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Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental Movimentac¸a˜o do Girosco´pio J. M. R. Cruz (autor) P. L. S. H. Torres (co-autor) L. G. N. Coelho (colaboradora) A. A. N. de Paula (colaborador) Outubro de 2015 1 Objetivos O objetivo dida´tico deste experimento e´ proporcionar ao aluno um contato com um girosco´pio que permita uma apreciac¸a˜o dos efeitos relacionados ao mo- mento angular no movimento de rotac¸a˜o e uma visualizac¸a˜o das direc¸o˜es de atuac¸a˜o das va´rias grandezas vetoriais envolvidas. Para tanto, o experimento sera´ dividido em duas partes, uma qualitativa e outra quantitativa. O objetivo espec´ıfico da parte quantitativa do experimento e´ a determinac¸a˜o do momento de ine´rcia do girosco´pio usando dois me´todos: a lei da conservac¸a˜o da energia mecaˆnica e o movimento de precessa˜o. 2 Fundamentac¸a˜o teo´rica A maioria das grandezas usadas para descrever a cinema´tica e a dinaˆmica dos movimentos de translac¸a˜o tem um equivalente para o movimento de rotac¸a˜o. As equivaleˆncias que nos interessam neste experimento esta˜o expressas na tabela abaixo: Translac¸a˜o Rotac¸a˜o Descric¸a˜o Expressa˜o Descric¸a˜o Expressa˜o Massa m Momento de ine´rcia I Velocidade linear ~v Velocidade angular ~ω Acelerac¸a˜o linear ~a Acelerac¸a˜o angular ~α Momento linear ~p = m~v Momento angular Part´ıcula: ~L = ~r × ~p Corpo: ~L = I × ~ω Forc¸a ~F = d~pdt = m~a Torque Part.: ~τ = d ~L dt = ~r × ~F Corpo: ~τ = d ~L dt = I~α Energia cine´tica Ec = 1 2mv 2 Energia cine´tica Ec = 1 2Iω 2 As direc¸o˜es e os sentidos dos vetores associados aos movimentos de rotac¸a˜o na˜o sa˜o ta˜o facilmente visualizados como no caso dos movimentos de translac¸a˜o. Visto que as direc¸o˜es e os sentidos desses vetores sa˜o derivados de produtos ve- toriais, e´ necessa´rio aplicar a regra da ma˜o direita para determinar seus sentidos e direc¸o˜es. Considere o girosco´pio da figura 1. Ele pode girar quase livremente em torno dos treˆs eixos de rotac¸a˜o: o eixo vertical, o eixo horizontal e o eixo de rotac¸a˜o do disco. Em equil´ıbrio, a resultante das forc¸as e a resultante dos torques atuantes sobre o girosco´pio devem ser nulas. Assim, na auseˆncia de forc¸as externas, o girosco´pio mante´m fixa a direc¸a˜o dos seus movimentos linear e angular. Quando submetido a um torque externo, o girosco´pio reage de acordo com a relac¸a˜o: 1 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental ~τ = d~L dt (1) Essa expressa˜o indica que a direc¸a˜o do momento angular variara´ na mesma direc¸a˜o do torque aplicado. Isso explica, por exemplo, o movimento de precessa˜o do girosco´pio que ocorre quando um peso e´ dependurado em uma das extremi- dades (no (1) ou (12) da figura 2) de um girosco´pio equilibrado, situado a uma distaˆncia ` do ponto de apoio (localizado atra´s do transferidor, na posic¸a˜o (8)) e girando em torno do eixo de rotac¸a˜o (9). Se o girosco´pio gira sem atrito, o mo´dulo do momento angular permanece constante e, assim, somente a direc¸a˜o do momento angular e´ alterada. Chamando o aˆngulo de precessa˜o do girosco´pio em torno do eixo vertical de ϕ, tem-se:∣∣∣∣∣d~Ldt ∣∣∣∣∣ = Ldϕdt = τ = mg` (2) Ω = dϕ dt = mg` L = mg` Iω (3) Onde Ω e´ a velocidade angular de precessa˜o. Assim, d~L apontara´ na mesma direc¸a˜o do vetor torque ~τ devido a` forc¸a do peso dependurado. Figura 1: O girosco´pio, seus eixos de rotac¸a˜o e as varia´veis envolvidas. O momento de ine´rcia do girosco´pio pode ser determinado de duas maneiras, sendo a primeira delas por meio da conservac¸a˜o da energia mecaˆnica. Considere a figura 2. Suponha que o eixo do girosco´pio seja