o vetusto entendimento de que não são cumuláveis os adicionais de insalubridade e de periculosidade. A Constituição da República, no artigo 7º, inciso XXIII, garantiu de forma plena o direito ao recebimento dos adicionais de penosidade, insalubridade e periculosidade, sem qualquer ressalva quanto à cumulação, não recepcionando assim aquele dispositivo da CLT que aponta solução diversa. A avaliação mais correta se dá no sentido de que a acumulação se justifica em virtude de os fatos geradores dos direitos serem diversos e não se confundirem. A cumulação dos adicionais não implica pagamento em dobro, pois a insalubridade diz respeito à saúde do empregado quanto às condições nocivas do ambiente de trabalho, enquanto a periculosidade traduz situação de perigo iminente que, uma vez ocorrida, pode ceifar a vida do trabalhador, sendo este o bem a que se visa proteger. De mais a mais a opção prevista na CLT é inaplicável também devido à introdução no sistema jurídico brasileiro das Convenções 148 e 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que têm status de norma materialmente constitucional ou, pelo menos, supralegal, como foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal. A Convenção 148 consagra a necessidade de atualização constante da legislação sobre as condições nocivas de trabalho, e a 155 determina que sejam levados em conta os riscos para a saúde decorrentes da exposição simultânea a diversas substâncias ou agentes. Tais convenções superaram a regra prevista na CLT e na Norma Regulamentadora 16 do Ministério do Trabalho e Emprego, no que ID. e042e1f - Pág. 10Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 se refere à percepção de apenas um adicional quando o trabalhador estiver sujeito a condições insalubres e perigosas no trabalho. Em conclusão, não há mais espaço para a aplicação do artigo 193, parágrafo 2º, da CLT. A questão acima delineada é de hercúlea importância na medida em que o obreiro, não somente esta submetido a labor periculoso, como também estava submetido a agentes físicos (ruído, frio e umidade) e biológicos (ácaros, fungos e bactérias), vez que laborava constantemente em estações de serviços lacradas e exposto ao tais agentes. Imperioso destacar que o obreiro não contava com EPI’S aptos a neutralizar os agentes insalubres. Diante do exposto, a Ré deve ser condenada ao pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo bem como de seus reflexos RSR, férias com adicional, salários trezenos, aviso prévio indenizado e FGTS com multa. Pede o deferimento do pedido. 3.6 – DOBRA DO REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. Durante todo o contrato de trabalho, o obreiro teve de laborar nos dias de sábados domingos e feriados, sem qualquer folga compensatória ou mesmo remuneração pelo labor prestado. Diante do exposto, a Ré deverá ser concedida ao pagamento da dobra do RSR e seus reflexos em férias com adicional, décimos terceiros salários, aviso prévio indenizado e FGTS com multa. Pede o deferimento do pedido. 3.7 – VERBAS DECORRENTES DO PERÍODO DE AFASTAMENTO. Por ilícita a demissão do obreiro a Ré devera ser condenada ao pagamento de todos os salários, adicionais, vales- alimentação, salários trezenos, férias com adicional, recolhimentos fundiários, multa sobre os depósitos fundiários e recolhimentos previdenciários, enquanto perdurar o afastamento decorrente da demissão contrária à lei. Pede o deferimento do pedido. ID. e042e1f - Pág. 11Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 3.8 – VERBAS DECORRENTES DO PERÍODO DE ESTABILIDADE. Conforme dantes mencionado, a obreiro foi despedido ao arrepio da garantia contida no artigo 118 da lei 8.213/91, pois encontra-se inapto para o trabalho em decorrência de doença ocupacional equiparada a acidente de trabalho. Diante de tal fato, caso a Ré resista à ordem de reintegração do obreiro ao posto de trabalho, é certo que este fará jus ao período de estabilidade constante do artigo 118 da lei 8.213/91, cujo prazo passa a fluir apenas a partir de da convalescência. Sucede que a ré, neste caso, teria dado causa à ruptura do contrato de trabalho e se negado a reintegrar o obreiro. Por tal razão, o obreiro, caso não reintegrado ao trabalho, deverá receber de todas as verbas que faria jus tais como: Salários (lato sensu), adicionais, vales-alimentação, salários trezenos, férias com adicional, recolhimentos fundiários, multa sobre os depósitos fundiários e recolhimentos previdenciários. Pede o deferimento do pedido. 3.9 – INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Quando de sua contratação o obreiro contava com um ajudante que o auxiliava no transporte de ferramentas, escadas, remoção de e soerguimento de objetos pesados etc... Um mês após a contratação o ajudante foi dispensado, sendo que o obreiro teve de passar a desenvolver todas as tarefas sozinho. Não tardou para que o obreiro sofresse lesões em sua coluna vertebral que o incapacitaram para o trabalho. Por várias vezes, o obreiro obteve atestado médico que determinava a interrupção de seu trabalho para tratamento médico, sendo que a Ré jamais acatou qualquer um deles, antes determinando que o obreiro retomasse o posto de trabalho, pois não havia que o substituísse em seu mister. Veja Vossa Excelência que em dado momento o obreiro recebeu recomendação médica para que fosse remanejado de função, ocasião em que informou a Ré do fato, sendo desatendido, e mesmo ID. e042e1f - Pág. 12Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 estando acometido por doença ocupacional equiparada a acidente de trabalho foi despedido sem justa causa. Em decorrência das moléstias profissionais o obreiro encontra-se incapacitado para o trabalhobem como para a execução das tarefas mais primárias do dia-a-dia. A Constituição da