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Curso de Filosofia do Direito Aristóteles Professora Maria Elisa Soares Rosa Vida • Nasceu na Macedônia em 384 e morreu em 322 a.C. • Discípulo de Platão e mestre de Alexandre o Grande. • Criador do pensamento lógico. • Tratou de temas como a biologia, zoologia, éMca, Nsica, poesia, políMca, lógica, metaNsica, retórica, entre outros temas. • Filho de Nicômaco, amigo e médico pessoal do rei macedônio Amintas. • Tradicional, buscou estudar, rever o estudo e corrigir as falhas das filosofias anteriores, vislumbrando novas proposições. • Ele não foi escolhido para subsMtuir Platão na direção da academia porque, apesar de ser o aluno mais talentoso, ele não era grego, por isso Platão nomeou o seu sobrinho que defendia a matemaMzação da filosofia. Aristóteles se julgava o mais apto e sem aceitar a decisão de Platão, saiu da Academia e de Atenas, casou e fundou um pequeno círculo filosófico. • Em 343 a. C tornou-‐se preceptor de Alexandre, função que exerceu até 336 a.C. quando Alexandre sucedeu o pai, Filipe II, filho de Amintas, rei macedônio amigo do pai de Aristóteles. • Neste mesmo ano Aristóteles volta para Atenas e funda uma nova escola de filosofia que recebeu o nome de Liceu. No Liceu ele passa a ensinar filosofia e principalmente as ciências naturais, sempre ao ar livre, entre o canto dos pássaros e a sombra das árvores. • Seu ex aluno e amigo Alexandre o Grande sempre enviava exemplares de plantas e bichos das regiões mais distantes que ele conquistava. • Os senMmentos anMmacedônicos dos atenienses voltaram-‐se contra ele que, senMndo-‐se ameaçado, mudou novamente de cidade afirmando não poderia permiMr que Atenas cometesse um segundo crime contra a filosofia. Um mundo existente e a JUSTUÇA • Aristóteles, ao contrário de Platão, defende a existência de um único mundo, o que vivemos sendo que tudo aquilo que foge da nossa experiência sensível não existe. • Sua maior invesMgação se dá em torno do que é justo e do que é injusto por força da lei, por força da natureza, na distribuição, na correção, na troca, na punição, etc. • Para ele a Jus=ça é entendida como uma virtude, uma ap=dão é=ca humana que apela para a razão práMca, para a capacidade humana de eleger comportamentos para a realização de fins. É assim, um debate éMco dessa ciência práMca que discerne o bom e o mau, o justo do injusto. • A jus=ça ocorre inter homines, é uma práMca humana e social bem delimitada e é também uma virtude. Medium Terminus • Medium terminus é o meio termo, ou seja, posição resultante da ponderação entre dois extremos, o da injusMça por carência e o da injusMça por excesso. • O meio termo pode ser: – Proporcional – não se pode querer tributar a renda da mesma forma para aquele que ganha pouco e para aquele que ganha muito, deve observar-‐se o ganho de cada qual; – AritméMco – aquele que lesou alguém em X fica obrigado a resMtuir esse X mais as perdas e danos sofridas pelo lesado, só assim haverá jusMça. • Para Aristóteles os princípios éMcos não se aplicam a todos de forma única estando condicionados ao exame do caso parMcular para que, a cada um, de maneira personalizada se aplique o justo meio. Natureza do Homem • Para Aristóteles, a natureza do homem é racional, o home é um ser gregário por natureza e o homem é também um animal políMco por natureza (poliMkon zoon), sendo assim, só pode haver realização humana plena com o homem em sociedade. • Para ele, fora da Pólis somente um Deus ou uma besta poderia sobreviver, ele não acreditava na possibilidade do exercício da virtude ou da jusMça em qualquer de suas formas, seja parMcular ou universal fora do convívio social porque fora da sociedade não há reciprocidade que inerente à natureza do homem. Pólis • O homem é um ser gregário por natureza e também políMco e racional, exercendo a sua racionalidade no convívio políMco por meio do discurso (lógos). • Pólis para Aristoteles é: – uma comunidade humana soberana e auto suficiente, autárquica (regida pelos seus próprios cidadãos), com vistas ao melhor e não simplesmente à saMsfação das necessidades básicas de subsistência, tende à realização da felicidade como beneNcio para todos – uma teia