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Química antineoplásica 2

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Curso de Quimioterápicos e 
Antineoplásicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
MÓDULO II 
 
 
Preparo de Quimioterapia 
 
1 - Introdução 
 
 O manuseio de antineoplásicos abrange os mais diversos aspectos do processo 
de preparação das drogas citotóxicas, desde o transporte, passando pelo momento da 
administração no paciente, até o seu descarte final. Ainda que não tenha sido possível 
estabelecer de forma clara os efeitos tóxicos em longo prazo da exposição a estes 
fármacos em razão, sobretudo às discrepâncias existentes nas diferentes provas 
utilizadas para determinar sua toxicidade – o possível risco laboral pressuposto e as 
graves consequências que podem produzir fazem com que seja imprescindível adotar 
medidas que ajudem a reduzir esta exposição e a garantir condições melhores de 
trabalho. 
 Neste sentido, a atuação preventiva é a mais adequada (Fig. 1). Muitas 
recomendações de segurança são publicadas com foco no uso de equipamentos de 
segurança. A visão atual é a de que esse uso deve ser acompanhado de medidas 
educacionais, preventivas, administrativas e até de infraestrutura, pois, mesmo com o uso 
desses equipamentos já existem relatos de detecção de contaminação na superfície dos 
frascos dos medicamentos, na parte externa do fluxo laminar e até em pontos distantes 
do local de preparação. 
 
 
 
 
 
56 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
Fig. 1- Preparo de quimioterapia em uma unidade centralizada 
 
 
2 - Implantação de uma Central de Quimioterapia 
 
Conforme Resolução 288/96, é atribuição privativa do farmacêutico a 
manipulação de drogas antineoplásicas nos estabelecimentos de saúde. 
 
2.1 - Estrutura Física 
 
Em 2004, a ANVISA publicou a RDC 220/04, que detalha os principais aspectos 
de construção e funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica, passando a ser o 
principal documento de referência para os profissionais em oncologia. É importante 
ressaltar que a RDC 220 é complementar à RDC 50 de 21/02/2002, portanto, ambas 
devem ser seguidas à risca. É importante ressaltar que, embora esse documento tenha 
abrangência nacional, o órgão fiscalizador é estadual e pode estabelecer critérios mais 
rígidos que os expostos nesse documento. Dessa forma, é fundamental que o profissional 
tenha conhecimento das exigências sanitárias específicas de seu Estado. 
Para a execução de qualquer obra nova, de reforma ou de ampliação de 
estabelecimentos assistenciais de saúde é exigida a avaliação do projeto físico em 
 
 
 
 
 
57 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
questão pela Vigilância Sanitária local, que licenciará a sua execução. A sala de 
manipulação deve estar situada em local centralizado, em área restrita e exclusiva, livre 
de correntes de ar. Deve estar instalada, preferencialmente, próxima à sala de 
administração. O acesso deve ser permitido somente a pessoal designado e qualificado. 
Devem conter apenas móveis e objetos essenciais ao trabalho. As paredes, teto e piso 
devem ser lisos, fáceis de limpar. O piso deve ser limpo diariamente. As paredes devem 
ser limpas semanalmente. A limpeza deve ocorrer sempre fora do horário de trabalho. 
 A área de armazenamento deve estar localizada próxima à sala de manipulação e 
deve ter capacidade suficiente para assegurar a estocagem ordenada das diversas 
categorias de produtos farmacêuticos, correlatos e materiais de embalagem. 
 
Recepção e Sala de Espera 
- 16 m² de área 
 
Consultório Médico 
- mínimo de 7,5 m² de área 
- pia para lavagem das mãos 
 
Posto de Enfermagem 
- 6 m² de área 
- almotolias com álcool 70% 
- cesto de lixo com tampa e pedal 
- pia para lavagem das mãos 
 
Depósito para Material Sujo 
- Recipientes próprios para o lixo de materiais perfurocortantes e tóxicos 
 
Sala de Administração de Antineoplásicos 
- a área varia conforme o número de pacientes 
- cestos de lixo com tampa e pedal 
- poltronas: dimensão mínima de 5 m² por poltrona 
 
 
 
 
 
58 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
- leitos: dimensão mínima de 7 m² por leito 
- pia para lavagem das mãos 
- suporte com coletor de materiais perfurocortantes 
- almotolias contendo álcool 70% 
 
Fig. 2- Sala de administração de quimioterapia 
 
Fig. 3- Poltronas onde são administradas as quimioterapias de curta duração 
 
 
Sala de Emergência 
- área de 12 m² por leito (2 leitos no mínimo) 
- almotolias contendo álcool 70% 
- carrinho de emergência móvel equipado com medicação de urgência 
- cestos de lixo com tampa e pedal 
 
 
 
 
 
59 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
- fonte de oxigênio/vácuo/ar comprimido 
- monitor cardíaco 
- pia para lavagem das mãos 
- suporte com coletor de materiais perfurocortantes 
 
