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V e t e r i n a r i a n D o c s www.veterinariandocs.com.br 1 www.veterinariandocs.com.br Plantas Tóxicas e Toxicologia Introdução Divisão: -Botânica; -Pelo princípio ativo; -Por região; -Por ação; Diagnóstico: -Anamnese e História Clínica; -Sinais clínicos; -Lesões; -Experimentação; Tratamento: -Terapêutico; -Profilático. Crenças: Oxipetalum spp. (Timbó): Cipó leitoso (planta lactente) que se acredita que é tóxico. Na verdade não é. Aclepia curassalvica (Oficial sala): No Paraná é chamada de erva de rato (na verdade não é erva de rato). Geralmente quanto há intoxicação e essa planta é dita como culpada na verdade não é, pois tem baixa palatabilidade. 2 www.veterinariandocs.com.br 01-Plantas de Ação Hepatotóxica Aguda Plantas do sul e do sudeste. Aspectos Clínicos e Lesionais -Os sinais clínicos são agudos, aparecem cerca de 12h após a ingestão e a morte ocorre até 12 a 48h após. -A maioria das intoxicações por plantas causam anorexia (não será citado); -Manifestações nervosas: -Pressionar a cabeça contra obstáculos; -Agressividade (não são todos); -Tremores musculares (principalmente coxa ou escápula); -Fezes secas com coágulos de muco e as vezes com coágulos de sangue; -Esclera e conjuntiva congestas -Olho no fundo (enoftalmia). Dose letal Geralmente 30g/kg de PV. (cerca de 30% da capacidade de ingestão) Necropsia/Macroscopia (lesão fundamental*) -Fígado com padrão lobular evidente* (Insuficiência cardíaca tem outros sinais, então deve-se diferenciar); -Edema de vesícula biliar; -Fígado pode apresentar áreas mais amarelas ou hemorragias; -Ressecamento do conteúdo do abomaso (aderido): ocorre em outras doenças também; -Ressecamento do conteúdo intestinal (pode ter estrias de muco); -Hemorragias. Microscopia -Fígado congesto e geralmente com lesões uniformes (algumas podem ser massivas). 3 www.veterinariandocs.com.br Plantas Cestrum corymbosum; Cestrum intermedium (mata boi; coerana; dama da noite); Hanovenia dulcis (uva do japão; tripa de galinha); Trema micrantha (grandiuva); Xanthium sp. (carrapicho; carrapichão); Dodonea viscosa; Perreia ou ruga (Perreia flavipes). 01.1-Cestrum corymbosum -Apresenta baixa palatabilidade; -Presente no Paraná (Curitiba à Castro), leste de Santa Catarina e Minas Gerais. 01.2-Cestrum intermedium (mata boi; coerana; dama da noite): -Baixa palatabilidade; -Segunda planta mais importante do oeste catarinense; -Arvore alta – fruto é ingerido pelos pássaros, os quais a espalham. 01.3-Hanovenia dulcis (uva do japão; tripa de galinha): -Ovinos: sinal neurológico? -Bovinos; -Mês de maio a junho o fruto amadurece; -Com o vento forte o fruto cai (período crítico) e os bovinos comem; -Precisa ingerir pelo menos 30g/kg de PV. 01.4-Trema micrantha (grandiuva): Não atinge bovinos, pois precisam ingerir 50g/kg para intoxicar (menos importante); Ovinos e caprinos ocorre morre com quantidade menor (10g/kg), mais importante; 4 www.veterinariandocs.com.br 01.5-Xanthium sp. (carrapicho; carrapichão): -O fruto e a folha (jovem, recém nascida) são tóxicos; -Importante também para suínos (grão); -Silagem de grão úmido: colheita mecânica colhe junto com milho, sorgo e outros grãos; -Planta adulta o bovino não come (não é palatável); -Planta jovem é muito palatável (a partir da quarta folha não é mais); 01.6-Dodonea viscosa: -Não é importante. 01.7-Perreyia flavipes (ruga) -Lagarta preta que se reúne no chão, são larvas de uma espécie de vespa; -Bovino, ovelha e porco ingerem; -Aparece de maio a julho; -Quadro clínico e lesional é idêntico as plantas hepatotóxicas agudas, sendo assim é um diferencial importante. 02-Plantas de Ação Hepatotóxica Crônica Plantas Senecio brasiliensis (maria mole; flor das almas): existem outras espécies principalmente no Rio Grande do Sul. Echium plantagineum. 02.1-Senecio brasiliensis (maria mole; flor das almas) 02.1.1-Bovinos Características -Planta daninha que atinge principalmente pastos cultivados; -Após a ingestão os sinais clínicos aparecem 6 meses à 12 meses depois; -São de palatabilidade muito baixa; 5 www.veterinariandocs.com.br É uma das piores doenças com 100% letalidade. Difícil ocorrer, mas quando ocorre é fatal; Dose tóxica Entre 0,3 a 0,5g/kg por alguns dias ou 5g/kg de uma só vez. 10g/kg leva a sintomatologia aguda (não ocorre); Formas de ingestão 1-Juntamente com pastagens cultivadas. No Rio Grande do Sul ocorre na época de seca pois os bovinos não tem o que comer (se tiver pastagem não comem o senecio). Os bovinos