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Esquizofrenia_Funções Psíquicas_Jurisprudências

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DANIEL VICTOR SILVA DIAS 
DAYANE KELLY RONCOVSKY SOBZAK 
RHAIRA CAROLINE ANDRUSZEWICZ DE OLIVEIRA 
STEPHANY PEREIRA DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESQUIZOFRENIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 
2017 
2 
 
SUMÁRIO 
1 DEFINIÇÃO .......................................................................................................... 3 
2 FUNÇÕES PSIQUÍCAS AFETADAS PELA ESQUIZOFRENIA .................. 6 
3 JURISPRUDÊNCIAS E SUAS IMPLICAÇÕES ............................................... 8 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 14 
 
3 
 
1 DEFINIÇÃO 
 
Do ponto de vista de quem vivencia o processo, a esquizofrenia é o nome 
que se dá para um tipo de experiência diferente em relação à realidade, um 
transtorno que torna os pacientes incapazes de distinguir a realidade do 
imaginário. Junto dessa experiência, acarretam-se muitas outras dificuldades, 
motivo pelo qual a esquizofrenia é considerada uma doença, além de ser 
classificada entre os transtornos mentais visto que afeta o funcionamento mental 
da pessoa. O que infelizmente não está correto é a percepção de que a 
esquizofrenia é loucura, de que são necessárias camisas de força e hospitais 
psiquiátricos para conter um esquizofrênico. 
Para entender o que de fato é a esquizofrenia tente imaginar como deve ser 
desesperador viver e não saber se as coisas que estão acontecendo ao seu redor 
são reais, ou então, nunca conseguir ficar em silêncio, pois as vozes que estão em 
sua cabeça não param de falar. No Brasil, o número de pacientes com o distúrbio 
é de aproximadamente 1,6 milhões, sendo que a cada ano, 50 mil pessoas 
começam a apresentar os sintomas. 
Num panorama histórico, temos o psiquiatra alemão Emir Kraeplin que no 
final do século XIX chamou de demência precoce a condição que causa 
alucinações, alterações na atenção, entre outros. Mas foi Eugen Bleuler quem 
criou o termo esquizofrenia, uma vez que acreditava ser possível uma ruptura no 
pensamento, no comportamento e nas emoções das pessoas afetadas. 
A esquizofrenia é uma doença que atinge homens e mulheres, bem como 
está presente de maneira homogênea entre todas as etnias. Costuma se 
desenvolver com mais frequência em adultos, geralmente entre o fim da 
adolescência e a idade adulta, sendo que os homens costumam ter a primeira 
crise antes das mulheres. Há uma grande chance de pessoas que são parentes de 
portadores de doença terem certa predisposição a desenvolver esquizofrenia. Os 
fatores ambientais também estão relacionados ao surgimento da doença em 
algumas pessoas, situações como guerras, conflitos políticos, etc. Além disso, o 
4 
 
uso descompensado de drogas especialmente durante a adolescência pode 
desencadear o transtorno. 
A esquizofrenia não apresenta sintomas marcantes e também não é 
possível diagnosticá-la com algum exame laboratorial. A Associação Americana 
de Psiquiatria, através do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos 
Mentais, (APA, 2002/2003, p.213), define a esquizofrenia 
 
Como um transtorno psicótico cuja remissão dos sintomas não é 
comum, logo no início da doença, os sintomas negativos podem ser 
proeminentes (...), mas subsequentemente a parecem os sintomas 
positivos. 
 
É possível perceber então duas categorias de sintomas, os psicóticos 
(positivos) e os negativos. 
a) Sintomas positivos: delírios, ou seja, pensamentos que a pessoa tem 
que são incompatíveis com a realidade, a pessoa passa ater certeza 
absoluta de coisas que não fazem sentido como perseguições, câmeras 
escondidas, desconfiança de aparelhos de televisão, rádios e 
computadores. Alucinações, como alterações nos sentidos, no caso do 
esquizofrênico é a audição, que passa a escutar vozes, de pessoas 
conhecidas ou não, dando ordens, entre outros. 
b) Sintomas negativos: isolamento social, apatia, falta de iniciativa, 
dificuldade de expressão da afetividade. Esses sintomas vão desde a 
dificuldade de finalizar um raciocínio, deixar de expressar emoções, 
torna-se indiferentes, perda da vontade de levar a vida adiante, sem 
ânimo sequer para tomar banho e se alimentar. 
Os comportamentos de uma pessoa diagnosticada como esquizofrênica 
podem assumir diferentes topografias conforme nos mostra BRITTO (2005) 
 
