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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA Sérgio Marco Antonio Junior ALUNO X PROFESSOR: COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTO INTERPESSOAL, QUAL A IMPORTÂNCIA AFINAL? “EPG Anselmo Duarte” SÃO PAULO 2016 UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA Sérgio Marco Antonio Junior – RGM 123661-0 ALUNO X PROFESSOR: COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTO INTERPESSOAL, QUAL A IMPORTÂNCIA AFINAL? Trabalho de finalização de estágio apresentado no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde no curso de Psicologia Estágio Supervisionado Específico em Psicologia da Educação Supervisor: Profª Maria de Lurdes Valino SÃO PAULO 2016 i FOLHA DE APROVAÇÃO Sérgio Marco Antonio Junior – RGM 123661-0 ALUNO X PROFESSOR: COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTO INTERPESSOAL, QUAL A IMPORTÂNCIA AFINAL? Trabalho de finalização de estágio apresentado no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde no curso de Psicologia Estágio Supervisionado Específico em Psicologia da Educação Supervisor: Profª Maria de Lurdes Valino Trabalho aprovado em: Supervisor: Profª Maria de Lurdes Valino SÃO PAULO 2016 ii RESUMO JUNIOR, Sérgio Marco Antonio, Aluno X Professor: Comunicação e Relacionamento Interpessoal, qual a importância afinal?, São Paulo: Universidade Cruzeiro do Sul, 2016. (Trabalho de finalização de Estágio) O Estágio Supervisionado Específico em Psicologia da Educação, foi realizado na Escola da Prefeitura de Guarulhos Anselmo Duarte, localizada no Jd. Centenário. A Duração do estágio foi de 10/03/2016 a 19/05/2016. A demanda trazida pela Instituição foi focada no relacionamento interpessoal. O tema do projeto foi: Aluno X Professor: Comunicação e Relacionamento Interpessoal, qual a importância afinal? O objetivo primordial foi facilitar e possibilitar um maior contato e estreitamento nas relações interpessoais entre alunos e professores, para que estes pudessem exercitar e desenvolver uma melhor comunicação. Foram realizados seis encontros para coleta de dados e posteriormente três encontros para a intervenção. O público alvo foi alunos e professores do Ensino Fundamental da 3ª e 4ª séries. Como metodologia de trabalho foram realizadas dinâmicas específicas para o relacionamento interpessoal e comunicação. Como resultado, houve melhora significativa no desenvolvimento e aprimoramento das relações interpessoais através da comunicação entre alunos e professores. Palavras-chave: Relacionamento Interpessoal; Comunicação; Psicologia da Educação SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 01 1 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 03 2 METODOLOGIA .................................................................................................. 06 3 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA ..................................................................... 08 3.1 DEMANDA .................................................................................................... 09 3.2 INTERVENÇÃO ............................................................................................ 11 4 COLETA DE DADOS ........................................................................................... 12 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 15 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 16 7 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 17 APÊNDICES ............................................................................................................. 18 ANEXOS ................................................................................................................... 19 1 INTRODUÇÃO Este trabalho de finalização do Estágio Específico da Psicologia da Educação, teve por objetivo auxiliar a Escola da Prefeitura de Guarulhos Anselmo Duarte, quanto ao problema de relacionamento interpessoal entre alunos e professores. No primeiro capítulo, como embasamento teórico, o projeto dentro da Instituição de Ensino, foi norteado por diversos autores, sendo os principais: BLEGER; DEL PRETTE e DEL PRETE; MINUCUCCI, entre outros. No segundo capítulo, como metodologia de trabalho, foram utilizadas 03 dinâmicas específicas correspondentes ao tema escolhido, sendo aplicado entre alunos e professores do Ensino Fundamental da 3ª e 4ª séries. No terceiro capítulo, está descrito toda a caracterização da Escola, sua estrutura física, quantidade de salas, de funcionários, horário de funcionamento, etc.. Dentro do mesmo capítulo, está denotado toda a demanda escolar, onde é possível ter um olhar crítico da problemática encontrada, onde poderia ter sido a causa trazida pela direção quanto a demanda. Ainda com abordagem do mesmo capítulo, temos a intervenção, onde está descrito todo o formato de atuação empregado. O tema explorado foi “Aluno X Professor: Comunicação e Relacionamento Interpessoal, qual a importância afinal?”, com ênfase na relação interpessoal entre alunos e professores. No quarto capítulo, para