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0025469 77.2016.5.24.0007

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Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região - 1º Grau
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual
04/04/2017
Número: 0025469-77.2016.5.24.0007
Data Autuação: 10/09/2016
Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO
Valor da causa: R$ 50.000,00
Partes
Tipo Nome
AUTOR SERGIO VIEIRA SILVA - CPF: 088.206.237-90
ADVOGADO TIAGO ALVES DA SILVA - OAB: MS12482
RÉU EQS ENGENHARIA LTDA - CNPJ: 80.464.753/0001-97
ADVOGADO CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO - OAB: RS51489
RÉU EMBRATEL TVSAT TELECOMUNICACOES SA - CNPJ: 09.132.659/0001-76
ADVOGADO Renata Goncalves Tognini - OAB: MS11521
Documentos
Id. Data de Juntada Documento Tipo
a1153
9d
10/09/2016 18:04 Petição em PDF Petição em PDF
e042e
1f
10/09/2016 18:04 001- INICIAL Petição Inicial
f91a3
08
12/09/2016 13:13 Decisão Decisão
c48ec
af
22/09/2016 16:13 Intimação Intimação
4a0d1
6a
17/10/2016 17:44 CONTESTAÇÃO Contestação
fbcfd0
9
17/10/2016 17:44 01. CONTESTAÇÃO SERGIO X EQS Documento Diverso
89b67
8a
17/10/2016 18:06 CONTESTAÇÃO Documento Diverso
4f10f6
3
01/12/2016 14:17 IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO SERGIO X EQS
ENGENHARIA
Documento Diverso
1c7ce
9d
20/02/2017 08:22 Manifestação à Impugnação - EQS x Sergio Documento Diverso
51c65
81
21/02/2017 10:15 Petição em PDF Petição em PDF
bab20
27
21/02/2017 10:15 SERGIO VIEIRA SILVA - manifestação docs.
juntados com impugnação
Documento Diverso
f5a98
1b
29/03/2017 08:15 Petição em PDF Petição em PDF
c6c50
03
29/03/2017 18:41 Ata da Audiência Ata da Audiência
TERMO DE PETICIONAMENTO EM PDF
 [SERGIO VIEIRA SILVA, TIAGO ALVES DA SILVA] x [EMBRATEL TVSAT TELECOMUNICACOES SA,:AUTUAÇÃO
E Q S E N G E N H A R I A L T D A ]
 T I A G O A L V E S D A S I L V A:P E T I C I O N A N T E
Nos termos do artigo 1º do Ato número 423/CSJT/GP/SG, de 12 de novembro de 2013, procedo à juntada, em anexo, de petição
em arquivo eletrônico, tipo “Portable Document Format” (.pdf), de qualidade padrão “PDF-A”, nos termos do artigo 1º, § 2º,
inciso II, da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, e em conformidade com o parágrafo único do artigo 1º. do Ato acima
mencionado, sendo que eventuais documentos que a instruem também serão anexados.
10 de Setembro de 2016
 TIAGO ALVES DA SILVA
ID. a11539d - Pág. 1Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA
https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091017500046200000006293116
Número do documento: 16091017500046200000006293116
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA __ª VARA DO TRABALHO DE CAMPO 
GRANDE (MS). 
 
 
 
 
 
 
 
SÉRGIO VIEIRA SILVA, brasileiro, casado, técnico em 
manutenção, inscrito no CPF/MF sob o nº 088.206.237-90, RG n° 
118618529 – SSP/RJ, filho de Sebastiana das Graças Vieiras, residente 
e domiciliado em Campo Grande (MS), à Rua 120, n° 78, B. Nova Campo 
Grande, CEP 79.104.580, por seus advogados que a esta subscrevem, vem 
perante Vossa Excelência ofertar AÇÃO TRABALHISTA em face de EQS 
ENGENHARIA LTDA - CNPJ 80.464.753/0001-97, pessoas jurídicas de 
direito privado, com sede em São José(SC), à Rua Judite Melo dos 
Santos, nº135, B. Área Industrial, CEP 88.104.765, e EMBRATEL TVSAT 
TELECOMUNICAÇÕES LTDA, - CNPJ 09.132.659/0001-76, pessoa jurídica de 
direito privado com sede no Rio de Janeiro (RJ), sito à Rua Regente 
Feijó, nº 166, sala 1401, Centro, o que faz nos seguintes termos: 
 
1 - DO CONTRATO DE TRABALHO. 
 
 
1- DA ADMISSÃO, FUNÇÃO E LITISCONSÓRCIO PASSIVO; 
 
O obreiro foi admitido em 2209.2014 para laborar na 
função de técnico em manutenção, competindo-lhe a manutenção dos 
equipamentos de ar condicionado da 2ª ré, para quem efetivamente 
prestava serviços de modo exclusivo. 
 
É certo que, diante do inadimplemento das obrigações 
contratuais por parte da 1ª acionada, a tomadora de serviços deve 
responder subsidiariamente, nos termos da súmula 331, IV/TST, razão 
pela qual está justificada sua manutenção do polo passivo da presente 
demanda. 
 
1.2 - DA REMUNERAÇÃO. 
 
O obreiro era remunerado com salário fixo de R$ 1.385,08 
mais adicional de periculosidade de 30% sobre o salário base. 
 
 
1.3 - DA JORNADA DE TRABALHO. 
 
A jornada de trabalho do obreiro exige nota especial. 
ID. e042e1f - Pág. 1Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA
https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144
Número do documento: 16091018032528800000006293144
 
 
 
 
 
Nem se alegue “inverossimilhança” na alegação, pois que 
imaginar que a jornada descrita é inverossímil só faz transparecer um 
total desconhecimento sobre fatos históricos relacionados à evolução 
do Direito do Trabalho, pois como ensina Maria Auxiliadora Guzzo de 
Decca, ao falar sobre os primórdios da sociedade capitalista 
brasileira, “A jornada de trabalho era muito extensa: variava de 10 a 
14 por dia, chegando as vezes a se prolongar por mais tempo ainda. 
Registram-se casos em que o trabalho operário era de 15 horas (por 
exemplo, na fábrica têxtil Santa Rosália, na periferia de Sorocaba) e 
até mesmo de 17 horas (por exemplo, na fábrica Mariângela dos 
Matarazzo, onde operários trabalhavam sem interrupção das 5 às 22 
horas, em 1907)”(1). 
 
Ora, se operários fabris laboravam entre 5 e 22 horas 
diariamente, sem intervalo e sem pausa semanal(2), isto em uma época de 
precária tecnologia e que tudo demandava força bruta, com maior razão 
é de se crer na jornada apontada. 
 
A jornada contratual do obreiro era a seguinte: labor de 
segunda a sexta feira com início às 7:00 horas e saída às 17:00 e 
intervalo intrajornada de uma hora. 
 
Tal modulação se dava para supostamente compensar as 
folgas aos sábados. 
 
Não obstante a narrativa acima, a jornada era bem 
distinta, extenuante e absurda, pois que, além da jornada acima, o 
obreiro tinha como incumbência a realização de horas de sobreaviso, 
assim, em todo tempo que não estava em efetivo labor, estava de 
sobreaviso, em posse de um telefone celular de propriedade da ré, para 
o atendimento de qualquer eventualidade que surgisse, independente do 
horário e do dia da semana. 
 
 
1 Indústria, trabalho e cotidiano: Brasil, 1889 a 1930. São Paulo: Atual, 1991, p.13. 
2 A inexistência de descanso semanal à época é fato público, não notório, pois depende de estudos sobre a legislação épica, 
mas inexistente à época. 
ID. e042e1f - Pág. 2Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA
https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144
Número do documento: 16091018032528800000006293144
 
 
 
 
 
Assim, logo que acionado, o obreiro deveria estar em, no 
máximo, 30 minutos no posto de trabalho para a realização de suas 
tarefas. 
Deste modo, temos por certo que, nos momentos em que não 
estava trabalhando diretamente, o obreiro encontrava-se em regime de 
sobreaviso, situação essa que lhe trazia uma série de restrições em 
sua vida privada. 
 
Exemplificando, o obreiro era impossibilitado de fazer 
viagens ou compromissos de comparecimento a locais onde não havia 
cobertura para telefone celular. 
 
Outrossim, o obreiro não podia fazer uso moderado de 
bebidas alcoólicas, pois que a qualquer momento poderia ser acionado, 
como aliás, sistematicamente o era. 
 
As horas extras laboradas eram lançadas pelo obreiro em 
um sistema de intranet da empresa que, após a validação do superior, 
eram quitadas. 
 
Sucede que, nem todasas horas laboradas eram quitadas, 
pois não raro as anotações eram glosadas pelo superior que, além do 
mais, alterava algumas horas noturnas para diurnas determinava a 
assinatura do obreiro como condição para o pagamento. 
 