Sanitários 
- área mínima de 4 m² 
- cestos de lixo com tampa e pedal 
- masculino e feminino separadamente 
 
Farmácia 
- 8 m² de área para dispensação 
- almotolias contendo álcool 70% 
- cestos de lixo com tampa e pedal 
- geladeira para guardar medicamentos termolábeis (guardar os antineoplásicos em 
geladeira própria, separados de outros medicamentos) 
- pia para lavagem das mãos 
- possuir os seguintes registros: Registro de Derramamento de Antineoplásicos; Registro 
de Intercorrências e Ocorrências na Farmácia; Normas e Rotinas da Farmácia e Estoque; 
Extravasamento de Antineoplásicos; Padronização de Materiais e Medicamentos; 
Registro Geral de Preparo de Antineoplásicos (data do preparo, nome completo, número 
do prontuário do paciente, número sequencial de preparo, diagnóstico, protocolo de 
referência, quantidade preparada, concentrações do produto). 
- controle de temperatura através de termômetro máximo/mínimo, nos seguintes locais: 
geladeiras (2-8ºC), farmácia (temperatura ambiente) e estoque. 
 
Área de Estoque 
- a área depende do volume de medicamentos e matérias a serem guardados no estoque 
- armazenamento dos medicamentos e materiais usados no preparo de antineoplásicos 
- cestos de lixo com tampa e pedal 
- controlar validade e armazenamento 
 
 
 
 
 
60 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
- evitar caixas de papelão 
- geladeira com marcação diária (manhã e tarde) da temperatura (termômetro 
máximo/mínimo) 
- controlar temperatura ambiente através de termômetro máximo/mínimo 
 
Fig. 4- Área de armazenamento de medicamentos 
 
Central de Preparo de Antineoplásicos 
Há necessidade de três áreas dentro de uma central de preparo. 
- sala de higienização/paramentação com 5m²; é o local destinado à lavagem e 
antissepsiadas mãos e dos medicamentos, e paramentação do manipulador. 
- antecâmara com 4 m²; é o local destinado ao armazenamento dos medicamentos 
previamente higienizados a serem utilizados no preparo diário. 
- câmara de preparo de antineoplásicos contendo Cabine de Segurança Biológica Vertical 
Classe II B2 (100% de exaustão) com, no mínimo, 5m²; é o local destinado ao preparo 
dos antineoplásicos. O acesso é restrito ao manipulador devidamente paramentado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
2.2 - Equipamentos 
 
Cabine de Segurança Biológica Classe II B2 
 
De acordo com a Portaria n° 3.535, de 02/09/1998, para o preparo de 
medicamentos citotóxicos é obrigatória a instalação de uma cabine de segurança 
biológica classe II B2. A cabine de segurança biológica vertical classe II B2, é um 
equipamento com 100% de exaustão externa independente. Esse equipamento não 
apresenta recirculação de ar, proporcionando proteção total ao ambiente de trabalho e ao 
operador, além da proteção ao produto manipulado. 
 
Fig. 5- Fluxo laminar vertical arrumado para uso 
 
 
A certificação da cabine deve ser realizada trimestral ou semestralmente, 
dependendo do fluxo de utilização. A NSF-49 (norma que regulamenta projeto, construção 
e certificação das cabines de segurança biológica vertical classe II B2) determina que esta 
certificação seja realizada no mínimo uma vez ao ano. Na certificação devem ser 
realizados os testes: integridade do filtro HEPA, velocidade do fluxo de ar, teste de 
fumaça e integridade das superfícies externas da cabine e do filtro. Testar a integridade 
 
 
 
 
 
62 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
do filtro HEPA geralmente assegura que a contagem de partículas na área de trabalho 
seja menor que a requerida para classificação Classe 100. 
 Com a realização da manutenção, evita-se a exposição do manipulador aos 
aerossóis formados na manipulação dos agentes antineoplásicos, bem como a 
contaminação ambiental dos pacientes. Deve-se trocar os pré-filtros e filtros absolutos 
com certa regularidade, conforme orientação da empresa contratada para a manutenção. 
O tempo de duração dos filtros HEPA é de, aproximadamente, três anos, dependendo dos 
cuidados utilizados na técnica de manipulação dos produtos. A firma contratada deve 
emitir um relatório final com os resultados e sugestões. Orientar sobre troca ou não dos 
filtros e pré-filtros. Existe risco de contaminação da área de trabalho se houver bloqueio 
do fluxo de ar, quando da colocação de objetos sobre as grelhas do equipamento, ou se 
houver extrema movimentação por parte do manipulador. Realize a manipulação 
aproximadamente 15 cm para dentro da cabine. 
 
 
Fig. 5- Fluxo laminar vertical classe II B2 
 
 
Refrigerador 
 
Deve ser unicamente destinado ao armazenamento de citotóxicos. Deve ter 
sistema de segurança a quedas de energia. O controle de temperatura deve ser rigoroso 
e registrado diariamente (ao menos no início e término da jornada de trabalho). Este 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
controle deve ser realizado através de um termômetro validado de dupla escala (máxima 
e mínima) para registrar a temperatura mínima e máxima alcançadas no período. 
 
