Buscar

resumo aristoteles

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Principais questionamentos: 
1. Há uma realidade separada das coisas materiais, como supôs Platão ou essa realidade só existe enquanto produto 
de nossa reflexão, ou seja, enquanto conceito? 
2. Um ser deixa de ser o que ele é se sofre alterações? Por exemplo: se uma cadeira é pintada de outra cor ela se 
modifica, mas essa modificação altera o ser, a essência dela como cadeira? 
3. Todo ser é o ser que é ou é também o que, de certa forma, “virá a ser”? Exemplo: uma semente é apenas uma 
semente ou é também uma árvore potencialmente? Uma árvore pode vir-a-ser uma cadeira? 
4. Tudo o que existe, existe para cumprir um propósito, uma finalidade ou há seres, coisas, que existem sem qualquer 
finalidade? 
 
Contexto histórico: período helenístico; nesse momento, as pólis gregas já não estão mais com as suas características 
originais, mas dominadas por grandes impérios. A Grécia Antiga, berço da democracia, se transforma pela invasão 
macedônia. 
- Discípulo do Platão, mas não concorda com a Teoria das Ideias deste. A base da crítica a Platão é o dualismo/ 
separação entre o mundo das ideias/inteligível e o mundo do sensível/material da obra platônica. 
Filósofo do Realismo/Empirismo – analisar a realidade considerando o mundo material inseparável das ideias. 
Essência e Aparência estão num conjunto só. Por isso, no corpus aristotélico, valoriza-se o mundo material , o sensível, 
as sensações. A separação entre mundo das ideias e mundo material acaba complicando a explicação do mundo, uma 
vez que esses dois aspectos são complementares. Assim, rejeita o dualismo platônico. 
Imagem: Platão aponta para o mundo das ideias e Aristóteles para o mundo material/concreto: 
 
"A Escola de Atenas", de autoria de Rafael, de 1509 
A teoria das ideias não explica tudo: porque existem várias ideias gerais que não podem ser resumidas a uma só. 
“Como então as ideias que são substâncias das coisas seriam então separadas das coisas?” 
Aristóteles restitui à realidade sensível um lugar no processo de conhecimento. 
O sensível, a sensação: é através das sensações/sentidos que começamos a produzir o conhecimento. Ex.: Pisei na 
areia quente e queimei meus pés. Isso me leva a raciocinar sobre o que me aconteceu, a EXPERIÊNCIA me traz um 
saber e muda o meu comportamento a partir de então. Assim, a partir de uma sensação material (do mundo dos 
sentidos) chegamos à episteme (construção de conhecimento). 
Filosofia - Profª Silvânia Sottani 
ARISTÓTELES 
Cap 05 – Livro Didático 
 
CONCEPÇÃO CONTINUÍSTA DO CONHECIMENTO, SE DÁ EM ETAPAS: 
O sistema aristotélico é extremamente sistemático, analítico e l inear , constituído com uma visão integrada do saber e 
subdividido em áreas específicas. Nele não há propostas de rupturas ou adaptação do olhar (como ocorre com o 
prisioneiro da caverna platônica). Para Aristóteles o conhecimento é um processo cumulativo, onde, passo a passo, 
cada estágio pressupõe a incorporação do estágio anterior: sensação/sentidos, memória, experiência, arte/técnica, e 
teoria/ciência. 
Então, conhecimento não se atinge por Reminiscência (ideias), como em Platão, mas atinge-se pelos sentidos 
(matéria). Aristóteles é, portanto, o primeiro grande materialista. Para Aristóteles o conhecimento começa com a 
sensibil idade à qual vem se juntar a memória para formar o primeiro nível de conhecimento: a experiência. 
 
Distinções Aristotélicas 
• Essência e acidente - Quanto a um indivíduo, quando se pergunta sobre seu ser, é necessário distinguir entre o que 
lhe essencial e o que é acidental, podendo estar ou não em indivíduos da mesma espécie. A cor, a altura, o tamanho 
da crina, não fazem parte da essência do cavalo e cavalos podem diferir em muito quanto a isso. Essência, conforme já 
indicado acima, é aquilo que faz com que a coisa seja o que é. É o que, apesar de todas as transformações que esse ser 
possa passar irá mantê-lo sendo o que é. Acidente diz respeito às características ou atributos mutáveis ou variáveis 
das coisas, que não interferem em sua essência. O que muda no ser em questão e é variável. As mudanças acidentais 
sofridas pelos seres não afetarão o que lhe é essencial. 
Ex: Sócrates é Homem (ser homem é essência de Sócrates); Sócrates é calvo (ser calvo é efeito de transformação 
sofrida que não afeta a característica essencial de ser humano) 
 
• Necessidade e contingência – Para o propósito apenas de introdução dessa distinção, seria suficiente indicar que ela 
é estritamente correlata à anterior. Quando falamos da essência, ela deve reunir somente aquilo sem o que a coisa 
deixaria de ser o que ela é. Ou seja, apenas o que é necessário à sua definição. O que não for, pode pertencer ao ser 
enquanto acidente, exatamente por ser contingente. O contingente não pode fazer uma coisa deixar de ser o que ela 
é. São termos relacionados à essência e acidente. O que é essencial é necessário, pois não pode deixar de ser o que é. 
O que é contingente é acidental, pois pode ou não ocorrer e não afetará a definição essencial do ser em questão. 
 
• Ato e potência – Ato é aquilo que uma coisa é enquanto tal - uma semente é, enquanto ato, uma semente. Já a 
potência é tudo aquilo que uma coisa pode vir a ser - uma semente é, enquanto potência, árvore, madeira, lenha, etc. 
A potência é devir. 
 
Substância – forma fundamental do ser: matéria + forma. Os seres importam tanto no que eles são feitos (a matéria 
disponível para formar o ser), mas também a sua aparênc ia. O ser se forma a partir da potência e passa a existir em 
ato. É movimento: os seres se transformam, da potência ao ato. 
Movimento (em oposição à busca de uma essência estática). Há um movimento incessante de transformação de seres 
em novos seres, a partir das suas potências. Remonta ao Mobilismo de Heráclito. 
De acordo com Aristóteles “todos os seres, objetos existem em ATO na medida em que têm uma forma, que indica o 
seu modo de ser (aquilo que é a sua propriedade essencial, a sua perfeição, a sua fina lidade), mas também possuem 
POTÊNCIA de se transformar em outra coisa, ganhando uma nova forma, que possibil itará uma outra forma de 
realização”. 
Chegamos à multiplicidade: Com essas distinções, evita-se o recurso à duplicação do mundo feita por Platão. Com 
elas, conseguimos perceber a essência e o que é mutável/potência em um mesmo ser, sem dualismo. Com essas 
distinções, afastamo-nos da exigência, de certa maneira já presente em Sócrates, de chegar sempre àquilo que é 
invariante, pelo “um” que há por detrás do múltiplo; que não sofre corrupção com o tempo. 
 
Vídeos recomendados no YouTube: 
Aula 07 - Filosofia - Aristóteles: Crítica a Platão - https://www.youtube.com/watch?v=ARz_Ng4qynU 
Aula 08 - Filosofia - Aristóteles: O Ser, o movimento e as virtudes - https://www.youtube.com/watch?v=5Qk6xDtAzT4

Outros materiais