É nessa quadra de ideias é que cumpre apontar que o 
obreiro laborava, em média, na seguinte jornada: 
 
 1 (um) dia por semana (de segunda à sexta-feira) entrava às 07h30m saindo às 18h00, com 01h00 de intervalo intrajornada; 
 2 (dois) dias por semana (de segunda à sexta-feira) entrava às 07h00 saindo às 23h00, com 2 (dois) intervalos intrajornada 
de 01h00 cada; 
 1 (um) dia por semana (de segunda à sexta-feira) entrava às 07h00 saindo às 18h00, com 01h00 de intervalo intrajornada; 
 1 (um) dia por semana (de segunda à sexta-feira) entrava às 07h30m saindo às 23h00, com 2 (dois) intervalos intrajornada 
de 01h00 cada 
 sábados e domingos alternados, das 09h00 às 14h00 sem intervalo; 
 em todos os feriados das 09h00 às 14h00 sem intervalo; 
 
 
ID. e042e1f - Pág. 3Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA
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Número do documento: 16091018032528800000006293144
 
 
 
 
 
Segue demonstrativo para melhor elucidação: 
 SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM 
0:00:00 
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2:00:00 
2:30:00 
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5:30:00 
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7:30:00 
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8:30:00 
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10:30:00 
11:00:00 
11:30:00 
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12:30:00 
13:00:00 
13:30:00 
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14:30:00 
15:00:00 
15:30:00 
16:00:00 
16:30:00 
17:00:00 
17:30:00 
18:00:00 
18:30:00 
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19:30:00 
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20:30:00 
21:00:00 
21:30:00 
22:00:00 
22:30:00 
23:00:00 
23:30:00 
24:00:00 
 HORAS TRABALHADAS 
 HORAS TRABALHADAS EM SOBREAVISO 
 HORAS DE SOBREAVIDO EM INTERVALO INTRAJORNADA 
 HORAS DE SOBREAVISO EM INTERVALO INTERJORNADA 
 
 
ID. e042e1f - Pág. 4Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA
https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144
Número do documento: 16091018032528800000006293144
 
 
 
 
 
2.4 – DA RESCISÃO. 
 
No dia 12.08.2016 o obreiro foi despedido sem justa 
causa. 
 
No caso em apreço a rescisão afronta o disposto no 
artigo 118 da lei 8.231/91, pois que o obreiro foi demitido no curso 
do período de estabilidade que faria jus por conta de uma doença 
ocupacional equiparada a acidente de trabalho, a saber, distúrbio do 
esqueleto axial, hérnias de disco, nódulos na coluna vertebral focos 
de disposição gordurosa, espondilodiscopatia degenerativa e outras 
lesões. 
 
Importante destacar, que, quando da rescisão, o obreiro, 
sequer foi submetido a exame demissional. 
 
Diante do exposto a rescisão deve ser reputada nula, 
determinando a imediata reintegração do obreiro ao trabalho, o que 
fica requerido, desde já. 
 
2- DA TUTELA DE URGÊNCIA 
 
A liminar pleiteada consiste em antecipação dos efeitos 
da tutela para determinar que a Ré reintegre, imediatamente, o obreiro 
ao seu posto de trabalho, bem como se abstenham de cancelar seu plano 
de saúde, indispensável ao tratamento da moléstia ocorrida por culpa 
exclusiva da ré. 
 
A Constituição Federal da Republica, ao dispor em seu 
artigo 5º, LXXVIII, declarou como sendo direito fundamental dos 
litigantes em geral a razoável duração do processo e os meios que 
garantam a celeridade de sua tramitação. 
 
O legislador ordinário na reforma processual de 1994 já 
havia previsto no artigo 273 do CPC (atual parágrafo único do artigo 
294), hipóteses em que o juiz, ao verificar uma das circunstâncias ali 
constantes, poderia antecipar os efeitos da tutela. 
 
Trata-se de verdadeira regra de distribuição do ônus do 
tempo que perdura o processo. 
 
Na hipótese dos autos temos que a tutela deve ser 
antecipada ao Autor, nos termos do artigo 300 do CPC, pois é notório 
que a espera pelo provimento definitivo de mérito pode causar ao 
mesmo, dano irreparável ou de difícil reparação, pois que, por se 
ID. e042e1f - Pág. 5Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA
https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144
Número do documento: 16091018032528800000006293144
 
 
 
 
 
tratar reintegração ao posto de trabalho, donde o obreiro extrai seus 
salários, presume-se sua urgência (jure et de jure). 
 
Na mesma linha a manutenção do plano de saúde é 
indispensável ao tratamento médico necessário a mitigar os efeitos da 
lesão ou, quiçá extirpá-la. 
 
Em suma, os requisitos Autorizadores da concessão da 
tutela de urgência estão todos presentes senão vejamos: 
 
No vertente caso o direito do requerente vai além de 
provável, chegando às vias da certeza, pois veja Vossa Excelência que 
os documentos comprovam que o Autor está acometido de doença 
profissional, já que a moléstia apresentada consta do nexo técnico 
epidemiológico, sendo presumidamente profissional, especialmente nesse 
caso em que o obreiro tem idade de 35 anos, laborando para a Ré nos 
termos narrados na exordial (jornada extenuante, sem respeito às 
normas de segurança e medicina do trabalho). 
 
Na tutela de urgência o risco de dano não exsurge de ato 
praticado ou que possa a vir a ser praticado pela outra parte, contudo 
é absolutamente cristalino o direito do Autor em ter seu contrato 
restabelecido, não se podendo prestigiar a formalidade processual e 
detrimento da satisfação do direito perseguido, motivo pelo qual deve 
ser antecipada a tutela jurisdicional, para determinar à acionada que 
reintegre imediatamente o obreiro ao posto de trabalho, tornando nula 
a demissão perpetrada, determinando, ainda, que a mesma se abstenham 
de cancelar o plano de saúde do qual o obreiro é usuário, e caso tenha 
havido cancelamento, que se determine a imediata reimplantação. 
 
Vejamos o que diz balizada doutrina: 
“Não há razão para a timidez no uso da tutela antecipatória, pois o remédiosurgiu 
para eliminar um mal que já está instalado. É necessário que o juiz compreenda que 
não pode haver efetividade sem riscos. A tutela antecipatória permite perceber que 
não é só ação (o agir, a antecipação) que pode causar o prejuízo, mas, também a 
omissão. 
Prudência e equilíbrio não se confundem com medo, e a lentidão da justiça exige 
que o juiz deixe de lado o comodismo do procedimento ordinário - no qual alguns 
imaginam que ele não erra - para assumir as responsabilidades de um novo juiz que 
trata dos "novos direitos" é que também tem que se entender - para cumprir a sua 
função sem deixar de lado a sua responsabilidade social - que as novas situações 
carentes de tutelar não podem, em casos não raros, suportar o mesmo tempo que 
era gasto para a realização dos direitos de sessenta anos atrás, época em que foi 
publicada a célebre obra de Calamandrei, sistematizando as providências 
ID. e042e1f - Pág. 6Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA
https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144
Número do documento: 16091018032528800000006293144
 
 
 
 
 
cautelares." (A Reforma do CPC e a Efetividade do Processo, Boletim Informativo 
Boni juris, nº34, de 10 de dezembro de 1995, pág. 2910/1914) 
De acordo com a nova sistemática processual, não há mais 
falar em ausência de perigo de irreversibilidade do provimento 
concedido, pois como já ensinava Nelson Nery Júnior: 
"A norma fala na inadmissibilidade de concessão de tutela antecipada, quando o 
provimento for irreversível. O provimento nunca é irreversível, porque é provisório e 
revogável. O que pode ser irreversível são as consequências de fato ocorridas pela 
execução da medida, ou seja, os efeitos decorrentes de sua execução. 
De toda sorte, essa irreversibilidade não é óbice intransponível à concessão do 
adiantamento, pois caso o Autor seja vencido na demanda, deve indenizar a parte 
contrária pelos prejuízos que ela sofreu com a execução da medida." (Código de 
Processo Civil Comentado, Ed. RT, pág.694) 
Ou seja, não há falar em risco de irreversibilidade toda 
vez que a situação puder ser recomposta através de perdas e danos. 
 
A concessão da tutela antecipada em nada afetará o 
direito dos requeridos, pois que não traduz ônus expressivo a tão 
grande organização. 
 
Por outro giro, a demora na concessão do provimento 
jurisdicional implicará até em consequências irreversíveis para o 
requerente, que busca direito e verba indispensável à manutenção da 
vida. 
 
Há prova manifesta do direito do autor! 
 
Em suma, tudo laborara pela procedência da ação e por 
isso, a necessidade de que se antecipem os efeitos da tutela 
pretendida. 
 