comem somente quando estão com fome e quando um animal come os outros comem também; 2-Quando a planta é jovem. A planta é muito pequena e quando o bovino apanha o pasto não consegue selecionar; 3-Junto com o feno. A planta não perde a toxicidade mesmo após estar seca. 4-Ingestão de silagem contaminada; 5-Através do uso de limpeza de resíduos de cereais. Há a entrada da folha de senecio junto com os grãos na hora da colheita mecânica; A forma de ingestão varia com a região, no Rio Grande do Sul principalmente pela fome na época de seca e no Paraná e Santa Catarina com silagem e feno. Sinais clínicos -Anorexia, apatia, alguns animais (aqueles que duram mais) podem ter icterícia e deve-se diferenciar com tristeza parasitária; -Diarreia (agudas – fezes secas); -Ascite*; -Tenesmo*; -Abaulamento do reto (pode ter prolapso de reto) -Agressividade; -Edema de barbela; -Fotossensibilização é rara, e ocorre geralmente em animais com pelagem clara, holandesa nas regiões brancas e charolês no espelho nasal Necropsia/Macroscopia -Ascite; 6 www.veterinariandocs.com.br -Edema de abomaso (aspecto gelatinoso que ocorre também no omento e cólon); -Cirrose: não existe outra que causa cirrose em ruminantes. Fígado de consistência dura e de coloração amarelada ou escura com estriações brancas; -Aumento de volume da vesícula biliar, e as vezes com nodulações (quando aberta pode observar nodulações); Lesões microscópicas -Megalocitose (aumento de volume do hepatócito que ainda resta); -Fibrose; -Proliferação de canais biliares; -Espongiose; Diagnóstico -Histórico (quadro clínico): ocorre entre 1 a 2 semanas à 3 meses e não é reversível; -Sinais clínicos; -Necropsia e microscopia; -Biópsia hepática: pode fazer diagnóstico antecipado (vê as lesões antes do aparecimento dos sinais clínicos). Se observar um animal com sinais no rebanho deve-se fazer biopsia; Técnica: Fazer anteriormente a tricotomia e assepsia da região. Deve-se entrar com agulha e mandril no penúltimo espaço intercostal, na altura da linha do ísquio. Usa o mandril até passar o músculo, tira-se o mandril e faz-se movimentos giratórios. No final fecha-se com o polegar (vácuo) e puxa para fora a agulha. Colocar fragmento em um frasco com formol e enviar para laboratório de patologia. *Deve-se saber que vários animais vão morrer (orientar o proprietário). **Ver histórico para se terr qual a forma de ingestão (pode não haver senecio no campo e proprietário não vai acreditar no diagnóstico). Pode ser que nem ingeriu a dose toxica na propriedade (se o lote foi comprado a pouco tempo). Tratamento Profilático; Consiste em: 7 www.veterinariandocs.com.br -Erradicar a planta (orientar produtor). Qualquer secante mata, o problema é que seca a pastagem também. A realização de roçadas deve ser na épocade floração (se não estiver com flor não acaba) e os animais devem ser retirados para não comerem a planta no chão. Queimadas diminuem bastante (mas é proibido); -Evitar a contaminação do feno ou silagem; -Biológico; -Boa alimentação, se tiver boa alimentação o animal não come (baixa palatabilidade) 02.1.2-Equinos -Também é sensível ao senecio (mesma dose que o bovino); -Geralmente come através do feno de alfafa; -Número de casos menor porque tem menos; -Não mostra tão bem clinicamente: -Fase inicial há edema na região abdominal (aparece e desaparece); -Pressiona a cabeça contra objetos; -Anorexia; -Diarreia; -Agrassividade antes de morrer (hiperamonemia); -Último dia ante da morte anda a esmo (anda a toa) e cai por exaustão. 02.1.3-Ovinos Muito mais resistente que bovinos e equinos, necessita de dose entre 20 e 30g/kg/dia. 02.1.4-Galinhas São extremamente sensíveis; 02.1.5-Homem -Houveram 19 casos na Venezuela; -Forma de intoxicação: chá. 8 www.veterinariandocs.com.br 03-Plantas de Ação Radiomimética Plantas com ação semelhante à radiação; Plantas 03.1-Pteridium aquilinum (Samambaia); Introdução -Maior causa de morte em bovinos em Santa Catarina e região sul do Brasil; -Em região onde há desenvolvimento da agricultura diminui um pouco os casos; -Resiste ao frio mas seca com a geada e volta no verão; -A planta jovem é muito palatável; -Geralmente os animais ingerem a planta devido a fome; -Quando a pastagem está tenra os animais ingerem devido a falta de fibra; Manifestações clínicas -Intoxicação aguda; -Hematúria enzoótica; -Carcinomas de trato digestivo; 03.1.1-Intoxicação aguda Introdução -Ocorre em animais de qualquer idade; -Associada a ingestão da planta jovem, pois quando ingerem a planta adulta os