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DIREITO CIVIL PARTE GERAL APOSTILA

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CENTRO DE CIÊNCIAS JURIDICAS 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL 
SUJEITO, OBJETO E FATO 
 
 
 
 
 
Prof.: ROMEO A. NEDEL 
 
 
Guaíba, 2017 
 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AOS DISCENTES 
 
 Este breve apanhado da disciplina de Direito Civil - Parte 
Geral tem por objetivo auxiliar os alunos em sala de aula, reduzindo o 
tempo desperdiçado para a anotação dos conceitos básicos para 
compreensão da matéria. 
 
 Não se pretende de modo algum, desvirtuá-los da leitura dos 
livros de doutrina constantes do programa, dos quais este é fruto. Ao 
contrário, aqueles deverão constituir-se em material indispensável para o 
aprendizado constante dos futuros advogados, administradores da 
justiça. 
 
 “As eventuais incorreções que porventura este trabalho 
possa apresentar serão corrigidas em revisões posteriores e sob minha 
inteira responsabilidade”. 
 
 Prof.: Romeo A. Nedel 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
3 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................... 6 
1. O DIREITO ......................................................................................................................................................... 7 
CONCEITO ........................................................................................................................................................ 9 
1.1DIVISÃO FORMAL DO DIREITO............................................................................................................ 11 
1.1.1 Direito Privado ..................................................................................................................................... 12 
1.1.2 Direito do Trabalho .............................................................................................................................. 13 
1.1.3 Direito Econômico ................................................................................................................................ 13 
1.2 CLASSIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS DO DIREITO CIVIL ................................................................... 14 
1.3 FONTES DO DIREITO ............................................................................................................................. 14 
1.4 LEI .............................................................................................................................................................. 14 
1.4.1 Caracteres ............................................................................................................................................ 15 
1.4.1.1 Obrigatoriedade ............................................................................................................................. 15 
1.4.1.2 Generalidade .................................................................................................................................. 15 
1.4.2 Classificação da Lei Quanto à: ............................................................................................................ 15 
1.4.2.1 Duração.......................................................................................................................................... 15 
1.4.2.2 Amplitude ........................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
1.4.2.3 À Intensidade da Coação ................................................................. Erro! Indicador não definido. 
1.4.2.4 Sanção ........................................................................................................................................... 16 
1.5 COSTUME .................................................................................................................................................. 17 
1.6 NORMAS .................................................................................................................................................... 17 
1.7 JURISPRUDÊNCIA .................................................................................................................................. 17 
1.8 DOUTRINA ................................................................................................................................................ 18 
1.9 NORMA JURÍDICA ................................................................................................................................... 18 
1.10 REGRA JURÍDICA .................................................................................................................................. 19 
1.11 RELAÇÃO JURÍDICA ............................................................................................................................. 19 
1.12 ATO JURÍDICO ....................................................................................................................................... 20 
1.13 FATO JURÍDICO .................................................................................................................................... 20 
1.14 A VIGÊNCIA DA LEI .............................................................................................................................. 20 
1.15 FONTES ................................................................................................................................................... 21 
1.16 FORMAS .................................................................................................................................................. 21 
2. A PERSONALIDADE ...................................................................................................................................... 22 
2.1 AS PESSOAS EM GERAL ........................................................................................................................ 22 
2.1.1 Categorias ............................................................................................................................................ 22 
2.1.2 Existência / Duração ............................................................................................................................ 22 
2.2 PESSOAS FÍSICAS ................................................................................................................................... 23 
2.2.1 Personalidade Fictícia ......................................................................................................................... 23 
2.2.2 Término da Personalidade ................................................................................................................... 23 
2.2.3 Ausência ............................................................................................................................................... 23 
2.2.5 Direitos de Personalidade .................................................................................................................... 24 
2.2.5.1 Classificação dos Direitos.............................................................................................................. 25 
2.2.6 Cidadania ............................................................................................................................................. 25 
2.2.7 Estrangeiro ........................................................................................................................................... 26 
2.2.8 Asilo Político ........................................................................................................................................26 
2.2.9 Extradição ............................................................................................................................................ 26 
2.2.10 Expulsão ............................................................................................................................................. 26 
2.2.11 Deportação ......................................................................................................................................... 27 
2.3 INDIVIDUALIZAÇÃO DA PERSONALIDADE ..................................................................................... 27 
2.4 ESTADO ..................................................................................................................................................... 27 
2.4.1 Espécies ................................................................................................................................................ 27 
2.4.2 Características ..................................................................................................................................... 27 
2.4.1 Ações de Estado .................................................................................................................................... 28 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
4 
2.4.2 Da Capacidade ..................................................................................................................................... 28 
2.4.2.1 de Direito ....................................................................................................................................... 28 
2.4.2.2 de Fato ou Exercício ...................................................................................................................... 28 
2.4.2.3 Profissional .................................................................................................................................... 29 
2.4.3 Proteção dos Incapazes ........................................................................................................................ 29 
2.4.4 Emancipação ........................................................................................................................................ 29 
2.5 DO NOME .................................................................................................................................................. 30 
2.5.1 Generalidades....................................................................................................................................... 30 
2.5.2 Elementos do Nome ............................................................................................................................. 30 
Pseudônimo .................................................................................................................................................. 30 
2.5.3 Mudança de Nome ................................................................................................................................ 31 
2.5.4.1 Regime Legal ................................................................................................................................. 31 
2.5.4.2 Necessários .................................................................................................................................... 32 
2.5.4.3 Voluntária ...................................................................................................................................... 32 
2.5.5 Direito ao Nome ................................................................................................................................... 32 
2.5.5.1 Caracteres ...................................................................................................................................... 33 
2.5.5.2 Conteúdo........................................................................................................................................ 33 
2.5.6 Proteção ao Nome ................................................................................................................................ 33 
2.6 DO DOMICÍLIO ........................................................................................................................................ 34 
2.6.1 Conceito ................................................................................................................................................ 34 
2.6.2 Natureza Jurídica ................................................................................................................................. 35 
2.6.3 Importância .......................................................................................................................................... 35 
2.6.4 Espécies ................................................................................................................................................ 35 
2.6.4.1Voluntário ....................................................................................................................................... 35 
2.6.4.2 Necessário...................................................................................................................................... 35 
2.6.4.3 Múltiplo ......................................................................................................................................... 36 
2.6.4.4 Aparente ........................................................................................................................................ 36 
2.7 DAS PESSOAS JURÍDICAS ..................................................................................................................... 36 
2.7.1 Conceito ................................................................................................................................................ 36 
2.7.2 Natureza Jurídica ................................................................................................................................. 37 
2.7.3 Classificação ........................................................................................................................................ 37 
2.7.3.1Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno .................................................................................. 37 
2.7.3.2 Pessoas Jurídicas de Direito Internacional ..................................................................................... 38 
2.7.3.3 Pessoas Jurídicas de Direito Privado ............................................................................................. 38 
2.7.3.4 Associações ................................................................................................................................... 38 
2.7.3.5 Sociedades Civis ............................................................................................................................ 39 
2.7.3.6 Fundações ...................................................................................................................................... 39 
2.7.4 Existência da Pessoa Jurídica ........................................................................................................ 40 
2.7.5 Sede ............................................................................................................................................... 40 
2.7.6 Funcionamento .............................................................................................................................. 40 
2.7.7 Extinção ......................................................................................................................................... 40 
3. DOS BENS ........................................................................................................................................................ 41 
3.1 CONCEITO ................................................................................................................................................41 
3.2 OBJETO ..................................................................................................................................................... 42 
3.3 COISA ......................................................................................................................................................... 42 
3.4 PRESTAÇÃO .............................................................................................................................................. 43 
3.5 DIREITOS .................................................................................................................................................. 43 
3.6 PATRIMÔNIO ........................................................................................................................................... 43 
3.7 EMPRESA .................................................................................................................................................. 44 
3.8 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS ................................................................................................................. 44 
3.8.1 Bens Considerados em Si Mesmos ....................................................................................................... 45 
3.8.1.1 Corpóreos e Incorpóreos ................................................................................................................ 45 
3.8.1.2 Bens Imóveis ................................................................................................................................. 45 
3.8.1.3 Móveis ........................................................................................................................................... 46 
3.8.1.4 Genéricos ou Individuais ............................................................................................................... 46 
3.8.1.5 Fungíveis e Não-fungíveis ............................................................................................................. 46 
3.8.1.6 Consumíveis e Não-consumíveis ................................................................................................... 47 
3.8.1.7 Divisíveis e Não-divisíveis ............................................................................................................ 47 
3.8.1.8 Singulares e Compostos ................................................................................................................. 47 
3.8.1.9 Coletivos ........................................................................................................................................ 47 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
5 
3.8.1.10 Partes ........................................................................................................................................... 48 
3.8.2 Bens Reciprocamente Considerados .................................................................................................... 48 
3.8.2.1 Principal ......................................................................................................................................... 48 
3.8.2.2 Acessórios...................................................................................................................................... 48 
3.8.2.3 Produtos ......................................................................................................................................... 49 
3.8.2.4 Rendimentos .................................................................................................................................. 49 
3.8.2.5 Acessões ........................................................................................................................................ 49 
3.8.2.6 Pertenças ........................................................................................................................................ 49 
3.8.2.6 Benfeitorias .................................................................................................................................... 49 
3.8.4 Extinção dos Bens ............................................................................................................................... 51 
4. DO FATO JURÍDICO ....................................................................................................................................... 52 
4.1 FUNÇÃO .................................................................................................................................................... 52 
4.2 CLASSIFICAÇÃO...................................................................................................................................... 53 
4.3 EFEITOS .................................................................................................................................................... 53 
4.4 NEGÓCIO JURÍDICO ............................................................................................................................... 55 
4.5 FATO JURÍDICO STRICTU SENSO ....................................................................................................... 57 
4.6 ATO JURÍDICO ESTRITO SENSO ......................................................................................................... 58 
4.7 ATO-FATO JURÍDICO ............................................................................................................................. 59 
4.8 DA REPRESENTAÇÃO, art. 115 CCB ..................................................................................................... 60 
4.8.1 Conceito ................................................................................................................................................ 60 
4.8.2 Espécies ................................................................................................................................................ 60 
4.8.3 Sujeitos ................................................................................................................................................. 60 
4.8.4 Elementos ............................................................................................................................................. 60 
4.8.5 Substabelecimento ................................................................................................................................ 61 
4.8.6 Autocontrato ......................................................................................................................................... 61 
4.8.7 Extinção ................................................................................................................................................ 61 
4.9 DOS DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS ................................................................................... 61 
4.9.1 Erro ...................................................................................................................................................... 61 
4.9.2 Dolo ...................................................................................................................................................... 62 
4.9.3 Coação.................................................................................................................................................. 62 
4.9.4 Estado de Perigo .................................................................................................................................. 63 
4.9.5 da Lesão ............................................................................................................................................... 63 
4.9.6 Fraude Contra Credores ...................................................................................................................... 63 
4.9.6.1 Espécies de Fraudes Contra Credores ............................................................................................64 
4.10 DAS MODALIDADES DOS ATOS JURÍDICOS ................................................................................... 65 
4.11 DA FORMA DOS ATOS JURÍDICOS E SUA PROVA ......................................................................... 67 
4.12 DAS NULIDADES DOS ATOS JURÍDICOS ......................................................................................... 69 
4.12.1 Ato Nulo .............................................................................................................................................. 70 
4.12.2 Ato Anulável ....................................................................................................................................... 71 
4.13 DOS ATOS ILÍCITOS .............................................................................................................................. 71 
5 DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA ..................................................................................................... 74 
5.1 PRESCRIÇÃO ............................................................................................................................................ 74 
5.2 DA DECADÊNCIA .................................................................................................................................... 77 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................ 79 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................... 80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
6 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 Tendo em vista a extensão do conteúdo da disciplina de Direito Civil – Parte 
Geral, procurou-se estabelecer um resumo dos conteúdos dos títulos que compõe a disciplina, 
a partir das principais obras catalogadas pelas principais Instituições de Ensino Jurídico do 
país. 
 
