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Química antineoplásica 3

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Curso de Quimioterápicos e 
Antineoplásicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
81 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
MÓDULO III 
 
 
Administração dos Antineoplásicos 
 
1- Introdução 
 
 Com a descoberta de novos agentes quimioterápicos, os regimes terapêuticos 
têm mudado, mas não deixam de ser tratamentos muito agressivos e com efeitos 
secundários significativos, que influenciam na qualidade de vida dos pacientes. O 
Conselho Federal de Enfermagem recomenda que a administração de quimioterápicos 
seja feita exclusivamente por enfermeiros, de forma a garantir um elevado padrão de 
qualidade. A Sociedade de Enfermagem Oncológica dos Estados Unidos (Oncology 
Nursing Society – ONS) recomenda uma rigorosa rotina de aplicação e sugere um check-
list para administração de quimioterapia (Quadro 1). 
 
Quadro 1- Check-list para Administração de Quimioterapia 
1 - Verifique o estado físico, cognitivo e emocional do paciente e dos familiares; 
2 - Verifique as informações que o paciente tem sobre sua doença e seu tratamento. 
Reveja detalhes do cronograma da quimioterapia, expectativa de efeitos colaterais e 
medidas para enfrentá-los. Forneça orientações por escrito para que possam ser 
consultados posteriormente; 
3 - Verifique as experiências prévias com quimioterapia; 
4 - Pesquise reações alérgicas; 
5 - Verifique se o paciente precisa de orientações adicionais (cateter, autocuidado, etc). 
Cheque se o paciente tem os números dos telefones do médico e/ou da clínica ou 
hospital; 
6 - Confira a prescrição médica: nome da droga, dose, via, velocidade, sequência de 
infusão, data do início do tratamento (D1) e drogas e soros pré-quimioterapia. Questione 
qualquer item que pareça diferente do usual; 
7 - Cheque peso, altura e superfície corpórea e recalcule a dosagem; 
 
 
 
 
 
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8 - Conheça a farmacologia da droga: mecanismo de ação, dosagem usual, via de 
administração, efeitos colaterais agudos e tardios e via de excreção; 
9 - Tenha sempre drogas e equipamentos prontos para emergência e um kit de 
extravasamento para eventual utilização; 
10 - Certifique-se da identidade do paciente antes de aplicar as medicações; 
11 - Reúna o equipamento apropriado para a aplicação. Confira as etiquetas de todas as 
drogas frente à prescrição médica; 
12 - Cheque o acesso venoso. Certifique-se do bom fluxo e refluxo antes de aplicar as 
drogas; 
13 - Aplique inicialmente as pré-medicações: a maior parte delas deve ser aposta 20 a 30 
minutos antes dos antineoplásicos; 
14 - Administre as drogas com destreza e eficiência, de acordo com a prescrição médica 
e a rotina estabelecida pela instituição. Certifique-se se a droga é vesicante ou irritante 
antes de iniciar a aplicação e siga as instruções específicas em caso afirmativo. De 
qualquer forma, evite sempre a infiltração. Em caso de dúvida, interrompa a aplicação e 
estabeleça outra via venosa; 
15 - Evite a aplicação de vesicantes através de veias puncionadas há mais de 24 horas e 
mantê-las com esse tipo de drogas por tempo prolongado; 
16 - Se você não conseguiu puncionar uma veia periférica após duas tentativas, chame 
um colega para substituí-la; 
17 - Não permita que ninguém o interrompa durante a administração da quimioterapia; 
18 - Não encoraje a dependência do paciente a um enfermeiro em particular; 
19 - Sempre ouça o paciente. Os conhecimentos e as preferências do cliente devem ser 
considerados, sempre que possível. Com o decorrer do tratamento os pacientes ficam 
cada vez mais familiarizados com técnicas e dispositivos de punção e suas observações 
podem até ser úteis ao enfermeiro; 
20 - Descarte os dispositivos de punção de acordo com as recomendações de segurança; 
21 - Documente a aplicação de acordo com a rotina da instituição, sem omitir detalhes 
importantes, como via de acesso e hora da aplicação; 
22 - Enquanto administra as drogas aproveite a oportunidade para ensinar e aconselhar o 
paciente e seus familiares. 
 
 
 
 
 
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2 - Vias de Administração 
 
Para a administração da quimioterapia existe a possibilidade de diferentes vias de 
administração em função das características do citostático a ser administrado ou a 
intenção do tratamento. As drogas antineoplásicas podem ser administradas através das 
seguintes vias: oral, intramuscular, subcutânea, endovenosa, intra-arterial, intratecal, 
intrapleural, intraperitoneal, intravesical, intracavitária e tópica. Qualquer que seja a via de 
aplicação, certos cuidados são fundamentais. O primeiro deles é a atenção rigorosa à 
prescrição médica: nome da droga, dose e via de aplicação e identificação completa do 
paciente. 
O segundo cuidado refere-se aos aspectos de segurança relativos ao preparo dos 
quimioterápicos. Os rigores de assepsia e as medidas de proteção ao operador são 
também importantes e indispensáveis durante todo o processo de aplicação dos 
antineoplásicos. O conhecimento da droga nos seus aspectos de diluição, conservação, 
estabilidade, incompatibilidades e fotossensibilidade é essencial. É importante o uso de 
um manual ou bulário que compile essas e outras informações importantes sobre cada 
quimioterápico. Além disso, o enfermeiro deve estar informado a respeito da velocidade 
de aplicação: algumas drogas podem ser administradas em um a dois minutos, entretanto 
outras requerem uma infusão bem mais lenta, sob risco de ocasionar hipotensão severa 
ou reação anafilática. 
Fundamental também é o conhecimento dos efeitos colaterais desses 
medicamentos, especialmente daqueles imediatos à aplicação. Finalmente, o enfermeiro 
deve conhecer cada antineoplásico no seu aspecto relativo à toxicidade dermatológica 
local: quais são vesicantes (provocam irritação severa e necrose local quando infiltrados 
fora do vaso sanguíneo) e quais são irritantes (causam reação cutânea menos intensa 
quando extravasados; porém, mesmo adequadamente infundidos no vaso sanguíneo, 
podem ocasionar dor e reação inflamatória no local de punção e ao longo da veia utilizada 
para aplicação). 
 
