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Trabalho Aristóteles

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Curso	
  de	
  Filosofia	
  do	
  Direito	
  
Aristóteles	
  
Professora	
  Maria	
  Elisa	
  Soares	
  Rosa	
  
Vida	
  
•  Nasceu	
  na	
  Macedônia	
  	
  em	
  384	
  e	
  morreu	
  em	
  322	
  a.C.	
  
•  Discípulo	
  de	
  Platão	
  e	
  mestre	
  de	
  Alexandre	
  o	
  Grande.	
  
•  Criador	
  do	
  pensamento	
  lógico.	
  
•  Tratou	
  de	
  temas	
  como	
  a	
  biologia,	
  zoologia,	
  éMca,	
  Nsica,	
  poesia,	
  
políMca,	
  lógica,	
  metaNsica,	
  retórica,	
  	
  entre	
  outros	
  temas.	
  
•  Filho	
  de	
  Nicômaco,	
  amigo	
  e	
  médico	
  pessoal	
  do	
  rei	
  macedônio	
  
Amintas.	
  
•  Tradicional,	
  buscou	
  estudar,	
  rever	
  o	
  estudo	
  e	
  corrigir	
  as	
  falhas	
  
das	
  filosofias	
  anteriores,	
  vislumbrando	
  novas	
  proposições.	
  
•  Ele	
  não	
  foi	
  escolhido	
  para	
  subsMtuir	
  Platão	
  na	
  direção	
  da	
  
academia	
  porque,	
  apesar	
  de	
  ser	
  o	
  aluno	
  mais	
  talentoso,	
  ele	
  não	
  
era	
  grego,	
  por	
  isso	
  Platão	
  nomeou	
  o	
  seu	
  sobrinho	
  que	
  defendia	
  
a	
  matemaMzação	
  da	
  filosofia.	
  Aristóteles	
  se	
  julgava	
  o	
  mais	
  apto	
  
e	
  sem	
  aceitar	
  a	
  decisão	
  de	
  Platão,	
  saiu	
  da	
  Academia	
  e	
  de	
  
Atenas,	
  casou	
  e	
  fundou	
  um	
  pequeno	
  círculo	
  filosófico.	
  	
  
•  Em	
  343	
  a.	
  C	
  tornou-­‐se	
  preceptor	
  de	
  Alexandre,	
  função	
  que	
  
exerceu	
  até	
  336	
  a.C.	
  quando	
  Alexandre	
  sucedeu	
  o	
  pai,	
  Filipe	
  
II,	
  filho	
  de	
  Amintas,	
  rei	
  macedônio	
  amigo	
  do	
  pai	
  de	
  
Aristóteles.	
  
•  Neste	
  mesmo	
  ano	
  Aristóteles	
  volta	
  para	
  Atenas	
  e	
  funda	
  uma	
  
nova	
  escola	
  de	
  filosofia	
  que	
  recebeu	
  o	
  nome	
  de	
  Liceu.	
  No	
  
Liceu	
  ele	
  passa	
  a	
  ensinar	
  filosofia	
  e	
  principalmente	
  as	
  ciências	
  
naturais,	
  sempre	
  ao	
  ar	
  livre,	
  entre	
  o	
  canto	
  dos	
  pássaros	
  e	
  a	
  
sombra	
  das	
  árvores.	
  	
  
•  Seu	
  ex	
  aluno	
  e	
  amigo	
  Alexandre	
  o	
  Grande	
  sempre	
  enviava	
  
exemplares	
  de	
  plantas	
  e	
  bichos	
  das	
  regiões	
  mais	
  distantes	
  
que	
  ele	
  conquistava.	
  
•  Os	
  senMmentos	
  anMmacedônicos	
  dos	
  atenienses	
  voltaram-­‐se	
  
contra	
  ele	
  que,	
  senMndo-­‐se	
  ameaçado,	
  mudou	
  novamente	
  de	
  
cidade	
  afirmando	
  não	
  poderia	
  permiMr	
  que	
  Atenas	
  cometesse	
  
um	
  segundo	
  crime	
  contra	
  a	
  filosofia.	
  
Um	
  mundo	
  existente	
  e	
  a	
  JUSTUÇA	
  
•  Aristóteles,	
  ao	
  contrário	
  de	
  Platão,	
  defende	
  a	
  existência	
  de	
  
um	
  único	
  mundo,	
  o	
  que	
  vivemos	
  sendo	
  que	
  tudo	
  aquilo	
  que	
  
foge	
  da	
  nossa	
  experiência	
  sensível	
  não	
  existe.	
  
•  Sua	
  maior	
  invesMgação	
  se	
  dá	
  em	
  torno	
  do	
  que	
  é	
  justo	
  e	
  do	
  
que	
  é	
  injusto	
  por	
  força	
  da	
  lei,	
  por	
  força	
  da	
  natureza,	
  na	
  
distribuição,	
  na	
  correção,	
  na	
  troca,	
  na	
  punição,	
  etc.	
  
•  Para	
  ele	
  a	
  Jus=ça	
  é	
  entendida	
  como	
  uma	
  virtude,	
  uma	
  
ap=dão	
  é=ca	
  humana	
  que	
  apela	
  para	
  a	
  razão	
  práMca,	
  para	
  a	
  
capacidade	
  humana	
  de	
  eleger	
  comportamentos	
  para	
  a	
  
realização	
  de	
  fins.	
  É	
  assim,	
  um	
  debate	
  éMco	
  dessa	
  ciência	
  
práMca	
  que	
  discerne	
  o	
  bom	
  e	
  o	
  mau,	
  o	
  justo	
  do	
  injusto.	
  
•  A	
  jus=ça	
  ocorre	
  inter	
  homines,	
  é	
  uma	
  práMca	
  humana	
  e	
  social	
  
bem	
  delimitada	
  e	
  é	
  também	
  uma	
  virtude.	
  
Medium	
  Terminus	
  
•  Medium	
  terminus	
  é	
  o	
  meio	
  termo,	
  ou	
  seja,	
  posição	
  
resultante	
  da	
  ponderação	
  entre	
  dois	
  extremos,	
  o	
  da	
  
injusMça	
  por	
  carência	
  e	
  o	
  da	
  injusMça	
  por	
  excesso.	
  