 Visa-se com este estudo, auxiliar os discentes em sala de aula como forma de 
diminuir o tempo gasto para as anotações sobre o conteúdo apresentado, e assim poder 
aumentar a participação em aula, o que sem dúvida alguma, aumenta o interesse pela 
disciplina, facilitando a apresentação e o desenvolvimento dos temas pelo Professor. 
 
 A disciplina é desenvolvida ao longo de quatorze encontros aula e dividida em 
quatro capítulos, de modo que o primeiro versa sobre o Direito em geral, sua conceituação, 
suas fontes: a lei; o costume; a doutrina; a jurisprudência; etc.. E ainda a sua divisão formal, 
em público e privado. 
 
 O segundo capítulo trata da personalidade: natural e jurídica, da existência e 
extinção, da capacidade, da incapacidade, da legitimidade, da representação, além dos 
atributos: nome e seus elementos; estado e seus caracteres; e o domicílio e sua classificação. 
 
 O capítulo três trata dos diferentes tipos bens, sua classificação e importância no 
universo social e econômico, passando pelos modos de aquisição e transferência ou extinção 
dos mesmos. Enquanto que, o capítulo quatro ocupa-se dos fatos jurídico lato senso e estrito 
senso e sua importância para aquisição, manutenção e perda dos direitos. Encerra-se o 
conteúdo da disciplina com os itens prescrição e decadência. 
1. O DIREITO 
 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
 
A concepção formal baseia-se na previsão do direito no documento constitucional. Nessa 
acepção, são fundamentais os direitos previstos na Constituição do Estado, em um tópico 
especialmente destinado à disciplina de tais direitos nela consagrados, equiparados pelo sistema 
jurídico do Estado. Em determinado período histórico e em certa sociedade e reputados 
essenciais para seus membros. 
Como melhor técnica, para Perez Luño, os direitos fundamentais são: um conjunto de 
faculdades e instituições que, em cada momento histórico, concretizam as exigências de 
dignidade, liberdade e igualdade, as quais devem ser reconhecidas positivamente pelos 
ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional. 
Neste sentido os direitos humanos são reconhecidos como inerentes à própria natureza 
humana, os direitos a que todos fazem jus pelo mero fato de existirem, de sua condição de 
pessoa humana, sendo totalmente desvinculados de quaisquer considerações espaço-temporais1. 
Os direitos fundamentais por sua vez, não são estanques, não podem ser reunidos num 
elenco fixo, imutável, vale lembrar que a resolução burguesa legou-nos os chamados direitos 
fundamentais de primeira geração, basicamente civis e políticos – denominados “liberdades 
públicas” – ou clássicos (vida, liberdade, segurança e propriedade) art. 5º CF2. 
O alvorecer do século XX presenciou o nascimento dos direitos fundamentais de segunda 
geração, ligados ao princípio da igualdade, de cunho social, econômico e cultural. Direito ao 
trabalho, à previdência de primeira segurança etc. Surgem após os direitos de primeira geração 
e não visam a uma atuação estatal negativa, mas positiva, pois têm por conteúdo alguma 
prestação que o Estado deva cumprir perante os indivíduos. 
Vinculam-se essencialmente aos valores da fraternidade ou solidariedade, e são tradução 
de um ideal intergeracional, que liga as gerações presentes às futuras, art. 225 CF. 
 