Gerador 
 Deve existir um gerador ligado à cabine de segurança biológica e ao refrigerador. 
Na ausência dele, o serviço deve dispor de um plano de contingência formal e escrito com 
as providencias em casos de queda de energia. 
 
Ecram 
 
Recomenda-se a existência de um revisor de partículas para facilitar a inspeção 
visual do produto. Entretanto, existem adaptações possíveis como a utilização de 
lâmpada com fundo claro e escuro. 
 
Sistema de Vedação do Produto Manipulado 
 
O produto manipulado não deve ser transportado sem uma vedação adequada. 
Um sistema vedante portátil pode ser utilizado com facilidade. 
 
Lava-olhos/Chuveiro 
 
Recomenda-se a instalação de dispositivos para lavagem dos olhos e pele para a 
segurança do manipulador em caso de acidentes, caracterizados pelo lava-olhos e 
chuveiro. Estes equipamentos são substituídos satisfatoriamente, em algumas situações, 
por soluções de soro fisiológico e lavabos. 
 
3 - Atuação da Equipe Multidisciplinar na Central de Quimioterapia 
 
O conceito de equipe multidisciplinar está sendo empregado objetivando-se uma 
melhor integração e, assim, uma melhor qualidade de vida ao paciente oncológico. As 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
atividades na Central de Quimioterapia baseiam-se na responsabilidade de três 
profissionais absolutamente fundamentais: 
- médico oncologista 
- enfermeiro 
- farmacêutico 
 
3.1 - Médico Oncologista 
 
A presença de um médico com habilitação em Oncologia Clínica (reconhecido 
pelo MEC e/ou Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – SBOC) é obrigatória, por lei, 
durante o funcionamento da central de quimioterapia. Ele é responsável por: 
- avaliar o paciente; 
- prescrição dos medicamentos para o tratamento quimioterápico; 
- acompanhamento clínico e evolução; 
- atendimento a eventuais intercorrências durante a administração de antineoplásicos; 
- elaboração de protocolos; 
- no caso de atender crianças e adolescentes deverá ter um médico com especialidade 
em Oncologia Pediátrica (título de especialista pela Sociedade Brasileira de Oncologia 
Pediátrica – SOBOPE); 
- serviços que atendem pacientes com doenças hemolinfopoiéticas devem ter um 
responsável com especialidade em hematologia. 
 
3.2 - Enfermeiro 
 
De acordo com a Resolução do COFEN 210/98, da Portaria 170/SAS (Ministério 
da Saúde) e da Resolução do COFEN 257/2001, fica estabelecida a atuação do 
Enfermeiro numa central de quimioterapia para: 
 
- planejar, organizar, supervisionar, executar e avaliar todas as atividades de enfermagem 
em pacientes submetidos ao tratamento quimioterápico; 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
- participar de protocolos terapêuticos de enfermagem na prevenção, tratamento e 
minimização dos efeitos colaterais em pacientes submetidos ao tratamento 
quimioterápico; 
- assistir de maneira integral aos pacientes e suas famílias; 
- ministrar quimioterápicos conforme farmacocinética da droga e protocolo terapêutico; 
- promover e difundir medidas de prevenção de riscos e agravos através da educação dos 
pacientes e familiares; 
- participar de programas de garantia de qualidade em serviços de quimioterapia; 
- proporcionar condições de aprimoramento dos profissionais de enfermagem através de 
cursos e estágios; 
- participar da aquisição de material e da disposição da área física, necessários à 
assistência aos pacientes; 
- promover e participar da integração da equipe multidisciplinar; 
- registrar informações e dados estatísticos pertinentes à assistência de enfermagem, 
ressaltando indicadores de desempenho e qualidade; 
- formular e interpretar manuais técnicos operacionais para a equipe de enfermagem; 
- formular e implementar manuais educativos aos pacientes e familiares; 
- manter a atualização técnica e científicada biossegurança individual, coletiva e 
ambiental; 
- manusear e fazer a manutenção de cateteres semi e totalmente implantados, assim 
como a orientação ao paciente quanto aos cuidados; 
- manusear bombas de infusão contínua portáteis para administração de quimioterapia em 
domicílio e orientação ao paciente e sua família; 
- orientação, acompanhamento e checagem de técnica de punção venosa dos auxiliares e 
técnicos de enfermagem; 
- prever, prover e controlar materiais e equipamentos utilizados no setor, assim como sua 
manutenção; 
- conhecer cuidados técnicos de manipulação e descarte das drogas e aspectos 
relacionados à segurança ambiental, profissional e ao paciente; 
- conhecer protocolos quimioterápicos e esquemas terapêuticos; 
- conhecer principais vias de administração e cuidados imediatos; 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
- conhecer características quanto à diluição, incompatibilidade, conservação, 
fotossensibilidade, nome farmacológico e comercial das drogas, indicação e ação vésico-
irritante; 
- conhecer terapias de suporte pré e pós-quimioterapia; 
- conhecer efeitos colaterais das drogas; 
- utilizar o equipamento de proteção individual (EPI) de forma correta; 
- segundo o art. 2º da Resolução COFEN 257/2001, alínea “r”, é facultado ao enfermeiro o 
preparo de drogas quimioterápicas. 
 
