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EMERGÊNCIAS MÉDICAS ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS

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24/02/2015 
1 
CONCEITO DE SAÚDE 
S.U.S 
O SISTEMA DE EMERGÊNCIAS 
MÉDICAS 
aspectos legais e éticos nos 
atendimentos de emergência 
 
 
Profa. Marion Vecina A. Vecina 
SAÚDE 
• A Organização Mundial de Saúde (OMS) define 
saúde não apenas como a ausência de doença, 
mas como a situação de perfeito bem-estar 
físico, mental e social. 
• Essa definição aponta para a complexidade do 
tema, e a reflexão mais aprofundada sobre seu 
significado nos leva a considerar a necessidade de 
ações intersetoriais e interdisciplinares no 
sentido de criar condições de vida saudáveis. 
 
SAÚDE 
• A carta de intenções da Primeira Conferência 
Internacional sobre Promoção da Saúde, 
realizada em Ottawa, Canadá, em 1986, 
denominada Carta de Ottawa, assim define a 
promoção à saúde: 
• “ A promoção à saúde não é responsabilidade 
exclusiva do setor da saúde, e vai para além 
de um estilo de vida saudável, na direção de 
um bem-estar global." 
 
Recursos fundamentais para a saúde se tornam cada 
vez mais favoráveis. 
Esses recursos são : 
 • Paz: redução da violência; 
• Habitação: condições dignas de moradia, tanto em relação ao espaço físico 
quanto ao assentamento legal; 
• Educação: redução da evasão escolar e qualidade de ensino; 
• Alimentação: garantia de alimento na mesa da família; 
• Renda: a geração de renda para todos e com volume compatível com a 
vivência; 
• Ecossistema saudável: ar salubre; água potável disponível 24 horas por dia; 
alimentos existentes em quantidade suficiente e de boa qualidade; 
•Recursos renováveis: Os serviços de saúde devem estar aptos para atender 
o homem em todos os seus níveis de complexidade, seja com recursos 
próprios ou em parceria com outros municípios; 
• Justiça social e eqüidade: A promoção da eqüidade é feita pela redução dos 
efeitos nocivos à salubridade e pelo reforço dos fatores positivos 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO BRASIL 
Política de Saúde: cidadania e justiça social 
 
• Quando a constituição brasileira afirma que 
“ A saúde é um direito de todos e um dever 
do Estado”, ela está exatamente 
reconhecendo que todo indivíduo brasileiro, 
independentemente de raça, gênero, situação 
socioeconômica e credo, tem igual direito à 
satisfação de suas necessidades de saúde. 
 
S.U.S 
 1990- Criação do SUS A Criação do Sistema Único de Saúde (SUS) se 
deu através da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que “dispõe 
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da 
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes”. 
 
 Logo em seguida, a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe 
sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos financeiros .Institui os 
Conselhos de Saúde e confere legitimidade aos organismos de 
representação de governos estaduais (CONASS - Conselho Nacional de 
Secretários Estaduais de Saúde) e municipais (CONASEMS - Conselho 
Nacional de Secretários Municipais de Saúde). 
 
 Finalmente estava criado o arcabouço jurídico do Sistema Único de 
Saúde, mas novas lutas e aprimoramentos ainda seriam necessários 
24/02/2015 
2 
INTRODUÇÃO 
• A área de Urgência e Emergência constitui-se em 
um importante componente da assistência à 
saúde. Nos últimos anos, o aumento dos casos de 
acidentes e da violência tem causado um forte 
impacto sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e 
o conjunto da sociedade. 
• Na assistência, esse impacto pode ser medido 
diretamente pelo aumento dos gastos realizados 
com internação hospitalar, internação em UTI e 
alta taxa de permanência hospitalar desse perfil 
de pacientes. 
INTRODUÇÃO 
• Na questão social, ele pode ser verificado 
pelo aumento de 30% no índice de Anos 
Potenciais de Vida Perdidos (APVP) em 
relação a acidentes e violências nos últimos 
anos, enquanto que, por causas naturais, o 
mesmo índice encontra-se em queda. 
 
INTRODUÇÃO 
• "Define-se por EMERGÊNCIA a constatação 
médica de condições de agravo à saúde que 
impliquem em risco iminente de vida ou 
sofrimento intenso, exigindo, portanto, 
tratamento médico imediato". 
• "Define-se por URGÊNCIA a ocorrência 
imprevista de agravo à saúde com ou sem 
risco potencial de vida, cujo portador 
necessita de assistência médica imediata". 
 
