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1 Livro Texto Unidade II

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administração financeira
Unidade II
3 DECISÕES DE FINANCIAMENTO EM CURTO PRAZO
Nossa experiência, após centenas de demonstrações financeiras examinadas, sinaliza que as empresas 
entram num cenário de dificuldades financeiras basicamente por meio de duas consequências: má 
formação do capital social inicial ou busca de empréstimos bancários para sanar esta má formação, 
redundando em excesso de despesas financeiras e baixa lucratividade.
Quando uma empresa inicia suas atividades, em seu Balanço Patrimonial há a entrada de 
dois tipos de investimentos: um deles cobre o investimento fixo devido aquisição de máquinas, 
equipamentos e demais itens que comporão o Ativo imobilizado. O outro compõe os saldos 
em caixa ou mesmo em bancos para gastos rotineiros ou emergenciais e apresentam liquidez 
imediata ou de curtíssimo prazo. Estoques também fazem parte desse componente, bem como 
contas a receber. A esta outra parte do investimento inicial, as reservas de recursos, dá‑se o 
nome de capital de giro.
Pelas palavras de Hoji (2012, p. 107),
O capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde 
aos recursos aplicados em Ativos Circulantes, que se transformam 
constantemente dentro do ciclo operacional. [...]. Como o próprio nome 
dá a entender, o capital de giro fica girando dentro da empresa e, a cada 
vez que sofre transformação em seu estado patrimonial, produz reflexo 
na contabilidade. [...]. O estudo do capital de giro é fundamental para a 
Administração Financeira, porque a empresa precisa recuperar todos 
os custos e despesas (inclusive financeiras) incorridos durante o ciclo 
operacional e obter o lucro desejado, por meio da venda do produto ou 
prestação do serviço.
Mais adiante voltaremos ao assunto administração de capital de giro. Por enquanto, vamos ilustrar 
dois exemplos típicos de formação de capital com valores hipotéticos.
Empresa com má formação do capital social inicial
Iniciaremos com a consideração de uma empresa em que a formação de capital não é das melhores:
•	 Empresa	com	má	formação	do	capital	social	inicial
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Unidade II
Quadro 1
Ativo Passivo
Disponível 1.000,00
Imobilizado 2.000,00 Capital social 3.000,00
Total 3.000,00 Total 3.000,00
Neste caso, os acionistas ou sócios dimensionaram sua participação em $3.000,00 no capital 
social. Tal dimensionamento demonstrou ser, a princípio, provavelmente insuficiente, uma vez que dos 
$3.000,00 um percentual de 66,6% ou $2.000,00 foram aplicados na aquisição de imobilizado, sendo 
certo que esta participação é altíssima e poderá levar a empresa a uma busca de empréstimos bancários, 
se os restantes $1.000,00 não forem suficientes para o giro da empresa.
 Observação
Observe que mais da metade do capital social foi imobilizado, 
representando baixa liquidez imediata.
O erro de má formação de capital inicial da empresa, em termos financeiros, poderá ser constatado 
ao calcularmos a necessidade de capital de giro. O capital de giro da empresa é a parte das fontes de 
longo prazo, representadas pelo Passivo Não Circulante não comprometidas com o financiamento das 
aplicações de longo prazo, e que estão no Ativo Não Circulante. De outra forma,
CDG = PNC – ANC
onde,
CDG = capital de giro;
PNC = Passivo não circulante;
ANC = Ativo não circulante.
Para o caso do exemplo hipotético, se este cálculo indicar o valor, digamos de $800, isso significa 
que a empresa deverá tomar um empréstimo bancário em idêntico valor. Se não for assim, não terá 
como financiar o giro dos estoques e das vendas a prazo.
Tomando‑se o mesmo exemplo, e em continuidade, a empresa toma os $800 como empréstimo 
bancário para satisfazer seu giro, e daí resultará o seguinte Balanço Patrimonial, também com dados 
hipotéticos sendo o disponível dividido em duas contas: disponível e estoques.
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administração financeira
•	 Empresa	buscando	empréstimos	bancários
Quadro 2
Ativo Passivo
Disponível 400,00 Empréstimos bancários 800,00
Duplicatas a receber 800,00 
Estoques 600,00
Imobilizado 2.000,00 Capital social 3.000,00
Total 3.800,00 Total 3.800,00
Após a tomada do empréstimo, vê‑se que a composição do Balanço Patrimonial sofre alguma alteração: 
no lado do Passivo temos o aumento de 800,00 representados pelos empréstimos tomados e que deverão 
ser pagos no curto prazo, pois está no Passivo Circulante. O lado do Ativo também evoluiu em termos 
monetários, permanecendo o mesmo valor para o imobilizado (investimento inicial). É possível perceber 
que, ainda no Ativo, os 1.000,00 iniciais também lá estão, só que agora desmembrados em disponível, 
supostamente caixa e bancos e estoques. O acréscimo dos 800,00 está em duplicatas a receber.
 Lembrete
Lembre‑se do que foi afirmado anteriormente: o capital de giro fica 
girando dentro da empresa e, a cada vez que sofre transformação em seu 
estado patrimonial, produz reflexo na contabilidade.
Com esta alternativa, a empresa inicia um ciclo de decisões que poderá ser correto e adequado, ou 
então, vicioso, chegando até a provocar o encerramento de suas atividades. Isto porque os acionistas 
cobrarão um retorno sobre o capital social de $3.000,00 e os bancos financiadores cobrarão despesas 
financeiras sobre o valor de $800,00.
Assim, os gestores da empresa terão duas obrigações, simultaneamente: por um lado, atender aos 
acionistas e, por outro, atender aos bancos. Se os concorrentes não têm esta obrigação, certamente 
trabalharão com preços menores porque não terão as mesmas despesas financeiras, e, com isso, suas 
vendas serão mais estáveis e muito provavelmente com menores sacrifícios de preço e, portanto, 
melhores margens.
Portanto, tratamos aqui de um das fontes de capital de giro e para Hoji (2012, p. 110),
Algumas fontes são geradas pelas próprias operações, tais como duplicatas a 
pagar aos fornecedores, impostos a recolher, salários e encargos sociais a pagar. 
Outras são provenientes de atividades financeiras, como os financiamentos e 
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empréstimos bancários. As principais fontes de financiamento são onerosas, 
pois geram encargos financeiros, tais como empréstimos e financiamentos 
bancários e parcelamento de impostos vencidos. As duplicatas a pagar 
aos fornecedores de materiais e serviços, se forem financiadas, embutem 
encargos financeiros, de uma forma ou de outra. [...]. Existem fontes de 
financiamento não onerosas geradas naturalmente pelas operações normais 
da empresa. As principais são: salários a pagar, encargos sociais a recolher, 
impostos a recolher e provisões para férias e 13º salários.
Essas decisões são as que norteiam esta parte do livro‑texto, cujo objetivo principal será o de trazer 
exemplos de controles que as facilitem e que permitam evitar as já conhecidas “cirandas financeiras”, 
que têm levado à bancarrota milhares de bons empreendimentos.
3.1 Planejamento de caixa
Planejar o caixa consiste em estabelecermos, com antecedência, as decisões financeiras que serão 
tomadas em circunstâncias e condições previamente estabelecidas, com a propriedade de previsão dos 
recursos que serão utilizados para que os objetivos traçados possam ser atingidos.Lembrete
Quando se fala de “caixa”, a abrangência é para todo o disponível, ou 
seja, para todo recurso em dinheiro que circula pelo Ativo das empresas.
Na realidade, o Ativo Circulante é um “grande caixa” que, partindo do dinheiro propriamente 
dito, se “desmancha” por utilização em outras contas que compõem o Ativo como um todo, desde o 
Circulante (estoques, duplicatas a receber) ao Ativo fixo (imobilizações), retornando a ser “caixa” e assim 
sucessivamente.
 Observação
Deve‑se levar em consideração que nem sempre a opção pela 
manutenção de elevados saldos em caixa seja a melhor alternativa do 
gestor financeiro. A escolha deve levar em consideração as características 
da empresa.
É notória a percepção e o objetivo dos empreendedores em geral em manter o maior volume de 
recursos no caixa, no saldo bancário, mas isso nem sempre é possível pela própria circulação e giro que 
a empresa tem, e o gestor não consegue manipular de acordo com sua conveniência. Afinal, a empresa 
tem sua dinâmica e o caixa é, em particular, o representante desse dinamismo e dessa circulação diária 
de recursos.
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administração financeira
Um planejamento de caixa comporta três tipos específicos:
•	 o	planejamento	estratégico de caixa, que é de longo prazo, antecipado aos fatores externos e 
internos à empresa, sinalizando quase sempre decisões complexas e que envolvem grande volume 
de recursos;
•	 o planejamento tático de caixa, que tem um alcance mais curto em termos de prazo, envolvendo 
o resultado particular de alguma área, como a de marketing, por exemplo;
•	 o planejamento operacional de caixa, que tem a finalidade de maximizar os recursos aplicados 
em operações de determinado período, geralmente de curto e médio prazos.
Qual, então, a essência de um planejamento de caixa? Trata‑se, a nosso ver, de uma ação estratégica, 
razão de ser de um sistema orçamentário. Todos os orçamentos são elaborados – orçamento de pessoal, 
orçamento de despesas, orçamento de investimentos, orçamento de vendas e custos – e culminam 
no orçamento do caixa, que dá o tratamento final às possibilidades financeiras objetivadas nestes 
orçamentos.
Sobre o assunto, Hoji (2012) salienta que o gestor financeiro deve ter uma visão integrada 
