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ESTUDO DIRIGIDO II PSICOLOGIA SOCIAL UFRJ - ERIMALDO NICÁCIO

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ESTUDO DIRIGIDO PSICOLOGIA SOCIAL
O HOMEM CORDIAL
Como Buarque de Holanda analisa as relações entre família e Estado? Como ele analisa a questão do patrimonialismo a partir disso?
O autor afirma que a sociedade moderna é livre de relações de caráter pessoal. No estado moderno, que é caracterizado por ser burocrático, racional, legal e impessoal, não haveria relações “familiares” a medida que “virtudes antifamiliares” triunfassem já que apenas com a transgressão da ordem doméstica e familiar é que nasce o Estado. Logo, a partir destas constatações, o autor defende que o Estado não é uma ampliação do círculo familiar e nem uma integração de certas vontades particulares. Apesar da família patriarcal se fazer como Estado, as duas dimensões são distintas e sem comunhão entre si.
Quando há um predomínio dos interesses particulares em detrimento da ordenação impessoal na sociedade, os detentores das posições públicas de responsabilidade não conseguem distinguir adequadamente os limites do público e do privado. Sendo assim, ocorre a predominação do modelo de “funcionário patrimonial” que se baseia na confiança pessoal (grupos pequenos, fechados e pouco acessíveis). Segundo Weber, este tipo de profissional vê a própria gestão política como interesse particular. 
Qual a diferença entre cordialidade e civilidade?
A noção de civilidade é utilizada pelo autor em duas maneiras: a primeira nos moldes weberianos de processo de racionalização e impessoalização das relações humanas. Neste caso a cordialidade se contrapõe a ela por ser representação de relações humanas mais afetivas, vivas e concreta. Já a segunda se baseia na civilidade como criação de condições da existência do político e de uma sociedade democrática. Nesta concepção a cordialidade se contrapunharia pela sua incompatibilidade com a democracia, entre a vida doméstica e a vida democrática.
Qual a relação entre o homem cordial e o patrimonialismo?
No Brasil, onde há um predomínio dos interesses particulares em detrimento da ordenação impessoal, é um lugar em que o núcleo familiar (e alguns outros círculos estreitos, fechados e pouco acessíveis) se desenvolveu fortemente. É inegável, portanto, a supremacia do núcleo familiar. Mergulhados em relações pessoais e percepção do Estado como uma extensão do seu círculo social, a expressão “homem cordial” nos é empregado para representar a necessidade de aproximação (através do emprego de diminutivos e omissão dos sobrenomes no tratamento cotidiano), dificuldade em manter reverência prolongada e expansão de relações que só deveriam estar presentes no âmbito familiar (aproximação do que é profissional). Consequentemente o homem cordial possui dificuldade em distinguir o polo público do polo privado, característica central do patrimonialismo. Exemplo disso é modelo de funcionário patrimonialista que concede cargos públicos de acordo com interesses pessoais.
QUESTÔES EXTRAS
Qual é a importância da civilidade? Ela é importante pois ela é uma possibilidade real de superação da cultura de personalidade e de criação de um espaço político no sentido mais abrangente.
Quem é o homem cordial? Presente na sociedade brasileira, é a influência ancestral dos padrões de convívio humano do meio rural e patriarcal na formação de um homem dominado pelo coração, impulso e emoção. É hospitaleiro, generoso e repleto de interesse por meio de aproximação. Utilizando-se de diminutivos, omissão de sobrenome no tratamento cotidiano, expande suas relações que só deveriam estar presentes na esfera do intimo familiar e privado para outras esferas de sua vida. 
Por que o homem cordial possui uma aversão ao ritualismo da vida? Pois esta é uma forma de se preservar inatas as emoções do individuo, segundo o autor.
Qual a funcionalidade da polidez cordial? Enquanto que a polidez cordial é uma espécie de disfarce que preserva inatas sua sensibilidade e suas emoções, a polidez da civilidade 
POLITICAS SOCIAIS, PRÁTICAS & SUJEITOS
Em que sentido o autor propõe que é preciso levarem consideração a vivência subjetiva do usuário?
O autor propõe a necessidade dos assistentes sociais levarem em consideração tal vivência através da constatação de que não há separação entre a “questão social” e o modo como ela é vivenciada pelos usuários do serviço social, isto quer dizer, o reconhecimento do usuário como sujeito implica reconhecer que ele vivencia e interpreta de uma forma própria os efeitos da desigualdade (atinge seu corpo, seu psiquismo, suas relações sociais cotidianas). Através da “escuta”, que segundo o autor não acarreta necessariamente na escuta psicoterápica, pode revelar ao profissional o sistema de valores, crenças e modo de como a situação de fragilidade transformou as relações sociais do usuário. Além disso considerar o usuário como sujeito significa não visá-lo como simples objeto de intervenção ou rotulá-lo ou fixá-lo algum atributo. 
Como o autor desenvolve a crítica à objetificação do usuário do serviço social?
O autor expõe sua tese da necessidade de reconhecimento do usuário do serviço social como sujeito. Em seguida, para corroborar sua tese, ele desenvolve a crítica à objetificação do usuário através dos seguintes argumentos: 1) o assistente social orientará sua intervenção a partir de seus próprios parâmetros e ideias a respeito do que é mais apropriado e melhor para o usuário, descartando assim que, no caso concreto, a situação singular pode ser imprevisível e ir em direção oposta do que o profissional lhe havia planejado. 2) objetificação do usuário pode se dar através da rotulação, fixação de um atributo ou classificação pelo profissional no objetivo de torna-lo previsível ao neutralizar a natureza e enigma que o outro representa. Ao objetificarem o usuário desta forma, esquecem-se que “sujeito é, precisamente, aquilo que escapa à classificação”. 
Em que sentido o assistente social é um sujeito na sua relação com o usuário?
O assistente social é um sujeito na sua relação com o usuário a medida de que pode ser afetado de diversas formas pela realidade do usuário. Logo é inevitável que o profissional não se identifique com o usuário e seja tomado por sentimentos, contudo, da mesma forma que ele não é capaz de desfazer-se de sua subjetividade, deve agir de modo que ela não comande sua intervenção.
Além disso o assistente social ainda deve lidar com sofrimento psíquico (insatisfação, ansiedade, depressão, medo, fadiga, doenças psicossomáticas) produzido pela situação do seu trabalho e fragmentação dos grupos e equipes (conflitos pessoais, institucionais e políticos) que podem vir a conduzir à ruptura dos laços de trabalho (o que comprometerá ou inviabilizará o trabalho). 
Qual é a crítica do movimento de reconceituação ao serviço de casos ou ao serviço social clínico?
Os críticos à abordagem do serviço social de casos argumentam que essa abordagem conduze a uma concepção psicologizante e adaptacionista da prática do assistente social. Isto quer dizer que, esse pretenso serviço social não reconhece e nem acolhe as demandas específicas dirigidas ao serviço social e atribui-se de funções que não são suas. Divergindo, consequentemente, da direção social estratégica assumida pela profissão e do seu projeto ético-político.

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