Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso de Quimioterápicos e Antineoplásicos MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 55 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO II Preparo de Quimioterapia 1 - Introdução O manuseio de antineoplásicos abrange os mais diversos aspectos do processo de preparação das drogas citotóxicas, desde o transporte, passando pelo momento da administração no paciente, até o seu descarte final. Ainda que não tenha sido possível estabelecer de forma clara os efeitos tóxicos em longo prazo da exposição a estes fármacos em razão, sobretudo às discrepâncias existentes nas diferentes provas utilizadas para determinar sua toxicidade – o possível risco laboral pressuposto e as graves consequências que podem produzir fazem com que seja imprescindível adotar medidas que ajudem a reduzir esta exposição e a garantir condições melhores de trabalho. Neste sentido, a atuação preventiva é a mais adequada (Fig. 1). Muitas recomendações de segurança são publicadas com foco no uso de equipamentos de segurança. A visão atual é a de que esse uso deve ser acompanhado de medidas educacionais, preventivas, administrativas e até de infraestrutura, pois, mesmo com o uso desses equipamentos já existem relatos de detecção de contaminação na superfície dos frascos dos medicamentos, na parte externa do fluxo laminar e até em pontos distantes do local de preparação. 56 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fig. 1- Preparo de quimioterapia em uma unidade centralizada 2 - Implantação de uma Central de Quimioterapia Conforme Resolução 288/96, é atribuição privativa do farmacêutico a manipulação de drogas antineoplásicas nos estabelecimentos de saúde. 2.1 - Estrutura Física Em 2004, a ANVISA publicou a RDC 220/04, que detalha os principais aspectos de construção e funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica, passando a ser o principal documento de referência para os profissionais em oncologia. É importante ressaltar que a RDC 220 é complementar à RDC 50 de 21/02/2002, portanto, ambas devem ser seguidas à risca. É importante ressaltar que, embora esse documento tenha abrangência nacional, o órgão fiscalizador é estadual e pode estabelecer critérios mais rígidos que os expostos nesse documento. Dessa forma, é fundamental que o profissional tenha conhecimento das exigências sanitárias específicas de seu Estado. Para a execução de qualquer obra nova, de reforma ou de ampliação de estabelecimentos assistenciais de saúde é exigida a avaliação do projeto físico em 57 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores questão pela Vigilância Sanitária local, que licenciará a sua execução. A sala de manipulação deve estar situada em local centralizado, em área restrita e exclusiva, livre de correntes de ar. Deve estar instalada, preferencialmente, próxima à sala de administração. O acesso deve ser permitido somente a pessoal designado e qualificado. Devem conter apenas móveis e objetos essenciais ao trabalho. As paredes, teto e piso devem ser lisos, fáceis de limpar. O piso deve ser limpo diariamente. As paredes devem ser limpas semanalmente. A limpeza deve ocorrer sempre fora do horário de trabalho. A área de armazenamento deve estar localizada próxima à sala de manipulação e deve ter capacidade suficiente para assegurar a estocagem ordenada das diversas categorias de produtos farmacêuticos, correlatos e materiais de embalagem. Recepção e Sala de Espera - 16 m² de área Consultório Médico - mínimo de 7,5 m² de área - pia para lavagem das mãos Posto de Enfermagem - 6 m² de área - almotolias com álcool 70% - cesto de lixo com tampa e pedal - pia para lavagem das mãos Depósito para Material Sujo - Recipientes próprios para o lixo de materiais perfurocortantes e tóxicos Sala de Administração de Antineoplásicos - a área varia conforme o número de pacientes - cestos de lixo com tampa e pedal - poltronas: dimensão mínima de 5 m² por poltrona 58 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - leitos: dimensão mínima de 7 m² por leito - pia para lavagem das mãos - suporte com coletor de materiais perfurocortantes - almotolias contendo álcool 70% Fig. 2- Sala de administração de quimioterapia Fig. 3- Poltronas onde são administradas as quimioterapias de curta duração Sala de Emergência - área de 12 m² por leito (2 leitos no mínimo) - almotolias contendo álcool 70% - carrinho de emergência móvel equipado com medicação de urgência - cestos de lixo com tampa e pedal 59 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - fonte de oxigênio/vácuo/ar comprimido - monitor cardíaco - pia para lavagem das mãos - suporte com coletor de materiais perfurocortantes Sanitários - área mínima de 4 m² - cestos de