travado de forma que ele apenas possa girar em torno do seu pro´prio eixo de rotac¸a˜o. Se uma massa (7) com peso P = mg (na˜o confundir com o momento linear p) for dependurada por uma corda enrolada na polia (10) de raio r e liberada de uma altura h acima do solo, a energia cine´tica do sistema e´ constitu´ıda pela soma da energia cine´tica de rotac¸a˜o do disco e da energia cine´tica de translac¸a˜o do peso: 2 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental mgh = 1 2 Iω2 + 1 2 mv2 (4) Pore´m, como a velocidade de translac¸a˜o do peso v = ωr, mgh = 1 2 ( I +mr2 ) ω2 (5) Podemos reescrever essa equac¸a˜o em termos do per´ıodo T = 2piω , ou seja, o tempo que o disco leva para completar uma volta: 1 T 2 = mg 2pi2 (I +mr2) h (6) Assim, fazendo-se uma medida do per´ıodo atingido logo apo´s o disco ter sido acelerado pelo peso solto de uma altura h, pode-se determinar o momento de ine´rcia. A segunda forma de determinar o momento de ine´rcia e´ por meio da ve- locidade angular de precessa˜o, descrita na equac¸a˜o (3). Essa equac¸a˜o nos diz que a velocidade angular de precessa˜o e´ inversamente proporcional a` velocidade angular de rotac¸a˜o. Assim, o produto Ωω e´ uma constante igual ao torque aplicado pelo peso dividido pelo momento de ine´rcia. Deve haver uma relac¸a˜o linear entre esse produto e a massa do peso aplicado em uma das extremidades do girosco´pio: Ωω = g` I m (7) Como o que se mede e´ o per´ıodo de precessa˜o Tp e o per´ıodo do disco T em segundos, em termos dessas grandezas, a equac¸a˜o (7) nos da´: 1 T × Tp = g` 4pi2I m (8) Assim, medindo-se a raza˜o 1T×Tp para va´rias massas diferentes, devemos ob- ter uma relac¸a˜o linear entre essas duas grandezas, cujo coeficiente angular nos permita determinar I. 3 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental 3 Material - Girosco´pio PASCO modelo ME-8960; - Dois discos de rotac¸a˜o; - Dois contrapesos de 900g; - Um contrapeso de 30g; - Uma massa adicional de 150g; - Um motor ele´trico para acelerac¸a˜o do disco; - Um temporizador, ou um contador para medida do per´ıodo do disco; - Um cronoˆmetro digital; - Um conjunto com nove setas indicativas das grandezas vetoriais; - Uma re´gua de 1m de comprimento; Figura 2: O girosco´pio PASCO ME-8960 e seus componentes Em diversos momentos, sera´ necessa´rio indicar onde determinados itens sa˜o posicionados, portanto, segue a legenda: (1) Parafuso 1 e posic¸a˜o para depen- durar peso; (2) Contrapeso de 900g; (3) Contrapeso de 30g; (4) Haste de suporte; (5) Brac¸adeira; (6) Eixo do girosco´pio; (7) Base de ferro fundido em forma de “A”; (8) Transferidor; (9) Eixo de rotac¸a˜o; (10) Polia de alumı´nio; (11) Disco girato´rio; (12) Parafuso 2 e posic¸a˜o para depen- durar peso; 4 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental 4 Procedimentos Como foi mencionado anteriormente, este experimento e´ dividido em duas partes: uma qualitativa e outra quantitativa. O procedimento qualitativo visa proporcionar um contato real com as va´rias grandezas vetoriais no problema. Por esse motivo, e´ importante que cada membro do grupo participe da parte pra´tica, testando os movimentos do girosco´pio para “sentir a reac¸a˜o” dele. A parte quantitativa consiste na determinac¸a˜o do momento de ine´rcia do girosco´pio usando dois me´todos distintos: a conservac¸a˜o da energia mecaˆnica e a relac¸a˜o entre momento angular, torque e precessa˜o. Se voceˆ na˜o entendeu a fundamentac¸a˜o teo´rica, volte a` respectiva sec¸a˜o e revise, ou leia a bibliografia sugerida no fim deste roteiro. 