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15 AfeC90es dos Ouvidos e Anexos 15.1. Anatomia e considera~oes gerais. As afecc;:6esdos ouvidos do equino, embora pouco frequen- tes, quando ocorrem, revestem- se de grande importancia devi- do as dificuldades de tratamen- to e os riscos de produzirem se- quelas quanto a estetica do pa- vilhao auricular, reduzindo 0 va- lor comercial do animal. Anatomicamente, 0 ouvido e dividido em tres partes: ouvido externo, ouvido medio e ouvido interno. o ouvido externo e formado pelo pavilhao auricular ou orelha, conduto auditivo externo e a face externa da membrana timpanica, cuja func;:aoessencial e a de re- ceber as ondas sonoras. A orelha ou pavilhao auricu- lar capta as ondas sonoras e possui uma forma caracterfsti- ca para cada especie ou rac;:a.E. constitufda por pele, musculos e cartilagens; por possuir gran- de mobilidade, funciona como captadora de sons e rufdos, bas- tando lembrar que quando 0 cavalo "murcha" as orelhas e porque percebeu a presenc;:ade movimentos, pelo rufdo, em seu posterior, significando geral- mente que pode escoicear. o conduto auditivo externo tem a func;:ao de conduzir as ondas sonoras desde a orelha ate a membrana timpanica. Pos- sui glandulas ceruminosas, se- baceas e tubulosas, alem de dois grupos de musculos inerva- dos por ramos do nervo facial. A membrana timpanica e formada por um tabique mem- branoso que separa 0 ouvido externo do medio e transmite as ondas sonoras, chegadas pelo conduto auditivo, aos ossfculos do ouvido medio. o ouvido medio e formado pela ampola timpanica com seu conteudo, os ossfculos e a trom- pa de Eustaquio, que termina na faringe em um divertlculo cha- mado bolsa gutural, cuja fisio- logia ainda nao esta absoluta- mente bem definida. A trompa auditiva ou de Eus- taquio comunica a cavidade tim- panica com a faringe at raves da bolsa gutural que se admite ter como func;:aomanter a pressao do ar na ampola do tlmpano, igual a pressao atmosferica. Os ossfculos do ouvido me- dio san: martelo, bigorna e es- tribo; transmitem as vibrac;:6es da membrana timpanica ate a perilinfa do labirinto. o ouvido interno ou labirinto consta de uma parte acustica, o orgao vestibular. 0 caracol possui receptores do sentido da audic;:ao,e 0 orgao vestibular a da manutenc;:ao do equillbrio do corpo do animal. 15.2. Lesoes traumaticas do pavilhao. Dos processos traumaticos do pavilhao auricular san relati- vamente comuns os ferimentos causados por arames ou devi- dos a conten<;ao, que por habi- to err6neo se faz torcendo a orelha do cavalo com a mao ou cordas. As feridas cutaneas simples e regulares do pavilhao auricu- lar san tratadas por limpeza com solu<;6es anti-septicas como If- quido de Dakin, agua oxigena- da 10 volumes ou alcool iodado, ou suturadas para que possa ocorrer uma cicatriza<;ao por primeira inten<;ao. As feridas do pavilhao auri- cular san inc6modas devido a intensa exsuda<;aoe fatem com que 0 animal agite ou friccione constantemente a cabe<;a, de- vido ao ataque de moscas. Como a regiao e intensamente vascularizada, pode dar a im- pressao de que 0 ferimento e muito mais grave do que 0 e na realidade, tornando-se necessa- rio, caso haja hemorragia, a compressao digital do vasa ou o garroteamento da base da orelha ate que se possa fazer uma avaliac;:aoda extensao do processo, para em seguida rea- lizar-se 0 curativo. As feridas infectadas san tratadas como feridas de cica- triza<;ao por segunda intenc;:ao. Frequentemente, os ferimentos apresentam miiases e degene- ra<;ao da cartilagem da orelha que, em razao da extensao da ferida, podera atrofiar-se, dei- xando 0 cavalo "troncho". o tratamento deve ser reali- zado retirando-se inicialmente as larvas de mosca e apticac;:ao na lesao de substancias