Por todo exposto, forte nos artigos 294 e 300 do CPC, 
requer a concessão da tutela de urgência para determinar que a Ré 
reintegre imediatamente o obreiro ao posto de trabalho, bem como se 
abstenham de cancelar o plano de saúde do qual o obreiro é usuário e 
caso o tenha feito, que o reestabeleça de imediato. 
 
Para assegurar o resultado prático da medida, deve ser 
imposta multa diária no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais), sem 
prejuízo de agravamento da coerção em caso de descumprimento. 
 
 
 
ID. e042e1f - Pág. 7Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: TIAGO ALVES DA SILVA
https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091018032528800000006293144
Número do documento: 16091018032528800000006293144
 
 
 
 
 
3 - VERBAS DEVIDAS 
 
3.1 – HORAS EXTRAS, INTERVALOS INTRAJORNADAS(3) E INTERVALOS 
INTERJONADAS. 
 
Consoante narrado, o obreiro se ativava em jornada 
extenuante que não obedecia qualquer dos limites imposto na legislação 
de regência, inclusive no que cerne a concessão dos intervalos dos 
artigos 71 e 66 da CLT, sendo que não houve o correto pagamento do 
labor suplementar. 
 
Por tal razão, requer a procedência do pedido para 
condenar as acionadas ao pagamento das horas extras, assim 
consideradas as excedentes à 8ª e à 40ª hora semanal, intervalos 
intrajornadas, intervalos interjornada e reflexos. 
 
A verba deve ter repercussão em repouso remunerado, 
aviso prévio indenizado, férias com acréscimo de 1/3, décimo terceiro 
salário, além de incidência de FGTS com multa (11,20%). 
 
O pedido de horas extras, intervalos e seus reflexos, 
deverá ser liquidado com divisor 200 e, conforme a condição mais 
benéfica estabelecida, adicional de 50% para a 1ª hora, 70% para a 
segunda hora, 100% para a terceira em diante e 120% para as horas 
laboradas em sábados, domingos e feriados, observação da globalidade 
salarial, e redução da hora noturna. 
 
Pede o deferimento do pedido. 
 
3.2 – ADICIONAL DE SOBREAVISO. 
 
Conforme já explicitado, mesmo no período em que o 
obreiro, teoricamente, estava de folga, era obrigado a manter o 
celular ligado(4), pois poderia ser acionado a qualquer momento, como 
de fato o era constantemente. 
 
Neste diapasão, temos que o obreiro não tinha assegurado 
seu direito de desconexão do trabalho, estando em estado de vigília a 
todo tempo, não podendo se retirar para local fora da cobertura da 
rede móvel, não podendo ingerir bebida alcoólica nem mesmo de modo 
social. 
 
O regime acima mencionado caracteriza, indene de dúvidas 
o regime de sobreaviso e o obreiro faz jus à remuneração equivalente a 
 
3 Exclusivamente quando do labor em sábados, domingos e feriados. 
4 Celular de propriedade da 1ª ré. 
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1/3 do valor da hora para cada horas prestada de sobreaviso em dias 
normais e na razão de 2/3 para os domingos e feriados. 
 
Nesse sentido é a correta jurisprudência do Regional: 
SOBREAVISO - PERÍODO DE DESCANSO - FUNCIONÁRIO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR - CONTATO 
POR CELULAR OU RÁDIO - SÚMULA 428 DO C. TST (NOVA REDAÇÃO) - CARACTERIZAÇÃO. Ficando o 
obreiro totalmente à disposição do empregador durante o seu período de descanso, quando poderia ser 
acionado pelo telefone móvel celular ou pelo rádio da viatura, resta caracterizado o sobreaviso previsto 
na nova redação da Súmula 428 do C. TST. (ACÓRDÃO TRT 24ª / 2ª Turma / RO.1 0000202-
34.2011.5.24.0022) 
 
No caso em apreço, a Ré pagou em alguns meses, 
aleatoriamente, horas de sobreaviso, sem se atentar para o número 
correto de horas, tampouco par a correta base de cálculo e reflexos 
devidos, devendo ser condenada ao pagamento das horas faltantes bem 
como ao pagamento das diferenças das horas quitadas com incorreta base 
de cálculo e reflexos. 
 
Ademais, considerando a natureza salarial da verba em 
questão, a mesma deverá refletir em RSR, férias com adicional, 
salários trezenos, aviso prévio indenizado e FGTS com multa. 
 
O pedido deverá ser liquidado com divisor 200, 
observação da globalidade salarial, e redução da hora noturna. 
 
Pede o deferimento do pedido. 
 
3.3 – DIFERENÇAS DO ADICIONAL NOTURNO. 
 
Parte do labor desenvolvido se dava em horário 
considerado noturno, diante do que deveria incidir o adicional 
noturno. 
 
A Ré jamais efetuou a correta quitação da parcela, 
devendo ser compelida a fazê-lo. 
 
Ademais, considerando a natureza salarial da verba em 
questão, a mesma deverá refletir em RSR, férias com adicional, 
saláriostrezenos, aviso prévio indenizado e FGTS com multa. 
 
Pede o deferimento do pedido. 
 
3.4 – DIFERENÇAS NO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. 
 
O obreiro sempre laborou exposto a risco de morte por 
descarga elétrica diante do que fazia jus ao recebimento de uma 
adicional de 30% que tem como base de cálculo a globalidade salarial 
(súmula 191/TST). 
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Embora a Ré efetuasse o pagamento do adicional de 
periculosidade, o fazia tomando por base de cálculo, apenas o salário 
base, diante do que deve ser condenada ao pagamento das diferenças 
havidas. 
 
Ademais, considerando a natureza salarial da verba em 
questão, a mesma deverá refletir em RSR, férias com adicional, 
salários trezenos, aviso prévio indenizado e FGTS com multa. 
 
Pede o deferimento do pedido. 
 
 
3.5 – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. 
 
Encontra-se superado o vetusto entendimento de que não 
são cumuláveis os adicionais de insalubridade e de periculosidade. 
 
A Constituição da República, no artigo 7º, inciso XXIII, 
garantiu de forma plena o direito ao recebimento dos adicionais de 
penosidade, insalubridade e periculosidade, sem qualquer ressalva 
quanto à cumulação, não recepcionando assim aquele dispositivo da CLT 
que aponta solução diversa. 
 
A avaliação mais correta se dá no sentido de que a 
acumulação se justifica em virtude de os fatos geradores dos direitos 
serem diversos e não se confundirem. 
 
A cumulação dos adicionais não implica pagamento em 
dobro, pois a insalubridade diz respeito à saúde do empregado quanto 
às condições nocivas do ambiente de trabalho, enquanto a 
periculosidade traduz situação de perigo iminente que, uma vez 
ocorrida, pode ceifar a vida do trabalhador, sendo este o bem a que se 
visa proteger. 
 
De mais a mais a opção prevista na CLT é inaplicável 
também devido à introdução no sistema jurídico brasileiro das 
Convenções 148 e 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 
que têm status de norma materialmente constitucional ou, pelo menos, 
supralegal, como foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
A Convenção 148 consagra a necessidade de atualização 
constante da legislação sobre as condições nocivas de trabalho, e a 
155 determina que sejam levados em conta os riscos para a saúde 
decorrentes da exposição simultânea a diversas substâncias ou agentes. 
 
Tais convenções superaram a regra prevista na CLT e na 
Norma Regulamentadora 16 do Ministério do Trabalho e Emprego, no que 
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se refere à percepção de apenas um adicional quando o trabalhador 
estiver sujeito a condições insalubres e perigosas no trabalho. Em 
conclusão, não há mais espaço para a aplicação do artigo 193, 
parágrafo 2º, da CLT. 
 
A questão acima delineada é de hercúlea importância na 
medida em que o obreiro, não somente esta submetido a labor 
periculoso, como também estava submetido a agentes físicos (ruído, 
frio e umidade) e biológicos (ácaros, fungos e bactérias), vez que 
laborava constantemente em estações de serviços lacradas e exposto ao 
tais agentes. 
Imperioso destacar que o obreiro não contava com EPI’S 
aptos a neutralizar os agentes insalubres. 
 
Diante do exposto, a Ré deve ser condenada ao pagamento 
do adicional de insalubridade em grau máximo bem como de seus reflexos 
RSR, férias com adicional, salários trezenos, aviso prévio indenizado 
e FGTS com multa. 
 
Pede o deferimento do pedido. 
 
3.6 – DOBRA DO REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. 
 
Durante todo o contrato de trabalho, o obreiro teve de 
laborar nos dias de sábados domingos e feriados, sem qualquer folga 
compensatória ou mesmo remuneração pelo labor prestado. 
 
