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OBESIDADE Prof. Rebecca Peixoto PLANO DE AULA Aula/ Data Conteúdo Objetivos Aula 8. • Conduta nutricional na obesidade • Discutir as recomendações nutricionais para obesidade. OBESIDADE Doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal que causa prejuízos a saúde do indivíduo. ! ▪ História clínica ▪ Exame físico ▪ Anamnese alimentar ▪ Pratica de atividade física ▪ Evolução do peso corporal e tentativas de perda de peso ▪ Avaliação antropométrica e determinação dos parâmetros de distribuição de gordura corporal ▪ Perfil bioquímico Avaliação Clínica Tratamento Promover perda de peso visando a melhora ou eliminação das condições mórbidas que se associam à obesidade e diminuir o risco de complicações clínicas no futuro. COMPORTAMENTAL FARMACOLÓGICO DIETÉTICO EXERCÍCIO FÍSICO CIRÚRGICO ✓ Avaliação do estado nutricional ✓ Desenvolvimento do plano de ação nutricional ✓Implementação da dietoterapia ✓Aconselhamento nutricional ✓Avaliação da eficiência da intervenção Tratamento dietético A maioria das pessoas que estão tentando emagrecer não segue uma dieta hipocalórica e balanceada que leve à reeducação alimentar, mas sim uma “dieta da moda”. D I E T A S DIETA Dr. ATKINS Desenvolvida Robert Atkins, 1972 ! Dieta hiperproteica e hiperlipídica (98% calorias proveniente PTN e LIP) ! Recomenda que se coma até se sentir suficientemente satisfeito mas sem se sentir "empanzinado". DIETA COM MUITO BAIXO VALOR CALORICO (VLCD) Desenvolvida Bray e Gray, 1988 ! 10 kcal por Kg peso ideal. DIETA DOS PONTOS Desenvolvida Alfredo Halpern, 1969 ! Total pontos podem ser consumidos: GET/3,6 - IMC DIETA DO PONTO Z Desenvolvida Barry Sears, 1995 ! Deve-se comer mais proteína e grandes quantidades de vegetais de baixo índice glicêmico ! 40% CH / 30% PTN / 30% LIP ✓ Pesquisa de hábitos ✓ Diário de alimentos ✓ Limitar acesso a alimentos calóricos ✓ Modificação do ambiente das refeições ✓ Diminuir velocidade da alimentação ✓ Estabelecimento de metas ✓ Educação nutricional Ideal: Modificações comportamentais ! ▪ Redução 500 - 1000 kcal segundo consumo habitual (não inferior a 1200 kcal). ▪ 15-20 kcal/ Kg de peso atual (não inferior a GEB). ▪ Na prática clínica - 20 kcal por kg de peso ajustado. ▪ Carboidratos: 55-60% do VET. ▪ Fibras: 20-30g/dia. ▪ Proteína: 15 a 20% do VET (>0,8 g ptn/kg/peso desejável) ▪ Lipideos: 20-25% VET (7% sat/ 10% poli / 13% mono) ▪ Colesterol: < 300mg/dia. ▪ Fracionamento de refeições (6 refeiçõess/dia) Composição dos Planos Alimentares (Cuppari, 2014) 14 Outros Planos Alimentares … • Baixo valor energético: 800 - 1200 kcal ou 10 a 19 kcal/kg peso desejável/dia (indicado quando não se conseguiu diminuir peso após período razoável com plano alimentar com restrição moderada de calorias) • Muito baixo valor energético: <800 kcal ou < 10 kcal/kg peso desejável/dia (indicado para obesidades remissivas e recorrentes, descompensação diabética e outros estados que requerem rápida perda de peso). Deve ser utilizada em períodos curtos - 3 a 4 semanas • Dieta com déficit de 500 a 1000 Kcal objetiva uma diminuição de 0,5 a 1,0 kg por semana. ! ! ! ! ! • Dietas de baixas calorias, com 1000 a 1200 Kcal por dia, reduzem em média 8% do peso corporal, em três a seis meses, com diminuição de gordura abdominal. Estudos de longo prazo mostram uma perda média de 4% em três a cinco anos. Déficit de 500 a 1000Kcal/d com um