4.1 Ana´lise qualitativa do movimento do girosco´pio 4.1.1 Ana´lise das forc¸as esta´ticas Com o disco parado, ajuste a posic¸a˜o dos contrapesos com o intuito de equilibrar as forc¸as, de forma que o girosco´pio fique completamente parado ao soltar suas travas1. Discuta com seu grupo e afixe os vetores Peso do disco (~PD), Peso do contra peso (~PC) e Forc¸a normal ( ~N). Vamos desprezar o peso do eixo. Como essas grandezas esta˜o relacionadas ao equil´ıbrio? Antes de prosseguir, retire os vetores afixados e guarde-os. Desenhe na ata um diagrama das forc¸asesta´ticas. 4.1.2 Ana´lise dos torques Tambe´m com o disco parado e o girosco´pio equilibrado, coloque a massa adicional na posic¸a˜o (1) da figura 2. Afixe no girosco´pio o vetor Torque (~τ) correspondente e anote na ata as direc¸o˜es da forc¸a aplicada e do torque. Se a massa for colocada agora na posic¸a˜o (12), o que acontece com o vetor torque? Agora, segurando no suporte dos eixos horizontal (6) e vertical (9), gire o girosco´pio em torno do eixo vertical (9) para um lado e para o outro. Ao fazer esse movimento, voceˆ estara´ executando um torque em qual direc¸a˜o? Afixe o vetor torque e o vetor acelerac¸a˜o angular de forma que seu sentido indique corretamente uma rotac¸a˜o no sentido anti-hora´rio (quando visto de cima). O que acontece com os vetores quando o sentido da rotac¸a˜o e´ invertido? Novamente, antes de prosseguir, retire a seta do vetor Torque. 1Caso voceˆ esteja com dificuldades para equilibrar o eixo do girosco´pio, a base dele pode estar desnivelada. Consulte o apeˆndice (sec¸a˜o 8.1) para ver como nivelar a base novamente. 5 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental 4.1.3 Velocidade e momento angular ATENC¸A˜O: CUIDADO! Voceˆ utilizara´ o motor para acelerar os discos do girosco´pio. Na˜o ultra- passe a velocidade 3 do motor. Para acelera´-lo, encoste a roda pla´stica do motor na borda do disco. ATENC¸A˜O: RISCO DE FERIMENTOS! Tome cuidado ao tocar o disco em movimento e, quando poss´ıvel, evite por completo. Voceˆ podera´ se queimar ou lesionar as suas ma˜os. Com o girosco´pio equilibrado segure o eixo do girosco´pio e gire o disco com o aux´ılio do motor ele´trico para impulsiona-lo. O disco agora possui velocidade angular. Afixe no girosco´pio o vetor velocidade angular (~ω) de forma correta, obedecendo a regra da ma˜o direita. Afixe tambe´m o vetor momento angular (~L). Antes de prosseguir para o pro´ximo item, retire os vetores. 4.1.4 Resposta dinaˆmica do girosco´pio a torques externos Gire o disco do girosco´pio no sentido anti-hora´rio (quando visto de frente). Segure na extremidade (1) do seu eixo, tente gira´-lo na horizontal e na vertical e procure sentir a direc¸a˜o e o sentido da forc¸a de reac¸a˜o do girosco´pio ao torque que voceˆ esta´ aplicando. Preencha a tabela abaixo considerando o sistema de refereˆncia descrito na figura 3. Figura 3: Sistema de coordenadas de refereˆncia 6 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental Giro do disco no sentido anti-hora´rio Forc¸a aplicada na extremidade (1) Direc¸a˜o e sentido do torque apli- cado Direc¸a˜o e sentido da reac¸a˜o da extremi- dade (12) Direc¸a˜o de movi- mento da extre- midade do vetor momento angular +~x −~x +~z −~z Gire o suporte central no sentido hora´rio (visto de cima) Gire o suporte central no sen- tido anti hora´rio (visto de cima) Inverta o sentido de rotac¸a˜o do disco e repita o procedimento preenchendo a pro´xima tabela: Giro do disco no sentido hora´rio Forc¸a aplicada na extremidade (1) Direc¸a˜o e sentido do torque apli- cado Direc¸a˜o e sentido da reac¸a˜o da extremi- dade (12) Direc¸a˜o de movi- mento da extre- midade do vetor momento angular +~x −~x +~z −~z Gire o suporte central no sentido hora´rio (visto de cima) Gire o suporte