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Tecido epitelial O tecido epitelial é formado por células poliédricas e justapostas, de modo a haver pouca substância extracelular, essas células, geralmente aderem uma as outras por meio de junções intercelulares. A organização dessas células permite que elas façam o revestimento externo e cavidade de órgãos, além de funcionar como unidade secretora. O tecido é subdividido em dois tipos: tecido epitelial de revestimento e tecido epitelial glandular, mas também dois tipos especiais: o tecido epitelial sensorial (neuroepitélio) e mioepitélio. Esse tecido se origina a partir do disco embrionário trilaminar ou triderma: o Ectoderma (pele e cavidade externa) o Endoderma (sistema respiratório e digestório) o Mesoderma (vasos sanguíneos) As suas funções são as seguintes: o Proteção: desempenhada pelos epitélios de revestimento. Quanto maior for a necessidade de proteção, maior será a camada de células. o Absorção: desempenhada por alguns epitélios, por exemplo, do intestino. o Secreção: desempenhada pelas glândulas. UMA MESMA CÉLULA NÃO PODE DESEMPENHAR A FUNÇÃO DE ABSORÇÃO E SECREÇÃO AO MESMO TEMPO. o Sensorial: desempenhada pelas sensoriais. Os epitélios possuem características gerais: o Células com formato variado: plana (núcleo achatado); cúbica (núcleo esférico); e cilíndrica (núcleo elíptico). o Ausência de substância intersticial (substância presente as células, pode ser chamada também de fundamental e cimento): há a presença de glicocálix. Glicocálix: camada de carboidratos que envolve externamente as células eucariotas, ligados as proteínas e lipídeos da membrana. Tem como função participar da adesão celular dos processos de endocitose e do reconhecimento entre as células. o Avasculares: todo epitélio necessita de um tecido conjuntivo para a sua nutrição. o Lâmina basal: uma lâmina muito fina que se localiza entre o tecido conjuntivo e o epitelial. Tem como função a sustentação do epitélio, filtração molecular (tamanho e carga), filtração celular (permite a passagem de células de defesa e impede a passagem de outras células do conjuntivo) e dirigir a migração celular (cicatrização). 1º camada: lâmina lúcida (transparente) é constituída por laminina. 2º camada: lâmina densa é constituída por colágeno tipo 4 e proteoglicanas. 3º camada: lâmina reticular é constituída por fibras reticulares. QUANDO OCORRE AS TRÊS CAMADAS É CHAMADO DE MEMBRANA BASAL. CASOS ESPECIAIS: ONDE A LÂMINA BASAL SEPARA DOIS EPITÉLIOS (ALVÉOLOS PULMONARES E GLOMÉRULOS RENAIS) o Coesão entre as células: pode ocorrer por interdigitações e junções celulares. Interdigitações: dobras de membranas que encaixam/ prendem uma célula vizinha na outra. Aumentam a aderência entre as células e superfície de contato entre. Unem uma célula na outra Junções celulares: existem proteínas específicas envolvidas. Impermeáveis: são oclusivas, intimas ou estreitas. A proteína envolvida é a ocludina. Pode ser contínua (zônula de oclusão-seladora) ou descontínua (fáscia de oclusão- não seladora). Isolamento entre duas células unidas Adesão: a proteína envolvida é a caderina. A adesão dependo do cálcio para acontecer. Pode ser contínua (zônula de oclusão-seladora), desmossomo (mácula de adesão- mais resistente que a contínua/ une uma célula na outra) e hemidesmossomo (a proteína envolvida é a integrina). Comunicantes: (GAP) a proteína envolvida é conexina. Troca de substâncias entre uma célula e outra. o Existência de polaridade: possui dois polos, o apical (parte de cima) e o basal (voltado em direção a lâmina basal/ parte de baixo) Especializações da membrana superficial das células epiteliais: o Microvilos: projeções da membrana plasmática (lembra a dedos de uma luva). Aumentam a capacidade da célula absorver. o Cílios: são maiores que as microvilosidades. Fazem o transporte de muco pela célula e protegem a entrada de substância estranha. Doença dos cílios: Síndrome dos cílios imóveis, os braços externos de dineina estão ausentes, impedindo o movimento. As consequências são: Infecções torácicas graves. Exemplo: dificuldade na