mínimo de: 1000 a 1200 Kcal/d para as mulheres 1200 a 1400 Kcal/d para os homens Relação Dieta x Perda de peso • Dietas pobres em gorduras, sem redução do número total de calorias, não leva à perda de peso. Entretanto, reduzir a quantidade de gordura em uma dieta hipocalórica é uma maneira prática de se reduzir a ingestão calórica e induzir a perda de peso. ! • Dietas que contenham 1400 a 1500 Kcal por dia, independentemente da composição de macronutrientes, levam à perda de peso. ! • Dietas de baixíssimas calorias, com 400 a 800 Kcal por dia, produzem perda de peso maior a curto prazo, em comparação às dietas de baixas calorias. Entretanto, a longo prazo, no período de um ano, a perda de peso é similar. Motivos que levam as pessoas a abandonar dietas ou não alterar costumes ! • Dificuldade de entender o que é recomendado (Falta de tradução do cotidiano) • Excesso de gordura adicional (óleo, margarina, etc.) • Desorientação em relação as afirmações "Ex. coma mais frutas e verduras" • Transmissão de informações na negativa ("NÃO PODE") • Falta de determinação do paciente • Não respeitar os hábitos alimentares do indivíduo • Dificuldade em definir a porção ! • Ambiente que não favorece a atividade física e estimula uma alimentação inadequada • Parceiro que não auxilia • Sentar a mesa com diversas variedades de alimentos hipercalóricos • Não realizar o ABASTECIMENTO correto • Não envolver a família no processo Obs. Cerca de 30% dos obesos apresentam compulsão alimentar CIRURGIA BARIÁTRICA Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica + Conselho Federal de Medicina: • IMC > 40 Kg/m2 • IMC entre 35 - 40 Kg/m2 + Comorbidades relacionadas à obesidade ! Resolução n° 2.131/15 CIRURGIA BARIÁTRICA Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica + Conselho Federal de Medicina: Resolução nº 1.766/05 • IMC > 40 Kg/m2 • IMC entre 35 - 40 Kg/m2 + Comorbidades relacionadas à obesidade ! DM 2, HAS, doenças articulares e ortopédicas, dislipidemias, coronariopatias, apneia do sono, depressão, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva, infertilidade masculina e feminina, entre outras CIRURGIA BARIÁTRICA Conselho Federal de Medicina: •Idade mínima: 18 anos •Entre 16 e 18 anos: podem ser operados de maneira seletiva após 2 anos de tratamento clínico prévio sem sucesso CIRURGIA BARIÁTRICA Conselho Federal de Medicina: Contraindicações ! Uso de drogas ilícitas, alcoolismo, doenças psicóticas ou quadros demenciais graves ou moderados Pré-operatório: Reeducação alimentar = sucesso pós-operatório • Focar ensinamentos básicos de uma nutrição adequada para o candidato e seus familiares quanto leitura rótulos e tamanho das porções • Levar em consideração preferencias alimentares e estilo vida do candidato • Realizar exercícios físicos e cuidar alimentação para obtenção bons resultados Técnicas cirúrgicas Principais técnicas cirúrgicas desenvolvidas e mecanismo de ação: Balão Intragástrico O tempo de permanência máxima é de 6 meses Balão confeccionado em silicone, com capacidade de 400 a 700 ml de solução salina no seu interior. Quem é candidato ? • Pacientes com IMC > 35 refratários ao tratamento clínico, que não aceitam tto cirúrgico ou apresentem contraindicações • Pacientes IMC < 35 com comorbidades, refratários ao tto clínico superior a 3 anos • Preparo para cirurgia superobesos (IMC> 50) • Redução risco anestesiológico para outras cirurgias grande