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Enfermidades dos Cavalos - Cap. 5

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05
Afecc;oe8 do Aparelho Locomotor
(08808 e articulac;oe8)
5.1. Superalimental!r30
de potros -
consideral!roes gerais
e suas conseqiiimcias.
Nos equinos, assim como nos
homens, 0 desenvolvimento f1si-
co e pSlquicotem na alimenta<;:ao
um dos fatores de maior impor-
tancia, devido as inumeras con-
troversias que tem sido referida
pelos pesquisadores nas duas
ultimas decadas, de como se de-
ve alimenta-Ios.
As deficiencias, assim como
os excessos cometidos com re-
la<;:aoa alimenta<;:ao do potro,
desde a vida intrauterina, serao
decisivos para 0 seu desenvolvi-
mento futuro. Nao e verdade que
o excesso ou 0 zelo absoluto pa-
ra com a alimenta<;:aodos cava-
los, possam proporcionar tao so-
mente prejulzos de ordem eco-
n6mica ao empresario rural. Mui-
to mais do que este aspecto, a
superalimenta<;:ao, potencial-
mente, pode comprometer a sau-
de do potro e prejudicar seu de-
senvolvimento, predispondo-o a
ocorrencia de afec<;:6esque po-
dem inutiliza-Io de maneira defi-
nitiva para 0 trabalho.
o potro necessita e deve ser
considerado como um "Ser" es-
tritamente herblvoro, podendo,
no entanto, em razao de novas
necessidades impostas em sis-
temas "modernos" de cria<;:ao,
receber suplementa<;:aocom ra-
<;:6esbalanceadas, com 0 objeti-
vo de exteriorizar-se ao maximo,
eo mais precocemente posslvel,
o seu potencial f1sico e de tra-
balho. No entanto, quando se
transform a a suplementa<;:aoem
alimenta<;:ao, e a liberdade do
pasto em prisao na cocheira, es-
tamos submetendo 0 animal a
uma agressao a sua fisiologia
digestiva e artificializando 0 seu
habitat natural.
Considerando-se 0 potro bem
gestado como 0 posslvel futuro
campeao, a administra<;:aode ra-
<;:6esbalanceadas deve fornecer
nutrientes, necessarios para a
manuten<;:aodo metabolismo ba-
sal, cresci mento, reprodu<;:ao e
trabalho. Estes prindpios nutriti-
vos basicamente saG protelnas,
carboidratos, gorduras, vitaminas,
minerais e agua.
o consumo voluntario de ali-
mentos concentrados por c~va-
los adultos, geralmente corres-
ponde a cerca de 1% a 2% de
seu peso corporal ao dia, depen-
dendo dos teores de fibras da ra-
<;:ao,da qualidade das pastagens
e de varia<;:6esindividuais. Potros
em crescimento, e eguas em lac-
ta<;:aoe gesta<;:aoconcomitantes,
podem consumir ate 3% de seu
peso corporal em suplementa-
<;:aoconcentrada, dividida em va-
rias refei<;:6esao dia.
Neste sentido, procurando-se
obter 0 maximo de rendimento no
crescimento ponderal, os potros
frequentemente saGsubmetidos
a superalimenta<;:ao,que podera
ser quantitativa ou absoluta to-
tal, quando este ingere grandes
quantidades de alimentos varia-
dos. Por outro lado, a superali-
menta<;:ao podera ser qualita-
tiva ou relativa, quando 0 potro
ingere quantidades excessivas
de determinado alimento ou nu-
trientes (alimentos hiperprotei-
cos ou hiperenergeticos).
A superalimenta<;:aopodeocor-
rerde diversosmodos ou manejos:
1. Superalimentay8.o competi-
tiva: quando se utilizam cre-
ches ou "creepes" de alimen-
ta<;:ao,onde os alimentos saG
fornecidos de maneira coleti-
va, gerando disputas indivi-
duais; alguns potros comem
mais,enquanto outros, menos.
2. Alimentos concentrados
administrados "ad-libitum":
quando apresentam elevada
palatabilidade, e que no ba-
lanceamento nao tenha sido
levada emconsidera<;:ao a in-
gestao de pasto ou oferta de
volumoso no cocho.
3. Alimentay8.o individual: com
quantidades excessivas de
graos e farelos, ricos em car-
boidratos.
4. Ingest8.o acidental: de gran-
d-esquantidades de alimentos
concentrados.
5. Quando os potros alimentam-
se com rayoes das eguas:
devido a instala<;:6es inade-
quadas ou erros de manejo
alimentar.
Em razao da superalimenta-
<;:ao,ou tambem da utiliza<;:aode
drogas anabolizantes, tem havido
aumento alarmante de afec<;:6es
deleterias ao desenvolvimento
dos potros, notadamente quanto
ao sistema musculoesqueletico.
Este grupo de afec<;:6ese c1as-
sificado nos dias de hoje em um
conjunto denominado de Sfndro-
me Ortopedica do Desenvol-
vimento de Potros.
II
A grande maioria destas afec-
c;oese ocasionada por processos
adquiridos e que se instalam com
caracterrsticas c1rnicascronicas.
Dentre estas afec<;oes,destaca-
se pela alta frequencia com que
ocorrem: Displasia Fiseal. (fisite,
epifisite); Osteocondrose ou Dis-
condroplasia; Deformidades Fle-
xaras (contratura dos tendoes);
Deformidades Angulares dos
Membros e Doenc;aArticular De-
generativa. Podemos ainda con-
siderar como afec<;ao decorren-
te de disturbios na alimentac;ao
a Osteodistrofia Fibrosa Ccara
inchada) embora nao esteja in-
c1urda como afec<;ao compo-
nente da Srndrome Ortopedica
do Desenvolvimento.
Outro equrvoco relacionado
com a alimentac;ao dos potros, e
que comumente e praticado na
equideocultura "moderna", e 0
sistema de "preparo" do potro pa-
ra ser um campe13.o;apresentado
em exposic;oes ou para ser ven-
dido em leilao. Neste sistema, 0
potro e retirado do manejo natu-
ral,extensivo, onde se alimentava
predominantemente de capins,
instalado em cocheira e supera-
limentado quantitativamente e
qualitativamente. Este procedi-
mento comum eo que proporcio-
na as melhores condic;oes para
instalac;ao de desequillbrios me-
tab61icos e 0 desencadeamento
das afecc;oes ja referidas.
o que e IIquido e certo na
equideocultura, e que os ani-
mais superalimentados, ou que
receberam drogas anabolizan-
tes para terem seu desenvolvi-
mento acelerado, sem qualquer
criterio cientrfico, constituem-se
verdadeiras Ibombas-reI6gio", e
podem, a qualquer momento,
desenvolver afecc;oes muscu-
loesqueleticas, que mesmo com
tratamento e correc;13.oprecoce,
iraQlimitar definitivamente a ple-
na capacidade f1sica e atletica
do cavalo.
o crescimento rapido consti-
tui um dos fatores de exterioriza-
<;13.0da superalimentac;13.ono ca-
valo,podendo ainda,estar relacio-
nado aos seguintes aspectos:
1. Fatores geneticos e raciais.
2. Alta ingestao de energia.
3. Utilizac;aoprecoce do animal,
seguida de crescente oferta
de alimentos con centrad os.
4. Uso de drogastanabolizantes
ester6ides sinteticos.
Os processos cronicos decar-
rentes da superalimentac;ao do
potro, em geral apresentam forte
inter-relac;13.ocom 0 desencadea-
mento de alterac;oes na ossifica-
c;aoendocondral, porem, sempre
associ ados a outras variaveis in-
tensamente estudadas no ho-
mem e outras especies, inclusive
os equinos.
Efetivamente podemos consi-
derar que a associac;13.odas varia-
veis predisponentes e determi-
nantes, relacionadas notadamen-
te com a superalimentac;13.o,como
sendo os desencadeantes de al-
terac;oes que podem acometer a
placa fisaria que e responsavel
pelo crescimento e modelac;13.o,
principalmente dos ossos longos.
Por esta raz13.oe que a maioria das
afecc;oes manifesta-se por au-
mentos de volume junto as articu-
lac;oesou deformidades ao longo
dos ossos causando severas res-
tric;oes a locomoc;ao.
o medico veterinario podera
atraves do exame c1rnicoe estu-
do radiografico,realizar0 diagn6s-
tico diferencial entre as varias
afecc;oes referidas, identificar as
principais causas do processo e
instituir a conduta terapeutica
e orientac;ao adequada para ca-
da caso em particular.
5.2. Maturidade 6ssea -
considera~oesgerais e
controle radiogratico.
o cavalo,como todas as espe-
cies domesticas, possui, determi-
nada geneticamente, a capacida-.
de para0 desenvolvimentoesque-
letico regido por um complexo sis- "
tema hormonal. Tal desenvolvi-
mento ocorre com 0 objetivo de
fornecer 0 talhe e porte ao animal,
assim como para assegurar uma
arquitetura 6ssea resistente e
compatrvelcom 0 tipo de trabalho,
peso e atividade a ser exercida.
Em geral, 0 completo desen-
volvimento do esqueleto do ca-
valo ocorre entre 0 2° e 0 3° ana
de vida, assegurado pela calcifi-
cac;13.odas regioes fisariasdos
05505, conhecidas como linhas
de crescimento.
o crescimento de um 0550
decorre do crescimento originario
da linha fiseal, ou linha de cresci-
mento e da camada de cartilagem
existente entre a diatise e a epr-
fise. Este desenvolvimento e re-
gido por uma serie grande de fa-
tores de interac;ao como harmo-
nios, proternas, minerais e meca-
nicos, entre outros.
Formac;:ao e desenvolvimento de osso longo. A e B: 1. cartilagem diafisaria; 2. centro de ossificac;:ao primario;
3. cartilagem epifisaria C: 1. centros de ossificac;:ao secundario nas epffises; 2. centro de ossificac;:ao primario.
D: 1. metafise; 2. diafise;. disco metafisario de crescimento; 4. epffise em ossificac;:ao; 5. cartilagem articular.
1. dentes incisivos; 2. ossos nasais; 3. crista facial; 4. 6rbita; 5. arco zigomatico, 6. fossa temporal; 7. crista occipital;
8. espac;:ointerdental; 9. dentes pre-molares e molares; 10. mandlbula; 11. vertebras cervicais; 12. vertebras toracicas;
13. vertebras lombares; 14. vertebras sacras (fusionadas), 15. vertebras coccfgeas; 16. tuberosidade coxal; 17.tube-
rosidade ilfaca; 18. nio; 19. pubis; 20. trocanter maior do femur; 21. tuberosidade isquiatica; 22. articulac;:aocoxofemoral;
23. femur; 24. patela; 25. articulac;:aofemorotlbio-patelar; 26. fibula; 27. tibia; 28. calcaneo; 29. o. tarso; 30. o. metatarsico
secundario;31. terceiro o. metatarsico; 32. sesam6ides proximais; 33. falange proximal; 34. falange media; 35. falange
distal, 36. terceiro o. metacarpico, 37. o. metacarpico secundario; 38. o. carpicos; 39. carpico acess6rio; 40. radio;
41. ulna e olecrano; 42. articulac;:ao umero-radioulnar; 43. ap6fise xif6ide; 44. costelas; 45. umero; 46. esterno;
47. articulac;:aoescapuloumeral; 48. escapula; 49. espinha da escapula; 50. cartilagem da escapula.