sinais são mais brandos; -Número maior de surtos; -O corre a partir do verão até as primeiras geadas; -Maior problema no outono quando diminuem os pastagens (quando ocorre geadas mais tarde no inverno ocorre carência de pasto e a samambaia brota e animais com fome ingerem o broto); Dose tóxica 10g/kg por 1 ou 2 semanas; 9 www.veterinariandocs.com.br Princípio Ativo Glicosídeo noserquiterpeno o qual causa aplasia grave de medula óssea e provoca síndrome hemorrágica. Sinais clínicos -Hemorragias; -Sangramento na narina (quando unilateral suspeitar de CE); -Palidez nas mucosas com hemorragias associadas (esclera, gengiva e vagina); -Sangue incoagulável; -Pode ter gotas de sangue (pelos e espelho nasal); -Fezes com sangue (vermelhas escuras ou com sangue vivo); -Única planta que produz aumento na temperatura (pode chegar a 42 °C); -Curso clínico: cerca de uma semana, mas se tiver lesão no fígado haverá morte em 24 h; Exames complementares Hemograma: verifica-se anemia, neutropenia e trombocitopenia; Necropsia/Macroscopia -Fundamental para o diagnóstico; -Hemorragias em todos os órgãos; -Apresenta coágulos de sangue na luz do intestino; -Baço retraído; -Fígado pode ser mais pálido com infartos e hemorragias; -Rim com palidez e hemorragias; -Peritonite e hemorragias fibrinosas; -Corte do fígado: apresenta colônias bacterianas (bactérias oriundas do intestino, as quais sobem pelo ducto colédoco). Quando há Clostridium associado observa-se necrose. -Os infartos e os focos de necrose ocorrem devido a embolia bacteriana. Com a lesão na medula óssea ocorre incapacidade de produção de células de defesa (leucócitos), isso diminui a capacidade de defesa do organismo, ocorrendo a proliferação de bactérias (as quais não são fagocitadas). 10 www.veterinariandocs.com.br Diagnóstico -Anamnese e História Clínica; -Sinais Clínicos: febre, anemia, hemorragias e fezes com sangue; -Necropsia: lesões hepáticas -Histolopatológico: verifica-se necrose de medula óssea vermelha. Diagnóstico diferencial Tristeza parasitária: -Febre e anemia; -Produz hemoglobinúria e icterícia (samambaia não tem); -Esplenomegalia, hemorragias não são expressivas e bile grumosa (quando é samambaia o baço fica retraído e a bile é fluida); Pithomices; Intoxicação por poupa cítrica causa hemorragias, mas tem lesões cutâneas; *A intoxicação aguda por samambaia e a tristeza parasitária podem ocorrer ao mesmo tempo. Ocorre em bovinos vindos de propriedades onde não há carrapato e samambaia. Quando o bovino chega na nova propriedade, chega com fome (viagem longa) e assim ingere a planta, e também entra em contato com o carrapato, o qual é vetor biológico de babesiose e anaplasmose (animal não era premunido contra essas doenças). O período de incubação é o mesmo (8 a 10 dias para Babesia). 03.1.2-Hematúria enzoótica Características -Ocorre em bovinos de 4 anos acima (adultos) -Dose toxica: ingestão de 5 a 7kg/kg durante longos períodos (meses ou anos); -Produz tumores na região da bexiga, os quais apresentam hemorragia; -Todo ano se repete, pois animais ingerem constantemente (depois que aprende a comer vicia); Sinais Clínicos -Hematúria (intermitente ou contínua) -Emagrecimento; 11 www.veterinariandocs.com.br -Diminuição na produção; -Anemia; -Boi carreiro é muito acometido devido ao trabalho forte, o qual aumenta a fome do animal; -Pode levar meses ou anos para se manifestar (irreversível); Necropsia/Macroscopia -Lesão na bexiga (neoplasmas); -Bexiga repleta de sangue; -Presença de nódulos; -Parede espessa (4 a 5 cm de espessura); -Palidez dos órgãos; Microscopia -Não há necessidade; -Se houver deve-se coletar bexiga e verifica-se metaplasia escamosa, cistite, tumor; Tratamento -Não há tratamento, deve-se trabalhar com a profilaxia; -Oferecer alimentação de boa qualidade; -Se retirar do local pode desaparecer (hematúria); -Pode-se consumir a carne do animal e o leite não deve ser consumido pois há eliminação do princípio ativo. 