2.1 - Administração Via Oral (VO) 
 
 
 
 
 
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A via oral é simples, econômica, não-invasiva e, frequentemente, menos tóxica. 
Algumas drogas têm boa absorção oral em pacientes com trato gastrointestinal sem 
anormalidades. Além disso, para viabilizar seu uso, é necessário que o paciente esteja 
plenamente consciente, livre de vômitos e de dificuldades de deglutição. Vale lembrar que 
a absorção gastrointestinal é mais lenta e menos precisa, o que limita o uso dessa via, 
especialmente nos esquemas de indução de remissão onde o fator tempo é fundamental. 
O manuseio dos quimioterápicos orais também deve ser feito com luvas ou 
evitando-se a colocação dos mesmos diretamente sobreas mãos. Manter o paciente 
informado sobre os efeitos colaterais, porém ressaltar os benefícios decorrentes da 
terapia e a importância da ingestão precisa e correta das drogas. 
 
2.2 - Administração Via Intramuscular e Subcutânea (IM e SC) 
 
A toxicidade dermatológica local de grande parte dos quimioterápicos impede a 
aplicação intramuscular e subcutânea dessas drogas. Além disso, a absorção mais lenta 
e menos precisa constitui-se em mais um fator limitante a essas vias de administração. 
No entanto, com o aparecimento dos agentes biológicos, essas vias de aplicação 
tornaram-se mais rotineiras na terapêutica oncológica. Evitar aplicação de fricção 
excessiva e calor no local puncionado, pois dessa forma podem ocorrer alterações da 
droga e sua absorção. As drogas devem ser diluídas em pequenos volumes de diluentes. 
Em geral, utiliza-se soro fisiológico 0,9% ou água destilada. 
 
2.3 - Administração Via Intra-arterial (IA) 
 
A infusão de drogas antineoplásicas por via intra-arterial destina-se ao tratamento 
de tumores localizados, geralmente inoperáveis, de fígado; membros; cabeça e pescoço; 
cólon; reto; cérebro; pâncreas; bexiga; cérvix uterino; mama; melanoma e sarcomas. 
Permite infusão do quimioterápico em concentração mais alta próximo ao leito tumoral, o 
que pode tornar o tratamento mais efetivo e, possivelmente, menos tóxico em nível 
sistêmico. É utilizada com mais frequência nos casos de tumores de fígado primários ou 
 
 
 
 
 
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metastáticos provenientes de carcinoma gastrointestinal (colorretal principalmente), mama 
e pulmão. 
A escolha da artéria sempre dependerá da localização tumoral, mas, em geral, a 
quimioterapia intra-arterial pode ser feita através da celíaca, femoral, braquial, radial, 
hepática ou carótidas externa ou interna. Intervenções vêm sendo propostas com o 
objetivo de aumentar os níveis da droga no leito tumoral. As duas mais importantes são a 
quimioembolização e a perfusão regional isolada. A quimioembolização consiste na 
associação do quimioterápico a uma substância embolizadora, que pode ser o Lipiodol ou 
o Gelfoam. O primeiro, em geral, é injetado junto com o quimioterápico e o segundo logo 
após. Esses produtos promovem uma vasoconstrição temporária no local que dificulta a 
rápida saída do antineoplásico para a circulação sistêmica, possivelmente garantindo uma 
potencialização do seu efeito antitumoral. 
A morte tecidual desencadeada pelo tratamento pode ocasionar febre e dor 
intensa em área tumoral, que requer tratamento sintomático. Esse procedimento é 
realizado por radiologista vascular. A perfusão regional isolada ou infusão isolada de 
membro é um procedimento geralmente aplicado em membros portadores de sarcoma ou 
melanoma localmente disseminado sem metástases a distância. Trata-se da 
cateterização venosa e arterial do braço ou perna portador da neoplasia, associado ou 
não à hipertermia, com o objetivo de difundir o quimioterápico exclusivamente nessa área, 
evitando a circulação sistêmica da droga. É um procedimento executado em centro 
cirúrgico pelo cirurgião, com apoio do radiologista vascular 
A quimioterapia intra-arterial pode ser realizada através de cateteres temporários 
ou permanentes. Cateteres temporários são implantados, em geral, nos serviços de 
Radiologia Vascular, sob anestesia local ou peridural, através de punção percutânea da 
artéria femoral ou, menos frequentemente em nosso meio, braquial. Os cateteres 
inseridos via braquial são mais apropriados à infusão prolongada, pois não impedem a 
deambulação durante seu tempo de permanência. No entanto, não é permitida a saída do 
leito quando o paciente está com um cateter implantado via femoral. 
Após a aplicação, o cateter deve ser “lavado” com soro fisiológico 0,9%, retirado 
cuidadosamente e o local puncionado submetido à pressão moderada e constante 
durante cinco minutos ou mais, se necessário. As condições circulatórias do membro 
 
 
 
 
 
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envolvido (pulso, cor, perfusão periférica) e o local de punção (sangramento, formação de 
hematoma) devem ser rigorosamente monitorizados nas primeiras horas pós-retirada do 
cateter. Se houver indicação de mais um ciclo de quimioterapia intra-arterial, o paciente 
será submetido à nova internação e punção. Cateteres permanentes estão mais indicados 
para o tratamento dos tumores de fígado. 
O cateter de escolha é o reservatório vascular totalmente implantado ou, como é 
mais conhecido, Port arterial. O fato de permanecer totalmente implantado minimiza a 
possibilidade de infecções, hemorragias e acidentes. O cateter é acessível através de 
punção percutânea com uma agulha especial atraumática (tipo Huber Point) conectada ao 
sistema de bomba de infusão. Após o uso, deve ser heparinizado e, para assegurar a 
permeabilidade constante, as heparinizações devem ser repetidas semanalmente. Com 
esse tipo de cateter pode-se usar bomba de infusão portátil mecânica ou descartável. 
 