larvi- cidas. Em seguida, remova todo o tecido necrosado, inclusive restos de cartilagem, raspando Figura 15.1 Atrofia da cartilagem auricular. a ferida com uma lamina; lave-a bem com soluc;ao anti-septica e aplique pomada cicatrizante e repelente que pode ter a se- guinte formulac;ao: a. 2 partes de 6xido de zinco. b. 1 parte de sulfa em p6. c. 1 pitada de triclorfon p6 ou outro larvicida em p6. d. Adicione 61eo de ffgado de bacalhau ate adquirir consis- tencia "cremosa". Os curativos devem ser dia- rios,ate que ocorra a epitelizac;ao da lesao, e nao se esquec;a de introduzir um chumac;o de algo- dao no fundo do conduto auditi- vo quando for realizar 0 trata- mento; este procedimento tem a finalidade de impedir 0 escoa- mento do anti-septico para 0 conduto do ouvido externo. Nao se esquec;ade retira-Io logo apos o curativo. 15.3. Parasitos e corpos estranhos. Os equinos, com muita fre- quencia sofrem 0 ataque de carrapatos da especie Ano- center nitens, que se instalam em grande quantidade na face interna do pavilhao auricular, causando graves les6es. Este carrapato, durante 0 perfodo de succ;ao,por se alimentar de san- gue para 0 seu desenvolvimen- to, secreta, atraves de seus or- gaos bucais, uma substancia If- quida, que ao secar se asseme- Iha a sangue coagulado, causan- do intensa irritac;ao local. Fre- quentemente, ocorre invasao baderiana no ferimento provo- cado pelas picadas, e esta in- fecc;ao, associada a irritac;ao produzida pelos carrapatos, de- termina les6es deformantes ou mutilantes da cartilagem da ore- Iha, podendo ocorrer ate ne- crose. Ouando ocorre necrose, as orelhas podem ficar cafdas e o cavalo ser denominado de "troncho". o tratamento e realizado atraves do uso de carrapaticidas por aspersao, ou somente local, quando 0 unico ponto de inva- sac e as orelhas, polvilhando-se carrapaticida po. As les6es de- vem ser tratadas com anti-sep- ticos e pomadas cicatrizantes. o controle profilatico atraves de banhos carrapaticidas em animais infestados e a higie- nizac;ao das orelhas com limpe- za e corte dos pelos a cada 60 dias constitui boa norma de hi- giene e deve ser realizada. Ouanto aos corpos estra- nhos no pavilhao auricular e no conduto auditivo externo, a mai- or frequencia e a de palha de arroz ou serragem de camas de baia ou de forrac;ao do assoalho de "trailer" ou caminhao de trans- porte. A presenc;a destes corpos estranhos deixa 0 animal inqui- eto, irrita a mucosa do conduto auditivo e pode produzir otite externa. Animais transportados em caminh6es com cama de palha de arroz e que se apresentam em decubito lateral devem ter seus olhos e ouvidos examinados e limpos ao termino da viagem. 15.4. Papilomatose auricular. E uma afecc;:aoviral que po- de acometer alem do pavilhao auricular, as labios e narinas dos equinos e, mais raramente, as palpebras e as membros. Os papilomas sao formados par hiperqueratose do tecido e apresentam tamanhos variados de 0,5 a 20 cm., unicos au mul- tiplas brotac;:6es de colorac;:ao esbranquic;:ada. A forma com que a animal adquire a virose ainda nao se encontra bem determinada, po- rem, sabe-se que ha um fator imunol6gico envolvido, alem do cantata com outros portadores e a posslvel transmissao par in- setos voadores. Naturalmente havera com a tempo a desenvolvimento de imunidade e os~papilomas ten- dem a desaparecer, sendo con- siderada como autolimitante. No entanto, quando em grande quantidade, podem receber tra- tamento cirurgico atraves de ressecc;:ao com bisturi eletrico ou cauterizac;:ao qUlmica au par criocirurgia. Em situac;:6es em que varias regi6es do corpo do animal apresentam grande quantidade de papilomas, au seja, quando e grande a nume- ro de animais atingidos, pode- Figura 15.2 Papiloma de pavilhao auricular. se lanc;:armao