lixo com tampa e pedal - masculino e feminino separadamente Farmácia - 8 m² de área para dispensação - almotolias contendo álcool 70% - cestos de lixo com tampa e pedal - geladeira para guardar medicamentos termolábeis (guardar os antineoplásicos em geladeira própria, separados de outros medicamentos) - pia para lavagem das mãos - possuir os seguintes registros: Registro de Derramamento de Antineoplásicos; Registro de Intercorrências e Ocorrências na Farmácia; Normas e Rotinas da Farmácia e Estoque; Extravasamento de Antineoplásicos; Padronização de Materiais e Medicamentos; Registro Geral de Preparo de Antineoplásicos (data do preparo, nome completo, número do prontuário do paciente, número sequencial de preparo, diagnóstico, protocolo de referência, quantidade preparada, concentrações do produto). - controle de temperatura através de termômetro máximo/mínimo, nos seguintes locais: geladeiras (2-8ºC), farmácia (temperatura ambiente) e estoque. Área de Estoque - a área depende do volume de medicamentos e matérias a serem guardados no estoque - armazenamento dos medicamentos e materiais usados no preparo de antineoplásicos - cestos de lixo com tampa e pedal - controlar validade e armazenamento 60 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - evitar caixas de papelão - geladeira com marcação diária (manhã e tarde) da temperatura (termômetro máximo/mínimo) - controlar temperatura ambiente através de termômetro máximo/mínimo Fig. 4- Área de armazenamento de medicamentos Central de Preparo de Antineoplásicos Há necessidade de três áreas dentro de uma central de preparo. - sala de higienização/paramentação com 5m²; é o local destinado à lavagem e antissepsiadas mãos e dos medicamentos, e paramentação do manipulador. - antecâmara com 4 m²; é o local destinado ao armazenamento dos medicamentos previamente higienizados a serem utilizados no preparo diário. - câmara de preparo de antineoplásicos contendo Cabine de Segurança Biológica Vertical Classe II B2 (100% de exaustão) com, no mínimo, 5m²; é o local destinado ao preparo dos antineoplásicos. O acesso é restrito ao manipulador devidamente paramentado. 61 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.2 - Equipamentos Cabine de Segurança Biológica Classe II B2 De acordo com a Portaria n° 3.535, de 02/09/1998, para o preparo de medicamentos citotóxicos é obrigatória a instalação de uma cabine de segurança biológica classe II B2. A cabine de segurança biológica vertical classe II B2, é um equipamento com 100% de exaustão externa independente. Esse equipamento não apresenta recirculação de ar, proporcionando proteção total ao ambiente de trabalho e ao operador, além da proteção ao produto manipulado. Fig. 5- Fluxo laminar vertical arrumado para uso A certificação da cabine deve ser realizada trimestral ou semestralmente, dependendo do fluxo de utilização. A NSF-49 (norma que regulamenta projeto, construção e certificação das cabines de segurança biológica vertical classe II B2) determina que esta certificação seja realizada no mínimo uma vez ao ano. Na certificação devem ser realizados os testes: integridade do filtro HEPA, velocidade do fluxo de ar, teste de fumaça e integridade das superfícies externas da cabine e do filtro. Testar a integridade 62 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores do filtro HEPA geralmente assegura que a contagem de partículas na área de trabalho seja menor que a requerida para classificação Classe 100. Com a realização da manutenção, evita-se a exposição do manipulador aos aerossóis formados na manipulação dos agentes antineoplásicos, bem como a contaminação ambiental dos pacientes. Deve-se trocar os pré-filtros e filtros absolutos com certa regularidade, conforme orientação da empresa contratada para a manutenção. O tempo de duração dos filtros HEPA é de, aproximadamente, três anos, dependendo dos cuidados utilizados na técnica de manipulação dos produtos. A firma contratada deve emitir um relatório final com os resultados e sugestões. Orientar sobre troca ou não dos filtros e pré-filtros. Existe risco de contaminação da área de trabalho se houver bloqueio do fluxo de ar, quando da colocação de objetos sobre as grelhas do equipamento, ou se houver extrema movimentação por parte do manipulador. Realize a manipulação aproximadamente 15 cm para dentro da cabine. Fig. 5- Fluxo laminar vertical classe II B2 Refrigerador Deve ser unicamente destinado ao armazenamento de citotóxicos. Deve ter sistema de segurança a quedas de energia. O controle de temperatura deve ser rigoroso e registrado diariamente (ao menos no início e término da jornada de trabalho). Este 63 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores controle deve ser realizado através de