2.4 - Administração Via Intratecal (IT) 
 
Grande parte dos agentes antineoplásicos não atravessa a barreira 
hematoliquórica, o que torna difícil o tratamento e a profilaxia da leucemia meníngea e da 
carcinomatose meníngea decorrente do câncer de mama, linfoma e rabdomiossarcoma, 
entre outros tumores. Nesses casos tem lugar de destaque a quimioterapia intratecal, ou 
seja, administração dos antineoplásicos diretamente no líquor cefalorraquidiano. O 
objetivo do tratamento é expor o líquor, meninges e sistema nervoso a uma concentração 
efetiva de antineoplásico. 
Através de punção da coluna lombar, a droga é infundida, em geral, após colheita 
de uma amostra de líquor para exames, dentro da mais absoluta técnica asséptica. As 
aplicações intratecais podem ser diárias, a cada três dias ou semanalmente, dependendo 
do protocolo adotado. A diluição das drogas deve ser feita em soro fisiológico 0,9% 
imediatamente antes da administração. Não devem ser utilizados diluentes 
bacteriostáticos, pois os efeitos colaterais podem ser potencializados. Após a aplicação, é 
aconselhável o repouso nas duas horas seguintes para prevenir a cefaleia. 
O repouso, que deve ser feito preferencialmente em decúbito ventral, evita a 
persistência de drenagem liquórica através do trajeto estabelecido pela agulha, facilitada 
 
 
 
 
 
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em pacientes que assumem imediatamente após a coleta a posição supina. As reações 
mais esperadas com o tratamento são: cefaleia, náuseas e febre, porém podem ocorrer 
manifestações mais sérias relacionadas com a neurotoxicidade e meningite química 
ocasionada pelas drogas, tais como: rigidez de nuca, vômitos, paresias, dor lombar, 
confusão, irritabilidade, vertigem, sonolência e convulsões. 
 
2.5 - Administração Via Intraperitoneal (IP) 
 
A infusão de antineoplásicos diretamente na cavidade peritoneal está indicada 
nos casos de ascite neoplásica e metástases intra-abdominais de carcinoma de cólon, 
ovário e estômago. A quimioterapia intraperitoneal promove a potencialização do efeito 
citotóxico, pois permite contato direto das células neoplásicas com altas concentrações da 
droga. Os resultados benéficos dessa terapia parecem ser mais evidentes em pacientes 
com doença residual mínima ou naqueles que se beneficiam de tratamento adjuvante. Os 
efeitoscolaterais sistêmicos são leves ou tardios, comparados àqueles decorrentes da 
aplicação das mesmas drogas por via endovenosa. 
 Podem ser utilizados cateteres de curta permanência, como o intracath ou o jelco 
ou de longa permanência, como o Tenckhoff ou o Port peritoneal. Cateteres de longa 
permanência são implantados quando há previsão de múltiplas aplicações de 
quimioterapia intraperitoneal. A infusão de quimioterápicos via intraperitoneal segue os 
mesmos princípios da diálise peritoneal: aquecimento das soluções à temperatura 
corporal para prevenir cólicas e ação da gravidade para entrada e saída de fluídos. A 
dosagem prescrita é, em geral, diluída em 500 a 1.000 ml de soro fisiológico 0,9% e 
infundida após paracentese. 
 O tempo de infusão é variável: 10 a 20 minutos em cateteres tipo intracath e 
Tenckhoff e 30 a 45 minutos em cateteres tipo Port puncionados com agulha calibrosa (n° 
19). A infusão pode ser ainda mais lenta nos cateteres totalmente implantados. 
Geralmente o tempo de permanência varia de uma a seis horas e alguns protocolos não 
recomendam a drenagem após esse tempo. Durante esse período o paciente deve ser 
instruído para mudar de posição a cada 20 minutos, de forma a permitir amplo contato da 
droga com toda a cavidade peritoneal. Alguns efeitos colaterais são esperados durante 
 
 
 
 
 
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esse período, tais como dor abdominal, cólicas, náuseas, vômitos, diarreia, desequilíbrio 
hidroeletrolítico, dispneia relacionada com a distensão abdominal e febre baixa. 
 A drenagem é espontânea, exclusivamente pela ação da gravidade. 
Frequentemente ela é demorada, difícil e parcial. As principais causas são o mau 
posicionamento do cateter e a formação de bainhas de fibrina ao longo do lúmen. 
Irrigação forçada com o auxílio de seringa e mobilização do paciente pode aumentar o 
débito da drenagem. Além dos efeitos colaterais descritos anteriormente, a quimioterapia 
intraperitoneal pode causar: anorexia, diarreia, constipação, disúria, peritonite bacteriana 
(pode ser prevenida através de rigorosos cuidados de assepsia no manuseio dos 
cateteres e soluções), peritonite química e efeitos colaterais e toxicidade relacionados 
com a droga infundida (mielodepressão, toxicidade renal, mucosite, etc). 
 
2.6 - Administração Via Intrapleural (I.pl.) 
 
 A quimioterapia intrapleural é indicada para o tratamento de efusões malignas aí 
localizadas. A toracocentese promove alívio da dispneia e permite um diagnóstico preciso 
através da análise do líquido pleural, porém não previne recorrência do derrame. No 
entanto, a associação da toracocentese à aplicação de drogas via intrapleural ou ao 
procedimento de pleuroscopia com talcagem promove uma reação inflamatória entre as 
pleuras, levando-as ao colabamento. Dessa forma, a recorrência do derrame pleural é 
evitada ou, pelo menos, retardada. A escolha da droga para aplicação intrapleural é 
baseada mais no seu potencial para promover esclerose local (irritação e adesão) do que 
no seu potencial efeito antineoplásico. 
 O tratamento é precedido de drenagem pleural e administração de medicamentos 
analgésicos e/ou narcóticos e antitérmicos. A droga antineoplásica é aplicada pelo médico 
enquanto o paciente permanece, geralmente, em decúbito lateral ou sentado com o dorso 
livre e os braços apoiados. O cateter ou o dreno são ocluídos e a droga deve ser mantida 
no espaço pleural durante 20 minutos a duas horas, o que exige mudança de decúbito do 
paciente a cada cinco a 15 minutos, respectivamente. Durante esse período o paciente 
pode apresentar dor pleural intensa; hipertermia; alterações da pressão arterial, da 
frequência e do padrão respiratório e dispneia. 
 