social com estrutura políMca e poder organizado, locus de realização da racionalidade e da felicidade humana. • Fora da Pólis somente um Deus ou uma besta poderia sobreviver. Lógica • A lógica é a parte da filosofia que cuida do bem pensar ou do pensar correto, do conhecimento que busca a verdade. Para Aristóteles a lógica era um instrumento introdutório para o conhecimento cienffico e baseava-‐ se no silogismo, dedução a parMr de premissas universais, argumentação lógica perfeita consMtuída de três proposições declaraMvasque se conectam de tal modo que a parMr das duas primeiras premissas se extrai a conclusão. Um exemplo de silogismo : – Todo homem é mortal. – Sócrates é homem. – Logo, Sócrates é mortal. Polí=ca • A POLÍTICA aristotélica é essencialmente unida à MORAL, deferindo porém quanto ao objeMvo final que na moral é o indivíduo e na políMca a coleMvidade. • O fim úlMmo do estado é a VIRTUDE, isto é, a formação moral dos cidadãos e mais do que isso, a busca da felicidade e do bem comum. • O Estado é superior ao indivíduo, porquanto a cole=vidade é superior ao indivíduo, o bem comum superior ao bem par=cular. • O homem é naturalmente um animal social e polí=co. • O ESTADO é responsável pela defesa, segurança e conservação das famílias, mas o seu fim essencial é espiritual, ele é responsável por promover a EDUCAÇÃO e assim a VIRTUDE humana. Ele criMca Esparta onde a educação militar era o fim principal já que para eles a guerra era tarefa precípua do estado. • O ESTADO se compõe de uma comunidade de famílias organizadas. Família • Segundo Aristóteles, o ESTADO se compõe de uma comunidade de famílias organizadas. • A família compõe-‐se de cinco elementos: os filhos, a mulher, os bens, os escravos e o chefe. • Ao chefe pertence a direção da família, a educação e a finalidade econômica daí a necessidade do escravo que é considerado um ser humano para Aristóteles, porém, trata-‐se de ser humano desMnado aos trabalhos materiais e por isso impossibilitado de ter acesso à cultura, aMvidade que exigia tempo e liberdade. • Aristóteles, diversamente de Platão, defende o direito privado, a propriedade parMcular e a família porque para ele o Estado é a síntese de todas essas famílias e direitos privados. Forma de Governo • Aristóteles faz a classificação mais anMga que se tem nofcia quanto a Forma de Governo de um Estado sendo essa classificação válida até hoje. • Ele defendia a existência de três formas corruptas e três normais de condução do poder, governo baseado no número de governantes e na preponderância do interesse geral ou parMcular: – a monarquia (ou realeza segundo Dalmo de Abreu Dallari), que é o governo de um só, cuja degeneração é a =rania; – a aristocracia que é o governo de um grupo, poder políMco é dominado por um grupo eliMsta da classe dominante e não precisa estar ligado a laços de sangue como na monarquia; a degeneração é a oligarquia; – a democracia (ou república), que é o governo de muitos ou de todos, exercido pela mulMdão no interesse geral, cuja degeneração é a demagogia (ou Mmocracia). • Para Aristóteles essas formas de governo são puras e podem sofrer uma degeneração quando quem governa deixa de se orientar pelo interesse geral e passa a decidir segundo suas conveniências parMculares. • Aristóteles, ao contrário de Platão, era realista e por isso acreditava que a melhor forma de governo não é abstrata, e sim concreta: a finalidade do Estado deve ser a busca do bem comum e no governo e cuidado com as coisas que são de todos. Juiz • Para Aristóteles o juiz é a jusMça personificada, é o mediador de todo o processo de aplicação da jus=ça corre=va, sendo que essa conduz ao retorno das partes ao status quo ante, quando se tratar de uma situação resMtuível, ou possibilita o arbitramento de uma equivalência indenizatória com relação àquilo que seja o objeto da diferença. • Se o injusto corresponde a um estado entre as partes em que uma permanece com mais e outra com menos daquilo que é prejudicial e vice versa com relação àquilo que é um beneNcio, cabe ao juiz colocar os indivíduos desiguais (de acordo com a jusMça) em uma situação de paridade absoluta, equivalente ao estado inicial que se encontravam antes de