República possui como princípios basilares a dignidade da pessoa humana e a valorização social do trabalho (art. 1º, incs. III e IV), além disso estabelece que a ordem econômica deve estar fundada na valorização do trabalho humano, a fim de assegurar a todos existência digna (art. 170). Diante dos fatos narrados, temos por flagrante a caracterização do dano moral a ensejar indenização, pois tal sansão tem vez quando violados a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas (art. 5º, inc. X, da Constituição da República), portanto direitos relacionados à personalidade. Assim, o dano à saúde do empregado decorrente das atividades por ele desenvolvidas (doenças profissionais), caracteriza o dano moral a que se refere o art. 5º, inc. X, da Constituição da República, por resultar em violação à dignidade da pessoa humana afetos à personalidade do indivíduo (art. 1º, inc. III). Ao descurar de garantir ao obreiro condições dignas de trabalho, alcançadas pelo respeito às normas de segurança e medicina do trabalho, a Ré violou sua a esfera de direitos e está incursa nas disposições dos artigos 186, 187, 927 e 944 todos do CCB, pois aquele que com sua conduta viola a esfera de direito de outrem fica obrigado a reparar o dano sofrido, ainda que este tenha índole exclusivamente moral. Para tanto, o dever de indenizar compõe-se dos seguintes elementos: a) Ação ou omissão culposa ou dolosa do agente; b) Existência do dano; c) Nexo de causalidade. Com relação ao primeiro elemento (ação ou omissão culposa ou dolosa do agente) sabe-se que é direito do trabalhador um meio ambiente do trabalho hígido e saudável, cumprindo ao empregador zelar por tal circunstância em respeito à saúde e higiene de quem lhe presta trabalho humano subordinado. ID. e042e1f - Pág. 13Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 Como se vê no vertente caso, o Obreiro era exposto a jornadas extenuantes, em labor exercido sem as condições ergonômicas precárias e, embora se queixasse diuturnamente de dores nos membros superiores, a Ré nada fazia para amenizar a situação, negando-se até mesmo a acolher atestados médicos de afastamento. Vezes houveram em que o obreiro, mesmo apresentando atestado médico com licença por alguns dias, não pode usufruir do descanso, pois que sofria ameaças sistemáticas de demissão. Diante de tal cenário, resta evidente a conduta ilícita e abusiva da ré, e, por conseguinte, a caracterização do primeiro elemento do dever de indenizar. A existência da lesão extrapatrimonial é flagrante, pois que a existência de dano moral, em casos como o presente, é inteiramente presumida e prescinde de provas de sua ocorrência, em virtude de ele consistir em ofensa a valores humanos, bastando a demonstração do ato em função do qual a parte diz tê-lo sofrido para restar clara a obrigação de indenizar. Assim, conclui-se logicamente, que dano moral nada mais é do que a própria violação de direitos decorrentes da personalidade e que a sua ocorrência é verificada sempre que houver qualquer tipo de conduta ofensiva à dignidade da pessoa humana. Como se vê, é dispensada a prova de prejuízo concreto, já que há a impossibilidade de se penetrar na alma humana, e esta inviabilidade, embora possa impossibilitar a mensuração da lesão operada, não pode, sob pena de subversão da ordem, impedir a incidência do dever de indenizar. Porém, não resta a menor dúvida de que a conduta da acionada acabou por impingir danos à moral do trabalhador que sente dores e encontra-se improdutivo, decorrendo daí grande sofrimento moral e ofensa à sua dignidade, exteriorizando-se a lesão extrapatrimonial. Por fim, com relação ao nexo de causalidade, a lesão moral que acometeu o Obreiro decorreu logicamente do trabalho prestado à ré, que descurou de respeitar as normas de segurança e medicina do trabalho. Ora Excelência, o nexo causal resta inexpugnável, na medida em que o dano sofrido pelo trabalhador decorreu diretamente da prestação de serviços à ré, dirigidos e comandados por esta, cujo resultado objetivo se dava em seu proveito. ID. e042e1f - Pág. 14Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 No vertente caso, o obreiro era téc. em manutenção de ar condicional tendo em seu favor a presunção encerrada no nexo técnico epidemiológico de que sua moléstia decorre do trabalho, cabendo à Ré o ônus de demonstrar cabalmente que o a lesão do obreiro não guarda relação com seu trabalho desenvolvido. Com o advento da MP n. 316/2006, posteriormente convertida na Lei n. 11.430/2006, o legislador introduziu significativa modificação no sistema de prova do acidente do trabalho ao criar o Nexo Técnico Epidemiológico - NTEP. Para tanto o legislador inseriu novo artigo à Lei n. 8.213/1991, in verbis: Art. 21-A: A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento. § 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. § 2º A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social. Doravante, a abordagem passa de um viés individual para uma abordagem coletiva, uma vez que o critério para definir o nexo causal da doença ocupacional passa a levar em conta dados estatísticos epidemiológicos. A expressão “epidemiologia” significa aqui o estudo interdisciplinar dos fatores que influenciam na proliferação de doenças e sua distribuição sobre determinada população. Verifica-se, portanto, que o novo NTEP aplica-se apenas para fixar o nexo causal das doenças ocupacionais, sendo impertinente para os chamados acidentes típicos. A propósito dessa nova técnica, o Conselheiro Nacional de Saúde, Paulo Albuquerque de Oliveira, observa: “Entende-se que a abordagem coletiva da epidemiologia clínica supera a abordagem individual da clínica médica, em matéria de saúde do trabalhador, porque erra menos e erra menos porque tende a anular os