03.1.3-Carcinomas do Trato Digestivo Características -É a pior de todas as manifestações; -Ocorre em bovinos de acima de 5 anos (pico entre 7 e 8 anos), começam ingerir quando jovens e viciam; Os tumores aparecem no trato digestivo superior; Dose tóxica: abaixo de 5g/kg continuamente; 12 www.veterinariandocs.com.br Sinais Clínicos -Dependem da localização do tumor (carcinoma escamoso); Localização: base da língua, esôfago, esfíncter esofágico (quando é no esôfago ou no esfíncter produz timpanismo gasoso). -Tosse, regurgitação, estica o pescoço; -Odor característico (hálito pútrido); -Mal estado corporal; -Começa a tossir e 4 meses após pode-se ocorrer morte por inanição; -Pode ter diarreia; -Pode ter rouquidão ao respirar (quando atinge a entrada da laringe); Necropsia/Macroscopia -Observação de tumores nos locais característicos; -Sempre associados a papilomas; -O nódulo pode ser pequeno; -Observar também a bexiga (pode ser associado a hematúria enzoótica); -Pode ter metástase (pulmão e linfonodos); -Quando há metástase para o pulmão é impossível diferenciar macroscopicamente de tuberculose (deve-se encaminhar para histopatologia); Microscopia Corte histológico e lesões com formato de cebola; Diagnóstico Diferencial Hematúria (diferenciar de cálculo renal), carcinoma de trato digestivo (diferenciar de tuberculose e corpo estranho esofágico). Tratamento -Não há tratamento, apenas profilaxia. Profilaxia -Utilização de calcário para correção do pH e a correção ocorre lentamente (1 a 2 anos depois começa a desaparecer a samambaia); -Solos em declive a correção é complicada;13 www.veterinariandocs.com.br -Roçadas quando feitas uma vez ao ano há perigo de intoxicação aguda devido ao broto (não devem ser feitas). Devem ser feitas pelo menos três vezes no verão (poucos fazem). -Herbicidas funciona mas o risco é grande; Outras Considerações -Para fazer o diagnóstico tem que caminhar na propriedade para procurar a planta; -A planta também é tóxica para equinos, porém não é importante para esta espécie; -Para monogástricos a samambaia possui enzimas que inativam a vitamina B1; -Australia: associada a tumores em intestino de ovelha; -Suínos: quando vivem soltos comem a raiz e se intoxicam. 04-Plantas que Causam Distúrbios Digestivos Plantas Baccharis coridifolia (mio-mio); Baccharis megapotamica var. megapotamica (mio-mio do banhado); Baccharis megapotamica var. weirii (mio-mio do banhado); Baccharidastrum triplinervium; Eupatorium tremulum; Trifolium pretense (trevo vermelho) e Trifolium repens (trevo branco) Vicia villosa (ervilhaca); 04.1-Baccharis spp. Características -São as principais plantas que causam distúrbios no tubo digestivo; -As intoxicações ocorrem principalmente em bezerros recém comprados (não conhecem a planta); Princípio ativo Tricotecenos macrocíclicos. Produzido por fungos que vivem no solo, sendo absorvida pela planta; 14 www.veterinariandocs.com.br 04.1.1-Baccharis coridifolia Características -Ocorre no sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). -O animal só come se não conhecer a planta; -Animal deve passar fome para ingerir; -Intoxicação associada ao transporte, onde o animal com fome e vem de uma propriedade que não tinha a planta e então há ingestão e intoxicação; -Ocorre em épocas de seca também, devido a falta de alimento, superlotação das pastagens e animais com sede tem mais predisposição; Dose tóxica Bovinos: outubro/ novembro 2g/kg (época de brotação) e em março 0,25 a 0,5g/kg (época de floração); Ovinos: outubro/novembro 3 a 4g/kg em março 1 a 2g/kg; Equinos (mais sensíveis): época de floração/frutificação 0,125g/kg; 04.1.2-Baccharis megapotamica Características -Ocorre nos banhados, beira de córregos e açudes, e tem mais folhas (diferenciação); -Animal só come se não conhece e quando está com fome; Dose tóxica Ovinos: B. megapotamica var. megapotamica: 10 a 15g/kg; B. megapotamica var. weirii: 2 a 3g/kg; Bovinos: B. megapotamica var. weirii: 1g/kg; 15 www.veterinariandocs.com.br 04.1.3-Baccharidastrum triplinervium Características -Planta de forma arbustiva, com folhas maiores e mais arredondadas; -Não se conhece o princípio ativo real (não foi isolado); -Intoxicações ocorrem em períodos de estiagem, e só ocorrem se tiver grande quantidade da planta; Dose tóxica Bovinos: 20g/kg; 04.2-Eupatorium tremulum Características -Intoxicação ocorre quando há falta de forragem (fome); -Houve um surto em Lages; Dose tóxica Bovino: 30g/kg; Sinais Clínicos (geral de plantas que causam distúrbios digestivos) -Anorexia (primeiro sinal que aparece); -Queda na produção leiteira (vaca de leite); -Sialorréia; -Inquietação (desconforto abdominal); -Corrimento mucoso (nasal e ocular); -Cólica (equinos); -Diarreia; -Cabeça baixa; -Febre: 39,5º C; -Atonia ruminal; -Não há lesão muscular; -Decúbito esternal passando para decúbito lateral e morte em poucos minutos; 16 www.veterinariandocs.com.br Necropsia/Macroscopia -Desidratação -Enoftalmia; -Mucosa pode estar congesta; -Hemorragia e congestão da serosa do rúmen; -Quando a dose é alta há lesão no intestino (hemorragia