a coleta de dados, foi utilizado um mapeamento institucional acerca das necessidades e pontos emergenciais da escola, focando a atuação junto aos profissionais que fazem à aprendizagem acontecer, seja de forma direta ou indireta. Além dos professores, a atuação foi focada também para a direção, coordenação, pessoal de apoio, equipe técnica, ou seja, todos aqueles que trabalham na escola, para isso foram utilizados 06 encontros. No quinto capítulo, a análise de resultados,vieram das observações das atividades, no decorrer do seu andamento. A cada encontro, durante os debates, os participantes pontuavam a dinâmica do grupo, fazendo observações acerca de comportamentos e falas apresentadas durante o projeto. A inserção da Psicologia na Escola, não só pode servir como um valioso instrumento na compreensão dos processos inseridos no ambiente escolar, como também fornecer um olhar diferenciado diante da diversidade e adversidades 2 encontradas na escola. Possibilitando assim, um duplo benefício: um auxílio às necessidades da escola e um verdadeiro aprendizado ao graduando de Psicologia. 3 1 REVISÃO DE LITERATURA O relacionamento interpessoal na escola deve ser um processo contínuo. Para isso, se faz necessário a integração entre docentes e discentes, escola e comunidade no ambiente escolar com atitudes positivas que proporcionem a sensação de bem estar dentro da escola. Logo o relacionamento interpessoal é peça fundamental para que a educação propicie mecanismos que garantam aoaluno o desenvolvimento do seu potencial, valorizando as habilidades necessárias para o convívio na sociedade. Se deve articular planos e propostas que visem estimular a aprendizagem em todos os níveis da escola. Para Alves, “[…] a relação do professor com seus alunos é de fundamental importância para a Educação, pois a partir da forma de agir do mestre é que o aprendiz se sentirá mais receptivo à matéria.” (2010). Falar a mesma língua, seguir os mesmos ideais e manter o foco na educação é também procurar se relacionar bem com todos os envolvidos. Mediante o exposto apresentado, percebe-se que a escola deve funcionar como um organismo vivo onde as partes trabalham independentes umas das outras e ao mesmo tempo se relacionam e se mantém unidas num único caminho. A manifestação simultânea de dificuldades comportamentais e escolares amplia a possibilidade de problemas nos contextos social com prejuízo nos relacionamentos interpessoais e interferência no ajustamento social, favorecendo a tendência ao isolamento social, com risco de comportamento anti-social sendo caracterizado pelo desprezo ou transgressão das normas da sociedade, frequentemente associado a um comportamento ilegal. O relacionamento interpessoal é mais importante que as atividades realizadas individualmente pelos professores da escola. Quando esses profissionais trabalham numa relação harmoniosa é compartilhada por todos, proporcionando um ambiente adequado à realização das atividades. Minucucci (1978) enfatiza que,muitas pessoas não tem, sucesso nas relações interpessoais simplesmente porque vêem e julgam os outros pelos seus estereótipos, vendo os outros pela cor de seus óculos, pois nós formamos impressões de outras pessoas ao observar suas ações, sua voz, seus gestos e seus modos de se expressar "Por intermédio da percepção social formamos impressões 4 sobre ás pessoas e por meio de nossas experiências com elas. O comportamento (atitudes, condutas) das pessoas é que nos leva a percebê-las e a julgá-las" (p-36). Se tomarmos como ponto de partida as ações desenvolvidas no contexto escolar, podemos perceber que as relações interpessoais são evidenciadas principalmente, a partir da forma como o gestor conduz as ações desenvolvidas dentro da escola, e para tanto é preciso ancorar na visão de LÜCK (2005), onde ela destaca a importância de uma implementação de ações participativas e democráticas na unidade social. Uma escola gerida de maneira autoritária não contribuirá para a formação de personalidades morais nem para a construção do cidadão que acredita plenamente na democracia. Uma escola com direção autoritária na qual todas as decisões são centralizadas nas mãos de uma única pessoa e cujas regras de convivência e o projeto pedagógico já se encontram predeterminados por valores e crenças preestabelecidos, não permite o diálogo e a sua reorganização constante com base na busca coletiva de novos e melhores caminhos para os desafios cotidianos que se vivencia desde há muito tempo atrás. Segundo DEL PRETTE; DEL PRETTE (2001), o convívio social tem se tornado cada vez mais complicado, pois somos indivíduos diferentes uns dos outros tanto na forma quanto no pensamento, agimos e pensamos de forma diferenciada, e por este motivo, no intuito de melhorar a convivência e trabalhar de forma harmoniosa é que devemos aprimorar nossas Relações Interpessoais tentando entender que cada indivíduo é constituído de complexidades e personalidades próprias. Finalizando, a escola que todos almejam deve estar regulada na lógica de um espaço ideal para a construção