II
o osso Iongo desenvolve-se
a partir de tres centros principais
de ossifica<;:ao:um em cada dia-
fise e dois em cada epifise, mui-
to embora possa haver, em al-
guns casos, centros de ossifica-
<;:aosecundarios.
o crescimento longitudinal de
um osso continua somente en-
quanto a placa de cartilagem da
fise existir e estiver ativa.
No inicio do desenvolvimen-
to, a placa fisaria e larga e 0 cres-
cimento intersticial e rapido, atin-
gindo 0 pico em torno dos 12
meses de vida do animal, oca-
siao em que ele se encontra com
cerca de 80% da altura e desen-
volvimento ponderal que devera
ter quando adulto. Em seguida, a
placa torna-se estreita e ocorre
redu<;:aono ritmo de cresci men-
to, que cessa com a ossifica<;:ao
que leva a fusao da diMise com
a epifise.
Para que possamos nos certi-
ficar de que 0 desenvolvimento e
a calcifica<;:aoda fise ocorreram,
pelo menos na grande maioria
dos ossos, podemos utilizar 0
controle radiogrMico, radiogra-
fando-se as regi6es epifisarias
distal do radio e proximal da tibia.
Nestes ossos,0 "fechamento" das
fises se processa em torno dos
2 aos 2,5 anos de idade, sendo
que a imagem radiogrMica e a
de um osso compacto, bem cal-
cificado, sem detalhes da linha
de crescimento.
Para que se realize uma ava-
lia<;:aoadequada, e que possibili-
te a interpreta<;:aodo fechamen-
to fiseal, como base de indica<;ao
do inicio e intensidade do condi-
6 9 12 18 24 30 36
-
-
--
••
--
Figura 5.3. Relayao entre a maturidade 6ssea radiografica
e a idade do cavalo.
cionamento e treinamento atle-
tico do potro, e utilizada a radio-
grafia da fise distal do radio na
posi<;:ao antero-posterior (AP).
A imagem radiografica da fi-
se distal do radio de potros pode
ser c1assificada como categoria
A, B e C. A categoria A SaG as
fises completamente fechadas,
maturas, com delineamento 6s-
seo e radioluscencia normal. Ani-
mais c1assificados com maturi-
dade A podem ser trabalhados
plenamente; SaGclassificadas na
categoria B, as fises que se apre-
sentam fechadas no centro e
abertas medial e ou lateral mente.
As fises de c1asse B indicam que
o animal pode iniciar 0 condicio-
namento e treinamento, porem
leve e controlado; como c1assifi-
ca<;:aoC e enquadrada as linhas
fisarias completamente imaturas,
indicando que afora as tecnicas
de condicionamento ffsico (car-
diorrespirat6rio) do potro (cab res-
to e caminhadas), SaG contra-in-
dicados os trabalhos de treina-
mento atletico intenso. 0 contro-
Ie peri6dico do fechamento fisario
deve ser realizado a cada 45 a
60 dias para que se possa obser-
var modifica<;:6es radiograficas
substanciais, e a partir do 12° ao
14° meses de idade.
A importancia da verifica<;:ao
da maturidade 6ssea reside, prin-
cipalmente quando consideramos
a necessidade de se iniciar 0 tra-
balho nos animais de esporte, e
em se ter um esqueleto forte
e bem constituido. Cavalos trei-
nados de maneira inadequada,
antes da "matura<;:ao" dos ossos,
SaG animais predispostos a de-
senvolverem altera<;:6esnos ossos,
nos tend6es e nos Iigamentos, de-
vido ao trauma que 0 exercfcio
proporciona a um organismo que
ainda nao esta preparado para tal.
o preparo de um animal para
qualquertipo de trabalho, mas prin-
cipalmente para 0 esporte, deve
ser met6dico, objetivo, paulatino,
respeitando a capacidade geneti-
ca eo preparo fisico individual; ele
e um verdadeiro atleta e como tal
deve ser tratado e treinado.
Existem algumas drogas ana-
bolizantes, isto e, que estimulam 0
metabolismo, que SaG utilizadas
com 0 objetivo de promover me-
Ihor desenvolvimento do esque-
leto ainda em potros. Porem, 0 usa
dessas drogas deve ser criterioso
Figura 5.5
Linha fisaria - c1asse B.
Figura 5.6 Fise de cavalo
adulto normal - c1asse A
II
e sob estrita vigilancia profissio-
nal,que devera prescrever a dose
adequada a cada animal, assim
como 0 nivel de suplementac;;ao
mineral, principalmente de Ca e
P,necessario para atender a nova
demanda do metabolismo osseo
estimulado.
Animais tratados com ana-
bolizantes terao as fises "fecha-
das" precocemente e, se 0 uso
dos anabolizantes for indiscrimi-
nado, os potros podem apresen-
tar crescimento exagerado, fisi-
te e contratura dos tend6es fle-
xores, praticamente inutilizando-
os para 0 trabalho futuro.
5.3. Displasia fiseal
(epifisite, fisite).
A displasia fiseal, antigamen-
te denominada de "epifisite", e
uma afecc;;ao relacionada nos
dias de hoje, entre as afecc;;6es
que estao presentes e denomi-
nadas de "Sindrome Ortopedica
do Desenvolvimento".
Neste senti do, a displasia fi-
seal e uma afecc;;aoque acome-
te potros em cresci mento, entre
4 a 8 meses de idade, ou no ini-
cio da fase de condicionamento
e de treinamento de 12 a 24 me-
ses, principal mente aqueles que
foram submetidos as diversas
formas de superalimentac;;ao.
o termo epifisite, consagra-
damente utilizado, e inadequado,
uma vez que esta absolutamente
definido que nao ocorre proces-
so inflamatorio classico na fise.
A afecc;;aodecorre de processo
displasico da placa fiseal, devido
a desorganizac;;ao estrutural na
maturac;;ao de celulas compo-
nentes da matriz ossea e da car-
tilagem de conjugac;;ao.
A displasia fiseal se caraete-
rizapelo alargamento e ate acha-
tamento da regiao da placa de
crescimento de certos ossos lon-
gos, principalmente junto a fise
distal do radio,e,ocasionalmente,
da coluna cervical de animais jo-
vens, quando alimentados com
rac;;6escontendo niveis elevados
de proteinas e energia; desequi-
Ilbrios na relac;;aoCa:P; cresci-
mento rapido; predisposic;;aoge-
netica e traumas relacionados di-
retamente com alterac;;6esda os-
sificac;;aoendocondral. Em geral,
a ac;;aotraumatica se manifesta
em razao de condicionamento e
treinamento intensivo e precoce,
que pode ser agravado por obe-
sidade e defeitos de conforma-
c;;aodos membros, sobrecarre-
gando a placa fisaria. Menos fre-
quente e a observac;;aode displa-
sia fiseal secundaria a niveis ele-
vados deCa na dieta, em razao
de uma possivel forma de hiper-
calcitonismo nutricional ou nos
quadros de hiperparatireoidismo.
Outro caminho etiopatogenico
pode ser desencadeado pela de-
ficiencia de Zn, que retardaria 0
crescimento do animal, e reduzi-
ria a resposta ao Cu produzindo
a osteodisgenesia.
A compressao da fise e comu-
mente apontada como 0 compo-
nente mecanico da displasia fi-
seal em potros com defeitos de
aprumos e submetidos a condi-
cionamento e treinamento forc;;a-
dos, reduzindo ou retardando a
calcificac;;aona regiao de transi-
c;;aoda cartilagem, alem de reduzir
a sobrevida dos condrocitos. 0 re-
tardo da calcificac;;ao decorre,
principalmente, da reduc;;aoou in-
terrupc;;aodo fluxo sanguineo da
regiao, interferindo diretamente
no metabolismo e diferenciac;;ao
celular da placa fiseal.
o quadro c1fnicoda displasia
fiseal caracteriza-se por proemi-
nencia na regiao da metafise,
com aumento do eixo transversal
das extremidades dos ossos lon-
gos, especial mente na face me-
dial do radio e da tibia. Podera
haver c1audicac;ao,aumento da
temperatura local e sensibilidade
dolorosa a palpac;aopor pressao
na regiao afetada, notadamente
na fase aguda da manifestac;ao.
Potros que apresentam a dis-
plasia fiseal, se nao forem trata-
dos em tempo habil, fatalmente
serao animais predispostos a
graves alterac;6esarticulares que
poderao inutiliza-los para 0 traba-
lho, interferindo na locomoc;ao.
o diagn6stico e relativamente
facil de ser feito, pois 0 simples
espessamento das regi6es fisa-
rias radiocarpica, principalmente
associado a problemas de apru-
mos (valgus carpico), e desequilf-
brios sericos na relac;aoCa:p, le-
yam a identificar 0 problema. 0
Figura 5.8
Fisite distal do radio em potro.
diagn6stico e confirmado radio-
graficamente pela observac;ao
de espessamento da extremi-
dade distal da metafise e epffise;
proeminencia em projec;ao me-
dial das faces diafisaria e epifisa-
ria, acompanhada por diversos
graus de "fechamento" prematu-
ro da placa de crescimento; es-
c1erose e osteomalacia metafi-
saria em alguns casos.
o sucesso do tratamento de-
pende da precocidade de sua
aplicac;ao, e se baseia principal-
mente na imediata suspensao do
treinamento, suplementac;ao mi-
nerai adequada (40 9 de fosfato
bicalcico/dia, pela via oral), e
correc;aodas alterac;6esde apru-
mos que 0 potro eventual mente
apresentar. 0 excesso de protef-
nas e de carboidratos da rac;ao
deve ser retirado, reduzindo-se
a oferta de concentrados a cerca
de 0,5% do peso corporal do ani-
mal. A aplicac;ao t6pica de revul-
sivos (tintura de iodo 5% ou po-
Figura 5.9
Fisite distal do radio em adulto.
madas iodetadas ou unguentos
revulsivos), auxilia 0 restabeleci-
mento do fluxo sangufneo no lo-
cal favorecendo os processos de
reorganizac;aodas diversas fases
de maturac;ao endocondral. Co-
mo adjuvante aos procedimentos
terapeuticos podem ser utilizadas
substancias contendo glicosami-
nas polisulfatadas.
Atenc;aoespecial deve ser da-
da a potro que se alimenta do
mesmo concentrado oferecido a
egua-mae; os potros quando ali-
mentados com rac;6esconcentra-
das devem recebe-las balance-
ada conforme as necessidades
de sua fase de desenvolvimento.
o repouso de no mfnimo 3 se-
manas, nesta fase do tratamento,
e fundamental para se evitar a so-
brecarga e 0 trauma sobre a pla-
ca fisaria.
5.4. Osteocondrose - "O.C.D!'
- (Discondroplasia).
E uma enfermidade que se
caracteriza por disturbios na dife-
renciac;ao celular na maturac;ao
da cartilagem de crescimento
das articulac;6es dos membros
dos potros.
Assim como a displasia fiseal,
a osteocondrose tambem pode
ser enquadrada como afecc;ao
componente da "Sfndrome Orto-
pedica do Desenvolvimento".
Estao comprometidas no pro-
cesso, tanto a placa metafisaria
de crescimento (zona de cresci-
mento da diafise), quanto a car-
tilagem articular (zona de cresci-
mento da epffise).