 
 
 
 
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 Após o período de permanência permite-se nova drenagem pleural, espontânea 
ou sob sucção. Em caso de drenagem pleural pequena (< 100 ml em 24 horas), o dreno 
ou cateter pode ser removido e aplicado um curativo compressivo no local. O paciente 
deve ser submetido a uma radiografia de tórax logo após a aplicação da quimioterapia 
intrapleural e no dia seguinte. 
 
2.7 - Administração Via Intravesical (I. V.) 
 
A indicação principal da instilação vesical é o carcinoma de bexiga superficial e 
carcinoma in situ. O tiotepa e a mitomicina agem através de mecanismo irritativo local, 
promovendo esfoliação e descamação do tumor. A doxorrubicina atua como agente 
citotóxico, interferindo com a proliferação das células neoplásicas. O BCG (Bacilo 
Calmette-Guérin) tem atuação mista: causa descamação local e estimula os mecanismos 
imunológicos de reação ao tumor. O BCG parece ser a droga mais efetiva seguida pela 
mitomicina. As aplicações geralmente são semanais por quatro a 12 semanas. 
 Recomenda-se uma restrição hídrica de 8 a 12 horas antes da aplicação. A droga 
é injetada via sonda vesical, diluída em 20 a 60 ml de água destilada ou soro fisiológico 
0,9% sob infusão contínua gota a gota ou em bolus com seringa. Em seguida o cateter 
pode ser retirado ou ocluído e o paciente orientado para reter o volume o maior tempo 
possível e mudar de posição a cada 10 a 15 minutos, de forma a permitir o contato da 
droga com toda a parede vesical. Em geral, o período de permanência é de uma a duas 
horas. Ocorrem com frequência dor e urgência urinária durante o período de permanência 
do medicamento, devido à irritação local. 
 A toxicidade sistêmica da quimioterapia intravesical é pequena se comparada 
com aplicações endovenosas das mesmas drogas e dosagens. Outras manifestações 
sistêmicas são: eritema palmar (mitomicina); alergia cutânea (doxorrubicina); febre com 
calafrios, sintomas semelhantes à gripe, astenia, pneumonite, hepatite (BCG). A 
toxicidade local é decorrente da cistite química desencadeada pela droga, manifestada 
através de irritação da mucosa vesical, hematúria transitória, urgência urinária, polaciúria, 
disúria, dermatite e eritema da genitália externa. Esses efeitos são mais frequentes com o 
BCG e a doxorrubicina. 
 
 
 
 
 
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2.8 - Administração Via Endovenosa (E. V.) 
 
Trata-se da via mais comum de administração da terapêutica oncológica. Em 
relação às vias oral, intramuscular e subcutânea, a aplicação endovenosa é mais segura 
no que se refere ao nível sérico da droga e sua absorção. No entanto, requer cuidados 
especiais, principalmente quando se administram quimioterápicos vesicantes, ou seja, 
capazes de ocasionar inflamação intensa e necrose tissular quando infiltrados fora do 
vaso sanguíneo. Além disso, o caráter prolongado dos tratamentos oncológicos, às 
fragilidades vascular e, cutânea, comuns nesse grupo de pacientes, as trombocitopenias 
frequentes e o desgaste progressivo da rede venosa periférica, decorrente da própria 
quimioterapia, exigem rigoroso conhecimento e habilidade técnica do profissional que 
aplica essas drogas. 
 
2.8.1 - Técnicas de Administração 
 
A Administração através da rede venosa periférica é a mais comum em nosso 
meio. Os fatores mais importantes que determinam a escolha do tipo de cateter são os 
seguintes: 
- Fatores relacionados ao paciente: a idade, tipo de vias venosas do paciente, as drogas 
que serão administradas, as limitações físicas e o estado mental, a alteração da imagem, 
o diagnóstico, a capacidade do pacienteem manter o cateter, suas preferências, etc; a 
comorbidade do paciente também deve ser levada em consideração: problemas 
circulatórios, afecções ou lesões locais, outros tratamentos (radioterapia, cirurgia); 
- Fatores relacionados ao tipo de cateter: o tipo de cuidado que requer cada cateter 
determina se esse tipo é adequado para um paciente específico (o tipo de paciente, 
tratamento, etc); 
- Fatores relacionados ao tratamento: avaliar se o fármaco é vesicante, a duração do 
tratamento, doses, o volume de infusão e a concentração são fatores essenciais; 
- Fatores relacionados aos profissionais: habilidade e treinamento dos profissionais, 
protocolos de cada instituição, disponibilidade de recursos. 
 
 
 
 
 