porte para pacientes superobesos Contraindicações • Lesão no trato digestivo superior: hérnia de hiato, esofagite, úlcera gástrica e duodenal, doença Crohn etc • Cirurgia abdominal prévia • Gravidez e lactação • Dependencia de drogas ilícitas e etilismo • Uso crônico antinflamatório e anticoagulante oral • Distúrbio psiquiátrico • Falta de motivação e adesão ao tto Complicações imediatas (1º e 8º DPO) → Náuseas/vômitos, Desidratação, Empachamento, Epigastralgia, Esofagite de refluxo, Estase sintomática, Impactaçãodo balão Complicações tardias Deslocamento/rompimento do balão DIETOTERAPIA NO PÓS-INSERÇÃO BALÃO → CONSISTÊNCIA DA DIETA: 1º ao 15º DPO: Dieta líquida de prova / líquida total hipocalórica 15º ao 30º DPO: Evoluir dieta semi-líquida até livre hipocalórica → VOLUME E FRACIONAMENTO: 100 mL de 2/2h → TEMPERATURA: tolerância do paciente ! ! ! ! •Dieta líquida de prova - carboidratos complexos •15º DPO: Retorno ao Nutricionista (avaliação clínico- nutricional: anamnese alimentar, funcionamento TGI, náuseas, vômitos, azia, plenitude gástrica, regurgitações) •Suplemento vitamínico-mineral: rápida perda de peso e/ou ingestão < 1200 Kcal/dia •Avaliação/reeducação alimentar: mensal ou bimensal, manter acompanhamento após retirada do balão se necessário ! ! ! ! RECOMENDAÇÕES ! Banda Gástrica Ajustável Dispositivo constituído por um anel inflável de silicone, um tubo de conexão e um portal de injeção. Pode ter seu calibre ajustado mediante introdução/remoção de líquido por punção percutânea do portal de injeção, que é implantado no subcutâneo da parede abdominal Complicações: semelhantes a do balão intragástrico. Gastroplastia Vertical com Banda Restrição mecânica à ingestão de alimentos pela limitação de um pequeno segmento gástrico localizado junto ao angulo de His, estendendo-se paralelamente à pequena curvatura gástrica, delimitada por um anel. Gastrectomia Vertical Remoção de 70 a 80% do estômago proximal a partir do ângulo de His ao antro, resultando em volume gástrico residual variando de 50 a 200 mL. → EVOLUÇÃO DA DIETA: 1º DPO: Dieta líquida de prova com carboidratos complexos 2º ao 15º DPO: Dieta líquida total hipocalórica 15º ao 30º DPO: Dieta semi-líquida ➔pastosa > 30º DPO: Dieta branda ➔ livre hipocalórica ! IMPORTANTE: Mastigação e fracionamento da dieta DIETOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO → Uso de suplementos: ingestão < 1200 Kcal/dia, rápida perda de peso, vômitos frequentes → Consultas: avaliação clínico-nutricional - 15º DPO, 30º DPO, após de 3 em 3 meses no 1º ano - No 2º ano de 4 em 4 meses (ou 6 em 6 meses) até adequada reeducação alimentar DIETOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO Bypass Gástrico Y-Roux (Fobi-Capella) Secção gástrica com consequente formação de um pequeno reservatório gástrico com capacidade em torno 30 mL O intestino delgado é trabalhado para a formação de um Y de Roux, com alça alimentar medindo entre 100 – 150 cm • Desnutrição protéico-calórica • Deficiência de micronutrientes • Desidratação • Vômitos/náuseas • Anorexia/transtornos alimentares • Síndrome de dumping Complicações → 1º ao 3-5º DPO: Dieta líquida de prova ➔ líquida total (alta hospitalar) = Hipocalórica, S/SACAROSE, S/LACTOSE, hiperprotéica → 5º ao 15º DPO: Dieta líquida total ➔ líquida-pastosa Hipocalórica S/SACAROSE, S/LACTOSE, hiperprotéica → 15º ao 30º DPO: Dieta pastosa ➔ branda hipocalórica Hipocalórica