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TRABALHO_AUTÔNOMO_E_TRABALHO_SUBORDINADO_-_aula_2

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TRABALHO AUTÔNOMO E TRABALHO SUBORDINADO
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Trabalho subordinado - características:
	Os requisitos do trabalho subordinado estão presentes no art. 3º, caput, da CLT, que assim dispõe:
 Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Segundo o artigo acima, para que haja o trabalho subordinado, é preciso que se façam presentes os seguintes requisitos:
Pessoa física;
Não eventual (habitualidade);
Subordinação;
Onerosidade (mediante remuneração); e
Pessoalidade (contrato intuitu personae)
Obs.: Faltando um dos requisitos acima já desfigura o trabalho subordinado e passa a ser uma outra espécie de trabalho.
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Obs.: Quanto ao requisito da não eventualidade (habitualidade) o trabalhador não necessita trabalhar todos os dias na empresa, basta trabalhar uma ou duas vezes na semana. 									
	Já o artigo 2º da CLT, caput, traz os requisitos do empregador, ou seja, quem é o empregador, assim dispondo:					
Art. 2º. Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.							
	Então, conforme disposto no artigo 2º da CLT, para ser empregador é necessário que preencham os seguintes requisitos:					
1) Pessoa física ou jurídica;						
2) alteridade (quem assume os riscos da atividade econômica);		
3) detém poder diretivo ( direciona e comanda a prestação de serviço);	
4) quem paga o salário do empregado.					
	
Obs.: Se todos os requisitos dos artigos 2º e 3º da CLT estiverem presentes, teremos uma relação de emprego, que é uma das espécies da relação de trabalho.								 
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	Conforme a doutrina, a relação de trabalho é o gênero da qual a relação de emprego é uma das espécies da relação de trabalho.
Assim, de acordo com o que dispõe Maurício Godinho Delgado:
	“A expressão relação de trabalho englobaria, desse modo, a relação de emprego, a relação de trabalho autônomo, a relação de trabalho eventual, de trabalho avulso e outras modalidades de pactuação de prestação de labor (como contrato de estágio, etc.)”
A mesma ideia da relação de trabalho como gênero é acompanhada por Arnaldo Süssekind: 
"A relação de trabalho é gênero do qual a relação de emprego é uma das espécies, pois abrange também outros contratos, como os de prestação de serviços por trabalhadores autônomos, empreiteiras de lavor, mandato para empreender determinada atividade em nome do mandante, representação comercial atribuída a pessoa física, contratos de agenciamento e corretagem".
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Trabalho autônomo – características:
	Segundo o conceito de Leandro do Amaral D. de Dorneles, trabalhador autônomo é “aquele que presta seus serviços sem subordinação, de forma autodeterminada. O trabalhador autônomo, como regra geral, dispõe de seus próprios instrumentos de trabalho, escolhe seus horários, assume os riscos de seu negócio e tem liberdade para decidir se irá ou não realizar seus serviços, desempenhando-os sem fiscalização direta”. (2011, p. 68) 
Obs.: A principal característica do trabalho autônomo é a ausência de subordinação. Portanto, o trabalho autônomo é ,um trabalho independente.
Assim, para se configurar a relação de emprego entre o trabalhador autônomo e a empresa, basta verificar a existência da subordinação, ou seja, se existir o requisito da subordinação, surge a figura do empregado; caso contrário, será autônomo o trabalhador.
Obs.: A jurisprudência tem reconhecido o vínculo empregatício quando a autonomia é desvirtuada, como a prestação de serviços reiterados exclusivamente para um único “cliente”, havendo subordinação.
Obs.: Quando se fala em subordinação na relação de emprego, se fala em subordinação jurídica.
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	Segundo Ives Gandra da silva Martins Filho, trabalho autônomo é:
“Aquele que trabalha por conta própria e independente diante daqueles para os quais presta continuadamente ou não os seus serviços”. (2010, p. 104)
Diferencial: independência.	 
Obs.: A prestação de serviço prestada pelo trabalhador autônomo não será regulada pela CLT, mas sim pelo Código Civil, no capítulo que trata da “prestação de serviços”, artigos 593 e seguintes do Código Civil. Destacam-se alguns artigos:
São características da “prestação de serviços” do trabalhador autônomo:
Remuneração – paga ao final do serviço, podendo ser adiantada ou parcelada (art. 597 do CC);
Duração: prazo máximo de 4 anos (art. 598 do CC);
Aviso prévio: de 1 a 8 dias, conforme a periodicidade da remuneração (art. 599 do CC);
Indenização: devida à parte que não cumprir o contrato por inteiro (art. 602-603 do CC)
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Encargos do trabalho autônomo	
	O trabalhador autônomo que presta serviços à pessoa jurídica está sujeito à retenção do Imposto de Renda com base na tabela progressiva de IR e desconto de contribuição previdenciária no percentual de 11% (onze por cento) sobre os rendimentos auferidos pela prestação de serviços.				As retenções que houverem serão repassadas pela empresa aos órgãos próprios, cada qual nas datas de vencimentos próprios.			
	O INSS retido será repassado juntamente com o montante de INSS da folha de pagamento da empresa no dia 02 do mês subsequente. 			O Imposto de Renda Retido será recolhido no 3º dia útil da semana subsequente após o pagamento.							
Encargos do trabalho subordinado
	Segundo o artigo 15 da Lei nº. 8.036/90, lei que regula o FGTS:
	“Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até do dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador (...)”.
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Algumas espécies de trabalhado.	
Obs.: Trabalhador é a pessoa física que, mediante seu esforço físico ou intelectual, oferece um serviço ou obra a outrem, seja pessoa física ou jurídica, de forma remunerada ou graciosa. 
1) Trabalhador doméstico: aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. Portanto, pode-se considerar trabalhador doméstico o motorista particular da família, uma babá, uma cozinheira e etc.
Obs.: EC 72/13 que alterou o parágrafo único do art. 7º da CF/88:
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.
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2) Trabalhador estagiário: o estudante de nível médio ou superior que realiza atividades em empresa pública ou privada visando à aquisição de experiência profissional, recebendo uma bolsa de estudos como contrapartida pelo esforço dependido. Tem finalidade educativa. Está regulado pela Lei 11.788/08.
Art. 1º. Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.							
 § 2º O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.					 
					
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3) Trabalhador voluntário: é aquele que presta serviço não remunerado a entidade pública ou privada sem fins lucrativos. É regulado pela Lei n. 9608/98.			
Art. 1º Considera-se serviço voluntário,
para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade.
Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim.						
4) Trabalhador preso: é o trabalho voluntário e remunerado do detento, em que a remuneração é menor, dirigida também à reparação dos danos causados. Tem finalidade educativa e produtiva. O preso que trabalha terá direito a remir os dias trabalhados, a cada 3 dias de trabalho reduzem 1 de pena.

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