1 MOTTA, Silvio. Barchet Gustavo – Cursos de direito constitucional. Rio de Janeiro: Campus, 2007, p. 147-148. 
2 Historicamente frutos do Estado Liberal, sua origem encontra-se na Magna Carta Libertsatum, promulgada em 
1215 na Inglaterra, a efetiva positivação desses direitos deu-se com as declarações de direitos elaboradas nos 
Estados norte-americanos, no século XVIII, sendo a primeira delas a Declaração dos Direitos do Bom Povo da 
Virgínia, datada de 1776. Posteriormente reconhecidos e reforçados na Declaração de Direitos do Homem e do 
Cidadão, elaborada em 1789 durante a Revolução Francesa. 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
8 
O Pós-guerra mundial, por sua vez, trouxe os direitos considerados de terceira geração, 
cuja marca essencial é seu caráter difuso, transindividual, pois englobam toda a sociedade e não 
se dirigem a nenhum indivíduo em particular. 
São exemplos os direitos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, ao progresso, à 
paz, à autodeterminação dos povos, à conservação do patrimônio histórico e cultural, à 
comunicação, à infância e juventude e aos direitos do consumidor. 
Uma quarta geração de direitos fundamentais está relacionada à expressão do processo 
democrático em nível mundial, entre os quais os direitos à democracia, à informação e ao 
pluralismo. Incluem ainda, os são direitos relativos à manipulação genética, relacionada à 
biotecnologia e à bioengenharia, tratando de discussões sobre a vida e a morte, pressupondo 
sempre um debate ético prévio. 
Os direitos de quinta geração que tratam da realidade virtual e de sua influência na 
efetividade dos demais direitos fundamentais. Demonstram a preocupação do sistema 
constitucional com a difusão e o desenvolvimento da cibernética na atualidade, envolvendo a 
internacionalização da jurisdição constitucional, em virtude do rompimento das fronteiras 
através da “grande rede”. Os conflitos bélicos cada vez mais freqüentes entre o Ocidente e o 
Oriente explicam o quão urgente é a regulamentação de tais direitos3. 
Os direitos fundamentais não sofrem apenas transformações quantitativas pela inserção 
de novos direitos dentro dessa categoria, mas também qualitativas, em função da diversidade de 
significado e do alcance que tais direitos. 
Para Ignácio Sanchez Câmara da Universidadede La Coruña, os direitos fundamentais 
são uma criação do homem enquanto criação divina: direito à vida; à liberdade; e à integridade, 
são condições de existência. O direito à integridade moral visa o poder de persuasão no grupo 
social, enquanto que o direito à propriedade tem por objetivo o elemento motivador 
indispensável no universo econômico e social, Art. 5º da Const. Federal de 05/10/1988. 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
Na atualidade trata-se de um Direito Civil constitucionalizado, face a necessidade de 
interação com as normas constitucionais, daí porque se torna importante apresentação dos e 
sua divisão como forma de auxílio à compreensão dessa grande gama de direitos civis 
existentes. 
 
3 MOTTA, Silvio. Barchet Gustavo – Cursos de direito constitucional. Rio de Janeiro: Campus, 2007, p. 149-
154. 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
9 
CONCEITO 
O direito constitui-se de um conjunto de normas que disciplinam a vida do homem em 
sociedade, revestidas de coercibilidade física e material. 
O principal elemento de sustentação do direito é a sua confiança na capacidade de 
superação dos conflitos em sociedade. 
 
ORLANDO GOMES – Entende que o direito é a norma que vige numa determinada 
sociedade, impondo-se pela força da autoridade, às pessoas que a constituem. 
 
Sob o aspecto formal o Direito é norma de conduta imposta coativamente ao individuo. 
 
Sob o aspecto material é norma para disciplinar o convívio social. O aspecto material é 
composto pelos fatores sociais. 
 
SILVIO DE SALVO VENOSA – Entende que o Direito é uma realidade histórica que 
provém da acumulação de experiência valorativa, que não existe fora da sociedade. Só haverá 
Direito onde o homem convive, pois o Direito disciplina condutas, impondo-se como princípio 
da vida social. A realidade que nos cerca compõe-se do mundo da: 
 
Natureza: que independe do homem; 
 
Valores: que afetam os homens em todos os sentidos; 
 
 Cultura: tanto espiritual quanto material, pois trata das relações humanas. Onde o 
mundo do “Ser” é o do conhecimento e, o do “Dever ser” o objeto da ação, sendo primordial 
conciliar o interesse individual com o coletivo. 
 
 
SILVIO RODRIGUES - Por sua vez, entende que o direito é a norma das ações 
humanas na vida social, estabelecida por uma organização soberana e imposta à observância de 
todos. 
À medida que as sociedades evoluem e se organizam as sanções, em vez de manifestar-
se pelo ofendido, manifesta-se pela autoridade constituída. Esta impõe à norma, força 
coercitiva, obrigando a sua obediência e a infração à norma cogente, provoca uma reação do 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
10 
poder público. 
 
Para Fábio Ulhoa Coelho, o direito não é só um conjunto de normas, mas um complexo 
sistema de solução de conflitos de interesses em que as normas positivas servem de principal 
referência4. 
 
Desse modo, os preceitos de etiqueta são menos intensos que os de ordem moral e estes 
mesmos intensos que os de direito, de maneira que a desobediência a qualquer um deles, 
provoca uma reação sob a forma de sanção. 
 
Ex.: Mulher de vida desregrada provoca reação do grupo social. Por outro lado, a lei 
obriga o marido a manter a família, sob pena de sanção. 
 
Por essa razão, a essência do direito, está em seu caráter normativo e obrigatório. 
 
O direito visa à justiça que é constituída por leis e quando possível, não depende 
diretamente da moral. Embora ambos tenham por objetivo o equilíbrio perfeito do 
comportamento humano, tanto a moral como direito, impõe normas de conduta que interferem 
na vida dos homens. 
 
Evidencia-se dessa forma, que o homem criou o direito, porque é um ser imperfeito e 
que tem necessidade de conviver com os seus semelhantes, tendo o direito o objetivo de 
prevenir conflitos. 
 
 
DIREITO NATURAL - JUSNATURALISMO – “ARISTÓTELES” - O direito 
natural tem validade em toda parte e em todo lugar, não depende de aceitação ou não, porque se 
baseia em princípios normais. Ex.: Autoconservação. 
 
HELMUT GOING - Entende que o direito do Estado, deve estar fundamentado pelo 
direito natural. Porque, vida íntima, liberdade de reuniões, bom nome e integridade física, etc., 
são direitos que o Estado também deve respeitar. 
 
4 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil, vol. 1, São Paulo: Saraiva, 2003, p. 32. 
 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
11 
 
DIREITO POSITIVO - POSITIVISMO – “AUGUSTO COMTE” - É a expressão 
escrita pelo Estado e usada num determinado momento, é uma espécie de ciência que terá que 
se adaptar a cada tipo de Estado. Sua característica reside no caráter normativo e obrigatório. 
 
BENTHAN - Classifica a moral e o direito, como dois círculos concêntricos; sendo a 
moral, representada pelo círculo mais amplo e contendo todas as normas reguladoras da vida 
em sociedade e o direito, o círculo menor, abrangendo tão-somente aquelas normas munidas de 
força coercitiva do Estado. 
 
Tanto a moral quanto o direito, impõe normas de conduta, que interferem na vida dos 
homens. 
 
Direito absoluto, é oponível contra todos, tem eficácia absoluta - "erga omnes". 
 
JUSTIÇA - É o princípio de coordenação entre os homens e de conformidade com a lei 
divina. É ainda o modo de comportar-se diante de todos os homens e de viver honestamente, 
que é o conceito necessário para sobrevivência. O princípio da justiça fundamenta-se no 
reconhecimento do direito alheio. 
 
 
1.1 DIVISÃO FORMAL DO DIREITO 
A divisão formal ou morfológica do direito importa em localizá-lo dentro do 
ordenamento jurídico, se divide em: 
Direito objetivo - é a norma de agir "norma agendi", através das 
regras obrigatórias em que se contém e regula-se o poder de ação individual. 
O direito objetivo é a norma, seja ela a lei ou o costume. 
Direito subjetivo - é a faculdade de agir "facultas agendi", trata-se 
da faculdade conferida aos indivíduos, de invocar a norma ao seu favor, sob 
a sombra do direito, a regra jurídica. Ex.: o direito de propriedade, de buscá-
lo e mantê-lo. As pessoas travam relações na sua vida social e o que importa 
é definir e delinear o poder de cada um deles frente ao seu semelhante. 
Direito Público - É destinado a disciplinar os interesses gerais e 
coletivos, de modo que lhe compete: a organização do Estado, através do 
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12 
dir. Constitucional; a disciplina de sua atividade, seus fins políticos e 
financeiros, a hierarquia entre os órgãos e as relações com os seus 
funcionários, pelo dir. Administrativo; a distribuição da justiça pelo dir. 
Judiciário; e a repressão aos delitos através do dir. Penal. 
Direito Privado É aquele que regula as relações entre os homens, 
tendo em vista o interesse particular dos indivíduos na ordem privada. 
Compete ao direito privado, disciplinar os conflitos que surgem no âmbito 
familiar, obrigacional, contratual, comercial, trabalhista etc. 
 