do fluxo de caixa. Para ele, quando a área que chama de tesouraria efetua pagamentos e/ou 
recebimentos, pouca coisa há a fazer: os fatos geradores não estão sob seu controle. As decisões 
foram tomadas anteriormente. Se há um pagamento a fazer, é porque alguma despesa/compra 
foi gerada. Se há recebimento, houve venda. Trabalha, muitas das vezes, no presente com fatos 
geradores do passado. Assim, ao gestor financeiro – ou qualquer outro nome que ocupe o cargo 
da administração das finanças – cabe interagir preventivamente junto a áreas geradoras de 
recebimentos e de pagamentos.
Muitas vezes as empresas adotam estratégias diante da tomada de decisão. Podemos dizer que, vez 
ou outra, as empresas adotam política de caixa. Política, de modo geral, é um modo de ação que norteia 
a direção e o sentido para um processo de tomada de decisões que podem se repetir continuamente, ou 
que ocorram para atingirmos um objetivo.
Como exemplo de uma política financeira tem‑se o caso de uma empresa que adota uma política 
de preços do tipo “cobrimos qualquer oferta” para crescer seu faturamento e, com isso, alcançar um 
acréscimo de 20% em suas vendas anuais. Visando atingir tal objetivo, a empresa autoriza a concessão de 
descontos de até 10% em seus preços de venda, independentemente de autorização superior, bastando 
que os clientes apresentem os preços anunciados pelos concorrentes. Tal política pode ser adotada 
quando o que interessa para a empresa, naquele momento, seja um reforço de caixa lançando mão de 
lucratividade.
Vários são os motivos que levam as empresas a tomar tal atitude: possibilidade de entrada de 
um produto substituto ao seu ou mesmo entrada de novo concorrente; estoque elevado de produtos 
acabados e assim por diante.
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Unidade II
 Saiba mais
Do ponto de vista de tomada de decisão estratégica com relação a 
preços, a leitura do livro de Thomas Nagli e John Hogan, Estratégia e Táticas 
de Preços: um Guia para Crescer com Lucratividade (4. ed. São Paulo: 
Prentice Hall Brasil, 2007), apresenta‑se bastante interessante.
Não é propósito, neste livro, estabelecermos um modelo de planejamento de caixa, à margem dos 
demais orçamentos. Procuraremos, nesta obra, tratar dos cenários existentes e que envolvam situações 
que possibilitem o conhecimento das variáveis que induzem a um planejamento eficiente de caixa e 
que, ao mesmo tempo, contribuam para a superação de algumas das dificuldades que, por vezes, tornam 
o planejamento inadequado como elemento vital no processo decisório.
3.2 Administração do caixa
É o aspecto mais prático e que envolve os saldos bancários de livre movimentação e as aplicações 
financeiras de resgate ou liquidez mais ou menos imediatas.
O nível de saldos médios ou reserva de segurança, deve ser objetivado pelo que denominamos de fluxo 
diário de caixa. As empresas devem ter uma previsão do seu dia a dia, dos valores que provavelmente 
serão depositados nos bancos nos diversos dias, e dos valores que, com certeza, deverão ser pagos 
naquelas datas.
Este fluxo diário é que norteia o nível de saldo médio, que, se constituírem sobras financeiras, devem 
ser aplicadas no mercado financeiro, observadas as condições de liquidez, segurança, risco e rentabilidade 
inerentes a qualquer aplicação financeira.
É importante destacar que saldo bancário excessivo não significa necessariamente a existência de 
lucro. O lucro pode, sim, se transformar em saldo bancário, bastando que se tenha uma política de 
remuneração do acionista/cotista definida para tal transformação. Mas o lucro também pode estar em 
qualquer conta do Ativo – nos estoques ou mesmo no financiamento do total de contas a receber, por 
exemplo – e não necessariamente à disposição para que se paguem contas, ou se adquiram bens para 
circulação ou não.
Há vários outros motivos para que se tenha um maior ou, por vezes, um menor saldo médio 
bancário, ou, como também é reconhecido, uma reserva de segurança. Entre os mais comuns, se 
situam uma especulação de preços junto a fornecedores, e aquisição de algum item imobilizado 
que esteja em promoção por tempo limitado nos fornecedores ou em razão direta de alguma 
condição específica da parte dos proprietários de um terreno para investimento em ampliação 
futura, por exemplo.
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Uma das finalidades da gestão do caixa é manter um saldo mínimo de recursos que possa ser 
utilizado imediatamente, em função da incerteza associada aos fluxos de recebimentos e pagamentos, 
pois, caso os recebimentos previstos não se concretizem conforme a previsão, a empresa pode incorrer 
em problemas de inadimplência temporária.
 Saiba mais
Até meados da década de 1990, no Brasil, as altas taxas de inflação 
ameaçavam a sobrevivência das empresas que dependiam fortemente 
da eficiência de uma boa administração de caixa. Cada recurso parado 
representava incorrer em custo financeiro e perda de capital devido à 
inflação e perda do poder de compra do dinheiro no tempo. Caso deseje 
saber mais sobre o assunto “inflação brasileira”, bem como o relacionamento 
empresarial diante de tal processo, leia o livro de Marco Antonio SandovalVasconcelos, Rudinei Toneto Jr. e Amaury Patrick Gremaud, cujo título é 
Economia Brasileira Contemporânea (7. ed. São Paulo: Atlas, 2007). Ali você 
encontrará os fatores geradores da inflação, bem como as tentativas de 
combate e as repercussões no mundo dos negócios.
Para Hoji (2012, p. 113),
[...] na gestão de caixa, é importante conhecer a capacidade de obtenção de 
caixa em longo prazo da empresa. Conhecendo antecipadamente o limite 
máximo de recursos financeiros que a empresa poderá tomar emprestado 
de terceiros e do próprio acionista, é possível planejar com maior eficácia a 
expansão do nível de atividades e resolver eventuais problemas de oscilação 
nas disponibilidades de caixa.
3.3 Orçamento diário de caixa
Um orçamento diário de caixa é uma projeção diária das entradas e saídas para um período de 
tempo imediatamente seguinte ao da data da sua elaboração. Vamos exemplificar, com uma situação 
existente numa indústria têxtil.
Com base na publicação das demonstrações financeiras de uma Indústria Textil S.A. de 31 de 
dezembro de 2006, é possível elaborar um fluxo diário de caixa para o próximo período, utilizando‑se 
das informações hipotéticas que são a seguir apresentadas:
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Quadro 3 – Balanço Patrimonial padronizado, em 31 de dezembro de 2006
Indústria Têxtil S.A.
Ativo Circulante 22,224 Passivo Circulante 14,189 
Disponível 466 Fornecedores 7,295 
Duplicatas a receber 11,327 Contas a pagar 3,600 
Estoques 12,161 Empréstimos bancários 3,294 
Outras contas (1,730)
 Exigível Longo Prazo 2,926 
Realizável Longo Prazo 171 Financiamentos 1,300 
 Outras contas 1,626 
Permanente 9,385 
Investimentos 322 Patrimônio Líquido 14,665 
Imobilizado 9,063 Capital social 21,541 
Diferido – Reservas e lucros acumulados (6,876)
Total do Ativo 31,780 Total do Passivo 31,780 
Podemos observar a previsão de vendas para o período 2007.
Quadro 4
1. Previsão das vendas para 2007
À vista 02 dias – 14.412
A prazo 13 dias – 16.955
A prazo 26 dias – 35.111
Não recebidas – 15.596 82.074
A previsão de compras também traz importantes informações.
Quadro 5
2. Previsão das compras de matérias‑primas para 2007
À vista 05 dias – 3.226
A prazo 16 dias – 10.643
A prazo 19 dias – 8.449
Não pagas – 8.403 30.721
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Há, ainda, que se considerar a previsão de pagamento dos impostos, dos custos e das despesas 
operacionais para o ano de 2007.
Quadro 6
3. Previsão de pagamento dos impostos, custos e despesas operacionais para 2007
Mão de obra direta 4 dias – 9.425
Cifs – financeiros 13 dias – 6.713
Cifs – depreciação não desembolsável – 2.246
Impostos sobre vendas 14 dias – 15.594
Despesa com vendas 19 dias – 5.663
Despesas administrativas 23 dias – 2.513
Despesas financeiras 28 dias – 1.198
Para o dimensionamento do fluxo de caixa, considerem‑se as seguintes informações:
•	 desses	pagamentos,	10%	a	empresa	deixará	de	pagar,	e	o	saldo	permanecerá	no	Passivo.
•	 se	houver	necessidade	de	tomar	empréstimos	diários,	a	taxa	a	ser	considerada	é	de	0,2%	ao	dia.	
Se houver possibilidade de aplicações diárias, taxa de 0,1% ao dia.
Mais informações são necessárias, só que agora referentes ao ano de 2006.
Quadro 7
4. Passivo Circulante de 2006
Fornecedores 12 dias – 7.295
Demais contas a pagar 18 dias – 3.600
Empréstimos bancários 13 dias – 3.294
Quadro 8
5. Ativo Circulante de 2006
Disponível 1 dia – 466
Duplicatas a receber 19 dias – 10.432
Estoques realizado através das vendas
Créditos diversos 12 dias – 644
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Informações adicionais e relevantes:
Quadro 9
6. Outras informações
a) o Realizável em Longo Prazo terá o valor de $40 como Receitas financeiras, adicionadas a seu saldo;
b) o Exigível em Longo Prazo terá o valor de $730 como Despesas financeiras, adicionadas a seu saldo;
c) o exercício é feito com dados hipoteticamente anuais, porém com movimentações de caixa 
simuladas dentro do período de um mês (31 dias);
d) caso, no dia 31, o saldo de caixa esteja negativo, a empresa recorrerá a um empréstimo bancário 
10% maior que esta diferença.
Como solução, temos a seguinte planilha de fluxo de caixa:
Tabela 1
Entradas Pagtos. Saídas Saldos
Data Vendas At. Circ. Ren.Empr. Emprest. 
 Desp. 
Financ. 
 Mat. 
Prim. 
 Desp./ 
Cust. P. Circ. 
1 466 ‑ 
 