Falar de modo inapropriado, repetir desnecessariamente as mesmas 
palavras, recusar participar das atividades, permanecer períodos de 
tempo com a mesma postura, não trabalhar, negligenciar higiene, 
afastar-se do convívio social, não assumir responsabilidades, etc. 
 
5 
 
 Importante ressaltar que para DALGALARRONDO (2008, p. 329) nas 
últimas décadas, tem-se dado mais importância à diferenciação da esquizofrenia 
em três subtipos: 
1. Síndrome negativa ou deficitária: se caracteriza pelas perdas de 
algumas funções psíquicas. 
2. Síndrome positiva ou produtiva: são manifestações novas, floridas e 
produtivas do processo esquizofrênico. 
3. Síndrome desorganizada: corresponde ao subtipo denominado 
esquizofrenia hebefrênica onde temos um pensamento e 
comportamento desorganizado, afeto inadequado e comportamentos 
infantis. 
 
O que se observa é que a experiência de passar por um episódio psicótico agudo 
de esquizofrenia deixa marcas profundas no paciente, sendo preciso muito 
esforço para se reintegrar socialmente após o período da crise. Por isso, 
abordagens terapêuticas são importantes, mas o tratamento psiquiátrico será a 
condição fundamental para a estabilização e a recuperação da pessoa. 
Além disso, o tratamento será feito com remédios chamados antipsicóticos 
e neurolépticos, a fim de aliviar os sintomas psicóticos e também os períodos de 
crises, com o objetivo de prevenir novas recaídas. Deve ser observada ainda, a 
questão da socialização, que também é afetada pelo transtorno e precisa ser 
incentivada com tratamento. O controle deve ser feito por meio de medicação 
adequada, consultas frequentes ao psiquiatra, psicólogos e terapeutas 
ocupacionais. 
6 
 
2 FUNÇÕES PSIQUÍCAS AFETADAS PELA ESQUIZOFRENIA 
 
A esquizofrenia é uma doença que apresenta uma grande variedade de 
sintomas. Em cada caso, esses sinais podem se apresentar com uma intensidade 
diferente. Na esquizofrenia paranoide, os pacientes têm mais alucinações e 
delírios. Já a hebefrênica, o paciente apresenta um quadro de desorganização de 
comportamento. Na catatônica, o paciente apresenta alterações de vontade e de 
movimentação. Por isso, O CID-10 classifica a esquizofrenia em: esquizofrenia 
(F20), esquizofrenia paranoide (F20.0), esquizofrenia hebefrênica (F20.1), 
Esquizofrenia catatônica (F20.2), esquizofrenia indiferenciada (F20.3), 
Depressão pós-esquizofrênica (F20.4), esquizofrenia residual (F20.5), 
esquizofrenia simples (F20.6), outras esquizofrenias (F20.8), esquizofrenia não 
especificada (F20.9). 
Portanto, a depender da esquizofrenia constatada no paciente, várias são as 
funções psíquicas afetadas, em razão dos sintomas que podem ocorrer. Os 
apontamentos a seguir destacados, foram retirados do Livro Psicopatologia e 
semiologia dos transtornos mentais, de Paulo Dalgalarrondo (2008). 
 
2.1 CONSCIÊNCIA 
Afetada por delírios e alucinações auditivas, visuais, táteis, olfativas, que 
são constatadas em alguns tipos de esquizofrenia (p.332). 
 
2.2 ORIENTAÇÃO 
Afetada pela desorientação quanto à própria idade, por meio de uma 
discrepância de cinco ou mais anos entre a idade real e aquela que o paciente diz 
ter, tem sido descritaem alguns pacientes esquizofrênicos crônicos (p.113). 
 