vieses, uma vez que se ID. e042e1f - Pág. 15Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 enxerga numa tomada só, ao invés de um, todos os casos registrados no INSS de milhões de trabalhadores e empresa e milhares de médicos”(5). Nesta senda, não se pode, sequer cogitar da existência de ônus por parte do obreiro, pois não se pode impor ao mesmo, ônus quea lei impôs ao empregador, já que criou uma presunção de existência de nexo de causalidade entre a doença e o labor do obreiro, neste sentido: ACIDENTE DO TRABALHO - NEXO CAUSAL - RECONHECIMENTO DO INSS - EFEITOS. A conclusão do INSS é suficiente a caracterizar o nexo causal entre o labor e a doença desenvolvida, uma vez ser ele o órgão competente para avaliação nesse sentido. Reconhecida a doença como acidente do trabalho, e demonstrado nos autos que as condições a que submetida a Autora no desempenho de suas atividades foram fundamentais ao seu surgimento e/ou desenvolvimento, deve ser responsabilizada a empregadora quanto aos danos patrimoniais e morais decorrentes do evento. (TRT 12ª R. - RO-V 00229-2005-008-12-00-2 - 3ª T. - Rel. Juiz Gerson Paulo Taboada Conrado - J. 20.10.2005) Embora o nexo técnico epidemiológico seja dirigido à Previdência Social, a caracterização do acidente de trabalho pelo critério da presunção repercutirá na prova do acidente de trabalho para fins de reparação de dano pelo regime da reparação civil. Uma vez admitida pela Previdência Social que a doença caracterizadora do acidente foi desencadeada pelas condições ambientais de trabalho de risco, certamente que os elementos de convicção da Previdência Social servirão como prova da efetiva ocorrência do acidente de trabalho (nexo causal) e culpa do empregador. Em novembro de 2007 a I Jornada de Direito do Trabalho promovida pela ANAMATRA com o apoio do TST aprovou escorreito verbete sobre o tema: ENUNCIADO 42: Presume-se a ocorrência de acidente do trabalho, mesmo sem a emissão da CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho, quando houver nexo técnico epidemiológico conforme art. 21-A da Lei 8.213/1991. É, pois, o caso típico das doenças apresentadas pelo obreiro, em atividade de “digitação de dados para processamento”, CNAE 6311- 9/00, onde o NTEP encontra-se presente em face do risco potencial da atividade, conforme demonstram as estatísticas das notificações acidentárias e a expressa previsão da Lista B do Anexo II do Decreto n. 6.042/2007. 5 OLIVEIRA, Paulo Rogério Albuquerque de. Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário - NTEP. In: Nota Técnica n. 12/2005/MPS/SPS/CGEP. Brasília 29.04.05. ID. e042e1f - Pág. 16Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 Com base nesse critério epidemiológico e de incidência estatística da Previdência Social, os pretórios trabalhistas vêm reconhecendo o nexo causal do acidente do trabalho para fins de responsabilidade civil: DOENÇA PROFISSIONAL - TENDINITE - ATIVIDADE BRAÇAL - RISCOS INERENTES À FUNÇÃO - NEXO CAUSAL - PRESUNÇÃO E ÔNUS DA PROVA. 1. Se a atividade cotidianamente desenvolvida pelo empregado era de natureza braçal, alcançando variados movimentos de forte impacto, é de se reconhecer exposição a riscos de lesionamento dos tendões e articulações, sendo nesse sentido o Decreto n. 3.048/99 (anexo II, item X)10, que inclui como fatores de risco da síndrome do impacto e da tendinite biciptal, não apenas os movimentos repetitivos, mas também o ritmo de trabalho penoso e as vibrações localizadas. 2. Por outro lado, em havendo compatibilidade entre a lesão apresentada pelo trabalhador e os riscos da atividade por ele desenvolvida, o nexo causal é presumido, competindo ao empregador provar que a doença foi adquirida em razão de outras atividades ou fatores. 3. Recurso improvido, decisão unânime. (TRT 24ª R. - RO 0273/2004-031- 24-00-3 - Rel. Juiz Amaury Rodrigues Pinto Júnior - DOMS 02.09.2005). Não há dúvida de que a presença de NTEP entre o ramo da atividade econômica (CNAE) e a entidade mórbida motivadora da incapacidade relacionada na CID constitui-se em um critério eficaz para fins de enquadramento na hipótese do parágrafo único do art. 927 do Código Civil. O próprio perito poderá constatar que a Ré não comprova o cumprimento de qualquer norma de segurança e medicina do trabalho. Diante de tais ponderações, é imperiosa a condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais. 3.10.1– QUANTUM INDENIZATÓRIO. Tarefa difícil é essa de chegar a um valor que seja tido como justo para uma indenização por um dano moral. Prescreve o art. 944 do código civil que a indenização terá como parâmetro a extensão do dano. Ressalte-se, porém, que a extensão do dano não é o único balizador do quantum indenizatório já que é pacífico (doutrinária a e jurisprudencialmente) que se deve ter em conta fatores como a intensidade da culpa do agente, grau de reprovação da conduta e compleição econômica dos envolvidos no evento danoso, seja vítima ou Autor do dano. ID. e042e1f - Pág. 17Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 Com relação ao agente causador, tratam-se das mais rentáveis empresas do setor e de conduta severamente reprovável. A indenização por danos morais tem função bifronte (dúplice), pois de um lado visa à compensação pelo dano havido (caráter ressarcitório), ao passo que, pela outra frente, busca desestimular a conduta do causador do dano, em profilaxia à reincidência (caráter pedagógico). A ponderação acima lançada serve apenas para alertar ao julgador que uma condenação nos moldes em que veem sendo praticadas, não é capaz de atingir o escopo pedagógico da medida, pois que diante da grande força econômica da ré, esta não se vê atingida de nenhuma forma, sendo verdadeiro contributo à perpetuação das péssimas condições de trabalho impostas aos seus empregados. Deste modo, considerando a gravidade da lesão, a natureza do direito violado (extensão do dano) e as circunstâncias que cercam a ré, a indenização deferida não poderá ser inferior à monta de 50 vezes o valor do maior salário do obreiro. Pede o deferimento do pedido. 