Resolução CFM 1451/95 
INTRODUÇÃO 
• PRONTO ATENDIMENTO é o serviço médico que 
deve prestar o primeiro atendimento à maioria 
das ocorrências médicas, tendo caráter 
resolutivo para os casos de menor gravidade e 
encaminhando os casos mais graves ou para um 
Serviço de Urgência ou de Emergência, ou para 
internamento hospitalar para cirurgia eletiva, ou 
para o atendimento pelo médico especialista 
indicado para aquele paciente. 
 Resolução CFM 1451/95 
 
INTRODUÇÃO 
• Ética, é o estudo de um conjunto de valores 
que definem o que é agir corretamente; 
também pode ser vista como diferenciação 
entre o bem e o mal. 
• A Moral, para se discernir de Ética, pode ser 
compreendida como o conjunto de normas de 
caráter obrigatório que regulam o 
comportamento do homem em sociedade é 
algo anterior à própria sociedade. 
BIOÉTICA 
• Princípios basilares para a abordagem de dilemas 
bioéticos: 
• AUTONOMIA: direito de “autodeterminação” do 
paciente, que pode recusar ou aceitar a conduta 
médica após ser devidamente informado. 
• BENEFICIÊNCIA: fazer o bem ao paciente, procurando 
restaurar a saúde ou ao menos aliviar o sofrimento. 
• NÃO-maleficiência: não fazer o mal antes de tudo, não 
piorar a situação como princípio. 
• JUSTIÇA DISTRIBUTIVA: distribuição equitativa dos 
recursos médicos disponíveis entre os pacientes. 
24/02/2015 
3 
Aspectos éticos e legais do 
atendimento de emergência 
• O atendimento de emergência constitui uma forma 
especial de atendimento médico cujas decisões são 
estabelecidas num curto espaço de tempo. 
• Uma série de modificações na relação médico-paciente 
convencional é estabelecida nessa forma de prestação 
de serviço. 
• Médicos não são escolhidos pelos pacientes, 
intervenções invasivas e de risco muitas vezes são mal 
informadas ao paciente ou familiares, e a falta de 
ambiente próprio para a troca de informações 
confidenciais impede uma maior aproximação entre 
ambos. 
RESPONSABILIDADE DO MÉDICO 
• Responsabilidade não é fenômeno exclusivo da 
vida jurídica, mas se liga a todos os domínios da 
vida social. 
• Responsabilidade médica ocorre quando o 
médico não cumpre a obrigação que tem em 
relação ao paciente, causando-lhe dano. 
• Negligência, imprudência e imperícia 
caracterizam o erro médico. É preciso evitá-lo ou 
reduzi-lo, pois o erro faz parte da falibilidade 
humana. 
RESPONSABILIDADE DO MÉDICO 
• Negligência: constitui a omissão ou a não 
observância de determinados deveres por 
parte do médico, 
• Por exemplo: exame superficial e desatento, 
omissão ou retardo de solicitação de 
consultoria por especialista, retardo de 
intervenções cirúrgicas ou procedimentos 
vitais. 
Responsabilidade do médico 
• Imprudência: constitui a omissão de cautela, 
precipitação ou audácia do ato médico. 
• Exemplos: utilização de técnica cirúrgica 
inadequada ou não reconhecida para a 
ciência, adoção de determinado 
procedimento cirúrgico sem o exame prévio 
adequado, prescrição médica por telefone etc. 
RESPONSABILIDADE DO MÉDICO 
• Imperícia: constitui a inaptidão, ignorância, 
falta de destreza ou insuficiência de 
conhecimento técnico por parte do médico. 
Exemplos: secção de ureteres em cirurgia 
cesariana, introdução de alimentação no trato 
respiratório através de sonda mal posicionada 
sem o controleradiológico prévio, secção da 
artéria femural em cirurgia de varizes etc. 
CONSENTIMENTO INFORMADO 
• Nas urgências e emergências não é frequente pela 
própria situação a obtenção de um documento de 
consentimento informado. Obter o consentimento do 
paciente é um dever do médico expresso no artigo 46 
do CEM, que determina que é vedado ao médico 
efetuar qualquer procedimento médico sem o 
esclarecimento e o consentimento prévios do paciente 
ou de seu responsável legal, salvo em iminente perigo 
de vida. 
• É recomendável que seja aplicado em situações como 
amputações, cirurgias de alto risco. 
 
24/02/2015 
4 
RESPONSABILIDADES DO PACIENTE 
• Fidelidade, confidencialidade e veracidade 
das informações prestadas são as principais 
responsabilidades do paciente. 
RESPONSABILIDADE CIVIL - ÉTICA 
• O Código Civil normatiza que aquele que por ação 
ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito ou causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete 
ato ilícito, sendo obrigado a reparar o dano. 
• O ATENDIMENTO DE URGÊNCIA É UMA 
OBRIGAÇÃO DO ESTADO. 
• O direito ao atendimento de emergência é igual 
ao direito à vida, à educação, ao trabalho etc. 
 