Diante do exposto, a Ré deverá ser concedida ao 
pagamento da dobra do RSR e seus reflexos em férias com adicional, 
décimos terceiros salários, aviso prévio indenizado e FGTS com multa. 
 
Pede o deferimento do pedido. 
 
 
3.7 – VERBAS DECORRENTES DO PERÍODO DE AFASTAMENTO. 
 
Por ilícita a demissão do obreiro a Ré devera ser 
condenada ao pagamento de todos os salários, adicionais, vales-
alimentação, salários trezenos, férias com adicional, recolhimentos 
fundiários, multa sobre os depósitos fundiários e recolhimentos 
previdenciários, enquanto perdurar o afastamento decorrente da 
demissão contrária à lei. 
 
Pede o deferimento do pedido. 
 
 
 
 
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3.8 – VERBAS DECORRENTES DO PERÍODO DE ESTABILIDADE. 
 
Conforme dantes mencionado, a obreiro foi despedido ao 
arrepio da garantia contida no artigo 118 da lei 8.213/91, pois 
encontra-se inapto para o trabalho em decorrência de doença 
ocupacional equiparada a acidente de trabalho. 
 
Diante de tal fato, caso a Ré resista à ordem de 
reintegração do obreiro ao posto de trabalho, é certo que este fará 
jus ao período de estabilidade constante do artigo 118 da lei 
8.213/91, cujo prazo passa a fluir apenas a partir de da 
convalescência. 
 
Sucede que a ré, neste caso, teria dado causa à ruptura 
do contrato de trabalho e se negado a reintegrar o obreiro. 
Por tal razão, o obreiro, caso não reintegrado ao 
trabalho, deverá receber de todas as verbas que faria jus tais como: 
 
Salários (lato sensu), adicionais, vales-alimentação, 
salários trezenos, férias com adicional, recolhimentos fundiários, 
multa sobre os depósitos fundiários e recolhimentos previdenciários. 
 
Pede o deferimento do pedido. 
 
3.9 – INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. 
 
Quando de sua contratação o obreiro contava com um 
ajudante que o auxiliava no transporte de ferramentas, escadas, 
remoção de e soerguimento de objetos pesados etc... 
 
Um mês após a contratação o ajudante foi dispensado, 
sendo que o obreiro teve de passar a desenvolver todas as tarefas 
sozinho. 
 
Não tardou para que o obreiro sofresse lesões em sua 
coluna vertebral que o incapacitaram para o trabalho. 
 
Por várias vezes, o obreiro obteve atestado médico que 
determinava a interrupção de seu trabalho para tratamento médico, 
sendo que a Ré jamais acatou qualquer um deles, antes determinando que 
o obreiro retomasse o posto de trabalho, pois não havia que o 
substituísse em seu mister. 
 
Veja Vossa Excelência que em dado momento o obreiro 
recebeu recomendação médica para que fosse remanejado de função, 
ocasião em que informou a Ré do fato, sendo desatendido, e mesmo 
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estando acometido por doença ocupacional equiparada a acidente de 
trabalho foi despedido sem justa causa. 
 
Em decorrência das moléstias profissionais o obreiro 
encontra-se incapacitado para o trabalhobem como para a execução das 
tarefas mais primárias do dia-a-dia. 
 
A Constituição da República possui como princípios 
basilares a dignidade da pessoa humana e a valorização social do 
trabalho (art. 1º, incs. III e IV), além disso estabelece que a ordem 
econômica deve estar fundada na valorização do trabalho humano, a fim 
de assegurar a todos existência digna (art. 170). 
 
Diante dos fatos narrados, temos por flagrante a 
caracterização do dano moral a ensejar indenização, pois tal sansão 
tem vez quando violados a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas (art. 5º, inc. X, da Constituição da República), 
portanto direitos relacionados à personalidade. 
 
Assim, o dano à saúde do empregado decorrente das 
atividades por ele desenvolvidas (doenças profissionais), caracteriza 
o dano moral a que se refere o art. 5º, inc. X, da Constituição da 
República, por resultar em violação à dignidade da pessoa humana 
afetos à personalidade do indivíduo (art. 1º, inc. III). 
 
Ao descurar de garantir ao obreiro condições dignas de 
trabalho, alcançadas pelo respeito às normas de segurança e medicina 
do trabalho, a Ré violou sua a esfera de direitos e está incursa nas 
disposições dos artigos 186, 187, 927 e 944 todos do CCB, pois aquele 
que com sua conduta viola a esfera de direito de outrem fica obrigado 
a reparar o dano sofrido, ainda que este tenha índole exclusivamente 
moral. 
 
Para tanto, o dever de indenizar compõe-se dos seguintes 
elementos: 
a) Ação ou omissão culposa ou dolosa do agente; 
 b) Existência do dano; 
c) Nexo de causalidade. 
 
Com relação ao primeiro elemento (ação ou omissão 
culposa ou dolosa do agente) sabe-se que é direito do trabalhador um 
meio ambiente do trabalho hígido e saudável, cumprindo ao empregador 
zelar por tal circunstância em respeito à saúde e higiene de quem lhe 
presta trabalho humano subordinado. 
 
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Como se vê no vertente caso, o Obreiro era exposto a 
jornadas extenuantes, em labor exercido sem as condições ergonômicas 
precárias e, embora se queixasse diuturnamente de dores nos membros 
superiores, a Ré nada fazia para amenizar a situação, negando-se até 
mesmo a acolher atestados médicos de afastamento. 
 
Vezes houveram em que o obreiro, mesmo apresentando 
atestado médico com licença por alguns dias, não pode usufruir do 
descanso, pois que sofria ameaças sistemáticas de demissão. 
 
Diante de tal cenário, resta evidente a conduta ilícita 
e abusiva da ré, e, por conseguinte, a caracterização do primeiro 
elemento do dever de indenizar. 
 
A existência da lesão extrapatrimonial é flagrante, pois 
que a existência de dano moral, em casos como o presente, é 
inteiramente presumida e prescinde de provas de sua ocorrência, em 
virtude de ele consistir em ofensa a valores humanos, bastando a 
demonstração do ato em função do qual a parte diz tê-lo sofrido para 
restar clara a obrigação de indenizar. 
 
Assim, conclui-se logicamente, que dano moral nada mais 
é do que a própria violação de direitos decorrentes da personalidade e 
que a sua ocorrência é verificada sempre que houver qualquer tipo de 
conduta ofensiva à dignidade da pessoa humana. 
 
Como se vê, é dispensada a prova de prejuízo concreto, 
já que há a impossibilidade de se penetrar na alma humana, e esta 
inviabilidade, embora possa impossibilitar a mensuração da lesão 
operada, não pode, sob pena de subversão da ordem, impedir a 
incidência do dever de indenizar. 
 
Porém, não resta a menor dúvida de que a conduta da 
acionada acabou por impingir danos à moral do trabalhador que sente 
dores e encontra-se improdutivo, decorrendo daí grande sofrimento 
moral e ofensa à sua dignidade, exteriorizando-se a lesão 
extrapatrimonial. 
 
Por fim, com relação ao nexo de causalidade, a lesão 
moral que acometeu o Obreiro decorreu logicamente do trabalho prestado 
à ré, que descurou de respeitar as normas de segurança e medicina do 
trabalho. 
 
Ora Excelência, o nexo causal resta inexpugnável, na 
medida em que o dano sofrido pelo trabalhador decorreu diretamente da 
prestação de serviços à ré, dirigidos e comandados por esta, cujo 
resultado objetivo se dava em seu proveito. 
 
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No vertente caso, o obreiro era téc. em manutenção de ar 
condicional tendo em seu favor a presunção encerrada no nexo técnico 
epidemiológico de que sua moléstia decorre do trabalho, cabendo à Ré o 
ônus de demonstrar cabalmente que o a lesão do obreiro não guarda 
relação com seu trabalho desenvolvido. 
 
Com o advento da MP n. 316/2006, posteriormente 
convertida na Lei n. 11.430/2006, o legislador introduziu 
significativa modificação no sistema de prova do acidente do trabalho 
ao criar o Nexo Técnico Epidemiológico - NTEP. Para tanto o legislador 
inseriu novo artigo à Lei n. 8.213/1991, in verbis: 
 
Art. 21-A: A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza 
acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico 
epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a 
atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada 
na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o que 
dispuser o regulamento. 
 
§ 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando 
demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. § 2º A 
empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja 
decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao 
Conselho de Recursos da Previdência Social. 
 
Doravante, a abordagem passa de um viés individual para 
uma abordagem coletiva, uma vez que o critério para definir o nexo 
causal da doença ocupacional passa a levar em conta dados estatísticos 
epidemiológicos. 
 
A expressão “epidemiologia” significa aqui o estudo 
interdisciplinar dos fatores que influenciam na proliferação de 
doenças e sua distribuição sobre determinada população. 
 