‑ 466,00 
2 14.412,00 ‑ 
 
‑ 14878,47 
3 ‑ 
 
‑ 14893,34 
4 ‑ 
 
‑ 8.482,00 6426,24 
5 ‑ 
 
‑ 3.226,00 3206,66 
6 ‑ 
 
‑ 3209,87 
7 ‑ 
 
‑ 3213,08 
8 ‑ 
 
‑ 3216,29 
9 ‑ 
 
‑ 3219,51 
10 ‑ 
 
‑ 3222,73 
11 ‑ 
 
‑ 3225,95 
12 644 (3419,82) (6,84) 7.293,00 (3419,82)
13 16.955,00 ‑ 
 
‑ 6.041,00 3.294,00 4193,34 
14 (9836,47) (19,67) 14.034,00 (9836,47)
15 (9856,14) (19,71) (9856,14)
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16 (20518,85) (41,04) 10.643,00 (20518,85)
17 (20559,89) (41,12) (20559,89)
18 (24201,01) (48,40) 3.600,00 (24201,01)
19 10.432,00 (27362,41) (54,72) 8.449,00 5.096,00 (27362,41)
20 (27417,14) (54,83) (27417,14)
21 (27471,97) (54,94) (27471,97)
22 (27526,92) (55,05) (27526,92)
23 (29842,97) (59,69) 2.261,00 (29842,97)
24 (29902,66) (59,81) (29902,66)
25 (29962,46) (59,92) (29962,46)
26 35.111,00 ‑ ‑ 5088,61 
27 ‑ ‑ 5093,70 
28 ‑ ‑ 1.078,00 4020,80 
29 ‑ ‑ 4024,82 
30 ‑ ‑ 4028,84 
31 ‑ ‑ 4032,87 
Totais 66.478,00 11.542,00 (575,76) 22.318,00 36.992,00 14.187,00
3.4 Capital Circulante Líquido
O fluxo diário de caixa é uma previsão próxima da realidade, num horizonte de tempo de, por 
exemplo, um mês seguinte. Quanto maior o período de tempo a ser previsto, maior será a probabilidade 
de desvios em relação a esta previsão, porque aumenta o grau de incerteza dos lançamentos esperados. 
As atividades de estocagem, produção, vendas e recebimento das vendas têm determinação de épocas 
mais difícil de se prever.
Há, normalmente, uma dificuldade nessa previsão diária, e para tal surge o Capital Circulante Líquido 
(CCL) que, por sua natureza, apresenta dados mais abrangentes.
Observando a figura extraída do Balanço Patrimonial, podemos notar o Capital Circulante Líquido:
Ativo Circulante
Passivo Circulante
Patrimônio 
Líquido
Ativo Permanente
Capital Circulante 
Liquido (CCL)
Ativo Passivo
Figura 2 – Como localizar o Capital Circulante no Balanço
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UnidadeII
A figura demonstra que o Capital Circulante Líquido é a diferença entre o Ativo Circulante e o 
Passivo Circulante, constituindo‑se na diferença positiva ou negativa entre estes grandes grupos pelos 
quais circulam os recursos. Numa situação em que haja carência de CCL, esta poderá ser corrigida por 
meio de financiamentos de longo prazo, que entrarão pelo Passivo de terceiros ou, ainda, por aporte de 
capital próprio.
De outra forma, quando a soma dos elementos do Ativo corrente é maior do que a soma dos 
elementos do Passivo corrente, o CCL é positivo. Em caso contrário, o CCL é negativo. Quando a soma 
dos elementos do Ativo corrente é igual à soma dos elementos do Passivo corrente, o CCl é nulo.
Na situação de CCL positivo uma parte do Ativo corrente está sendo financiada pelo Passivo não 
corrente, que são recursos de longo prazo representados pelos grupos do Exigível em Longo Prazo e 
Patrimônio Líquido.
Em caso de CCL negativo, o Passivo corrente está financiando parte do Ativo não corrente, que são 
investimentos de longo prazo classificados em Ativo Realizável em Longo Prazo e em Ativo Permanente.
Na situação do CCL nulo, existe um equilíbrio entre o Ativo corrente e o Passivo corrente.
Exemplificando, observe as informações a seguir:
Quadro 10
Ativo Circulante 1.000,00
Passivo Circulante 800,00
CCL 200,00
Se desejarmos um CCL de $300,00, não devem ser realizados empréstimos bancários de curto prazo, 
sob pena de anulação da operação, porque tanto o Ativo Circulante como o Passivo Circulante serão 
ampliados no montante do empréstimo contraído, conforme se demonstra na sequência:
Quadro 11
Ativo Circulante 1.300,00 (com o recebimento do empréstimo)
Passivo Circulante 1.100,00 (com o recebimento do empréstimo)
CCL 200,00
Desta forma, para termos um CCL maior, ou maior folga financeira, precisamos optar por outros 
canais de financiamento, preferivelmente por meio de recursos financeiros obtidos em longo prazo, ou, 
então, mediante aumento do capital próprio proveniente de acionistas ou cotistas.
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Exemplificando com os mesmos dados, e obtendo‑se ao mesmo tempo um empréstimo de $200,00 
em longo prazo, e um aumento de $300,00 de capital:
Quadro 12
Ativo Circulante 1.800,00 (com o recebimento de $200 + $300 )
Passivo Circulante 1.100,00 (continuou com os mesmos saldos )
CCL 700,00 ( os $200 anteriores + os $500 atuais )
Entende‑se, portanto, que o Capital Circulante Líquido seja um estudo que atinge apenas a dois 
grupos financeiros do Balanço Patrimonial: o Ativo Circulante e o Passivo Circulante.
 Observação
Por isso mesmo, eles têm uma abrangência de curto prazo – um ano 
após o encerramento do Balanço Patrimonial, com base nos critérios legais 
de classificação.
Como conclusões a respeito do CCL, podemos relacionar algumas afirmações e suas comprovações 
financeiras logo a seguir:
•	 quanto	maior o CCL, menor será o risco de a empresa enfrentar problemas financeiros envolvendo 
pagamentos atrasados ou descumprimento de obrigações nas datas previstas.
Veja, no quadro a seguir, tal situação.
Quadro 13
Ativo Circulante 1.800,00
Passivo Circulante 1.100,00
CCL 700,00
Comentários: a empresa conta com uma folga de $1.800,00 para pagar compromissos de $1.100,00.
•	 se	a	participação	dos	estoques	no	Ativo	Circulante	da	empresa	for	muito	elevada,	o	CCL	poderá	
não significar folga financeira, conforme o que se demonstra a seguir.
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Unidade II
Quadro 14
Ativo Circulante 1.800,00 Passivo Circulante 1.100,00
Estoques 1.000,00
Demais contas 800,00
CCL 700,00
Comentários: o Ativo Circulante ficaria restrito a $800 ($1.800 – $1.000) e com um Passivo Circulante 
de $1.100 – o CCL seria reduzido para apenas $100, diminuindo, como consequência, a folga financeira, 
e com grandes probabilidades de surgirem problemas de pontualidade nos pagamentos
•	 se	a	conta	de	duplicatas	a	receber	apresentar	prazos	extensos,	ou	seja,	com	um	prazo	médio	de	
recebimento das vendas excessivo, o CCL poderá não significar folga financeira, senão vejamos:
Quadro 15
Ativo Circulante 1.800,00 Passivo Circulante 1.100,00
Estoques 1.000,00
Dupl. a receber 500,00
Demais contas 300,00
 CCL 700,00
Comentários: o Ativo Circulante ficaria restrito a $300 porque extraímos os saldos dos estoques 
(1.000) e das duplicatas a receber (500) do total de $1.800. Assim, o CCL ficaria negativo em 800 (300 – 
1.100) e com totais probabilidades de a empresa ter problemas de pontualidade, ou até de insolvência 
em seus compromissos.
•	 o	 CCL	 de	 valor	 baixo	 pode	 não	 necessariamente	 implicar	 problemas	 como	 pontualidade	 no	
cumprimento das obrigações diárias:
Quadro 16
Ativo Circulante 1.800,00 Passivo Circulante 1.600,00
 CCL 200,00
Comentários: dependendo do tempo, ou até mesmo dos dias, em que os valores do Ativo Circulante 
serão transformados em dinheiro, e do tempo ou dos dias que os vencimentos das obrigações do 
Passivo Circulante ocorrerão, os compromissos podem ser saldados sem qualquer problema até uma 
determinada data que a deficiência aparecerá.
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•	 quando	um	gestor	financeiro	aplicar	recursos	no	Ativo	Permanente,	ele	deve	ter	noção	de	que	
poderá provocar diminuição no CCL se estes recursos forem suprimidos do Ativo Circulante. De 
nada adiantará, também, neste caso, se os recursos forem obtidos em curto prazo:
Quadro 17
Ativo Circulante 1.800 Passivo Circulante 1.100
 CCL 700
Comentários: se houver a aquisição de um imóvel para utilização da empresa, por exemplo, no valor 
de $500, a demonstração do CCL passará a ser de:
Quadro 18
Ativo Circulante 1.300 (houve a redução de 1.800 (‑) 500 = $1.300)