remoção de muco dos pulmões. Infertilidade. Exemplo: impedindo o transporte do óvulo ao longo das trompas. Alteração na posição de órgãos: principais órgãos não assumem sua posição anatômica normal na embriogênese, por incapacidade de mover as camadas celulares corretamente. Exemplo: destrocardia, que é o coração posicionado no lado direito do peito. o Estereocílios: se parecem com os cílios, no entanto são imóveis. Tem função absortiva. São encontrados no epidídimo, órgão sexual masculino responsável pela maturação dos espermatozoides. Tecido epitelial de revestimento: pode ser classificado pelo número de camada de células e também pelo formato das suas células. o Pelo número de camadas: simples (apresenta uma camada de células), estratificado (mais de uma camada de células) e pseudo-estratificado (apresenta uma única camada de células, porém aparenta ser estratificado. o Pelo formato das células: pavimentoso ou plano (as células são planas, como o próprio nome já diz e o núcleo é achatado); cúbico (possui três dimensões semelhantes e núcleo arredondado); e cilíndrico (são altas e seu formato lembra a colunas, o seu núcleo é elíptico). Tecido epitelial de revestimento simples pavimentoso: apresenta uma única camada de células planas. Reveste internamente vasos sanguíneos. Tecido epitelial de revestimento cúbico simples: apresenta uma única camada de células cúbicas. Tecido epitelial de revestimento cilíndrico simples: apresenta uma única camada de células cilíndricas. Tecido epitelial de revestimento pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes: apresenta uma única camada de células com alturas diferentes, dessa forma aparentando ser estratificado. As células caliciformes têm formato parecido a um cálice e apresentam o citoplasma sem coloração e ficam entre as demais células de formato cilíndrico. Os cílios indicam que este tecido reveste algum tecido que contenha muco. Tecido epitelial de revestimento estratificado pavimentoso não queratinizado: apresenta várias camadas de células de formato plano. Não apresenta queratina na superfície do tecido. Tecido epitelial de revestimento estratificado pavimentoso queratinizado: apresenta várias camadas de células de formato plano. Contém queratina na superfície do tecido. Tecido epitelial de revestimento estratificado polimorfo ou de transição: apresenta várias camadas de células, cujo o formato varia de acordo com o estado fisiológico do órgão que se encontram. Membrana mucosa: tem função de proteger. É constituída de tecido epitelial e conjuntivo. Reveste internamente cavidades como nariz, boca e estomago. Membrana serosa: é constituída por tecido epitelial e conjuntivo. Reveste externamente o coração, os pulmões e intestino. Tecido epitelial glandular É um tipo de tecido epitelial constituído por células especializadas em realizar secreção. Secreção é o processo pelo qual as células utilizam pequenas moléculas do sangue, transformando-as em produtos complexos que são liberados para o meio extracelular. É um processo ativo que precisa de energia. O tecido se origina a partir de um epitélio de revestimento, que sofre mitose e penetra no tecido conjuntivo. o Exócrina: células mais distantes do epitelial de revestimento sofrem uma modificação e passam a ser células secretoras, formando uma estrutura, a porção secretora, responsável pela produção de secreçãoe se comunica com a superfície pelo ducto que é responsável pelo transporte da secreção. o Endócrina: células mais distantes do epitelial de revestimento sofrem uma modificação e passam a ser células secretora, que se comunicam e secretam em vasos sanguíneos. o Endócrina folicular: as células secretoras se formam em vesículas em volta de vasos sanguíneos. Elas liberam hormônios quando o organismo necessita. Organização geral dos epitélios glandulares: o Parênquima: parte funcional, formado por tecido epitelial. Exemplo: glândula exócrina, epitélio de revestimento dos ductos. o Estroma: sustenta e nutre o parênquima, formado por tecido conjuntivo. Exemplo: tecido em volta do parênquima. Classificação geral: o Quanto ao número