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NOTAS DE AULA ESTRADAS E AEROPORTOS Docente: Lívia G. de M. Sousa Goiânia, 2015 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 4 TERRAPLANAGEM 5 SERVIÇOS ANTERIOR A TERRAPLANAGEM EM RODOVIAS 5 TERRAPLANAGEM EM RODOVIAS 6 MÁQUINÁRIOS DE TERRAPLANAGEM 8 EQUIPAMENTOS USADOS NOS SERVIÇOS PRELIMINARES 9 SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE EM TERRAPLANAGEM 9 FACILIDADE DE ESCAVAÇÃO COM SCRAPERS EM TERRENO NATURAL: 10 BULL-DOZER (TRATOR DE ESTEIRA COM LÂMINA): 11 ESCAVADEIRAS COM CAÇAMBA "SHOVEL" 12 ESCAVADEIRAS DE ARRASTO , OU DRAGAS (DRAG-LINE) 12 ESCAVADEIRAS DE MANDÍBULAS (CLAM-SHELL) 13 MOTONIVELADORA OU PATROL: 13 PÁ-CARREGADEIRA 14 ESCAVADEIRA HIDRÁULICA 14 ESCARIFICAÇÃO 15 CUSTO DE TERRAPLANAGEM EM RODOVIAS 15 PAVIMENTAÇÃO 16 PAVIMENTOS FLEXÍVEIS 16 TIPOS DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS 18 PROCESSO EXECUTIVO 19 VANTAGENS E DESVANTAGENS 20 PAVIMENTOS RÍGIDOS 20 TIPOS DE PAVIMENTOS RÍGIDOS 22 PROCESSO EXECUTIVO 23 VANTAGENS E DESVANTAGENS 24 DRENAGEM SUPERCIAL 24 COMPONENTES DA DRENAGEM SUPERFICIAL 25 SARJETAS 25 SAÍDAS D’ÁGUA 26 DESCIDAS D’ÁGUA 26 BACIAS DE AMORTECIMENTO 27 CAIXA COLETORA 27 VALETA DE CANTEIRO CENTRAL 28 VALETA DE DE PROTEÇÃO DE CORTE 28 AEROPORTOS 29 AEROPORTOS 30 INFRA-ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA 30 TERMINAL DE PASSAGEIROS 31 ÓRGÃOS DE REFERÊNCIAS, FISCALIZAÇÃO, NORMATIZAÇÃO E CONTROLE 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35 INTRODUÇÃO Rodovias podem ser entendidas como sendo qualquer estrada pública pavimentada, ainda de acordo com definições no Anexo I do Código de Trânsito do Brasil, são vias rurais de rodagem pavimentadas, o que corresponde a uma via de transporte interurbano de alta velocidade. Segundo Rosemberg (2010), atualmente, as rodovias são responsáveis por 63% do transporte de cargas e de 96% do transporte de passageiros no país. Portanto, tem-se as mesmas como sendo o principal sistema logístico do país. A importância desse tipo de transporte se dá desde o início da república, quando os governos começaram a priorizar o transporte rodoviário, em detrimento ao transporte ferroviário e fluvial. Levando em consideração este fator e o aumento crescente na produção e acessibilidade da população ao turismo, a rodagem nas vias cresceu consideravelmente, fazendo com que o Governo e a iniciativa privada, que possuem concessão, a realizarem reparos e duplicação de rodovias quando necessário. As rodovias são construções que tem um enorme volume de recursos para serem executados. O terreno como encontrado na natureza é intrafegável por vários motivos; é irregular, tem obstáculos da natureza como aclive, declive, rios, florestas, e às vezes não tem capacidade de suportar cargas de trafego de veículos. Para construir uma estrada de boas condições de trafegabilidade, às vezes e sempre e necessário substituir a superfície natural do solo para atingir a segurança, conforto e o desempenho dos veículos que vão ou irão ali trafegar. A Engenharia de transportes se faz ainda por outros meios de transportes, sendo estudado o outro objeto de estudo abordado em sala, não menos importante que vem ganhando força no mercado é o transporte aéreo, com enfoque nos aeroportos, visando projetos e construções com níveis de serviços de excelência e conforto, iremos abordar de forma técnica e concisa. TERRAPLANAGEM SERVIÇOS ANTERIOR A TERRAPLANAGEM EM RODOVIAS Entende-se como terraplanagem como a técnica de engenharia de escavação e movimentação de solos e rochas. Portanto, quaisquer serviços anterior a estes, são os preliminares a terraplanagem. Para a realização de obras rodoviárias, é necessário alguns serviços preliminares, vide abaixo: Abertura e melhorias de caminho de serviço – realiza-se melhorias, geralmente em caminhos rurais já existentes, visando garantir o acesso seguro dos equipamentos; Desmatamento e limpeza do perímetro onde a estrada será construída; Destocamento e raspagem da vegetação superficial; Implantação de bueiros de grota – são executados ao longo da seção transversal de modo a permitir o esgotamento de águas de trechos durante a realização da obra. No caso de terraplanagem para implantação de obras rodoviárias e ferroviárias é necessária a abertura e melhoria de caminhos de serviços, visando garantir o acesso seguro dos equipamentos aos diversos cortes e aterros. Utiliza-se, normalmente, os caminhos rurais existentes, executando melhorias nestes caminhos, tais como reforços e reformas nos mata-burros e melhorias na plataforma. A