A osteocondrose ocorre prin-
cipalmente em potros de cresci-
mento rapido e com grande mas-
sa muscular, especial mente ma-
chos em idade que varia de 3 a
6 meses, e que sao submetidos
a superalimentac;:aoe ou desvios
na ingestao de minerais. 0 cres-
cimento acelerado causa au-
mento de peso (pressao) por uni-
dade de area na secc;:aotrans-
versal da regiao, e, consequente-
mente, um aumento do trauma
sobre a cartilagem em relac;:aoa
mecanica normal.
A predisposic;:aogenetica, ex-
cesso de energia na dieta, de-
sequilfbrios Ca:p,e deficiencia de
cobre, por consumo excessivo de
zinco, saG fatores considerados
de maior importancia na determi-
nac;:aoda osteocondrose.
As les6es discondroplasicas
atingem geralmente as articu-
lac;:6es femoropatelar, tfbiotar-
sica, umero-radioulnar, distal ao
o. metacarpico e metatarsico,
falangicas, carpi cas, c6ndilo la-
teral do umero e cabec;:ado fe-
mur, demonstrando sem qual-
quer duvida a origem metab6li-
ca do processo.
Varias etiopatogenias SaG
apontadas como causa da os-
teocondrose, como a necrose
isquemica ou avascular do osso
subcondral e defeitos de ossifi-
cac;:ao endocondral da cartila-
gem epifisaria.
o processo evolui em '2 es-
tagios, a saber:
10 estagio - com a reduc;:aoda
diferenciac;:ao normal das
celulas cartilaginosas, nao
ocorre a calcificac;:ao da re-
giao de transic;:aoe da matriz,
o que impediria a penetrac;:ao
de vasos da medula na carti-
lagem. Como con sequencia,
nao se processa a ossifica-
c;:aoendocondral e a matriz
cartilaginosa se mantem ou
podera ate sofrer hipertrofia.
Figura 5.10 Etiopatogenia da osteocondrite e do
cisto osseo subcondral.
Representac;:ao esquematica da evolU<;:aoda osteocondrose em
osteocondrite dissecante e cisto 6sseo subcondral (face articular
distal do umero - vista anterior). 1. epffise em fase de ossificac;:ao;
2. cartilagem epifisaria (articular); 3. infcio de alterat;:ao no processo
de ossificat;:ao endocondral; 4. formac;:aodo "flap" cartilaginoso ou
libera<;:aode fragmento na osteocondrite dissecante - O.e.D.);
5. lesao cfstica subcondral.
2° estagio - ocorre necrose dos
pianos basais da cartilagem
espessada, e subsequente
estresse ffsico, aumento da
pressao e tensao da articu-
la<;ao,proporcionando forma-
<;ao e progressao das ero-
s6es e fissuras da cartilagem.
As eros6es podem se esten-
der dos pianos mais profundos
para a superffcie da cartilagem.
A lesao dissecante faz com que
haja agravamento dos sinais c1f-
nicos de sinovite e dor, permitin-
do, nesta fase de evolu<;ao,que
se denomine 0 processo como
osteocondrite dissecante.
Ao se iniciar a fase necrosan-
te ou dissecante, 0 processo po-
de se apresentar sob a forma de
cistos subcondrais denominados
de lesao cfstica 6ssea, que se
manifesta em cavalos adultos.
A etiopatogenia pode produ-
zir basicamente duas situa<;6es
principais quanto a localiza<;ao
das les6es:
1. Central, geralmente c1stica.
2. Periferica, que pode ser cfs-
tica, erosiva ou dissecante.
Clinicamente 0 animal jovem
apresenta quadro de c1audica<;ao
que pode evoluir ate 0 grau maxi-
mo ou leva-Io ao decubito; au-
mento de volume das articula-
<;6es comprometidas; sensibili-
dade e aumento da temperatura
local; sinais c1assicosde sinovite.
o diagn6stico baseia-se nas
variaveis etiol6gicas predispo-
nentes e nos sinais c1fnicos.
o exame radiografico podera
confirmar a suspeita revelando:
1. Les6es erosivas e ou disse-
cantes cartilaginosas que
podem se assemelhar a
osteoartrite degenerativa.
2. Lesao c1stica 6ssea (geral-
mente em adultos)
o tratamento tem por base
a corre<;ao imediata das varia-
veis predisponentes e desenca-
deantes, principal mente restrin-
gindo-se a alimenta<;ao concen-
trada ou retirando-a total men-
te, sendo prudente a realiza<;ao
de analise da mesma para se
Figura 5.12
Articulac;:ao tarsica de
potro com osteocondrite.
evidenciar possfveisdesequilf-
brios minerais. Alem da corre-
<;:aoda alimenta<;:ao,0 tratamen-
to conservador exige repouso
prolongado (4 a 6 meses) e te-
rapeutica especffica ao proces-
so que acomete as articula<;:6es.
o uso de drogas antiinflamat6-
rios nao hormonais, como fenil-
butazona ou flunixim meglu-
mine, proporciona resultados
satisfat6rios, embora, quase
sempre parciais, exigindo mui-
tas vezes, tratamento cirurgico
adequado. Drogas a base de gli-
cosaminoglicanas e acido hia-
lur6nico auxiliam a repara<;:ao
das les6es das cartilagens.
Em casos de comprometi-
mento apenas de uma ou duas
articula<;:6es,desde que a afec-
<;:aonao tenha evolufdo para
Doen<;:aArticular Degenerativa,
pode-se realizar artrotomia ou ci-
rurgia artrosc6pica para a remo-
<;:aode "flaps" ou corpos osteo-
condrais livres, seguindo-se de
curetagem do osso subcondral e
ate a realiza<;:aode enxerto de
fragmento de osso esponjoso.
o progn6stico e reservado,
sendo que 0 retorno as atividades
ffsicas deve ser lento e gradual.
5.5. Deformidade angular
dos membros dos potros.
A deformidade angular dos
membros ocorre no homem e nos
animais domesticos, traduzindo
uma forma de defeito no esque-
leto.Comumente 0 processo aco-
mete os membros anteriores dos
animais e,menos frequentemen-
te, os posteriores.
A deforma<;:aopode ser con-
genita ou adquirida, unilateral ou
bilateral.
Em equinos jovens 0 cresci-
mento longitudinal dos ossos
longos esta relacionado com a
atividade da cartilagem de con-
juga<;:ao existente entre a me-
tafise e a epffise 6ssea. Estas
areas de crescimento fisario re-
cebem a a<;:aode linhas de for<;:a
que em condi<;:6esnormais san
simetricamente aplicadas, rece-
bendo cada area a mesma car-
ga de pressao. Esta condi<;:ao
proporciona um crescimento 6s-
seo normal e estavel.
A atividade da cartilagem de
conjuga<;:ao em ossos longos
pode ser afetada por altera<;:6es
produzidas por for<;:ascom pres-
sivas desequilibradas, como:
1. 0 aumento da compressao
causa inibiyao da atividade
da placa fisaria.
2. A diminuiyao da compressao
resulta em estimulayao da
atividade da placa fisaria.
Assim sendo, 0 aumento ou
a sobrecarga de peso em um dos
lados da Iinha fisaria iria retardar
a velocidade de crescimento na-
quele lado.Ao passo que a redu-
<;:aoda for<;:acompressiva sobre
a placa iria acelerar e facilitar 0
crescimento naquela area.
Histologicamente, a explica-
<;:aomecanica de sobrecarga
esta baseada na redu<;:aodo su-
primento sangufneo, resultando
em atraso na produ<;:aode con-
dr6citos sobre a face epifisaria
da cartilagem de conjuga<;:aoe
consequente retardo na forma-
<;:ao6ssea na face metafisaria.
Sao mais comumente afeta-
dos animais de crescimento ra-
pido, musculosos, pesados, obe-
sos ou excessivamente ativos.
As deformidades angulares
ocorrem comunente devido a:
1. Mal posicionamento la<;aoda regiao distal do membro 1. Tra<;ar0 contorno da
intra-uterino do feto. esta fora da linhade aprumo ante- imagem radiografica em
2. Desequillbrio da atividade rior (proje<;aomedial da articula- papel transparente.
muscular. <;ao) recebe a denomina<;ao de 2. Riscar linhas medianas e
3. Contratura de tend6es. valgus acompanhada da regiao paralelas ao eixo longitudinal
4. Problemas articulares e afetada (p.ex.: valgus carpico, dos ossos longos envolvidos.
de crescimento. valgus tarsico). Porem, quando a 3. o ponto de intersec<;ao
5. Conforma<;ao dos cascos angula<;aodistal do membro esta obtido pelas duas retas
(anormais). desviada para dentro da linha de demonstra 0 local e 0
6. Flacidez articular. aprumo anterior (proje<;aolateral angulo do desvio. :>
7. Deformidade precoce e da articula<;ao),a deformidade e A gravidade do processo pode s:J
defeito de ossifica<;ao. denominada varus. ser estabelecida de acordo com ;:
Claudica<;ao do membra o diagn6stico definitivo e es- o grau da angula<;aoobtida: Gl8.
contralateral. tabelecido radiograficamente, po- ·de 0 a 2 graus - desvio en0en
9. Traumas. dendo-se constatar desvios an- discreto. en2-
10. Agenesias osseas. gulares que variam de grau con- · de 2 a 4 graus - desvio ...0
11. Hipotireoidismo. forme a gravidade do processo. moderado.
.•..
0
12. Deficiencias nutricionais Visto que a deformidade an- · de 4 a 8 graus - desvio E0u
relacionadas ao equillbrio gular advem de desvios num pla- grave. 0..J
de Ca:P, vitamina 0 e no medial-lateral, a posi<;ao ·mais que 8 graus - des- 0~
vitamina A. radiografica e no sentido antero- VIO severo ou grave. Q)...
13. Superalimenta<;ao. posterior. Ouando a intersec<;ao das coa.
C1inicamente a afec<;aoe ca- A medida da deformidade duas linhas esta sobre a fise, a
~
0
raderizada por desvio medial ou angular e obtida atraves de um deformidade angular e geral-
"0
en
Q)
lateral, principalmente das articu- exame geometrico do membro mente considerada devido a '0C>
la<;6escarpicas e tarsicas. Ouan- envolvido (tra<;ado do ponto "pi- crescimento anormal da metafi-
()
Q)
'+-
do a deformidade na qual a angu- vo"), que consiste em: se e, portanto, sujeita a corre<;ao «
Figura 5.14
Valgus carpico bilateral.
Figura 5.15
Valgus carpico unilateral.
Figura 5.16
Varus tarsico.
cirLirgica. Entretanto, um angulo
de intersec<;:aosobre a articula-
<;:aoou distal a ela indica anor-
malidades dos ossos ou flacidez
de ligamentos.
Desvios de ate 2 graus, em
algumas ra<;:as,podem ser tole-
rados e considerados "normais",
como no Quarto de Milha.