um termômetro validado de dupla escala (máxima e mínima) para registrar a temperatura mínima e máxima alcançadas no período. Gerador Deve existir um gerador ligado à cabine de segurança biológica e ao refrigerador. Na ausência dele, o serviço deve dispor de um plano de contingência formal e escrito com as providencias em casos de queda de energia. Ecram Recomenda-se a existência de um revisor de partículas para facilitar a inspeção visual do produto. Entretanto, existem adaptações possíveis como a utilização de lâmpada com fundo claro e escuro. Sistema de Vedação do Produto Manipulado O produto manipulado não deve ser transportado sem uma vedação adequada. Um sistema vedante portátil pode ser utilizado com facilidade. Lava-olhos/Chuveiro Recomenda-se a instalação de dispositivos para lavagem dos olhos e pele para a segurança do manipulador em caso de acidentes, caracterizados pelo lava-olhos e chuveiro. Estes equipamentos são substituídos satisfatoriamente, em algumas situações, por soluções de soro fisiológico e lavabos. 3 - Atuação da Equipe Multidisciplinar na Central de Quimioterapia O conceito de equipe multidisciplinar está sendo empregado objetivando-se uma melhor integração e, assim, uma melhor qualidade de vida ao paciente oncológico. As 64 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores atividades na Central de Quimioterapia baseiam-se na responsabilidade de três profissionais absolutamente fundamentais: - médico oncologista - enfermeiro - farmacêutico 3.1 - Médico Oncologista A presença de um médico com habilitação em Oncologia Clínica (reconhecido pelo MEC e/ou Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – SBOC) é obrigatória, por lei, durante o funcionamento da central de quimioterapia. Ele é responsável por: - avaliar o paciente; - prescrição dos medicamentos para o tratamento quimioterápico; - acompanhamento clínico e evolução; - atendimento a eventuais intercorrências durante a administração de antineoplásicos; - elaboração de protocolos; - no caso de atender crianças e adolescentes deverá ter um médico com especialidade em Oncologia Pediátrica (título de especialista pela Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica – SOBOPE); - serviços que atendem pacientes com doenças hemolinfopoiéticas devem ter um responsável com especialidade em hematologia. 3.2 - Enfermeiro De acordo com a Resolução do COFEN 210/98, da Portaria 170/SAS (Ministério da Saúde) e da Resolução do COFEN 257/2001, fica estabelecida a atuação do Enfermeiro numa central de quimioterapia para: - planejar, organizar, supervisionar, executar e avaliar todas as atividades de enfermagem em pacientes submetidos ao tratamento quimioterápico; 65 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - participar de protocolos terapêuticos de enfermagem na prevenção, tratamento e minimização dos efeitos colaterais em pacientes submetidos ao tratamento quimioterápico; - assistir de maneira integral aos pacientes e suas famílias; - ministrar quimioterápicos conforme farmacocinética da droga e protocolo terapêutico; - promover e difundir medidas de prevenção de riscos e agravos através da educação dos pacientes e familiares; - participar de programas de garantia de qualidade em serviços de quimioterapia; - proporcionar condições de aprimoramento dos profissionais de enfermagem através de cursos e estágios; - participar da aquisição de material e da disposição da área física, necessários à assistência aos pacientes; - promover e participar da integração da equipe multidisciplinar; - registrar informações e dados estatísticos pertinentes à assistência de enfermagem, ressaltando indicadores de desempenho e qualidade; - formular e interpretar manuais técnicos operacionais para a equipe de enfermagem; - formular e implementar manuais educativos aos pacientes e familiares; - manter a atualização técnica e científicada biossegurança individual, coletiva e ambiental; - manusear e fazer a manutenção de cateteres semi e totalmente implantados, assim como a orientação ao paciente quanto aos cuidados; - manusear bombas de infusão contínua portáteis para administração de quimioterapia em domicílio e orientação ao paciente e sua família; - orientação, acompanhamento e checagem de técnica de punção venosa dos auxiliares e técnicos de enfermagem; - prever, prover e controlar materiais e equipamentos utilizados no setor, assim como sua manutenção; - conhecer cuidados técnicos de manipulação e descarte das drogas e aspectos relacionados à segurança ambiental, profissional e ao paciente; - conhecer protocolos quimioterápicos e esquemas terapêuticos; - conhecer principais vias de administração e cuidados imediatos; 66 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - conhecer características quanto à diluição, incompatibilidade, conservação, fotossensibilidade, nome farmacológico e comercial das drogas, indicação e ação vésico- irritante; - conhecer terapias de suporte pré e pós-quimioterapia; - conhecer efeitos colaterais das drogas; - utilizar o equipamento de proteção individual (EPI) de forma correta; - segundo o art. 2º da Resolução COFEN 257/2001, alínea “r”, é facultado ao enfermeiro o preparo de drogas quimioterápicas. 