3.3 - Farmacêutico 
 
De acordo com a Resolução 288/96 do Conselho Federal de Farmácia: 
Art. 1º. – É atribuição privativa do farmacêutico a competência para o exercício da 
atividade de manipulação de drogas antineoplásicas e similares nos estabelecimentos de 
saúde. 
Art. 2º. – No exercício da atividade de quimioterapia nos estabelecimentos de saúde, 
caberá ao farmacêutico: 
- selecionar, adquirir, armazenar e padronizar os componentes necessários ao preparo 
dos antineoplásicos; 
- avaliar os componentes presentes na prescrição médica, quanto à quantidade, 
qualidade, compatibilidade, estabilidade e suas interações; 
- proceder à formulação dos antineoplásicos segundo prescrição médica, em 
concordância com o preconizado em literatura; 
- orientar, supervisionar e estabelecer rotinas nos procedimentos de manipulação e 
preparação dos antineoplásicos; 
- preencher adequadamente o rótulo de cada unidade de antineoplásico preparado, 
identificando o nome do paciente, a quantidade de cada componente adicionado, bem 
como efetuar as devidas recomendações para sua estabilidade e administração; 
- determinar o prazo de validade para cada unidade de antineoplásico de acordo com as 
condições de preparo e características da substância; 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
- assegurar o controle de qualidade dos antineoplásicos após o preparo até a 
administração; 
- registrar cada solução de antineoplásico preparado em livro de registro exclusivo com 
termo de abertura, onde constarão: data do preparo, nome completo, número do 
prontuário do paciente, número sequencial de preparo, diagnóstico, protocolo de 
referência, quantidade preparada, concentrações do produto; 
- assegurar destino seguro para os resíduos dos antineoplásicos; 
- assegurar a observância das normas de segurança individuais e coletivas para a 
manipulação de antineoplásicos recomendadas em nível nacional e internacional; 
- compor a equipe multidisciplinar nas visitas aos pacientes submetidos ao tratamento 
com antineoplásicos; 
- participar das reuniões, discussões de casos clínicos e atividades didáticas e científicas 
da equipe multidisciplinar; 
- possibilitar estágios supervisionados a farmacêuticos e acadêmicos de Farmácia; 
- dispor de dados quanto à qualidade destes produtos, sobretudo garantindo os seguintes 
parâmetros: solubilidade, estabilidade, homogeneidade, viscosidade, osmolaridade, 
esterilidade, teor e pureza. 
 
 De modo geral, o farmacêutico deve estar presente em todas as atividades 
envolvendo medicamentos, desde o abastecimento e em cada uma das etapas 
constitutivas. Isto inclui a conservação e o controle de qualidade, a segurança e a eficácia 
terapêutica, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de 
informações sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais da saúde, 
do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional dos medicamentos. 
 
4 - Rotina na Central de Preparo de Antineoplásicos 
 
4.1 - Rotina na Sala de Higienização/Paramentação 
 
Sempre ligar o Fluxo Laminar 30 minutos antes de iniciar o preparo dos 
antineoplásicos. Ensaboar as mãos com sabonete líquido antisséptico, friccionando por 
 
 
 
 
 
68 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
aproximadamente 15 segundos em todas as suas faces: espaços interdigitais, 
articulações, unhas e extremidades dos dedos. Enxaguar abundantemente retirando todo 
o resíduo de sabão. Secar as mãos. Mesmo com a utilização da cabine de segurança 
biológica, a manipulação de drogas citotóxicas somente deve ser realizada após 
paramentação adequada. Paramentar-se com os equipamentos de proteção individual 
padronizados no estabelecimento de saúde. 
 