Diferentes tecnicas de trata-
mento podem ser utilizadas para
a corre<;:aodos diferentes graus
de desvios. Para desvios de 4
graus pode ser tentada a imo-
biliza<;:aodo membro como um
todo, com talas de PVC ou pen-
so gessado. Desvios menores
do que 4 graus podem ser cor-
rigidos em poucas semanas
confinando-se os potros em
baias, corte corretivo dos cas-
cos e manejo nutricional. Casos
mais graves, acima de 4 graus,
devem ser tratados cirurgica-
mente, optando-se por uma das
tecnicas como: aplica<;:ao de
grampos ortopedicos; por dupla
compressao com parafusos e
arame ortopedico; transec<;:ao
periosteal ou osteotomia com
excelentes resultados.
E importante que potros que
apresentam desvios superiores
a 4 graus, ou que nao responde-
rem satisfatoriamente as tecnicas
nao cirLirgicas (repouso, massa-
geamento e imobiliza<;:ao do
membro), sejam submetidos as
tecnicas cirLirgicas de corre<;:ao
o mais precocemente posslvel.
Estima-se que ate 0 30 mes de
idade seja 0 perrodo em que se
obtem os melhores resultados
corretivos com a aplica<;:aodas
tecnicas de transec<;:ao perios-
Figura 5.17
Tra«ado do ponto "piv6".
Figura 5.18
Valgus carpico - Raios-X.
Figura 5.19 Valgus carpi co unilateral.
Agenesia do quarto o. carpico - Raios-X.
teal, grampos ortopedicos ou du-
pia compressao com parafusos,
reservando-se a osteotomia para
casos acima de 8 graus, e em
animais com mais de 6 a 9 me-
ses de idade.
Figura 5.20
Varus metacarpico - Raias-X.
Figura 5.21 Valgus carpico
tratado com aplica<;8.ode
grampo ortapedico - Raios-X.
5.6. Periostite, exostose e
osteoperiostite.
As periostites, exostoses e
osteoperiostites saG processos
reacionais do periosteo, mem-
brana que envolve 0 osso, po-
den do ser consequencia, prin-
cipalmente, de traumas diretos
sobre as estruturas atingidas, ou
indiretos quando a distancia.
o periosteo e composto por
duas camadas que respondem
de forma diferente aos proces-
sos inflamatorios, sendo a se-
gunda camada mais interna, cuja
func;ao e osteogenica ou osteo-
blastica, a responsavel pela for-
mac;aoossea final como respos-
ta ao trauma recebido. A conse-
quencia pode ser uma prolifera-
c;ao,inicialmente fibrosa, que ten-
de a ossificac;ao decorrente da
deposic;ao de sais de calcio. Ra-
diograficamente caracteriza-se
por proliferac;aoossea cuja base,
isto e, a extensao da superffcie
de contato com0 osso propria-
mente dita, e maior em seu eixo
longitudinal e mostra irregulari-
dades em sua superffcie.
A periostite pode ser aguda
ou cr6nica. Ouando aguda, e atin-
gindo 0 terceiro o.metacarpi co, e
conhecida comumente como "dor
de canela". Aparece em animais
apos exercfcios forc;ados ou em
treinamentos inadequados.
A manifestac;ao principal e a
daudicac;aodiscreta,sendo 0 pro-
cesso doloroso, quando se palpa
principalmente a face cranial do
terceiro o. metacarpico, notada-
mente da sua regiao media para
a distal, proxima ao boleto, no 10-
cal em que 0 tendao extensor di-
gital comum possui relac;ao,em-
bora fraca, com 0 periosteo que
nao resiste ao esforc;oexagerado.
o que se observa, alem da
daudicac;ao, principalmente apos
o trote ligeiro, e que ao descan-
sar 0 animal procura aliviar a dor
alternando 0 apoio do membro
afetado, 0 que se torna diffcil
quando os dois anteriores estao
atingidos. Nestas condic;6es,
quando se observa precocemen-
te 0 problema, 0 repouso consti-
tui 0 melhor tratamento, deven-
do-se, no entanto, associar apli-
cac;ao de duchas frias pelo me-
nos 2 vezes ao dia, ligas de des-
canso embebidas em agua ve-
getomineral, e aplicac;aosistemi-
ca de antiinflamatorios pelo me-
nos durante 5 dias.
Ouando os sintomas de dor
e c1audicac;ao regredirem, insti-
tua um esquema de massagea-
mento com produtos revulsivos
como tintura de iodo a 10% ou
pomadas iodetadas, aplicando
em seguida ligas de descanso.
o animal deve permanecer em
repouso pelo menos durante 10
dias antes de retornar metodica
e gradativamente ao trabalho.
As periostites cr6nicas saG
consequentes a processos agu-
dos mal curados ou decorrentes
de traumas ligeiros e constan-
tes, podendo localizar-se, alem
da periostite do terceiro o. me-
tacarpico, em qualquer regiao
dos ossos dos membros, princi-
palmente nas areas perifericas
as articulac;6es interfalangicas,
ossos carpicos e tarsicos e nos
sesamoides proximais.
As deficiencias alimentares
minerais de Ca e P,vitaminas A
e D e defeitos de aprumos sao
os grandes responsaveis por le-
soes que determinam as perios-
tites cr6nicas.
Os sintomas variam confor-
me a localiza<;ao e a gravidade
da lesao, Geralmente, 0 local
atingido aparece aumentado de
volume, com consistencia dura
e raramente sensivel a palpa<;ao
superficial. A claudica<;ao varia
de caracteristica na dependen-
cia da localiza<;ao, sendo mais
acentuada em ossos que com-
poem certas articula<;oes ou si-
tuados em suas adjacencias.
o diagnostico definitivo de-
vera ser feito pelos Raios-X para
que se possa avaliar a extensao
das prolifera<;oes do periosteo,
e optar-se pelo tratamento me-
dico com drogas que regridam
as prolifera<;oes, como 0 malea-
to de sodio, ou revulsivos poten-
tes, ou, ainda, por meios mais ra-
dicais como a cauteriza<;ao por
ponta de fogo (em desuso) e a
raspagem cirurgica. A aplica<;ao
de terapia por ondas de choque,
alem de ser um metodo moder-
no e incruento, tem proporcio-
nado otimos resultados na re-
modela<;ao do osso.
Outra forma de prolifera<;ao
do periosteo e a exostose do
terceiro o. metacarpico, con he-
cida como "sobreosso", que tra-
duz uma desmoperiostite junto
aos ligamentos interosseos do
segundo, terceiro e quarto o.me-
tacarpicos. Esta forma de exos-
tose pode ser consequente a
traumatismos, choques durante
o trabalho ou em acidentes co-
mo escorregando ou saltando
obstaculos.
E de ocorrencia mais comum
em animais jovens quando co-
me<;am a trabalhar ou a treina-
rem precocemente, antes da
uniao entre os o. metacarpicos,
associada a deficiencias mine-
rais, como Ca, Peas vitaminas
Ae D.
o processo manifesta-se por
claudica<;ao ao trote, principal-
mente em terrenos duros, notan-
do-se na face lateral ou medial
do o. metacarpico um aumento
de volume de consistencia dura,
quente ou frio e sensivel a palpa-
<;ao.A dor pode ser acentuada
pela flexao do membra.
As exostoses, de maneira ge-
ral,ou 0 "sobreosso", podem tam-
bem aparecer em qualquer ponto
do terceiro o. metacarpico, com
as mesmas caracteristicas etio-
patogenicas e clinicas, podendo
apenas variar de forma e inten-
sidade no que diz respeito a clau-
dica<;ao,que podera ate mesmo
estar ausente.
o diagnostico e realizado pe-
la forma de apresenta<;ao clini-
ca e confirmado atraves de ra-
diografias.
o tratamento do "sobreosso",
independente de sua localiza<;ao,
consiste na aplicac;:aode duchas
frias no infcio,e quentes nas fases
mais adiantadas, associando-se
massagens com pomadas iode-
tadas uma vez ao dia, e ligas de
descanso, durante 5 dias. A apli-
cac;:aolocal de produtos capazes
de regredir 0 processo (maleato
de sodio),ou mesmo 0 tratamento
cirurgico para a retirada da exos-
tose somente devera ser feita
apos rigorosa avaliac;:aoda con-
veniencia ou nao da intervenc;:ao.
Outra forma de crescimento
periosteal e a "osteoperiostite
proliferativa periarticular". Apare-
ce sob a forma de um aumento
de volume de consistencia dura
e irregular, atingindo a regiao
periferica das articulac;:6es em
sua face cranial, lateral ou medial.
A etiologia geralmente e
traumatica, porem lenta e pro-
gressiva, manifestando-se em
cavalos adultos devido ao tipo
de trabalho que exercem.
Uma vez instalada, a osteo-
periostite dificilmente reg ride
sob a ac;:aode medicamentos ou
mesmo ponta de fogo, sendo te-
merario 0 tratamento cirurgico
quando a extensao das forma-
c;:6esosseas for grande. Entre-
tanto, graus mais discretos de
osteoperiostites podem ser tra-
tados por onda de choque.
Eo processo inflamatorio dos
ossos sesamoides proximais e
de seus ligamentos, acometendo
os membros anteriores de cava-
los de saito e de corrida.
E uma lesao que se apresen-
ta por ostefte localizada e con-
sequente a traumatismos dire-
tos sobre 0 boleto. Pode tam-
bem ser originada apos a exten-
sao exagerada do membro, so-
Figura 5.23 Osteoperiostite
proliferativa periarticular
- carpo - Raios-X.
Figura 5.25 Osteoperiostite
proliferativa periarticular
- metatarsofalangica
e sesamoidite.
brecarregando os ligamentos
colaterais e ligamento reto dos
sesamoides e, ate mesmo, 0 li-
gamento suspensorio do boleto,
principalmente dos membros
anteriores.
Figura 5.24 Osteoperiostite
proliferativa periarticular -
metatarsofalangica - Raios-X.
Figura 5.26 Osteoperiostite
proliferativa periarticular
- metatarsofalangica e
sesamoidite - Raios-X.
Figura 5.27 Sesamaidite decorrente de
desmarrexia sesamafdea - Raias-X.
A gravidade das les6es e as
manifestac;6es c1fnicasda sesa-
moidite dependemdo grau de
comprometimento dos ligamen-
tos e dos ossos que podem apre-
sentar eros6es das cartilagens
e osteofftos marginais.
Os sintomas geralmente sac
evidentes devido a intensa c1au-
dicac;ao que 0 animal manifes-
ta. Durante a locomoc;ao 0 ca-
valo procura caminhar apoian-
do mais a regiao da pinc;a do
casco, demonstrando intensa
dor devido a pressao e trac;ao
que as estruturas atingidas so-
frem. Em repouso, 0 cavalo pro-
cura alternar 0 apoio com os
membros anteriores, conservan-
do quase sempre 0 membro
doente apoiado sobre a pinc;a.
o boleto se apresenta aumen-
tado de volume, quente e extre-
mamente sensfvel ao ser pres-
sionado, principalmente sobre
os sesamoides.
o diagnostico e feito com
base na impotencia funcionallo-
comotora e nos sinais de alte-
rac;ao.local. Ha necessidade de
se radiografar 0 boleto, notada-
mente os sesamoides, para se
fazer 0 diagnostico diferencial
com fratura, que pode manifes-
tar sintomatologia muito seme-
Ihante. Um aspecto importante
para se observar e que as le-
s6es ostefticas dos sesamoides
somente sac detectadas radio-
graficamente apos duas sema-
nas do infcio do processo.
o tratamento deve ter como
base um repouso mfnimo de 60
dias e ser acompanhado pela
aplicac;ao de liga dedescanso
embebida em agua vegetomine-
ral. A utilizac;ao de corticoides
para a reversao do processo in-
flamatorio devera ser feita, as-
sim como a indicac;ao de ferra-
duras ortopedicas munidas com
ramp6es de 1 a 3 cm de altura.