2.3 ATENÇÃO 
Afetada por déficit de atenção central, pacientes esquizofrênicos 
costumam perceber estímulos sensoriais irrelevantes enquanto realizam 
7 
 
determinada tarefa; são muito suscetíveis de distrair-se com estímulos visuais e 
auditivos externos (p.107). 
 
2.4 MEMÓRIA 
Afetada por Ilusões mnêmicas, há o acréscimo de elementos falsos a um 
núcleo verdadeiro de memória, ocorre em alguns casos de esquizofrenia (p.147). 
 
2.5 SENSOPERCEPÇÃO 
Afetada por alucinações táteis, que são frequentes na esquizofrenia 
(p.223). 
 
2.6 PENSAMENTO 
Afetada por eco, inserção, irradiação ou roubo do pensamento, ocorre em 
alguns casos de esquizofrenia (p.330). 
 
2.7 AFETIVIDADE 
Afetada pelos sintomas negativos como empobrecimento afetivo, retração 
social (p.330). 
 
2.8 LINGUAGEM 
Afetada por produções linguísticas novas/neologismos e parafasias, como 
exemplo a bradifasia em que o paciente fala vagarosamente (p.239). 
 
2.9 PERSONALIDADE/CONDUTA 
Afetada por negligência quanto a si mesmo, que se revela pelo descuido 
consigo mesmo, pela falta de higiene, por desinteresse em relação à própria 
aparência, própria saúde e vestimentas, etc. (p.330). 
 
8 
 
3 JURISPRUDÊNCIAS E SUAS IMPLICAÇÕES 
 
Há que se considerar que as pessoas com transtornos mentais devem ser 
tratadas de modo que se percebam acolhidas e valorizadas no seu modo de ser, 
ouvidas e reconhecidas em suas necessidades e vontades. O caso em tela (VIDE 
JURISPRUDÊNCIA ABAIXO), trata-se de Junior Misael, acusado de cometer o 
crime de roubo, mediante uso de faca. Após concedida liberdade provisória, visto 
que era portador de transtornos mentais (ESQUIZOFRENIA) foi recusado pela 
Casa de Saúde de Rolândia, pela infundada alegação de que o seu internamento 
comprometia a segurança e a integridade física dos pacientes. 
 
FIGURA 1 – APELAÇÃO CRIME 
 
 
Terminou por ser recolhido no Complexo Médico Penal em Piraquara, e 
aqui se observe, em cidade diferente daquela a qual o crime ocorreu e portanto, 
afastado de sua família. Sem olvidar que, permaneceu preso por mais tempo da 
pena. Além disto, havia conhecimento dos Doutos relatores, que o acusado já 
esteve internado outras 17 oportunidades na Casa de Saúde Rolândia. 
Durante todo o processo em momento algum se avaliou a capacidade de 
discernimento do réu, e muito além, exigiu-se do acusado o cumprimento de 
sentença sem nem mesmo lhe dar condição de assistência, quanto menos como 
definido por lei solicitou-se um laudo médico que caracterizasse os motivos. 
Enfim, tamanha ineptidão dos magistrados pode ser comprovada do fato que 
anteriormente esta decisão, o processo havia sido anulado, agora voltando ao 
movimento inicial para que seja possível averiguação da capacidade do acusado. 
E nos cabe aqui a reflexão: Será essa a necessidade de Junior Misael? 
Retroceder seu processo a fim de comprovar se o mesmo era ou não capaz de 
9 
 
cometer o ato ilícito ao tempo da conduta? Ou deveria o judiciário preocupar-se 
com a situação biopsicossocial deste indivíduo? 
 
 
Tribunal de Justiça Estado do Paraná. Apelação Crime Nº 
1.359.227-9. Relator: DES. ARQUELAU ARAUJO RIBAS. Revisor: 
DES. JOSÉ CICHOKI NETO. 3ª CÂMARA CRIMINAL. Data de 
Julgamento: 11/08/2016. 
 