de células: unicelular (formado por uma única célula, exemplo: célula caliciforme) e pluricelular ou multicelular (formada por mais de uma célula). o Quanto ao local de secreção: exócrino (em uma superfície epitelial livre), endócrino (diretamente na corrente sanguínea) e mista (dos dois tipos) o Quanto a localização: intra-epitelial (dentro de epitélios) e extra-epitelial (no tecido conjuntivo) Glândulas exócrinas: o Parênquima: adenômero, ductos e células mioepiteliais (células que se formam em volta dos adenômeros, promovendo a contração do mesmo para que a secreção seja expelida) o Classíficação: Quanto a ramificação dos ductos: simples (não tem ramificação) e composta (ductos ramificados) Quanto ao formato das unidades secretoras: tubulosas (porção secretora em forma de tubos), acinosas (porção secretora arredondada) e túbulo-acinosa (presença das duas formas). Quanto a natureza química da secreção: Glândula serosa: produz secreção proteica. É liquida. Glândula mucosa: produz secreção glicoproteica. É viscosa. Glândula mista: produz os dois tipos de secreção, é seromucosa. É menos viscosa do que a serosa e mais líquida do que a mucosa. Quanto ao modo de extrusão (maneira de liberar secreção): Glândulas merócrinas: liberam secreção por exocitose e não perdem nenhuma porção da célula. Glândulas apócrinas: liberam secreção por exocitose e perdem a porção apical da célula. Exemplo: glândula mamária. Glândulas holócrinas: a célula morre e é liberada inteira. Exemplo: glândula sebácea. o Organização das glândulas compostas: Parênquima: porções secretoras e ducto. Estroma: capsula externa, septo e tecido conjuntivo de sustentação. Glândulas endócrinas: o O produto de secreção das glândulas são hormônios. o Classificação quanto a organização das células secretoras: Cordonal: se formam ao redor de capilares sanguíneos em forma de cordão. Armazenam a secreção no citoplasma, ou seja, intracelularmente. Vesicular ou folicular: a secreção é armazenada na vesícula e é lançada nos capilares, que as rodeia, quando o organismo necessita. Armazenam a secreção extracelularmente. A secreção armazenada dentro da vesícula pode ser chamada de coloide. Glândulas mistas: o Renovação das células epiteliais: Epitélios formados a partir de celular pouco especializadas podem sofrer mitose. Exemplos: tec. Epitelial simples pavimentoso, cubico e cilíndrico. Epitélios constituídos de células especializadas são renovados por células tronco. Exemplos: tec. Epitelial cilíndrico simples, pseudo-estratificado e estratificado pavimentoso. o Metaplasia: Transformação reversível num ponto ou ao todo de um tipo celular epitelial em outro, como resposta adaptativa a condições ambientais anormais persistentes. Exemplos: refluxo gástrico crônico (epitélio normal: pavimentoso estratificado não queratinizado é transformado em cilíndrico simples mucossecretor); e fumantes crônicos (epitélio normal: pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes é transformado em pavimentoso estratificado não queratinizado). Se as condições ambientais anormais se manterem por um longo período a metaplasia pode se transformar em uma neoplasia, que em consequência se pode desenvolver câncer. o Controle glandular: Hormonal: os mediadores químicos são hormônios. Nervoso: os mediadores químicos são neurotransmissores. o Mediadores químicos: Penetram na célula: hormônio esteroide. Não penetram na célula: peptídico e neurotransmissores. Tecido conjuntivo A função deste tecido é: auxiliar na sustentação e na nutrição (é vascularizado) dos demais tecidos, de preenchimento e defesa. A origem deste tecido se dá a partir mesoderma (camada do meio do disco embrionário triderma) -> mesênquima (tecido embrionário responsável por originar as células do conjuntivo) -> tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo é composto por fibras, substância fundamental amorfa (SFA) e plasma intersticial. o Fibras: são a parte estruturada do tecido e são constituídas de proteínas insolúveis. Podem ser classificadas em: Colágenas: são as principais fibras do conjuntivo, são produzidas pelos fibroblastos (assim como todos os tipos de fibra), são compostas por colágeno tipo I e tem a função de resistência (força tênsil). Sua coloração, in natura, é branca e são acidófilas (coram com eosina). São encontradas no tendão. Tipos mais comuns no organismo: tipo I (fibras grossas), tipo II (fibrilas), tipo III (fibras finas), tipo IV (forma redes ou lâminas), tipo VII (fibrilas de ancoragem). Síntese do colágeno: É semelhante à de outras proteínas e tem como precursor solúvel o tropocolágeno (produzido intracelularmente no retículo endoplasmático rugoso), que é exportado formando-se fibras fora das células (polimerização do tropocolágeno). Reticulares: são produzidas pelos fibroblastos, compostas por colágeno tipo III e glicídios (por conta disso apresentam argirofilia, se coram com prata, também são PAS positivas), tem função de servir como rede de suporte para células, capilares, nervos e membrana basal. São delicadas e se organizam em redes, não proporcionam resistência. Elásticas: são produzidas pelos fibroblastos, compostas por elastina (amorfa), com 90% garantindo elasticidade, e fibrilina, com 10% proporcionando estabilidade, tem função elástica, apresentam coloração amarela e são encontradas nos ligamentos amarelos. Se formam, primeiramente, a partir das fibrilinas e, após, a tropoelastina (molécula da elastina), se deposita sobre. o Substância Fundamental Amorfa (SFA): é a parte não estruturada do tecido, é produzida pelos fibroblastos e compostas pelas proteoglicanas, glicosaminoglicanas e glicoproteínas. Suas características gerais e físico- químicas são: Gel incolor e viscoso. Altamente hidrofílica (afinidade com a água, dessa forma, a retém). Difícil preservação. Meio de difusão de gases, íons e pequenas moléculas. Filtro molecular (tamanho e carga) e celular. Barreira mecânica/ proteção (impede a entrada de microrganismos). Confere a resistência a compressão (amortecedor de choque). o Plasma intersticial: é a parte líquida do tecido, tem constituição semelhante ao plasma sanguíneo e estão presentes em quantidade, relativamente, insignificante. As células que estão presentes nesse tecido são as seguintes: o Fibroblastos: são de origem mesenquimal, tem função de produzir os componentes da substância intercelular (colágeno, elastina e proteoglicanas). Possui núcleo alongado e sua forma é ativa. o Fibrócito: são as mesmas células que os fibroblastos, no entanto, são inativos. o Macrófago: é originada a partir do monócito (ocorre no sangue), tem função de defesa por fagocitose e apresenta antígenos.A célula apresenta formato irregular e seu núcleo lembra um feijão. Célula Gigante ou Célula de Langhans: quando os macrófagos se juntam, formando uma célula gigante para ter uma capacidade de fagocitose maior. o Monócito: ocorre no sangue e quando sai dele se transforma em outro tipo de célula. Forma o sistema histiocitário: Macrófagos (tecido conjuntivo); célula de kupfer (fígado); célula de langerhans (epiderme); osteoclastos (tecido ósseo); células dendríticas (órgãos linfoides); e micróglia (tecido nervoso). o Plasmócito: é originado a partir do linfócito B, tem função de sintetizar anticorpos. A célula tem formato ovoide e o núcleo lembra a uma de carreta. Linfócito B -> antígenos -> plasmócitos (são diferenciados, pois na sua síntese tem diferentes antígenos). o Mastócito: tem origem hematopoiética e função de produzir e armazenar os mediadores químicos da inflamação e das alergias. Histamina (mediador inflamatório). Ações da histamina: contração do endotélio de vasos sanguíneos -> escape paracelular de imunoglobulinas e outras proteínas -> importante na reação inflamatória aguda; brococonstrução (dificuldade respiratória); vasodilatação (edema); e papel nas alergias (respostas locais moderadas ou choque anafiláticos). Citosinas (molécula de sinalização célula-célula. Proteoglicanas das heparinas (matriz granular) o Perícito: é de origem mesenquimal indiferenciada e tem função de ser célula de reserva. Está associado a capilares. o Adipócito: é de origem mesenquimal indiferenciada e tem função de reservar energia (triglicerídeos). o Leucócito: é de origem hematopoiética e tem função de defesa: Neutrófilo- fagocitose de bactéria. Monócito- origina macrófagos. Linfócito B- origina plasmócitos Classificação geral: o Tecido conjuntivo frouxo: é delicado, tem coloração homogênea e fraca. Apresenta todos os tipos de células e fibras, SFA e plasma intersticial, em quantidades equilibradas. É encontrado ao redor de vasos sanguíneos, sustentando tecido epitelial e preenchendo espaços entre órgãos e tecidos. o Tecido conjuntivo denso: tem predomínio de fibras colágenas e de fibroblastos. Pode ser classificado em: Modelado: apresenta fibras paralelas, suas células predominantes são os fibroblastos e é encontrado na derme da pele e formando capsulas e septos de órgãos. Não modelado: apresenta fibras em todos os sentidos, suas células predominantes são os fibroblastos e é encontrado em tendões e ligamentos. o Tecido elástico: tem predomínio de fibras elásticas e fibroblastos. É encontrado na parede de artérias de grande calibre e ligamento amarelo da coluna vertebral. o Tecido reticular: tem predomínio de fibras reticulares e células reticulares (derivadas dos fibroblastos), apresenta também células do sistema mononuclear fagocitário. É divido em dois tipos: Linfoide: presente em órgãos linfoides (amigdalas, baço, etc). Mioloide: presente medula óssea. o Tecido mucoso: é gelatinoso, tem predomínio de SFA, fibroblastos e mesênquimais. É encontrado no cordão umbilical e na polpa dental jovem. Cicatrização: reposição de tecido destruído por conjuntivo neoformado não especializado. Esse processo possui três fases: 1. Fase de demolição: é formada uma crosta no local e os macrófagos agem fazendo a limpeza da área. 2. Fase de crescimento do tecido de granulação: há a proliferação de fibroblastos e de células endoteliais dos capilares vizinhos a zona agredida. 3. Fase de maturação ou fibroplasia: há a proliferação de fibroblastos e deposição de colágeno, com diminuição da vascularização, ou seja, há a regeneração epitelial e fibrose do tecido conjuntivo. Queloide: quando as fibras colágenas novas são defeituosas, mais curtas e rígidas, isso ocorre por conta do processo de hialinização, onde há o aumento das pontes de enxofre entre as fibras colágenas (cadeias proteicas ligadas por pontes de enxofre). Renovação do colágeno: ocorre em duas fases, primeiramente há a destruição de colágeno velho (fibroblasto libera colagenase, ezima que degrada colágeno) e após há a síntese de colágeno novo. Fatores nutricionais que afetam o tecido conjuntivo: os As, que são matéria prima das proteínas e a vitamina C, que é um co-fator da síntese de colágeno. Efeitos hormonais: o cortisol (produzido na glândula suprarrenal, considerado o hormônio do stress) e o ACTH (glândula hipófise) inibem a síntese do colágeno, a cicatrização e a reação inflamatória. O hormônio da tireoide, quando em menor quantidade do que o necessário, hipotireoidismo, estimula a síntese de proteoglicanas e há excesso de formação de muco, causando a falsa obesidade. Mecanismos de defesa do conjuntivo: o Inflamação: de forma resumida, é a reação vascular e celular de defesa que ocorre no tecido conjuntivo. Um corpo estranho penetra na epiderme e derme causando uma lesão e reação local, com isso há a liberação de mediadores químicos da inflamação, proporcionando que proteínas da superfície (selectinas) ajudem na adesão de leucócitos nos vasos. Dentro da classe de células dos leucócitos há três que participam nesse processo: neutrófilos (inflamação aguda -> fagocitose de bactérias -> pus); monócitos (fagocitose); e linfócitos B (formam os plasmócitos que são responsáveis pela síntese de anticorpos). o Edema: inchaço causado pela retenção de líquidos nos tecidos. Água intersticial: é composta por água e minerais do plasma do sangue. As forças que agem sobre é a hidrostática (força a saída de água do capilar) e osmótica (faz com que a água retorne ao capilar). A da drenagem linfática promove a circulação, fazendo com que haja a retirada dessa água. Edema por obstrução linfática: o excesso de líquido não é drenado. Ex: elefantíase, câncer. Edema por obstrução venosa: elevação da pressão hidrostática em todo capilar. Ex: tumor. Edema por aumento da permeabilidade capilar: o capilar sofre alguma interferência traumática, de substância vasodilatadora ou queimadura, fazendo com que a parede endotelial se torne permeável a macromoléculas, impedindo a formação de pressão osmótica. Edema por diminuição das proteínas plasmáticas: há a diminuição de macromoléculas, e por conseguinte insuficiente pressão osmótica para trazer a água intersticial de volta ao capilar. Ex: desnutrição, doenças renais. Tecido adiposo O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo, onde há o predomínio de adipócitos (células adiposas). De modo geral, as funções desse tecido são a de reserva de energia, isolamento térmico, preenchimento de espaços entre tecidos e atividade secretora, sintetizando diversos tipos de moléculas. Esse tecido pode ser classificado em unilocular e multilocular. o Unilocular: é o tipo de tecido adiposo mais comum, sua gordura é branca ou amarela. Sua célula apresenta apenas uma gotícula de gordura que representa de 80 a 95% do volume e possui núcleo achatado. É encontrado no tecido hipoderme (tecido subcutâneo) e entre órgãos e tecidos. A principal função é a de reserva de energia, mas também apresenta as seguintes: proteção contrachoques, preenchimento e sustentação, isolamento térmico e função secretora (hormônios: leptina, regula fome; lipase lipoproteica, faz hidrolise das lipoproteínas). Esse tipo de tecido pode ocorrer durante toda vida, em resposta a variações nutricionais e hormonais. As gorduras acumuladas podem ser mobilizadas por lipólise (período de privação alimentar) ou por gasto energético (ingestão de substrato). A obesidade é uma doença queocorre por conta desse tipo de tecido e pode ser classificada em dois tipos, a hiperplástica, ocorre na infância e puberdade e por conta do aumento do número e tamanho das células de gordura; e também do tipo hipertrófica, que ocorre na fase adulta e por conta do aumento do tamanho das células de gordura. o Multilocular: sua gordura é marrom ou parda. Sua célula apresenta várias gotículas de gordura. O núcleo é esférico excêntrico (fora do centro). É encontrado nas axilas, nuca, ao redor dos rins, entre as escápulas e mediastino. Sua função é de fornecer calor. Esse tipo de tecido ocorre em fetos e recém-nascidos. A mobilização das gorduras acumuladas se dá pela ação da noradrenalina, que promove a oxidação de ácidos graxos, gerando calor. Isso serve para recém-nascidos e em hibernações (neste caso, a geração de calor faz com que o animal acorde). o É importante ressaltar, que em ambos os tipos de gordura, a origem dos ácidos graxos é proveniente da alimentação (gordura- ácidos graxos; carboidratos- glicose) e de lipoproteínas plasmáticas (fígado; quando falta energia, uma determinada enzima quebra a lipoproteína e separa a molécula). Tecido cartilaginoso O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. As funções desse são: sustentação de tecidos moles, revestimento de superfícies articulares e formação e crescimento dos ossos longos. As cartilagens podem ser classificadas em: cartilagem hialina: é o tipo mais comum; cartilagem elástica; e cartilagem fibrosa. o Hialina: apresenta coloração branco-azulada e translúcida. É encontrada em ossos longos, entre a diáfise e epífise, de seres que ainda não alcançaram a maturidade. Também está presente na parede das fossas nasais, traqueia e brônquios, extremidade ventral das costelas e recobrindo as superfícies articulares dos ossos longos. É composta por colágeno tipo II, proteoglicanas e outros diferentes tipos de colágenos. São envolvidas por pericôndrio, camada de tecido conjuntivo denso. Essa camada de tecido é responsável pela nutrição e oxigenação, visto que esse tipo de cartilagem a avascular. São três tipos de células e elas são da mesma linhagem. As células condrongênicas indiferenciadas, que tem função de dar origem a novos condroblastos -> os condroblastos são células jovens que tem função de sintetizar a matriz e originar novos