Passivo Circulante 1.100
CCL 200 (houve a redução dos $500 pela aplicação)
•	 quando	um	gestor	financeiro	aplicar	recursos	no	Ativo	permanente,	o	ideal	é	que	obtenha	esses	
mesmos recursos por meio do exigível em longo prazo ou por meio dos acionistas ou sócios:
Quadro 19
Ativo Circulante 1.800 Passivo Circulante 1.100
 CCL 700
Comentários: se, por exemplo, esta aquisição fosse de $500 – teríamos um Balanço Patrimonial 
demonstrado da forma seguinte, em que não se alterariam os valores do Ativo e Passivo Circulantes.
Quadro 20
Ativo Circulante 1.800 Passivo Circulante 1.100
Ativo Permanente 500 Exigível em Longo Prazo 500
Patrimônio Líquido 700
Total 2.300 Total 2.300
•	 um	CCL	elevado	significa	sem	dúvida	um	índice	de	liquidez	corrente	saudável:
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Quadro 21
Ativo Circulante 1.800 Ativo Circulante 3.000
Passivo Circulante 1.100 Passivo Circulante 1.100
CCL 700 CCL 2.100
Comentários: no primeiro exemplo, à esquerda, a liquidez corrente teria ao resultado de 1,63 – 
enquanto no segundo exemplo, à direita, o resultado seria de 2,72.
•	 o	CCL	elevado	tem	limites	quanto	à	sua	 influência	 junto	à	rentabilidade	da	empresa.	Ele	pode	
estar concentrado em contas cujo excesso não traz rentabilidade, como estoques excessivos, ou 
saldos médios excessivos nas contas a receber:
Quadro 22
Realidade da empresaIdeal da empresa
Ativo Circulante 1.800 Ativo Circulante 1.500
Disponível 300 Disponível 300 
Estoques 1.000 Estoques 800 
Dupl. a receber 500 Dupl. a receber 400
Passivo Circulante 1.100 Passivo Circulante 1.100
CCL 700 CCL 400
Comentários: neste exemplo, haveria um excesso de $200 em estoques e $100 em duplicatas a 
receber, totalizando $300. Na pior das hipóteses, se a empresa não trabalhar este excesso de $300 em 
mais produção e mais vendas, portanto mais lucros, poderia aplicá‑lo objetivando geração de receitas 
financeiras.
O Capital Circulante Líquido é evidenciado na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
– DOAR. Para Groppelli e Nikbakht (1999, p. 405),
[...] a maioria das origens (fundos) vem dos lucros, da depreciação, dos 
aumentos de capital e de empréstimos de longo prazo, enquanto aumentos 
em contas a receber, em títulos negociáveis e Ativos imobilizados representam 
os principais usos desses fundos. Descobrir de onde esses fundos vieram 
e para onde eles foram é extremamente importante, porque isso ajuda os 
gerentes financeiros a encontrar os melhores caminhos para gerá‑los e 
utilizá‑los.
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Ainda, de acordo com os mesmos autores, para calcular as origens e as aplicações dos fundos, 
utilizam‑se as seguintes regras simples: origens de caixa ocorrem quando:
•	 existe	uma	diminuição	nos	Ativos	de	um	período	para	outro;
•	 existe	um	aumento	no	Passivo	de	um	ano	para	outro;
•	 existem	despesas	de	depreciação	no	demonstrativo	de	resultado	no	último	ano;
•	 uma	empresa	vende	ações;
•	 uma	empresa	obteve	lucro	no	último	exercício.
De outra forma, aplicações de recursos ocorrem quando:
•	 os	Ativos	aumentam	de	um	ano	para	outro;
•	 passivos	diminuem	de	um	ano	para	outro;
•	 a	empresa	incorreu	em	prejuízo	no	último	exercício;
•	 a	empresa	pagou	dividendos	em	dinheiro;
•	 a	empresa	recomprou	ou	retirou	ações.
Voltando então ao nosso exemplo, demonstramos da seguinte forma:
Quadro 23
Origens de recursos
Lucro Líquido do exercício 6.431
Depreciação 5.219
Aumento de capital 21.782
Aumento do Exigível Longo Prazo 73.742
Venda de imobilizado 3.344
Redução do Realizável Longo Prazo 3.704 114.222
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Quadro 24
Aplicações de recursos
Aquisição de imobilizado 9.459
Aquisição de investimentos 791
Aumento do Realizável Longo Prazo 2.375
Redução do Exigível Longo Prazo 35.795 48.420
Aumento do Capital Circulante Líquido 65.802
A conclusão, pelo que expõe a DOAR, é a de que, logo após a obtenção desses dados, a empresa 
terá $65.802 a mais em seu Ativo Circulante, identificando para o CCL uma variação positiva, ou um 
aumento deste em relação ao período anterior.
 Lembrete
Lembre‑se de que a diminuição nos estoques resulta em fonte de fundos 
e aumentos em títulos negociáveis. Nas contas a receber, nos estoques e 
nos Ativos brutos representam usos de fundos.
3.5 Administração do capital de giro
Administrar o capital de giro pode ser sinônimo de administrar o Ativo Circulante, composto das 
disponibilidades, das contas a receber, dos estoques e de outros créditos.
Nesta análise, não importam os vários conceitos de capital de giro, pois todos eles convergem para 
o mesmo ponto:
•	 é	a	soma	dos	recursos	que	giram	(ou	circulam);
•	 são	os	Ativos	que	devem	transformar‑se	em	dinheiro;
•	 são	os	recursos	que	financiam	o	ciclo	operacional	e	financeiro.
 Observação
Dentro desse panorama, vamos estudar a administração do capital 
de giro situando‑a nos seus componentes fundamentais: o disponível, o 
contas a receber e os estoques.
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Pode‑se dizer que a política de administração de capital de giro envolve duas questões básicas: a 
primeira é saber qual a quantidade apropriada de Ativos Circulantes que uma empresa deve manter, 
tanto no total quanto para cada conta específica. A segunda, saber como devem ser financiados os 
Ativos Circulantes.
 Saiba mais
A obra de Eugene Brighan, Louis Gapenski e Michael Ehrhardt, cujo 
título é Administração Financeira: Teoria e Prática (São Paulo: Atlas, 2001), 
aborda o assunto com maestria. O capítulo 21, “Administração do Ativo 
Circulante”, é bastante interessante e repleto de informações que elucidam 
o assunto. Fica aqui a nossa recomendação.
3.6 Administração do disponível
Administrar o disponível – ou o caixa – é cuidar cotidianamente dos Ativos cuja característica seja a 
sua transformação em dinheiro ou liquidez imediata, de forma natural e sem interferências de terceiros.
Tradicionalmente, a contabilidade os classifica em:
•	 valores	em	moeda	corrente;
•	 saldos	bancários;
•	 aplicações	de	liquidez	imediata;
•	 aplicações	de	liquidez	em	curto	prazo;
•	 aplicações	em	moeda	estrangeira.
O trabalho do gestor da tesouraria, ou administrador do caixa, é cuidar diariamente para que a 
liquidez da empresa se mantenha nos níveis planejados, com observação da pontualidade e obediência 
aos vencimentos e contratos com seus fornecedores, governo etc.
Basicamente, suas preocupações são com as entradas e saídas previstas de caixa. Se a empresa tem 
filiais, ou várias unidades que podem interferir nesse processo, esta característica poderá ampliar seus 
controles e preocupações.
A manutenção adequada e dentro das expectativas nas entradas e saídas de recursos previstas são 
o principal escopo diário.
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Unidade II
Como entradas típicas ou comuns, podemos relacionar:
•	 vendas	à	vista;
•	 recebimento	de	vendas	a	prazo	(duplicatas	a	receber);
•	 recebimento	de	outras	contas	a	receber;
•	 crédito	de	empréstimo	bancário;
•	 crédito	de	receitas	financeiras;
•	 recebimento	de	empréstimos	de	terceiros;
•	 aumento	do	capital	social;
Como saídas típicas ou comuns, podemos relacionar:
•	 pagamento	de	despesas	diárias;
•	 pagamento	de	fornecedores;
•	 pagamento	de	empréstimos	bancários;
•	 aquisição	de	Ativos	Permanentes;
•	 pagamento	de	despesas	financeiras;
•	 empréstimos	a	terceiros;
•	 pagamento	de	dividendos	ou	distribuição	de	lucros.
O caixa muitas vezes é chamado de Ativo não lucrativo. Ele é necessário para o pagamento de mão 
de obra e de matérias‑primas, para a compra de Ativos fixos, pagamento de dividendos etc. Entretanto, 