APELAÇÃO CRIME. ROUBO MEDIANTE EMPREGO DE ARMA 
(FACA) – CRIME CONTINUADO – DOIS FATOS. 
CONDENAÇÃO.PRELIMINAR ACOLHIDA - NULIDADE DO 
PROCESSO – ALEGAÇÃO DE INSANIDADE MENTAL – NÃO 
REALIZADO O EXAME MÉDICO LEGAL – ARQUIVADO O 
INCIDENTE EM AFRONTA A REGRA DO ART.149, CPP. – RÉU 
DIAGNOSTICADO COM ESQUIZOFRENIA – MAIS DE 18 
INTERNAMENTOS. NECESSIDADE DE SE AVERIGUAR A 
HIGIDEZ MENTAL DO ACUSADO AO TEMPO DA CONDUTA. 
PROCESSO ANULADO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 
 
 Observando o próximo caso em tela (VIDE JURISPRUDÊNCIA 
ABAIXO), podemos extrair a situação do Sr. Ricardo S. Boeira, que pleiteia 
junto ao Município de São Miguel do Iguaçu internamento em instituição 
psiquiátrica adequada. Decorre que deste pedido, apresentou laudos médicos que 
corroboram para a condição de Esquizofrenia Paranoide. Observe-se a seguir 
excerto retirado do Acórdão proferido pelo Desembargador Abraham Lincoln 
Calixto 
Tribunal de Justiça Estado do Paraná. Reexame Necessário. 
Nº1.685.218-9. Relator: DES. ABRAHAM LINCOLN CALIXTO. 4ª 
CÂMARA CÍVEL. Data de Julgamento: 12/09/2017. 
 
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. REEXAME 
NECESSÁRIO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INTERNAÇÃO EM 
INSTITUIÇÃO PSIQUIÁTRICA PARA O TRATAMENTO DE 
ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE (CID HD: F.20.0). NEGATIVA 
AO PLEITO ADMINISTRATIVO. OFENSA AO DIREITO 
FUNDAMENTAL À SAÚDE, CONSAGRADO NO ARTIGO 196 
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SENTENÇA MANTIDA EM 
SEDE DE REEXAME NECESSÁRIO. 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
FIGURA 2 – ACÓRDÃO 
 
 
 Ao que se observa, o Douto magistrado desconhece o que se discute 
acerca dos internamentos de pacientes com transtornos mentais, tendo em vista 
que levará em conta laudo médico especializado, as condições de segurança do 
estabelecimento, quanto a salvaguardo do paciente, etc. Sem falar no tocante a 
Lei 10.216, de 6 de abril de 2001, que em seu Art. 4º esclarece que a internação, 
em qualquer das suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-
hospitalares se mostrarem insuficientes. 
Nem se quer tratou de investigar o que já foi investido neste paciente, 
quanto mais de saber se os recursos os quais dispõe a saúde pública foram 
aplicados ao caso em tela. 
Por fim, analisaremos o caso de Ícaro Martins Porfírio de Souza, que 
pleiteia internação compulsória em hospital psiquiátrico através da figura do 
Ministério Público do Estado do Paraná. Ícaro é portador de Esquizofrenia e 
Transtorno Mental em decorrência do uso de drogas, está sob acompanhamento 
da Secretaria de Estado da Saúde. 
 
Tribunal de Justiça Estado do Paraná. Apelação Cível. Nº 
1505441-2. Relator: DES. NILSON MIZUTA. 5ª CÂMARA CÍVEL. 
Data de Julgamento: 24/05/2016. 
 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE CUNHO 
CONDENATÓRIO COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE 
11 
 
TUTELA. FORNECIMENTO DE TRATAMENTO PELO ESTADO. 
INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA. PACIENTE PORTADOR DE 
ESQUIZOFRENIA E TRANSTORNO MENTAL (CID’S F20.0 E 
F19.2) EM DECORRÊNCIA DO USO DE SUBSTÂNCIAS 
ENTORPECENTES. DOCUMENTOS QUE COMPROVAM A 
NECESSIDADE DO TRATAMENTO COMPULSÓRIO. DIREITO 
À VIDA É À SAÚDE. PACIENTE QUE REPRESENTA RISCO À 
FAMÍLIA, À SOCIEDADE E À PRÓPRIA VIDA. OBRIGAÇÃO 
SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERADOS EM OFERECER E 
GARANTIR O PLENO ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE. 
 