3.11– INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS DECORRENTES DA REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA. É certo que a lesão decorrente do acidente de trabalho, importou em redução da capacidade laborativa do obreiro que, não possui condições físicas de trabalho. Assim, pelas mesmas razões acima declinadas, com base nos mesmos fundamentos (omissão, dano e nexo de causalidade), fulcrando-se nos artigos 186,927 e 944 do CCB, a Ré deverá ser condenada ao pagamento de indenização por danos materiais decorrentes da redução da capacidade laborativa causada pela doença ocupacional, cuja extensão poderá ser apontada por meio de perícia médica. Assim, após a verificação da extensão da incapacidade gerada, a Ré deverá ser condenada ao pagamento de pensão vitalícia ao obreiro, que deverá ter como base de cálculo o valor de remuneração do maior salário, corrigida e atualizada por meio do salário da categoria. Subsidiariamente, o pensionamento deverá ser deferido até a total convalescência do obreiro a ser apurado por meio de ação revisional a cargo da ré. ID. e042e1f - Pág. 18Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144Deferido o pedido, requer seja a verba executada em forma de parcela única, na forma do artigo 950 do CCB, observado, neste caso, a expectativa de sobrevida do Autor. Outrossim, extrai-se que o Autor padece das lesões causadas pelo acidente, decorrendo daí a responsabilidade da Réa responsabilidade pelos danos causados, incluindo-se em tal conceito as despesas médicas e despesas necessárias à minoração das consequências do dano, tal como a inscrição do obreiro em plano de saúde para o custeio de todo tratamento necessário à sua convalescência, bem como o pagamento das despesas já havidas e que poderão ser comprovadas na forma do artigo 524, § 3º do CPC. 3.12 - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Em razão da jornada de trabalho denunciada na presente exordial, não temos a menor dúvida de que o obreiro foi vítima de danos de ordem moral que é aquele que atinge os direitos da personalidade, sem valor econômico, e que, na relação de emprego, resta caracterizado por abusos cometidos por empregado ou empregador com repercussão na vida privada, na intimidade, na honra ou na imagem do ofendido. No caso em apreço resta que o reclamante era submetido a jornadas excessivas, que extrapolavam, o limite de dez horas diárias, fato que notadamente atinge a integridade física do empregado, visto que o expõe a situações de extremo stress e fadiga física e mental, além de não permitir ao trabalhador tempo necessário para o lazer, convívio social, familiar e religioso e cívico. O ser humano é vocacionado a trabalhar enquanto vive e não o contrário. Todas as vezes que o empregador desvirtuar, ou tentar desvirtuar a máxima moral de que o trabalho é meio e não fim da essência humana, encontrar-se-á violada a vertente personal do trabalhador. Em casos como o vertente o dano moral dispensa prova em concreto, pois se passa no interior da personalidade, tem presunção absoluta. Provada a existência do fato ilícito, ensejador do constrangimento, mostra-se devido o ressarcimento civil por dano moral (art. 186 e 927, do CC/02). No caso dos autos, restará comprovada que o autor cumpria, aproximadamente, jornada diária de 16 horas. ID. e042e1f - Pág. 19Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 Com efeito, a jornada de trabalho excessiva identificada no processado viola frontalmente o postulado da dignidade da pessoa humana, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional (art. 1º, III, da CRFB). Além do mais, a ação da ré, a um só tempo, conspurca o valor social do trabalho (art. 1º, IV e 170, caput, da CRFB) e esvazia o conteúdo da função social da empresa (artigos 5º, XXIII, e 170, III, da CRFB, e artigo 421 do CC/02) e, por fim, torna ineficazes os direitos fundamentais do meio ambiente do trabalho equilibrado (arts. 6º, 196, 220, VII, e 225, caput, da CRFB) e da redução dos riscos inerentes ao trabalho (art. 7º, XXVII). Ademais, é importante assinalar que a limitação da jornada de trabalho diária e semanal traduz-se na primeira conquista do movimento sindical e operário do final do século XIX e começo do século XX, estando consagrada na primeira Convenção da OIT, sendo verdadeira concretização de um dos valores e princípios básicos da OIT, qual seja, o trabalho deve ser fonte de dignidade e não de degradação da pessoa humana. Em síntese conclusiva, a conduta patronal ao impor jornada excessiva ao obreiro sobejou demasiadamente os estritos limites do poder diretivo empresarial (art. 2º da CLT c/c o art. 187 do CC), não se conformando aos postulados constitucionais e éticos que devem presidir a execução do contrato de trabalho (art. 422 do CC c/c o art. 8º da CLT), caracterizando-se ipso facto como ato ilícito (art. 186 do CC/02), gerador do dever de indenizar o patente dano ao patrimônio moral do trabalhador, que viu conspurcada a sua dignidade humana e os direitos da personalidade (arts. 5º, V e X, da CRFB e 927 do CC/02). Diante do exposto, presentes os requisitos de dever de indenizar, a ré deverá ser condenada ao pagamento de indenização por danos morais, correspondentes ao dobro do valor das horas extras laboradas em seu favor e mediante a precarização da relação de trabalho, em desfavor do obreiro e toda a coletividade. 