TÉCNICA JURÍDICA 
1.1.1 Direito Privado 
O Direito romano, já no tempo do ius civile, distinguia o Direito Público do Direito 
Privado com o intuito de limitar as relações do Estado e os indivíduos, o ius publicum e 
o ius privatum. 
 
O direito realiza-se mediante processos técnicos que são: conceitos, categorias, 
construções, ficções e presunções, a saber: conceitos, categorias etc.. 
 
Além do direito civil, o direito privado compreende atualmente, o direito comercial e o 
direitodo trabalho. 
 
O direito civil é, por excelência, o ramo do direito privado e possui como instrumento o 
contrato e a propriedade como direito natural e é também chamado de direito comum. 
 
Há autores, que já admitem a autonomia de novos ramos do direito privado, como o 
direito agrário e o direito autoral, por serem matérias informadas por princípios peculiares e 
que se separam do direito civil artificialmente. 
 
O direito comercial surgiu como um direito tipicamente profissional. A natureza dos 
atos regulados assegura-lhe o particularismo que justifica sua autonomia frente ao direito civil. 
Sob o ponto de vista da natureza, a distinção se faz pelo modo que cada qual encara os bens. 
 
O direito civil considera-os pelo valor de uso, enquanto que o direito comercial, pelo 
valor de troca. 
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13 
TEORIAS 
 
Desse modo, percebe-se que o direito comercial, possui regras mais maleáveis para 
favorecer as relações nos atos de comércio. 
 
1.1.2 Direito do Trabalho 
 
1a. direito público; 
 2a. direito privado; 
 3a. de feição eclética, o considera de caráter misto; e 
4a. em uma posição mais cômoda, o classifica como sendo 
nem público, nem privado e sim, uma nova categoria do 
direito. 
 
A heterogeneidade dos seus preceitos dificulta sua localização no direito privado. 
 
A relação jurídica principal, que se trava entre os particulares, empregado e 
empregador, por maior que seja o interesse público em sua regulamentação, não pode ser 
considerado público, porque nenhuma das partes exerce função pública e nem lhe empresta 
caráter público. 
 
Por essa razão, pode-se afirmar que, enquanto a estrutura da sociedade se fundar na livre 
iniciativa e tiver por objetivo o lucro, a relação de emprego terá sempre forma contratual e será 
de direito privado. 
 
O direito civil e o direito do trabalho, embora inspirados em matizes filosóficas 
distintas, relacionam-se estreitamente, cumprindo cada qual a seu modo, as regras que regem as 
relações entre os particulares. 
 
1.1.3 Direito Econômico 
Compreende o conjunto de normas relativas às relações de produção, que estejam ou 
não no corpo do código civil, comercial, ou em leis especiais, sejam elas, de direito público ou 
privado. 
 
Temos ainda, os diplomas normativos que procedem em grande parte, das fontes 
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14 
concorrentes do Congresso Nacional, tais como: a administração pública, através de seus 
órgãos executivos, que hoje dita e prepara as mais importantes normas específicas da vida 
econômica. Ex: BACEN, INSS, CDC, etc. 
 
1.2 CLASSIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS DO DIREITO CIVIL 
 
• Geral: 
o Pessoas 
o Bens 
o Fatos jurídicos 
 
• Especial: 
o Obrigações 
o Contratos 
o Coisas 
o Família 
o Sucessões 
 
 
1.3 FONTES DO DIREITO 
Sabe-se que não há uniformidade de pensamento na classificação das fontes formais do 
direito. 
 
Ora predomina a doutrina, que às reduz à lei e ao costume, ora a jurisprudência e os 
princípios gerais do direito e há também os que preferem à doutrina e a eqüidade. 
 
1.4 LEI 
 Embora o estudo da lei e das disposições normativas pertença à Teoria Geral do Direito, 
o conhecimento das espécies e características é indispensável ao estudo do direito civil. 
 
A lei constitui-se de um conjunto de normas baixadas pela autoridade competente para 
solução de conflitos de interesses desenvolvidos na sociedade democrática, que servem de 
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15 
referência para orientar e superar conflitos. É de aplicação imediata5. 
 
1.4.1 Caracteres 
 
1.4.1.1 Obrigatoriedade 
 A lei é obrigatória, todos lhe devem obediência, sua sanção é incondicionada, no 
sentido de que ninguém pode deixar de observá-la. A intensidade de sua força obrigatória varia 
de acordo com a sua finalidade. Ex.: direito de propriedade, de mantê-la e de defendê-la. 
 
1.4.1.2 Generalidade 
 O caráter de generalidade da lei, não significa que deva aplicar-se a todos os 
indivíduos, e sim, a todos os que se encontrarem na mesma situação. Ex: Constituição. 
 
A lei é regra abstrata e não visa uma situação individual e persistente, nem tampouco se 
exaure em sua aplicação. Na sua estrutura distinguem-se três elementos: 
 1º. das disposição; sobre o que a lei prescreve. Ex.: transmissão. 
 2º. da sanção; a penalidade. Ex.: nulidade do ato. 
 
A lei passa a existir após as formalidades procedimentais, a publicação. Antes disso, 
não existe. 
 
A vigência e a existência não se confundem: a vigência corresponde à aptidão para 
produzir efeitos juridicamente válidos, já à existência por si só não gera efeito imediato. 
 
1.4.2 Classificação da Lei Quanto à: 
 
1.4.2.1 Duração 
Perpétuas - leis de vigência ilimitada. Até a revogação. Ex.:Código 
Civil. 
 
Temporárias - leis de vigência limitada, transitória. Ex.: lei do Imp. 
Renda, CPMF, etc. 
 
5COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil, vol. 1, São Paulo: Saraiva, 2003, p. 32 
 
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16 
1.4.2.2 Amplitude 
 
Comuns ou gerais - todo o ordenamento jurídico. Ex.: Código civil, etc. 
 
Especiais - regulam critérios particulares, certas relações. Ex.: código 
Comercial. 
 
 Especiais ou Excepcionais - são aquelas que regulam de modo contrário 
o estabelecido na lei geral e constituem uma espécie de limitação ao direito comum, por essa 
razão, não comportam interpretação extensiva. Ex.: Liberação de recursos para calamidades 
públicas; O chefe da nação tem este poder para deliberar em virtude da urgência que fato 
requer. Trata-se de privilégios de aplicação restrita, art. 61 CF. 
 
1.4.2.3 À Intensidade da Coação 
 
 Coativas - são leis cogentes, de submissão incondicional, que proíbem algum 
ato, sob certa sanção. Ex. Reparação do dano, art. 186 CCB. 
 
 Imperativas - são leis que se impõe ao agente. Ex.: regime de casamento. Art. 
1639 CCB. 
 
 Permissivas - são leis que permitem certa deliberação do agente. Ex.: 
testamento, art. 1639 CCB. 
 
 Supletivas - são leis que não estão diretamente ligadas ao interesse da sociedade, 
art. 1640 CCB. Elas funcionam no silêncio da vontade dos contratantes. Ex.: escolha do regime 
de bens no casamento. É livre, mas terá que haver. 
 
1.4.2.4 Sanção 
 Leis perfeitas - são aquelas, cuja transgressão importa em nulidade do ato, 
podendo sujeitar o infrator a uma pena. Ex.: Art. 166 CCB. 
 