Em seu histórico, constam diversas internações, consultas no CAPS, mas 
sempre com abandono do tratamento. Senão vejamos 
 
FIGURA 3 – PARECER DO ESPECIALISTA 
 
Quando questionado sobre à possibilidade de prescrição de medicamentos 
evitando-se a internação do paciente, o médico responsável foi enfático ao 
discorrer que “não é possível instituir farmacologia c/ segurança devido à falta de 
consciência de comorbidade, agressividade entre outros fatores que inviabilizam 
o tratamento ambulatorial.” Conforme depoimento da mãe, afirma que o paciente 
já foi internado por diversas vezes, no entanto, sempre fugiu do local de 
internação. 
 
 
12 
 
FIGURA 4 – DEPOIMENTO DA MÃE 
 
 
Nota-se que o paciente representa um risco para sua família, para a sociedade e 
até, para si próprio. O médico confirma 
 
FIGURA 5 – PARECER DO ESPECIALISTA 
. 
 A este ponto, cabe a seguinte reflexão: até que ponto o relatório médico, 
utilizado para embasamento da presente propositura ofereceelementos 
suficientes para demonstrar a eficácia do tratamento e sua imprescindibilidade? 
Até que ponto se extrai dos documentos acostados aos autos a efetiva 
necessidade de internação do paciente? 
 Há que se perguntar se a este indivíduo biopsicossocial lhe foi prestado 
atendimento e tratamento multidisciplinar como médicos, psicólogos, assistentes 
sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, além de 
técnicos de diversas áreas. Resultados melhores são alcançados quando os 
13 
 
profissionais trabalham de forma coordenada entre si. Note que nos pareceres 
disponibilizados, não houve sequer NENHUMA manifestação de outros 
profissionais que atenderam Ícaro a não ser o do médico. 
 Os profissionais do direito hão de entender que isolar da sociedade as 
pessoas com transtornos mentais para tratamento é o mesmo que designar loucos 
para os manicômios a fim de escondê-los da sociedade. É necessário e urgente 
que estas políticas que excluem e propõe um modelo asilar, venham a ser 
substituídas por uma rede de serviços de saúde mental contrária a essa lógica do 
confinamento! 
 
14 
 
REFERÊNCIAS 
 
APA. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais. DSM-IV-TR. Porto Alegre: Artmed. 2002 2003. 
 
Brasil. TJPR Apelação Crime. Nº 1.359.227-9. Relator: DES. ARQUELAU 
ARAUJO RIBAS. Revisor: DES. JOSÉ CICHOKI NETO. 3ª CÂMARA 
CRIMINAL. Data de Julgamento: 11/08/2016. Disponível em: 
<https://portal.tjpr.jus.br/jurisprudencia/j/12218708/Ac%C3%B3rd%C3%A3o-
1359227-9#>. Acesso em 8 de outubro de 2017 às 21hrs e 08 min. 
 
Brasil. TJPR. Apelação Cível. Nº 1505441-2. Relator: DES. NILSON MIZUTA. 
5ª CÂMARA CÍVEL. Data de Julgamento: 24/05/2016. Disponível em: 
<https://portal.tjpr.jus.br/jurisprudencia/j/12166101/Ac%C3%B3rd%C3%A3o-
1505441-2>. Acesso em 8 de outubro de 2017 às 21hrs e 17 min. 
 
Brasil. TJPR. Reexame Necessário. Nº1.685.218-9. Relator: DES. ABRAHAM 
LINCOLN CALIXTO. 4ª CÂMARA CÍVEL. Data de Julgamento: 12/09/2017. 
Disponível em: 
<https://portal.tjpr.jus.br/jurisprudencia/j/12430930/Ac%C3%B3rd%C3%A3o-
1685218-9 >. Acesso em 8 de outubro de 2017 às 21hrs e 15 min. 
 
BRITTO, I. A. G. S. Esquizofrenia: desafios para a ciência do 
comportamento. ESETec: SP, 2005. 
 
CID-10, http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/f20_f29.htm - acesso 
em 07 de outubro de 2017. 
 
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos 
mentais. Porto Alegre: Artmed, 2ª edição, 2008.

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