central no sen- tido anti-hora´rio (visto de cima) Analise a tabela e verifique se e´ poss´ıvel concluir que a direc¸a˜o do momento angular do girosco´pio varia na mesma direc¸a˜o do torque aplicado. Registre a conclusa˜o no livro ata. 4.1.5 Movimento de precessa˜o Coloque o disco do girosco´pio para girar conforme indicado na figura 1, co- loque a massa adicional na posic¸a˜o (12) e observe o sentido da velocidade de precessa˜o. Retire a massa e recoloque-a na posic¸a˜o (1). Agora inverta o sentido de rotac¸a˜o do disco e repita. Para cada um desses casos, posicione os vetores Peso (~P ), Torque (~τ), Momento angular (~L), Veloci- 7 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental dade angular de rotac¸a˜o (~ω) e Velocidade angular de precessa˜o (~Ω). O movimento de precessa˜o torna-se mais ra´pido ou mais lento quando se reduz a velocidade de rotac¸a˜o do disco? Discuta com seu grupo e registre as observac¸o˜es no livro ata. 4.1.6 Movimento de nutac¸a˜o Coloque a massa adicional na posic¸a˜o (12), acelere o disco, incline seu eixo em 30o e solte-o delicadamente, evitando aplicar qualquer tipo de torque nele. Compare o movimento que a ponta do eixo (12) executa com as imagens da figura 4. Pare o movimento do girosco´pio, acelere o disco novamente e, depois de inclinar o eixo do girosco´pio em 30o, solte-o ao empurra´-lo levemente na mesma direc¸a˜o de sua precessa˜o. Compare a nutac¸a˜o resultante com as imagens da figura 4. Interrompa o movimento do girosco´pio e repita o procedimento de acelera´-lo e inclina´-lo em 30o, contudo, desta vez, ao solta´-lo, empurre-o levemente na direc¸a˜o oposta ao de sua precessa˜o. Compare com as imagens da figura 4. Em seguida, gire o disco numa velocidade diferente das anteriores e deixe-o realizar o movimento de nutac¸a˜o livremente. Qual a influeˆncia da velocidade do disco na nutac¸a˜o? Por fim, com a velocidade angular inicial do disco pro´xima daquela dos primeiros exemplos, solte o girosco´pio a partir de um aˆngulo inicial diferente (±10o). Qual e´ o efeito do aˆngulo inicial no movimento de nutac¸a˜o? Registre todos os eventos observados em sua ata e descreva de forma clara e objetiva o que e´, e por que ocorre, o movimento de nutac¸a˜o. Figura 4: Movimentos de nutac¸a˜o poss´ıveis 8 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental Figura 5: Montagem indicativa para os experimentos de nutac¸a˜o 4.1.7 O efeito de um segundo disco no girosco´pio Utilizando o eixo vertical e a brac¸adeira, prenda o eixo horizontal do gi- rosco´pio. Remova com cuidado o parafuso 2 (12), coloque o segundo disco com sua polia apontada para a direc¸a˜o contra´ria de onde esta´ o primeiro disco (ver figura 5) e fixe o parafuso novamente. Coloque tambe´m um segundo contra peso no outro lado do eixo do disco (posic¸a˜o (1)) desafixando o parafuso com cuidado e fixando-o logo em seguida, e mova os contra pesos ate´ balancear o girosco´pio. Gire os discos no mesmo sentido e solte o eixo para ver se o girosco´pio precessa. Caso precesse, o girosco´pio na˜o esta´ bem balanceado. Coloque a massa adicional na posic¸a˜o (12), utilize o motor ele´trico, gire os dois discos no mesmo sentido e solte o eixo. Note que o girosco´pio precessiona como esperado. Agora, com cuidado, pare os discos e remova a massa adicional. Gire os discos em sentidos diferentes utilizando o motor e solte o eixo. O que acontece? Aplique um torque na posic¸a˜o (1) na direc¸a˜o do eixo X, em qualquer um dos sentidos. O que acontece? Com os discos ainda girando volte o eixo do girosco´pio para a posic¸a˜o inicial e coloque a massa adicional na posic¸a˜o (12), novamente. O que acontece agora? Registre