3.3 - Farmacêutico De acordo com a Resolução 288/96 do Conselho Federal de Farmácia: Art. 1º. – É atribuição privativa do farmacêutico a competência para o exercício da atividade de manipulação de drogas antineoplásicas e similares nos estabelecimentos de saúde. Art. 2º. – No exercício da atividade de quimioterapia nos estabelecimentos de saúde, caberá ao farmacêutico: - selecionar, adquirir, armazenar e padronizar os componentes necessários ao preparo dos antineoplásicos; - avaliar os componentes presentes na prescrição médica, quanto à quantidade, qualidade, compatibilidade, estabilidade e suas interações; - proceder à formulação dos antineoplásicos segundo prescrição médica, em concordância com o preconizado em literatura; - orientar, supervisionar e estabelecer rotinas nos procedimentos de manipulação e preparação dos antineoplásicos; - preencher adequadamente o rótulo de cada unidade de antineoplásico preparado, identificando o nome do paciente, a quantidade de cada componente adicionado, bem como efetuar as devidas recomendações para sua estabilidade e administração; - determinar o prazo de validade para cada unidade de antineoplásico de acordo com as condições de preparo e características da substância; 67 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - assegurar o controle de qualidade dos antineoplásicos após o preparo até a administração; - registrar cada solução de antineoplásico preparado em livro de registro exclusivo com termo de abertura, onde constarão: data do preparo, nome completo, número do prontuário do paciente, número sequencial de preparo, diagnóstico, protocolo de referência, quantidade preparada, concentrações do produto; - assegurar destino seguro para os resíduos dos antineoplásicos; - assegurar a observância das normas de segurança individuais e coletivas para a manipulação de antineoplásicos recomendadas em nível nacional e internacional; - compor a equipe multidisciplinar nas visitas aos pacientes submetidos ao tratamento com antineoplásicos; - participar das reuniões, discussões de casos clínicos e atividades didáticas e científicas da equipe multidisciplinar; - possibilitar estágios supervisionados a farmacêuticos e acadêmicos de Farmácia; - dispor de dados quanto à qualidade destes produtos, sobretudo garantindo os seguintes parâmetros: solubilidade, estabilidade, homogeneidade, viscosidade, osmolaridade, esterilidade, teor e pureza. De modo geral, o farmacêutico deve estar presente em todas as atividades envolvendo medicamentos, desde o abastecimento e em cada uma das etapas constitutivas. Isto inclui a conservação e o controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informações sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais da saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional dos medicamentos. 4 - Rotina na Central de Preparo de Antineoplásicos 4.1 - Rotina na Sala de Higienização/Paramentação Sempre ligar o Fluxo Laminar 30 minutos antes de iniciar o preparo dos antineoplásicos. Ensaboar as mãos com sabonete líquido antisséptico, friccionando por 68 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores aproximadamente 15 segundos em todas as suas faces: espaços interdigitais, articulações, unhas e extremidades dos dedos. Enxaguar abundantemente retirando todo o resíduo de sabão. Secar as mãos. Mesmo com a utilização da cabine de segurança biológica, a manipulação de drogas citotóxicas somente deve ser realizada após paramentação adequada. Paramentar-se com os equipamentos de proteção individual padronizados no estabelecimento de saúde. 