partir dos caminhos rurais existentes implantam-se trechos de acesso direto à obra também. Estando definido o traçado de uma rodovia ou ferrovia haverá a desapropriação de uma área em torno do eixo do traçado, denominada faixa de domínio, com a largura de acordo com as normas. Após a locação do eixo e marcação dos limites da faixa, inicia-se o processo de desmatamento, destocamento e limpeza. TERRAPLANAGEM EM RODOVIAS É um serviço complexo e especializado, e de execução agradável. Dentre os que a exercem, alguns prosperam extraordinariamente, enquanto outros tem prejuízos. Embora não haja um fator único que estabeleça tal diferença, o conhecimento e a aplicação dos princípios básicos de terraplanagem é de importância capital . Em terraplanagem, o ponto primordial não é a natureza do material, mas suas propriedades físicas. O que interessa ao empreiteiro é saber o modo mais fácil e econômico de escavar, mover, carregar, transportar e dispor o material. Ao fiscal, que a qualidade final do serviço atenda as especificações de projeto. Como objetivo da execução dos serviços de terraplanagem, tem-se a conformação do relevo terrestre para implantação de obras de engenharia, no presente caso, específico rodovias. O serviço de terraplanagem pode ser entendido em 04 etapas: • Escavação; • Carregamento; • Transporte; • Espalhamento. Por possuir em todo o processo as quatro atividades características, em alguns casos, no qual o nível do terreno está inferior ao nível da plataforma da rodovia, temos o aterro, enquanto quando o nível do terreno está acima da plataforma temos o corte. Nas situações de aterro, o solo utilizado é retirado por concessão de empréstimos, no qual possuímos dois tipos básicos: Concentrados ou localizados; Laterais. Os empréstimos são materiais escavados em locais previamente definidos com o intuito de destiná-los a complementação de volumes necessários para aterros, quando há insuficiência de volume ou quando o solo proveniente no trecho da rodovia não possui ordem qualitativa. Os empréstimos laterais ocorrem na lateralidade da pista, do seu traçado da estrada, enquanto os concentrados são retirados de uma região próxima ao seu traçado com alta concentração de material e qualidade, vide abaixo um modelo: Modelo de empréstimos concentrado Modelo de emprestimo lateral Os empréstimos nãoo são concebidos de forma aleatória e sem regras, tome nota delas: Os materiais que escavados por excesso ou por condições geotécnicas insatisfatórias, são denominados bota-foras, onde os mesmos são escavados nos cortes e destinados a depósitos em áreas externas à construção rodoviária. O local de depósito destes materiais devem ser criteriosamente definidos de forma a não causar danos às outras obras e ao próprio meio ambiente. Os materiais escavados em terraplanagem são classificados em função da dificuldade de escavação. Material de 1º categoria: o Materiais escaváveis pela lâmina de umtrator de esteira. Estão nesta categoria os solos normais, de predominância argilosa, siltosa ou arenosa, e pedregulhos e pedras; o Os Matacões (blocos de rocha) de até 1m³, que possam ser facilmente carregados e transportados. Material de 2º categoria: o Materiais que necessitam de um escarificador de um trator de esteira para sua escavação, podendo, eventualmente, ser necessário o uso de explosivos. Rochas em processo de deteriorização. o Blocos de rochas com volume superior a 1 m³, que necessitam de fragmentação com explosivos para garantir o transporte. Material de 3º categoria: o Rochas sãs e duras, que necessitam do uso contínuo de explosivos para serem escavadas. MÁQUINÁRIOS DE TERRAPLANAGEM Como vimos anteriormente, o serviço de terraplanagem, compreende quatro etapas. Para cada uma das etapas existe um equipamento projetado para executá-la. Equipamentos usados nos serviços preliminares Tratores de esteira (bull-dozer): Cortando, limpando, empurrando, acertando e alisando superfícies para melhorar o tráfego. Podendo ser utilizados diversos implementos caso seja necessário o destocamento entre outros serviços. Seleção dos Equipamentos de Transporte em Terraplanagem Fatores naturais: topografia ( mais ou menos acidentada ) ; altitude ; natureza dos solos, presença de lençol freático, regime de chuvas . Fatores do projeto: Volume a ser movido, distâncias de transporte, rampas, dimensões das plataformas. Fatores econômicos:Custo unitário ( por m3 movimentado ). Os princípios básicos do critério econômico consistem na redução ao máximo, do capital empatado; equilíbrio de trabalho para rendimento máximo por unidade mecanizada ; o custo unitário deve ser sempre menor que o custo da maquina ou de algum método de trabalho alternativo. Critério de custo em função da distância de transporte: (primeira aproximação, mas não o único critério): DISTÃNCIA (m) EQUIPAMENTO 0 50 100 200 300 400 750 900 + de 900 Trator de esteiras Scraper rebocado por trator de esteiras Motoscraper convencional de 1 eixo Motoscraper grande (twin) Unidades de transporte + unidades de carga (Tabela 01: Manual de Pavimentação, DNER – 1996) Facilidade de Escavação com scrapers em terreno natural: CONV1- Motoscraper convencional , rebocador (cavalo) de 1 eixo: Para distâncias médias e curtas, terrenos de compacidade média ou baixa, rampas < 15 %, terrenos com bom suporte e pouco afundamento (baixa resistência ao rolamento. CONV2 - Motoscraper convencional , rebocador (cavalo) de 2 eixos: Distâncias médias e grandes, terreno compacidade média ou baixa, rampas até 10 %, terrenos bom suporte e afundamento < 15% (baixa resistência ao rolamento). EL - Motoscraper com elevatório: Distâncias curtas e médias, terrenos pouco compactos, solo solto, rampas pequenas (<10 %) , terrenos com bom suporte e pouco afundamento (baixa RR) MT-Motoscraper (twin) : Distâncias médias, terrenos compactos, rampas < 30 % (médias e fortes), terrenos de baixa cap. De suporte e alta resistência ao rolamento. Scraper rebocado SR por trator de esteiras: Distâncias curtas, terrenos compactos, fortes rampas (> 30 %), terrenos de baixa capacidade de suporte e alta resistência ao rolamento. Caminhões e vagões tem transporte com custo menor, porém espalhamento após descarga mais caro ( é preciso usar trator de lâminas e motoniveladoras). BULL-DOZER (Trator de esteira com lâmina): É o "bom-bril" da terraplanagem, com mil e uma utilidades. Sem exagero, podemos considerar a invenção do trator de esteiras (1904) como o marco de início da terraplanagem moderna. É a máquina mais usada, e praticamente obrigatória em qualquer trabalho de movimentação de terra. Tracionando ou empurrando, o bull- dozer tem enorme utilização em obras de grande, médio ou pequeno porte. Escavadeiras com caçamba "shovel" Utilizadas para corte acima do nível da máquina. Se o terreno tem baixa capacidade de suporte, apoiá-la sobre estivas (plataformas de madeira). Trabalham qualquer tipo de material, exceto rocha , aceitando até rocha fragmentada, mas tem grande produção com material de primeira categoria. A caçamba deve ser cheia com um movimento único, sem aprofundar demais. Escavadeiras de arrasto , ou dragas (drag-line) Remoção de solos moles, que impeçam o tráfego até de tratores de esteiras. É comum a necessidade de estivas. Para a chegada das unidades de transporte pode ser necessário construir estradas de serviço com solos de melhor qualidade, com espessuras a partir de 1,00 m. Escavadeiras de mandíbulas (clam-shell) Mesma utilização das dragas, alcance mais reduzido, profundidades maiores. Podem levantar a carga enquanto giram. Motoniveladora ou Patrol: Equipamento para terraplenagem. Tem a função de cortar ou aterrar sub-leitos, sub-bases e bases de acordo com as estacas de marcação topográfica. Equipamento de muita força que consegue espalhar ou cortar grandes volumes de material (terra, bica corrida). Pá-carregadeira Tem a função de carregamento de caminhões em pátio de estocagem e terraplenagem. Pá carregadeira de rodas é aplicada ao transporte de carga ou de materiais (asfalto, demolição detritos, lixo, alimentos, cascalho, troncos, matérias-primas minerais, o material reciclado, pedra, areia, madeira, etc.) para dentro ou para outro tipo de máquina (caminhão para descarga, correia transportadora, ferroviários, automóveis, etc.) ou local. Também podem estar no lugar da escavadeira. Escavadeira Hidráulica Tem a função de aterro e desaterro, conformação de taludes, carregamento de caminhões e escavação de redes de diâmetro maior que DN800. Escarificação A escarificação é uma operação de preparo de carga. „ CUSTO DE TERRAPLANAGEM EM RODOVIAS O custo de terraplenagem é frequentemente relevante ao custo total. É fundamental o engenheiro organizar e conhecer o material escavado nos cortes, com o intuito de organizar a distribuição do bota fora e do solo aproveitável para conseguir o menor custo possível do transporte total. Entre todos os fatores que englobam a obra de terraplanagem, movimentação de terra é a mais pesada quando se fala em orçamentos. Os equipamentos e maquinários necessários para a execução destes serviços são de alto custo de manutenção e operação, sendo necessário um planejamento minucioso para