•  	
  O	
  meio	
  termo	
  pode	
  ser:	
  
–  Proporcional	
  –	
  não	
  se	
  pode	
  querer	
  tributar	
  a	
  renda	
  da	
  
mesma	
  forma	
  para	
  aquele	
  que	
  ganha	
  pouco	
  e	
  para	
  aquele	
  
que	
  ganha	
  muito,	
  deve	
  observar-­‐se	
  o	
  ganho	
  de	
  cada	
  qual;	
  
–  AritméMco	
  –	
  aquele	
  que	
  lesou	
  alguém	
  em	
  X	
  fica	
  obrigado	
  a	
  
resMtuir	
  esse	
  X	
  mais	
  as	
  perdas	
  e	
  danos	
  sofridas	
  pelo	
  lesado,	
  
só	
  assim	
  haverá	
  jusMça.	
  
•  Para	
  Aristóteles	
  os	
  princípios	
  éMcos	
  não	
  se	
  aplicam	
  a	
  
todos	
  de	
  forma	
  única	
  estando	
  condicionados	
  ao	
  exame	
  
do	
  caso	
  parMcular	
  para	
  que,	
  a	
  cada	
  um,	
  de	
  maneira	
  
personalizada	
  se	
  aplique	
  o	
  justo	
  meio.	
  
Natureza	
  do	
  Homem	
  
•  Para	
  Aristóteles,	
  a	
  natureza	
  do	
  homem	
  é	
  racional,	
  o	
  
home	
  é	
  um	
  ser	
  gregário	
  por	
  natureza	
  e	
  o	
  homem	
  é	
  
também	
  um	
  animal	
  políMco	
  por	
  natureza	
  (poliMkon	
  
zoon),	
  sendo	
  assim,	
  só	
  pode	
  haver	
  realização	
  humana	
  
plena	
  com	
  o	
  homem	
  em	
  sociedade.	
  
•  Para	
  ele,	
  fora	
  da	
  Pólis	
  somente	
  um	
  Deus	
  ou	
  uma	
  besta	
  
poderia	
  sobreviver,	
  ele	
  não	
  acreditava	
  na	
  possibilidade	
  
do	
  exercício	
  da	
  virtude	
  ou	
  da	
  jusMça	
  em	
  qualquer	
  de	
  
suas	
  formas,	
  seja	
  parMcular	
  ou	
  universal	
  fora	
  do	
  
convívio	
  social	
  porque	
  fora	
  da	
  sociedade	
  não	
  há	
  
reciprocidade	
  que	
  inerente	
  à	
  natureza	
  do	
  homem.	
  
Pólis	
  
•  O	
  homem	
  é	
  um	
  ser	
  gregário	
  por	
  natureza	
  e	
  também	
  
políMco	
  e	
  racional,	
  exercendo	
  a	
  sua	
  racionalidade	
  no	
  
convívio	
  políMco	
  por	
  meio	
  do	
  discurso	
  (lógos).	
  
•  Pólis	
  para	
  Aristoteles	
  é:	
  
–  uma	
  comunidade	
  humana	
  soberana	
  e	
  auto	
  suficiente,	
  
autárquica	
  (regida	
  pelos	
  seus	
  próprios	
  cidadãos),	
  com	
  vistas	
  
ao	
  melhor	
  e	
  não	
  simplesmente	
  à	
  saMsfação	
  das	
  necessidades	
  
básicas	
  de	
  subsistência,	
  tende	
  à	
  realização	
  da	
  felicidade	
  
como	
  beneNcio	
  para	
  todos	
  
–  uma	
  teia	
  social	
  com	
  estrutura	
  políMca	
  e	
  poder	
  organizado,	
  
locus	
  de	
  realização	
  da	
  racionalidade	
  e	
  da	
  felicidade	
  humana.	
  
•  Fora	
  da	
  Pólis	
  somente	
  um	
  Deus	
  ou	
  uma	
  besta	
  poderia	
  
sobreviver.	
  
Lógica	
  
•  A	
  lógica	
  é	
  a	
  parte	
  da	
  filosofia	
  que	
  cuida	
  do	
  bem	
  pensar	
  
ou	
  do	
  pensar	
  correto,	
  do	
  conhecimento	
  que	
  busca	
  a	
  
verdade.	
  Para	
  Aristóteles	
  a	
  lógica	
  era	
  um	
  instrumento	
  
introdutório	
  para	
  o	
  conhecimento	
  cienffico	
  e	
  baseava-­‐
se	
  no	
  silogismo,	
  dedução	
  a	
  parMr	
  de	
  premissas	
  
universais,	
  argumentação	
  lógica	
  perfeita	
  consMtuída	
  de	
  
três	
  proposições	
  declaraMvasque	
  se	
  conectam	
  de	
  tal	
  
modo	
  que	
  a	
  parMr	
  das	
  duas	
  primeiras	
  premissas	
  se	
  
extrai	
  a	
  conclusão.	
  Um	
  exemplo	
  de	
  silogismo	
  :	
  
–  Todo	
  homem	
  é	
  mortal.	
  	
  
–  Sócrates	
  é	
  homem.	
  	
  
–  Logo,	
  Sócrates	
  é	
  mortal.	
  	
  
Polí=ca	
  
•  A	
  POLÍTICA	
  aristotélica	
  é	
  essencialmente	
  unida	
  à	
  MORAL,	
  
deferindo	
  porém	
  quanto	
  ao	
  objeMvo	
  final	
  que	
  na	
  moral	
  é	
  o	
  
indivíduo	
  e	
  na	
  políMca	
  a	
  coleMvidade.	
  
•  O	
  fim	
  úlMmo	
  do	
  estado	
  é	
  a	
  VIRTUDE,	
  isto	
  é,	
  a	
  formação	
  moral	
  dos	
  
cidadãos	
  e	
  mais	
  do	
  que	
  isso,	
  a	
  busca	
  da	
  felicidade	
  e	
  do	
  bem	
  
comum.	
  	