TESTEMUNHAS DE JEOVÁ 
• O dilema criado pelo Testemunha de Jeová em 
não aceitar receber sangue estabelece um 
conflito de valores. 
• De um lado, o princípio da autonomia da 
vontade( vontade do paciente que não aceita a 
transfusão de sangue), aliado ao princípio da 
dignidade da pessoa humana. No lado oposto 
ilustrado pelo princípio ético da beneficiência, 
tem-se o bem que deve ser considerado maior: a 
vida. 
PRIORIDADE DO ATENDIMENTO 
• A ordem é que deverão ser atendidos 
prioritariamente os mais graves mas todos devem ser 
atendidos. 
• Pacientes mais angustiados ou com maior ansiedade 
podem também ter prioridade no atendimento. 
Juridicamente não importa quem tem maiores chances 
de sobreviver. 
• Não se retira aparelho de quem já o está utilizando, 
nem se substitui aparelho melhor por outro pior. 
• Não se antecipa alta de UTI para paciente sem plenas 
condições, para liberar a outro necessitado. 
 
GREVE NOS SERVIÇOS DE 
EMERGÊNCIA 
• O Código de Ética Médica, no seu artigo 24, normatiza: 
“É direito do médico suspender suas atividades, 
individual ou coletivamente, quando a instituição 
pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer 
condições mínimas para o exercício profissional ou não 
remunerar condignamente, ressalvadas as situações 
de URGÊNCIA e EMERGÊNCIA, devendo comunicar 
imediatamente sua decisão ao Conselho Regional de 
Medicina. 
• É vedado, portanto, aos serviços de emergência a 
utilização da greve (suspensão das atividades). 
 
DEVERES DO MÉDICO e DO HOSPITAL 
EM RELAÇÃO AO PRONTUÁRIO 
• Conforme a Resolução do CFM no 1.638/2002, art. 1o, o 
prontuário médico constitui um documento único 
constituído de um conjunto de informações, sinais e 
imagens registradas e geradas a partir de fatos e 
acontecimentos relativos à saúde do paciente à assistência 
a ele prestada. 
• O prontuário tem caráter legal, sigiloso e possibilita a 
comunicação entre membros da equipe multidisciplinar, a 
continuidade da assistência prestada e pode servir de 
instrumento científico. Todo ato médico deve estar 
registrado no prontuário. 
• A guarda do prontuário, conforme estabelece a Resolução 
do CFM no 1.639/2002, deve ser mantida pelo prazo 
mínimo de 20 anos a partir do último registro. 
 
24/02/2015 
5 
ASPÉCTOS ÉTICOS NA EMERGÊNCIA 
Revista da Associação Médica 
Brasileira 
• Os médicos devem: 
 
• 1. Objetivar como sua principal responsabilidade o bem-estar do paciente. (Art. 2 do Código 
de Ética Médica). 
 2. Responder prontamente e de modo eficaz, sem preconceito ou parcialidade, à 
necessidade da medicina emergêncista. (Art.4) 
 3. Respeitar, proteger e lutar pelos interesses dos seus pacientes, principalmente daqueles 
vulneráveis e sem condições de decidir autonomamente (Art. 103). 
 4. Dizer a verdade aos seus pacientes ou responsáveis, assegurando o sigilo e solicitando o 
consentimento informado, salvo em situações de risco iminente de vida. (Art. 46). 
 5. Respeitar a privacidade, a confidencialidade de informações a menos que seja 
prejudicial a outros ou em obediência legal. (Art. 11 e 102) 
 6. Proceder de forma justa e honesta com seus colegas estando apto para denunciar 
aqueles que se engajem com fraudes ou que cometam infrações éticas com os pacientes. (Art. 18 
e 19). 
 7. Trabalhar cooperativamente com toda a equipe de cuidados na emergência. 
 8. Manter-se atualizado em conhecimentos e habilidades necessárias para prover a melhor 
qualidade de serviço na emergência (Art. 5). 
 9. Agir com responsabilidade com os recursos para prover a saúde. 
 10. Dar suporte para os esforços da sociedade na melhoria da saúde pública reduzindo os 
efeitos das doenças e assegurando acesso às emergências e outros cuidados básicos da saúde 
para todos. (Art. 14). 
 
CONCLUSÃO 
• A evolução da sociedade, do Estado de direito e 
das garantias de Direitos Fundamentais, que 
oferecem ao cidadão a possibilidade de defesa de 
seus interesses, contribui com o questionamento 
da atuação dos profissionais da medicina. 
• Assim é muito importante que o médico se 
mantenha atento aos aspectos éticos e legais da 
profissão, e que zele diariamente pelo bom 
exercício da medicina a fim de evitar futuros 
problemas pessoais e jurídicos. 
REFERÊNCIAS 
• Revista AMRIGS, Porto Alegre, 48 (3): 190-194, jul.-set. 2004 
 
• Rev. Assoc. Med. Bras. vol.49 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2003 
 
• Protocolos da unidade de emergência / Hospital São Rafael – Monte 
Tabor , Ministério da Saúde. – 10. ed. – Brasília: Ministério da 
Saúde, 2002. 
 
• Ministério da Saúde.Norma Operacional Básica do Sistema Único de 
Saúde/ NOB-SUS 96.Gestão plena com responsabilidade pela saúde 
do cidadão.Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 
nov.1996.Disponível em: 
<http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/ 
NOB%2096.pdf>.Acesso em: 12 jun.2009

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