esta etapa, mantendo a viabilidade do projeto. Os quantitativos de terraplenagem, como volume de corte e aterro, é uma das fases mais trabalhosas do orçamento de uma obra de infraestrutura urbana. Nota-se a suma importância de um levantamento completo e preciso de quantitativos de terraplanagem para realizar-se uma análise e compor os custos da execução dos serviços. Pavimentação Sabe-se que atualmente, as rodovias vem sendo o principal sistema logístico do país, tanto para transporte de cargas, como de passageiros. Levando este aspecto em consideração, a execução e manutenção das mesmas devem ser muito bem planejados. As duas principais etapas para execução desta, são a terraplanagem e pavimentação. De acordo com o Manual do DNIT, pavimentos são aqueles que possuem uma estrutura constituída por camadas sobrepostas, feitas sobre a camada final de terraplenagem (CFT), que possuem espessuras e materiais determinadas por um dos inúmeros métodos de dimensionamentoe que exercem a função de fundação. Podem ser divididos basicamente dois grupos: flexíveis e rígidos. Entende-se também como pavimentos estrutura de múltiplas camadas construída sobre a terraplenagem e destinada, técnica e economicamente, a resistir aos esforços oriundos do tráfego e a melhorar as condições de rolamento. De acordo com a NBR 7207/82, onde o pavimento deve resistir e distribuir esforços verticais e horizontais causados por veículos e demais tráfegos às camadas subjacentes, dar condições para melhor circulação, segurança e comodidade aos usuários. Diversos aspectos devem ser levados em consideração na escolha de um pavimento, entre eles, pra qual uso será à via, qual revestimento será mais econômico (durabilidade, manutenção e tempo de execução). Nos dias atuais, o avanço tecnológico também está presente na pavimentação, tem-se equipamentos que nos proporciona reciclar pavimentos danificados e utilizar rejeitos (descartes de obras e demais materiais que seriam descartados de outros seguimentos, como jazidas). PAVIMENTOS FLEXÍVEIS Entende-se como pavimentos flexíveis, aqueles que possuem várias camadas trabalhando em conjunto, onde cada uma delas absorve parte das solicitações e transmitem o restante às camadas localizadas em níveis inferiores. Desta forma, subentende-se que todas as camadas trabalham de forma quase que equivalentes, sofrendo deformação elástica significativa sobre o carregamento aplicado. Estes tipos de pavimentos são chamados flexíveis, uma vez que a estrutura do pavimento “flete” devido às cargas do tráfego. Uma estrutura de pavimento flexível é composta geralmente de diversas camadas de matérias que podem acomodar esta flexão da estrutura. Em geral, este tipo de pavimento é formado por 03 camadas: sub-base, base e revestimento. Essas camadas repousam sobre o subleito, que é a plataforma da estrada, compreende esta a infraestrutura implantada, bem acaba em termos de movimento de terra (limpeza, cortes e aterros) e de seu aspecto superficial. Em alguns casos, ainda há a necessidade de regularizar o subleito e reforçar o subleito, corrigindo a camada final da terraplanagem. Figura: Corte de um pavimento flexível. (BIANCHI, 2008) A camada estruturalmente mais importante é a base, que é responsável por receber os esforços da via e distribui-los à sub-base ou reforço do subleito, porém neste tipo de pavimento toda a pavimentação funciona como rolamento, sendo a fundação quem absorve os esforços devido ao tráfego, diferentemente dos pavimentos rígidos (vide figura a seguir). O que difere os pavimentos rígidos, dos pavimentos flexíveis, é sua forma de distribuição de carga ou tensões nas camadas subjacentes (subleito). O pavimento rígido, devido ao seu elevado Módulo de Elasticidade do Concreto de Cimento Portland (CCP), tende a distribuir as tensões sobre uma área relativamente maior do subleito. O pavimento flexível utiliza um maior número de camadas e distribui cargas para uma área menor do subleito, sendo assim, quem absorve os esforços devido ao tráfego é a fundação. Figura: Distribuição de cargas entre os pavimentos. (Andrade, 2008) Os principais materiais constituintes dos pavimentos flexíveis são materiais asfálticos (aglutinantes); agregados graúdos (pedra ou seixo rolado) e agregados miúdos (areia ou pó-de-pedra). Tipos de Pavimentos Flexíveis Os pavimentos flexíveis dividem-se em dois grupos: Betuminosos – constituídos por materiais aglutinantes na camada de rolamento; Por calçamento – constituídos por materiais acoplados na camada de rolamento. Os pavimentos flexíveis são revestidos com materiais betuminosos