4.2 - Rotina na Câmara de Preparo de Antineoplásicos 
 
Realizar a desinfecção da cabine de segurança biológica (CSB) vertical classe II 
B2 com álcool 70% ou solução detergente, no sentido de dentro para fora antes de se 
iniciar a manipulação. Abastecer a cabine de segurança biológica com almotolia contendo 
álcool 70%, gaze estéril e coletor para quimioterápico de plástico. Abastecer a cabine com 
os medicamentos que serão preparados para uso. Cobrir a bancada de trabalho com 
papel absorvente, trocando-o sempre que ocorrer derramamento significativo. Seguir 
rigorosamente as técnicas de assepsia e biossegurança ao manipular antineoplásicos. 
Preencher os equipos com soro antes de injetar antineoplásicos, evitando 
dispersar aerossóis. Assegurar-se que não haja líquido na extremidade superior da 
ampola e envolvê-la com gaze embebida com álcool 70% antes de quebrá-la. Em 
liofilizados introduzir no frasco-ampola a seringa do tipo luer-lok com o diluente, e 
dissolver completamente a solução, evitando o vácuo ou pressão excessiva dentro do 
frasco e observando critérios de diluição/concentração. Extrair o líquido da ampola e 
frasco-ampola, observando a dosagem prescrita, utilizando seringa do tipo luer-lok com 
capacidade superior ao volume a ser aspirado e agulha descartável. 
Assegure-se de ter aspirado uma quantidade suficiente da droga para dentro da 
seringa, antes de remover a agulha da tampa do frasco, para evitar ter de perfurar a rolha 
uma segunda vez. Após a aspiração do líquido, eliminar as bolhas da seringa usando 
gaze embebida em álcool 70% para recolher as gotículas eventualmente eliminadas e 
impedir a formação de aerossóis. Se prescrito, injetar o medicamento previamente diluído 
no soro, protegendo a conexão seringa-soro com gaze embebida em álcool 70%. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Desprezar as seringas e agulhas no coletor de perfurocortantes, juntamente com as 
ampolas, frascos e frascos-ampola já usados. 
Rotular cada preparação com rótulos padronizados pelo serviço. Encaminhar o 
material rotulado para a sala de administração. Identificar e armazenar de forma corretaos medicamentos utilizados parcialmente e que segundo a literatura específica possuem 
estabilidade. Após o término das preparações, submeter a cabine de segurança biológica 
a uma nova desinfecção; lavar as mãos; descartar a paramentação descartável na lixeira; 
desligar o fluxo laminar (30 minutos após o final do trabalho). 
 
5 - Biossegurança na Central de Quimioterapia 
 
O Ministério do Trabalho e Emprego publicou, em 2005, a NR 32, que dispõe 
sobre os requisitos básicos de proteção à saúde do trabalhador em serviços de saúde. É 
de amplo conhecimento o risco envolvido na manipulação e na administração de 
antineoplásicos, mas esse é o primeiro documento que regulamenta os equipamentos de 
proteção e os exames necessários. Os fármacos antineoplásicos são potencialmente 
mutagênicos, carcinogênicos, teratogênicos, fetotóxicos e esterilizantes. Assim sendo, é 
necessário que todas as medidas de segurança para os profissionais que atuam na 
Central de Quimioterapia sejam tomadas. 
Vários estudos evidenciaram riscos nesses profissionais, tais como, 
mutagenicidade na urina de enfermeiras que manipulavam drogas citostáticas; aumento 
na incidência de troca de cromátides irmãs nos linfócitos de enfermeiras que 
administravam quimioterápicos; sintomas de tontura, náusea, cefaleia, alterações de 
mucosa, reações alérgicas em manipuladores sem proteção; disfunção hepática em 
enfermeiras que manusearam antineoplásicos durante muitos anos sem proteção. 
 Estudos realizados até hoje justificam as precauções e extrema cautela quanto ao 
manuseio de substâncias mutagênicas, assim como as drogas que podem causar 
irritação da pele e mucosa; o manuseio indiscriminado de excretas, que podem conter 
concentrações consideráveis de metabólitos ativos de droga, podem oferecer riscos, 
também aos profissionais de saúde (Quadro 1). As excretas devem ser consideradas 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
perigosas ao menos até 48 horas depois de finalizar o tratamento, ainda que este período 
possa ser variável, dependendo do fármaco. 
 
Quadro 1- Excreção de Drogas Antineoplásicas 
Droga Excreção 
Asparaginase Traços aparecem na urina 
Bleomicina 50-80% são excretados como droga ativa na urina em 24h 
Carmustina A maioria da droga é excretada como metabólito da urina 
 em 24h 
Clorambucil Menos de 0,5% da droga aparece inalterada na urina após 
 24h 
Cisplatina 27-43% da dose são excretadas pelos rins; inicialmente é 
 eliminada como droga inalterada, mas com o tempo os 
 metabólitos também são 
Ciclofosfamida 30% são excretados na urina como droga inalterada 
Citarabina Menos de 10% da droga aparecem inalterados na urina 
 dentro de 24h 
Dacarbazina 50% da droga são excretados de forma inalterada na urina 
Dactinomicina Apenas levemente metabolizada; 30% da droga são excretados, 
estando inalterada na urina e fezes dentro de 9 dias 
Daunorrubicina Metabolizada pelo fígado; 14-23% da droga e dos metabólitos são 
excretados pela urina dentro de 72h 
Estreptozocina Quase inteiramente metabolizada no fígado, 60-70% são excretados 
como metabólito em 24h 
Etoposido 40-60% são excretados na urina de forma inalterada; e os metabólitos 
dentro de 48-72 horas; 20-30% são excretados na urina em 24h; 2-
16% são excretados nas fezes na forma inalterada ou como 
metabólitos dentro de 72h 
Fluorouracil 15% da droga são excretados na urina como droga intacta em 6 horas 
Ifosfamida 62% são excretados na forma inalterada e outros 25% como 
metabólitos 
Melfalano 13% são excretados na urina como droga inalterada após 24h; 50% 
da dose são excretados como droga ou metabólitos 
Mecloretamina Menos de 0,01% é excretado de forma inalterada na urina 
Metotrexato 75% são excretados de forma inalterada na urina dentro de 8h 
Mitomicina-C 10% são excretados na urina como droga ativa; uma pequena 
quantidade é excretada na bile 
Procarbazina 70% são excretados na urina 
 