A finalidade principal do ferra-
geamento e aliviar a tensao dos
ligamentos e ossos atingidos,
reduzindo a dor.
A aplicac;ao topica diaria de
substancias heparinoides ou an-
tiinflamatorias associadas ao
DMSO em soluc;ao a 20%, que
acompanhadas de penso com-
pressivo durante 5 a 7 dias, na
fase aguda do processo, auxilia
a recuperac;ao e podera prevenir
as sequelas junto ao periosteo.
Devido ao tipo de apoio que
o animal adota, e a extensa in-
flamac;ao que ocorre na regiao,
deve-se ficar atento quanto a
possibilidade de ocorrencia de co ate as articulac;6esescapulou- Localizada a articulac;ao,e se
fenomenos de atrofia do casco meral e coxofemoral. com oobje- o processo for recente, pode-se
(encastelamento), em razao da tivo de verificar outras possfveis aplicar duchas de agua fria ou
inatividade parcial do aparelho les6es, e a articulac;ao sensfvel bolsa de gelo, para que 0 der-
fibroelastico. devera ser radiografada para rame sangufneo seja controlado.
Decorrente da intensidade de diagnostico diferencial com fratu- Em seguida, friccione suavemen-
ac;ao do trauma, podera haver ras ou mesmo luxac;6es. te toda a articulac;ao com subs-
comprometimento do periosteo
com formac;ao de osteoperiosti- ~~
te proliferativa periarticular. ,..-
.9
~
5.8. Entorse e luxa,;3o.
Entorse ..s
Denominamos entorse a per- •..0
da repentina e momentanea da
.•..
0
Erelac;aoanatomica e estrutural de 0
()
uma articulac;ao. 0....I
Ocorre com mais frequencia 0J:
em animais de corrida, polo e hi- Q)•..
pismo, cuja mecanica locomoto-
ellCo
<l:
ra predisp6e ao apoio instavel, Figura 5.30 0
desequilibrado e falso, produzin-
lJ
Figura 5.28 LuxaQ8.ometatarsofalangica UJ
Q)
do, geralmente, torc;ao da articu- LuxaQ8.ometatarsofalang ica. - Raios-X. '00
lac;ao.As articulac;6es mais ex-
()
Q)
postas sac as interfalangicas e ~
metacarpo e metatarsofalangi-
cas, em func;ao de suas caracte-
rfsticas dinamicas de flexao, ex-
tensao e rotac;ao.
o sintoma mais evidente e a
c1audicac;ao de aparecimento
brusco e grave, chegando 0 ani-
mal, em algumas vezes, a evitar
o apoio do membro no solo. A
articulac;ao atingida sofre, alem
do estiramento dos ligamentos
e da capsula, derrame intra-arti-
cular, instalando-se rapidamente
processo inflamatorio extrema-
mente doloroso e quente.
Diante dos sintomas, 0 mem- Figura 5.29 Figura 5.31
bro do animal devera ser minucio- LuxaQ8.oradiocarpica Luxa<;:8.ometacarpofalangica
samente examinado desde 0 cas- - Raios-X. - Raios-X.
113
tancias heparin6ides ou antiin-
flamat6rias, preferencialmente
associadas ao DMSO para em
seguida aplicar-se penso com-
pressivo. Este tratamento deve
ser feito 2 vezes ao dia, por 5
a 7 dias consecutivos. A ducha
de agua fria ou a bota de ge-
10 devera, ja a partir do 2° dia
de tratamento, ser substituida
por duchas mornas, duas ve-
zes ao dia, antes da massagem.
Ocasionalmente, quando a ar-
ticula<;ao estiver muito inchada,
aplique antiinflamat6rios por via
sistemica, de preferencia nao
hormonais.
o repouso devera ser no mi-
nimo de 10 dias, e a volta ao tra-
balho leve e gradativa.
Luxayao
As luxa<;6es sac produzidas
basicamente pelos mesmos me-
canismos das entorses, so que de
intensidade muito maior,suficien-
te para provocar a perda total da
rela<;aodas faces articulares, rup-
tura de ligamentos e,asvezes,ate
desgarro da capsula com extra-
vasamento de liquido sinovial.
Praticamente todas as arti-
cula<;6esdo aparelho locomotor
podem ser atingidas, e os sinto-
mas dependem da articula<;aole-
sada. Genericamente teremos
impotencia funcional do membro
atingido,dor a manipula<;aoe pos-
sibilidCidede palpa<;aodas super-
ficies articulares.
Edema e tumefa<;aoacompa-
nham a evolu<;aodo processo,as-
sim como 0 aumento de tempera-
tura local. Algumas articula<;6es
Figura 5.32
Luxayao
interfalangica distal.
sac de diflcil acesso ao examema-
nual,sendo possivel a abordagem
somente atraves de radiografias
que poderao confirmar a suspeita.
o tratamento das luxa<;6es
podera ser conservador consis-
tindo de manobras de redu<;ao,
coaptando as faces articulares, e
aplica<;aot6pica de pomadas an-
tiinflamatorias associada a apli-
ca<;aosistemica de antiinflamato-
rios, corticosteroide ou nao este-
roidais. Eventualmente a cirurgia
pode ser 0 tratamento eletivo, re-
duzindo a luxa<;aoe reconstituin-
do os ligamentos rompidos, ou
ainda atraves da artrodese com
pinos ou parafusos, anquilosando
a articula<;aocomprometida.
5.9. Deslocamento dorsal
da patela.
Muito embora esta afec<;ao
seja denominada de luxa<;aoda
Figura 5.33
Artrodese na luxay8.o
interfalangica distal.
rotula ou patela por consagra-
<;ao,na realidade, 0 que ocorre
e 0 deslocamento dorsal sem
que haja ruptura dos ligamentos
patelares.
o deslocamento dorsal da
patela e considerado uma afec-
<;aocuja principal predisposi<;ao
e a hereditariedade, que se tra-
duz por angula<;ao imperfeita da
articula<;ao femorotlbio-patelar.
Entretanto, idade jovem, tonus da
musculatura dos membros pos-
teriores, e profundidade do sul-
co femoral sac condi<;6es impor-
tantes para 0 desencadeamen-
to ou nao do processo. Estas
predisposi<;6es, associadas a
a<;aotraumatica durante a loco-
mo<;ao,poderao produzir altera-
<;6es erosivas nas cartilagens
das faces 6sseas da articula<;ao,
notadamente no sulco femoral,
determinando agravamento do
quadro c1inico e reduzindo as
possibilidades de plena recupe-
ra<;aodo animal sob 0 ponto de
vista da motricidade.
o deslocamento podera ser
temporario (intermitente) ou per-
manente, dependendo do grau
de comprometimento das estru-
turas articulares. Ouando 0 des-
locamento e temporario, 0 cava-
10 ao caminhar estende drasti-
camente 0 membro para tras,
durante a segunda fase do pas-
so.Neste momento, a patela per-
de a rela<;aoarticular,0 ligamenta
femorotfbio-patelar medial desli-
za sobre 0 sulco femoral e trava
a patela dorsalmente. 0 animal
fica impossibilitado de fletir 0
membro, mantendo-o em hipe-
rextensao e, ao caminhar, arras-
ta a pin<;a no solo. Em seguida
pode-se ouvir um rUldo caracte-
rlstico, semelhante a "estalo", a
patela se "destrava", volta a sua
posi<;aoanatomica, e 0 animal po-
de fletir 0 membro normalmente.
o processo pode se repetir de
1.femur; 2. patela; 3, biceps femoral; 4. ligamento tlbiapatelar lateral;5.
ligamenta tlbiapatelar media;6. ligamenta femarotibiallateral; 7.menisca
lateral; 8. c6ndila lateral da tibia; 9. espa<;ainter6ssea; 10. fibula; 11.
ligamenta inter6ssea;12.tuberosidadeda tibia; 13.ligamento tlbiapatelar
medial; 14. menisco medial; 15. epic6ndila medial; 16. tr6c1eamedial.
forma alternada, nao havendo
cura espontanea.
Os casos de deslocamento
permanente apresentam a mes-
mamecanica de fixa<;aoda forma
temporaria, s6 que desta feita a
patela fica impossibilitada de re-
tornar a sua posi<;aonormal e 0
animal apresenta hiperextensao
permanente do membro.
Ao se apalpar a articula<;ao
femorotlbio-patelar, encantra-
mos a patela em situa<;aodorsal
e uma tensao exagerada do liga-
mento medial e medio. A flexao
passiva do membro torna-se im-
posslvel e a animal pode relutar
a locomover-se.
o unico tratamento eficaz e
definitivo para resolver 0 proble-
ma e a desmotomia do ligamen-
to patelar medial, e devera ser
feita logo no inlcio da manifes-
ta<;aodo problema, evitando as-
sim complica<;6es secundarias
no membro contra-lateral e no
casco do membro afetado.
5.10. Ruptura do ligamento
redondo da cabe~a
do femur e luxa~ao
coxofemoral.
E uma afec<;aoque acomete
principal mente cavalos jovens,
atingindo 0 ligamentoredondo
que se estende da cabe<;ado fe-
mur ao assoalho do acetabulo.
A etiologia da ruptura do li-
gamento redondo e traumatica,
principalmente em animais que
sofrem quedas ao solo com 0
membro estendido para 0 lado
do corpo.
Figura 5.35
Deslocamento dorsal da
patela - adulto.
Figura 5.36
Deslocamento dorsal
da patela - potro.
Figura 5.37
Desmotomia tfbiopatelar medial.
A mesma mecanica que cau-
sa a ruptura do ligamento redon-
do poden:J,causar a luxac;ao coxo-
femoral. Porem, na ruptura do li-
gamento redondo estao preser-
vadas as inserc;6es e origem dos
musculos, da capsula e demais
ligamentos da articulac;ao, 0 que
possibilita a manutenc;ao da es-
tabilidade articular. Ja nos casos
de luxac;ao, ocorre 0 desgarro
completo das origens e inserc;6es
dos musculos, alem da ruptura da
capsula da articulac;ao, fazendo
com que, na maioria das vezes, 0
femur se desloque dorsal mente
projetando 0 colo, a cabec;a e 0
trocanter maior acima da linha
dos musculos gluteos.
Clinicamente, 0 que se obser-
va e 0 aumento de volume da
articulac;ao afetada e a atitude
trpica do membro com desvio la-
teral do pe, da articulac;ao femo-
rotfbio-patelar e deslocamento
medial da articulac;ao tarsica. 0
membro como um todo se posi-
ciona sob 0 abdomen do animal,
assumindo postura de abduc;ao.
o animal apresenta claudica-
c;ao grave, podendo haver rufdo
de crepitac;ao durante a locomo-
c;ao. E possfvel tambem se sentir
a crepitac;ao atraves da palpac;ao
da regiao com a palma da mao,
realizando-se movimentos passi-
vos do membro, como aduc;ao,
abduc;ao e rotac;ao. A excessiva
mobilidade articular, responsavel
pela crepitac;ao, e devida a ruptu-
ra do ligamento, porem, em situa-
c;6es de menor gravidade, podera
apenas ocorrer a distensao com
ruptura parcial do ligamento, mui-
to embora 0 quadra clfnico seja
o mesmo.