 Leis menos-que-perfeitas - são aquelas que cominam sanção inadequada. Ex.: 
Proibir o casamento da viúva que tiver filhos do cônjuge falecido, enquanto não fizer o 
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17 
inventário. 
 
 Leis imperfeitas - são de ordem moral, porque não impõe qualquer sanção aos 
transgressores. O ato não sofre nulidade, nem tampouco o agente é punido. Ex.: Proibir 
casamento da viúva antes do décimo mês de falecimento do marido. 
 
1.5 COSTUME 
Costume é o uso geral, constante e notório, observado na convicção de corresponder a 
uma necessidade jurídica, é em síntese, um uso juridicamente obrigatório, que exerceu papel 
relevante na formação do direito. 
 
Possui dois requisitos: 
O objetivo, que é a observância uniforme da regra, pela 
generalidade dos interessados, durante longo tempo; e o 
O subjetivoé representado pela convicção geral de que o uso 
corresponde a uma necessidade jurídica. 
 
1.6 NORMAS 
Secundun legen - a lei segundo o costume, na opinião de alguns, a verdadeira lei. 
 
Praeter legen - é o que serve de complemento à lei, tem cunho subsidiário do costume 
das sociedades organizadas e auxiliam o juiz, nos casos em que a lei for omissa. 
 
Contra legen - ocorre quando se opõe frontalmente à lei, na opinião da maioria, não 
prevalece. Por essa razão, a lei ocupa posição superior ao costume. 
 
 
1.7 JURISPRUDÊNCIA 
Não há unanimidade a respeito, muitos são os autores que consideram a jurisprudência 
fonte formal do direito, ao lado do costume e da lei, outros, porém, a contestam. Por isso, é 
preciso em primeiro lugar, entender o que é jurisprudência. 
 
A Jurisprudência é o conjunto de decisões dos tribunais sobre matérias de sua 
competência e por essa razão, uma série de julgados similares sobre a mesma matéria. 
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18 
 
Interpretar e aplicar o direito positivo é o papel dos tribunais e de inegável importância 
na formação do direito, preenchendo as lacunas do ordenamento jurídico de casos concretos. 
 
Duas são as razões que confirmam a exclusão da jurisprudência como fonte de direito: 
 
 1a. O juiz é servo da lei, não passando de mera aspiração doutrinária; e 
 2a. O julgado, só produz efeito entre as partes, é princípio que se anuncia sob 
a declaração de autoridade, relativa a coisa julgada. 
 
A jurisprudência não é fonte formal de direito em países de legislação escrita. 
 
1.8 DOUTRINA 
A doutrina é a obra dos escritores, que estudam o direito nos seus aspectos filosófico, 
científico e técnico, em tratados, monografias ou comentários à legislação. 
 
A doutrina não é fonte formal do direito, porque os escritores manifestam opiniões 
pessoais e que por mais abalizadas que sejam, carecem de força obrigatória, permanecendo 
como simples juízos. 
 
Revela-se a doutrina como de suma importância, porque através dela que se constroem 
as noções gerais, os conceitos, as classificações, as teorias e os sistemas, facilitando a criação, a 
reforma e a aplicação do direito. Sua influência manifesta-se: 
 
o 1o. pelo ensino ministrado nas faculdades de direito; 
o 2o. sobre o legislador; e 
o 3o. sobre o juiz. 
 
Na doutrina clássica, as fontes formais do direito, resumem-se à lei e ao costume. 
 
1.9 NORMA JURÍDICA 
Norma geral é a lei, que possui como elementos: o preceito e a sanção. 
 
Norma individual é o ato jurídico. A declaração de vontade. 
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19 
 
Norma cogente é aquela que por atender mais diretamente o interesse 
geral, não pode ser alterada pela vontade das partes. É de ordem pública. 
Art. 1.521 CCB. 
 
A norma jurídica para ser eficaz, terá que existir, estando em vigor e destinada a regular 
uma situação. Ex.: Lei dos Registros Públicos, nº 6.015/73. 
 
A partir do momento em que a norma for revogada, desaparecerá. 
 
A eficácia da norma se traduz nos efeitos produzidos pelo fato jurídico, que se verifica 
através da criação, modificação, conservação ou extinção dos direitos, cujos pressupostos de 
eficácia apresentam-se na seguinte ordem: plano da existência; da validade; e da eficácia. 
 
1o. Existência do fato. Para que haja incidência da norma. Ex.: Testamento 
2o. Validade do fato. Testamento válido, aguardando a morte do testador. 
3o. Inexistência de causas excludentes. Ex.: Legítima defesa, etc.. 
 
O não atendimento ou a não aplicação, não tornam a norma ineficaz. 
 
1.10 REGRA JURÍDICA 
É a prescrição da lei, o artigo da lei, a forma objetiva da vontade social, manifestada 
imperativamente a todos pelo Estado através do seu ordenamento jurídico. A previsão abstrata 
da norma é em função de determinado fato que a lei visa tratar. 
 
1.11 RELAÇÃO JURÍDICA 
 É o vínculo que se estabelece entre duas ou mais pessoas, tutelado pelo direito. É 
também, o nexo entre o sujeito ativo e o sujeito passivo de que resultem direitos e obrigações. 
Ou ainda, o vínculo entre o sujeito e o objeto, que possui como elementos: 
 
 a. Sujeito - é o elemento subjetivo, que requer capacidade. 
 b. Objeto - é a coisa, ou o bem, sobre o qual incide o poder do sujeito 
c. Fato - é o acontecimento dependente ou não da vontade humana, a que a lei 
atribui a função de criar, modificar, conservar ou extinguir direitos. 
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20 
 
1.12 ATO JURÍDICO 
É a declaração de vontade, cuja finalidade é a criação, a conservação, modificação ou 
a extinção de direitos individuais. 
 
A lei também é manifestação de vontade tendente à produção de efeitos jurídicos. 
 
A diferença está em que o ato, produz uma situação pessoal e a lei impessoal. 
 
Entre a lei e o contrato não pode haver oposição, pois são aspectos do mesmo fenômeno 
e a fonte única do direito neste caso, é o ato jurídico. 
 
1.13 FATO JURÍDICO 
É um acontecimento natural ou social, capaz de produzir efeitos jurídicos, tornando-se 
relevante para o direito. 
 
1.14 A VIGÊNCIA DA LEI 
LEI - É uma regra geral, que emanando da autoridade competente, é imposta 
coativamente à obediência de todos. É dirigida a todos indistintamente, a quem obriga, em 
razão de sua força coercitiva. 
 
A iniciativa ou proposição da lei cabe ao Presidente da República, Deputados, 
Senadores e Ministros dos Tribunais, art. nº 61 da CF. 
 
A sanção da lei manifesta-se através da promulgação pelo Chefe da nação, que é o ato 
de aprovação, ou declaração solene da existência da lei. 
 
Feita a promulgação, dá-se então a publicação da lei, ato através do qual, torna-se 
obrigatória a sua obediência em todo o território nacional. 
 
O conhecimento da Lei de Introdução ao Código Civil torna-se importante para 
compreensão do ordenamento jurídico brasileiro. 
 
Vacatio legis - é o intervalo entre a data de publicação da lei e a data de sua entrada em 
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21 
vigor. 
 
A ordem hierárquica da lei é a seguinte: 
 Hierarquia: 1o. Constituição Federal 
2o. Lei ordinária ou comum 
3o. Decreto - Poder Executivo 
4o. Portaria - Poder Executivo 
5o. Aviso Ministerial 
 
1.15 FONTES 
Autêntica - é aquela que emana do próprio legislador e declara o sentido da regra. 
 
Doutrinária - é aquela que aparece nos livros, nas obras dos juristas, etc. 
 
Jurisprudencial - é a que se elabora nos tribunais, através das decisões do Poder 
Judiciário. 
 
1.16 FORMAS 
 A interpretação da lei quanto à forma ou ao modo, pode ser: 
 
Gramatical - consiste no exame detalhado do texto, para dele extrair a vontade do 
legislador, o sentido exato da norma. 
 