3.13 – HONORÁRIOS ADVICATÍCIOS – TESE NOVA. Deferidos os benefícios da justiça gratuita ao obreiro, há que se condenar a Ré ao pagamento de honorários advocatícios, pois atendidos os requisitos da Lei 1.060/50, são devidos os honorários de assistência judiciária gratuita, ainda que o advogado da parte não esteja credenciado pelo sindicato representante da categoria profissional. ID. e042e1f - Pág. 20Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 O princípio da inafastabilidade, ampla defesa, contraditório e acesso a justiça tem como implicação o direito da parte em escolher o advogado que melhor atenda sua confiança para o patrocínio de sua causa, não podendo a lei ordinária, sem que isso implique ofensa escancarada à constituição federal, impor à parte que escolha o advogado do sindicato, sob pena de ter de pagar pelo de sua escolha. A proposta que vinga na jurisprudência majoritária é paradoxal, pois apenas se traduz em privilégio ao advogado do sindicato obreiro e, numa república, toda forma de privilégio é odiosa. Vejamos a iniquidade escancarada que a jurisprudência tem causado: Dois trabalhadores decidem acionar o antigo empregador. O trabalhador “a” contrata os serviços do advogado do sindicato e o trabalhador “b” não confiando na competência do advogado do sindicato, contrata um advogado particular. Ambos pretendem o recebimento de R$ 10.000,00 (dez mil reais). No caso acima, segundo a jurisprudência dominante, “a” receberá R$ 10.000,00 e “b” R$ 8.000,00, pois teve de arcar com honorários de advogado no importe de 20%. A solução é iniqua, pois que num só golpe está a se punir o trabalhador por não confiar no advogado do sindicato e beneficiar a empresa descumpridora da obrigação que deveria pagar R$ 11.500,00 caso o trabalhador tivesse cedido à chantagem legislativa e contratado ao sindicato da categoria, embora não sejam escassas as notícias de que o sindicato da categoria sistematicamente se associa ao empregador para lesar o empregado, não sendo digno de confiança(6). A guerrear a iniquidade que a muito impera, o TRT gaúcho editou súmula de jurisprudência uniforme (súmula 61/TRT4) no sentido de que “Atendidos os requisitos da Lei nº 1.060/50 são devidos os honorários de assistência judiciária gratuita, ainda que o advogado da parte não esteja credenciado pelo sindicato representante da categoria profissional.” A tese trazida na súmula é uma conquista histórica da independência do Judiciário de 2º grau e afirmação de compromisso com a ordem constitucional vigente, pela qual “o Estado prestará 6 A hipótese aqui ventilada é teórica e não se presta a qualificar o sindicato profissional que atua em nosso Estado, pois patrocinado por profissionais de ilibada conduta e que não tergiversam no interesse de seu cliente. ID. e042e1f - Pág. 21Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertencea: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos” (CF, 5º, LXXIV). Pede o deferimento do pedido. 4 - DOS PEDIDOS Por todo exposto requer seja recebida a presente ação para: Conceder a antecipação dos efeitos da tutela, sem audiência da parte contrária, para declarar nula a demissão havida, determinando que a Ré reintegre o obreiro ao trabalho e se abstenham de cancelar seu plano de saúde sob pena de multa diária no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais) sem prejuízo de agravamento para que se atinja o efeito prático desejado, colocando o obreiro, desde já à disposição da autarquia previdenciária; No mérito, requer seja reptada nula a rescisão contratual, tornando definitiva a liminar expedida e condenando a 1ª Ré à retificação das anotações em CTPS e ao pagamento (a segunda ré deverá responder subsidiariamente) das verbas descritas no item 3 da presente ação e seus subitens, com juros de mora capitalizados mensalmente e correção monetária pelo IPCA diante da flagrante inconstitucionalidade (7) do termo “TRD” constante do caput do art. 39 da Lei 8.177/91(a apurar). Sejam concedidos ao Autor os benefícios da justiça gratuita por não dispor, por ocasião do momento, de recursos que façam frente à contratação de advogado e pagamento de custas, conforme declaração acostada. Sejam citadas as Reclamadas para, querendo, contestarem à presente reclamação, sob cominação de revelia e confissão ficta, decorrendo daí seus efeitos. Protesta por provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, sem exceção. Imposta a condenação, requer seja procedida a liquidação da sentença, por simples cálculos aritméticos(8), tomado daí em diante o procedimento do cumprimento de sentença previsto no artigo 523 do CPC, aplicável ao processo do trabalho por força do artigo 769 da CLT. 7 A “TRD” não representa a exata desvalorização da moeda, sendo que sua aplicação como índice de correção monetária dos créditos trabalhistas representa ataque a valores constitucionalmente assegurados como o direito de propriedade e coisa julgada. 8 Embora o CPC, não preveja uma fase de liquidação por cálculos, a verdade é diversa no processo do trabalho que faz clara previsão a tal procedimento. ID. e042e1f - Pág. 22Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 Dá-se à causa o valor de R$. 