de serosa e mucosa); -Lesões no trato gastrointestinal como o rúmen, retículo, omaso e abomaso; -Dependendo da dose o intestino delgado está amarelado; -Quando raspa a mucosa do rúmen fica avermelhado; -Mucosa começa a desprender a camada córnea; -Pilares do rúmen é o local mais acometido por edema da parede; -Edema das pregas rumino-reticulares e sulcos; -Pode ter lesão de choque (linfoadenomegalia); -Vasos evidentes no rúmen, abomaso; -Lesão básica: congestão, hemorragia e edema; Microscopia -Necrose do epitélio com degeneração balanosa; -Degeneração rompe e forma uma fenda; -Diferenciar de acidose (se o material estiver bem conservado); -Todos os órgãos linfoides possuem lesão; Diagnóstico -Histórico (compra recente de animais); -Observar se existe a planta na propriedade; -Sinais clínicos; -Lesões (macro e micro); 17 www.veterinariandocs.com.br Profilaxia -Esfregar a planta no focinho do animal (animal não come mais); -Observar animal no piquete e quando começar a querer comer retira-se o animal deste piquete (durante 1 mês) – trabalhoso; 04.3-Timpanismo espumoso Plantas Trifolium pretense (trevo vermelho); Trifolium repens (trevo branco); Características -Ingestão de grande quantidade de qualquer tipo de leguminosa; -Trevo branco e vermelho são os principais; -Intoxicação ocorre quando há mais de 50% de leguminosas em relação às gramíneas; -Intoxicação ocorre especialmente quando a forragem está molhada (orvalho); -Novilhas são mais resistentes; Patogenia Há a ingestão de leguminosas com grande velocidade de digestão então tem-se a formação de espuma (mucoproteínas e cloroplastos). A espumas de gás não coalescem (não há separação do líquido, levando a distensão da cavidade ruminorreticular com inibição da eructação, pois não há estimulação dos receptores do cárdia), verifica-se então distensão e morte por asfixia. Sinais Clínicos -Desenvolvimento rápido, cerca de 15 minutos e morte súbita; -Distensão abdominal em quadrante superior esquerdo mais pronunciada; -Em casos graves o abdômen apresenta distensão em ambos os lados; -Perda da estratificação ruminal, na palpação não é possível distinguir gás, líquido e ingesta grosseira; -Hipomotilidade ruminal, diminuição dos ciclos ou ciclos incompletos; -Sondagem orogástrica verifica-se presença de espuma; 18 www.veterinariandocs.com.br -Timpanismo moderado a severo: tratar primeiro os animais com timpanismo severo em caso de acometimento de vários animais; -Taquicardia (devido à dor); -Taquipnéia; -Sopros sistólicos devido ao deslocamento do coração; -Angústia respiratória, dispneia e mucosa cianótica; -Desconforto abdominal: animal deita rola escoiceia o flanco; Diagnóstico -Anamnese e História Clínica -Sinais Clínicos: contorno abdominal superior esquerdo; 04.4-Vicia villosa (ervilhaca) Características -Causa timpanismo (acima de 50% da pastagem); -Causa dermatite (lesões granulomatosas); Profilaxia (timpanismo espumoso): -Fazer adaptação dos animais; -Não soltar em trevo orvalhado (planta absorve mais açucares); -Superlotação: animal come toda a planta (diminui a seletividade). Outras partes da planta são menos tóxicas; -Pós ordenha: tratar para não chegar no piquete com fome; 05-Plantas que Causam Morte Súbita Plantas Palicourea marcgravii (erva de rato, cafezinho); Palicourea grandiflora; Palicourea juruana; Mascagnia rígida (tinguí, timbó); Mascagnia pubiflora (cipó preto, corona); 19 www.veterinariandocs.com.br Mascagnia exotropica; Pseudocalyma elegans; Definição Morte súbita: morte repentina sem qualquer lesão macroscópica cardíaca. 05.1-Palicourea marcgravii (erva de rato, cafezinho) Características -Tem apenas no estado de São Paulo (norte do estado); -Planta presente apenas na mata, não tem em regiões abertas; 05.2-Mascagniaexotropica Características -Tem na região sul (litoral – Rio Grande do Sul e Santa Catarina); -A planta adulta é um cipó com tubérculos na raiz; -Planta de matas, rios; -Animal em região litorânea cm histórico de morte súbita deve-se suspeitar dessa planta; -Antigamente as mortes por essa planta eram atribuídas a carbúnculo; -Morte ocorre por insuficiência cardíaca devido ao princípio ativo, o flúor acetato de sódio, o qual impede a repolarização da membrana, levando a parada cardíaca; Aspectos Cínicos Morte repentina, animal começa a tremer, cai e morre; Necropsia/Macroscopia Não há lesões. Lesões Microscópicas Degeneração hidrópica (rins); Diagnóstico -Histórico (morte súbita); -Animal não tem lesão macro; 20 www.veterinariandocs.com.br -Lesão