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ANTROPOLOGIA SOCIAL UFRJ (conteudo: Surgimento da Antropologia Social, etnocentrismo, Concepções evolucionistas, Relativismo cultural) - prof leilah landim

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ANTROPOLOGIA SOCIAL – 2016/02
Nome: Gabriela Romariz Leivas
Professora: Leilah Landim
Surgimento da Antropologia Social
A antropologia é a ciência que visa estudar o homem. Mais especificamente as crenças, costumes, particularidades e proximidades de/entre cada sociedade, existentes ou extintas. 
Apesar dos relatos e registros que foram deixados ao longo do tempo pelos gregos durante a Antiguidade, a antropologia é datada como disciplina científica no início do século XIX - no contexto de imperialismo europeu- e esteve intimamente vinculada ao iluminismo. Dividia-se em dois grupos principais: Antropologia Biológica, que se dedicava as ciências naturais e Antropologia Cultural, estudo das ciências sociais.
Por volta da mesma época Darwin surgiu com a evolução das espécies, revolucionando a sociedade ocidental ao falar que as espécies evoluíram e evoluiriam, consequentemente a sociedade também.
Etnocentrismo
É perceptível a necessidade de explicar as diferenças de comportamentos entre os homens através das variações dos ambientes físicos desde a Antiguidade. Assim, como Ruth Benedict dissera que a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo, este tende a considerar o seu modo cultural como o mais correto e natural. Logo, tratava sua própria sociedade como o centro da humanidade e que deveria pois se fazer valer em todo o globo. Heródito afirmava:
“Se oferecêssemos aos homens a escolha de todos os costumes do mundo, aquele que lhe parecessem melhor, eles examinariam e acabariam preferindo os seus próprios costumes, tão convencidos estão de que estes são melhores do que todos outros”
O etnocentrismo é a representação da recusa em admitir para si mesmo o fato de ser real a diversidade cultural. Chegando a ponto de, por vezes, negar a própria humanidade dos mais afastados culturalmente.
“Chegam muitas a privar o estrangeiro desse ultimo grau da realidade, convertendo-o num “fantasma” ou numa “aparição”
(LEVI-STRAUSS, Claude et al. Raça e Ciência. Tradução por RUHMAN, Dora. Editora Perspectiva,1970) 
Concepções evolucionistas:
O evolucionismo é um conjunto de doutrinas que defende a evolução 
Evolucionismo biológico
A evolução biológica estuda os fatos biológicos. Comprova-se através de estudo cientifico da existência das mutações genéticas e é dotada dos mais altos coeficiente de probabilidade que podem encontrar-se no domínio das ciências naturais. Além disso, esta doutrina é baseada em observações e possui pouco espaço para interpretações.
Evolucionismo social ou pseudo-evolucionismo:
Esta doutrina que é anterior ao evolucionismo biológico e sem correlações entre si, dedica-se ao estudo dos fatos sociais. Nesta concepção o desenvolvimento das sociedades é único. Ou seja, consiste em um mesmo ponto de saída e convergem-se todas as sociedades (que encontram-se em estágios diferentes do desenvolvimento) a um mesmo fim. Logo a aparente diversidade seria apenas uma roupagem de uma idêntica e única humanidade. O falso evolucionismo visa formalização do pensamento social com linhas científicas. – Ou seja, trata-se de uma teoria falsamente científica. 
Seu surgimento se deve a partir das comparações entre os desenvolvimentos societários, o que revela uma presença etnocêntrica, que será estudada por Pierre Clastres:
“Reconhece-se aqui outro etnocentrismo, a convicção complementar de que a história tem um sentido único, de que toda sociedade está condenada a inscrever-se a história e a percorrer as suas etapas que, a partir da selvageria, conduzem à civilização”
Relativismo cultural:
Trata-se da visão de que todas as formas culturais – crenças, costumes, ética – são relativas e não possuem uma única forma correta. 
Por muitos séculos os estudos eram dotados de referências próprias da sociedade do pesquisador. Logo, uma vez assumida tal postura pela antropologia, o processo de observação dos sistemas culturais passou a procurar sempre ser livre de moralidade e de etnocentrismo por parte do pesquisador em relação à sociedade do pesquisado. 
O relativismo cultural assume que todas as sociedades são igualmente naturais e dignas. Contudo Lévi-Strauss atenta para um erro comum na tentativa de aceitação das diversas culturas:
“Mas a simples proclamação da igualdade natural entre todos os homens e da fraternidade que os deve unir, sem distinção de raças ou culturas contem algo enganoso para o espírito, pois põe de lado uma diversidade de fato, que se impõe à observação, e da qual não basta dizer que não afeta o fundo do problema para que estejamos teórica e praticamente autorizados a fazer como se ela não existisse.”
 
Relação entre as ideias de raça e cultura:
Determinismo biológico prega que características culturais, psicológicas e mentais são determinadas através da raça ou nacionalidade do indivíduo.
Apesar das teorias que atribuem capacidades específicas inatas a “raças”, antropólogos, atualmente, não as consideram como verdadeiras já que nenhuma pesquisa científica constata haver diferenças significativas de nível das aptidões mentais entre grupos étnicos. A admissão da ideia do determinismo biológico é incorreta pois já discursava Pierre Clastres em “A sociedade Contra o Estado”:
“Há muito mais culturas que raças humanas, pois as primeiras se contam por milhares e as segundas, por unidade: duas culturas elaboradas por homens, pertencentes a mesma raça podem diferir tanto, ou mais, que duas culturas representativas de grupos racialmente distintos” 
Apesar dos seres humanos se diferenciarem através do dimorfismo sexual, diferenças de comportamento entre sexo feminino e masculino não são determinadas biologicamente. Logo, essas diferenças são explicadas pelo processo de endoculturação. Exemplo disso é o fato do sistema de divisão do trabalho ser determinado culturalmente e não biologicamente.
Diversidade cultural:
Apesar da visão etnocentrismo tentar de negá-la, a diversidade cultural é real e muito rica para que se possa ser estudada por completo – ainda mais se levarmos em consideração as já extintas, que não poderemos estudar pelo contato direto.
A diversidade é dinâmica, ou seja, uma sociedade pode internamente sofrer diversificações. Isto ocorre pois apesar da elaboração das culturas serem influenciadas geograficamente – em um certo nível - as sociedades humanas nunca estão sozinhas. Mesmo regiões que aparentemente estavam distantes, como a América do mundo velho, ela consistia em uma grande gama de sociedades que estabeleciam contatos entre si. Ao entrarem em contato bastante íntimo dois casos passam a se possíveis: Primeiro caso, chegarem através de caminhos distintos em uma aparente civilização em comum (tendência a uma convergência e afinidade entre si); ou um segundo caso que é o desejo de opor-se e distinguir-se entre si. Logo a diversidade cultural é menos função do isolamento dos grupos que das relações que as unem.

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