Verifica-se, portanto, que o novo NTEP aplica-se apenas 
para fixar o nexo causal das doenças ocupacionais, sendo impertinente 
para os chamados acidentes típicos. 
 
A propósito dessa nova técnica, o Conselheiro Nacional 
de Saúde, Paulo Albuquerque de Oliveira, observa: 
 
“Entende-se que a abordagem coletiva da epidemiologia clínica supera a 
abordagem individual da clínica médica, em matéria de saúde do trabalhador, 
porque erra menos e erra menos porque tende a anular os vieses, uma vez que se 
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enxerga numa tomada só, ao invés de um, todos os casos registrados no INSS de 
milhões de trabalhadores e empresa e milhares de médicos”(5). 
 
Nesta senda, não se pode, sequer cogitar da existência 
de ônus por parte do obreiro, pois não se pode impor ao mesmo, ônus 
quea lei impôs ao empregador, já que criou uma presunção de 
existência de nexo de causalidade entre a doença e o labor do obreiro, 
neste sentido: 
 
ACIDENTE DO TRABALHO - NEXO CAUSAL - RECONHECIMENTO DO INSS - EFEITOS. 
A conclusão do INSS é suficiente a caracterizar o nexo causal entre o labor e a 
doença desenvolvida, uma vez ser ele o órgão competente para avaliação nesse 
sentido. Reconhecida a doença como acidente do trabalho, e demonstrado nos 
autos que as condições a que submetida a Autora no desempenho de suas 
atividades foram fundamentais ao seu surgimento e/ou desenvolvimento, deve ser 
responsabilizada a empregadora quanto aos danos patrimoniais e morais 
decorrentes do evento. (TRT 12ª R. - RO-V 00229-2005-008-12-00-2 - 3ª T. - Rel. 
Juiz Gerson Paulo Taboada Conrado - J. 20.10.2005) 
 
Embora o nexo técnico epidemiológico seja dirigido à 
Previdência Social, a caracterização do acidente de trabalho pelo 
critério da presunção repercutirá na prova do acidente de trabalho 
para fins de reparação de dano pelo regime da reparação civil. 
 
Uma vez admitida pela Previdência Social que a doença 
caracterizadora do acidente foi desencadeada pelas condições 
ambientais de trabalho de risco, certamente que os elementos de 
convicção da Previdência Social servirão como prova da efetiva 
ocorrência do acidente de trabalho (nexo causal) e culpa do 
empregador. 
 
Em novembro de 2007 a I Jornada de Direito do Trabalho 
promovida pela ANAMATRA com o apoio do TST aprovou escorreito verbete 
sobre o tema: 
 
ENUNCIADO 42: Presume-se a ocorrência de acidente do trabalho, mesmo sem a 
emissão da CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho, quando houver nexo 
técnico epidemiológico conforme art. 21-A da Lei 8.213/1991. 
 
É, pois, o caso típico das doenças apresentadas pelo 
obreiro, em atividade de “digitação de dados para processamento”, CNAE 
6311- 9/00, onde o NTEP encontra-se presente em face do risco 
potencial da atividade, conforme demonstram as estatísticas das 
notificações acidentárias e a expressa previsão da Lista B do Anexo II 
do Decreto n. 6.042/2007. 
 
5 OLIVEIRA, Paulo Rogério Albuquerque de. Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário - NTEP. In: Nota Técnica n. 
12/2005/MPS/SPS/CGEP. Brasília 29.04.05. 
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Com base nesse critério epidemiológico e de incidência 
estatística da Previdência Social, os pretórios trabalhistas vêm 
reconhecendo o nexo causal do acidente do trabalho para fins de 
responsabilidade civil: 
 
 
DOENÇA PROFISSIONAL - TENDINITE - ATIVIDADE BRAÇAL - RISCOS INERENTES À 
FUNÇÃO - NEXO CAUSAL - PRESUNÇÃO E ÔNUS DA PROVA. 1. Se a atividade 
cotidianamente desenvolvida pelo empregado era de natureza braçal, alcançando 
variados movimentos de forte impacto, é de se reconhecer exposição a riscos de 
lesionamento dos tendões e articulações, sendo nesse sentido o Decreto n. 
3.048/99 (anexo II, item X)10, que inclui como fatores de risco da síndrome do 
impacto e da tendinite biciptal, não apenas os movimentos repetitivos, mas 
também o ritmo de trabalho penoso e as vibrações localizadas. 2. Por outro lado, 
em havendo compatibilidade entre a lesão apresentada pelo trabalhador e os 
riscos da atividade por ele desenvolvida, o nexo causal é presumido, competindo 
ao empregador provar que a doença foi adquirida em razão de outras atividades ou 
fatores. 3. Recurso improvido, decisão unânime. (TRT 24ª R. - RO 0273/2004-031-
24-00-3 - Rel. Juiz Amaury Rodrigues Pinto Júnior - DOMS 02.09.2005). 
 
Não há dúvida de que a presença de NTEP entre o ramo da 
atividade econômica (CNAE) e a entidade mórbida motivadora da 
incapacidade relacionada na CID constitui-se em um critério eficaz 
para fins de enquadramento na hipótese do parágrafo único do art. 927 
do Código Civil. 
 
O próprio perito poderá constatar que a Ré não comprova 
o cumprimento de qualquer norma de segurança e medicina do trabalho. 
 
Diante de tais ponderações, é imperiosa a condenação da 
Ré ao pagamento de indenização por danos morais. 
 
3.10.1– QUANTUM INDENIZATÓRIO. 
 
Tarefa difícil é essa de chegar a um valor que seja tido 
como justo para uma indenização por um dano moral. 
 
Prescreve o art. 944 do código civil que a indenização 
terá como parâmetro a extensão do dano. 
 
Ressalte-se, porém, que a extensão do dano não é o único 
balizador do quantum indenizatório já que é pacífico (doutrinária a e 
jurisprudencialmente) que se deve ter em conta fatores como a 
intensidade da culpa do agente, grau de reprovação da conduta e 
compleição econômica dos envolvidos no evento danoso, seja vítima ou 
Autor do dano. 
 
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Com relação ao agente causador, tratam-se das mais 
rentáveis empresas do setor e de conduta severamente reprovável. 
 
A indenização por danos morais tem função bifronte 
(dúplice), pois de um lado visa à compensação pelo dano havido 
(caráter ressarcitório), ao passo que, pela outra frente, busca 
desestimular a conduta do causador do dano, em profilaxia à 
reincidência (caráter pedagógico). 
 
A ponderação acima lançada serve apenas para alertar ao 
julgador que uma condenação nos moldes em que veem sendo praticadas, 
não é capaz de atingir o escopo pedagógico da medida, pois que diante 
da grande força econômica da ré, esta não se vê atingida de nenhuma 
forma, sendo verdadeiro contributo à perpetuação das péssimas 
condições de trabalho impostas aos seus empregados. 
 
Deste modo, considerando a gravidade da lesão, a 
natureza do direito violado (extensão do dano) e as circunstâncias que 
cercam a ré, a indenização deferida não poderá ser inferior à monta de 
50 vezes o valor do maior salário do obreiro. 
 
Pede o deferimento do pedido. 
 
3.11– INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS DECORRENTES DA REDUÇÃO DA 
CAPACIDADE LABORATIVA. 
É certo que a lesão decorrente do acidente de trabalho, 
importou em redução da capacidade laborativa do obreiro que, não 
possui condições físicas de trabalho. 
 Assim, pelas mesmas razões acima declinadas, com base 
nos mesmos fundamentos (omissão, dano e nexo de causalidade), 
fulcrando-se nos artigos 186,927 e 944 do CCB, a Ré deverá ser 
condenada ao pagamento de indenização por danos materiais decorrentes 
da redução da capacidade laborativa causada pela doença ocupacional, 
cuja extensão poderá ser apontada por meio de perícia médica. 
Assim, após a verificação da extensão da incapacidade 
gerada, a Ré deverá ser condenada ao pagamento de pensão vitalícia ao 
obreiro, que deverá ter como base de cálculo o valor de remuneração do 
maior salário, corrigida e atualizada por meio do salário da 
categoria. 
Subsidiariamente, o pensionamento deverá ser deferido 
até a total convalescência do obreiro a ser apurado por meio de ação 
revisional a cargo da ré. 
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Número do documento: 16091018032528800000006293144Deferido o pedido, requer seja a verba executada em 
forma de parcela única, na forma do artigo 950 do CCB, observado, 
neste caso, a expectativa de sobrevida do Autor. 
Outrossim, extrai-se que o Autor padece das lesões 
causadas pelo acidente, decorrendo daí a responsabilidade da Réa 
responsabilidade pelos danos causados, incluindo-se em tal conceito as 
despesas médicas e despesas necessárias à minoração das consequências 
do dano, tal como a inscrição do obreiro em plano de saúde para o 
custeio de todo tratamento necessário à sua convalescência, bem como o 
pagamento das despesas já havidas e que poderão ser comprovadas na 
forma do artigo 524, § 3º do CPC. 
 