se desigualarem reciprocamente. • O juiz, dentro de uma ordem políMca organizada sob o império da lei, é o sujeito ao qual incumbe, por um reto juízo, restabelecer a igualdade servindo-‐se não de seu arbítrio ou se seus interesses, mas do convencionado e consubstanciado na legislação. • A igualdade é aritmé=ca e independe das caracterísMcas ou qualidades do cidadão pois a lei é cega para as qualificações de cada qual. Amizade • Para além da lei, da jusMça e de tudo mais está a amizade, relação entre pessoas virtuosas pois onde há amizade em sua pureza conceitual não é necessária a jusMça. A amizade é a mais desinteressada, excelente e perfeita manifestação da jusMça, mas completa e duradoura. A amizade tanto quanto o justo se perfazem em comunidade, se realizam com o outro. • A amizade é o verdadeiro assento da paz, ela concorre prevenMvamente para o bem do convívio social. • Para Aristóteles a sociabilidade ea poliMcidade são da natureza humana e a amizade é a realização de todo o contato que une os membros de um único corpo social: “quando os homens são amigos necessitam de jus;ça, ao passo que os justos necessitam também da amizade; e considera-‐se que a mais genuína forma de jus;ça é uma espécie de amizade.” Ethica Nicomachea. É=ca • ESSÊNCIA é algo que dá idenMdade às coisas, é aquilo sem o qual a coisa não pode ser o que é; • ACIDENTE é algo que pode ser inerente ou não, pode exisMr ou não, sendo que de qualquer maneira ele não descaracteriza-‐se o ser; • ÉTICA é a ciência das condutas e se ocupa com assuntos passíveis de modificação, não se ocupa com aquilo que no homem é essencial e imutável, mas sim, com aquilo que pode ser obMdo pelo exemplo, hábito, aprendizagem, ações repeMdas ou disposições adquiridas. Equidade e jus=ça • Os termos se equivalem segundo o gênero, são semelhantes mas não são iguais já que a equidade seria um corre=vo do justo legal e por isso o equitaMvo é melhor que o justo. • O equo está para Aristóteles para uma qualidade humana que desborda dos limites daquilo que é bom sendo “muito bom”, ou seja, é melhor e mais desejável que o justo. • A necessidade de aplicação da equidade decorre do fato de que as LEIS prescrevem conteúdos de modo genérico, impessoal e indisMntamente, dirigindo-‐se a todos os cidadãos e a mulMplicidade de casos que surgirem na vida concreta, sem diferenciar possíveis nuances e variações fáMcas, casos em que se aplicarmos a lei em sua generalidade estar-‐se-‐á a causar uma injusMça por meio do próprio justo legal. Aqui a lei não é simplesmente segurança, razão sem paixão, governo de coisa pública, a lei é nesse caso injus=ça e para superar essa impossibilidade de haver legislação minimamente detalhista e futurista é que se exige o equo. • Insuficiências das leis são comuns sendo que elas podem exisMr: – por vontade do legislador que não podendo precisar tudo tem que estatuir princípios gerais basilares que não são aplicáveis sempre, mas só quando for necessário para resolver um caso concreto; – contra a sua vontade quando um fato lhe passa despercebido; – e a própria ausência da lei quando a equidade guarda sua uMlidade maior suprindo a falta dessa lei; – ou ainda quando a lei se torna obsoleta pela alterabilidade constante a que estão sujeitas as circunstâncias fáMcas que passam a contradizer o cristalizado na legislação. • Em todos esses casos deve-‐se fazer uso da equidade que significa ter em conta não a letra da lei, mas a intenção do legislador; não a parte mas o todo. • Aplicar a equidade significa agir de modo a complementar o caso que se apresenta aqui e agora, agindo como o próprio legislador agiria se es=vesse presente. Assim, o julgador coloca-‐se na posição de legislador que é quem opera com a generalidade da lei, fazendo-‐se um legislador para o caso individual. Lei de Introdução ao Código Civil -‐ LICC (Decreto-‐lei nº 4.657, de 4 set. 1942) • Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. • Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. • Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. • Não obstante o arMgo 4º não disponha de forma expressa, a eqüidade também pode exercer essa função integradora; • Uma suposta hierarquia de aplicação dos