da terapia com vacina aut6gena, preparada em laborat6rio especializado e apli- cada pela via subcutanea em dose unica, repetida seman al- mente durante quatro semanas. Algumas vezes, a simples re- moc;:aomanualde alguns papi- lomas proparciona ao organisma entrar em cantata com a virus, produzindo resposta imune, com- batendo a papiloma, que podera desaparecer par completo. E uma inflamac;:aoque envol- ve a canal auditivo externo e al- gumas vezes as tecidos do pa- vilhao auditivo. Embora de bai- xa incidencia nos equinos, cons- titui sempre afecc;:aa de extre- ma gravidade, podendo ser uni au bilateral e frequentemente e causada par infecc;:ao bacte- riana mista. As principais predisposic;:6es para a afecc;:ao constituem-se na higienizac;:ao precaria das ouvidos, na falta de corte dos pelos das arelhas, na presenc;:a de ectoparasitos e de corpas estranhos, nos banhas frequen- tes, sem a devida protec;:ao do conduto auditivo com algodao e nos exerdcios para treinamen- to au fisioterapia em represas au raias de natac;:ao. Os sinais de que ha altera- c;:aano auvido externo sao: in- tenso prurido, dor continua au intermitente, aumento de tem- peratura local, animal irritado e inquieto, movimentos de latera- lidade da cabe<;:a e secre<;:ao, geralmente fetida. As bacterias mais comumen- te isoladas nos casas agudos sao: Staphylococcus aureus, Staphylococcus sp. e Strepto- coccus sp. Os sintomas, nos casas agudos, sao: hiperemia, dor, au- menta de temperatura local e secre<;:ao. Se a otite nao for tratada e evoluir, ela se tornara cronica, com intensa secre<;:aopurulen- ta fetida, de colora<;:aomarrom, devido a atividade das glandu- las ceruminosas. o diagn6stico e simples e evidenciado pela secre<;:aopu- rulenta que escorre atraves do ouvido e que fica grudada nos pelos da base da orelha, po- dera ocorrer a hiperqueratose do pavilhao auricular e lesao necr6tica nos tecidos, compro- metendo a cartilagem de sus- tenta<;:ao. o tratamento e trabalhoso e demorado. Deve ser realiza- da limpeza cuidadosa do canal auditivo com um cotonete gran- de, que pode ser feito com uma pin<;:atendo a ponta um chu- ma<;:ode algodao. A limpeza e realizada primeiro com algodao seco, repetindo-se a manobra varias vezes ate que ele saia praticamente limpo. Em segui- da, fa<;:a a mesmo esquema com algodao embebido em al- cool au eter. Ap6s a limpeza rigorosa, aplique no conduto uma solu- <;:aode antibi6tico associado a um corticoster6ide, se a infla- ma<;:ao for severa. Pode-se Figura 15.3 Otite externa purulenta. tambem usar as pomadas anti- mastrticas. 0 tratamento in- c1uindo a limpeza deve ser fei- to 2 vezes ao dia e, se ao cabo de 3 a 5 dias 0 quadro nao ce- der, provavelmente podemos ter uma associa<;:aoda infec<;:ao bacteriana com fungos au, en- tao, a antibi6tico nao ter espe- cificidade para com bater as germes causadores da infec- <;:ao,sendo necessaria, nestes casas, a realiza<;:ao de cultura para isolamento do agente e antibiograma para tratamento especffico. A antibioticoterapia sistemi- ca somente sera realizada nos casas persistentes e, evidente- mente, sob supervisao e, prefe- rencialmente ap6s a realiza<;:ao de cultivo e antibiograma. 15.6. Otite media e interna. Sao processos extremamen- te raros nos equinos, apresen- tando sintomas graves, como desequilibrio e quadros de com- prometimento do sistema ner- vasa central. Geralmente as otites media e interna sao decorrentes de processos ascendentes do ou- vida externo, traumatismos, fra- turas de crania e hemorragias, infec<;:6es sistemicas, drogas t6xicas, etc. o quadro c1inico e extrema- mente variado e esta na decor- rencia da extensao do proces- so e da participa<;:aode microor- ganismos. Figura 15.4 Otite externa purulenta. Ouando traumatica, atingindo a