3.12 - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. 
Em razão da jornada de trabalho denunciada na presente 
exordial, não temos a menor dúvida de que o obreiro foi vítima de 
danos de ordem moral que é aquele que atinge os direitos da 
personalidade, sem valor econômico, e que, na relação de emprego, 
resta caracterizado por abusos cometidos por empregado ou empregador 
com repercussão na vida privada, na intimidade, na honra ou na imagem 
do ofendido. 
No caso em apreço resta que o reclamante era submetido a 
jornadas excessivas, que extrapolavam, o limite de dez horas diárias, 
fato que notadamente atinge a integridade física do empregado, visto 
que o expõe a situações de extremo stress e fadiga física e mental, 
além de não permitir ao trabalhador tempo necessário para o lazer, 
convívio social, familiar e religioso e cívico. 
O ser humano é vocacionado a trabalhar enquanto vive e 
não o contrário. 
Todas as vezes que o empregador desvirtuar, ou tentar 
desvirtuar a máxima moral de que o trabalho é meio e não fim da 
essência humana, encontrar-se-á violada a vertente personal do 
trabalhador. 
Em casos como o vertente o dano moral dispensa prova em 
concreto, pois se passa no interior da personalidade, tem presunção 
absoluta. Provada a existência do fato ilícito, ensejador do 
constrangimento, mostra-se devido o ressarcimento civil por dano moral 
(art. 186 e 927, do CC/02). 
No caso dos autos, restará comprovada que o autor 
cumpria, aproximadamente, jornada diária de 16 horas. 
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Com efeito, a jornada de trabalho excessiva identificada 
no processado viola frontalmente o postulado da dignidade da pessoa 
humana, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o 
ordenamento constitucional (art. 1º, III, da CRFB). 
Além do mais, a ação da ré, a um só tempo, conspurca o 
valor social do trabalho (art. 1º, IV e 170, caput, da CRFB) e esvazia 
o conteúdo da função social da empresa (artigos 5º, XXIII, e 170, III, 
da CRFB, e artigo 421 do CC/02) e, por fim, torna ineficazes os 
direitos fundamentais do meio ambiente do trabalho equilibrado (arts. 
6º, 196, 220, VII, e 225, caput, da CRFB) e da redução dos riscos 
inerentes ao trabalho (art. 7º, XXVII). 
Ademais, é importante assinalar que a limitação da 
jornada de trabalho diária e semanal traduz-se na primeira conquista 
do movimento sindical e operário do final do século XIX e começo do 
século XX, estando consagrada na primeira Convenção da OIT, sendo 
verdadeira concretização de um dos valores e princípios básicos da 
OIT, qual seja, o trabalho deve ser fonte de dignidade e não de 
degradação da pessoa humana. 
Em síntese conclusiva, a conduta patronal ao impor 
jornada excessiva ao obreiro sobejou demasiadamente os estritos 
limites do poder diretivo empresarial (art. 2º da CLT c/c o art. 187 
do CC), não se conformando aos postulados constitucionais e éticos que 
devem presidir a execução do contrato de trabalho (art. 422 do CC c/c 
o art. 8º da CLT), caracterizando-se ipso facto como ato ilícito (art. 
186 do CC/02), gerador do dever de indenizar o patente dano ao 
patrimônio moral do trabalhador, que viu conspurcada a sua dignidade 
humana e os direitos da personalidade (arts. 5º, V e X, da CRFB e 927 
do CC/02). 
Diante do exposto, presentes os requisitos de dever de 
indenizar, a ré deverá ser condenada ao pagamento de indenização por 
danos morais, correspondentes ao dobro do valor das horas extras 
laboradas em seu favor e mediante a precarização da relação de 
trabalho, em desfavor do obreiro e toda a coletividade. 
 
3.13 – HONORÁRIOS ADVICATÍCIOS – TESE NOVA. 
Deferidos os benefícios da justiça gratuita ao obreiro, 
há que se condenar a Ré ao pagamento de honorários advocatícios, pois 
atendidos os requisitos da Lei 1.060/50, são devidos os honorários de 
assistência judiciária gratuita, ainda que o advogado da parte não 
esteja credenciado pelo sindicato representante da categoria 
profissional. 
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O princípio da inafastabilidade, ampla defesa, 
contraditório e acesso a justiça tem como implicação o direito da 
parte em escolher o advogado que melhor atenda sua confiança para o 
patrocínio de sua causa, não podendo a lei ordinária, sem que isso 
implique ofensa escancarada à constituição federal, impor à parte que 
escolha o advogado do sindicato, sob pena de ter de pagar pelo de sua 
escolha. 
A proposta que vinga na jurisprudência majoritária é 
paradoxal, pois apenas se traduz em privilégio ao advogado do 
sindicato obreiro e, numa república, toda forma de privilégio é 
odiosa. 
Vejamos a iniquidade escancarada que a jurisprudência 
tem causado: 
Dois trabalhadores decidem acionar o antigo empregador. 
O trabalhador “a” contrata os serviços do advogado do sindicato e o 
trabalhador “b” não confiando na competência do advogado do sindicato, 
contrata um advogado particular. Ambos pretendem o recebimento de R$ 
10.000,00 (dez mil reais). 
No caso acima, segundo a jurisprudência dominante, “a” 
receberá R$ 10.000,00 e “b” R$ 8.000,00, pois teve de arcar com 
honorários de advogado no importe de 20%. 
A solução é iniqua, pois que num só golpe está a se 
punir o trabalhador por não confiar no advogado do sindicato e 
beneficiar a empresa descumpridora da obrigação que deveria pagar R$ 
11.500,00 caso o trabalhador tivesse cedido à chantagem legislativa e 
contratado ao sindicato da categoria, embora não sejam escassas as 
notícias de que o sindicato da categoria sistematicamente se associa 
ao empregador para lesar o empregado, não sendo digno de confiança(6). 
A guerrear a iniquidade que a muito impera, o TRT gaúcho 
editou súmula de jurisprudência uniforme (súmula 61/TRT4) no sentido 
de que “Atendidos os requisitos da Lei nº 1.060/50 são devidos os 
honorários de assistência judiciária gratuita, ainda que o advogado da 
parte não esteja credenciado pelo sindicato representante da categoria 
profissional.” 
A tese trazida na súmula é uma conquista histórica da 
independência do Judiciário de 2º grau e afirmação de compromisso com 
a ordem constitucional vigente, pela qual “o Estado prestará 
 
6 A hipótese aqui ventilada é teórica e não se presta a qualificar o sindicato profissional que atua em nosso Estado, pois 
patrocinado por profissionais de ilibada conduta e que não tergiversam no interesse de seu cliente. 
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assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos” (CF, 5º, LXXIV). 
 
Pede o deferimento do pedido. 
 
4 - DOS PEDIDOS 
 
Por todo exposto requer seja recebida a presente ação 
para: 
Conceder a antecipação dos efeitos da tutela, sem 
audiência da parte contrária, para declarar nula a demissão havida, 
determinando que a Ré reintegre o obreiro ao trabalho e se abstenham 
de cancelar seu plano de saúde sob pena de multa diária no importe de 
R$ 2.000,00 (dois mil reais) sem prejuízo de agravamento para que se 
atinja o efeito prático desejado, colocando o obreiro, desde já à 
disposição da autarquia previdenciária; 
 
No mérito, requer seja reptada nula a rescisão 
contratual, tornando definitiva a liminar expedida e condenando a 1ª 
Ré à retificação das anotações em CTPS e ao pagamento (a segunda ré 
deverá responder subsidiariamente) das verbas descritas no item 3 da 
presente ação e seus subitens, com juros de mora capitalizados 
mensalmente e correção monetária pelo IPCA diante da flagrante 
inconstitucionalidade (7) do termo “TRD” constante do caput do art. 39 
da Lei 8.177/91(a apurar). 
 
Sejam concedidos ao Autor os benefícios da justiça 
gratuita por não dispor, por ocasião do momento, de recursos que façam 
frente à contratação de advogado e pagamento de custas, conforme 
declaração acostada. 
 
Sejam citadas as Reclamadas para, querendo, contestarem 
à presente reclamação, sob cominação de revelia e confissão ficta, 
decorrendo daí seus efeitos. 
 
Protesta por provar o alegado por todos os meios de 
provas admitidos em direito, sem exceção. 
 