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 Os antineoplásicos podem ser administrados em bolus ou sob infusão contínua. A 
escolha entre essas duas formas de aplicação dependerá da droga e do vaso sanguíneo 
escolhido. Em geral, aplicam-se sob infusão contínua, quimioterápicos capazes de 
ocasionar hipotensão arterial, reações alérgicas e/ou fenômenos dolorosos e inflamatórios 
intensos ao longo da veia puncionada. Além disso, drogas ciclo celular específicas 
tornam-se mais efetivas quando administradas sob infusão contínua, pois dessa forma 
garante-se uma concentração sérica mínima, porém constante do quimioterápico, 
favorecendo a exposição de um número maior de células naquela fase particular 
vulnerável ao citostático. 
 A administração em bolus é feita através de seringa e em velocidade não superior 
a 15 minutos. Aplicações mais prolongadas, em geral, contraindicam a colocação do 
quimioterápico na seringa – devem ser diluídos em soro e aplicados sob infusão contínua, 
ou seja, gota a gota. Para a aplicação dos quimioterápicos sob infusão contínua devemos 
diluí-los em soro (em geral glicosado 5%, fisiológico 0,9% ou em água destilada, com 
eletrólitos ou manitol, se prescritos e compatíveis). O volume de diluente é 
frequentemente especificado na prescrição médica. 
 A veia puncionada deve receber inicialmente o soro livre do quimioterápico e 
somente após se ter a certeza das boas condições de infusão do vaso deve-se 
acrescentar a droga ou o soro contendo a droga. Deve-se evitar a aplicação de mais de 
um quimioterápico simultaneamente devido aos riscos de incompatibilidade e reações, 
porém, se prescritos dessa forma, verificar previamente se não existem contraindicações. 
Pode-se infundir exclusivamente o soro contendo o quimioterápico através de equipo tipo 
macro ou microgotas ou equipo tipo bureta microgotas ou paralelamente a outro soro de 
hidratação, com o auxilio de um equipo conector em y. Quimioterápicos vesicantes não 
devem ser administrados sob infusão contínua através de rede venosa periférica sem o 
recurso de um cateter central, ou seja, cateter cuja extremidade atinja as proximidades do 
átrio direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 - Extravasamento de Quimioterápicos 
 
Podem ser relacionadas as principais complicações locais associadas à 
administração dos quimioterápicos por veia periférica: flebite, urticária, vasoespasmo, dor, 
eritema, descoloração ou hiperpigmentação venosa e necrose tecidual secundária ao 
extravasamento. O extravasamento se define como a saída de líquido intravenoso para 
espaço perivascular e subcutâneo, causado por fatores próprios do vaso, ou acidentais, 
derivados do desprendimento da cânula para fora do lugar de venopunção. Os tecidos 
adjacentes nos quais penetra o tóxico apresentam uma baixa capacidade de 
neutralização e de diluição do mesmo, o que permite que sua ação agressiva persista, 
causando lesões de gravidade dependente das características tóxicas do citostático, dos 
excipientes e da quantidade extravasada (definida pela concentração da solução e da 
quantidade do fármaco extravasado). 
Mesmo sendo pouco frequentes, suas consequências podem ser muito graves, 
chegando a ser necessária, em alguns casos, a intervenção cirúrgica. Os maiores 
problemas acompanham as drogas vesicantes e irritantes. O Quadro 2 mostra a 
capacidade de agressão do tecido pelas drogas citostáticas. Devido às graves 
consequências que o extravasamento de alguns destes fármacos podem produzir, as 
medidas devem ser dirigidas a evitar sua ocorrência. 
 
Quadro 2 - Capacidade de agressão tissular dos citostáticos 
Vesicantes Irritantes Irritantes Leves 
Actinomicina D Bleomicina Asparaginase 
Cisplatina* Bortezomib Citarabina 
Daunorrubicina Bussulfano Cladribina 
Doxorrubicina Carboplatina Fludarabina 
Epirrubicina Carmustina Gencitabina 
Idarrubicina Ciclofosfamida Irinotecano 
Mitomicina-C Cisplatina Melfalano 
Mitoxantrona Dacarbazina Metotrexato 
Paclitaxel Docetaxel Pemetrexed 
 
 
 
 
 
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Vimblastina Doxorrubicina Raltitrexato 
Vincristina Etoposido Topotecano 
Vinorelbina Fluorouracil 
 Ifosfamida 
 Oxaliplatina 
 Teniposido 
* Considera-se vesicante quando há o extravasamento de mais de 20 ml ou em concentrações superior a 
0,4 mg/ml. 
 
 
 Quimioterápicos vesicantes provocam irritação severa com formação de vesículas 
e destruição tecidual quando extravasados, ou seja, infiltrados fora do vaso sanguíneo. As 
figuras abaixo (1, 2 e 3) mostram lesões após extravasamento de medicamento citostático 
vesicante. 
 
Fig. 1 - Lesão ocasionada por extravasamento de quimioterápico vesicante 
 
 
Fig. 2 - Lesão extensa em região de punho após extravasamento de doxorrubicina 
 
 
 
 
 
 
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Fig. 3 - Lesão grave ocasionada pela infiltração de doxorrubicina em quantidade e concentração elevadas 
 
 
 Quimioterápicos irritantes causam reação cutânea menos intensa quando 
extravasados (dor e queimação sem necrose tecidual ou formação de vesículas); porém, 
mesmo que adequadamente infundidos, podem ocasionar dor e reação inflamatória no 
local de punção e ao longo da veia utilizada para aplicação. O extravasamento de um 
fármaco citostático produz os seguintes sintomas locais: inflamação, eritema, dor, coceira, 
ardência. Estes sintomas se confirmam por diminuição do fluxo da infusão e não têm por 
que produzir-se no mesmo ponto da injeção, este pode ser verificado em um ponto da 
veia diferente da venopunção, relacionado com extrações sanguíneas ou venopunção 
prévia em um ponto distal da mesma veia. 
 Também se podem observar sinais de extravasamento no local onde foi 
produzido um extravasamento prévio, ao administrar novamente o mesmo citostático 
ainda que seja em local diferente (fenômeno do “recall”). É possível que o paciente não 
apresente nenhum sintoma ou que estes sejam leves. Em ocasiões, a lesão por 
extravasamento não se manifesta imediatamente, mas até cerca de quatro a 12 semanas 
depois da administração. O extravasamento pode ser confundido com certas reações 
adversas próprias dos citostáticos (flebites, agregada a dor local e vasoespasmos, 
reações de hipersensibilidade, etc). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.1 - Tratamento do Extravasamento 
 