  
•  O	
  Estado	
  é	
  superior	
  ao	
  indivíduo,	
  porquanto	
  a	
  cole=vidade	
  é	
  
superior	
  ao	
  indivíduo,	
  o	
  bem	
  comum	
  superior	
  ao	
  bem	
  par=cular.	
  	
  
•  O	
  homem	
  é	
  naturalmente	
  um	
  animal	
  social	
  e	
  polí=co.	
  
•  O	
  ESTADO	
  é	
  responsável	
  pela	
  defesa,	
  segurança	
  e	
  conservação	
  das	
  
famílias,	
  mas	
  o	
  seu	
  fim	
  essencial	
  é	
  espiritual,	
  ele	
  é	
  responsável	
  por	
  
promover	
  a	
  EDUCAÇÃO	
  e	
  assim	
  a	
  VIRTUDE	
  humana.	
  Ele	
  criMca	
  
Esparta	
  onde	
  a	
  educação	
  militar	
  era	
  o	
  fim	
  principal	
  já	
  que	
  para	
  
eles	
  a	
  guerra	
  era	
  tarefa	
  precípua	
  do	
  estado.	
  
•  O	
  ESTADO	
  se	
  compõe	
  de	
  uma	
  comunidade	
  de	
  famílias	
  
organizadas.	
  	
  
Família	
  
•  Segundo	
  Aristóteles,	
  o	
  ESTADO	
  se	
  compõe	
  de	
  uma	
  
comunidade	
  de	
  famílias	
  organizadas.	
  	
  
•  A	
  família	
  compõe-­‐se	
  de	
  cinco	
  elementos:	
  os	
  filhos,	
  a	
  mulher,	
  
os	
  bens,	
  os	
  escravos	
  e	
  o	
  chefe.	
  	
  
•  Ao	
  chefe	
  pertence	
  a	
  direção	
  da	
  família,	
  a	
  educação	
  e	
  a	
  
finalidade	
  econômica	
  daí	
  a	
  necessidade	
  do	
  escravo	
  que	
  é	
  
considerado	
  um	
  ser	
  humano	
  para	
  Aristóteles,	
  porém,	
  trata-­‐se	
  
de	
  ser	
  humano	
  desMnado	
  aos	
  trabalhos	
  materiais	
  e	
  por	
  isso	
  
impossibilitado	
  de	
  ter	
  acesso	
  à	
  cultura,	
  aMvidade	
  que	
  exigia	
  
tempo	
  e	
  liberdade.	
  	
  
•  Aristóteles,	
  diversamente	
  de	
  Platão,	
  defende	
  o	
  direito	
  
privado,	
  a	
  propriedade	
  parMcular	
  e	
  a	
  família	
  porque	
  para	
  ele	
  
o	
  Estado	
  é	
  a	
  síntese	
  de	
  todas	
  essas	
  famílias	
  e	
  direitos	
  
privados.	
  	
  
Forma	
  de	
  Governo	
  
•  Aristóteles	
  faz	
  a	
  classificação	
  mais	
  anMga	
  que	
  se	
  tem	
  nofcia	
  quanto	
  a	
  Forma	
  
de	
  Governo	
  de	
  um	
  Estado	
  sendo	
  essa	
  classificação	
  válida	
  até	
  hoje.	
  	
  
•  Ele	
  defendia	
  a	
  existência	
  de	
  três	
  formas	
  corruptas	
  e	
  três	
  normais	
  de	
  
condução	
  do	
  poder,	
  governo	
  baseado	
  no	
  número	
  de	
  governantes	
  e	
  na	
  
preponderância	
  do	
  interesse	
  geral	
  ou	
  parMcular:	
  	
  
–  a	
  monarquia	
  (ou	
  realeza	
  segundo	
  Dalmo	
  de	
  Abreu	
  Dallari),	
  que	
  é	
  o	
  governo	
  de	
  
um	
  só,	
  cuja	
  degeneração	
  é	
  a	
  =rania;	
  	
  
–  a	
  aristocracia	
  que	
  é	
  o	
  governo	
  de	
  um	
  grupo,	
  poder	
  políMco	
  é	
  dominado	
  por	
  um	
  
grupo	
  eliMsta	
  da	
  classe	
  dominante	
  e	
  não	
  precisa	
  estar	
  ligado	
  a	
  laços	
  de	
  sangue	
  
como	
  na	
  monarquia;	
  a	
  degeneração	
  é	
  a	
  oligarquia;	
  	
  
–  a	
  democracia	
  (ou	
  república),	
  que	
  é	
  o	
  governo	
  de	
  muitos	
  ou	
  de	
  todos,	
  exercido	
  
pela	
  mulMdão	
  no	
  interesse	
  geral,	
  cuja	
  degeneração	
  é	
  a	
  demagogia	
  (ou	
  
Mmocracia).	
  	
  
•  Para	
  Aristóteles	
  essas	
  formas	
  de	
  governo	
  são	
  puras	
  e	
  podem	
  sofrer	
  uma	
  
degeneração	
  quando	
  quem	
  governa	
  deixa	
  de	
  se	
  orientar	
  pelo	
  interesse	
  
geral	
  e	
  passa	
  a	
  decidir	
  segundo	
  suas	
  conveniências	
  parMculares.	
  
•  Aristóteles,	
  ao	
  contrário	
  de	
  Platão,	
  era	
  realista	
  e	
  por	
  isso	
  acreditava	
  que	
  a	
  
melhor	
  forma	
  de	
  governo	
  não	
  é	
  abstrata,	
  e	
  sim	
  concreta:	
  a	
  finalidade	
  do	
  
Estado	
  deve	
  ser	
  a	
  busca	
  do	
  bem	
  comum	
  e	
  no	
  governo	
  e	
  cuidado	
  com	
  as	
  
coisas	
  que	
  são	
  de	
  todos.	
  