Imposta a condenação, requer seja procedida a liquidação 
da sentença, por simples cálculos aritméticos(8), tomado daí em diante 
o procedimento do cumprimento de sentença previsto no artigo 523 do 
CPC, aplicável ao processo do trabalho por força do artigo 769 da CLT. 
 
 
7 A “TRD” não representa a exata desvalorização da moeda, sendo que sua aplicação como índice de correção monetária dos 
créditos trabalhistas representa ataque a valores constitucionalmente assegurados como o direito de propriedade e coisa 
julgada. 
8 Embora o CPC, não preveja uma fase de liquidação por cálculos, a verdade é diversa no processo do trabalho que faz clara 
previsão a tal procedimento. 
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Dá-se à causa o valor de R$. 50.000,00 (cinquenta mil 
reais), para fins exclusivos de rito. 
 
 
Campo Grande/MS; 12.09.2016. 
 
 
TIAGO ALVES DA SILVA 
OAB/MS 12.482 
 
 
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 24ª REGIÃO
7ª Vara do Trabalho de Campo Grande
RTOrd 0025469-77.2016.5.24.0007
AUTOR: SERGIO VIEIRA SILVA
RÉU: EQS ENGENHARIA LTDA, EMBRATEL TVSAT
TELECOMUNICACOES SA
DESPACHO
Postulou o autor a concessão de tutela de urgência, com o fim de que seja reintegrado imediatamente ao
trabalho e que seja mantido ou restabelecido seu plano de saúde, visto que foi dispensado indevidamente
apesar de ter estabilidade em decorrência de doença laboral.
Para o deferimento da tutela de urgência é necessário que seja demonstrada a probabilidade do direito e
do perigo do dano ou o risco ao resultado útil do processo, além do requisito da reversibilidade dos efeitos
da decisão que a concede (CPC/2015, art. 300).
No caso em tela, não há como conceder a tutela de urgência pleiteada, pois: a) o autor não apresentou
nenhum documento capaz de comprovar o alegado vínculo empregatício com a ré; b) não há como
reconhecer, em sede de cognição sumária, a estabilidade provisória do autor, pois, a despeito dos
atestados médicos que ele apresentou, a verificação da alegada doença laboral somente será possível,
obviamente, após a devida instrução processual.
Indefiro, portanto, o pedido de tutela de urgência.
CAMPO GRANDE, 12 de Setembro de 2016
HERBERT GOMES OLIVA
Juiz do Trabalho Substituto
ID. f91a308 - Pág. 1Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: HERBERT GOMES OLIVA
https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16091211491314100000006297897
Número do documento: 16091211491314100000006297897
 
 PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região
7ª VARA DO TRABALHO DE CAMPO GRANDE
Rua João Pedro de Souza, 991 - Monte Líbano
CEP. 79004-914 Telefone: (67) 3316-1917
 e-mail: cg_vt7@trt24.jus.br
Processo Judicial Eletrônico - PJe n. 0025469-77.2016.5.24.0007
Reclamante(s): SERGIO VIEIRA SILVA
Reclamada(o)(s): EQS ENGENHARIA LTDA e outros
 CITAÇÃO
De ordem do MM. Juiz, fica Vossa Senhoria citada para apresentar resposta à presente ação, no prazo de 20 dias, a contar da
, sob pena de preclusão para a prática do ato, com as penalidades do artigo 844 da CLT;data da citação
Havendo efetivo interesse de qualquer delas na realização de audiência para fins específicos de conciliação (a qualquer tempo -
CLT, art. 764 e 765) poderão solicitar ao juízo a respectiva designação, que será objeto de inclusão em data próxima, mantido,
contudo, o prazo para defesa e demais atos como definidos nas alíneas antecedentes. "
Obs. No caso de processo judicial eletrônico - Pje, a resposta deverá ser enviada nos termos do art. 39 da Resolução CSJT nº 94/2012.
 
Documentos associados ao processo
Título Tipo Chave de acesso**
Decisão Decisão 16091211491314100000006297897
001- INICIAL Petição Inicial 16091018032528800000006293144
005- ATESTADOS-email Atestado 16091017514496400000006293132
004- DOC DIVERSOS-email Documento Diverso 16091017514457400000006293131
003- DECLARAÇÃO DE
HIPOSSUIFICÊNCIA
Declaração de
Hipossuficiência 16091017513293200000006293126
002- PROCURAÇÃO Procuração 16091017514206000000006293124
Petição em PDF Petição em PDF 16091017500046200000006293116
 
 Campo Grande, MS, 22 de Setembro de 2016. 
O nome do signatário e a data do presente documento constam em sua assinatura eletrônica. Em caso de assinatura em dia não útil, considera-se praticado o ato no dia útil subsequente.
PJe n. 0025469-77.2016.5.24.0007
Destinatário: EQS ENGENHARIA LTDA
RUA JUDITE MELO DOS SANTOS , 135, DISTRITO INDUSTRIAL, SAO JOSE - SC - CEP: 88104-765
Código de Rastreamento: JH960771315BR
ID. c48ecaf - Pág. 1Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: ALLAN ONISHI
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Número do documento: 16092216130041300000006388599
Segue em anexo contestação e documentos em formato PDF.
 
ID. 4a0d16a - Pág. 1Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO
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EXCELENTÍSSIMO SENHORJUIZ DA 7ª VARA DO TRABALHO DE CAMPO 
GRANDE/MS 
 
 
Processo: 0025469-77.2016.5.24.0007 
Reclamante: SERGIO VIEIRA SILVA 
Reclamadas: EQS Engenharia LTDA e Outras 
 
 
 
EQS ENGENHARIA LTDA, já qualificada no processo em epígrafe, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seus 
procuradores infra-assinados, apresentar 
CONTESTAÇÃO 
nos autos da ação trabalhista movida por SERGIO VIEIRA SILVA, pelos 
seguintes fatos e fundamentos jurídicos que a seguir passa a expor: 
 
I – DO CONTRATO DE TRABALHO COM A EQS 
 
O Reclamante foi contratado pela Primeira Reclamada em 22/09/2014, 
para exercer a função de Técnico de Manutenção, sendo apenas a nomenclatura do 
seu cargo modificada para Técnico de Operações Jr em 01/10/2015, percebendo salário 
fixo inicial de R$ 1.302,99 (mil trezentos e dois reais e noventa e nove centavos), 
acrescido do adicional de periculosidade, conforme contrato de trabalho firmado entre as 
partes. 
 
O contrato de trabalho do Reclamante foi rescindido sem justa causa pela 
Reclamada em 12/08/2016, sendo-lhe concedido aviso prévio indenizado de 33 (trinta e 
três) dias, conforme documentos rescisórios que seguem anexos. 
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Esclarecidos os fatos dos contratos de trabalho firmados com o Reclamante, 
a Reclamada passa a contestar os pedidos um a um, conforme passa a aduzir. 
 
II – DA INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA 
DA 2ª RECLAMADA 
 
Conforme se depreende da exordial, o Reclamante requer o reconhecimento 
da responsabilidade subsidiária da Segunda Reclamada para arcar com o adimplemento 
de eventual condenação na presente demanda, caso a Primeira Reclamada não venha a 
arcar com eventuais verbas deferidas por este r. juízo. 
 
Porém, durante o Contrato de Trabalho, o Reclamante não foi empregado 
da Segunda Reclamada, uma vez que não houve dependência funcional, técnica ou 
econômica daquela, não estando presentes, portanto, os requisitos do art. 3º da CLT. 
 
Frisa-se que a Segunda Reclamada não admitiu ou assalariou os serviços do 
Reclamante, já que a sua real e única empregadora é a empresa EQS ENGENHARIA 
LTDA, restando desde já impugnada qualquer alegação que esteja em desacordo com a 
documentação apresentada com a presente Contestação. 
 
Em verdade, a Segunda Reclamada contratou a empresa ora peticionante 
para fornecer pessoal treinado ao trabalho que necessitava. Tal terceirização é 
plenamente justificável e lícita, na medida em que a atividade do Reclamante não 
correspondia à atividade fim da Segunda Reclamada. 
 
Levando em conta que os serviços realizados não foram na atividade fim da 
Segunda Reclamada e ainda que não havia pessoalidade e subordinação direta, forçoso é 
atentar ao entendimento do E. TST, que na súmula 331, item III, prescreve: 
 
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Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de 
vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem 
como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, 
desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. 
 
Nesse sentido, tem-se que a única responsável pelas eventuais verbas 
trabalhistas deferidas nesta demanda é a Primeira Reclamada, não podendo a Segunda 
Reclamada ser responsabilizada no presente caso, mesmo que de forma subsidiária. 
 
Sabe-se que somente o empregador é o responsável pelo risco do seu 
negócio, logo, não há como imputar responsabilidade à empresa diversa, na medida em 
que não restou evidenciada qualquer fraude trabalhista. 
 