micro: degeneração hidrópica; Profilaxia Tentar cercar beiras de rios e matas, impedindo o acesso dos animais; 06-Intoxicação por Nitrato e Nitrito Fontes de nitratos -Água com muita matéria orgânica; -Fonte vegetal (gramíneas que acumulam nitrato); -Antes de 2005 não se ouvia falar; -Regiões de alta tecnologia com muita adubação; Patogenia O nitrato ao entrar no rúmen e é convertido em nitrito. O nitrito é absorvido e juntamente com a hemoglobina se transforma em metahemoglobina a qual não faz captação de O2 levando à hipóxia do animal e assim sua morte. Plantas Avena sativa (aveia); Bromus sp.; Helianthus sp. (girassol); Lolium spp. (azevém); Pennisetum clandestinum (quicuio); Capim sudão; Milheto; Fatores que favorecem a concentração de nitratos -Uso excessivo de adubos nitrogenados; -Muita matéria orgânica; -Fertilizantes ricos em nitratos (uréia); -Associado a períodos de sol seguidos de chuva; -Baixos teores de molibdênio, enxofre, fósforo e em temperaturas baixas; 21 www.veterinariandocs.com.br -Uso de montesina na ração; -Água com teor elevado de nitrato; Sinais Clínicos -Salivação e dor abdominal; -Diarreia e vômito; -Taquipnéia; -Tremores musculares e andar cambaleante; -Micção frequente e aborto; -Casos graves verifica-se mucosas de cor marrom; -Sangue escuro; -Convulsões clônicas; -Quando maior a concentração ingerida, mais rápida é a morte (cerca de 30 min.); Necropsia/Macroscopai -Coloração vermelho achocolatado das mucosas; -Sangue com cor escuro-chocolate e baixa coagulação; -Congestão e hemorragias; -Músculo torna-se vermelho mais vivo; -Pulmão marrom; -Coração mais vermelho; -Mucosa abomasal vermelha; -Cérebro fica marrom; Microscopia Não há lesão; Diagnóstico -Teste da definilalamina: pegar folha da planta suspeita tirar uma gota de extrato e pingar definilamina e se ficar azul é positivo. -Histórico; 22 www.veterinariandocs.com.br -Sinais clínicos; -Lesões macroscópicas; -Bromatologia: amostra de 100 a 200g do pasto suspeito. Tratamento -Administração de azul de metileno a 1% na dose de 2 a 5mg/kg EV; -Pode ser repetido se necessário a cada 6 horas; Profilático Adubação não excessiva (não mais que 60 a 75kg de uréia/ha); 07-Plantas Cianogênicas Plantas Prunus spp. (pessegueiro bravo); Manihot spp. (mandioca); Sorghum vulgare (sorgo); Cynodon spp. (tifton); Características -Plantas que contem ácido cianídrico (HCN), o qual causa lesão nas mitocôndrias e no sistema nervoso (neurônios); -As hemácias se carregam de O2 mas as células não conseguem captar (sangue fica bem vermelho); -A morte celular ocorre por asfixia; -Os sinais ocorrem 10 a 15 min. após a ingestão; -Ocorre um aumento na frequência cardíaca e morte; -Todas as plantas são palatáveis (cultivadas) exceto Prunus spp. Sinais Clínicos (comum para todas): -Taquicardia; -Timpanismo; -Movimentos respiratórios não se alteram, porém respira com a boca aberta; 23 www.veterinariandocs.com.br -Animal caminha cambaleando e deita; -Sinais duram no máximo 30 min. a 1:30h (morte); -Apresenta alta letalidade; Necropsia/Macroscopia -Não há lesões; -Observa-se o sangue mais vermelho que o normal; -Rúmen: sem ruminação e encontra-se a planta (folha) ou raiz; -Plantas tem cheiro característico de amêndoa; Epidemiologia 07.1-Pessegueiro Bravo -Arvore; -Sempre tem galho quebrado o qual cai no chão e animal ingere; -Animal também come quando arvores são derrubadas; 07.2-Tifton 68 -Gramínea introduzida no Brasil em 1994; -Somente essa variedade tem HCN; -Confunde com o tifton 85 que não tem HCN; -Atualmente o tifton 68 não é mais cultivado; -Intoxicação ocorre no mês de fevereiro (solo bem adubado); -Atualmente quase não ocorre mais; 07.3-Manihot sp (mandioca); -O aipim não tem HCN; -Mandioca tem HCN (mandioca brava), tanto na folha quanto na raiz; -É muito palatável e a intoxicação ocorre de forma acidental, quando animais entram na lavoura ou quando introduz na alimentação; -HCN é muito volátil e a planta seca não é tóxica (serve para todas as outras plantas também); -Pode ser cortada a raiz, picada e colocada ao ar livre por 24 horas; 24 www.veterinariandocs.com.br Bovinos adquirem resistência ao HCN, deve-se oferecer aos poucos iniciando com quantidades pequenas e ir aumentando gradativamente; 07.4-Sorgo -Existe uma variedade que tem HCN na folha quando a planta atinge 40 a 50 cm de altura (a partir disso não tem mais); Teste Teste do ácido pícrico: macerar a folha ou a raiz com a mão e colocar em um frasco com ácido pícrico, após isto, deve-se colocar uma folha de papel