50.000,00 (cinquenta mil reais), para fins exclusivos de rito. Campo Grande/MS; 12.09.2016. TIAGO ALVES DA SILVA OAB/MS 12.482 ID. e042e1f - Pág. 23Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144 Número do documento: 16091018032528800000006293144 PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 24ª REGIÃO 7ª Vara do Trabalho de Campo Grande RTOrd 0025469-77.2016.5.24.0007 AUTOR: SERGIO VIEIRA SILVA RÉU: EQS ENGENHARIA LTDA, EMBRATEL TVSAT TELECOMUNICACOES SA DESPACHO Postulou o autor a concessão de tutela de urgência, com o fim de que seja reintegrado imediatamente ao trabalho e que seja mantido ou restabelecido seu plano de saúde, visto que foi dispensado indevidamente apesar de ter estabilidade em decorrência de doença laboral. Para o deferimento da tutela de urgência é necessário que seja demonstrada a probabilidade do direito e do perigo do dano ou o risco ao resultado útil do processo, além do requisito da reversibilidade dos efeitos da decisão que a concede (CPC/2015, art. 300). No caso em tela, não há como conceder a tutela de urgência pleiteada, pois: a) o autor não apresentou nenhum documento capaz de comprovar o alegado vínculo empregatício com a ré; b) não há como reconhecer, em sede de cognição sumária, a estabilidade provisória do autor, pois, a despeito dos atestados médicos que ele apresentou, a verificação da alegada doença laboral somente será possível, obviamente, após a devida instrução processual. Indefiro, portanto, o pedido de tutela de urgência. CAMPO GRANDE, 12 de Setembro de 2016 HERBERT GOMES OLIVA Juiz do Trabalho Substituto ID. f91a308 - Pág. 1Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: HERBERT GOMES OLIVA https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091211491314100000006297897 Número do documento: 16091211491314100000006297897 PODER JUDICIÁRIO Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região 7ª VARA DO TRABALHO DE CAMPO GRANDE Rua João Pedro de Souza, 991 - Monte Líbano CEP. 79004-914 Telefone: (67) 3316-1917 e-mail: cg_vt7@trt24.jus.br Processo Judicial Eletrônico - PJe n. 0025469-77.2016.5.24.0007 Reclamante(s): SERGIO VIEIRA SILVA Reclamada(o)(s): EQS ENGENHARIA LTDA e outros CITAÇÃO De ordem do MM. Juiz, fica Vossa Senhoria citada para apresentar resposta à presente ação, no prazo de 20 dias, a contar da , sob pena de preclusão para a prática do ato, com as penalidades do artigo 844 da CLT;data da citação Havendo efetivo interesse de qualquer delas na realização de audiência para fins específicos de conciliação (a qualquer tempo - CLT, art. 764 e 765) poderão solicitar ao juízo a respectiva designação, que será objeto de inclusão em data próxima, mantido, contudo, o prazo para defesa e demais atos como definidos nas alíneas antecedentes. " Obs. No caso de processo judicial eletrônico - Pje, a resposta deverá ser enviada nos termos do art. 39 da Resolução CSJT nº 94/2012. Documentos associados ao processo Título Tipo Chave de acesso** Decisão Decisão 16091211491314100000006297897 001- INICIAL Petição Inicial 16091018032528800000006293144 005- ATESTADOS-email Atestado 16091017514496400000006293132 004- DOC DIVERSOS-email Documento Diverso 16091017514457400000006293131 003- DECLARAÇÃO DE HIPOSSUIFICÊNCIA Declaração de Hipossuficiência 16091017513293200000006293126 002- PROCURAÇÃO Procuração 16091017514206000000006293124 Petição em PDF Petição em PDF 16091017500046200000006293116 Campo Grande, MS, 22 de Setembro de 2016. O nome do signatário e a data do presente documento constam em sua assinatura eletrônica. Em caso de assinatura em dia não útil, considera-se praticado o ato no dia útil subsequente. PJe n. 0025469-77.2016.5.24.0007 Destinatário: EQS ENGENHARIA LTDA RUA JUDITE MELO DOS SANTOS , 135, DISTRITO INDUSTRIAL, SAO JOSE - SC - CEP: 88104-765 Código de Rastreamento: JH960771315BR ID. c48ecaf - Pág. 1Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: ALLAN ONISHI https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16092216130041300000006388599 Número do documento: 16092216130041300000006388599 Segue em anexo contestação e documentos em formato PDF. ID. 4a0d16a - Pág. 1Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16101717252435600000006547192 Número do documento: 16101717252435600000006547192 Rua Jornalista Osvaldo Mello, nº. 62, Centro, Florianópolis, SC, CEP 88020-110 Fone: (048) 3225 8129 / Fax: (048) 3333 8777 www.prudencioadvogados.com.br EXCELENTÍSSIMO SENHORJUIZ DA 7ª VARA DO TRABALHO DE CAMPO GRANDE/MS Processo: 0025469-77.2016.5.24.0007 Reclamante: SERGIO VIEIRA SILVA Reclamadas: EQS Engenharia LTDA e Outras EQS ENGENHARIA LTDA, já qualificada no processo em epígrafe, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores infra-assinados, apresentar CONTESTAÇÃO nos autos da ação trabalhista movida por SERGIO VIEIRA SILVA, pelos seguintes fatos e fundamentos jurídicos que a seguir passa a expor: I – DO CONTRATO DE TRABALHO COM A EQS O Reclamante foi contratado pela Primeira Reclamada em 22/09/2014, para exercer a função de Técnico de Manutenção, sendo apenas a nomenclatura do seu cargo modificada para Técnico de Operações Jr em 01/10/2015, percebendo salário fixo inicial de R$ 1.302,99 (mil trezentos e dois reais e noventa e nove centavos), acrescido do adicional de periculosidade, conforme contrato de trabalho firmado entre as partes. O contrato de trabalho do Reclamante foi rescindido sem justa causa pela Reclamada em 12/08/2016, sendo-lhe concedido aviso prévio indenizado de 33 (trinta e três) dias, conforme documentos rescisórios que seguem anexos. ID. fbcfd09 - Pág. 1Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16101717311168900000006547357 Número do documento: 16101717311168900000006547357 Rua Jornalista Osvaldo Mello, nº. 62, Centro, Florianópolis, SC, CEP 88020-110 Fone: (048) 3225 8129 / Fax: (048) 3333 8777 www.prudencioadvogados.com.br Esclarecidos os fatos dos contratos de trabalho firmados com o Reclamante, a Reclamada passa a contestar os pedidos um a um, conforme passa a aduzir. II – DA INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA 2ª RECLAMADA Conforme se depreende da exordial, o Reclamante requer o reconhecimento da responsabilidade subsidiária da Segunda Reclamada para arcar com o adimplemento de eventual condenação na presente demanda, caso a Primeira Reclamada não venha a arcar com eventuais verbas deferidas por este r. juízo. Porém, durante o Contrato de Trabalho, o Reclamante não foi empregado da Segunda Reclamada, uma vez que não houve