o caixa em si, não recebe juros. Assim, o objetivo do administrador de caixa é minimizar a quantia de 
caixa que a empresa deve manter para a conduta de suas atividades normais de negócio, ainda assim, 
ao mesmo tempo, manter caixa suficiente para:
•	 obter	descontos	de	compra;
•	 manter	a	classificação	de	crédito;
•	 arcar	com	necessidades	inesperadas	de	caixa.
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Uma dificuldade bastante significativa que se coloca ao gestor financeiro é a manutenção de um 
saldo mínimo de caixa. Estudos feitos por Baumol e Miller‑Orr levam‑nos a este assunto, até com 
muita propriedade; contudo, sua aplicabilidade no Brasil é vedada pela impossibilidade, no momento, 
de os saldos excedentes seremaplicados no sistema de open market (mercado aberto, com operações 
conhecidas por overnight, isto é, de um dia).
De qualquer forma, abordaremos os tópicos mais relevantes que interferem ou colaboram para o 
controle desse saldo mínimo de caixa:
•	 tipo	de	atividade	exercida	–	uma	loja	apresenta	um	caixa	mínimo	substancialmente	diferente	de	
uma indústria ou de um prestador de serviço;
•	 histórico	anterior	–	o	passado	pode	razoavelmente	indicar‑nos	qual	o	valor	mínimo	que	devemos	
manter em determinadas situações, mesmo nas ocasiões sazonais;
•	 reciprocidade	bancária	–	mesmo	que	não	existam	empréstimos	bancários,	a	reciprocidade	(saldos	
médios diários) é um fator de aproximação e exigência para futuros e eventuais empréstimos;
•	 política	de	vencimentos	–	podemos	negociar	alterações	mínimas	nas	datas	de	nossos	fornecedores	
mais comuns e constantes;
•	 uso	 de	 meios	 eletrônicos	 –	 facilitam	 as	 transações	 mas	 nos	 escravizam	 na	 obediência	 aos	
vencimentos. Entretanto, podemos exigir o mesmo procedimento por parte de nossos clientes, 
por meio da utilização do meio mais rápido de crédito que possamos ter;
•	 acúmulo	de	vencimentos	–	é	prática,	no	Brasil,	que	a	maioria	dos	vencimentos	salariais,	locatícios,	
tributários e governamentais, venham a ocorrer do dia 1 ao dia 10 de cada mês. Se este acúmulo 
não se coaduna com a situação, devemos tentar alterá‑lo no que for possível, ou antecipar aquele 
que favoravelmente colabora para quitá‑lo.
Para melhor gerenciar o fluxo de caixa, é necessário que ele seja um instrumento gerencial para 
tomada de decisões, tanto para coletar e organizar os dados como para gerar subsídios que permitam a 
análise de desempenho financeiro da empresa.
Com o manejo do fluxo de caixa, o gestor financeiro tem condições de compatibilizar, no tempo, as contas 
a pagar com as contas a receber, e, consequentemente, tomar decisões sobre situações importantes, como:
•	 o	melhor	momento	de	comprar	e	pagar;
•	 o	melhor	momento	de	vender	e	receber;
•	 os	momentos	mais	acumulados	de	contas	a	pagar;
•	 projeção	de	sobras,	e	faltas	de	caixa.
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3.7 Administração das duplicatas a receber
As empresas, em geral, preferem vendas à vista em vez de vendas a crédito, entretanto, pressões 
competitivas forçam a maioria das empresas a oferecer crédito.
 Observação
Observe que a administração de contas a receber começa com a decisão 
de oferecer crédito ou não.
Administrar as duplicatas a receber ou, como também é chamado, o contas a receber, significa cuidar 
do crédito e da cobrança nas transações a prazo.
A decisão sobre vendas a prazo passa pelo estabelecimento de uma política de concessão do crédito, 
sem o qual se podem ter problemas com a cobrança. Crédito é o instrumento de política financeira a 
serviço das entidades, quando estas correm o risco de transferir a posse de dinheiro, mercadorias ou 
serviços, mediante a promessa de reembolso futuro. Tem característica de reciprocidade, uma vez que, 
ao ser concedido por alguém, é automaticamente recebido por alguém.
Nos regimes capitalistas, pressupõe‑se que haja ao concessor uma vantagem financeira pelo ato de 
conceder, e, ao tomador, uma desvantagem financeira pelo ato de tomar. Esta vantagem/desvantagem 
financeira é geralmente determinada pelo valor dos juros compreendidos na operação de crédito.
Sob o ângulo estritamente comercial, quando a concessão está ligada à transferência de mercadorias 
ou serviços, admite‑se que o concessor esteja ligado ao interesse em obter maior lucratividade em suas 
transações, e ao tomador resta‑lhe a obtenção de capitais de terceiros de que necessita também em seu 
negócio.
O crédito cumpre uma série de funções específicas:
•	 movimentar	o	processo	de	produção	em	todas	as	suas	etapas,	possibilitando	maior	volume	de	
operações;
•	 estimular	o	consumo,	tal	que	a	produção	crescente	possa	ser	absorvida	pela	sociedade;
•	 possibilitar	aos	investidores	a	aplicação	de	suas	economias	no	processo	produtivo,	ou	em	nível	de	
consumo;
•	 reunir	 capitais	 que,	 sozinhos,	 não	 conseguiriam	 financiar	 grandes	 projetos	 sociais,	 levando	 a	
sociedade a um bem‑estar econômico e adequada distribuição da renda.
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 Saiba mais
Se você acessar o site do Banco Central do Brasil, encontrará um excelente 
artigo sobre o crédito no Brasil. O nome do artigo é Democratização do 
Crédito no Brasil: Atuação do Banco Central (ALVES, 2004). Vale a leitura.
O crédito divide‑se em dois tipos da forma mais ampla: o crédito público e o crédito privado. O 
crédito público trata das relações entre entidades públicas – governo federal, estadual e municipal – e 
as pessoas ou empresas. O crédito privado trata das relações entre as pessoas ou entre as empresas.
O crédito privado, nosso foco nesta obra, pode subdividir‑se em: crédito mercantil e crédito bancário.
O crédito mercantil é a forma mais comum de financiamento em curto prazo, e também é 
conhecida como crédito comercial. Podemos definir crédito mercantil como sendo o crédito em curto 
prazo concedido por um fornecedor a um comprador, em decorrência da compra de mercadorias, 
matérias‑primas ou serviços para posterior revenda ou utilização. O produtor concede o crédito, quando 
vende seus produtos, a prazo, ao atacadista. Concede‑o depois, o atacadista, quando faz a venda desses 
mesmos produtos ao varejista. E concede‑o, finalmente, o varejista, quando por sua vez, vende esses 
mesmos produtos ao consumidor final, a prazo.
3.8 Políticas de crédito
Para conceder crédito, as empresas precisam estabelecer, entre as políticas possíveis, aquela que irão 
adotar. Há três políticas para concessão de crédito:
•	 Política	de	crédito	liberal
As empresas que adotam normas que determinam e controlam este tipo de política devem ser 
aquelas cuja situação financeira é razoavelmente boa. É comum o estabelecimento deste tipo de política 
pelas empresas novas no mercado, e que precisam se tornar conhecidas rapidamente, a fim de que suas 
vendas aconteçam.
Esta política pode ser utilizada também pelas empresas cuja margem de lucratividade seja considerada 
alta. A competição de mercado, por seu lado, pode ser elemento impulsionador para a prática da política 
de crédito liberal. Pode ocorrer sua prática em circunstâncias especiais, quando em promoções gerais ou 
específicas a produtos de pouco giro, ou até obsoletos ou fora de linha de comercialização ou produção.
O que, por seu turno, deverá ser objeto de consequência ao adotá‑la, é que, como fator de um maior 
volume de vendas que poderá trazer, seguir‑se‑á um risco maior no crédito, com possibilidades de maior 
atraso nas contas as receber e, com isso, maiores possibilidades de perdas.
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•	 Política	de	crédito	rígida
As empresas que adotam normas que determinam e controlam esse tipo de política devem ser 
