25 RESPONSABILIDADE SOCIAL Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : L éo - 3 0/ 06 /2 01 0 Unidade II 5 10 15 20 5 RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS 5.1 Responsabilidade social com o público interno O Instituto Ethos afirma que a empresa socialmente responsável não se limita a respeitar os direitos dos trabalhadores, consolidados na legislação trabalhista e nos padrões da OIT (Organização Internacional do Trabalho), ainda que esse seja um pressuposto indispensável. A empresa deve ir além e investir no desenvolvimento pessoal e profissional de seus empregados, bem como na melhoria das condições de trabalho e no estreitamento de suas relações com os empregados. Também deve estar atenta para o respeito às culturas locais, revelado por um relacionamento ético e responsável com as minorias e instituições que representam seus interesses. A empresa Votorantin comenta em seu site: O trabalho com o público interno é central na gestão socialmente responsável. O guia Práticas de Responsabilidade Social, publicado pelo Instituto Ethos, estimula a empresa a envolver a equipe na melhoria dos processos internos e eleger representantes de empregados em comitês de gestão estratégia. Segundo a publicação, a companhia ética deve ter dois compromissos fundamentais: o futuro dos jovens e adolescentes e a valorização da diversidade. O respeito e até a superação da lei em questões de 26 Unidade II Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : L éo - 3 0/ 06 /2 01 0 saúde, segurança e condições de trabalho é também fundamental. Assim como as políticas qualidade de vida e a orientação e a preparação dos funcionários que vão se aposentar, com o aconselhamento e planejamento financeiro, auxílio psicológico e os programas de previdência complementar. Conforme Melo e Froes (2001): Como agentes sociais, empregados e seus dependentes desempenham papéis dentro e fora da empresa. São promotores da responsabilidade social corporativa ao trabalharem como voluntários em programas sociais, ao difundirem valores éticos em suas relações com os diversos públicos da empresa, ao assumirem comportamentos sociais responsáveis em seu cotidiano de vida e de trabalho. As atividades e comportamentos deles imprimem ao ambiente de trabalho uma renovada energia, um novo astral, em decorrência da oportunidade de aprendizado natural de atitudes, até mesmo de clarificação de novos valores de trabalho e de vida. Sob motivação do treinamento recebido e de exemplos vivenciados de ação social, tornam-se mais sociáveis, tolerantes, cooperativos, altruístas, participativos, motivados e seguros. Portanto, agem como promotores da melhoria da qualidade de vida no trabalho. São também porta-vozes da empresa na sociedade e na comunidade. Divulgam suas ações sociais e sentem seus benefícios junto a seus familiares e vizinhos. Tornam-se os verdadeiros promotores do marketing social da organização onde trabalham. Eles contribuem para a promoção da cidadania internamente, junto aos demais empregados e parceiros da empresa, e externamente, junto ao público em geral. 5 10 15 20 25 30 27 RESPONSABILIDADE SOCIAL Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : L éo - 3 0/ 06 /2 01 0 O aumento da produtividade é o maior retorno obtido pela empresa em todo este processo de gestão dos investimentos sociais no seu público interno. A produtividade do trabalho aumenta como decorrência da maior satisfação, motivação e capacitação dos seus empregados. Além do retorno do investimento pelo aumento de produtividade, a empresa socialmente responsável alcança diversos outros tipos de retorno, como, por exemplo: • retenção de talentos; • melhoria da qualidade de vida de seus empregados, com reflexos positivos na família, na vizinhança; • melhoria da qualidade de vida no trabalho; • maior integração social do empregado e sua família e de ambos com a comunidade; • diminuição dos gastos com saúde e assistência social dos empregados, pois estes se tornam mais imunes às doenças profissionais, em especial, ao estresse; • redução dos custos com tratamento médico-hospitalar; • redução do índice de abstenção; • redução de custos com ações na justiça do trabalho; • maior criatividade e inovação no trabalho; • aumento da autoestima dos empregados; • melhoria do clima organizacional; • consolidação de uma nova cultura empresarial; retorno, sob a forma de cidadania profissional (transformação dos empregados em empregados-cidadãos). Melo e Froes (2001) falam que são sete as áreas de avaliação dos exercícios da responsabilidade social interna: gestão do 5 10 15 20 25 28 Unidade II Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : L éo - 3 0/ 06 /2 01 0 trabalho, gestão do ambiente de trabalho, gestão do trabalho e espaço total de vida, gestão da relevância social da vida no trabalho, gestão do crescimento e desenvolvimento pessoal dos empregados, gestão dos direitos dos empregados e gestão de benefícios e remuneração. 5.2 Responsabilidade social com fornecedores O relacionamento de uma empresa com parceiros e fornecedores exige critérios, que devem ser pautados pela transparência e pelo incentivo para que juntos assumam compromissos socialmente responsáveis. Como consumidores, as empresas devem fazer valer seu código de ética em relação aos produtos e serviços adquiridos. Respeito aos direitos humanos, cidadania e conservação da natureza influenciam e sustentam essa rede de relações. Por isso, é essencial que fornecedores e parceiros estejam alinhados aos princípios da responsabilidade social da empresa. Para exprimir responsabilidade social para com os seus fornecedores, a empresa deve considerar os fatos abaixo: 1. Critérios de seleção e avaliação de fornecedores A empresa deve incentivar seus fornecedores e parceiros a aderirem aos compromissos que ela adota perante a sociedade. Também deve utilizar critérios voltados à responsabilidade social na escolha de seus fornecedores, exigindo, por exemplo, certos padrões de conduta nas relações com os trabalhadores ou com o meio ambiente. 2. Trabalho infantil na cadeia produtiva Especificamente sobre a questão do trabalho infantil, a empresa deve incentivar seus fornecedores e parceiros a aderirem ao movimento de erradicação da exploração do 5 10 15 20 25 29 RESPONSABILIDADE SOCIAL Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : L éo - 3 0/ 06 /2 01 0 trabalho de crianças e adolescentes. Primeiramente há o atendimento à legislação, evoluindo até posturas mais pró- ativas como a mobilização de todo o setor produtivo. Além de critérios para a contratação dos serviços de fornecedores, terceiros e parceiros, é preciso monitorar e verificar o seu cumprimento. 3. Trabalho forçado (ou análogo ao escravo) na cadeia produtiva A empresa deve estar atenta quanto à não existência de trabalho forçado (ou análogo ao escravo) em sua cadeia produtiva e, além de incluir a respectiva proibição em seus contratos, deve realizar pesquisa, verificação e avaliação, e exigir documentação comprobatória de seus fornecedores. A empresa pode também articular, isoladamente ou em conjunto com o governo ou outras organizações, programas e atividades que visem erradicar o trabalho forçado de forma geral. 4. Apoio ao desenvolvimento de fornecedores A empresa pode auxiliar no desenvolvimento de pequenas e micro empresas, priorizando-as na escolha de seus fornecedores e auxiliando-as a desenvolverem seus processos produtivos