Tanto a ruptura total como a
parcial do ligamenta redondo da
cabec;a do femur, sac responsa-
veis pelas alterac;6es osteoartrf-
Figura 5.38 e Figura 5.39
Ruptura do ligamenta redondo da cabe<;:a do femur.
ticas que ocorrem na articulac;ao
coxofemoral.
o diagn6stico se baseia na
apresentac;ao dos sinais clfnicos e
na manutenc;ao do "comprimen-
to" de ambos os membras poste-
riores. Radiograficamente pode-se
deteetar alterac;6es 6sseas ine-
rentes ao pracesso articular. Nao
existe nenhum tratamento efetivo,
a nao ser 0 repouso e a aplicac;ao
de terapia antiinflamat6ria siste-
mica e glicosaminas polisulfatadas.
Aplicac;6es de infravermelho, ultra-
som terapia e de ondas de cho-
que (shock weave) podem propor-
cionar alfvio da dor e reduzir con-
sideravelmente as alterac;6es os-
teocondrais decorrentes da de-
sestabilizac;ao da articulac;ao.
o progn6stico e reservado
quanto a funcionalidade do mem-
bra, uma vez que a recuperac;ao
motora podera nao se pracessar
adequadamente.
!
\:'
\.~ .
Figura 5.40
Luxa<;:ao coxofemoral
- vista posterior.
II
E denominada fratura toda e
qualquer solu<;:ao de continuida-
de sofrida pelos ossos, por a<;:ao
traumatica direta ou indireta.
As fraturas diretas sac produ-
zidas por traumas intensos que
atingem 0 osso e podem produzir
grandes lacera<;:6es de tecidos
moles. Sao oriundas de a<;:aoper-
pendicular de for<;:as em sentido
oposto sobre 0 osso, geralmente
em acidentes, onde 0 membro
permanece preso e fixo, como
por exemplo, em buracos no solo,
em vaos de cercas de madeiras
ou "mata-burros".
As fraturas indiretas sac as
mais comuns, atuando atraves de
mecanismos de tor<;:ao, flexao,
pressao e tra<;:ao.Todas as vezes
que a a<;:ao brusca e moment§.-
nea de qualquer dos mecanismos
determinantes ultrapassar a ca-
pacidade de resistencia e elasti-
cidade dos sistemas canaliculares
que formam os ossos, ocorre a
destrui<;:13.oda estrutura ossea, im-
primindo formas e linhas de fratu-
ras que caraderizam cada um dos
mecanismos determinantes por
meio de a<;:aoisolada ou conjunta
Existem alem das causas de-
terminantes de origem traumati-
cas, consequentemente aciden-
tais, causas predisponentes que
atualmente assumem grandes
propor<;:6es, como por exemplo,
os processos de calcifica<;:ao im-
perfeita do esqueleto, decorren-
tes de erros e desvios alimenta-
res notadamente no balancea-
mento de Ca: P, raquitismos, os-
teomalacia, osteites rarefacientes
etc. Sao considerados tambem
como fatores predisponentes 0
tipo de servi<;:o, isto e, 0 trabalho
que 0 animal exerce, no esporte,
tra<;:ao ou na lida com rebanhos,
idade, neuredomias e paresias
dos membros posteriores etc.
As fraturas podem se apre-
sentar de forma simples, quando
o foco e unico; ou composta,
quando existirem mais de um
fragmento. Pode ainda ser expos-
ta, quando ocorre a exterioriza<;:ao
do fragmento osseo e conse-
quente contamina<;:ao baderiana
do foco de fratura, tornando re-
motas as possibilidades de cura.
De qualquer forma, indepen-
dente dos mecanismos de a<;:13.o,
e das consequencias locais e ge-
rais, as fraturas nos equinos sac
afec<;:6es de extrema gravidade,
o que torna imperiosa a avalia<;:ao
tranquila das possibilidades de
redu<;:ao e consolida<;:13.odo foco.
Diante de um animal aciden-
tado e suspeitando-se de fratu-
ra, quer pela impossibilidade de
apoio do membro ao solo ou pelo
evidente desvio do eixo de apru-
mo, principalmente de ossos lon-
gos, evite manipular bruscamen-
te 0 animal, assim como a regi13.o
fraturada, proteja 0 local, quando
for extremidade, aplicando talas
de madeira ou fa<;:acalhas de ca-
no plastico cortado ao meio, acol-
choando-as com algodao e pren-
dendo-as firmemente com espa-
radrapo, fitas adesivas ou atadu-
ra de crepe. N13.oaplique analge-
sica; se a dor cessar, 0 cavalo po-
de querer se locomover espon-
taneamente e agravar 0 quadro
da fratura.
Ouando a fratura localiza-se
em ossos distais dos membros-
abaixo do o. metacarpico e do o.
metatarsico - e decorrido 0 perio-
do de 48 a 72 horas, em que
ocorre aumento de volume na re-
gi13.oafetada, pode-se optar pel a
imobiliza<;:13.odas fraturas simples,
com ataduras de "gesso sinteti-
co" (fibra de vidro) ou resinas es-
peciais. Esta imobiliza<;:13.odevera
ser mantida ate a repara<;:13.odo
osso, controlada radiografica-
mente, pois permite que 0 mem-
bro seja radiografado sem qual-
quer interferencia na qualidade da
imagem a ser obtida.
Apos ° atendimento emer-
gencial ou decorrente de uma
nova avalia<;:13.o,ate no maximo
5 a 7 dias do acidente que resul-
tou na fratura, pode-se optar
pelo tratamento cirurgico com
redu<;:13.odo foco com pinos, ca-
Ihas, parafusos, placas ou cer-
c1agem ortopedica.
Produzida por a<;:13.otraumati-
ca, consequente a quedas violen-
tas; apresenta-se, geralmente, em
espiral, devido ao mecanisme de
tor<;:ao que atua sabre 0 osso.
as sintomas caraderisticos
sac de impotencia funcional do
membro, aumento de volume de-
vido ao derrame sangurneo e ao
edema, e aumento de tempera-
tura local.
as sinais objetivos, alem da,
impotencia funcional, sac que ao
se observar 0 membro fratura-
do, temos a impressao de que e
mais longo do que 0 normal, de-
vido ao "abaixamento" do cotove-
10, e quando se forc;:a0 cavalo a
caminhar, este 0 faz arrastando
a pinc;:aao solo, raramente con-
seguindo apoiar 0 casco.
o diagnostico e realizado pe-
las caracterfsticas c1fnicase pelo
aparecimento brusco dos sinais.
Pode-se ouvir crepitac;:aoprodu-
zida pelos fragmentos osseos
quando se manipula 0 membro,
porem esta manobra e extrema-
mente dolorosa e deve ser evita-
da.Os Raios-X podem, ser exce-
lente recurso para a avaliac;:ao
do tipo de fratura e da regiao
atingida, facilitandoa escolha do
tratamento e a elaborac;:ao do
prognostico. Deve-se fazer 0
diagnostico diferencial com a
paralisia do nervo radial atraves
da prova do recuo e avan<;:o,
muito embora na paralisia nao
se observem as alterac;:oes 10-
cais que ocorrem nas fraturas.
Figura 5.41
Fratura do umero.
No cavalo adulto, quando a
fratura e composta, atingindo as
regioes proximal e distal do osso,
o tratamento direto sobre 0 foco
se torna inviavel,e na dependen-
cia da gravidade do quadro radio-
logico, frequentemente opta-se
pelo sacriffcio do animal.As fratu-
ras mais simples podem ser tra-
tadas por expectativas; repouso
absoluto com 0 animal em apa-
relhos de suspensao, esperando-
se uma consolidac;:ao em longo
prazo.Em potros, pode-se intervir
cirurgicamente, quando a fratura
nao atingir regioes articulares,
utilizando-se tecnicas de fixac;:ao
com pinos, parafusos e placas
ortopedicas. Mantenha 0 potro
suspenso e aplique liga de des-
canso no membro contra-lateral.
Nas fraturas distais do ume-
ro,quando ha 0 compromisso da
articula<;:ao umero-radio-ulnar,
ocasionalmente pode haver an-
quilose como sequela, impossi-
bilitando 0 animal de estender
funcionalmente 0 membro.
As fraturas do olecrano saD
relativamente frequentes em po-
tros devido a traumas diretos so-
bre a regiao, por coices ou cho-
ques contra estruturas solidas,
principal mente paredes, palan-
ques e tabuas de cercas.
Na dependencia das caracte-
rfsticasda ac;:aotraumatica (inten-
sidade),0 olecrano pode apresen-
tar desde fraturas simples, na sua
extremidade livre ou vertice, ate
junto a regiao articular,aumentan-
do a gravidade das repercussoes
osseas do processo.
Por ser um osso que faz "par-
te" do radio, e se prestar princi-
pal mente para a inserc;:ao de
musculos extensores do "coto-
velo", 0 olecrano adquire signifi-
Figura 5.42
Anquilose umero-radioulnar.
cado clinico importante ao ser
traumatizado.
C1inicamente 0 animal apre-
senta impotencia funcional mo-
Figura 5.43
Fratura do olecrano.
Figura 5.44
Reduy8.o de fratura do olecrano
com placa e parafusos.
tora aguda, com extrema dificul-
dade em executar ambas as fa-
ses do passo. Observa-se um
grande aumento de volume e da
temperatura local. Os movimen-
tos, mesmo passivos, de flexao e
extensao saG diflceis de serem
realizados devido a obstaculo na
mecanica articular e a dor, po-
dendo-se durante as manobras
de movimenta<;:ao,ouvir-se ruidos
de crepita<;:aodevido aos frag-
mentos osseos.
o diagnostico baseia-se nas
manifesta<;:6es clinicas do pro-
cesso e confirma<;:aoradiografi-
ca. E necessario que se proceda
ao diagnostico diferencial com a
fratura distal do umero e com
a luxa<;:aoumero-radioulnar.
o tratamento podera ser con-
servador em potros com fraturas
simples sem envolvimento arti-
cular, com repouso de no minima
45 dias. Ouando ha afastamento
de fragmentos, ou a fratura for
cominutiva, apenas a terapeutica
cirurgica, atraves da redu<;:ao
com pinos, parafusos ou placas,
possibilitara a recupera<;:aoloco-
motora plena do animal.
Podem ser causadas por que-
das, coices ou fixa<;:aobrusca do
membro em buracos e "mata-bur-
ros".0 seu diagnostico e bastan-
te simples devido ao aparecimen-
to brusco e ao evidente desvio do
eixo osseo no foco da fratura
o animal apresenta grande
dificuldade locomotora e, as ve-
zes, mesmo com 0 membro fra-
Figura 5.45
Fratura distal do radio e ulna.
turado ele consegue apoia-Io
para a mudan<;:ado passo. Ge-
ralmente, as fraturas do radio e
ulna saGexpostas e compostas
com mais de um fragmento, 0
que de certa forma agrava 0 qua-
dro e muitas vezes inviabiliza 0
tratamento, sendo necessaria a
eutanasia.