 Quando ocorre um extravasamento, é importante agir o mais rápido possível. As 
medidas gerais que devem ser tomadas e que são aplicáveis a todos os citostáticos são 
as seguintes: 
- suspender a administração do agente citostático sem retirar a via de perfusão, 
- localizar o kit de extravasamento e ler as instruções correspondentes às medidas gerais 
e as que se referem ao fármaco extravasado, 
- avisar o médico responsável, 
- utilizar, se procede, medidas específicas de tratamento de extravasamento, 
- retirar a via de administração, limpar a área extravasada com povidona iodada, 
- manter a extremidade afetada levantada, para melhorar o retorno venoso e reduzir o 
edema durante aproximadamente 48 horas, 
- não utilizar ataduras na área extravasada, 
- em caso de dor, pode ser necessário utilizar analgésicos, 
- nos casos em que ocorra descamação cutânea significativa ou ulceração existe o risco 
de infecção; neste caso, é recomendado realizar controles periódicos e, em caso de 
suspeita de infecção, iniciar antibioticoterapia, 
- realizar controle durante 24 a 48 horas e semanal após o extravasamento em pacientes 
hospitalizados. Encaminhar ao médico os pacientes ambulatoriais que, após 48 horas, 
relatarem dor persistente, 
- registrar e documentar o incidente, 
- evitar a fotoexposição da área afetada caso o fármaco extravasado seja dacarbazina, 
fluorouracil ou mitomicina. 
 O melhor tratamento para as reações de extravasamento é a prevenção. O 
Quadro 3 descreve o kit de extravasamento que deve estar em todas as unidades onde 
medicamentos antineoplásicos são administrados. E o Quadro 4 mostra todos os 
antídotos e como usá-los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 3 - Kit de extravasamento 
Localização - unidades de hospitalização 
 - ambulatório 
 
Composição - protocolo de tratamento do extravasamento do hospital que inclui a 
classificação dos citostáticos segundo sua agressividade. 
- antídotos específicos: DMSO, tiossulfato sódico 1/6M, hialuronidase 
150UI. 
 - bolsas de frio e calor seco. 
- material de administração: seringas de insulina e de 5 ml, agulhas 
SC e IV, compressas de gaze estéril, luvas estéreis. 
 - antisséptico (polivinilpirolidona iodada ou álcool a 70%). 
 - folha de registro. 
Importante: deve-se repor o kit cada vez que seja utilizado. Também deve-se observar a validade dos 
antídotos e substituí-los quando vencidos. 
 
Quadro 4 - Antídotos 
Citostático Antídoto 
Doxorrubicina DMSO a 99% tópico no dobro da área afetada, deixar 
Daunorrubicina secar, a cada 6 horas, 14 dias. Frio local durante 60 min., 
Mitomicina a cada 8 horas, durante 3 dias. 
Mitoxantrona 
_______________________________________________________________ 
Cisplatinaa Tiossulfato sódico 1/6M de 2-5 ml 
Dacarbazinab 
_______________________________________________________________ 
Etoposido Hialuronidase 150 UI (em 3 ml de SF0,9%), via SC, em 6 
Ifosfamidab punções de 0,5 ml ao redor da área afetada. 
Teniposido 
_______________________________________________________________ 
Vimblastina Hialuronidase 150 UI (em 3 ml de SF0,9%), via sc, em 6 
 
 
 
 
 
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Vincristina punções de 0,5 ml ao redor da área afetada. 
Vinorelbina Calor seco moderado, durante 30 minutos depois de aplicar 
Vindesina a hialuronidase. 
a Somente se a concentração for superior a 0,4 mg/ml ou o volume extravasado for superior a 20 ml. 
b Somente se persistirem sinais de extravasamento ou progressão da lesão em 12-24 horas. 
 
 
FRIO: O resfriamento da área de infiltração resulta em vasoconstrição, que tende a 
restringir a absorção da droga, assim evitando os efeitos locais. Compressas geladas 
devem ser aplicadas, se possível devem ser flexíveis e não congeladas, evitando 
pressionar o local. Na bibliografia existem diferentes condutas de aplicação do frio: 
durante 15 minutos a cada 4-6 horas durante 72 horas, a cada 30 minutos durante 24 
horas, uma hora a cada 8 horas durante três dias, etc. Quase 90% dos extravasamentos 
são tratados com frio e não requerem outra terapia. 
CALOR: Para a aplicação de calor são utilizadas compressas quentes, nunca calor 
úmido, pois estes podem produzir maceração do local; deve-se evitar pressionar. 
DIMETILSULFÓXIDO (DMSO) 90-99%: Administrar de 1 a 2 ml topicamente ao redor do 
ponto de extravasamento, sobre uma superfície correspondente ao dobro da área afetada 
e deixar secar naturalmente. Não pressionar ou enfaixar o local. Repetir a cada 6 horas 
durante 14 dias. Avisar o paciente sobre a possibilidade de alteração de sabor e odor no 
alimento, assim como de ressecamento da pele no local onde for aplicada a solução de 
DMSO. 
TIOSSULFATO SÓDICO 1/6M: Se for possível, extrair o citostático por cateter, 
administrar a solução de tiossulfato por ele; se não for possível, dar no mínimo 2 ml por 
cada mg de fármaco extravasado. Geralmente se ministra de 2 a 5 ml, repetindo a 
administração nas cinco horas seguintes. 
HIALURONIDASE: Administrar 150 UI de hialuronidase (em 3 ml de SF0,9%) em 
punções subcutâneas, 6 punções de 0,5 ml, ao redor do local extravasado. 
 
Importante: quando os antídotos são administrados por via subcutânea não devem ser 
mais de 0,5 ml por ponto de punção. 
 
 
 
 
 
 
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Extravasamento de citostáticos e cateter central ou dispositivo implantado: 
- aconselha-se efetuar uma radiografia com contraste através do cateter se há suspeita da 
existência de alguma alteração. 
- se o extravasamento já tenha ocorrido, deve-se tentar aspirar ao máximo de citostático. 
- a administração de antídotos através do cateter não está claramente indicada. 
- a dor ou evidência de lesão tissular aconselham a retirada imediata e a procura pelo 
serviço médico-cirúrgico. 
 