amarela. Se mudar a cor para tijolo há HCN suficiente para levar a morte; Tratamento -Nitrato de sódio 20g; -Hipossulfito de sódio 30g; -Água destilada 500ml; -Aplicar 40ml/100kg de peso vivo EV; 08-Plantas Fotossensibilizantes Características -Plantas que causam lesões de pele; -Pode confundir com outras doenças (dermatite solar); -Dermatite solar: -Superfícies lisas; -Não tem tantas crostas; Raios solares podem interferir no DNA e levar ao desenvolvimento de carcimoma epidermóide; -Forossensibilização: tem formação de crostas que se desprendem e local fica avermelhado; Tipos de fotossensibilização Primária: planta já possui o princípio ativo que causa a fotossensibilização. É mais aguda 25 www.veterinariandocs.com.br Secundária: planta é metabolizada e tem comprometimento do fígado. Ingerem por longos períodos (diminui a condição corporal). Ex.: Lantana, Brachiaria, etc. Patogenia - Fotossensibilização Secundária Normalmente o consumo de plantas (verdes – clorofila) e no rúmen são transformadas em filoeritrina a qual é eliminada pela bile e intestino. Lesões hepáticas (que estas plantas causam) mpossibilita a excreção de filoeritrina que retorna para a corrente sanguínea e é levada até os capilares na pele a qual reage com a luz e causa fotossensibilização; Sinais Clínicos (primária e secundária) -Lesões ocorrem em locais menos pigmentados do animal; -Eritema; -Edema; -Exsudação serosa; -Formação de crostas que desprendem do animal; -Lesões evoluem para necrose, gangrena, desprendimento; -Somente ocorrem em áreas claras do animal; -Animais ficam inquietos; -Procuram sombra; -Agressividade (secundária); Plantas Fotossensibilização Primária 08.1-Fagopyrum escutelatum (trigo mourisco) -Pode acometer suínos e bovinos; -Após 12 horas aparecem os sinais; -Ocorre no Rio Grande do Sul; -Princípio Ativo: fagopirina a qual atinge a circulação e nos capilares entra em contato com os raios solarese fluoresce; 26 www.veterinariandocs.com.br 08.2-Ammi majus -Princípio Ativo: fluorcumarinas (mecanismo idêntico ao anterior); -Ocorre no sul do Rio Grande do Sul; -Acomete bovinos e ovinos; Fotossensibilização Secundária (Hepatógena) 08.3-Lantana spp. (L. camara; L. tiliaefolea; L. glutinosa) -Frutos em forma de amora; -Flores podem ser amarelas, brancas com roxo, laranja; -Nem todas são toxicas; -Condições para que ocorra: animal tem que estar com fome e animais que não conhecem a planta; -Dose: 30 a 40g/kg (tem que ter muito no piquete) e sinais após 5 a 7 dias. -Tem em todo o Brasil (cada região tem toxicidade diferente); -Também tem icterícia após fotossensibilização; Necropsia/Macroscopia -Pode ter icterícia generalizada, edema, fígado alaranjado e rim pode ter nefrose; 08.4-Brachiaria decumbens -Pastagem de verão (litoral de Santa Catarina e norte do país); -Princípio Ativo: saponina a qual entra em contato com a bile e transforma a bile em cristais que obstruem e impedem a passagem; -Leva a icterícia e fotossensibilização; 08.5-Brachiaria hibrida (capim mulato) -Importante para ovinos; -Causa também edema de face e ceratite além de formação de crostas; Obs. Para as Brachiarias as mães lactantes que ingerem pequenas porções não desenvolvem fotossensibilização. O princípio ativo é passado para o leite e causa fotossensibilização no bezerro; 27 www.veterinariandocs.com.br 08.6-Senécio spp. -Causa cirrose hepática (difícil reverter); -Apresenta tenesmo e leva a prolapso de reto; 08.7-Pythomyces chartarum -Micotoxina (Esporodesmina); -Acredita-se que as lesões pela Brachiaria ocorram devido a esse fungo; -Fungo cresce na palhada em área mais quente e mais úmida; -Outro achado além da fotossensibilização é a hemólise intravascular, levando a apresentar urina escura e mucosa pálidas; *Em alguns casos (conforme a planta), se tirar o animal do sol e da planta as lesões evoluem para cicatrização; Microscopia Lantana: proliferação de ductos biliares; Senecio: cirrose com fibrose perilobular com proliferação de ductos além de megalocitose e bile retida; Brachiaria: macrófagos espumosos e cristais no interior dos ductos; Diagnóstico -Primeiro tem que diferenciar se é primária ou secundária; -Primária não tem icterícia e animal está comendo; -Ver se tem planta no piquete; Tratamento -Colocar os animais a sombra; -Tirar do piquete que apresenta a planta; -Oferecer água; -Antibióticos; -Unguentos e sprays; -Anti-histamínicos; 28 www.veterinariandocs.com.br -Glicose; 09-Síndrome Hemorrágica/Dermatite Granulomatosa Plantas/Produtos -Poupa cítrica (bagaço