 Lógica - consiste na análise do plano da lei, face à ordem jurídica analisando a lei como 
um todo. 
 
 Histórica - consiste em trabalhos que precederam à promulgação da lei. Resulta das 
discussões que rodearam a sua elaboração. 
 
 Diz respeito ainda, aos anseios que a lei veio satisfazer. 
 
 
 
 
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22 
Exercícios: 
 
1) Qual é a diferença entre fonte formal e fonte auxiliar? 
2) Qual é a finalidade do costume? 
3) Qual é a diferença entre ato jurídico e fato jurídico 
 
 
 
2. A PERSONALIDADE 
 
2.1 AS PESSOAS EM GERAL 
PERSONALIDADE - Todo homem é apto para desempenhar na sociedade um papel 
jurídico, como sujeito de direitos e obrigações. A personalidade é um atributo jurídico. Art.1º 
CCB. 
 
A personalidade jurídica como dissemos acima, têm-na também, nos grupos de pessoas, 
assim constituídos, na forma da lei. A ordem jurídica admite duas espécies de pessoas 
juridicamente existentes, quais sejam as pessoas físicas ou naturais, de existência real e as 
pessoas jurídicas, de existência ideal. Ambas são sujeitos de direitos e obrigações. 
 
 
2.1.1 Categorias 
 
 Pessoas naturais ou físicas 
 Pública 
 associações 
 Pessoas jurídicas Privadas sociedades 
 fundações, art. 44 CCB. 
 A peculiaridade entre uma e outra é que as distingue. 
 
 
2.1.2 Existência / Duração 
 
 A existência da personalidade, normalmente coincide com a duração da vida. 
 Começa com o nascimento com vida e termina com a morte. 
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23 
 Entretanto, a ordem jurídica admite a existência da personalidade em hipóteses em que 
 a coincidência não se verifica. É o caso das personalidades fictícias. 
 
 
2.2 PESSOAS FÍSICAS 
 
2.2.1 Personalidade Fictícia 
a) Nascituro; é um ser em gestação, art. 1º CCB. 
 b)Ausente; é aquele que desaparece sem deixar notícias nem representante. Art. 22 CCB. 
 c)Inexistente; é o caso do Fideicomisso. Só é possível através de testamento art. 1951 
 CCB. 
Trata-se de construção técnica apenas para alcançar certos fins, onde se dilata o termo 
 inicial ou final da vida, para que sejam protegidos certos interesses. 
O natimorto não adquire personalidade. 
 
 
2.2.2 Término da Personalidade 
A personalidade civil do homem termina com a morte real ou presumida, art. 6º CCB. 
Somente a morte, mesmo que ficta, põe termo a personalidade. Este assunto é do maior 
interesse, porque trata de determinar o momento em que se extinguiu a personalidade, 
principalmente, quando duas ou mais pessoas falecem nas mesmas circunstâncias, ou mesma 
ocasião, sem que se saiba quem morreu primeiro. 
 
Chama-se este acontecimento de Comoriência art. 8º CCB, que trata da presunção de 
morte simultânea, de duas ou mais pessoas nas mesmas circunstâncias. A questão da 
comoriência interessa essencialmente ao direito das sucessões. O domínio e a posse da herança 
transmitem-se no exato momento em que se verifica o óbito. Ex: Quando parentes sucessíveis 
sucumbem no mesmo acidente, a legislação orienta-se pelo critério da simultaneidade. Neste 
caso, não se estabelecem relações jurídicas entre os sucumbentes e beneficiar-se-ão os 
herdeiros de cada um, se existentes. 
 
2.2.3 Ausência 
 Juridicamente, considera-se ausente, todo aquele que desaparece do seu domicílio 
sem deixar representante, art. 22 CCB, e a pessoa de quem não se conhece o paradeiro. A 
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24 
ausência possui como traço característico, a incerteza da existência da pessoa desaparecida. 
 
Há três períodos distintos a serem observados, em que a situação jurídica do 
desaparecido se modifica: 
 
o Ausência presumida - período inicial, a conveniência e a conservação do 
patrimônio, sugerem a nomeação de um curador provisório para regê-lo. É a 
fase preparatória; 
o Ausência declarada momento em que se busca a declaração judicial da 
ausência e a abertura da sucessão provisória, art. 26. 
o Morte presumida é quando o juiz declara judicialmente a morte presumida e 
abre a sucessão definitiva, art. 37 e 38 CCB. 
 
A sucessão provisória é em síntese, uma sucessão resolúvel. 
 
Os bens conservam-se em seu patrimônio enquanto perdurar a situação de pendência, 
porém, a titularidade passa para os herdeiros legítimos ou testamentários investidos na posse 
provisória. A prova do óbito converte a posse provisória em definitiva. 
 
A personalidade define-se por particularidades que em conjunto a individualizam. 
 
2.2.5 Direitos de Personalidade 
São direitos considerados essenciais ao desenvolvimento da pessoa humana, 
disciplinados pelo Código Civil, como direitos absolutos, art. 11 a 15 cc. Direitos de 
personalidade são extrapatrimoniais, intransferíveis, imprescritíveis, impenhoráveis, vitalícios e 
necessários6. Por sua natureza, opõem-se contra todos (eficácia erga onmes), implicando o 
dever geral de abstenção. 
 
Não são suscetíveis de avaliação econômica, embora possam constituir-se como objeto 
de negócio jurídico patrimonial, ou mesmo, objeto a indenização por lesão a qualquer deles. 
 
6 Só as antigas monarquias, que se diziam instituídas pela divindade se consideravam “donas” de tudo, do direito à 
terra, ou à água. Exigiam pagamento aos súditos não como intermediários de serviços prestados, mas porque se 
apropriavam até das pessoas. Para mimar aos achegados, por exemplo, abdigavam de certas regalias e concediam 
aos senhores feudais o “jus primae nocte” – o dereito à primeira noite nupcial com as noivas dos servos. ZH(JB) 
21.07.12, pág. 13. 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
25 
 
São direitos que nascem e extinguem-se com a pessoa. 
 
De seu teor extrapatrimonial, decorre a impossibilidade de execução. São 
impenhoráveis e imprescritíveis, não se extinguindo pelo não uso durante certo prazo. 
 
2.2.5.1 Classificação dos Direitos 
a) direito à vida; 
Direito à Integridade Física b) direito sobre o próprio corpo. 
 c) direito ao cadáver; exigido pelos sucessores. 
 
 a) direito à honra; 
 b) direito à liberdade; 
 c) direito ao recato; proteção da vida privada, vida íntima; 
Direito à Integridade Moral d) direito à imagem; preservação da imagem; 
 e) direito ao nome; 
 f) direito à moral do autor; contra o deboche público. 
 
Os direitos de personalidade são exercidos por meio de ação, que deve ser requerida 
pelo próprio ofendido, mediante indenização do dano moral, ou cominação de pena. Também 
podem ser requeridos cumulativamente. 
 
No que diz respeito à: 
Nacionalidade - É o vínculo jurídico-político de direito público interno, que faz da 
pessoa um dos componentes da dimensão pessoal do Estado, na opinião de Pontes de Miranda. 
Nacionalidade Primária; resulta de fato natural. Ex.: Nascimento, já secundária, resulta de fato 
voluntário, ex.: naturalização. 
Nacional - é o brasileiro nato ou naturalizado, aquele que se vincula pelo nascimento, 
ou naturalização, cujo conjunto forma o povo. 
Cidadão - é o nacional no gozo dos seus direitos políticos. 
 
2.2.6 Cidadania 
É o atributo político inerente, decorrente do direito de participar do governo. É ainda, 
a qualidade daqueles que estão no gozo dos seus direitos políticos. 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
26 
 
No direito brasileiro, só o indivíduo é titular de direitos. 
 
Adquire-se a cidadania, mediante o alistamento eleitoral. O eleitor é cidadão e titular da 
cidadania. Sendo assim, cidadania, é o atributo jurídico-político que o nacional adquire no 
momento em que se torna eleitor, Art. 12 da Constituição. 
 