aquelas cuja situação financeira não permite maiores riscos por falta de capital de giro. É comum 
encontrá‑la nas empresas que comandam determinados mercados com poucos concorrentes, ou nas 
monopolistas, como também em épocas de demanda elevada de consumo com produção insuficiente 
para atendê‑la.
 Observação
De modo geral, fatores como falta de capital de giro, margem de 
lucratividade pequena e tendência à inadimplência por parte dos clientes 
são motivos adicionais a serem considerados na adoçãodesse tipo de 
política.
Como consequência, poderemos ter menores vendas, menor lucratividade, menor quantidade de 
clientes atendidos e menor risco de crédito. Em contraposição, teremos possibilidades maiores de as 
contas a receber estarem sendo pontualmente quitadas.
•	 Política	de	crédito	compatível
As empresas que seguem normas que determinam e controlam esse tipo de política são aquelas que 
adotam uma linha de flexibilidade de ação, levando em conta as condições do mercado e de seus clientes.
É a política moderada que leva em conta, sobretudo, as possibilidades de capital de giro da empresa 
ao empreender sua linha de financiamento aos clientes. Não deixa de pertencer ao tipo de empresa com 
alto grau de controle em seus negócios.
Como consequência desse tipo de ação, espera‑se obter vendas de acordo com o planejamento e com 
o mercado, um maior equilíbrio entre as vendas e os recebimentos, permitindo uma situação financeira 
controlável no decorrer do tempo, pois todos os riscos do crédito são absolutamente planejados.
 Observação
Cada uma dessas políticas de crédito apresenta riscos inerentes, que 
se traduzem nas possibilidades de perda e incerteza nas previsões de 
recebimento.
3.9 Segurança do crédito: os Cs do crédito
A análise de crédito pode ser feita com base em técnica conhecida como 5 Cs, que se referem aos 
seguintes aspectos: caráter, capacidade, capital, colateral e condições (HOJI, 2012, p. 127). Em termos 
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de risco de crédito, segurança absoluta é uma utopia. Segurança relativa com base nas técnicas mais 
apropriadas de concessão de crédito é o objetivo mais adequado. Os 5 Cs buscam esta segurança relativa. 
São eles:
Caráter
Refere‑se à determinação de pagar. É a integridade ou qualidade moral que se traduz em honestidade 
em todas as transações comerciais. O caráter é o item mais importante na análise de crédito. A avaliação 
da cultura da empresa e do caráter de seus administradores, apesar do alto grau de subjetividade, por 
se referir a aspectos morais e éticos, é muito importante, porque vai depender da sua integridade ética 
(honestidade) para saldar compromissos financeiros.
O levantamento de dados históricos, tais como pontualidade nos pagamentos, protestos de títulos e 
pendências judiciais, pode auxiliar na avaliação do caráter. Se o caráter do cliente não for aceitável, os 
outros itens da análise ficam prejudicados (HOJI, 2012).
Condições
Referem‑se às condições financeiras ligadas à conjuntura econômica, do país ou entre as nações, ao 
ambiente econômico e sua organização ou desorganização. Condições econômicas atuais e o cenário 
econômico em que a empresa estará inserida devem ser avaliados em conjunto com o ramo de atividade 
em que ela atua.
Capacidade
Refere‑se às condições de gerenciamento do negócio que o cliente possui, à sua competência 
administrativa e às suas habilidades no negócio. Para Hoji (2012, p. 128), “a firme determinação de pagar 
(caráter) não terá validade se o cliente não tiver capacidade de saldar seus compromissos financeiros. 
O potencial de o cliente saldar os compromissos financeiros pode ser obtido por meio da análise das 
demonstrações financeiras e informações financeiras adicionais, em instituições como a Serasa”.
Capital
Refere‑se às condições materiais de que dispõe o cliente, se ele possui ou não capital de giro 
suficiente para trabalhar e gerir o negócio.
Colateral
Refere‑se às garantias e bens pessoais que o cliente oferecerá na hipótese do negócio ruir ou fracassar.
3.10 Modelo de limitação de crédito
Finalizando o assunto, apresentaremos um modelo de limitação de crédito, de nossa autoria, o qual 
pretende determinar um limite à concessão e que seja compatível com as possibilidades de cada cliente.
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Unidade II
A fase de compra e venda mediante o prazo inicia‑se pela visita de um vendedor ao cliente e é 
materializada pela efetiva compra de mercadorias, matérias‑primas ou serviços.
Há duas possibilidades: de a venda ser feita à vista ou de ser feita a prazo. Se ela for efetuada a 
prazo, teremos o preenchimento de uma ficha cadastral, com dados de bancos, fornecedores e demais 
fontes de informação.
Essa ficha será analisada, as confirmações de idoneidade serão colhidas, serão ouvidas entidades 
ligadas ao crédito, como a Serasa e a Associação Comercial, e quando for o caso, analisadas as 
demonstrações financeiras fornecidas.
Se todas as informações forem favoráveis e a análise das demonstrações financeiras sinalizar a 
concessão do crédito solicitado, virá a questão importante: qual o valor do acúmulo de vendas a prazo 
que poderá ser concedido para aquele cliente, ou, em outras palavras, qual será o limite de crédito que 
aquele cliente suporta ou merece, da parte de um só fornecedor?
A fórmula a seguir apresentada foi discutida em apresentação para a obtenção do título de mestre em 
ciências contábeis por um dos autores, em 1990, tendo sido plenamente aprovada pela banca de exame.
Seus parâmetros financeiros são os seguintes:
LC = {[(0,10 x PL) + (0,05 x EST) + (0,08 x DR) + (0,02 x DISP)] – [(0,10 x FORN) + 
(0,02 x SAL) + (0,10 x EBCP) + (0,03 x OC)]}
A primeira somatória de informações é denominada de fontes positivas de crédito, e os significados 
das abreviaturas são os seguintes:
Quadro 25
PL Patrimônio Líquido
EST Estoques
DR Duplicatas a receber
DISP Disponibilidades
A segunda somatória de informações é denominada de fontes negativas de crédito, e os significados 
das abreviaturas são os seguintes:
Quadro 26
FORN Fornecedores
SAL Salários, contribuições e tributos
EBCP Empréstimos bancários de curto prazo
OC Outras contas a pagar
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3.11 Aplicação do modelo de limitação de crédito
Analisaremos três empresas do ramo de produção de alimentos, com situações totalmente diferentes, 
e cujas demonstrações apresentam‑se a seguir.
A aplicação da fórmula determinou:
Tabela 2
Fontes positivas Indústria A Indústria B Indústria C
0,10 x PL 2.703 797 11.581
0,05 x EST 908 459 2.706
0,08 x DR 916 305 5.451
0,02 x DISP 14 7 72
Tabela 3
Fontes negativas
0,10 x FORN 563 663 2.978
0,02 x SAL 136 46 228
0,10 x EBCP 1.475 447 –––
0,03 x OC 10 13 70
Limite de crédito 2.357 399 16.534
Tabela 4
Comparações
Faturamento anual 117.786 103.388 449.085
Liquidez corrente 1,41 1,22 2,20
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 8,28% 2,05% 5,26%
Podemos notar que os limites são bastante heterogêneos, o que justifica a necessidade da análise 
das demonstrações financeiras, conforme se procede.
Quadro 27 – Balanço Patrimonial padronizado, em 31 de dezembro de 2006
Indústria A
Ativo Circulante 32,497 Passivo Circulante 23,032 
Disponível 593 Fornecedores 5,633 
Duplicatas a receber 6,961 Contas a pagar 7,148 
Estoques 18,170 Empréstimos bancários 10,251 
Outras contas 6,773 
Exigível Longo Prazo 15,369 
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Realizável Longo Prazo 4,182 Financiamentos 398 
 Outras contas 14,971 
Permanente 28,759 
Investimentos 1,938 Patrimônio Líquido 27,037 
Imobilizado – Capital social 21,404 
Diferido 26,821Reservas e lucros acumulados 5,633 
 