 
Os efeitos adversos potenciais da exposição ocupacional a fármacos citostáticos 
estão baseados na toxicidade destes fármacos e no grau de exposição do manipulador. A 
 
 
 
 
 
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via de exposição pode ser por inalação, contato e absorção através da pele, ingestão ou 
perfuração. A inalação e o contato/absorção através da pele são as vias mais comuns de 
exposição. Os trabalhadores expostos a fármacos perigosos apresentam sintomas 
agudos, tais como irritação da pele, dor de garganta, tosse, enjoos, dores de cabeça, 
reações alérgicas, etc. 
Todos os profissionais que atuam diretamente na central de quimioterapia, 
incluindo toda a equipe de enfermagem e farmacêuticos, são submetidos à avaliação pelo 
Médico do Trabalho e exames laboratoriais a cada seis meses, com atenção especial 
para quaisquer discrasias sanguíneas. Caso ocorram alterações nos resultados, o 
funcionário passará por uma nova avaliação e, se necessário, será remanejado para outro 
setor temporariamente ou em definitivo. A manipulação de antineoplásicos é proibida a: 
gestantes, lactentes, menores, estudantes de enfermagem em seus primeiros trimestres 
de treinamento, e equipe exposta a raios X (fator de risco adicional). 
 
5.1 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 
 
Extensivos aos profissionais que atuam na Central de Quimioterapia: 
 
Luvas Cirúrgicas de Látex – devem ser descartáveis, não-entalcadas, usar sempre 
dois pares. Devem ser trocadas a cada 30 minutos, quando danificadas ou contaminadas, 
sendo necessária a lavagem das mãos antes e após seu uso. 
Jaleco – de preferência descartável, impermeável à água e aos aerossóis, fechado 
na parte frontal, mangas longas e punhos ajustados. 
Touca – descartável. 
Máscara – com proteção de carvão ativado que age como filtro químico para 
partículas de até 0,2 mícron, descartável. 
Óculos de Proteção – com barreira lateral, recomendado durante a 
descontaminação da área após acidentes e higienização de frascos e ampolas. 
Propé – descartável. 
 
 
 
 
 
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Fig. 6- Paramentação: touca, máscara, avental, luvas, sapatos fechados 
 
 
 Existem dois tipos de contaminação: a pessoal e a do ambiente: 
 
Contaminação Pessoal – retirar imediatamente qualquer peça contaminada (luvas, 
máscaras ou jaleco), lavar a área afetada com água e sabão em abundância (no caso do 
olho, lavar com água ou solução isotônica por 15 minutos). Notificar. 
Contaminação do Ambiente 
* Pequenos vazamentos – até 5 ml. Usar EPI para a limpeza. Se for líquido, secar com 
gaze absorvente. Se for pó, limpar com gaze umedecida e lavar a área com solução de 
hipoclorito de sódio 1%, seguida por água limpa. Se houver fragmento de vidro, estes 
deverão ser recolhidos com uma pequena pá e desprezados no coletor plástico para 
perfurocortantes. 
* Grandes vazamentos – isolar toda a área. A região atingida deve ser coberta com panos 
ou papéis absorventes e gazes para restringir o avanço do líquido. Lavagem tripla com 
detergente e água em abundância, não sendo recomendados métodos de inativação 
química dos antineoplásicos. 
 
 
 
 
 
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* Vazamento na cabine biológica – após proceder como no item anterior, descontaminara 
cabine com álcool 70%. Se o vazamento atingir o filtro HEPA, lacrar e selar com plástico a 
cabine e esperar que o pessoal especializado troque o filtro contaminado. 
 
Kit de Emergência para Derramamentos: 
- um par de óculos de proteção; 
- um par de luvas de procedimento e um par de luvas de cloreto de polivinila; 
- um jaleco; 
- uma máscara com carvão ativado; 
- um gorro; 
- um par de propé; 
- panos e papéis absorventes; 
- gazes; 
- uma pá; 
- um saco de lixo de alta densidade (branco leitoso). 
 
Desprezar todo o material em um coletor de materiais perfurocortantes de 
plástico. Este kit deve ser de fácil acesso para toda a equipe da central de quimioterapia. 
 