Juiz	
  
•  Para	
  Aristóteles	
  o	
  juiz	
  é	
  a	
  jusMça	
  personificada,	
  é	
  o	
  mediador	
  de	
  todo	
  o	
  
processo	
  de	
  aplicação	
  da	
  jus=ça	
  corre=va,	
  sendo	
  que	
  essa	
  conduz	
  ao	
  
retorno	
  das	
  partes	
  ao	
  status	
  quo	
  ante,	
  quando	
  se	
  tratar	
  de	
  uma	
  situação	
  
resMtuível,	
  ou	
  possibilita	
  o	
  arbitramento	
  de	
  uma	
  equivalência	
  indenizatória	
  
com	
  relação	
  àquilo	
  que	
  seja	
  o	
  objeto	
  da	
  diferença.	
  
•  Se	
  o	
  injusto	
  corresponde	
  a	
  um	
  estado	
  entre	
  as	
  partes	
  em	
  que	
  uma	
  
permanece	
  com	
  mais	
  e	
  outra	
  com	
  menos	
  daquilo	
  que	
  é	
  prejudicial	
  e	
  vice	
  
versa	
  com	
  relação	
  àquilo	
  que	
  é	
  um	
  beneNcio,	
  cabe	
  ao	
  juiz	
  colocar	
  os	
  
indivíduos	
  desiguais	
  (de	
  acordo	
  com	
  a	
  jusMça)	
  em	
  uma	
  situação	
  de	
  paridade	
  
absoluta,	
  equivalente	
  ao	
  estado	
  inicial	
  que	
  se	
  encontravam	
  antes	
  de	
  se	
  
desigualarem	
  reciprocamente.	
  
•  O	
  juiz,	
  dentro	
  de	
  uma	
  ordem	
  políMca	
  organizada	
  sob	
  o	
  império	
  da	
  lei,	
  é	
  o	
  
sujeito	
  ao	
  qual	
  incumbe,	
  por	
  um	
  reto	
  juízo,	
  restabelecer	
  a	
  igualdade	
  
servindo-­‐se	
  não	
  de	
  seu	
  arbítrio	
  ou	
  se	
  seus	
  interesses,	
  mas	
  do	
  
convencionado	
  e	
  consubstanciado	
  na	
  legislação.	
  	
  
•  A	
  igualdade	
  é	
  aritmé=ca	
  e	
  independe	
  das	
  caracterísMcas	
  ou	
  qualidades	
  do	
  
cidadão	
  pois	
  a	
  lei	
  é	
  cega	
  para	
  as	
  qualificações	
  de	
  cada	
  qual.	
  
Amizade	
  
•  Para	
  além	
  da	
  lei,	
  da	
  jusMça	
  e	
  de	
  tudo	
  mais	
  está	
  a	
  amizade,	
  	
  
relação	
  entre	
  pessoas	
  virtuosas	
  pois	
  onde	
  há	
  amizade	
  em	
  sua	
  
pureza	
  conceitual	
  não	
  é	
  necessária	
  a	
  jusMça.	
  A	
  amizade	
  é	
  a	
  
mais	
  desinteressada,	
  excelente	
  e	
  perfeita	
  manifestação	
  da	
  
jusMça,	
  mas	
  completa	
  e	
  duradoura.	
  A	
  amizade	
  tanto	
  quanto	
  o	
  
justo	
  se	
  perfazem	
  em	
  comunidade,	
  se	
  realizam	
  com	
  o	
  outro.	
  
•  A	
  amizade	
  é	
  o	
  verdadeiro	
  assento	
  da	
  paz,	
  ela	
  concorre	
  
prevenMvamente	
  para	
  o	
  bem	
  do	
  convívio	
  social.	
  
•  Para	
  Aristóteles	
  a	
  sociabilidade	
  ea	
  poliMcidade	
  são	
  da	
  
natureza	
  humana	
  e	
  a	
  amizade	
  é	
  a	
  realização	
  de	
  todo	
  o	
  
contato	
  que	
  une	
  os	
  membros	
  de	
  um	
  único	
  corpo	
  social:	
  
“quando	
  os	
  homens	
  são	
  amigos	
  necessitam	
  de	
  jus;ça,	
  ao	
  
passo	
  que	
  os	
  justos	
  necessitam	
  também	
  da	
  amizade;	
  e	
  
considera-­‐se	
  que	
  a	
  mais	
  genuína	
  forma	
  de	
  jus;ça	
  é	
  uma	
  
espécie	
  de	
  amizade.”	
  Ethica	
  Nicomachea.	
  
É=ca	
  
•  ESSÊNCIA	
  é	
  algo	
  que	
  dá	
  idenMdade	
  às	
  coisas,	
  é	
  
aquilo	
  sem	
  o	
  qual	
  a	
  coisa	
  não	
  pode	
  ser	
  o	
  que	
  é;	
  
•  ACIDENTE	
  é	
  algo	
  que	
  pode	
  ser	
  inerente	
  ou	
  não,	
  
pode	
  exisMr	
  ou	
  não,	
  sendo	
  que	
  de	
  qualquer	
  maneira	
  
ele	
  não	
  descaracteriza-­‐se	
  o	
  ser;	
  	
  
•  ÉTICA	
  é	
  a	
  ciência	
  das	
  condutas	
  e	
  se	
  ocupa	
  com	
  
assuntos	
  passíveis	
  de	
  modificação,	
  não	
  se	
  ocupa	
  
com	
  aquilo	
  que	
  no	
  homem	
  é	
  essencial	
  e	
  imutável,	
  
mas	
  sim,	
  com	
  aquilo	
  que	
  pode	
  ser	
  obMdo	
  pelo	
  
exemplo,	
  hábito,	
  aprendizagem,	
  ações	
  repeMdas	
  ou	
  
disposições	
  adquiridas.	
  
Equidade	
  e	
  jus=ça	
  
•  Os	
  termos	
  se	
  equivalem	
  segundo	
  o	
  gênero,	
  são	
  semelhantes	
  mas	
  
não	
  são	
  iguais	
  já	
  que	
  a	
  equidade	
  seria	
  um	
  corre=vo	
  do	
  justo	
  legal	
  
e	
  por	
  isso	
  o	
  equitaMvo	
  é	
  melhor	
  que	
  o	
  justo.	
  