regiao parietal e temporal, pro- duzem manifestac;:6es c1inicas neurologicas de compressao. Porem, em situac;:6es de parti- cipac;:aobaderiana ascendentes do ouvido externo e medio, a manifestac;:aoc1inicae de ence- falite e 0 animal ira apresentar- se apatico, deprimido, anoretico, dismetrico e ate incoordenado. Outras vezes, anda em circulo e apresenta dificuldade visual.Com a evoluc;:ao0 cavalo podera per- manecer em decubito lateral com movimentos de pedalagem e opistotomo nas fases finais. o tratamento base consiste de antibioticoterapia de amplo espedro sistemica, ate a remis- saG dos sinais neurologicos. Muito embora haja uma proba- bilidade de recuperac;:ao,perma- necerao sequelas neurologicas indesejaveis e limitantes ao bom desempenho do cavalo. 15.7. Timpanismo das bolsas guturais. E uma afecc;:aorelativamen- te rara e pode acometer potros com menos de um ana de ida- de. Parece ser devido a uma dis- func;:ao do ostio-cartilaginoso \SSO \LHO D.-\ ROLS.\ (;l nR \1. "iOR\I-\L - DIREIT \ S • S"pto mrdial \ - \'511111110 r -Tl'ndao do m. l'apHis longus E - ()"n r tilohi6idro que da acesso as bolsas gutu- rais, no mecanismo de entrada e saida do ar durante os movi- mentos de deglutic;:ao; por ma- formac;:ao das trompas de Eus- taquio, ou ainda por acumulo e fermentac;:aodo catarro existen- te na mucosa de revestimento. Os sintomas se caracterizam por tumefac;:aona altura da regiao parotldea Ctriangulo de Viborg), sem flutuac;:aoe com sonoridade timpanica devido a presenc;:ade ar. Pela compressao digital a de- formac;:aopode se desfazer mo- mentaneamente. Os animais afetados podem apresentar si- nais de dificuldade respiratoria, devida a compressao da faringe e, ocasionalmente, sinais de disfagia. Os potros ao nascimento ou nos primeiros dias de vida, po- dem manifestar os sinais do timpanismo que, em alguns ca- sos, evolue para um processo catarral com corrimento nasal. \.,PEel (h (,f.I~\IS D \ BOLSA (;( Tl R \L· DIRU I \ s··S,-pto mrdial E ~0 l'stilnhillidt.'o I. - Pand,-Ial"ral T - Tl'nd:in do In. l':lpili, 11I1I~1I' Figura 15.5 Vista endoscopica normal da balsa gutural. Figura 15.6 Timpanismo de bolsas guturais. Figura 15.7 Corrimento nasal na pneumoguturocistite. Figura 15.8 Secre<;:aomucoide no ostio faringeano na pneumoguturocistite. Figura 15.9 Fenestra<;:aodo septo da bolsa gutural. Estes quadros saG denominados de pneumoguturocistite e podem evoluir para a forma<;:ao de em- piema das bolsas guturais. o tratamento clinico nao pro- duz praticamente nenhum resul- tado satisfatorio, devendo-se re- correr a corre<;:aocirurgica do pro- blema. Duas tecnicas saG preco- nizadas para a corre<;:ao.Uma pro- duz amplia<;:ao do oriflcio farin- geano da bolsa gutural e a outra requer a forma<;:ao de fenestra<;:ao entre a bolsa direita e esquerda. Ouando 0 processo e antigo e envolve as duas bolsas guturais, pode-se intervir cirurgicamente associando-se as duas t8cnicas com resultados satisfat6rios. 15.8. Empiema das balsas guturais. Processo inicialmente infla- mat6rio da mucosa de revesti- mento da bolsa gutural poden- do evoluir de um processo ca- tarral, por acumulo de secre<;ao muc6ide, para um processo pu- rulento, caracterizando 0 em- piema (acumulo de pus). Pode desenvolver-se devido a processos circunvizinhos co- mo faringites ou abscessos retrofarrngeos, ou por sequela de garrotilho, 0 que e mais co- mum. Eventualmente, casos de afec<;ao da bolsa gutural cau- sada por fungos tem sido diag- nosticados. o sintoma mais evidente e 0 corrimento nasal mucopurulen- to, uni ou bilateral, que se inten- sifica durante a mastiga<;ao e degluti<;ao, ou quando 0 animal abaixa a cabe<;a para pas tar. Ocorre infartamento dos linfo- nodos pre-paratrdeo e subman- dibular. Ouando 0 pus nao flui pelas narinas, ou