Total do Ativo 65,438 Total do Passivo 65,438 
Quadro 28 – Balanço Patrimonial padronizado, em 31 de dezembro de 2006
Indústria B
Ativo Circulante 16,978 Passivo Circulante 13,870 
Disponível 358 Fornecedores 6,631 
Duplicatas a receber 3,817 Contas a pagar 2,769 
Estoques 9,183 Empréstimos bancários 4,470 
Outras contas 3,620 
Realizável Longo Prazo 1,036 Exigível Longo Prazo 9,053 
 Financiamentos 8,824 
 Outras contas 229 
Permanente 12,880 Patrimônio Líquido 7,971
Investimentos 1,911 
Imobilizado 10,969 Capital social 4,300 
Diferido – Reservas e lucros acumulados 3,671 
Total do Ativo 30,894 Total do Passivo 30,894 
Quadro 29 – Balanço Patrimonial padronizado, em 31 de dezembro de 2006
Indústria C
Ativo Circulante 196 Passivo Circulante 86 
Disponível 3 Fornecedores 29 
Duplicatas a receber 68 Contas a pagar 57 
Estoques 54 Empréstimos bancários – 
Outras contas 71 
 Exigível Longo Prazo 65 
Realizável Longo Prazo 1 Financiamentos 9 
 Outras contas 56 
Permanente 72 
Investimentos – Patrimônio Líquido 118 
Imobilizado 71 Capital social 6 
Diferido 1 Reservas e lucros acumulados 112 
Total do Ativo 269 Total do Passivo 269 
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É interessante observar que a utilização da fórmula evidenciou que a empresa com menor liquidez 
corrente foi aquela que apresentou menor limite de crédito, enquanto a de maior liquidez corrente foi 
a que apresentou maior limite de crédito.
 Lembrete
Lembre‑se de que a liquidez corrente representa o volume de bens e 
direitos de curto prazo, comparados com as obrigações de curto prazo.
3.12 Administração dos estoques
Os estoques têm grande importância dentro do grupo do Ativo Circulante. Apesar da moderna 
administração dos estoques, pela aplicação contínua da logística, eles representam volumes consideráveis 
entre as demais contas do Ativo Circulante.
Nas empresas comerciais, os estoques são chamados de mercadorias e, nas empresas industriais, 
subdividem‑se em: matérias‑primas, produtos semiacabados, produtos acabados e materiais diversos.
Três situações são fundamentais na administração dos estoques:
•	 quanto	e	quando	comprar;
•	 quanto	e	quando	produzir;
•	 quais	os	itens	que	merecem	maiores	cuidados.
Controles estatísticos e informações instantâneas são pontos básicos para que tenhamos uma boa 
administração dos estoques. Uma gestão eficiente de estoques implica manter o menor volume possível 
de recursos financeiros nesse Ativo, de modo que os recursos disponíveis sejam aplicados em outros 
Ativos Circulantes mais rentáveis, maximizando o resultado operacional da organização.
Os erros mais comuns que podem ser encontrados na administração dos estoques são:
•	 compra	 em	quantidade	maior	do	que	a	necessária.	Muitas	 vezes	provocada	por	 informação	
deficiente sobre o volume e andamento das vendas, ou mesmo com intenções de especulação. 
Corre‑se o risco de, por modificação no mercado, o excesso permanecer ocioso e sem 
movimentação.
•	 compras	 efetuadas	 no	 tempo	 errado.	 Se	 antecipada	 à	 produção	 ou	momento	 da	 venda,	
poderá permanecer ociosa com risco de obsolescência ou de avarias. Se feita em descompasso 
com a produção ou momento da venda, permanecerá dispensável e também com riscos de 
perdas.
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•	 compra	sem	conhecimento	da	produção.	Quando	há	produção	sob	encomenda,	ou	produção	feita	
antecipadamente à venda. Como no comércio, compramos para vender posteriormente. Controles 
estatísticos e compras moderadas são formas de tentar errar menos ou não errar neste instante.
•	 itens	de	maior	densidade.	Quer	de	saída,	quer	de	produção,	quer	estratégicos,	requerem	cuidados	
especiais. Suas informações precisam ser tratadas com maior frequência que os demais.
•	 armazenagem	deficiente.	Que	prejudique	a	movimentação	dos	estoques,	sua	requisição	natural	
para a produção ou para as lojas, pode ser fator preponderante na manutenção de estoques 
excessivos,
•	 seguros	de	valor	inadequado.	Os	itens	estocados	devem	ter	um	valor	segurado	que	seja	adequado	
à reposição, e ao tempo em que isso se dará, entre o sinistro e o recebimento de novos estoques.
•	 desuso	e	obsolescência.	Nas	fábricas,	pela	desativação	de	alguns	produtos,	e	no	comércio	pela	
mudança de estação ou mudança de hábitos, merecem cuidados especiais os itens mais sujeitos 
a este tipo de alteração.
•	 políticas	 definidas.	 É	 comum	 as	 áreas	 interessadas	 nos	 estoques	 terem	 atenção	 focada	 em	
pensamentos divergentes. Assim, o departamento de compras deseja comprar para que não faltem 
os insumos necessários. O departamento de produção gostaria de grandes volumes para atender 
melhor suas máquinas. O departamento comercial gostaria de mais produtos ou mercadorias 
estocadas a fim de nenhum cliente viesse a reclamar de faltas. Finalmente, a área de finanças 
precisa ajustar recursos para atender a todos os anseios, mesmo os exagerados.
Segundo Hoji (2012), a responsabilidade direta pela administração dos estoques não é do 
administrador financeiro, mas ele pode influir sobre os resultados globais da empresa, interagindo 
junto a áreas operacionais responsáveis pelo controle do giro e níveis adequados de estoques. Ainda 
para Hoji,
[...] os responsáveis pelas diversas áreas de uma empresa procuram cumprir 
bem seu papel, esquecendo, muitas vezes, o objetivo principal da empresa, 
A principal atribuição do gerente de compras é a de assegurar os estoques 
em nível suficiente, adquiridos a preços mínimos, para não interromper 
o processo de produção, o que poderia levá‑lo a comprar grandes lotes, 
desnecessariamente, para obter descontos. A principal atribuição do gerente 
industrial é a de produzir com boa qualidade em quantidade suficiente para 
atender à demanda, o que poderia levá‑lo a manter alto nível de estoques de 
matéria‑prima e de produtos acabados, além de consumir tempo excessivo 
de produção. O gerente de vendas tenderia, também, a manter alto volume 
de estoques de produtos acabados e em grande variedade, para atender 
rapidamente a todos os pedidos. (HOJI, 2012, p. 122).
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 Observação
Observe que o principal propósito da administração de estoques 
é determinar e manter o nível de estoque que satisfaça os pedidos dos 
clientes em quantidades suficientes e a tempo.
Como a manutenção de estoques é dispendiosa devido à imobilização monetária, o custo do estoque 
impede que outras oportunidades lucrativas sejam aproveitadas. Assim, como bem ressaltam Groppelli 
e Nikbakht (1999, p. 388), quando se pensa em administração de estoques deve‑se pensar em lote 
econômico de compra, mais conhecido como LEC. Entende‑se por LEC, a quantidade de um item que, 
quando pedido regularmente, resulta em custos mínimos de pedido e manutenção. Pode ser obtido pela 
seguinte equação:
LEC
QxCp
Cm
=
2 , onde:
Q = número de unidades requeridas por período de tempo.
Cp = custo por pedido de compra.
Cm = custo de manutenção.
Vamos a um exemplo de aplicação da fórmula do conhecimento do LEC?
Admita uma empresa cujo consumo anual de um item seja de 25.000 unidades, o custo do pedido 
de compra seja de R$215,00, e o custo de manutenção por unidade igual a R$5,00. Nestas condições, o 
lote econômicode compra será de 1.466 unidades, com valores arredondados. Vejamos a aplicação da 
fórmula.
Fórmula do lote econômico de compra:
LEC
QxCp
Cm
=
2
Substituindo os valores do enunciado na fórmula do lote econômico de compra:
LEC
x x
=
( )2 25000 215
5
Efetuando, então, as operações:
LEC
x
=
50000 215
5
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LEC =
10750000
5
LEC = 2150000
LEC = 1.466
A empresa minimizará o custo total de pedir e manter se 1.466 unidades forem requisitadas em cada 
pedido de compra. Já que o consumo anual é de 25.000 unidades, a empresa deve emitir 17 pedidos de 
compra, solicitando 1.466 unidades de cada vez.
Como determinar o número de pedidos por ano?
Número de pedidos no ano = Consumo Anual
LEC
Do exemplo:
Número de pedidos no ano = 25000
1466
O conhecimento do lote econômico de compra pode até não ser responsabilidade do gestor financeiro 
– aliás, está mais para a responsabilidade do departamento de logística e distribuição. Como o gestor 
financeiro precisa ter uma visão integrada, deve, portanto, ter noção de sua representatividade.
3.13 Necessidade de capital de giro
O livro Análise das Demonstrações Financeiras, de Antonio Salvador Morante, apresenta amplas 
observações a respeito do capital de giro, que culminou com a fórmula do Prof. Dante Carmine Matarazzo, 
que estabeleceu um modelo utilizando os prazos médios de recebimento das vendas, de renovação dos 
estoques e de pagamento das compras.
Os estudos sinalizam várias opções, a fim de que tenhamos o valor adequado para dimensionar a 
necessidade do capital de giro.
Neste mesmo capítulo, ao estudarmos a administração do capital de giro, demos especial atenção às 
contas duplicatas a receber e estoques.
Vamos iniciar este tópico evidenciando os ciclos existentes: o operacional e o financeiro.
Ciclo operacional é o tempo decorrente desde a compra da matéria‑prima para a produção 
(indústria) ou as mercadorias para revenda (comércio), passando pela venda do produto (indústria) ou 
as mercadorias (comércio), até o recebimento dessa venda.
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administração financeira
Assim, é a soma de dois prazos médios: o prazo médio de renovação dos estoques e o prazo médio 
de recebimento das vendas.
Ciclo financeiro é o tempo decorrente entre todas as movimentações de caixa. Abrange o período 
compreendido desde a compra dos estoques, mais o período até o recebimento das vendas, menos o 
período do pagamento das compras.
Podemos evidenciar as seguintes fórmulas:
Ciclo Operacional = PMRE + PMRV
Ciclo Financeiro = PMRE + PMRV (–) PMPC
Onde:
PMRE = Prazo Médio de Renovação dos Estoques.
PMRV = Prazo Médio de Recebimento das Vendas.
PMPC = Prazo Médio do Pagamento das Compras.
Entretanto, devido ao PMRE e PMPC conterem em seus dados somatórias de informações a preço de 
custo, precisamos fazer sua equivalência ao preço de venda.
A fórmula do ciclo financeiro, que é base para a determinação do capital de giro, teria sua equivalência 
da seguinte maneira:
CFeq = PMREeq + PMRV (–) PMPCeq
PMREeq = PMRE x Custo das Vendas x 100
 Vendas
PMPCeq = PMPC x Compras x 100
 Vendas
A fórmula desenvolvida para a necessidade de capital de giro, pelo mesmo autor é:
NCG = CFeq x VD + (OAC – OPC)
Onde:
NCG = Necessidade de Capital de Giro.
CFeq = Ciclo Financeiro Equivalente.
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VD = Vendas Diárias.
OAC = Outros Ativos Circulantes.
OPC = Outros Passivos Circulantes.
3.14 Exemplo de aplicação de ciclo operacional e ciclo financeiro
Desenvolvidas as fórmulas da equivalência e da necessidade de capital de giro, processaremos alguns 
exemplos, extraídos das informações contidas nas empresas relacionadas anteriormente, com base no 
ano de 2006.
Tabela 5
Informações Básicas Empresa A Empresa B Empresa C
Compra de matérias‑primas 57.008 41.272 179.000