4.2 - Rotina na Câmara de Preparo de Antineoplásicos Realizar a desinfecção da cabine de segurança biológica (CSB) vertical classe II B2 com álcool 70% ou solução detergente, no sentido de dentro para fora antes de se iniciar a manipulação. Abastecer a cabine de segurança biológica com almotolia contendo álcool 70%, gaze estéril e coletor para quimioterápico de plástico. Abastecer a cabine com os medicamentos que serão preparados para uso. Cobrir a bancada de trabalho com papel absorvente, trocando-o sempre que ocorrer derramamento significativo. Seguir rigorosamente as técnicas de assepsia e biossegurança ao manipular antineoplásicos. Preencher os equipos com soro antes de injetar antineoplásicos, evitando dispersar aerossóis. Assegurar-se que não haja líquido na extremidade superior da ampola e envolvê-la com gaze embebida com álcool 70% antes de quebrá-la. Em liofilizados introduzir no frasco-ampola a seringa do tipo luer-lok com o diluente, e dissolver completamente a solução, evitando o vácuo ou pressão excessiva dentro do frasco e observando critérios de diluição/concentração. Extrair o líquido da ampola e frasco-ampola, observando a dosagem prescrita, utilizando seringa do tipo luer-lok com capacidade superior ao volume a ser aspirado e agulha descartável. Assegure-se de ter aspirado uma quantidade suficiente da droga para dentro da seringa, antes de remover a agulha da tampa do frasco, para evitar ter de perfurar a rolha uma segunda vez. Após a aspiração do líquido, eliminar as bolhas da seringa usando gaze embebida em álcool 70% para recolher as gotículas eventualmente eliminadas e impedir a formação de aerossóis. Se prescrito, injetar o medicamento previamente diluído no soro, protegendo a conexão seringa-soro com gaze embebida em álcool 70%. 69 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Desprezar as seringas e agulhas no coletor de perfurocortantes, juntamente com as ampolas, frascos e frascos-ampola já usados. Rotular cada preparação com rótulos padronizados pelo serviço. Encaminhar o material rotulado para a sala de administração. Identificar e armazenar de forma corretaos medicamentos utilizados parcialmente e que segundo a literatura específica possuem estabilidade. Após o término das preparações, submeter a cabine de segurança biológica a uma nova desinfecção; lavar as mãos; descartar a paramentação descartável na lixeira; desligar o fluxo laminar (30 minutos após o final do trabalho). 5 - Biossegurança na Central de Quimioterapia O Ministério do Trabalho e Emprego publicou, em 2005, a NR 32, que dispõe sobre os requisitos básicos de proteção à saúde do trabalhador em serviços de saúde. É de amplo conhecimento o risco envolvido na manipulação e na administração de antineoplásicos, mas esse é o primeiro documento que regulamenta os equipamentos de proteção e os exames necessários. Os fármacos antineoplásicos são potencialmente mutagênicos, carcinogênicos, teratogênicos, fetotóxicos e esterilizantes. Assim sendo, é necessário que todas as medidas de segurança para os profissionais que atuam na Central de Quimioterapia sejam tomadas. Vários estudos evidenciaram riscos nesses profissionais, tais como, mutagenicidade na urina de enfermeiras que manipulavam drogas citostáticas; aumento na incidência de troca de cromátides irmãs nos linfócitos de enfermeiras que administravam quimioterápicos; sintomas de tontura, náusea, cefaleia, alterações de mucosa, reações alérgicas em manipuladores sem proteção; disfunção hepática em enfermeiras que manusearam antineoplásicos durante muitos anos sem proteção. Estudos realizados até hoje justificam as precauções e extrema cautela quanto ao manuseio de substâncias mutagênicas, assim como as drogas que podem causar irritação da pele e mucosa; o manuseio indiscriminado de excretas, que podem conter concentrações consideráveis de metabólitos ativos de droga, podem oferecer riscos, também aos profissionais de saúde (Quadro 1). As excretas devem ser consideradas 70 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores perigosas ao menos até 48 horas depois de finalizar o tratamento, ainda que este período possa ser variável, dependendo do fármaco. Quadro 1- Excreção de Drogas Antineoplásicas Droga Excreção Asparaginase Traços aparecem na urina Bleomicina 50-80% são excretados como droga ativa na urina em 24h Carmustina A maioria da droga é excretada como metabólito da urina em 24h Clorambucil Menos de 0,5% da droga aparece inalterada na urina após 24h Cisplatina 27-43% da dose são excretadas pelos rins; inicialmente é eliminada como droga inalterada, mas com o tempo os metabólitos também são Ciclofosfamida 30% são excretados na urina como droga inalterada Citarabina Menos de 10% da droga aparecem inalterados na urina dentro de 24h Dacarbazina 50% da droga são excretados de forma inalterada na urina Dactinomicina Apenas levemente metabolizada; 30% da droga são excretados, estando inalterada na urina e fezes dentro de 9 dias Daunorrubicina Metabolizada pelo fígado; 14-23% da droga e dos metabólitos são excretados pela urina dentro de 72h Estreptozocina Quase inteiramente metabolizada no fígado, 60-70% são excretados como metabólito em 24h Etoposido 40-60% são excretados na urina de forma inalterada; e os metabólitos dentro de 48-72 horas; 20-30% são excretados na urina em 24h; 2- 16% são excretados nas fezes na forma inalterada ou como metabólitos dentro de 72h Fluorouracil 15% da