•  O	
  equo	
  está	
  para	
  Aristóteles	
  para	
  uma	
  qualidade	
  humana	
  que	
  
desborda	
  dos	
  limites	
  daquilo	
  que	
  é	
  bom	
  sendo	
  “muito	
  bom”,	
  ou	
  
seja,	
  é	
  melhor	
  e	
  mais	
  desejável	
  que	
  o	
  justo.	
  
•  A	
  necessidade	
  de	
  aplicação	
  da	
  equidade	
  decorre	
  do	
  fato	
  de	
  que	
  as	
  
LEIS	
  prescrevem	
  conteúdos	
  de	
  modo	
  genérico,	
  impessoal	
  e	
  
indisMntamente,	
  dirigindo-­‐se	
  a	
  todos	
  os	
  cidadãos	
  e	
  a	
  
mulMplicidade	
  de	
  casos	
  que	
  surgirem	
  na	
  vida	
  concreta,	
  sem	
  
diferenciar	
  possíveis	
  nuances	
  e	
  variações	
  fáMcas,	
  casos	
  em	
  que	
  se	
  
aplicarmos	
  a	
  lei	
  em	
  sua	
  generalidade	
  estar-­‐se-­‐á	
  a	
  causar	
  uma	
  
injusMça	
  por	
  meio	
  do	
  próprio	
  justo	
  legal.	
  Aqui	
  a	
  lei	
  não	
  é	
  
simplesmente	
  segurança,	
  razão	
  sem	
  paixão,	
  governo	
  de	
  coisa	
  
pública,	
  a	
  lei	
  é	
  nesse	
  caso	
  injus=ça	
  e	
  para	
  superar	
  essa	
  
impossibilidade	
  de	
  haver	
  legislação	
  minimamente	
  detalhista	
  e	
  
futurista	
  é	
  que	
  se	
  exige	
  o	
  equo.	
  
•  Insuficiências	
  das	
  leis	
  são	
  comuns	
  sendo	
  que	
  elas	
  podem	
  exisMr:	
  
–  por	
  vontade	
  do	
  legislador	
  que	
  não	
  podendo	
  precisar	
  tudo	
  tem	
  que	
  
estatuir	
  princípios	
  gerais	
  basilares	
  que	
  não	
  são	
  aplicáveis	
  sempre,	
  mas	
  
só	
  quando	
  for	
  necessário	
  para	
  resolver	
  um	
  caso	
  concreto;	
  	
  
–  contra	
  a	
  sua	
  vontade	
  quando	
  um	
  fato	
  lhe	
  passa	
  despercebido;	
  
–  e	
  a	
  própria	
  ausência	
  da	
  lei	
  quando	
  a	
  equidade	
  guarda	
  sua	
  uMlidade	
  
maior	
  suprindo	
  a	
  falta	
  dessa	
  lei;	
  
–  ou	
  ainda	
  quando	
  a	
  lei	
  se	
  torna	
  obsoleta	
  pela	
  alterabilidade	
  constante	
  a	
  
que	
  estão	
  sujeitas	
  as	
  circunstâncias	
  fáMcas	
  que	
  passam	
  a	
  contradizer	
  o	
  
cristalizado	
  na	
  legislação.	
  
•  Em	
  todos	
  esses	
  casos	
  deve-­‐se	
  fazer	
  uso	
  da	
  equidade	
  que	
  significa	
  
ter	
  em	
  conta	
  não	
  a	
  letra	
  da	
  lei,	
  mas	
  a	
  intenção	
  do	
  legislador;	
  não	
  
a	
  parte	
  mas	
  o	
  todo.	
  
•  Aplicar	
  a	
  equidade	
  significa	
  agir	
  de	
  modo	
  a	
  complementar	
  o	
  caso	
  
que	
  se	
  apresenta	
  aqui	
  e	
  agora,	
  agindo	
  como	
  o	
  próprio	
  legislador	
  
agiria	
  se	
  es=vesse	
  presente.	
  Assim,	
  o	
  julgador	
  coloca-­‐se	
  na	
  
posição	
  de	
  legislador	
  que	
  é	
  quem	
  opera	
  com	
  a	
  generalidade	
  da	
  
lei,	
  fazendo-­‐se	
  um	
  legislador	
  para	
  o	
  caso	
  individual.	
  
Lei	
  de	
  Introdução	
  ao	
  Código	
  Civil	
  -­‐	
  LICC	
  
(Decreto-­‐lei	
  nº	
  4.657,	
  de	
  4	
  set.	
  1942)	
  	
  
•  Art.	
  3o	
  	
  Ninguém	
  se	
  escusa	
  de	
  cumprir	
  a	
  lei,	
  alegando	
  que	
  não	
  a	
  
conhece.	
  
•  Art.	
  4o	
  	
  Quando	
  a	
  lei	
  for	
  omissa,	
  o	
  juiz	
  decidirá	
  o	
  caso	
  de	
  acordo	
  
com	
  a	
  analogia,	
  os	
  costumes	
  e	
  os	
  princípios	
  gerais	
  de	
  direito.	
  
•  Art.	
  5o	
  	
  Na	
  aplicação	
  da	
  lei,	
  o	
  juiz	
  atenderá	
  aos	
  fins	
  sociais	
  a	
  que	
  
ela	
  se	
  dirige	
  e	
  às	
  exigências	
  do	
  bem	
  comum.	
  
•  Não	
  obstante	
  o	
  arMgo	
  4º	
  não	
  disponha	
  de	
  forma	
  expressa,	
  a	
  
eqüidade	
  também	
  pode	
  exercer	
  essa	
  função	
  integradora;	
  
•  Uma	
  suposta	
  hierarquia	
  de	
  aplicação	
  dos	
  instrumentos	
  de	
  
integração	
  (fontes	
  do	
  Direito)	
  poderia	
  ser	
  prescindida	
  em	
  favor	
  da	
  
eqüidade,	
  sempre	
  em	
  busca	
  da	
  solução	
  mais	
  justa	
  ao	
  caso	
  sub	
  
iudice.	
  
•  Ainda	
  que	
  a	
  eqüidade	
  não	
  consMtua	
  instrumento	
  de	
  integração	
  
oficialmente	
  reconhecido,	
  ela	
  representaria	
  um	
  fator	
  axiológico	
  e	
  
teleológico	
  relevante	
  na	
  situação	
  em	
  estudo.	
  