de uma sociedade sadia, uma escola democrática com formação para a cidadania. Aquela que tem como bandeira o combate á exclusão social e que possa ao mesmo tempo, trabalhar a relação escola/aluno/ família, possibilitando que a comunidade escolar participe de forma participativa servindo a todos os interesses que envolvam o bom andamento do ensino aprendizagem e do sucesso escolar em geral. O homem é um ser ativo, social e histórico, BOCK ; FURTADO; TEIXEIRA,(2002) enfatiza que a psicologia no âmbito da educação foi construindo formas de compreensão do ser humano, cujas condutas no espaço escolar são 5 compreendidas a partir das relações que se estabelecem entre si, dando atenção às diferentes subjetividades construídas na relação com a cultura e a sociedade. Para o autor é da psicologia que o sujeito começa a relacionar-se com o mundo, tendo em vista que a escola é responsável pela construção, elaboração e difusão do conhecimento, formando cidadãos críticos capazes de lidar com os desafios da época bem como as influências interpessoais deparadas em diferentes pessoas e situações. 6 2 METODOLOGIA De início buscou-se mapear a Instituição acerca das necessidades e pontos emergenciais da escola, utilizando como recurso, entrevistas semidirigidas (Entrevista utilizada em um tema bem específico. Permite ao entrevistado falar livremente sobre o assunto, mas quando este se desvia do tema original o entrevistador deve se esforçar para sua retomada),aos professores, funcionários e alunos. Para Triviños (1987, p. 146) a entrevista semidirigidas ou semi-estruturadas tem como característica, questionamentos básicos que são apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa. Num segundo momento, foi realizada observações participantes em salas de aula, (Método onde o pesquisador coleta os dados através de um período de interações sociais com os sujeitos, compartilhando suas experiências.). Segundo (BLEGER, 1984, p.38), em uma instituição, o psicólogo centra sua atividade humana em que ela tem lugar e no efeito da mesma, para aqueles que nela desenvolvem dita atividade. Para isto, impõe-se um mínimo de informação sobre a própria instituição que, por exemplo, inclui: a) finalidade ou objetivo da instituição; b) instalações e procedimentos com os quais se satisfaz seu objetivo; c) situação geográfica e relações com a comunidade; d) relações com outras instituições; e) origem e formação; f) evolução, história, crescimento, mudanças, flutuações; suas tradições; g) organização e normas que a regem; h) contingente humano que nela intervém: sua estratificação social e estratificação de tarefas; i) avaliação dos resultados de seu funcionamento; resultado para a instituição e para seus integrantes. Itens que a própria instituição utiliza para isto. Após seis encontros, e em diálogo com a Direção da escola, foi levantada a demanda no relacionamento interpessoal entre alunos e professores. Criou-se então um projeto interventivo, com o objetivo de estreitar e auxiliar a relação entre o público alvo. O projeto após obter aprovação da Direção escolar, foi intitulado: “Aluno X Professor: Comunicação e Relacionamento Interpessoal, qual a importância afinal?”. Para a intervenção foram aplicadas três dinâmicas específicas para interação e relacionamento interpessoal. Para a fundamentação teórica, foi utilizado (BLEGER, 1984, p.50-51), onde, segundo o autor, os contatos e as relações que o profissional toma com a instituição constituem, desde o primeiro momento, o material que o psicólogo deve recolher e avaliar. Isto lhe dará a 7 possibilidade de conhecer, já desde o começo, tanto situações vitais da instituição como os fatores negativos e positivos que terá que enfrentar, já que a forma como a instituição se relaciona com o psicólogo é um índice do grau de insight de seus problemas, das defesas e resistênciasfrente aos mesmos, dos esforços e direções em que se tentou a solução ou encobrimento até este momento. Ao término da intervenção, foi reportada à Instituição a devolutiva dos resultados obtidos. 8 3 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA A Escola da Prefeitura de Guarulhos Anselmo Duarte está situada na Rua Centenário, número 17, no bairro dos Pimentas, Guarulhos, São Paulo. A escola atende as modalidades de creche, educação infantil, ensino fundamental e educação inclusiva, numa totalidade de um mil duzentos e quarenta e oito alunos até esta data (28/04/2016). A estrutura física da escola é bastante robusta, com vinte salas de aula, dois refeitórios, uma cozinha dividida em duas, uma dispensa, fraldário, lactário, duas salas de vídeo, uma sala de jogos, uma biblioteca, um laboratório de informática, duas salas de professores, dois almoxarifados para materiais pedagógicos, sanitários masculinos e femininos por pavimento (sendo cinco pavimentos), um pátio, um estacionamento, uma quadra, uma sala de secretaria, uma sala de coordenação pedagógica, uma sala de direção, uma cozinha de funcionários e pequenas áreas gramadas ao seu redor. Os horários de funcionamento são das sete às