Em potros, eventualmente, se
torna possivel a redu<;:aocirurgi-
ca com utiliza<;:aode pinos e pla-
cas ortopedicas associadas ao
aparelho de suspensao e mule-
ta de Thomas modificada. 0
pos-operat6rio e trabalhoso, exi-
gindo muita aten<;:aoe dedica-
<;:aopara com 0 animal.
Sao muito frequentes no ca-
valo de corrida, da ra<;:aPuro
Sangue Ingles, principalmente no
membra anterior esquerdo, de-
vida ao trauma da hiperextensao
do membra junto a face anterior
dos ossos carpicos.
as ossos mais atingidos sao:
a carpico radial, carpico interme-
dio, terceiro carpico e a carpi co
acess6rio, apresentando geral-
mente fissuras au pequenas fra-
turas, cujo fragmento pode ficar
livre no Ifquido sinovial, produ-
zinda graves les6es nas cartila-
gens articulares.
as sintomas sao comuns
aos processos de artrite au de
artrosinovite que acomete esta
articula<;:ao,porem a dor e mais
intensa, assim como a c1audica-
Figura 5.46
Fratura do o. carpico acess6rio.
Figura 5.47
Fratura de base do o. carpi co
acess6rio - Raios-X.
Figura 5.48
Anquilose da articulaQElocarpica.
<;:ao.as Raios-X e a unico meio
segura para a diagn6stico.
a tratamento sempre deve-
ra ser cirurgico, com a retirada
do fragmento pela artrotomia
au artroscopia, se for muito pe-
queno, au a osteosfntese atra-
ves de parafusos ortopedicos.
a repouso e importante e a re-
Figura 5.49
Fratura do 4° o. carpico.
Figura5.50
Osteosintese com parafuso do 4
o. carpico - Raios-X.
tomo ao trabalho deve ser len-
to e progressivo.
As fraturas do osso carpi co
aces so rio, notadamente as de sua
base, em sua fase de resolu<;:13.o,
qualquer que tenha side 0 meto-
do de tratamento utilizado para a
redu<;:13.o,poder13.o desericadear
como sequela, a sfndrome do ca-
nal carpico. Esta situa<;:13.ofaz com
que 0 cavalo mantenha uma c1au-
dica<;:13.oresidual, que limita a sua
10como<;:13.oe que sera abordada
em detalhes no capitulo 6.
5.16. Fratura dos ossos
metacarpicos e
metatarsicos.
S13.oconsequentes a traumas
diretos sobre 0 os so, como coi-
ces e fixa<;:13.odo membro em bu-
racos e "mata-burros", ou devido
Figura 5.51
Fratura cominutiva do teryo
medio do terceiro o.
metacarpico - Raios-X.
a compress13.o associada a tor-
<;:13.0em grande velocidade.
Devido a pequena prote<;:13.o
ossea que existe sobre a regi13.o,
praticamente so pele, tend6es e
o feixe vasculonervoso, frequen-
temente ocorrem exposi<;:13.odos
fragmentos osseos da fratura,
que na grande maioria dos aci-
dentes sac compostas e longitu-
dinais. Nas fraturas proximais, is-
to e, as localizadas nas proximi-
dades da articula<;:13.ocarpometa-
carpica ou tarsometatarsica, ge-
ralmente os metacarpicos e me-
tatarsicos acessorios tambem se
encontram fraturados.
o diagnostico e extremamen-
te simples de ser feito devido a
evidente impotencia funcional
com desvio do eixo osseo. Por ou-
tro lado, quando somente os aces-
sorios est13.ofraturados, os sinto-
mas sac discretos e passfveis de
Figura 5.52
Fratura cominutiva do teryo
medio do terceiro o.
metatarsi co - Raios-X.
confus13.o,sendo somente diferen-
ciados atraves de radiografias.
o tratamento e semelhante
ao de outros ossos longos, sen-
do 0 prognostico mais favoravel
quando for de membro anterior,
devido ao deslocamento do eixo
de gravidade do animal para os
membros posteriores.
Quanto aos metacarpicos
acessorios, comumente sac fra-
turados em sua regi13.odistal, por
se encontrarem livres do tercei-
ro o. metacarpico, devido a a<;:13.O
traumatica produzida por taco e
bola em animais utilizados em
jogos de polo.
A c1audica<;:13.omanifesta-se
imediatamente apos 0 jogo e
caracteriza-se por ser de inten-
sidade moderada e continua, li-
mitando 0 animal para 0 esporte.
Podera haver aumento de volu-
me, sensibilidade e temperatura
Figura 5.53
Fratura do metacarpico
acessorio
- Raios-X.
local aumentada. 0 diagnostico
baseia-se no tipo de trabalho,
manifestac;13.o aguda e pela
apresentac;13.ologo apos a parti-
da de polo, devendo ser confir-
made radiograficamente.
o tratamentoconsiste na re-
tirada cirurgica do fragmento dis-
tal do o. metacarpico acess6rio
fraturado.
o pos-operatorio exige, alem
dos procedimentos e cuidados
de rotina, repouso de no minima
90 dias para 0 retorno ao espor-
te, que deve ser de forma lenta
e gradativa.
5.17. Fratura da falange
proximal e da
falange media.
As fraturas da falange proxi-
mal e da media sac comuns de
ocorrerem em animais de espor-
Figura 5.54
Fratura da falange
proximal - Rajos-X.
te, devido a ac;13.Otraumatica dire-
ta, associada a torc;13.o,particular-
mente em animais de polo, cujas
ferraduras possuem ramp6es
que podem fixar 0 pe no solo no
momento de giro rapido.
Podem ser simples longitudi-
nais, porem frequentemente sac
compostas e com mais de qua-
tro fragmentos, caracterizando
uma fratura cominutiva.
Os membros anteriores sac
os mais atingidos. 0 apareci-
mento e brusco e a c1audica-
C;13.osevera, caracterizando-se
pel a impossibilidade de apoio
do membro ao solo. 0 local au-
menta rapidamente de volume,
pode-se ouvir crepitaC;13.ode-
vido ao atrito dos fragmentos,
e a dor causada pela manipu-
lac;ao faz 0 animal reagir com
violencia.
Nos casos de fratura sim-
ples, 0 exame radiogrMico e ex-
Figura 5.55
Fratura cominutiva da falange
media - Raios-X.
tremamente util para 0 estabe-
lecimento do diagn6stico dife-
rencial com traumas de boleto,
sem comprometimento 6sseo, e
de luxaC;13.ointerfalangica, assim
como para a apreciaC;13.oda gra-
vidade das formas de fratura
com posta.
o tratamento e realizado pela
imobilizac;ao com penso ges-
sado ou de fibra de vidro ou,
mais modernamente, com resi-
nas sinteticas. As fraturas sim-
ples, alem da imobilizaC;13.oos-
sea, podem ser tratadas cirur-
gicamente com aplicac;ao de
parafusos ortopedicos.
o repouso deve ser de pelo
menos 30 a 60 dias com ava-
liaC;13.oradiogrMica da consolida-
C;13.oe, caso 0 animal comece a
apresentar sinais de fadiga, n13.O
conseguindo permanecer em po-
siC;13.oquadrupedal, instale-o em
aparelho de suspens13.o.
Figura 5.56
Fratura da tuberosidade e
do corpo do i1io.
Ocorre devido a traumatis-
mos violentos, causados por que-
das bruscas, associadas ou nao
a deficiencia de mineralizac;:ao
6ssea,podendocomprometerqual-
querdos ossos e estruturas com-
ponentes da pelvis como: nio, IS.-
quio e pubis.
Os sintomas apresentam-se
das mais variadas formas e estao
diretamente relacionados ao os-
so e a regiao atingida. Basica-
mente, identificamos uma in-
coordenac;:ao,geralmente unila-
teral, em casos menos graves,
produzida devido a incapacidade
de sustentac;:ao do membro ao
solo, no momento do passo. Po-
demos observar deformac;:oes
e, eventual mente, crepitac;:oes
quando a fratura e da tuberosi-
dade do nioou Isquio.A palpac;:ao
dos ossos da bacia, externa-
mente, torna-se bastante diflcil
devido a grande massa muscular
e somente atraves do toque retal,
as vezes, e posslvel a detecc;:ao
do foco da fratura.
Os Raios-X poden3-ser utiliza-
do para 0 diagn6stico, em cen-
tros que possuem aparelhos po-
tentes, ou em animais jovens cuja
massa muscular permita a pene-
trac;:aodos raios.
o tratamento devera quase
sempre ser de expectativa, re-
pouso e aparelhos de suspen-
sao, caso 0 animal nao consiga
se manter em posic;:aoquadru-
pedal. 0 progn6stico e extrema-
mente reservado para os ani-
mais que permanecem em de-
cubito, e a eutanasia frequente-
mente e realizada. Femeas que
se recuperam de fraturas na pel-
vis,ocasionalmente poderaoapre-
sentar problemas no parto e de-
verao sempre estar sob observa-
c;:aoprofissional.
Ocorre em razao de quedas
provocadas por escorregoes,
em terrenos lisos, com os mem-
bros abertos, ou entao em potros,
devido a coices de outros animais,
ou porque a mae pisou sobre a
coxa do potro em baias de pe-
quenas dimensoes.
o quadro caracterlstico e a
impossibilidade do membro sus-
tentar 0 peso do corpo, e 0 in-
tenso aumento de volume que
ocorre na coxa devido ao derra-
me sangulneo e edema local.
Raramente em animais adultos
e posslvel a verificac;:aodo movi-
mento de pendulo que ocorre na
extremidade do membro, devido
a intensa musculatura da coxa
que mantem a estabilidade do
foco. Em potros e relativamente
facil a constatac;:ao atraves do
movimento anormal do membro
e do rUldo de crepitac;:ao.
o tratamento em animais
adultos e inviavel e a eutanasia
e a indicac;:aomais humana. Po-
tros com 0 femur fraturado, ap6s
estudos radiogrcificos,podem ser
operados e a fratura reduzida
atraves de pinos ou calhas intra-
medulares. 0 repouso deve ser
absoluto e 0 aparelho de suspen-
saD pode ser utilizado nos ani-
mais mais pesados, desde que
sejam d6ceis e 0 aceitem.
As fratura fisarias podem ser
reduzidas por sutura 6ssea com
fio de ac;:oortopedico (cercla-
gem), ou por fixac;:aocom placas
ou grampos confeccionados
com pinos intramedulares. As
fraturas condilares, em geral,
comprometem apenas a cama-
Figura 5.57
Fratura fisaria de femur - Raios-X.
Figura 5.58
Fratura do c6ndilo do
femur - Raios-X.
da osteocondral e podem liberar
sequestros osseos no interior da
articulac;:ao.Nestas situac;:6es,0
tratamento consiste na retirada
do fragmento osteocondral por
via artroscopica ou atraves da
artrotomia, curetagem da face da
fratura e repouso.
Pode ocorrer, comprometen-
do toda estrutura ossea, portan-
to comp/eta, apenas fissurar, isto
e, trincar, ou por arrancamento
da tuberosidade da tibia, princi-
palmente em animais jovens.