a quantidade eliminada e pequena em rela- <;aoao que esta acumulado na bolsa gutural, ocorre aumento de volume junto a regiao paro- trdea, denominada de triangulo de Viborg, dificultando a deglu- ti<;aoe respira<;ao, fazendo com que 0 animal procure manter a cabe<;a em extensao. Nestas condi<;6es,e frequente a neces- sidade derealizar-se a traqueo- tomia de emergencia, devido a intensa dificuldade respirat6ria, o que pode levar 0 animal a cianose e morte por asfixia. Nos processos desencade- ados por fungos (micose da bolsa gutural), podera ocorrer hemorragia causada por ruptu- ra da arteria car6tida interna, produzindo quadro c1rnico de severa gravidade. o diagn6stico e baseado nos sintomas evidentes de descar- ga purulenta pelas narinas e 0 aumento de volume no triangulo de Viborg. A confirma<;ao e rea- lizada em hospitals mais sofisti- cados pela rinolaringoscopia e pelo cateterismo da bolsa gu- tural ou pela pun<;ao com agu- Iha da bolsa gutural. As les6es decorrentes da micose da bol- sa gutural saG diagnosticadas por endoscopia que revelara placa mic6tica situ ada por so- bre a arteria car6tida interna e estruturas circunvizinhas. o tratamento consiste na drenagem e lavagem da bolsa com solu<;6es anti-septicas ou a remo<;ao cirurgica do conteu- do purulento e da mucosa da bolsa. Os lavados podem ser realizados pela sondagem da bolsa gutural pela via nasofa- ringeana com auxnio de pipeta plastica flexivel ou pela endos- copia. 0 tratamento cirurgico deve ser precedido pela antibi- oticoterapia utilizando-se peni- cilina G benzatina na dose de 40.000 a 50.000 UI/kg, pela via intramuscular, a cada 72 horas, ou, quando realizada cultura e antibiograma, 0 antibi6tico em que 0 microorganismo for mais sensrvel. Caso 0 animal apre- sente dificuldade respirat6ria com mucosas e conjuntivas cian6ticas, fa<;a imediatamente a traqueotomia atraves de uma incisao envolvendo 0 3°, 4° e 5° aneis da traqueia. Os casos de micose da bolsa gutural devem ser tratados cirurgicamente com a laqueadura da arteria car6tida interna e terapia local e siste- mica com drogas antifungicas. Muito embora 0 cisto dentr- gero seja um processo que en- volva tecido dentario embriona- rio,devido a sua localiza<;aomais comum foi induido junto as afec- <;6esdos ouvidos e anexos. o cisto dentlgero e uma anormalidade de desenvolvi- mento de tecido odont6geno conhecido como heterotopia dentaria branqui6gena, c1assifi- cada como ma-forma<;ao con- genita.O processo desenvolve- se de forma lenta junto a por- <;ao petrosa do osso temporal, na regiao frontal ou no seio Figura 15.10 Sondagem da balsa gutural. paranasal. A maior frequencia de ocorrencia e para a localiza- <;:aotemporal, junto a base do pavilhao auricular. A afec<;:aomanifesta-se ple- namente aos dois anos de ida- de e, quando localizado na re- giao subauricular, aparece como um aumento de volume. Em geral, 0 profissional recebe 0 caso com forma<;:ao de fistula que apresenta drenagem de 11- quido viscoso devido a exterio- riza<;:aodo conteudo do cisto, au contaminado por pun<;:6esrea- lizadas previamente, cujo obje- tivo pode ter side 0 de evacuar- se um posslvel abscesso equi- vocadamente diagnosticado. o processo frequentemen- te e de consistencia petrea e que a radiografia deixa carac- terizado a imagem de tecido dentario. o tratamento definitivo con- siste na extra<;:ao do tecido dentario, com 0 animal sob anestesia geral em razao do acesso cirurgico que necessi- ta ser adotado, e 0 recalca- mento, que em alguns casos podera ser necessario. Figura 15.11 Cisto dentfgero do temporal - fistula auricular. Figura 15.12 Cisto dentigero do temporal - Raios-X. Figura 15.13 Dente extraido de base de cisto dentfgero do temporal.
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