ou por calçamento, podendo ser aplicados como tratamentos da superfície do pavimento, utilizados geralmente em estradas de volume mais baixo, ou camadas de misturas asfálticas, geralmente Concretos Betuminosos Usinados a Quente (CBUQ) em vias com volume mais elevado. A figura abaixo expressa melhor a divisão desse tipo de pavimentação: Figura: Tipos de pavimento flexível. (BIANCHI, 2008) Processo Executivo Após o reforço do subleito, realização da base, tem-se como metodologia universal do processo executivo do pavimento betuminoso usinado à quente – CBUQ (pavimento flexível) os seguintes passos: Imprimação ou pintura de ligação – consiste no lançamento, através de um pulverizador, de um ligante asfáltico que dará aderência entre a base e o revestimento; Lançamento do CBUQ – mediante um CB lançar numa vibroacabadora (fig. 04), que espalha a mistura asfáltica e nivela o pavimento; Compressão e compactação do CBUQ – mediante o rolo compactador. Figura: Esquema de motoniveladora. (BERNUCCI, 2008) Vantagens e Desvantagens A seguir, tem-se as principais vantagens da utilização dos pavimentos flexíveis: Boa aderência das demarcações viárias, devido à textura rugosa e alta temperatura de aplicação (30 vezes mais durável); Adaptam a eventuais recalques do subleito, pois deformam sob a ação das cargas; Rapidez de execução e liberação ao tráfego; Reparações fáceis e rápidas. Como qualquer material, tem-se também desvantagens à serem analisadas e possivelmente estas, são fatores de tomada de decisão, vide abaixo: Suas estruturas são mais espessas, requerendo maior escavação e movimento de terra, e possui múltiplas camadas; São fortemente afetados pelos produtos químicos, como: óleo, graxas, combustíveis; A visibilidade é bastante reduzida durante a noite ou em condições climáticas adversas, devido a cor escura dos pavimentos; É necessário que se façam várias manutenções e recuperações, com prejuízos ao tráfego e custos elevados; Comparado aos pavimentos rígidos, sua vida útil é menor (máxima de 10 anos, com manutenção), sendo assim, em longo prazo seu custo se torna maior. Sua superfície se torna muito escorregadia quando molhada. PAVIMENTOS RÍGIDOS São conhecidos como pavimentos rígidos, aqueles formados por placas de concreto de cimento Portland rejuntadas entre si. Estes são formados por camadas que trabalham os esforços a tração, absorvendo toda a solicitação, distribuindo-a em uma grade área. Ao chegar ao subleito, a carga encontra-se suficientemente amortecida. Com uma elevada rigidez em relação as camadas inferiores, praticamente todas as tensões são absorvidas nesta camada e ainda há a distribuição mínima e uniforme para o subleito da estrada. A primeira estrada de pavimento rígido no país foi executada na década de 20, Rio-Petrópolis. Há uma série de exigências construtivas para este tipo de pavimento o que torna o seu custo inicial maior do que os pavimentos flexíveis. Os materiais constituintes e os processos executivos em comparação com os flexíveis, são mais numerosos. As placas do pavimento rígido se caracterizam por ser de alta rigidez, alta resistência, possuindo pequenas espessuras. O principal fator do projeto é a resistência do concreto, sendo a sub-base desse modelo podendo ser flexível ou semi-rígida, escolhida de acordo com a função drenante do mesmo definida pelo solo e em projeto. As camadas dos pavimentos rígidos são as placas (área de rolamento + base), sub-base e o sub-leito. Neste, não temos a base, pois as placas de concreto exercem a função tanto da área de rolamento quanto da base, conforme figura abaixo. Figura: Camadas do pavimento rígido. (BIANCHI, 2008) Os principais materiais constituintes neste caso são cimento portland, agregado graúdo, agregado miúdo, água, aditivos químicos, fibras plásticas ou de aço; selante de juntas, material deenchimento de juntas (fibras ou borracha), aço CA-50, CA-60 e CA-25. Tipos de Pavimentos Rígidos Os pavimentos rígidos dividem-se em seis grupos: Pavimentos de concreto simples – placas de concreto simples; Whitetopping Ultradelgado (WUTD) – concreto, geralmente aplicado em restaurações ou recuperações; Estruturalmente armado – concreto cimento Portland armado com aço; Concreto Rolado – geralmente utilizados como sub-bases, barragens, aeroportos; Peças pré-moldadas – placas pré – moldadas de concreto; Sobre-laje em tabuleiros de obras de artes especiais – pré – moldadadas em concreto armado aplicadas em pontes. Em geral os pavimentos rígidos são compostos por concreto cimento Portland (CCP), que tem em suas características a alta resistência. Os