As fraturas completas reves-
tem-se de muita gravidade e, na
grande maioria das vezes,sac ex-
postas tornando 0 prognostico
sombrio, principalmente quando
localizadasnas regi6es proximal e
distal, e se extender ate as articu-
lac;:6es.As fissuras, quando exten-
sas, podem se transformar em
fraturas completas quando da
realizac;:aode movimentos bruscos
de levantar e deitar. Ja 0 arran-
camento da tuberosidade da tibia
se produz por traumatismo direto,
ou entao atraves da trac;:aoexa-
gerada dos ligamentos da patela.
as sintomas nas. fraturas
completas com ou sem expo-
sic;:aode fragmentos sac muito
evidenciados pela impotencia
funcional e desvio do eixo os-
seo. As fissuras sac diflceis de
serem diagnosticadas devido ao
quadro de c1audicac;:aonao ser
caraderlstico. A dor a palpac;:ao
profunda e a radiografia da ti-
bia sac os unicos meios de sus-
peita e diagnostico das fissuras.
E de fundamental importancia
a realizac;:aode imagens radio-
graficas pelo menos em duas
posic;:6espara que se possa fa-
zer uma correta observac;:aoda
Figura 5.59
Fratura da tuberosidade
da crista da tibia em
adulto jovem - Raios-X.
gravidade da fratura, se simples
ou cominutiva.
as arrancamentos da tube-
rosidade da tibia, alem do au-
mento de volume que surge no
local, produzem flexao insufi-
ciente da articulac;:ao femorotl-
bio-patelar, levando 0 animal,
algumas vezes, a arrastar a pin-
c;:adurante a locomoc;:ao. as
Raios-X confirmam a suspeita
diagnostica.
a tratamento das fraturas
completas sem exteriorizac;:aode
fragmentos, em cavalos adultos
e jovens, pode ser tentado atra-
ves da aplicac;:aode placas ou pi-
nos,associada a repouso prolon-
gada e aparelho de suspensao.
Fraturas expostas, mesmo
em potros, quase sempre condu-
zem a eutanasia, mesmo quando
tratadas cirurgicamente, em vir-
tude da grande possibilidade de
instalac;:aode infecc;:aoe 0 desen-
volvimento de osteomielite devi-
do a invasao baderiana do foco
de fratura.
as arrancamentos da tubero-
sidade da tibia possuem um bom
prognostico e podem ser tratados
atraves da aplicac;:aode parafu-
sos ou pregos ortopedicos.
5.21 Fraturas dos
sesamoides
proximais.
As fraturas dos sesamoides
proximais sac mais comuns em
cavalos de corrida, devido a hi-
perextensao da articulac;:ao
metacarpofalangica (membros
anteriores), e da metatarsofa-langica (membros posteriores)
do cavalo de trote. 0 trauma di-
reto sobre os ossos sesam6ides,
ocasionalmente pode produzir
as fraturas, sendo frequentes as
rupturas de seus ligamentos.
Figura 5.60
Fratura do terc;:oproximal
da tibia - Raios-X.
Figura 5.61
Fratura do terc;:adistal
da tibia - Raias-X.
o quadro e de aparecimento
brusco, com impotencia funcio-
nal do membro e apoio em pin-
<;adevido a flexao do boleto. 0
aumento de volume surge rapi-
damente, e a palpa<;aoda regiao
produz muita dor.
As fraturas podem acometer
a por<;aoapical, basilar e abaxial,
podendo atingir ambos os sesa-
m6ides de cada membro, porem,
geralmente, s6 afetam um dos
membros.
o diagn6stico e radiografico,
o que possibilita 0 diferencial
com sesamoidite, embora esta
nao apresente um infcio com
grande intensidade sintomatica
como as fraturas.
o tratamento pode ser con-
servador; no entanto, para que 0
cavalo continue sendo utilizado
em todo seu potencial de traba-
lho, tais fraturas deverao ser tra-
tadas cirurgicamente pela retira-
da do fragmento nas fraturas api-
cais e,com parafusos ortopedicos
nas fraturas basilares e abaxiais,
associado a aplica<;ao de ferra-
duras com ramp6es.
o repouso, com 0 membro
imobilizado em discreta flexao,
e extremamente importante na
recupera<;ao e posterior retira-
da dos parafusos.
Artrite e 0 termo gene rico
que se utiliza para definir basica-
mente, todo e qualquer processo
inflamat6rio que atinge as articu-
la<;6es.A afec<;ao pode compro-
meter qualquer das estruturas
que comp6em as articula<;6es,
em conjunto ou separadamente
(ossos, cartilagem, capsula arti-
cular, tecido sinovial, ligamentos
colaterais periarticulares e intra-
articulares, Ifquido sinovial e te-
cidos periarticulares).
A capsula articular e com-
posta de uma camada externa,
fibrosa e uma interna que con-
tem 0 tecido sinovial que secre-
ta 0 Ifquido sinovial. A cartilagem
articular consiste de tres cama-
das, sendo uma basal. assenta-
da sobre 0 osso subcondral, (cal-
cificada); uma intermediaria com
grande capacidade de absorver
o choque mecanico devido ao
alto conteudo em agua, e uma
camada superficial delgada
composta de colageno. A nutri-
<;aoda cartilagem, fundamental-
mente e feita por dois leitos ca-
pilares distintos: 0 leito capilar
sinovial, e 0 leito capilar das ex-
Figura 5.62
Artrasinavite tarsica.
tremidades 6sseas que com-
poem a articula<;ao.
E de fundamental importan-
cia aometabolismo normal dos
componentes cartilaginosos e
sinoviais (tecido e IIquido sino-
via!),a slntese de proteoglicanas
promovida pela vitamina D, es-
sencial para a diferencia<;ao nor-
mal das cartilagens fisarias em
potros, e a slntese do acido hia-
lur6nico e outras glicosaminogli-
canas, presente na cartilagem
hialina e no liquido sinovial de
articula<;oes normais de equinos.
a liquido sinovial e um dializado
proteico do plasma sanguineo
que apresenta propriedades im-
portantes: lubrifica<;ao e umec-
ta<;ao de superficies; capacida-
de de suportar pressoes; capa-
cidade de condu<;ao de calor;
elasticidade, e, final mente, pro-
priedade de semi-solidificar-se
instantaneamente no momento
de impactos.
Figura 5.63
Artrite serosa - potro
com "O.CD:'.
Uma articula<;ao acometida
por processo asseptico, apresen-
ta inflama<;aoaguda da membra-
na sinovial com aumento de pro-
du<;ao de liquido sinovial com
baixa concentra<;aode acido hia-
lur6nico. Concomitantemente ao
aumento de produ<;aodo liquido
sinovial, poden§.ocorrer derrame
de sangue ou somente de soro,
que saD os responsaveis pelo
agravamento do quadro c1inico
e das modifica<;oesda viscosida-
de do liquido sinovial.
Muitas saD as causas de ar-
trites, sendo os casos primarios
consequencia da a<;aode traumas
diretos e ferimentos com pene-
tra<;ao de germes ou de carpos
estranhos no interior da articula-
<;ao.As artrites secundarias po-
dem ser resultantes de ma-con-
forma<;ao6ssea, aprumos irregu-
lares, deficiencias nutricionais
(proteinas, vitaminas, minerais),
superalimenta<;ao,osteocon drite
dissecante ("O.CH'), pneumonias
por Rhodococcus equi, e infec<;ao
do cordao umbilical (artrite septi-
ca e osteomielite do potro).
A sintomatologia geral das
artrites se caracteriza pela defor-
ma<;ao,que e a aumento de vo-
lume da articula<;ao; calor (agu-
da); dor; e, consequentemente,
a c1audica<;ao,que varia de inten-
sidade (graus) e tipo (aIta,media
au baixa), conforme a gravidade
das lesoes e da articula<;ao atin-
gida. Em geral, os processos agu-
dos provocam intensa inflama<;ao
nos tecidos comprometidos, exa-
cerbando a sintomatologia, ao
contrario dos processos cr6nicos
que apresentam sinais discretos
com tendendas a recidivas peri6-
dicas que podem produzir les6es
articulares definitivas.
a aumento de volume que se
observa nas artrites pode ser de-
corrente de: distensao da capsu-
la articular, devido ao aumento da
produ<;aode liquido sinovial; es-
pessamento da capsula articular
(capsulite); inflama<;ao dos teci-
dos periarticulares; periostites e
osteoperiostites intra e periarticu-
lares, como consequencias das
les6es de peri6steo que a a<;ao
do trauma e tra<;aoda capsula ar-
ticular produzem, au mesmo esti-
ramento das inser<;6esdos liga-
mentos colaterais periarticulares
e articulares, nos casas de entor-
ses e subluxa<;6es.
Quanta ao tipo, as artrites po-
dem ser c1assificadas em:
1.Artrite serosa (artrite trau-
matica): Sao devidas a traumas
diretos em animais que sofrem
coices sabre as articula<;6es au
pancadas em obstaculos durante
saltos. Os traumas indiretos tam-
bem podem desencadear este ti-
po de artrite, e sao, namaioria das
vezes,decorrentes de ma-confor-
mat;:ao dos membros que aca-
bam sobrecarregando as estru-
turas que compoem a articula-
t;:ao.0 processo se caraderiza
por inflamat;:aodo tecido sinovial
com aumento da quantidade de
liquido sinovial produzido. Nos
casos discretos, 0 liquido sinovial
nao apresenta variat;:oes cons i-
deraveis, e 0 estudo radiografico
podera nao demonstrar altera-
t;:oesosseas.
2. Artrite infecciosa (art rite
supurativa): E uma verdadeira
infect;:ao articular caraderizada
por distensao da capsula arti-
cular, devido a hipersecret;:ao de
liquido sinovial e present;:a de
baderias, que atingem a articu-
lat;:aodevido a traumas diretos,
punt;:oes realizadas sem assep-
sia ou pela via hematica ou lin-
fatica devido a processos local i-
zados em outras regioes do or-
ganismo. Neste tipo de artrite,
as cartilagens e as extremida-
des osseas podem estar aco-
metidas e desenvolverem lise
gradativa, podendo evoluir para
osteoartrite degenerativa e an-
quilosante, com perda progres-
siva da funt;:ao articular. As ar-
trites infecciosas podem ser su-
purativas ou nao, dependendo
da bade ria envolvida no caso.
Os microorganismos mais en-
contrados nas artrites infeccio-
sas sac: Shigella equuli, Strepto-
coccus pyogenes, Staphylococ-
cus aureus, Corynebacterium
pyogenes (supurativas), e E. coli
(nao supurativa).
Radiograficamente pode-se
observar ap6s 2 a 3 semanas
do inicio da artrite septica, pe-
riosteite com ou sem exostose
nos angulos 6sseos ou na regiao
de insert;:aoda capsula articular,
durantes as fases mais avant;:a-
das, e apenas um aumento do es-
pat;:oarticular nas fases iniciais
da infect;:ao.
Os cultivos de liquido sinovial
com resultado negativo, nao ex-
c1uem a possibilidade de artrite
septica, tornando necessaria a
realizat;:ao de provas comple-
mentares de aglutinat;:ao e iden-
tificat;:ao da fonte baderiana. Al-
guns potros podem desenvolver
artrite infecciosa ap6s infect;:ao
umbilical, pneumonias e infec-
t;:aointestinal aguda por Salmo-
nelas. Em geral, as artrites infec-
ciosas dos potros se instalam
em mais de uma articulat;:ao, e
exige diagnostico diferencial com
a osteocondrose ("O.C'o.") e a
doent;:aarticular

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