droga são excretados na urina como droga intacta em 6 horas Ifosfamida 62% são excretados na forma inalterada e outros 25% como metabólitos Melfalano 13% são excretados na urina como droga inalterada após 24h; 50% da dose são excretados como droga ou metabólitos Mecloretamina Menos de 0,01% é excretado de forma inalterada na urina Metotrexato 75% são excretados de forma inalterada na urina dentro de 8h Mitomicina-C 10% são excretados na urina como droga ativa; uma pequena quantidade é excretada na bile Procarbazina 70% são excretados na urina Os efeitos adversos potenciais da exposição ocupacional a fármacos citostáticos estão baseados na toxicidade destes fármacos e no grau de exposição do manipulador. A 71 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores via de exposição pode ser por inalação, contato e absorção através da pele, ingestão ou perfuração. A inalação e o contato/absorção através da pele são as vias mais comuns de exposição. Os trabalhadores expostos a fármacos perigosos apresentam sintomas agudos, tais como irritação da pele, dor de garganta, tosse, enjoos, dores de cabeça, reações alérgicas, etc. Todos os profissionais que atuam diretamente na central de quimioterapia, incluindo toda a equipe de enfermagem e farmacêuticos, são submetidos à avaliação pelo Médico do Trabalho e exames laboratoriais a cada seis meses, com atenção especial para quaisquer discrasias sanguíneas. Caso ocorram alterações nos resultados, o funcionário passará por uma nova avaliação e, se necessário, será remanejado para outro setor temporariamente ou em definitivo. A manipulação de antineoplásicos é proibida a: gestantes, lactentes, menores, estudantes de enfermagem em seus primeiros trimestres de treinamento, e equipe exposta a raios X (fator de risco adicional). 5.1 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Extensivos aos profissionais que atuam na Central de Quimioterapia: Luvas Cirúrgicas de Látex – devem ser descartáveis, não-entalcadas, usar sempre dois pares. Devem ser trocadas a cada 30 minutos, quando danificadas ou contaminadas, sendo necessária a lavagem das mãos antes e após seu uso. Jaleco – de preferência descartável, impermeável à água e aos aerossóis, fechado na parte frontal, mangas longas e punhos ajustados. Touca – descartável. Máscara – com proteção de carvão ativado que age como filtro químico para partículas de até 0,2 mícron, descartável. Óculos de Proteção – com barreira lateral, recomendado durante a descontaminação da área após acidentes e higienização de frascos e ampolas. Propé – descartável. 72 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fig. 6- Paramentação: touca, máscara, avental, luvas, sapatos fechados Existem dois tipos de contaminação: a pessoal e a do ambiente: Contaminação Pessoal – retirar imediatamente qualquer peça contaminada (luvas, máscaras ou jaleco), lavar a área afetada com água e sabão em abundância (no caso do olho, lavar com água ou solução isotônica por 15 minutos). Notificar. Contaminação do Ambiente * Pequenos vazamentos – até 5 ml. Usar EPI para a limpeza. Se for líquido, secar com gaze absorvente. Se for pó, limpar com gaze umedecida e lavar a área com solução de hipoclorito de sódio 1%, seguida por água limpa. Se houver fragmento de vidro, estes deverão ser recolhidos com uma pequena pá e desprezados no coletor plástico para perfurocortantes. * Grandes vazamentos – isolar toda a área. A região atingida deve ser coberta com panos ou papéis absorventes e gazes para restringir o avanço do líquido. Lavagem tripla com detergente e água em abundância, não sendo recomendados métodos de inativação química dos antineoplásicos. 73 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores * Vazamento na cabine biológica – após proceder como no item anterior, descontaminara cabine com álcool 70%. Se o vazamento atingir o filtro HEPA, lacrar e selar com plástico a cabine e esperar que o pessoal especializado troque o filtro contaminado. Kit de Emergência para Derramamentos: - um par de óculos de proteção; - um par de luvas de procedimento e um par de luvas de cloreto de polivinila; - um jaleco; - uma máscara com carvão ativado; - um gorro; - um par de propé; - panos e papéis absorventes; - gazes; - uma pá; - um saco de lixo de alta densidade (branco leitoso). Desprezar todo o material em um coletor de materiais perfurocortantes de plástico. Este kit deve ser de fácil acesso para toda a equipe da central de quimioterapia. Fig. 7- Kit para derramamento de quimioterápicos 74 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 5.2 - Descarte de Resíduos Citotóxicos Os resíduos devem receber tratamento especial de acordo com a RDC 306/04, que tem como principal objetivo garantir