tipos de pavimento rígidos (figura a seguir) devem ser observados quanto à utilização. As placas de concreto de cimento Portland são rejuntadas entre si, contendo alta rigidez e alta resistência. O coeficiente de recalque da camada em que se apoia o pavimento tem influência decisiva nas tensões que se desenvolvem no concreto sob a ação das cargas aplicadas pelo tráfego de veículos. Figura: Tipos de pavimento rígido. (BIANCHI, 2008) Processo Executivo Com o reforço do sub-leito e a sub-base realizados, o processo para execução dos pavimentos rídidos dar-se-á da seguinte maneira: Lançamento, distribuição e adensamento do CCP, via CB, podendo ser utilizadas na distribuição pá-distribuidora do sistema de fôrma deslizante (DER-PR,2005), contendo vibradores hidráulicos fixados em barras com alturas variáveis; Nivelamento e acabamento – O nivelamento é realizado mediante a utilização da motoniveladora podendo ter acoplado uma desempenadeira ou o acabamento poderá ser realizado manualmente por desempenadeiras de aço; Corte das juntas – deverão ser realizados cortes na pavimentação para realização de juntas de dilatação, que serão utilizadas como forma de combater fissuras, e como forma de transferências de cargas entre placas, nas juntas são utilizadas barras de ligação para ligar as placas de CCP; Cura e selagem das juntas. Vantagens e Desvantagens A seguir, tem-se as principais vantagens da utilização dos pavimentos rígidos: Pelas suas características, o pavimento rígido, se bem projetado e construído, tem vida mais longa e maior espaçamento entre manutenções quando comparado ao pavimento flexível Oferece resistência ao efeito solvente dos combustíveis, como o óleo diesel e o querosene de avião. Os pavimentos rígidos, como dito acima, têm o custo inicial maior, devido a série de exigências na construção do mesmo. A falta de aderência das demarcações viárias, devido ao baixo índice de porosidade, entram como uma das desvantagens do pavimento rígido. Apesar das vantagens do pavimento de concreto, em diversas situações, a aplicação do pavimento de concreto não é tão simples quanto à do asfalto. As tendências mostram que o pavimento rígido será mais utilizado, mas não irá tornar o pavimento flexível obsoleto. DRENAGEM SUPERCIAL Esse sistema tem por objetivo a captação ou interceptação e remoção das águas precipitadas, sobre as estradas e áreas adjacentes, que escoam superficialmente. Assim, é importante salientar que esse sistema de drenagem conduza o excesso de água incidente na estrada para um local seguro o suficiente a fim de se evitar que o solo do pavimento possa perder estabilidade e resistência. A falta de drenagem adequada provoca os seguintes efeitos danosos aos pavimentos: Redução da capacidade de suporte do subleito em virtude de sua saturação; Bombeamento de finos de solo do subleito e materiais granulares das demais camadas do pavimento com perda de capacidade; Processo erosivo interno e externo no subleito e no pavimento. Analogamente, a função da drenagem superficial é encaminhar de maneira segura e rápida a água sobre a superfície do pavimento e seu entorno para longe da área construída. COMPONENTES DA DRENAGEM SUPERFICIAL Sarjetas São dispositivos de drenagem que se aplicam a cortes, aterros e taludes, de seções triangulares, retangulares e trapezoidal e geralmente construídas no terreno natural, em concreto simples ou em paralelepípedos. A função básica dessas é o transporte longitudinal de águas pluviais ao eixo do logradouro ou das rodovias. Se dividem em duas: De corte - são calhas abertas nos taludes e nos pés dos mesmos. Coletam águas de chuva que correm pelos taludes e leito estradal (vide figura abaixo); Figura: Sarjetas de corte. (Harmyans, 2014) De aterro - são dispositivos construídos junto ao bordo da plataforma dos aterros para evitar que a água pluvial cause erosão na plataforma e nos taludes do aterro, acompanhando a lateralidade da pista, vide figura a seguir. Figura: Sarjetas de aterro. (Harmyans, 2014) Saídas d’água É um dispositivo para mudar o fluxo d‟ água que escoa pela sarjeta, permitindo o esgotamento. Figura: saídas d‟água. (Harmyans, 2014) Descidas d’água As águas captadas pelas “saídas” são conduzidas por esse dispositivo para um lugar que não possa afetar o pavimento. Estas podem ser rápidas ou em degraus. Figura: descidas d‟água rápida e em degraus, respectivamente. (Harmyans, 2014) Bacias de amortecimento Também conhecido como dissipador de energia, sua função é diminuir a velocidade d‟ água durante a transição do dispositivo para o terreno natural. Figura: bacia de amortecimento. (Harmyans, 2014) Caixa coletora Recebe águas de valetas a serem esgotadas por bueiro de greide e também coleta água de descidas d‟água. Figura: caixa coletora. (Harmyans, 2014) Valeta de canteiro central Tem como objetivo captar as águas provenientes das pistas e do próprio canteiro central e conduzi-las longitudinalmente até serem captadas por caixas coletoras de bueiros de greide. Figura: valeta de canteiro central. (Harmyans, 2014) Valeta de de proteção de corte Tem como objetivo interceptar as águas que escorrem pelo terreno natural a montante, impedindo as de atingir o talude de corte. Figura: valeta de proteção de corte. (Harmyans, 2014) AEROPORTOS A Engenharia de tráfego, será abordada agora com enfoque no aéreo, onde temos definições estabelecidas pelos órgãos que regem o mesmo. De acordo com o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986), aeródromo é toda área destinada a pouso, decolagem e movimentação de aeronaves. Os aeródromos podem ser classificados em civis (quando destinados ao uso de aeronaves civis) e militares (quando destinados ao uso de aeronaves militares). Os aeródromos civis podem ser subdivididos em: Públicos: constituem universidades e patrimônios autônomos, enquanto mantidas sua destinação específica pela União. Assim, só podem ser fechados mediante ato administrativo da Autoridade de Aviação Civil (no caso, a ANAC). Propriedades vizinhas aos aeródromos públicos estão sujeitas a restrições especiais, em relação ao plano básico de zona de proteção de aeródromos e ao plano de zoneamento de ruídos. São abertos ao tráfego através de processo de homologação. Privados: só podem ser utilizados com a permissão de seu proprietário, sendo vedada sua exploração comercial - o proprietário não pode sujeitar os usuários de seu aeródromo ao pagamento de tarifas. São abertos ao tráfego através de processo de registro e podem ser fechados a qualquer tempo pelo proprietárioou pela Autoridade de Aviação Civil. Aeroportos são os aeródromos públicos dotados de instalações e facilidades para apoio de operações de aeronaves e de embarque e desembarque de pessoas e cargas. Helipontos são os aeródromos destinados exclusivamente a helicópteros. Heliportos são os helipontos públicos dotados de instalações e facilidades para apoio de operações a helicópteros e de embarque e desembarque de pessoas e cargas. Aeroportos A jurisdição dos aeroportos ocorre tanto na terra quanto no espaço aéreo. A classificação dos Aeroportos ocorre de acordo com as aeronaves em operação (FAA, ICAO), tamanho e separação de/entre pistas e taxis. Isso classifica até mesmo o tráfego aéreo, uma vez que a camada de altitude a sobrevoar é indicada pelo tipo de aeronave (tamanho, peso, utilização). Para aeronaves de pequeno porte temos que o voo é de até 11.000 pés, em se tratando de aeronaves de médio e grande porte comerciais, de 25.000 a 40.000 pés, acima de 40.000 pés o espaço é militar. As aeronaves de médio e grande porte, para se manterem na altitude de 11.000pés, tendem a ter o consumo do combustível elevado, devido a fora necessária para se manter pela diferença de pressão naquele ponto. Este é um dos fatores que ajudaram na divisão do tráfego aéreo. Esse, por sua vez, é controlado por controladores de tráfego, que ficam geralmente em torres de comando nos aeroportos. Infra-estrutura aeroportuária Todos os aeroportos devem ser compostos por no mínimo: Sistemas de pistas; Sistema de terminal de passageiros; Sistema terminal de carga aérea; PAA – parque de abastecimento das aeronaves; Estação meteorológica; SCI – sistema de combate à incêndio; Sistema de infra-esrutura básica: o Saneamento; o Casa de forças; o Sistemas elétricos. Torre de controle; Hangares de manutenção das aeronaves; Área de testes dos motores. No planejamento do aeroporto é importante se ater a alguns elementos: Plano diretor aeroportuário; Topografia; Previsão de demanda futura; Demanda x capacidade; Nível de serviço; Funcionalidade; Minimização de custos de operação; Otimização do capital investido; Minimização de atrasos por operações; Compatibilidade entre os tipos de aeronaves atuais e futuras Compatibilidade com os sistema de acessos existentes Compatibilidade com o plano total do aeroporto Potencial de atraso Viabilidade econômico-financeira Custo de processamento; Distância da caminhadas; Atraso dos passageiros no processamento; Manobras das aeronaves – atrasos e custos; Custos da construção; Custos de operação e manutenção. Terminal de passageiros O Terminal de Passageiros é a principal área publica do