instrumentos de integração (fontes do Direito) poderia ser prescindida em favor da eqüidade, sempre em busca da solução mais justa ao caso sub iudice. • Ainda que a eqüidade não consMtua instrumento de integração oficialmente reconhecido, ela representaria um fator axiológico e teleológico relevante na situação em estudo. Jus=ça para Aristóteles • A jusMça para Aristóteles não é única. Ele traça os principais conceitos sobre o tema jusMça, divide as suas espécies para melhor entender o fenômeno em sua integralidade e relaciona com diversos domínios do saber como a éMca, poesia, Nsica, metaNsica, lógica, etc • Para Aristóteles a JUSTIÇA é uma VIRTUDE assim como a coragem, temperança, benevolência, e por isso deve ser estudada como ramo próprio do estudo do comportamento humano, seus desdobramentos sociais e individuais. Justo par=cular • O justo parMcular é uma parte da virtude e não a virtude total, refere-‐se ao outro singularmente no relacionamento direto entre as partes (entre parMculares). É de certa forma espécie do gênero justo total e pode ser dividido em: 1. Justo distribu=vo = todo Mpo de distribuição levada a efeito no Estado, seja de dinheiro, honras, cargos, assim comodeveres, responsabilidades e impostos. É no atribuir a cada um o seu, o que lhe é devido, evitando-‐se qualquer um dos extremos que representam a falta e o excesso, que reside o próprio ato da jusMça parMcular distribuMva. O critério de avaliação é subje=va através da apreciação do mérito eleito pelas formas de governo a que se vincula o que implica necessariamente uma proporcionalidade na reparMção do que a cada qual é devido. Aqui a igualdade estabelecida é do =po geométrico observando-‐se a proporcionalidade que visa a manutenção de um equilíbrio pois aos iguais é devida a mesma quan=dade de benemcios e aos desiguais são devidas partes diferentes à medida que se desigualam. 2. Justo corre=vo = juízo correMvo nas transações entre os indivíduos em situação de coordenação e não de subordinação como ocorre com o justo distribuMvo. Baseia-‐se exclusivamente num critério obje=vo de restabelecimento do equilíbrio rompido entre os par=culares. Trata-‐se de igualdade aritmé=ca, perfeita ou absoluta porque permite a ponderação entre a perda e o ganho garanMndo com objeMvidade o restabelecimento das partes à posição inicial. Abrange: – Relações baseadas na voluntariedade do vínculo entre as pessoas, ex. compra e venda, locação,etc., contratuais onde prevalece a liberdade de vinculação e de esMpulação do teor do vínculo. Quando os serviços trocados não se correspondem é que se faz necessária a jusMça correMva. – Relações estabelecidas involuntariamente e surgidas como consequência de uma clandesMnidade ou violência (roubo, adultério, injuria, lesão, etc.) Retribuição proporcional de Aristóteles • Os filósofos da escola de Pitágoras propuseram o conceito de justo e do recíproco como sinônimos, tal qual o princípio puniMvo de Talião, onde se retribui o mal com o mesmo mal em quanMdades equivalentes. • A noção de justo associada à noção de recíproco foi amplamente criMcada por Sócrates que consagrou o princípio de que não se deve responder com injusMça a uma injusMça porque isso levaria a reiteração do conflito sendo que a jusMça deve se subsMtuir a qualquer outro valor uma vez que ao cidadão cabe fazer com que essa prevaleça na comunidade. • Aristóteles trouxe uma nova abordagem do tema introduzindo outro Mpo de retribuição, a proporcional e não mais em igual medida. Essa nova reciprocidade fundada na proporção é elemento basilar das trocas sociais efetuadas entre bens de naturezas diversas – necessidade – troca – parâmetro de comensurabilidade – elemento igualador -‐ dinheiro Justo polí=co e justo domés=co • Justo polí=co consiste na aplicação da jusMça na cidade, na pólis. Trata-‐se de algo perMnente ao corpo cívico e visa a auto suficiência da vida comunitária vigente entre os homens que parMlham de um espaço comum, formando uma comunidade que tem por fim a plena realização das potencialidades humanas. As comunidades que não se organizam poliMcamente não possuem leis e não exercem o justo políMco. A jusMça políMca era dirigida aos cidadãos todos isonomicamente