Fig. 7- Kit para derramamento de quimioterápicos 
 
 
 
 
 
 
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5.2 - Descarte de Resíduos Citotóxicos 
 
Os resíduos devem receber tratamento especial de acordo com a RDC 306/04, 
que tem como principal objetivo garantir um encaminhamento seguro, de forma eficiente, 
visando à proteção dos trabalhadores e à preservação da saúde pública, dos recursos 
naturais e do meio ambiente. O serviço de saúde é responsável por elaborar o Plano de 
Gerenciamento de Resíduos e garantir o destino correto de todos os resíduos. 
O manejo de resíduos inclui as seguintes etapas: 
- Segregação: separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo 
com as características físicas, químicas, biológicas, seu estado físico e os riscos 
envolvidos; 
- Acondicionamento: ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes 
que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura; 
- Identificação: conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos 
nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo; 
- Armazenamento temporário: guarda temporária dos recipientes com os resíduos já 
acondicionados em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro 
do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto 
destinado à apresentação para coleta externa; 
- Armazenamento externo: guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa 
de coleta externa, em ambiente exclusivo, com acesso facilitado para os veículos 
coletores; 
- Coleta e transporte externos: remoção dos resíduos do abrigo de resíduos 
(armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final; 
- Disposição final: disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-
los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento 
ambiental de acordo com a Resolução CONAMA 237/97. 
 
 Os resíduos antineoplásicos são classificados como grupo B, e devem receber 
identificação de acordo com as normas técnicas da ABNT e tratamento final de acordo 
com a determinação do órgão ambiente local. 
 
 
 
 
 
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Fig. 8- Perfurocortantes plástico localizado dentro da cabine de fluxo laminar 
 
 As excretas de pacientes tratados com quimioterápicos antineoplásicos podem 
ser eliminadas no esgoto, desde que haja sistema de tratamento de esgotos na região 
onde se encontra o serviço, mas quando isso não for possível, deve-se diluir com água 
abundante e ser eliminado pelo deságue. Sempre será necessário que o pessoal adote 
medidas de proteção em sua eliminação (luvas e avental) para evitar a contaminação. 
 
6 - Prevenção de Erros 
 
A análise de prescrição médica deve ser o momento de maior interferência do 
farmacêutico, principalmente pela possibilidade de atuar em caráter preditivo. Ele não 
deve ter como objetivo o exercício do diagnóstico ou da prescrição de medicamentos, 
consideradas atribuições exclusivas do médico, mas a garantia de que estes 
medicamentos venham a ser úteis na solução ou alívio dos problemas do paciente. Como 
deveria ser a checagem para a prevenção de erros desde a chegada da prescrição 
médica até o produto final conforme a Sociedade Internacional de Farmacêuticos em 
Oncologia (ISOPP). 
O ideal seria o farmacêutico receber a prescrição médica via computador ou 
impressa, mas isso ainda não é a realidade em muitos serviços. A prescrição deveria 
seguir os princípios: 
 
 
 
 
 
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- todas as medicações escritas pelo nome genérico da droga 
- nenhuma abreviação deveria ser usada (exemplo: CDDP para cisplatina não é aceitável) 
- um zero depois da vírgula nunca deve ser usado (exemplo: 2mg e não 2,0mg) 
- um zero antes da vírgula sempre deve ser usado (exemplo: 0,5mg e não ,5mg) 
 
6.1 - Checagem Clínica 
 
 É recomendado que antes de preparar a quimioterapia, a prescrição seja checada 
por um farmacêutico clínico, que entenda de protocolos. 
 
6.2 - Regime Quimioterápico 
 
O regime quimioterápico usado deve ser documentado no prontuário do paciente. 
Uma padronização dos protocolos usados na instituição deve ser desenvolvida. É 
importante que estes protocolos sejam revisados e atualizados regularmente. Um 
procedimento padrão deve ser seguido no caso da não concordância com o protocolo 
padronizado ou o uso de um protocolo não-padrão. Em cada tratamento, o farmacêutico 
deverá verificar o número do ciclo, dia do ciclo e que o tempo de intervalo apropriado 
tenha passado desde o tratamento anterior. Qualquer alteração relevante deverá ser 
documentada. 
 
6.3 - Prontuário do Paciente 
 
É recomendado ter um prontuário farmacêutico para todos os pacientes que 
fazem quimioterapia. Neste prontuário, deveria constar: peso, altura, superfície corpórea, 
tratamento médico, doença e estágio, protocolo de quimioterapia, objetivo da 
quimioterapia, medidas laboratoriais relevantes, reações alérgicas e adversas das drogas, 
e as medicações atuais e passadas. Estas informações devem ser atuais e referentes a 
cada administração de quimioterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
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6.4 - Área de Superfície Corporal 
 
O departamento de farmácia deve ter meios de checar a superfície corpórea 
calculada pelo médico prescritor. Se possível, deveria ser uma função automática do 
programa de computador usado no processo de prescrições médicas. Qualquer ação 
corretiva tomada pelo farmacêutico deverá ser documentada. 
 