um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores e à preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. O serviço de saúde é responsável por elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos e garantir o destino correto de todos os resíduos. O manejo de resíduos inclui as seguintes etapas: - Segregação: separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, seu estado físico e os riscos envolvidos; - Acondicionamento: ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura; - Identificação: conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo; - Armazenamento temporário: guarda temporária dos recipientes com os resíduos já acondicionados em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa; - Armazenamento externo: guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo, com acesso facilitado para os veículos coletores; - Coleta e transporte externos: remoção dos resíduos do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final; - Disposição final: disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê- los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA 237/97. Os resíduos antineoplásicos são classificados como grupo B, e devem receber identificação de acordo com as normas técnicas da ABNT e tratamento final de acordo com a determinação do órgão ambiente local. 75 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fig. 8- Perfurocortantes plástico localizado dentro da cabine de fluxo laminar As excretas de pacientes tratados com quimioterápicos antineoplásicos podem ser eliminadas no esgoto, desde que haja sistema de tratamento de esgotos na região onde se encontra o serviço, mas quando isso não for possível, deve-se diluir com água abundante e ser eliminado pelo deságue. Sempre será necessário que o pessoal adote medidas de proteção em sua eliminação (luvas e avental) para evitar a contaminação. 6 - Prevenção de Erros A análise de prescrição médica deve ser o momento de maior interferência do farmacêutico, principalmente pela possibilidade de atuar em caráter preditivo. Ele não deve ter como objetivo o exercício do diagnóstico ou da prescrição de medicamentos, consideradas atribuições exclusivas do médico, mas a garantia de que estes medicamentos venham a ser úteis na solução ou alívio dos problemas do paciente. Como deveria ser a checagem para a prevenção de erros desde a chegada da prescrição médica até o produto final conforme a Sociedade Internacional de Farmacêuticos em Oncologia (ISOPP). O ideal seria o farmacêutico receber a prescrição médica via computador ou impressa, mas isso ainda não é a realidade em muitos serviços. A prescrição deveria seguir os princípios: 76 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - todas as medicações escritas pelo nome genérico da droga - nenhuma abreviação deveria ser usada (exemplo: CDDP para cisplatina não é aceitável) - um zero depois da vírgula nunca deve ser usado (exemplo: 2mg e não 2,0mg) - um zero antes da vírgula sempre deve ser usado (exemplo: 0,5mg e não ,5mg) 6.1 - Checagem Clínica É recomendado que antes de preparar a quimioterapia, a prescrição seja checada por um farmacêutico clínico, que entenda de protocolos. 6.2 - Regime Quimioterápico O regime quimioterápico usado deve ser documentado no prontuário do paciente. Uma padronização dos protocolos usados na instituição deve ser desenvolvida. É importante que estes protocolos sejam revisados e atualizados regularmente. Um procedimento padrão deve ser seguido no caso da não concordância com o protocolo padronizado ou o uso de um protocolo não-padrão. Em cada tratamento, o farmacêutico deverá verificar o número do ciclo, dia do ciclo e que o tempo de intervalo apropriado tenha passado desde o tratamento anterior. Qualquer alteração relevante deverá ser documentada. 6.3 - Prontuário do Paciente É recomendado ter um prontuário farmacêutico para todos os pacientes que fazem quimioterapia. Neste prontuário, deveria constar: peso, altura, superfície corpórea, tratamento médico, doença e estágio, protocolo de quimioterapia, objetivo da quimioterapia, medidas laboratoriais relevantes, reações alérgicas e adversas das drogas, e as medicações atuais e passadas. Estas informações devem ser atuais e referentes a cada administração de quimioterapia. 77 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 6.4 - Área de Superfície Corporal O departamento de farmácia deve ter meios de checar a superfície corpórea calculada pelo médico prescritor. Se possível, deveria ser uma função automática do programa de computador usado no processo de prescrições médicas. Qualquer ação corretiva tomada pelo farmacêutico deverá ser documentada. 