dependência funcional, técnica ou econômica daquela, não estando presentes, portanto, os requisitos do art. 3º da CLT. Frisa-se que a Segunda Reclamada não admitiu ou assalariou os serviços do Reclamante, já que a sua real e única empregadora é a empresa EQS ENGENHARIA LTDA, restando desde já impugnada qualquer alegação que esteja em desacordo com a documentação apresentada com a presente Contestação. Em verdade, a Segunda Reclamada contratou a empresa ora peticionante para fornecer pessoal treinado ao trabalho que necessitava. Tal terceirização é plenamente justificável e lícita, na medida em que a atividade do Reclamante não correspondia à atividade fim da Segunda Reclamada. Levando em conta que os serviços realizados não foram na atividade fim da Segunda Reclamada e ainda que não havia pessoalidade e subordinação direta, forçoso é atentar ao entendimento do E. TST, que na súmula 331, item III, prescreve: ID. fbcfd09 - Pág. 2Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16101717311168900000006547357 Número do documento: 16101717311168900000006547357 Rua Jornalista Osvaldo Mello, nº. 62, Centro, Florianópolis, SC, CEP 88020-110 Fone: (048) 3225 8129 / Fax: (048) 3333 8777 www.prudencioadvogados.com.br Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. Nesse sentido, tem-se que a única responsável pelas eventuais verbas trabalhistas deferidas nesta demanda é a Primeira Reclamada, não podendo a Segunda Reclamada ser responsabilizada no presente caso, mesmo que de forma subsidiária. Sabe-se que somente o empregador é o responsável pelo risco do seu negócio, logo, não há como imputar responsabilidade à empresa diversa, na medida em que não restou evidenciada qualquer fraude trabalhista. No tocante a responsabilidade subsidiária nas relações de terceirização, não há legislação que discipline o caso, sendo que a súmula 331 do TST foi criada apenas com o intuito de coibir a má-fé e eventuais fraudes nas relações de emprego, não podendo o tomador de serviços ser responsabilizado quando não há evidencias de culpa in eligendo e in vigilando. Dessa maneira, não restando comprovada fraude ou má-fé das partes no contrato de prestação de serviços, não há de se falar em responsabilidade subsidiária da Segunda Reclamada. Assim, diante do exposto, não há que se falar em responsabilidade subsidiária da Segunda Reclamada, sendo que, desde já, se requer seja julgado improcedente o pedido em tela. ID. fbcfd09 - Pág. 3Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16101717311168900000006547357 Número do documento: 16101717311168900000006547357 Rua Jornalista Osvaldo Mello, nº. 62, Centro, Florianópolis, SC, CEP 88020-110 Fone: (048) 3225 8129 / Fax: (048) 3333 8777 www.prudencioadvogados.com.br III – DA JORNADA DE TRABALHO – VALIDADE DOS CARTÕES PONTO No tocante ao pedido de horas extras, inicialmente, cumpre ressaltar que o Reclamante cumpriu jornada de trabalho de segunda à sexta-feira, conforme os horários abaixo indicados: Segunda-feira – das 7h30min às 11h30min e das 12h30min às 17h Terça-feira – das 7h00min às 11h30min e das 12h30min às 17h Quarta-feira – das 7h00min às 11h30min e das 12h30min às 17h Quinta-feira – das 7h00min às 11h30min e das 12h30min às 17h Sexta-feira – das 7h30min às 11h30min e das 12h30min às 17h Destaca-se que o Reclamante compensou a jornada de trabalho de sábado ao longo da semana, conforme previsto no contrato de trabalho e no acordo coletivo de trabalho da categoria. Dessa maneira, o acréscimo na jornada diária, limitado a 44 horas semanais, não deve ser considerado como hora extra. No tocante aos cartões ponto, faz-se mister esclarecer a este r. juízo que o Reclamante sempre realizou os registros de acordo com a jornada de trabalho efetivamente realizada, sendo que a jornada extraordinária era registrada em relatório eletrônico apartado, tudo conforme demonstra a documentação anexa. Observa-se dos cartões ponto e relatórios de horas extras juntados com a presente defesa, que os horários preenchidos pelo Reclamante apresentam certa variação, não constituindo, assim, ponto britânico, assim como se encontram devidamente assinados pelo empregado, o que gera presunção de veracidade. ID. fbcfd09 - Pág. 4Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16101717311168900000006547357 Número do documento: 16101717311168900000006547357 Rua Jornalista Osvaldo Mello, nº. 62, Centro, Florianópolis, SC, CEP 88020-110 Fone: (048) 3225 8129 / Fax: (048) 3333 8777 www.prudencioadvogados.com.br Não procede a alegação do Reclamante no sentido de que nem todas as horas extras eram quitadas, assim como não havia validação das horas registradas por partedo supervisor e jamais foram alteradas as horas noturnas para diurnas. Inclusive, dos relatórios de horas extras é possível observar a declaração do Reclamante, vejamos: Desse modo, os cartões ponto e relatórios de horas extras devem ser considerados válidos por este r. juízo, sendo que todos os horários efetivamente trabalhados foram corretamente anotados. Todas as horas extras realizadas pelo Reclamante foram devidamente pagas pela empresa ao longo do pacto laboral, conforme se observa, por exemplo, do mês de competência 10/2014, vejamos: Relatório de horas extras: ID. fbcfd09 - Pág. 5Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16101717311168900000006547357 Número do documento: 16101717311168900000006547357 Rua Jornalista Osvaldo Mello, nº. 62, Centro, Florianópolis, SC, CEP 88020-110 Fone: (048) 3225 8129 / Fax: (048) 3333 8777 www.prudencioadvogados.com.br Holerite: Assim, resta demonstrado que quando eventualmente o Reclamante realizou horas extras, estas eram devidamente anotadas e pagas no contracheque do respectivo mês, não havendo de se falar em horas extras não pagas ao longo do pacto laboral. Os