No tocante a responsabilidade subsidiária nas relações de terceirização, não 
há legislação que discipline o caso, sendo que a súmula 331 do TST foi criada apenas 
com o intuito de coibir a má-fé e eventuais fraudes nas relações de emprego, não 
podendo o tomador de serviços ser responsabilizado quando não há evidencias de culpa 
in eligendo e in vigilando. 
 
Dessa maneira, não restando comprovada fraude ou má-fé das partes no 
contrato de prestação de serviços, não há de se falar em responsabilidade subsidiária da 
Segunda Reclamada. 
 
Assim, diante do exposto, não há que se falar em responsabilidade 
subsidiária da Segunda Reclamada, sendo que, desde já, se requer seja julgado 
improcedente o pedido em tela. 
 
 
 
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III – DA JORNADA DE TRABALHO – VALIDADE DOS CARTÕES 
PONTO 
 
No tocante ao pedido de horas extras, inicialmente, cumpre ressaltar que o 
Reclamante cumpriu jornada de trabalho de segunda à sexta-feira, conforme os 
horários abaixo indicados: 
 
Segunda-feira – das 7h30min às 11h30min e das 12h30min às 17h 
Terça-feira – das 7h00min às 11h30min e das 12h30min às 17h 
Quarta-feira – das 7h00min às 11h30min e das 12h30min às 17h 
Quinta-feira – das 7h00min às 11h30min e das 12h30min às 17h 
Sexta-feira – das 7h30min às 11h30min e das 12h30min às 17h 
 
Destaca-se que o Reclamante compensou a jornada de trabalho de 
sábado ao longo da semana, conforme previsto no contrato de trabalho e no acordo 
coletivo de trabalho da categoria. Dessa maneira, o acréscimo na jornada diária, limitado 
a 44 horas semanais, não deve ser considerado como hora extra. 
 
No tocante aos cartões ponto, faz-se mister esclarecer a este r. juízo que o 
Reclamante sempre realizou os registros de acordo com a jornada de trabalho 
efetivamente realizada, sendo que a jornada extraordinária era registrada em relatório 
eletrônico apartado, tudo conforme demonstra a documentação anexa. 
 
Observa-se dos cartões ponto e relatórios de horas extras juntados com a 
presente defesa, que os horários preenchidos pelo Reclamante apresentam certa variação, 
não constituindo, assim, ponto britânico, assim como se encontram devidamente 
assinados pelo empregado, o que gera presunção de veracidade. 
 
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Não procede a alegação do Reclamante no sentido de que nem todas as 
horas extras eram quitadas, assim como não havia validação das horas registradas por 
partedo supervisor e jamais foram alteradas as horas noturnas para diurnas. 
 
Inclusive, dos relatórios de horas extras é possível observar a declaração do 
Reclamante, vejamos: 
 
 
Desse modo, os cartões ponto e relatórios de horas extras devem ser 
considerados válidos por este r. juízo, sendo que todos os horários efetivamente 
trabalhados foram corretamente anotados. 
 
Todas as horas extras realizadas pelo Reclamante foram devidamente 
pagas pela empresa ao longo do pacto laboral, conforme se observa, por exemplo, do 
mês de competência 10/2014, vejamos: 
 
Relatório de horas extras: 
 
 
 
ID. fbcfd09 - Pág. 5Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: CLAUDIA DA SILVA PRUDENCIO
https://pje.trt24.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16101717311168900000006547357
Número do documento: 16101717311168900000006547357
 
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Holerite: 
 
 
 
Assim, resta demonstrado que quando eventualmente o Reclamante realizou 
horas extras, estas eram devidamente anotadas e pagas no contracheque do respectivo 
mês, não havendo de se falar em horas extras não pagas ao longo do pacto laboral. 
 
Os horários indicados na exordial como trabalhados não procedem, uma vez 
que os verdadeiros horários trabalhados constam nos cartões ponto e nos relatórios de 
horas extras, tudo conforme documentação que segue anexa. 
 
O Reclamante não trabalhava em sábados e domingos alternados, assim 
como não trabalhava em feriados. O que ocorria era escala de sobreaviso, sendo que o 
empregado que estava de plantão poderia ser chamado para resolver algum problema no 
final de semana ou no feriado, entretanto, nesses casos, as horas eram devidamente 
anotadas e pagas como extraordinárias. 
 
Assim, não procede a alegação no sentido de que o Reclamante trabalhava 
sábado e domingo alternados, das 9 às 14h, bem como em feriados no mesmo horário. 
 
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Por outro lado, ressalta-se o Reclamante não traz aos autos nenhuma 
prova que comprove suas alegações, ao contrário da Reclamada, que junta com a 
presente defesa toda documentação necessária para análise deste r. juízo, 
comprovando que não prosperam as alegações feitas na exordial. 
 
Sobre o ônus da prova, a jurisprudência assim entende: 
 
HORAS EXTRAS. ÔNUS DA PROVA. É do autor o ônus da prova de 
que prestou horas extras, fato constitutivo de seu direito, nos termos 
dos artigos 818 da CLT e 333, I, do CPC. (Processo nº 0004005-
40.2011.5.12.0028, Juíza Mari Eleda Migliorini - Publicado no 
TRTSC/DOE em 10-05-2013). 
 
Assim, não comprova o Reclamante o fato constitutivo de seu direito, pois 
não restou demonstrado que laborou extraordinariamente sem receber a devida 
contraprestação. 
 
Outrossim, verifica-se que a jornada apontada pelo Reclamante é 
absurdamente excessiva, o que subverte a experiência comum, e foge da razoabilidade, 
restando, desde já, impugnado o horário e dias alegados na exordial. 
 
Sobre o assunto, a jurisprudência tem por bem desconsiderar a jornada em 
excesso, bem como corroborar a necessidade de o Reclamante comprovar o alegado: 
 
HORAS EXTRAS. JORNADA ABSURDA. REVELIA. PARCIAL ELISÃO. 
É curial que a ausência de contestação acarreta a revelia e, 
consequentemente, a aceitação tácita de veracidade dos fatos alegados na 
inicial, porém, tal fato processual, não impõe, por si só, que o juiz aceite 
como verdadeiros todos os fatos narrados na exordial, tendo como 
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consequência apenas a presunção relativa de veracidade. O juiz, fiel ao 
princípio da razoabilidade, deve verificar se a parte está agindo dentro 
dos deveres jurídicos e nos limites que a lei lhe impõe. Assim, 
considerando irrazoável a extenuante jornada de trabalho alegada na 
inicial, das 07h às 21h30min, com apenas 20minutos de intervalo (TRT-5 - 
RecOrd: 00016950720125050421 BA 0001695-07.2012.5.05.0421, 
Relator: PAULINO COUTO, 5ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 
10/12/2013). Grifamos. 
 
Dessa maneira, face a todo o exposto, requer-se a total improcedência do 
pedido de horas extras e seus reflexos em DSR, aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário e 
FGTS + 40%. 
 
Sucessivamente, em caso de deferimento do pedido, o que não se espera, 
requer-se sejam observados os adicionais de hora extra previstos na convenção coletiva 
de trabalho juntada pela Reclamada, assim como, seja considerado válido regime de 
compensação de horas, condenando-se a empresa, se for o caso, tão somente a partir da 
44ª hora semanal, já que as horas trabalhadas a mais ao longo da semana visavam a 
compensação dos sábados folgados, nos termos da súmula 85 do TST. 
 
Ainda, o divisor a ser aplicado deve ser o 220, haja vista a contratação do 
Reclamante para trabalhar 44 horas semanais. 
 
 III.1. DOS INTERVALOS INTRAJORNADA 
 
Conforme já esclarecido, a jornada de trabalho do Reclamante era de 
segunda à sexta-feira, sempre com intervalo intrajornada das 11h30 às 12h30, 
conforme comprova o cartão ponto. 
 
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Como forma de amostragem, destaca-se, por exemplo, o cartão ponto do 
mês de janeiro/2015, vejamos: 
 
 
 
Desse modo, resta comprovado que o Reclamante sempre gozou de 
intervalo intrajornada. 
 
Outrossim, cumpre destacar que, diferentemente do que consta na 
exordial, o Reclamante não trabalhava sábado, domingo e feriados, razão pela qual 
não é devido o intervalo intrajornada nesses dias. 
 
Apenas, eventualmente, quando estava de sobreaviso, o Reclamante era 
acionado para atender algum chamado, conforme horários anotados nos relatórios de 
horas extras, mas os atendimentos levavam cerca de 1 a 2 horas, não sendo devido, 
portanto, intervalo. 
 
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Dessa maneira, por não procederem as meras alegações do Reclamante, 
motivo pelo qual se requer a total improcedência do pedido de

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