4 - Uso de Cateteres 
 
 O uso constante da rede venosa para aplicação de quimioterápicos, soros, 
antibióticos, sangue e seus derivados e para coleta destinada à realização de exames 
laboratoriais leva a problemas cada vez mais sérios de visualização e punção do vaso. 
Associadas a isso, a fragilidade capilar, a desnutrição e a esclerose venosa, decorrentes 
da própria doença ou do tratamento, agravam o problema de acesso vascular. Por outro 
lado, têm-se os pacientes com boa rede venosa periférica, porém com previsão de 
tratamento quimioterápico prolongado. 
 Em todos esses casos os cateteres periféricos curtos (scalp e jelco, por exemplo) 
vão cedendo lugar aos cateteres mais longos, preferencialmente centrais, tunelizados ou 
não tunelizados e aos totalmente implantados. São dispositivos que vem sendo utilizados 
crescentemente em onco-hematologia. São inúmeras e indiscutíveis as vantagens dos 
cateteres; no entanto, podem desencadear grandes riscos e complicações, tornando seu 
uso desvantajoso. Podem-se colocar como desvantagens os riscos de infecção local ou 
sistêmica e a trombose venosa. Devem-se observar quatro aspectos: 
 
Indicação Precisa e Criteriosa – Consideram-se os seguintes aspectos: relacionados ao 
tratamento (duração, número de aplicações, grau de mielodepressão associada); 
condições de rede venosa periférica (quantidade e qualidade das veias de membrossuperiores); econômicos (os cateteres são importados, caros, nem sempre “cobertos” 
pelos convênios); sociais (o paciente e/ou familiares devem estar aptos a receber 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
treinamento de manuseio e absorver orientações específicas) e emocionais (presença do 
“pânico” de picadas, questões de autoimagem relacionadas à presença do dispositivo). 
Adequada Seleção do Cateter – Os cateteres podem ser classificados pela previsão de 
durabilidade, o que os divide em dois grandes grupos: os de curta e os de longa 
permanência. Em geral, cateteres de longa permanência são de silicone, implantados 
cirurgicamente, e tem trecho tunelizado. 
Técnica de Implantação Segura – O posicionamento, a funcionalidade e a fixação do 
cateter devem ser observados durante sua implantação: um cateter central deve estar 
adequadamente posicionado, com excelente infusão e refluxo sanguíneo e seguramente 
fixado. Na implantação de um cateter é preciso pesar os riscos e benefícios de uma 
implantação em área com menores riscos de infecção frente aos riscos de complicações 
mecânicas. 
Manuseio Correto – Todos devem conhecer os riscos associados a uma manipulação 
incorreta. Nesse aspecto, é de fundamental importância a definição de normas e rotinas 
de manuseio que sejam práticas e padronizadas para todas as unidades de atendimento. 
 
Os cateteres periféricos constituem-se na opção mais econômica, rápida e 
comum de acesso vascular. Suas principais limitações são: drogas vesicantes sob infusão 
contínua prolongada, má-qualidade da rede venosa periférica (em número e/ou qualidade 
de veias disponíveis para punção) e problemas emocionais ligados à punção (medo de 
agulha). 
 A taxa esperada de infecção com esse tipo de cateter é de aproximadamente 
10% e de flebite em torno de 30%, mas esses valores variam amplamente de acordo com 
o material do qual são constituídos, seu tamanho (diâmetro e comprimento), local de 
inserção, características da medicação infundida e tipo de paciente (diabético, 
imunossuprimido, etc). Lembrar que a flebite nem sempre é infecciosa: frequentemente 
ela é físico-química ou mecânica, isto é, decorrente de fenômenos irritativos 
desencadeados pela droga ou pelo dispositivo. No entanto, a flebite pode aumentar o 
risco de infecção relacionada ao cateter. 
 
 
 
 
 
 
 
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4.1 - Cateter Periférico 
 Os cateteres periféricos constituem-se na opção mais econômica, rápida e 
comum de acesso vascular. Suas principais limitações são: drogas vesicantes sob infusão 
contínua prolongada, má qualidade da rede venosa periférica (em número e/ou qualidade 
de veias disponíveis para punção) e problemas emocionais ligados à punção. A taxa 
esperada de infecção com esse tipo de cateter é de aproximadamente 10% e de flebite 
em torno de 30%, mas esses valores dependem do material do qual são constituídos, seu 
tamanho, local de inserção, características da medicação infundida e tipo de paciente. 
 
4.2 - Cateter Central de Implantação Periférica 
 
Os cateteres centrais de implantação periférica (PICC) são inseridos na veia 
cefálica ou basílica através de punção percutânea em membro superior e atingem a veia 
cava superior. Representam uma alternativa quando se quer evitar a punção e 
cateterização das veias subclávia ou jugular. Suas principais vantagens são: menores 
chances de complicações mecânicas, mais baratos que os demais cateteres centrais, 
podem ser inseridos por enfermeiro treinado e menores índices de flebite, infiltração e 
saída acidental que os cateteres periféricos curtos. A flebite associada ao PICC gira em 
torno de 2,2% a 9,7%. O tempo de permanência é acima de 300 dias. 
 
4.3 - Cateter Central Não-tunelizado 
 
São os cateteres implantados com mais frequência, especialmente em pacientes 
de unidades críticas. Podem ser de um, dois ou mais lumens. A multiplicidade de lumens 
facilita a administração concomitante de soluções, porém parece estar associado a um 
aumento nos índices de infecção. Isso pode ser explicado pelo trauma cutâneo maior na 
implantação desse tipo de cateter e pelo aumento de manipulação decorrente da 
multiplicidade de lumens. O melhor local para implantação é a veia subclávia: os índices 
de colonização e infecção de cateteres nessa área são menores. No entanto, as 
complicações e riscos na implantação em jugular são menores. 
 
 
 
 
 
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 As principais complicações decorrentes da implantação e manutenção desses 
cateteres são: pneumotórax, hemotórax, punção de artéria carótida, enfisema 
subcutâneo, fenômenos tromboembólicos e infecção. Os principais cuidados com os 
cateteres centrais não-tunelizados são: o curativo, a heparinização e a troca da tampa. 
 