horários indicados na exordial como trabalhados não procedem, uma vez que os verdadeiros horários trabalhados constam nos cartões ponto e nos relatórios de horas extras, tudo conforme documentação que segue anexa. O Reclamante não trabalhava em sábados e domingos alternados, assim como não trabalhava em feriados. O que ocorria era escala de sobreaviso, sendo que o empregado que estava de plantão poderia ser chamado para resolver algum problema no final de semana ou no feriado, entretanto, nesses casos, as horas eram devidamente anotadas e pagas como extraordinárias. Assim, não procede a alegação no sentido de que o Reclamante trabalhava sábado e domingo alternados, das 9 às 14h, bem como em feriados no mesmo horário. ID. fbcfd09 - Pág. 6Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16101717311168900000006547357 Número do documento: 16101717311168900000006547357 Rua Jornalista Osvaldo Mello, nº. 62, Centro, Florianópolis, SC, CEP 88020-110 Fone: (048) 3225 8129 / Fax: (048) 3333 8777 www.prudencioadvogados.com.br Por outro lado, ressalta-se o Reclamante não traz aos autos nenhuma prova que comprove suas alegações, ao contrário da Reclamada, que junta com a presente defesa toda documentação necessária para análise deste r. juízo, comprovando que não prosperam as alegações feitas na exordial. Sobre o ônus da prova, a jurisprudência assim entende: HORAS EXTRAS. ÔNUS DA PROVA. É do autor o ônus da prova de que prestou horas extras, fato constitutivo de seu direito, nos termos dos artigos 818 da CLT e 333, I, do CPC. (Processo nº 0004005- 40.2011.5.12.0028, Juíza Mari Eleda Migliorini - Publicado no TRTSC/DOE em 10-05-2013). Assim, não comprova o Reclamante o fato constitutivo de seu direito, pois não restou demonstrado que laborou extraordinariamente sem receber a devida contraprestação. Outrossim, verifica-se que a jornada apontada pelo Reclamante é absurdamente excessiva, o que subverte a experiência comum, e foge da razoabilidade, restando, desde já, impugnado o horário e dias alegados na exordial. Sobre o assunto, a jurisprudência tem por bem desconsiderar a jornada em excesso, bem como corroborar a necessidade de o Reclamante comprovar o alegado: HORAS EXTRAS. JORNADA ABSURDA. REVELIA. PARCIAL ELISÃO. É curial que a ausência de contestação acarreta a revelia e, consequentemente, a aceitação tácita de veracidade dos fatos alegados na inicial, porém, tal fato processual, não impõe, por si só, que o juiz aceite como verdadeiros todos os fatos narrados na exordial, tendo como ID. fbcfd09 - Pág. 7Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16101717311168900000006547357 Número do documento: 16101717311168900000006547357 Rua Jornalista Osvaldo Mello, nº. 62, Centro, Florianópolis, SC, CEP 88020-110 Fone: (048) 3225 8129 / Fax: (048) 3333 8777 www.prudencioadvogados.com.br consequência apenas a presunção relativa de veracidade. O juiz, fiel ao princípio da razoabilidade, deve verificar se a parte está agindo dentro dos deveres jurídicos e nos limites que a lei lhe impõe. Assim, considerando irrazoável a extenuante jornada de trabalho alegada na inicial, das 07h às 21h30min, com apenas 20minutos de intervalo (TRT-5 - RecOrd: 00016950720125050421 BA 0001695-07.2012.5.05.0421, Relator: PAULINO COUTO, 5ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 10/12/2013). Grifamos. Dessa maneira, face a todo o exposto, requer-se a total improcedência do pedido de horas extras e seus reflexos em DSR, aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário e FGTS + 40%. Sucessivamente, em caso de deferimento do pedido, o que não se espera, requer-se sejam observados os adicionais de hora extra previstos na convenção coletiva de trabalho juntada pela Reclamada, assim como, seja considerado válido regime de compensação de horas, condenando-se a empresa, se for o caso, tão somente a partir da 44ª hora semanal, já que as horas trabalhadas a mais ao longo da semana visavam a compensação dos sábados folgados, nos termos da súmula 85 do TST. Ainda, o divisor a ser aplicado deve ser o 220, haja vista a contratação do Reclamante para trabalhar 44 horas semanais. III.1. DOS INTERVALOS INTRAJORNADA Conforme já esclarecido, a jornada de trabalho do Reclamante era de segunda à sexta-feira, sempre com intervalo intrajornada das 11h30 às 12h30, conforme comprova o cartão ponto. ID. fbcfd09 - Pág. 8Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16101717311168900000006547357 Número do documento: 16101717311168900000006547357 Rua Jornalista Osvaldo Mello, nº. 62, Centro, Florianópolis, SC, CEP 88020-110 Fone: (048) 3225 8129 / Fax: (048) 3333 8777 www.prudencioadvogados.com.br Como forma de amostragem, destaca-se, por exemplo, o cartão ponto do mês de janeiro/2015, vejamos: Desse modo, resta comprovado que o Reclamante sempre gozou de intervalo intrajornada. Outrossim, cumpre destacar que, diferentemente do que consta na exordial, o Reclamante não trabalhava sábado, domingo e feriados, razão pela qual não é devido o intervalo intrajornada nesses dias. Apenas, eventualmente, quando estava de sobreaviso, o Reclamante era acionado para atender algum chamado, conforme horários anotados nos relatórios de horas extras, mas os atendimentos levavam cerca de 1 a 2 horas, não sendo devido, portanto, intervalo. ID. fbcfd09 - Pág. 9Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16101717311168900000006547357 Número do documento: 16101717311168900000006547357 Rua Jornalista Osvaldo Mello, nº. 62, Centro, Florianópolis, SC, CEP 88020-110 Fone: (048) 3225 8129 / Fax: (048) 3333 8777 www.prudencioadvogados.com.br Dessa maneira, por não procederem as meras alegações do Reclamante, motivo pelo qual se requer a total improcedência do pedido de
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