iguais perante as leis da cidade. Cidadão é aquele que governa, tem a capacidade de eleger e ser eleito na Assembléia • Justo domés=co era a jusMça para com a mulher, os filhos, os escravos, os estrangeiros Justo legal e Justo natural • Justo legal corresponde à parte das prescrições vigentes entre os cidadãos de determinada pólis. O justo legal de princípio não importa, mas uma vez posto deixa de ser indiferente tornando-‐se necessário. Poderia ser feito das maneiras as mais variadas possíveis, mas uma vez que foi convencionado legislaMvamente, é a esta que deve obedecer. • A lei ou justo legal possui força não natural mas fundada na convenção. • Justo natural encontra a sua fundamentação não na vontade humana preceituada mas na própria natureza, ou seja, não depende para a sua existência de qualquer decisão ou ato posiMvo. Jus=ça Total • Para o vocábulo jusMça pode-‐se atribuir muitos senMdos, a jusMça total seria o mais genérico. • A jus=ça total seria a virtude da observância da lei, regra social de caráter vincula=vo para o bem da comunidade. A lei é uma prescrição de caráter genérico que a todos vincula e por isso o fim da lei é necessariamente a realização do bem comum de toda a comunidade. O hábito humano de conformar as suas ações ao conteúdo da lei é a própria realização da jusMça total. • A jusMça total envolve não apenas o animus subjeMvo humano, a disposição de espírito, mas também e sobretudo os importes relacionais para com o outro, ou seja, a alteridade (todo o homem social interage e interdepende do outro.): – Homem é justo ao agir na legalidade; – Homem é virtuoso quando por disposição de caráter orienta-‐se segundo esses vetores independentemente da presença da lei ou do conhecimento da mesma. • A jus=çatotal destaca-‐se como a virtude total de observância da lei, complementada pela noção de jus=ça par=cular corre=va, presidida pela noção de igualdade aritmé=ca (comuta=va nas relações voluntárias e repara=va nas relações involuntárias) ou distribu=va presidida pela noção de igualdade geométrica. • A jusMça também será exercida nas relações domésMcas e nas relações políMcas (legal e natural) Jus=ça como virtude • A jusMça em sua categorização genérica é uma virtude e como virtude é um justo meio entre dois outros extremos equidistantes com relação à posição mediana, um primeiro por excesso e um segundo por defeito. • Somente a educação éMca, ou seja, o hábito do comportamento éMco deliberado pela reta razão é que pode construir um comportamento virtuoso. • ÉMca significa hábito em grego, ou seja, aqui, a reiteração da práMca virtuosa. Assim, a virtude assim como o vício adquire-‐ se pelo hábito. Ser justo seria praMcar reiteradamente atos voluntários de jusMça e aqui a educação aparece novamente como bem maior de todo o Estado sendo que o dirigente deve levar o cidadão à práMca virtuosa. • A jusMça em meio das demais virtudes não se opõe a dois vícios diferentes mas a um único que é a injusMça Poesia • Poesia se dá pela imitação, ou seja, pela recriação daquilo que existe e se apresenta de três formas possíveis: • POESIA ÉPICA apresenta o homem como maior do que realmente é, idealizando-‐o; • POESIA TRÁGICA, apresenta o homem exaltando suas virtudes; • POESIA CÔMICA, apresenta o homem ressaltando seus vícios e defeitos. • Sócrates uMliza a doutrina do conceito. • Platão dá um passo além, procurando determinar a relação entre o conceito e a realidade, mas encalha, dum lado, nas dificuldades insolúveis de um realismo exagerado; de outro, nas extravagâncias dum idealismo extremo. • Aristóteles define jusMça, juiz, equidade, família, amizade, éMca, virtude. Para ele, fora da Pólis somente um Deus ou uma besta poderia sobreviver, ele não acreditava na possibilidade do exercício da virtude ou da jusMça em qualquer de suas formas, seja parMcular ou universal fora do convívio social porque fora da sociedade não há reciprocidade. A amizade, o justo, a éMca, a virtude e a equidade se perfazem em comunidade porque se realizam com o outro, ou seja, na relação entre indivíduos sociais. Assim, o homem é, para Aristóteles, naturalmente um animal social e polí=co.
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