6.5 - Cálculos de Dose 
 
A prescrição deverá ser checada quanto ao protocolo quimioterápico usado. As 
doses calculadas pelo prescritor deverão ser checadas pelo farmacêutico usando a 
superfície corpórea e o protocolo usado. As funções hepática e renal do paciente, e 
possíveis interações medicamentosas, deverão ser consideradas. Qualquer ação 
corretiva tomada pelo farmacêutico também deverá ser documentada. 
 
6.6 - Pré-medicações 
 
Deve ser checado se todas as pré-medicações apropriadas estão inclusas nas 
prescrições. Pode incluir antieméticos, anti-histamínicos, corticoides e diuréticos. 
 
6.7 - Parâmetros Laboratoriais 
 
É recomendado que os parâmetros laboratoriais sejam checados pelo 
farmacêutico antes de começar as preparações quimioterápicas. Isto inclui exame de 
sangue completo, abrangendo contagem de células brancas e, quando for o caso, 
creatinina sérica e clearance de creatinina,testes de função hepática. É preciso ter 
certeza que as medicações antineoplásicas não serão administradas antes dessa 
checagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6.8 - Preparação 
 
No processo de preparação há várias checagens que deverão ser feitas. Isto 
inclui uma checagem na montagem dos materiais que serão usados, uma checagem dos 
cálculos de dose e volume e uma checagem final do produto acabado, incluindo produtos 
e volumes usados e etiquetados. Tabelas para reconstituição, diluição, estabilidade 
devem estar disponíveis no momento do preparo. Todos os itens usados na preparação 
devem estar separados e então conferidos antes de entrarem na cabine de segurança 
biológica. Neste ponto, uma pessoa deveria checar que a droga correta foi selecionada e 
que o soro de reconstituição e a bolsa de infusão são apropriados. As condições de 
armazenamento e as datas de validade de todos os componentes devem ser 
averiguadas. 
 Os volumes das drogas devem ser calculados pelo manipulador. Se este cálculo 
for feito eletronicamente, deverá ser checado manualmente. Se o arredondamento de 
dose for empregado para facilitar o preparo, isto deverá ser documentado e padronizado 
para os próximos ciclos. Se um volume de droga é adicionado a um soro para infusão, o 
volume adicionado deve ser documentado pelo manipulador. A assinatura do manipulador 
deverá estar nas etiquetas de cada preparação. Somente uma medicação deverá estar 
dentro da cabine de segurança biológica enquanto preparada. 
 Uma checagem do cálculo de volume deve ser feita e o farmacêutico deverá 
conferir que todos os componentes usados eram adequados. Uma inspeção visual do 
produto final deverá ser efetuada, inspecionando quaisquer partículas. As etiquetas 
deverão conter: nome do paciente, número de registro no hospital, droga, dose, volume 
de soro, tempo de administração, data da preparação, data de validade, condições de 
armazenamento, observações e assinatura do manipulador. 
 
7 - Documentação 
 
 Informações atualizadas e revisadas para o uso seguro de medicamentos 
citotóxicos devem estar disponíveis a todos os profissionais envolvidos no preparo. 
Orientações sobre toxicidade, tratamento de exposições agudas, solubilidade, e 
 
 
 
 
 
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estabilidade dos medicamentos antineoplásicos de utilização em sua instituição devem 
ser prontamente disponibilizadas quando solicitadas. 
 Como documentos essenciais, devemos ter: 
 
- Tabelas de diluição e estabilidade química de drogas citotóxicas; 
- Tabelas de armazenamento para os diferentes produtos comerciais disponíveis; 
- Tabelas com as características gerais sobre as drogas citotóxicas; 
- Registro de validação e certificação da cabine; 
- Registro de limpeza e descontaminação da cabine; 
- Registro de treinamento dos funcionários; 
- Estabelecimento de protocolos de tratamento; 
- Controle de temperatura ambiente e do refrigerador; 
- Padronização de medicamentos e materiais; 
- E, se possível, registro de controle microbiológico. 
 
8 - Conclusão 
 
Manipular quimioterapia envolve riscos, especialmente quando as 
recomendações de segurança não são seguidas. O problema da segurança no manuseio 
dos citostáticos é agravado pela apresentação inadequada de algumas drogas e pela falta 
de informações completas nas bulas que as acompanham. Todo quimioterápico deveria 
ser acondicionado em frasco-ampola resistente, sempre que possível já diluído e não em 
frágeis ampolas. É fundamental que todos os profissionais envolvidos sejam 
adequadamente informados, treinados e supervisionados no cumprimento das medidas 
de proteção disponíveis. Por outro lado, cabe aos empregadores oferecerem informações 
precisas e condições seguras para o preparo, aplicação e descarte dessas drogas. 
Farmacêuticos e enfermeiros devem cumprir esforços para tornar obrigatório o 
cumprimento das medidas de proteção. 
 
 
------------------FIM DO MÓDULO II-----------------

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