S/SACAROSE, S/LACTOSE, hiperprotéica → > 30º DPO: Dieta livre hipocalórica, hiperprotéica, introdução gradual de lactose DIETOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO → HORÁRIO: 2/2h → VOLUME: copinhos de 30 - 50 mL a cada 15 minutos → AÇÚCAR: carboidratos complexos, adoçantes líquidos, evitar LACTOSE no 1º mês → PROTEÍNAS: 60 - 120g/dia, suplementar → SUPLEMENTO VITAMÍNICO-MINERAL: líquido no 1º mês → CONSULTAS: avaliação clínico-nutricional DIETOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO Derivações Biliopancreáticas Gastrectomia distal, com alça alimentar de 200 cm anastomosada ao estômago remanescente, e um canal comum de 50 cm, ponto no qual se anastomosa a alça biliopancreática desviada do fluxo alimentar • Cirurgia de Scopinaro Derivações Biliopancreáticas Gastrectomia distal, com alça alimentar de 200 cm anastomosada ao estômago remanescente, e um canal comum de 50 cm, ponto no qual se anastomosa a alça biliopancreática desviada do fluxo alimentar • Cirurgia de Scopinaro A colecistectomia é associada nesse procedimento de desvio biliopancreático, em razão da elevada incidência de colelitíase Derivações Biliopancreáticas• Técnica do Switch Duodenal Gastrectomia vertical como procedimento restritivo associada à anastomose duodenoileal com desvio do fluxo alimentar pelos segmentos duodenais a partir do bulbo. Derivações Biliopancreáticas• Técnica do Switch Duodenal Gastrectomia vertical como procedimento retsritivo associada à anastomose duodenoileal com desvio do fluxo alimentar pelos segmentos duodenais a partir do bulbo. Manutenção piloro – reduz possibilidade sindrome de dumping, úlceras de boca anastomóticas e sangramentos digestivos Ressecção fundo gástrico – onde é produzido Grelina (relacionado sensação fome) • Diarréia grave • Desidratação • Gases e flatos • Fezes ácidas e fétidas • Desnutrição calórico-protéica • Deficiência de micronutrientes Complicações → 1º ao 7º DPO: Dieta líquida de prova ➔ líquida total hipocalórica → 8º ao 15º DPO: Dieta pastosa hipocalórica → 15º ao 30º DPO: Dieta branda ➔ livre hipocalórica → > 30º DPO: Dieta livre hipocalórica, hiperprotéica, introdução gradual de lactose PROTEÍNAS: 60 - 120g/dia, suplementar SUPLEMENTO VITAMÍNICO-MINERAL: líquido no 1º mês CONSULTAS: avaliação clínico-nutricional DIETOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO A intervenção cirúrgica serve para aumentar a adesão à dieta, induzindo à saciedade após ingestão de pequenos volumes de alimentos, mas o cuidado e o monitoramento nutricional deverão ser mantidos, caso contrário, o paciente com transtorno alimentar pode assumir um padrão de alta densidade calórica e desequilibrada nutricionalmente. Leitura Sugerida MAHAN, L.K.; ALIN, M.T. KRAUSE. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 13 ed. São Paulo: Rocco, 2013. CUPPARI, L. Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis. Barueri, SP: Manole, 2009. CHEMIN, SS; MURA JDP. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Rocca, 2007 CUPPARI, L. Nutrição Clínica do Adulto. 3 ed. São Paulo:Manole, 2014 BURGOS MGP, Lima DSC, Coelho PBP. Nutrição em cirurgia bariátrica. Rio de Janeiro: Rubio, 2011 CAMPOS ACL. Nutrição e metabolismo em cirurgia. Rio de Janeiro: Rubio, 2013 SEGAL A, FRANQUES ARM. Atuação multidisciplinar na cirurgia bariátrica. São Paulo: Miró Editorial, 2012
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