Jus=ça	
  para	
  Aristóteles	
  
•  A	
  jusMça	
  para	
  Aristóteles	
  não	
  é	
  única.	
  Ele	
  	
  traça	
  os	
  
principais	
  conceitos	
  sobre	
  o	
  tema	
  jusMça,	
  divide	
  as	
  
suas	
  espécies	
  para	
  melhor	
  entender	
  o	
  fenômeno	
  
em	
  sua	
  integralidade	
  e	
  relaciona	
  com	
  diversos	
  
domínios	
  do	
  saber	
  como	
  a	
  éMca,	
  poesia,	
  Nsica,	
  
metaNsica,	
  lógica,	
  etc	
  
•  Para	
  Aristóteles	
  a	
  JUSTIÇA	
  é	
  uma	
  VIRTUDE	
  assim	
  
como	
  a	
  coragem,	
  temperança,	
  benevolência,	
  e	
  por	
  
isso	
  deve	
  ser	
  estudada	
  como	
  ramo	
  próprio	
  do	
  
estudo	
  do	
  comportamento	
  humano,	
  seus	
  
desdobramentos	
  sociais	
  e	
  individuais.	
  
Justo	
  par=cular	
  
•  O	
  justo	
  parMcular	
  é	
  uma	
  parte	
  da	
  virtude	
  e	
  não	
  a	
  virtude	
  total,	
  refere-­‐se	
  ao	
  
outro	
  singularmente	
  no	
  relacionamento	
  direto	
  entre	
  as	
  partes	
  (entre	
  
parMculares).	
  É	
  de	
  certa	
  forma	
  espécie	
  do	
  gênero	
  justo	
  total	
  e	
  pode	
  ser	
  
dividido	
  em:	
  
1.   Justo	
  distribu=vo	
  =	
  todo	
  Mpo	
  de	
  distribuição	
  levada	
  a	
  efeito	
  no	
  Estado,	
  
seja	
  de	
  dinheiro,	
  honras,	
  cargos,	
  assim	
  comodeveres,	
  responsabilidades	
  e	
  
impostos.	
  É	
  no	
  atribuir	
  a	
  cada	
  um	
  o	
  seu,	
  o	
  que	
  lhe	
  é	
  devido,	
  evitando-­‐se	
  
qualquer	
  um	
  dos	
  extremos	
  que	
  representam	
  a	
  falta	
  e	
  o	
  excesso,	
  que	
  
reside	
  o	
  próprio	
  ato	
  da	
  jusMça	
  parMcular	
  distribuMva.	
  O	
  critério	
  de	
  
avaliação	
  é	
  subje=va	
  através	
  da	
  apreciação	
  do	
  mérito	
  eleito	
  pelas	
  formas	
  
de	
  governo	
  a	
  que	
  se	
  vincula	
  o	
  que	
  implica	
  necessariamente	
  uma	
  
proporcionalidade	
  na	
  reparMção	
  do	
  que	
  a	
  cada	
  qual	
  é	
  devido.	
  Aqui	
  a	
  
igualdade	
  estabelecida	
  é	
  do	
  =po	
  geométrico	
  observando-­‐se	
  a	
  
proporcionalidade	
  que	
  visa	
  a	
  manutenção	
  de	
  um	
  equilíbrio	
  pois	
  aos	
  iguais	
  
é	
  devida	
  a	
  mesma	
  quan=dade	
  de	
  benemcios	
  e	
  aos	
  desiguais	
  são	
  devidas	
  
partes	
  diferentes	
  à	
  medida	
  que	
  se	
  desigualam.	
  
2.   Justo	
  corre=vo	
  =	
  juízo	
  correMvo	
  nas	
  transações	
  entre	
  
os	
  indivíduos	
  em	
  situação	
  de	
  coordenação	
  e	
  não	
  de	
  
subordinação	
  como	
  ocorre	
  com	
  o	
  justo	
  distribuMvo.	
  
Baseia-­‐se	
  exclusivamente	
  num	
  critério	
  obje=vo	
  de	
  
restabelecimento	
  do	
  	
  equilíbrio	
  rompido	
  entre	
  os	
  
par=culares.	
  Trata-­‐se	
  de	
  igualdade	
  aritmé=ca,	
  
perfeita	
  ou	
  absoluta	
  porque	
  permite	
  a	
  ponderação	
  
entre	
  a	
  perda	
  e	
  o	
  ganho	
  garanMndo	
  com	
  objeMvidade	
  
o	
  restabelecimento	
  das	
  partes	
  à	
  posição	
  inicial.	
  
Abrange:	
  
–  Relações	
  baseadas	
  na	
  voluntariedade	
  do	
  vínculo	
  entre	
  as	
  
pessoas,	
  ex.	
  compra	
  e	
  venda,	
  locação,etc.,	
  contratuais	
  onde	
  
prevalece	
  a	
  liberdade	
  de	
  vinculação	
  e	
  de	
  esMpulação	
  do	
  
teor	
  do	
  vínculo.	
  Quando	
  os	
  serviços	
  trocados	
  não	
  se	
  
correspondem	
  é	
  que	
  se	
  faz	
  necessária	
  a	
  jusMça	
  correMva.	
  
–  Relações	
  estabelecidas	
  involuntariamente	
  e	
  surgidas	
  como	
  
consequência	
  de	
  uma	
  clandesMnidade	
  ou	
  violência	
  (roubo,	
  
adultério,	
  injuria,	
  lesão,	
  etc.)	
  
Retribuição	
  proporcional	
  de	
  Aristóteles	
  
•  Os	
  filósofos	
  da	
  escola	
  de	
  Pitágoras	
  propuseram	
  o	
  conceito	
  de	
  
justo	
  e	
  do	
  recíproco	
  como	
  sinônimos,	
  tal	
  qual	
  o	
  princípio	
  
puniMvo	
  de	
  Talião,	
  onde	
  se	
  retribui	
  o	
  mal	
  com	
  o	
  mesmo	
  mal	
  
em	
  quanMdades	
  equivalentes.	
  