os resultados na ata e justifique o resultado desse u´ltimo experimento. Por fim, prenda o girosco´pio novamente no eixo vertical, utilizando a brac¸adei- ra (5), e, com cuidado, remova o parafuso (12), tire o segundo disco e reafixe o parafuso (12). Remova tambe´m o outro parafuso (1) para retirar o segundo contra peso do eixo e prenda o parafuso (1) novamente. Por favor, certifique-se 9 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental de tomar os cuidados necessa´rios para na˜o perder os parafusos. Figura 6: Montagem indicativa para os experimentos com dois discos 4.2 Ana´lise quantitativa do movimento do girosco´pio 4.2.1 Determinac¸a˜o do momento de ine´rcia usando a lei da con- servac¸a˜o da energia Para determinar o momento de ine´rcia usando a equac¸a˜o (6), e´ necessa´rio medir o per´ıodo do disco apo´s um peso de massa m acelerar o disco caindo de umaaltura h. Coloque o peso de 400g no suporte para os pesos amarrando-o a um cordo- nete. Fac¸a um lac¸o solto na extremidade superior do cordonete e coloque-o no pino situado na polia. Girando o disco, enrole-o ate´ que ele seja levantado 10cm do cha˜o. Prepare o contador2. Solte o peso, assim que ele encostar no cha˜o, dispare o temporizador (pressione o bota˜o START ) e mec¸a o per´ıodo. Repita o procedimento, subindo a posic¸a˜o do peso de 10 em 10cm ate´ 80cm, colocando os dados em uma tabela. Fac¸a um gra´fico do inverso do quadrado do per´ıodo (1/T 2) em func¸a˜o da altura h. Mec¸a a massa total dependurada, o raio da polia e, apo´s uma regressa˜o linear, determine o momento de ine´rcia do girosco´pio com base na equac¸a˜o (6). Obtenha uma estimativa do erro no momento de ine´rcia a partir dos erros as- sociados aos valores medidos e ao coeficiente angular do gra´fico. Expresse-o tambe´m em termos percentuais. 4.2.2 Determinac¸a˜o do momento de ine´rcia usando a velocidade an- gular de precessa˜o Essa determinac¸a˜o baseia-se na equac¸a˜o (8) sendo necessa´rio medir o per´ıodo do disco e o per´ıodo de precessa˜o para um dado torque aplicado. Devido ao 2Caso seu temporizador na˜o esteja funcionando corretamente, veja o apeˆndice (sec¸a˜o 8.2) e certifique-se que ele esta´ configurado de acordo. 10 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental atrito que existe no rolamento do disco, a velocidade de rotac¸a˜o vai aos poucos diminuindo. Assim, em vez de medir o per´ıodo para uma precessa˜o completa, mede-se o tempo em que a precessa˜o completa 1/4 de volta e multiplicaremos o resultado por 4. Gire o disco do girosco´pio em alta velocidade de rotac¸a˜o, segure seu eixo e dependure a massa adicional de 150g na posica˜o (12). Mec¸a a velocidade de rotac¸a˜o antes de soltar o eixo do girosco´pio. Em seguida, libere-o para precessar disparando o cronoˆmetro simultaneamente. Ao soltar o girosco´pio bruscamente, esse pode iniciar um movimento de nutac¸a˜o que pode ser facilmente evitado ajudando o girosco´pio a precessar na velocidade correta. Ao completar 1/4 de volta, pare o cronoˆmetro e anote o tempo. Repita o procedimento acrescentando 50g, 100g, 150g e 200g ao suporte. Fac¸a um gra´fico de 1T×Tp em func¸a˜o da massa e, a partir do gra´fico e da equac¸a˜o (8), determine o momento de ine´rcia do disco a partir de uma regressa˜o linear. Determine o erro no valor encontrado para o momento de ine´rcia e expresse-o tambe´m em termos percentuais. Compare o valor obtido com o resultado do item 4.2.1. 