 
2.2.7 Estrangeiro 
 Considera-se estrangeiro no Brasil, todo aquele que tenha nascido fora do território 
nacional, e que por qualquer forma prevista na Constituição, não adquira a nacionalidade. Os 
estrangeirosresidentes no país, gozam dos mesmos direitos e têm os mesmos deveres dos 
brasileiros. 
 
 1ª. Visto de entrada 
Condições de entrada: 2ª. Visto de permanência 
 3ª. Visto de saída 
 
2.2.8 Asilo Político 
É o recebimento de estrangeiro no território nacional, sem os requisitos de entrada, 
para evitar punição em seu país de origem. 
 
Importante: Asilo só é concedido a criminosos políticos, jamais a criminosos comuns. 
 
 
2.2.9 Extradição 
É o ato pelo qual o Estado entrega um indivíduo acusado de delito e já condenado 
como criminoso, à justiça de outro Estado, que o reclama e que é competente para puni-lo. 
 
2.2.10 Expulsão 
É o modo coativo de retirar o estrangeiro do território nacional, por infração cometida 
em outro e que o torna inconveniente. É ainda, o modo de retirar o estrangeiro do território, por 
atividade nociva à ordem pública. 
 
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27 
 
2.2.11 Deportação 
 É o modo pelo qual o Estado devolve o estrangeiro ao exterior, que consiste na saída 
compulsória do estrangeiro. A deportação não decorre da prática de delitos e sim, do não 
cumprimento dos requisitos de entrada. 
 
2.3 INDIVIDUALIZAÇÃO DA PERSONALIDADE 
 O nome, que identifica a pessoa, art. 16 CCB. 
 Formas O estado, que identifica sua posição familiar, social e civil, art. 3º e 4º CCB. 
 O domicílio, o lugar de sua atividade principal/ social, art. 70 CCB. 
 
2.4 ESTADO 
Estado ou Status, é a noção técnica destinada a caracterizar a posição jurídica da pessoa 
no meio social. É também, a situação do indivíduo na sociedade política e na família. 
Finalmente é uma qualificação que encerra elementos de individualização da personalidade. 
 
2.4.1 Espécies 
 1º Estado Político - nacionais - natos e naturalizados estrangeiros - pertencentes ao 
 direito internacional privado, art. 12 CF.1988; 
 2º Estado Familiar - cônjuge e parente. No parentesco, o estado difere segundo o 
 grau e a distância entre as gerações; 
 São parentes consangüíneos: pai, mãe, filho, avô, netos, irmãos, tios, primos e 
 sobrinhos, art. 1591 e 1596 CCB. 
 São parentes afins: sogro, genro, nora cunhados, art. 1.595 CCB. 
 O estado familiar, civil e de parente, cria inúmeros direitos e deveres, dependendo do 
 grau e da fonte. 
 3º Estado Individual - é a condição física do indivíduo e sobre ele 
 
 a) a idade; pessoas maiores ou menores de 18 anos 
 atuam: b) o sexo; homens e mulheres 
 c) a saúde; sãos ou insanos 
 
2.4.2 Características 
 1º. Indivisibilidade; o estado é uno e indivisível ninguém pode ter ao mesmo tempo, 
 estados opostos. Ex.: Estar solteiro e casado, maior e menor ao mesmo tempo. 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL 
 
28 
 2º. Indisponibilidade; a proibição de dispor do estado não implica, contudo, na 
 impossibilidade de sua variação. Porque determinados estados comportam mudança. 
 Ex.: Casar, separar-se etc.. 
 3º. Imprescritibilidade; pelo decurso de tempo, ninguém perde ou adquire o estado. 
 Ex.: menoridade pode caducar, quando não exercido, pelo decurso de prazo. 
 
O estado da pessoa regula-se por preceitos de ordem pública que interessam a toda 
sociedade, podendo ser mudado por vontade do indivíduo. 
 
2.4.1 Ações de Estado 
Chamam-se de ações de estado, cuja finalidade é criar, modificar, ou desconstituir um 
estado, ou seja, criar uma nova situação jurídica. Trata-se de ações especiais, também 
conhecidas como "prejudiciais". Ex.: Emancipação. 
 
O novo estado resulta de sentença judicial. 
 
Em geral, são ações personalíssimas, intransferíveis e imprescritíveis. Constitutivas e 
possuem autoridade absoluta. 
 
2.4.2 Da Capacidade 
 
2.4.2.1 de Direito 
É a aptidão genérica para adquirirem direitos. Confunde-se com a personalidade. É 
geral e inata, a partir do nascimento com vida e extingue-se com a morte. Este tipo de 
capacidade confunde-se com a personalidade, porque toda pessoa é capaz de direitos. 
 
2.4.2.2 de Fato ou Exercício 
É a aptidão específica para o exercício pessoal de direitos e obrigações na ordem civil. 
 
As limitações da capacidade de fato prendem-se ao estado da pessoa e são de ordem 
física e jurídica. Decorrente de inserção As limitações da capacidade de fato, produzem a 
incapacidade, que pode ser: 
a) Incapacidade Absoluta; consiste na impossibilidade do exercício dos atos da vida 
civil, em função do estado individual. Ex.: Idade e saúde. 
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b) Incapacidade Relativa; atinge certos atos e a maneira de exercê-los, suas causas 
prendem-se também, ao estado individual, sob o ponto de vista da idade e da saúde. 
A aquisição da capacidade plena antes da maioridade, verifica-se pela emancipação, que 
habilita o indivíduo para prática de todos os atos da vida civil. Art. 9º. CCB. 
c) Prodigalidade; não é doença mental, admite-se que é fraqueza de espírito, cujas 
conseqüências devem ser evitadas. 
d) Outorga Uxória; o estado familiar de casado, impõe restrições aos cônjuges sobre 
certos atos que devem ser praticados em conjunto. Ex.:Venda de imóvel. Pode-se dizer que é 
incapacidade parcial. 
 
A velhice não é causa de incapacidade. 
 
Por sua vez, a incapacidade relativa, que é tão somente o exercício, é sempre suprível 
através da assistência. 
 
2.4.2.3 Profissional 
 É a capacidade especial para prática de atos do direito privado, regulados pelo direito 
do trabalho, em que o indivíduo é considerado plenamente capaz antes da maioridade e apto 
para o exercício dos direitos trabalhistas. 
 
2.4.3 Proteção dos Incapazes 
A ordem jurídica criou vários institutos apropriados com o objetivo de viabilizar o 
exercício dos direitos dos incapazes, são eles: a Representação; a Assistência e a Autorização e 
sobre estes, criaram-se o Poder Familiar, art. 1.630, 1.634 e 1.635 a Tutela e a Curatela. 
 
Tutela – é instituto civil e idêntico ao pátrio poder, a nomeação compete aos pais e avós 
e a juiz. Recai sobre os filhos menores, art. 1728 CCB. 
 
Curatela – é encargo público, de administrar e defender os interesses dos absolutamente 
incapazes ou impedidos, art. 1767 CCB. 
 
2.4.4 Emancipação 
É concedida pelos pais e devidamente lavrada no registro público, art. 5º, § único e 
1.763 CCB. Depois de concedida torna-se irrevogável, salvo por sentença judicial. 
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30 
 
A emancipação de fato ocorre quando o menor: casar; colar grau; for aprovado em 
concurso público, ou quando se estabelecer civil ou comercialmente com economia própria. 
 
Seja qual for à emancipação, habilitará o menor, relativamente incapaz a reger a sua 
própria pessoa e os seus bens em geral. 
 
2.5 DO NOME 
2.5.1 Generalidades 
Toda pessoa natural individualiza-se pelo nome. A individualização é feita no 
interesse de cada pessoa e no da sociedade, são de ordem pública as normas relativas ao nome, 
art. 16. O nome é objeto de um direito personalíssimo que tem como fonte a lei e não o registro 
que é apenas a sua prova. 
 