Consumo de matérias‑primas 49.540 37.702 178.687
Vendas anuais 117.786 103.388 449.085
Estoques em 31.12.06 18.170 9.183 54.135
Fornecedores em 31.12.06 5.633 6.631 29.786
Outros Ativos Circulantes 2.866 3.981 74.901
Outros Passivos Circulantes 21.899 7.242 59.720
Saindo do curto para o longo prazo, o próximo capítulo versará sobre as decisões de financiamento 
em longo prazo à disposição do gestor financeiro. O dilema entre a utilização de capital próprio como 
fonte de financiamento das necessidades de capital ou capital de terceiros para amortização em longo 
prazo passa pela análise da alavancagem financeira. Este conceito, ao lado de outros conceitos relativos 
aos principais papéis que são oferecidos no mercado de capitais, serão vistos a seguir, juntamente com 
formas alternativas de financiamento de Ativos fixos, indispensáveis às operações industriais.
4 DECISÕES DE FINANCIAMENTO EM LONGO PRAZO
As empresas dispõem de fontes internas e fontes externas de recursos financeiros para o financiamento 
de suas atividades. Com base na evolução dos seus negócios, poderão existir lucros retidos ao longo do 
tempo. Além disso, poderá obter condições mais adequadas de financiamento de suas compras, em 
relação às suas vendas, desfrutando, assim, de um giro dos créditos maior do que o giro dos débitos. 
Significa um prazo médio de recebimento das vendas menor do que o prazo médio de pagamento das 
compras. Pode, ainda, planejar e adequar, de forma racional, os pagamentos de impostos inerentes à 
sua atividade, em todas as esferas administrativas, ou seja, tributos municipais, estaduais e federais, cuja 
participação no faturamento e nos lucros da atividade tem importância significativa nos dias de hoje. 
Outra forma de capitalização do negócio consiste na desmobilização, ou seja, na venda de Ativos fixos 
pertencentes ao Ativo Permanente do negócio que, de alguma forma, podem ser vendidos a terceiros, 
sem prejuízo das atividades. E, com criatividade, outras oportunidades poderão despontar, por exemplo, 
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administração financeira
alienação de parte do controle do negócio, obtenção de recursos em função de futuros produtos que 
serão oferecidos, formação de joint venture, fusão, aquisição de outras empresas com fluxo de capital 
conveniente e comprovada sinergia com o negócio principal etc.
Já as fontes externas propriamente ditas compreendem recursos próprios e recursos de terceiros. 
Como recursos próprios que poderão ser carreados para o empreendimento destaca‑se a ampliação 
do capital social do negócio, mediante aporte de capital ou negociação de novas ações no mercado 
primário de capitais, conforme se verá um pouco mais à frente. Por recursos de terceiros entendem‑se 
as debêntures, commercial papers, os empréstimos bancários, o crédito subsidiado, os empréstimos 
externos, obtenção de recursos de fornecedores e outras formas.
4.1 Fontes de recursos para o financiamento empresarial
Mercado de capitais
Na condução dos negócios, o principal executivo da área financeira das organizações se defronta com 
necessidades de financiamento das atividades produtivas e do capital de giro a prazos mais dilatados 
do que aqueles usualmente praticados pela empresa no mercado financeiro. Decide, então, realizar uma 
incursão pelo mercado de capitais. Nesse mercado são negociados títulos, tais comoações, debêntures 
e commercial papers e bônus de subscrição. Eles constituem os valores mobiliários, conforme definido 
em lei.
Principais Ativos de emissão das empresas
Vejamos, inicialmente, algumas características de cada um desses Ativos.
•	 Ações
As ações compreendem as menores frações do capital de uma empresa. Constituem um investimento 
de prazo indeterminado e de renda variável. Representam um título de propriedade, caracterizado por 
um certificado de propriedade que confere ao seu possuidor uma parcela de participação no controle e 
nos lucros da empresa, bem como em suas obrigações, sob dependência da espécie de papel, conforme 
se verá mais adiante. Este título deve ser emitido necessariamente por uma sociedade anônima. Confere 
ao seu possuidor o direito de recebimento periódico de dividendos. O certificado de propriedade de uma 
ação confere ao seu titular o direito de fiscalização dos negócios e de participação nas deliberações 
sociais por meio de voto correspondente à sua parcela do capital social do empreendimento. A 
responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou 
adquiridas. Um certificado de propriedade de ações pode ser vendido a terceiros, quando, então, se dá 
a transferência desta propriedade. Na análise sobre as condições de uma ação, deve‑se atentar para a 
espécie (ação ordinária ou preferencial), forma (nominativa ou escritural), tipo (comum, resgatável) e 
classe (A, B, C...).
Existem várias classificações para este tipo de papel, com maior ou menor prevalência nas operações 
realizadas em bolsa de valores. Assim, uma ação ao portador designava uma ação que não trazia o nome 
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Unidade II
do seu proprietário. Pertencia, portanto, a quem a tivesse em seu poder. Este tipo de ação deixou de existir 
legalmente a partir de 1990. Uma ação cheia é uma ação cujos direitos, tais como dividendos – parcela 
sobre os lucros do período –, bonificação – pagamento em dinheiro ou em novas ações de parcela dos 
lucros não distribuídos anteriormente – e subscrição – direito estendido aos acionistas para aquisição de 
ações da empresa, quando esta decide emitir novas ações para aumentar seu capital – ainda não foram 
exercidos. Por seu turno, uma ação vazia é uma ação cujos direitos já foram exercidos. Uma ação com 
valor nominal tem um valor impresso, estabelecido pelo estatuto da empresa que a emitiu. Uma ação 
endossável compreende um tipo de ação nominativa que pode ser transferida para outro proprietário 
mediante endosso. Já uma ação escritural se refere a uma ação nominativa – a seguir descrita – sem 
a emissão de certificados, mantida em conta de depósito do seu titular, na instituição depositária que 
for designada. Uma ação listada em bolsa é uma ação negociada no pregão de uma bolsa de valores. 
Uma ação nominativa é um tipo de ação na qual consta o nome do proprietário, sendo que sua venda 
deve ser registrada na empresa que a emitiu. Dentre outras classificações, uma ação objeto é um valor 
mobiliário a que se refere uma opção. No rol dos mais conhecidos jargões do mercado financeiro, uma 
ação ordinária é um tipo de ação que proporciona ao seu proprietário o direito de voto. Por sua vez, 
uma ação preferencial dá ao seu proprietário prioridade no recebimento de dividendos e restituição do 
capital em caso de extinção da empresa, mas não dá o direito a voto. Algumas empresas diferenciam, 
por meio de letras (A, B etc.) as séries de seus papéis lançados no mercado. Ainda com relação aos 
conceitos derivados deste tipo de papel, uma ação sem valor nominal significa uma ação para a qual 
não se convenciona valor emissão, prevalecendo o preço de mercado por ocasião do lançamento.
De particular importância para a compreensão do valor de uma ação é a apreensão de três conceitos 
referentes a valor de um papel desta natureza: o valor de mercado, o valor patrimonial e o valor de 
reposição. O primeiro refere‑se ao preço da ação no mercado. Assim, o valor de uma ação ordinária 
nominativa da Itaú S.A. – Investimentos Itaú S.A. no mercado de ações da Bolsa de Valores de São 
Paulo, no fechamento de 8 de junho de 2007, foi de R$16,70, o que equivale a R$16.700,00 por lote 
de mil ações. Por sua vez, o valor patrimonial de cada ação é o resultado da divisão do Patrimônio 
Líquido da empresa pelo total de ações em circulação. Então, no caso da Itaú S.A., sendo o valor do 
Patrimônio Líquido, em 31 de dezembro de 2006, igual a R$12.842.285.000,00, e a empresa possuindo 
3.177.929.000 de ações em circulação, o valor patrimonial da controladora Itaú S.A. foi, à época, 
R$4.041,09 por lote de mil ações, resultado da divisão de R$12.842.285.000,00 por 3.177.929 lotes de 
mil ações, conforme apontado nas demonstrações financeiras da empresa. Para uma visão mais acurada 
do valor de mercado veja o release (informação para a imprensa e investidores) de 30.4.2007 emitido 
pela Itaú S.A. Conforme consta desse comunicado à imprensa, a empresa constitui uma das primeiras 
holding companies (empresa‑mãe, numa tradução livre) puras de capital aberto aqui instaladas. Com 
isto, as decisões financeiras e estratégicas das empresas controladas são assumidas pela holding. A 
empresa relaciona sua participação em outras empresas e o correspondente valor de mercado de cada 
uma das ações destas empresas, obtendo, pela ponderação, o valor de mercado de seus papéis. Este valor 
de mercado é comparado com a cotação da ação mais líquida da própria empresa holding conforme 
cotação na Bovespa, daí resultando a comparação entre o valor de mercado da Itaú S.A. versus valor de 
mercado de sua participação nas empresas coligadas e, por extensão, a taxa de desconto. A diferença 
entre o valor de mercado verificado para a holding em comparação com o valor de mercado teórico 
que se obtém pela soma das partes que a compõem, ou seja, a soma dos valores de mercado das ações 
das empresas controladas, computada a participação da controladora em cada uma destas empresas 
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administração financeira
– “soma das partes” –, dá‑se o nome de “desconto”. No caso da Itaú S.A., o valor da “soma das partes” 
é maior do que o valor de mercado de suas próprias ações, o que é um estímulo à aquisição do seu 
papel. Isto porque os analistas, acionistas e investidores do mercado de capitais consideram que “o valor 
‘justo’ da Itaú S.A. seria composto pelo valor de mercado da soma de suas participações nas companhias 
abertas controladas”.
Resta‑nos abordar o conceito de valor de reposição. Refere‑se ao custo corrente de reposição dos 
Ativos de uma empresa. Quando a empresa adquire um Ativo, o valor de reposição e o valor patrimonial 
são idênticos. Depois desse momento, os valores podem divergir livremente. Uma relação entre o valor 
de mercado e o valor patrimonial das ações ordinárias, ou seja, o quociente entre estes dois valores, bem 
como o quociente resultante da relação entre o valor de mercado dos Ativos e o valor de reposição dos 
Ativos – conhecido por q de Tobin1 – são indicadores do sucesso da empresa. Um quociente entre valor 
de mercado e valor patrimonial ou um índice q de Tobin maior do que 1 indica que a empresa tem tido 
êxito em suas decisões de investimento.
•	 Debêntures
As debêntures são uma alternativa para a obtenção de recursos financeiros de longo prazo. Os 
investidores que adquirem as debêntures recebem uma taxa de juros fixa ou variável sobre o valor 
emprestado, além de dividendos. Essas debêntures podem ou não ser conversíveis em ações, em 
épocas e condições predeterminadas, possibilitando ao seu titular uma participação

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