•  A	
  noção	
  de	
  justo	
  associada	
  à	
  noção	
  de	
  recíproco	
  foi	
  
amplamente	
  criMcada	
  por	
  Sócrates	
  que	
  consagrou	
  o	
  princípio	
  
de	
  que	
  não	
  se	
  deve	
  responder	
  com	
  injusMça	
  a	
  uma	
  injusMça	
  
porque	
  isso	
  levaria	
  a	
  reiteração	
  do	
  conflito	
  sendo	
  que	
  a	
  jusMça	
  
deve	
  se	
  subsMtuir	
  a	
  qualquer	
  outro	
  valor	
  uma	
  vez	
  que	
  ao	
  
cidadão	
  cabe	
  fazer	
  com	
  que	
  essa	
  prevaleça	
  na	
  comunidade.	
  
•  Aristóteles	
  trouxe	
  uma	
  nova	
  abordagem	
  do	
  tema	
  introduzindo	
  
outro	
  Mpo	
  de	
  retribuição,	
  a	
  proporcional	
  e	
  não	
  mais	
  em	
  igual	
  
medida.	
  Essa	
  nova	
  reciprocidade	
  fundada	
  na	
  proporção	
  é	
  
elemento	
  basilar	
  das	
  trocas	
  sociais	
  efetuadas	
  entre	
  bens	
  de	
  
naturezas	
  diversas	
  –	
  necessidade	
  –	
  troca	
  –	
  parâmetro	
  de	
  
comensurabilidade	
  –	
  elemento	
  igualador	
  -­‐	
  dinheiro	
  
Justo	
  polí=co	
  e	
  justo	
  domés=co	
  
•  Justo	
  polí=co	
  consiste	
  na	
  aplicação	
  da	
  jusMça	
  na	
  
cidade,	
  na	
  pólis.	
  Trata-­‐se	
  de	
  algo	
  perMnente	
  ao	
  corpo	
  
cívico	
  e	
  visa	
  a	
  auto	
  suficiência	
  da	
  vida	
  comunitária	
  
vigente	
  entre	
  os	
  homens	
  que	
  parMlham	
  de	
  um	
  espaço	
  
comum,	
  formando	
  uma	
  comunidade	
  que	
  tem	
  por	
  fim	
  a	
  
plena	
  realização	
  das	
  potencialidades	
  humanas.	
  As	
  
comunidades	
  que	
  não	
  se	
  organizam	
  poliMcamente	
  não	
  
possuem	
  leis	
  e	
  não	
  exercem	
  o	
  justo	
  políMco.	
  A	
  jusMça	
  
políMca	
  era	
  dirigida	
  aos	
  cidadãos	
  todos	
  
isonomicamente	
  iguais	
  perante	
  as	
  leis	
  da	
  cidade.	
  
Cidadão	
  é	
  aquele	
  que	
  governa,	
  tem	
  a	
  capacidade	
  de	
  
eleger	
  e	
  ser	
  eleito	
  na	
  Assembléia	
  
•  Justo	
  domés=co	
  era	
  a	
  jusMça	
  para	
  com	
  a	
  mulher,	
  os	
  
filhos,	
  os	
  escravos,	
  os	
  estrangeiros	
  
Justo	
  legal	
  e	
  Justo	
  natural	
  
•  Justo	
  legal	
  corresponde	
  à	
  parte	
  das	
  prescrições	
  
vigentes	
  entre	
  os	
  cidadãos	
  de	
  determinada	
  pólis.	
  O	
  
justo	
  legal	
  de	
  princípio	
  não	
  importa,	
  mas	
  uma	
  vez	
  posto	
  
deixa	
  de	
  ser	
  indiferente	
  tornando-­‐se	
  necessário.	
  
Poderia	
  ser	
  feito	
  das	
  maneiras	
  as	
  mais	
  variadas	
  
possíveis,	
  mas	
  uma	
  vez	
  que	
  foi	
  convencionado	
  
legislaMvamente,	
  é	
  a	
  esta	
  que	
  deve	
  obedecer.	
  
•  A	
  lei	
  ou	
  justo	
  legal	
  possui	
  força	
  não	
  natural	
  mas	
  
fundada	
  na	
  convenção.	
  
•  Justo	
  natural	
  encontra	
  a	
  sua	
  fundamentação	
  não	
  na	
  
vontade	
  humana	
  preceituada	
  mas	
  na	
  própria	
  natureza,	
  
ou	
  seja,	
  não	
  depende	
  para	
  a	
  sua	
  existência	
  de	
  qualquer	
  
decisão	
  ou	
  ato	
  posiMvo.	
  
Jus=ça	
  Total	
  
•  Para	
  o	
  vocábulo	
  jusMça	
  pode-­‐se	
  atribuir	
  muitos	
  senMdos,	
  a	
  jusMça	
  total	
  seria	
  o	
  mais	
  
genérico.	
  	
  
•  A	
  jus=ça	
  total	
  seria	
  a	
  virtude	
  da	
  observância	
  da	
  lei,	
  regra	
  social	
  de	
  caráter	
  
vincula=vo	
  para	
  o	
  bem	
  da	
  comunidade.	
  A	
  lei	
  é	
  uma	
  prescrição	
  de	
  caráter	
  genérico	
  
que	
  a	
  todos	
  vincula	
  e	
  por	
  isso	
  o	
  fim	
  da	
  lei	
  é	
  necessariamente	
  a	
  realização	
  do	
  bem	
  
comum	
  de	
  toda	
  a	
  comunidade.	
  O	
  hábito	
  humano	
  de	
  conformar	
  as	
  suas	
  ações	
  ao	
  
conteúdo	
  da	
  lei	
  é	
  a	
  própria	
  realização	
  da	
  jusMça	
  total.	
  