2.5.2 Elementos do Nome 
1º. Sobrenome é o nome de família ou sobrenome e é comum a todos os membros da família. 
Sobrenome é o acréscimo ao nome do pai, 
 Chamado cognome. Ex.: João da Silva. 
 
2º. Prenomeé o nome próprio de cada pessoa, também chamado de nome de batismo. 
Secundariamente encontramos ainda, os títulos (honoríficos, científicos, religiosos e militares), 
as partículas (de, do da e) e o Agnome, elemento aposto em último lugar (filho, júnior, neto, 
bisneto, sobrinho, terceiro). 
Como substitutivos ao nome, temos o vocatório, designação comum pela qual a pessoa é 
reconhecida: epíteto; alcunha ou apelido e o pseudônimo7. 
 
Pseudônimo 
É lícito ao indivíduo adotar outro nome pelo que se torne mais conhecido, o que é 
comum no meio artístico e cultural, art. 19 CCB. É de livre escolha e possui proteção jurídica 
quanto ao uso e a defesa e distingue-se do prenome, porque não é imposto e pode ser mais de 
um. 
 
O filho legítimo toma o nome patronímico do pai, ao qual pode juntar-se o da mãe. O 
 
7 AMARAL, Francisco, p. 271. 
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sobrenome é composto normalmente pelo nome dos pais, tendo por regra o nome do pai como 
o último. Ex: Carlos Silva e Marlene Alves têm um filho e este se chamará João Alves da 
Silva. Admite-se ainda a preposição e artigos, como por exemplo: João Alves da Silva8. Sendo 
legitimado, adquire o nome do pai, com a legitimação a partir do casamento. 
 
Com relação aos filhos ilegítimos, cumpre ressaltar que os simplesmente naturais, 
podem ser reconhecidos em conjunto ou separadamente pelos pais e, no reconhecimento 
sucessivo é recomendável sempre o uso do nome do genitor (pai). 
 
Os filhos adulterinos, quando reconhecidos, podem adquirir o nome dos pais, nas 
mesmas condições dos naturais. 
 
Aos filhos adotivos é permitido acrescentar o patronímico do adotante e aos legitimados 
por adoção, o patronímico dos legitimantes. 
 
O prenome serve para distinguir os membros da mesma família e é de livre escolha dos 
pais, que não devem escolher prenomes capazes de expor os seus portadores ao ridículo. O 
prenome é imutável. 
 
Não há proibição de alguém ter dois ou mais prenomes, por isso se diz que ele pode ser 
simples ou duplo. 
 
2.5.3 Mudança de Nome 
O nome não pode ser alterado por livre arbítrio, salvo em casos necessários ou 
voluntários. 
 
2.5.4.1 Regime Legal 
A lei dos registros públicos dispõe sobre o nome das pessoas naturais, em seu art. nº 754 
e seg. LRP n° 6.015 de 31.12.1973. Atualmente, já há possibilidade de adoção pela mulher, do 
nome patronímico do homem com quem se uniu livremente, contanto que o homem seja 
solteiro, viúvo ou separado judicialmente, art. 1565 § 1° e 2° NCC. Esta alteração se faz 
mediante autorização do juízo, no registro de nascimento. 
 
 
8 Art. nº: 55 da Lei nº 6.015/1973. 
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Requisitos 1°: Consentimento expresso do homem com quem viva; 
 2°: Prova da vida em comum por mais de cinco anos; 
 3°: Não ter sido a titular culpada da separação do seu pretendente; e 
 4°: Haver a ex-mulher renunciando ao nome, se separada o homem. 
 
2.5.4.2 Necessários 
 a) Modificação no estado de filiação; ocorre quando o filho natural não é 
reconhecido, é legitimado ou perfilhado. Quando há contestação sobre sua 
paternidade, é declarado adulterino e assim reconhecido. 
 b) Modificação pelo casamento; quando a mulher se casa adquirindo os 
apelidos do marido. Quando se divorcia, perde o nome de casada ou renuncia 
a ele. 
 c) Mudança do nome do pai; acarreta a do filho, pois a natureza do nome 
exige que coincida o da prole com o dos genitores. 
 
2.5.4.3 Voluntária 
A mudança voluntária depende de autorização judicial, em caráter de exceção e 
devidamente motivada. 
 
Quanto ao prenome, somente se admite quando exponha o seu portador ao ridículo ou 
se houver outra pessoa de nome igual ou se preste a confusão, não devendo em hipótese alguma 
prejudicar os apelidos de família. Além da mudança, pode ocorrer ainda, retificação, quando 
houver erro de grafia, entretanto não se confundem as duas. 
 
Os efeitos da mudança do nome não retroagem, iniciam na data em que se completarem 
as suas formalidades. 
 
2.5.5 Direito ao Nome 
O direito ao nome é personalíssimo, explicado por três teorias, a saber: 
 
1a. Teoria da Propriedade; vê no nome, um objeto de propriedade, cujo titular seria a 
família. O correto é que o direito de propriedade possui natureza patrimonial e o direito ao 
nome, natureza extra patrimonial. Por essa razão, ninguém poderá aliená-lo, abandoná-lo ou 
simplesmente a ele renunciar; 
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2a. Teoria do Estado entende que o nome é um fato protegido pela ordem jurídica, não 
passando de simples sinal exterior. Esta teoria não satisfaz pela sua artificialidade; 
 
3a. Teoria do Atributo da Personalidade; entende que o nome é um direito sui generis, 
submetido a regras especiais, compreendidas no sistema de proteção da personalidade. 
 
O nome comercial possui valor pecuniário, sendo patrimonial e em conseqüência o 
direito do titular é avaliável, enquanto o nome civil tem natureza extra patrimonial. 
 
2.5.5.1 Caracteres 
O direito ao nome, é intransferível e imprescritível, não pode ser alienado a título 
oneroso nem gratuito e é irrenunciável. Admite-se, entretanto, uma espécie de posse do nome, 
pelo uso pacífico e contínuo durante muitos anos, embora não se adquira propriamente o nome, 
mas prova-se a sua existência, podendo transmiti-lo aos descendentes, caso não sofra oposição. 
 
2.5.5.2 Conteúdo 
O direito ao nome, contém duas faculdades: 
1ª. De usá-lo: consiste no direito de todo homem se fazer chamar por ele e de exigir a 
retificação nos atos em que for alterado; 
2ª. De defendê-lo: consiste no poder de agir contra quem o empregue de maneira a 
expor o indivíduo ao desprezo público, tornando-o ridículo, desprezível, odioso ou recuse a 
chamar o titular por aquele nome. 
 
As ações que visam à proteção do nome podem ser propostas independentemente da 
ocorrência de dano material, basta para tanto, que haja interesse moral. 
 
2.5.6 Proteção ao Nome 
O direito de proteção ao nome, tem dupla finalidade, nas ações relativas ao uso do 
nome: 
1º. Retificação: consiste no interesse de preservar o nome verdadeiro; 
2º. Contestação: consiste na preservação do nome contra exposição pública, sob forma 
de desprezo. 
 
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O pseudônimo goza de proteção na área do direito civil- "Direitos Autorais"- embora 
não se lhe estendam as medidas da tutela administrativa, que podem ser assumidos ou 
abandonados, com inteira liberdade. 
 
O direito ao nome tem proteção pelo direito público, nas esferas administrativa e 
criminal. 
 
2.6 DO DOMICÍLIO 
 
2.6.1 Conceito 
Domicílio é o lugar onde a pessoa estabelece a sede principal de seus negócios, ou 
ainda, o ponto central de suas ocupações habituais. O domicílio envolve a residência e a 
habitação, art. 70 e 78 CCB. 
 
Residência - é o lugar onde o indivíduo mora habitualmente, com a intenção de 
permanecer, ainda que se afaste temporariamente. 
 
Habitação - é o lugar onde o indivíduo se encontra e permanece sem a intenção de 
ficar. É residente transitória. 
 
O conceito legal de domicílio integra dois elementos: 
1º. Objetivo: é o fato de permanecer em certo lugar, por força da atividade; 
2º. Subjetivo: é o ânimo definitivo de ter o lugar como sede das ocupações

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