4.2.3 Ca´lculo do momento de ine´rcia Sabendo que a densidade do material que compo˜e o disco (PVC) varia entre 1, 30g/cm3 e 1, 45g/cm3 e que o momento de ine´rcia de um disco e´ dado pela equac¸a˜o abaixo, em que M e´ a massa do disco e R, seu raio, compare o valor do momento de ine´rcia calculado com o valor medido. Que efeito a polia de alumı´nio afixada ao disco tem nos resultados obtidos? I = 1 2 MR2 (9) 5 Questo˜es suplementares 1. Imagine que os treˆs eixos apresentem atrito significativo. Descreva como o movimento do girosco´pio e´ afetado pelo atrito nos rolamentos de cada um dos eixos. 2. Analise a equac¸a˜o (4) e inclua um termo referente ao trabalho realizado pela forc¸a de atrito. Como o gra´fico de 1/T 2 versus h e´ afetado pela presenc¸a de um termo de atrito nos rolamentos do disco? 6 Pontos a serem necessariamente abordados no relato´rio Na confecc¸a˜o do relato´rio e na ana´lise dos dados coletados, o grupo devera´ abordar os seguintes to´picos: 1. O que foi poss´ıvel concluir sobre a direc¸a˜o de movimentac¸a˜o do girosco´pio quando sujeito a torques externos? 2. Os valores do momento de ine´rcia medidos foram compara´veis com o mo- mento de ine´rcia calculado? A diferenc¸a, em termos percentuais, foi de 11 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental quanto? Os valores medidos foram maiores ou menores que o calculado? Existe alguma justificativa para que os valores tivessem sido maiores ou menores? 3. Os gra´ficos mostram retas que cortam a origem (considerando-se as res- pectivas margens de erro)? Se na˜o, que fatores poderiam ter influenciado para que isso na˜o ocorresse? 7 Bibliografia sugerida para consulta 1. NUSSENZVEIG, H. Moyse´s. Curso de F´ısica Ba´sica: vol. 1 Mecaˆnica. Sa˜o Paulo, Brasil: Editora Blucher. 2. FEYNMAN, Richard; LEIGHTON, Robert; SANDS, Matthew. The Feyn- man Lectures on Physics: Volume I: Mainly mechanics, radiation, and heat. Nova York, EUA: Basic Books. 3. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos de f´ısica: 1 - Mecaˆnica. Rio de Janeiro, Brasil: LTC. 12 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental 8 Apeˆndice 8.1 Como nivelar a base do girosco´pio Caso voceˆ esteja com dificuldade para balancear o girosco´pio, sua base pode estar desnivelada. Siga os passos abaixo atenciosamente para nivela´-la: 1. Desbalanceie o aparato movendo os contrapesos em direc¸a˜o ao centro; 2. Ajuste o pe´ de nivelamento em uma das bases ate´ que o disco fique alinhado sobre o outro pe´ de nivelamento, no lado oposto da base. Veja a figura 7; 3. Rotacione o eixo do girosco´pio em 90o para ele fique paralelo a um dos lados do “A” e ajuste o outro pe´ de nivelamento ate´ o eixo ficar nessa posic¸a˜o. Veja a figura 7 novamente; 4. Ajuste a posic¸a˜o do contrapeso de 900g ate´ que o girosco´pio esteja ba- lanceado sem a massa adicional. Use o contrapeso de 30g para fazer um ajuste fino do balanceamento. Lembre-se de na˜o mexer nos parafusos que nivelam a base durante o expe- rimento, isso anulara´ seus esforc¸os. Figura 7: Nivelando a base 13 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental 8.2 Como configurar o temporizador Para ligar o temporizador, utilize o bota˜o que fica na parte de tra´s, sobre o cabo de energia. Utilizando o bota˜o FUNKTION selecione a func¸a˜o TIMER e usando o bota˜o TRIGGER selecione o gatilho mostrado na figura 8 abaixo. Os cabos devem ligar nos seguintes conectores, como nas figuras 8 e 9 abaixo: • START/STOP – Out; • STOP – ⊥; • 5V/1A – +5V. Figura 8: Configurac¸o˜es de func¸a˜o, do gatilho e dos cabos no temporizador 14 Movimentac¸a˜o do Girosco´pio F´ısica 2 Experimental Figura 9: Montagem e configurac¸a˜o dos cabos do temporizador Caso voceˆ fique em du´vida ou inseguro, pergunte a um dos te´cnicos, eles te ajudara˜o com a montagem e configurac¸a˜o adequada do aparelho. 15
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