•  A	
  jusMça	
  total	
  envolve	
  não	
  apenas	
  o	
  animus	
  subjeMvo	
  humano,	
  a	
  disposição	
  de	
  
espírito,	
  mas	
  também	
  e	
  sobretudo	
  os	
  importes	
  relacionais	
  para	
  com	
  o	
  outro,	
  ou	
  
seja,	
  a	
  alteridade	
  (todo	
  o	
  homem	
  social	
  interage	
  e	
  interdepende	
  do	
  outro.):	
  
–  Homem	
  é	
  justo	
  ao	
  agir	
  na	
  legalidade;	
  
–  Homem	
  é	
  virtuoso	
  quando	
  por	
  disposição	
  de	
  caráter	
  orienta-­‐se	
  segundo	
  esses	
  vetores	
  
independentemente	
  da	
  presença	
  da	
  lei	
  ou	
  do	
  conhecimento	
  da	
  mesma.	
  
•  A	
  jus=çatotal	
  destaca-­‐se	
  como	
  a	
  virtude	
  total	
  de	
  observância	
  da	
  lei,	
  
complementada	
  pela	
  noção	
  de	
  jus=ça	
  par=cular	
  corre=va,	
  presidida	
  pela	
  noção	
  de	
  
igualdade	
  aritmé=ca	
  (comuta=va	
  nas	
  relações	
  voluntárias	
  e	
  repara=va	
  nas	
  
relações	
  involuntárias)	
  ou	
  distribu=va	
  presidida	
  pela	
  noção	
  de	
  igualdade	
  
geométrica.	
  
•  A	
  jusMça	
  também	
  será	
  exercida	
  nas	
  relações	
  domésMcas	
  e	
  nas	
  relações	
  políMcas	
  
(legal	
  e	
  natural)	
  
Jus=ça	
  como	
  virtude	
  
•  A	
  jusMça	
  em	
  sua	
  categorização	
  genérica	
  é	
  uma	
  virtude	
  e	
  como	
  
virtude	
  é	
  um	
  justo	
  meio	
  entre	
  dois	
  outros	
  extremos	
  
equidistantes	
  com	
  relação	
  à	
  posição	
  mediana,	
  um	
  primeiro	
  
por	
  excesso	
  e	
  um	
  segundo	
  por	
  defeito.	
  
•  Somente	
  a	
  educação	
  éMca,	
  ou	
  seja,	
  o	
  hábito	
  do	
  
comportamento	
  éMco	
  deliberado	
  pela	
  reta	
  razão	
  é	
  que	
  pode	
  
construir	
  um	
  comportamento	
  virtuoso.	
  
•  ÉMca	
  significa	
  hábito	
  em	
  grego,	
  ou	
  seja,	
  aqui,	
  a	
  reiteração	
  da	
  
práMca	
  virtuosa.	
  Assim,	
  a	
  virtude	
  assim	
  como	
  o	
  vício	
  adquire-­‐
se	
  pelo	
  hábito.	
  Ser	
  justo	
  seria	
  praMcar	
  reiteradamente	
  atos	
  
voluntários	
  de	
  jusMça	
  e	
  aqui	
  a	
  educação	
  aparece	
  novamente	
  
como	
  bem	
  maior	
  de	
  todo	
  o	
  Estado	
  sendo	
  que	
  o	
  dirigente	
  
deve	
  levar	
  o	
  cidadão	
  à	
  práMca	
  virtuosa.	
  
•  A	
  jusMça	
  em	
  meio	
  das	
  demais	
  virtudes	
  não	
  se	
  opõe	
  a	
  dois	
  
vícios	
  diferentes	
  mas	
  a	
  um	
  único	
  que	
  é	
  a	
  injusMça	
  
Poesia	
  	
  
•  Poesia	
  se	
  dá	
  pela	
  imitação,	
  ou	
  seja,	
  pela	
  recriação	
  
daquilo	
  que	
  existe	
  e	
  se	
  apresenta	
  de	
  três	
  formas	
  
possíveis:	
  
•  POESIA	
  ÉPICA	
  apresenta	
  o	
  homem	
  como	
  maior	
  do	
  
que	
  realmente	
  é,	
  idealizando-­‐o;	
  	
  
•  POESIA	
  TRÁGICA,	
  apresenta	
  o	
  homem	
  exaltando	
  
suas	
  virtudes;	
  
•  	
  POESIA	
  CÔMICA,	
  apresenta	
  o	
  homem	
  ressaltando	
  
seus	
  vícios	
  e	
  defeitos.	
  
•  Sócrates	
  uMliza	
  a	
  doutrina	
  do	
  conceito.	
  	
  
•  Platão	
  dá	
  um	
  passo	
  além,	
  procurando	
  determinar	
  a	
  relação	
  
entre	
  o	
  conceito	
  e	
  a	
  realidade,	
  mas	
  encalha,	
  dum	
  lado,	
  nas	
  
dificuldades	
  insolúveis	
  de	
  um	
  realismo	
  exagerado;	
  de	
  outro,	
  
nas	
  extravagâncias	
  dum	
  idealismo	
  extremo.	
  	
  
•  Aristóteles	
  define	
  jusMça,	
  juiz,	
  equidade,	
  família,	
  amizade,	
  
éMca,	
  virtude.	
  Para	
  ele,	
  fora	
  da	
  Pólis	
  somente	
  um	
  Deus	
  ou	
  
uma	
  besta	
  poderia	
  sobreviver,	
  ele	
  não	
  acreditava	
  na	
  
possibilidade	
  do	
  exercício	
  da	
  virtude	
  ou	
  da	
  jusMça	
  em	
  
qualquer	
  de	
  suas	
  formas,	
  seja	
  parMcular	
  ou	
  universal	
  fora	
  do	
  
convívio	
  social	
  porque	
  fora	
  da	
  sociedade	
  não	
  há	
  
reciprocidade.	
  A	
  amizade,	
  o	
  justo,	
  a	
  éMca,	
  a	
  virtude	
  e	
  a	
  
equidade	
  se	
  perfazem	
  em	
  comunidade	
  porque	
  se	
  realizam	
  
com	
  o	
  outro,	
  ou	
  seja,	
  na	
  relação	
  entre	
  indivíduos	
  sociais.	
  
Assim,	
  o	
  homem	
  é,	
  para	
  Aristóteles,	
  naturalmente	
  um	
  
animal	
  social	
  e	
  polí=co.

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