4.4 - Cateter Central Tunelizado 
 
É considerado um cateter de longa permanência e tem sido indicado com 
frequência em pacientes onco-hematológicos. Permitem qualquer tipo de infusão e coleta 
de sangue. Os cateteres centrais tunelizados são geralmente de silicone, revestidos por 
uma camada de teflon para assegurar-lhes maior resistência e durabilidade. Em geral, os 
índices de infecção reportados com esse tipo de cateter são significativamente menores 
do que aqueles atribuídos aos cateteres centrais não-tunelizados. Os principais cuidados 
com os cateteres centrais tunelizados são: o curativo, a heparinização e a troca da tampa. 
 
Fig. 4- Cateter central tunelizado de duas vias 
 
 
4.5 - Cateter Totalmente Implantado 
 
Os cateteres totalmente implantados, ou, como são conhecidos em nosso meio, 
os Ports ou Port-a-caths, tem boa aceitação entre os pacientes por dois motivos 
principais: não requer cuidados domiciliares e sua interferência em autoimagem é mínima, 
pois o dispositivo não se exterioriza. 
 
 
 
 
 
 
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Fig. 5- Cateter Port-a-cath 
 
 
 Entre os cateteres de longa permanência o Port figura como o dispositivo com 
menores taxas de infecção de corrente sanguínea relacionada ao cateter. O acesso a 
esse tipo de cateter é feito através de punção da pele sobre a câmera puncionável ou 
reservatório, constituído, em geral, de aço inoxidável (menos indicado), titânio ou plástico 
e borracha de silicone puncionável em sua parte superior. 
 
 
 
Fig. 6- Cateter puncionado 
 
 
 A agulha utilizada para punção deve ser do tipo Huber Point, que ocasiona menor 
traumatismo à membrana de silicone, permitindo um número maior de punções. Quando 
há previsão de permanência da punção por mais de 12 horas, deve-se optar por agulhas 
de Huber de longa permanência, ou seja, aquelas que possuem uma pequena extensão 
que facilita a manipulação e fixação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fig. 7- Agulha de Hubber 
 
 
 A punção desses cateteres deve ser feita por profissional treinado, 
preferencialmente enfermeira, obedecendo a rigores absolutos de assepsia e rotina 
preestabelecida. 
 
5 - Sistemas de Administração 
 
Existemdiferentes sistemas de administração de quimioterapia, seja para infusão 
no hospital ou no domicílio do paciente. Enquanto no meio hospitalar, a utilização da 
bomba de infusão volumétrica permite a administração dos tratamentos à velocidade 
desejada, permitindo o controle dos volumes dos administrados, e com um sistema de 
alarme que permite detectar falhas durante a infusão. Existem diferentes tipos de equipos 
para a administração de quimioterapia que podem ser acoplados às bombas de infusão, 
caso seja necessário. 
 No caso de fármacos fotossensíveis e que precisam ser resguardados da luz, no 
caso de infusões longas, deverão ser utilizados equipos opacos. Outros tipos de 
fármacos, como os taxanos, necessitam de equipos de administração de baixa absorção 
ou livres de PVC. Na administração de fármacos como cetuximab deverão ser colocados 
filtros (0,22 micros) adicionais durante a infusão. Existem no mercado, além dos equipos 
de infusão convencionais, equipos em forma de árvore para a infusão de diferentes 
citostáticos que permitem administrar os tratamentos com segurança durante a 
manipulação dos citostáticos, de forma que é inexistente o contato do pessoal com o 
citostático. 
 
 
 
 
 
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 Quando a apresentação para a administração é em bolsa, recomenda-se que a 
seringa tenha uma conexão luer-lok para minimizar o risco de contaminação durante a 
administração do citostático. Na administração das infusões contínuas existe a 
possibilidade de realizá-las em domicilio, sem internação do paciente, já que existem 
diferentes sistemas de infusão que permitem e facilitam a administração dos tratamentos, 
sempre contando com um acesso venoso central. Os sistemas de infusão contínua 
ambulatorial compreendem as bombas, de infusão e os infusores. 
- Bombas de seringa: são um sistema menos cômodo em geral para o paciente e o 
volume de infusão é limitado; 
- Bombas implantáveis: seu uso é pouco habitual e em enfermidades muito distintas; 
- Bombas elastoméricas: são um sistema de infusão sem baterias, é menos exato, mas 
para o paciente são mais rápidos, cômodos, seguros e mais simples de controlar; 
- Bombas peristálticas; 
- Bombas de infusão ambulatoriais: os dispositivos que funcionam com bateria dispõem 
de uma programação do ritmo de infusão, volume, etc, também possuem um sistema de 
alarme no caso de finalização do tratamento, quando é necessário trocar as baterias ou 
quando ocorra algum problema relacionado à infusão. 
 
6 - Prevenção de Erros na Administração 
 
Os erros relacionados a medicamentos constituem uma das principais causas de 
episódios adversos nos hospitais; destes, um alto percentual está relacionado à 
administração de medicamentos. Por causa do estreito intervalo terapêutico e do alto 
risco, os medicamentos quimioterápicos devem ser administrados com cautela. Antes da 
administração, deve ser revisado: 
- O protocolo de tratamento: hidratação, pré-medicação, duração do tratamento, 
fármacos, doses, ordem de administração dos fármacos e via de administração; 
- O nome do paciente, número de histórico clínico – doses e fármacos contidos na 
prescrição médica; 
- Observar as características do fármaco quanto à estabilidade, diluição, soros 
compatíveis e incompatíveis; 
 
 
 
 
 
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- Potenciais complicações se o fármaco é vesicante, emeses, efeitos colinérgicos, 
nefrotoxicidade, cardiotoxicidade, reações alérgicas, etc; 
- No momento da administração, certificar-se da correta identificação do tratamento para 
cada paciente. A avaliação e identificação do paciente devem estar afixadas em local 
visível; 
- Antes da administração do medicamento: devem-se conferir as doses, via e hora de 
administração e avaliar o tratamento e a situação do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-------------FIM DO MÓDULO III-------------

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