aeroporto, incluindo o Sistema de Processamento do Passageiro, os equipamentos das Empresas para operações do aeroporto. A área terminal, que se encontra dentro do terminal de passageiros, a principal área de interface entre a pista de rolamento e o resto do aeroporto. As funções principais são: • Mudanças do modo de transporte • Processamento do passageiro e da bagagem Sistema de processamento do passageiro é a principal conexão entre o acesso ao aeroporto e a aeronave. A função do sistema de processamento de passageiros: 1. Transferência do modo de transporte 2. Processamento do passageiro para inicio ou fim de uma viagem 3. Conduzir o passageiro de e para a aeronave. Fazem parte desse sistema: Interface de acesso; Processamento; Interface de voo. Na interface de acesso, o passageiro é transferido do seu modo de viagem. Compõem esta fase: • Circulação ; • Estacionamento; • Embarque e desembarque de passageiros. Já no processamento, o passageiro é preparado para iniciar ou terminar uma viagem. Compõem-se esta fase: • Confirmação de passagens; • Verificação de bagagem; • Retirada de bagagem; O processamento possui duas atividades, as primárias e as de suportes. Atividades primárias: • Balcões para confirmação de passagem e entrega da bagagem; • Balcões para segurança, alfândega, saúde e imigração; • Equipamentos para retirada da bagagem. Atividades suporte: • Circulações; • Salas de espera; • Amenidades incluindo sanitários, telefones públicos, guarda-volumes, enfermaria, correio e posto de reserva de hotéis; • Elementos de comunicação visual para indicação dos vôos e orientação do passageiro no edifício terminal; • Áreas de dispensação e armazenamento de comida e bebida, restaurantes, lanchonetes, bar, etc; • Bancas de revistas, lojas, bancos, agencia de aluguel de automóveis, seguros e nos aeroportos internacionais loja de mercado livre; • Espaço para visitantes, com locais de observação e salas especiais. Já na interface de voo temos a mudança literal do modo de transporte, no qual o passageiro será conduzido de e para a aeronave, podendo ser a entrada ou saída da aeronave. Nela devemos contar com: • Locais para agrupamento dos passageiros adjacentes ao portão de embarque. São usados para reunir os passageiros e facilitar o ingresso à aeronave; • Equipamentos para condução do passageiro, incluindo esteiras moveis, ônibus, “mobile lounges”, dependendo do sistema adotado; • Equipamentos de embarque, incluindo, “jetways”, “nose bridges”, escadas; • Equipamentos para condução de passageiros em trânsito. Órgãos de referências, fiscalização, normatização e controle Vide a seguir alguns órgãos, sabendo que o órgão que rege e controla toda a aviação nacional é a aeronáutica: DAC - Departamento de Aviação Civil (SAC - Seção de Aviação Civil); IAC - Instituto de Aviação Civil (DAC); INFRAERO - Empresa Brasileira de Infra- Estrutura Aeroportuária; CTA - Centro Técnico Aeroespacial (ITA - Inst. Tecnológico de Aeronáutica); ICAO - International Civil Aviation Organization (ONU = GOVERNOS) FAA - Federal Aviation Administration (órgão regulamentador do Transporte Aéreo nos EUA) ACI - Airport Council International (AEROPORTOS) IATA - International Air Transport Association (COMPANHIAS AÉREAS) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Mário H. F. de. Notas de aula – Introdução a Pavimentação. Universidade Federal do Paraná, UFPR. BIANCHI, Flávia R. Estudo comparativo entre pavimento rígido e flexível. Monografia para obtenção do título de Mestrado, Associação de Ensino Superior Unificado do Centro Leste, Serra – ES, 2008. CASTRO, Bruno A. C. de. Notas de aula – Construção de Estradas e Vias Urbanas. Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. DER-PR, Pavimentação Pavimento Rígido - 2005 DNER – Manual de Pavimentação – 1996; DNIT – Manual do DNIT – 2006; HARMYANS, Alison. Notas de aula – Terraplanagem. Pontifícia Universidade Católica de Goiás. 2014-1 RICARDO, Helio de Souza e CATALANI, Guilherme – Manual Prático de Escavação – Pini, 1960 http://www.inmet.gov.br/portal/, acessado em 28 de fevereiro de 2014 as 13:30. http://www.injipa.com.br/noticias/index.php?option=com_content&view=article&i d=251&Itemid=63, acessado em 02 de abril de 2014 as 12:30. http://engecia.blogspot.com.br/2011/08/orcamento-de-terraplenagem.html, acessado em 01 de abril de 2014 as 18:30. http://www.terraplanagembr.com.br/terraplanagem-abertura-de-estradas/ acessado em 01 de abril de 2014 as 19:00. http://www.anac.gov.br/Area.aspx?ttCD_CHAVE=8, acessado em 04 de março de 2015.
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