de laranja); -Vicia vilosa (ervilhaca, vica); 09.1-Poupa Cítrica Características -Diagnosticada a intoxicação a 1º vez em 1994 na região de Castro no Paraá; -Deixou de ser usada no sul para bovinos (frete muito caro); -Bagaço de laranja úmido (in-natura) não causa intoxicação; -Bagaço de laranja peletizado (desidratado) é o que causa doença; -Dose: 3 kg/vaca/dia é a indicação de uso. A partir disso pode reproduzir a doença; Sinais Clínicos -Produz doença febril, hemorrágica com queda de peso; -Acomete vacas de alta produção leiteira; -Início: animais se coçam; -Queda de pelo na inserção da orelha. Atinge a cabeça, pescoço, úbere; -Partes brancas ficam com coloração avermelhada; -Ocorre muita hemorragiaem vulva, reto... -Não tem coagulação; -Fezes e urina podem ser escuras; -Alguns animais podem ter palidez e icterícia; -Alguns podem ter temperatura (40º C) e podem ter tristeza parasitária associada; -Animais com hemorragia morrem em 2 dias; -Se tiver somente lesões de pele vivem mais 29 www.veterinariandocs.com.br Necropsia/Macroscopia -Hemorragias no abomaso e intestino Microscopia -Células gigantes no rim e fígado, devido a estímulo na produção de macrófagos; -Medula óssea com células gigantes -Acredita-se que hemorragias se devam a isso; *Animais podem se recuperar; 09.2-Vicia Vilosa Características -Brasil: em bovinos de alta produção; -Vicia sativa não é tóxica; -Produz massa verde para plantio direto; -Passaram a usar para pastejo e ocorreu contaminação das sementes de V. sativa por V. vilosa; Sinais Clínicos -Igual a poupa cítrica; -Animais doentes dificilmente se recuperam (poupa cítrica podem se recuperar); -Diminuição na produção de leite (as duas); Diagnóstico Diferencial Fotossensibilização e enfermidades fúngicas (dermatofitose). Necropsia/Macroscopia Presença de pontos brancos no rim e coração; Microscopia -Células gigantes nos linfonodos, rins, etc. -Circovirose renal não se diferencia na macroscopia. 30 www.veterinariandocs.com.br 10-Plantas de Ação Abortiva e Cardiotóxicas Plantas Ateleia glazioviana (timbó, cinamomo bravo, maria preta); Tretrapterys spp. (cipó ruão) – ocorre no sudeste e nordeste do Brasil; *Causam morte súbita com lesões cardíacas e aborto. 10.1-Ateleia glazioviana Características -Ocorre no oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul. -É uma árvore; -No inverno perde as folhas (característica); -Em algumas regiões é a vegetação dominante; -É muito palatável e bovino ingere fácil; -Animal pode comer folha (planta adulta) ou quando é cortada pode ingerir os brotos do tronco; -Ocorre em abril, maio e junho (depois desaparece); -Dose tóxica -Ingestão acima de 20g/kg da planta verde em qualquer fase da gestação causa aborto. Quando ocorre no final da gestação o bezerro nasce vivo, não consegue mamar e morre. -Ingestão entre 50 e 70g/kg da planta pode-se ter doença nervosa e sem lesão cardíaca. -Ingestão entre 5 e 10g/kg da planta jovem durante vários dias tem-se lesões cardíacas. Diagnóstico Diferencial Leptospirose: por volta do sexto mês. Pode-se ter feto mumificado retido ou eliminado, coagulação tardia, vaca com pelo arrepiado e infertilidade. Brucelose: infertilidade; BVD; IBR: quando começaram os surtos de aborto pela planta começaram a vacinar para IBR (vacina viva leva a doença clínica – problema). 31 www.veterinariandocs.com.br -Neospora: deve-se coletar feto. Lesões Cardíacas -Ingestão entre 5 a 10g/kg da planta jovem (nascida da semente) durante vários dias; -É tão grave que por qualquer movimentação cai e morre; -Em casos não tão graves produz edema (ICC); -Animais ficam na água durante dias (não se sabe o motivo); Necropsia/Macroscopia -Áreas brancas (fibrose) na região do sulco coronariano; -Pode ter hipertrofia ou dilatação; -Animais que tem edema e jugular distendida tem fígado em nós moscada ou azulado (congestão); -Animais que morrem de repente geralmente não tem edema (fibrose atinge o nó sinusal levando a parada cardíaca); Lesões Microscópicas -Fibras mortas com macrófagos fagocitando e fibrose; -Animais na fase aguda verifica-se edema cerebral; Diagnóstico -Histórico Clínico (morte súbita); -Sinais Clínicos (distensão jugular, edema, entre outros); -Necropsia (lesão cardíaca); -Diferencial de outras doenças cardíacas: reticulopericardite traumática, endocardite (segunda), ionóforo (primeira), leucose e doença do peito inchado (não tem etiologia comprovada e sabe-se que é vegetal - restrita a região da serra).
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