6.5 - Cálculos de Dose A prescrição deverá ser checada quanto ao protocolo quimioterápico usado. As doses calculadas pelo prescritor deverão ser checadas pelo farmacêutico usando a superfície corpórea e o protocolo usado. As funções hepática e renal do paciente, e possíveis interações medicamentosas, deverão ser consideradas. Qualquer ação corretiva tomada pelo farmacêutico também deverá ser documentada. 6.6 - Pré-medicações Deve ser checado se todas as pré-medicações apropriadas estão inclusas nas prescrições. Pode incluir antieméticos, anti-histamínicos, corticoides e diuréticos. 6.7 - Parâmetros Laboratoriais É recomendado que os parâmetros laboratoriais sejam checados pelo farmacêutico antes de começar as preparações quimioterápicas. Isto inclui exame de sangue completo, abrangendo contagem de células brancas e, quando for o caso, creatinina sérica e clearance de creatinina,testes de função hepática. É preciso ter certeza que as medicações antineoplásicas não serão administradas antes dessa checagem. 78 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 6.8 - Preparação No processo de preparação há várias checagens que deverão ser feitas. Isto inclui uma checagem na montagem dos materiais que serão usados, uma checagem dos cálculos de dose e volume e uma checagem final do produto acabado, incluindo produtos e volumes usados e etiquetados. Tabelas para reconstituição, diluição, estabilidade devem estar disponíveis no momento do preparo. Todos os itens usados na preparação devem estar separados e então conferidos antes de entrarem na cabine de segurança biológica. Neste ponto, uma pessoa deveria checar que a droga correta foi selecionada e que o soro de reconstituição e a bolsa de infusão são apropriados. As condições de armazenamento e as datas de validade de todos os componentes devem ser averiguadas. Os volumes das drogas devem ser calculados pelo manipulador. Se este cálculo for feito eletronicamente, deverá ser checado manualmente. Se o arredondamento de dose for empregado para facilitar o preparo, isto deverá ser documentado e padronizado para os próximos ciclos. Se um volume de droga é adicionado a um soro para infusão, o volume adicionado deve ser documentado pelo manipulador. A assinatura do manipulador deverá estar nas etiquetas de cada preparação. Somente uma medicação deverá estar dentro da cabine de segurança biológica enquanto preparada. Uma checagem do cálculo de volume deve ser feita e o farmacêutico deverá conferir que todos os componentes usados eram adequados. Uma inspeção visual do produto final deverá ser efetuada, inspecionando quaisquer partículas. As etiquetas deverão conter: nome do paciente, número de registro no hospital, droga, dose, volume de soro, tempo de administração, data da preparação, data de validade, condições de armazenamento, observações e assinatura do manipulador. 7 - Documentação Informações atualizadas e revisadas para o uso seguro de medicamentos citotóxicos devem estar disponíveis a todos os profissionais envolvidos no preparo. Orientações sobre toxicidade, tratamento de exposições agudas, solubilidade, e 79 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores estabilidade dos medicamentos antineoplásicos de utilização em sua instituição devem ser prontamente disponibilizadas quando solicitadas. Como documentos essenciais, devemos ter: - Tabelas de diluição e estabilidade química de drogas citotóxicas; - Tabelas de armazenamento para os diferentes produtos comerciais disponíveis; - Tabelas com as características gerais sobre as drogas citotóxicas; - Registro de validação e certificação da cabine; - Registro de limpeza e descontaminação da cabine; - Registro de treinamento dos funcionários; - Estabelecimento de protocolos de tratamento; - Controle de temperatura ambiente e do refrigerador; - Padronização de medicamentos e materiais; - E, se possível, registro de controle microbiológico. 8 - Conclusão Manipular quimioterapia envolve riscos, especialmente quando as recomendações de segurança não são seguidas. O problema da segurança no manuseio dos citostáticos é agravado pela apresentação inadequada de algumas drogas e pela falta de informações completas nas bulas que as acompanham. Todo quimioterápico deveria ser acondicionado em frasco-ampola resistente, sempre que possível já diluído e não em frágeis ampolas. É fundamental que todos os profissionais envolvidos sejam adequadamente informados, treinados e supervisionados no cumprimento das medidas de proteção disponíveis. Por outro lado, cabe aos empregadores oferecerem informações precisas e condições seguras para o preparo, aplicação e descarte dessas drogas. Farmacêuticos e enfermeiros devem cumprir esforços para tornar obrigatório o cumprimento das medidas de proteção. ------------------FIM DO MÓDULO II-----------------
Compartilhar