condrócitos -> os condrócitos são células já maduras que tem função de sintetizar e fazer a manutenção da matriz. A nutrição dessa cartilagem é feita através de difusão, onde os nutrientes transportados no sangue atravessam o pericôndrio, penetram a matriz e alcançam os condrócitos. Sofrem influenciam hormonal, o hormônio do crescimento, a tiroxina e a testosterona estimulam a síntese da matriz, já a cortisona, a hidrocortisona e o estradiol inibem a síntese da matriz. São originadas do mesênquima. O crescimento da cartilagem hialina pode ser intersticial (divisão mitótica dos condrócitos preexistentes; ocorre nas primeiras fases de vida da cartilagem) ou aposicional (a partir das células do pericôndrio). Estão frequentemente sujeitos a processos de degeneração, sendo um deles a calcificação. Nesse processo há a deposição de fosfato de cálcio sob a forma de cristais, causando aumento do volume e morte das células. Tem dificuldade de regeneração, a não ser em indivíduos de pouca idade. Para reparar uma lesão, as células derivadas do pericôndrio invadem a área destruída e dão origem a tecido cartilaginoso que repara a lesão. Em caso de destruição muito extensa, ao invés de formar cartilaginoso novo, há a formação de uma cicatrização de tecido conjuntivo denso. o Elástica: é semelhante a cartilagem hialina, apresenta pericôndrio e cresce principalmente por aposição. É constituída de fibras colágenas tipo II, fibras elásticas e proteoglicanas. Encontrada em órgãos responsáveis pela audição. o Fibrosa: possui características intermediarias entre a cartilagem hialina e o tecido conjuntivo denso. É composta por colágeno tipo I e proteoglicanas. Não apresenta pericôndrio. É encontrada nos discos invertebrais, nos pontos que os tendões e ligamentos se inserem nos ossos e na sínfise pubiana. Técnica Histológica Etapas: 1. Colheita do Material: obtenção da peça por necropsia ou biópsia. 2. Fixação: impede a destruição das células por autólise (por suas próprias enzimas) ou bactérias. Ex: Formol e Líquido de Bouin. 3. Desidratação: banhos sucessivos em álcoois de teor crescente. 4. Diafanização: impregnação da peça por um solvente de parafina. 5. Impregnação pela Parafina Fundida: em estufa a 60°C, a parafina penetra nos tecidos, dando a ele depois de solidificada, certa dureza. 6. Inclusão: formação do bloco de parafina. 7. Microtomia: cortes com espessura em micrômetros. 8. Extensão: os cortes da microtomia são esticados em banho de água e gelatina e pescados com uma lâmina, que é levada para uma estufa para que se dê a colagem do corte à lâmina, pela coagulação da gelatina contida na água quente. 9. Coloração: dá contraste aos componentes do tecido, tornando-os visíveis e destacados uns dos outros. Três etapas, em que há a eliminação da parafina (em banhos sucessivos em solventes de parafina tais como xilol, benzol ou toluol), hidratação (executada quando o corante é solúvel em água, deve ser gradativa, com álcoois de teor decrescente para evitar o rompimento dos tecidos) e coloração (por compostos químicos com radicais ácidos ou básicos que possuem cor, combinando com estruturas ácidas ou básicas dos tecidos). Técnica de H.E.: Hematoxilina: corante básico de cor roxa, cora estruturas ácidas que são chamadas de basófilas (Núcleo). Eosina: corante ácido de cor vermelha, cora estruturas básicas que são chamadas de acidófilas (citoplasma - proteínas estruturais). 10. Desidratação: visa retirar a água - quando os corantes forem soluções aquosas, a fim de se obter perfeita visualização dos tecidos (já que a água possui índice de refração diferente do vidro) e prevenir a difusão dos corantes – com banhos em álcoois de teor crescente. 11. Diafanização: feita com xilol, busca tornar os cortes transparentes. 12. Montagem: colagem da lamínula sobre o corte, com bálsamo do Canadá (que é solúvel em xilol e insolúvel em água), e são levadas para estufas, para a secagem do componente. A lamínula impede que haja hidratação pela umidade do ar ambiente, o que aumenta a estabilidade da lâmina em longo prazo.
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