doze horas no período matutino e das treze às dezoito horas no vespertino. Para atendimento aos dois períodos de aula, a escola conta com sessenta e seis professores, uma diretora, uma vice-diretora e duas coordenadoras pedagógicas, na secretaria tem um apoio administrativo escolar, uma assistente de gestão escolar, duas funcionárias readaptadas, sendo uma professora e uma cozinheira, que auxiliam nos afazeres da secretaria da escola, na cozinha tem sete cozinheiros, oito funcionários da PROGUARU (Empresa que presta serviço junto a Prefeitura de Guarulhos) na equipe de limpeza, seis funcionários da PROGUARU como controladores de acesso e uma agente escolar para o atendimento dos alunos no pátio. A Escola da Prefeitura de Guarulhos Anselmo, está localizada num bairro pavimentado, com comércio atuante, entre lojas de móveis, calçados, roupas, armarinhos, utilidades em geral, supermercados, sacolão, farmácias, padarias, cabeleireiros, hospital e unidade básica de saúde Dona Luiza, uma unidade do CRAS (Centro de Referência a Assistência Social), duas escolas da rede estadual, posto de gasolina, borracheiro, academia, as casas são de alvenaria. Passam ainda algumas linhas de ônibus, com destino aos bairros das proximidades, centro de Guarulhos e Estação Armênia do metrô em São Paulo. Atrás da escola, existe um bairro chamado Vermelhão, com ruas de terra, sem saneamento básico, casas de alvenaria e madeira, pastos com bovinos, terrenos 9 baldios que geralmente acumulam lixo de diferentes classificações, descartados pelos moradores, em alguns pontos, percebe-se esgoto a céu aberto. A comunidade deste bairro é atendida por três escolas municipais do entorno (EPG Anselmo Duarte, EPG Zuzu Angel e EPG Carlos Franchin).O nível sócio- econômico dos alunos é classe baixa. Apenas alguns alunos utilizam bicicleta como meio de transporte.O mais comum é grupos de alunos irem embora juntos, onde um colega ou familiar(primo, irmão) mais velho ficam responsáveis por levar os mais novos para casa, outra parte, deixa a escola na companhia dos pais, tios, avós ou vizinhos. Existe o serviço de transporte escolar particular porém, segundo os próprios pais de alunos, é um serviço caro. A prefeitura conta com um serviço de transporte escolar gratuito, cedendo uma Van (tipo de perua), para transportar apenas alunos “especiais” mediante apresentação de laudo médico. Observou-se que muitos são carentes tanto no aspecto financeiro como em termos de uma vivência familiar saudável. O nível de aprovação é considerado “bom” pelos que fazem a escola, pois numa sala que possui 35 alunos apenas 5 são reprovados. 3.1 DEMANDA As opiniões dos alunos em relação à escola divergem, os alunos mais novos verbalizaram e demonstraram possuir um maior interesse e satisfação pela escola, já os mais velhos numa idade dos doze não demonstravam tanta satisfação justificando que no período da tarde não há projetos e atividades na escola. O desinteresse e a falta de cuidado dos alunos podem ser percebidos em pichações encontradas na escola e na sujeira, que é explicada tanto pela falta de funcionários suficientes para dar conta do serviço, como também por conta dos alunos que ajudam a sujar e não sendo devidamente corrigidos e cobrados, a manterem a limpeza na escola, essa falta de interesse também pode ser observada por parte da comunidade e dos pais dos alunos que não participam ativamente junto à escola e esta tem dificuldade em reunir e conseguir a cooperação destes. No relacionamento professor e aluno, existem professores queridos pela maioria dos alunos, onde tanto o professor demonstra a dedicação e a satisfação pelo trabalho,como os alunos reconhecem expressando em forma de palavras e de 10 gestos como abraços e demonstrações de afeto. Existem aqueles professores que são “odiados e amados”, já que as opiniões dos alunos variam em relação a eles, onde há alunos que os amam e outros que não, como existem também aqueles alunos “problema” na escola, que os professores preferem não tê-los em sua sala de aula. Existem alunos que gostam do professor e não gostam da matéria que ele leciona ou mesmo gostam da matéria e não gostam do professor. Os professores que ensinam e alfabetizam na escola disseram gostar do que fazem. Desses vários grupos de relações há o relacionamento coordenador e alunos, essa relação logo no início do estágio era conturbada, onde não havia uma relação de escuta e a comunicação não fluía, os alunos tentavam se explicar de um lado e do lado da coordenação apenas acusações.Quanto aos professores o relacionamento é bom podendo ter eventuais desentendimentos referentes ao próprio trabalho, mas nada que possa prejudicar a escola. Já entre a coordenação e os professores há uma cumplicidade maior. Em se tratando da direção e da equipe de professores houve queixas de uma falta de aproximação maior por parte da direção. O relacionamento dos professores com o pessoal da secretaria é mais próximo, mas quando se trata do pessoal de apoio responsável pela limpeza, portaria etc., existe um afastamento, fato esse que pode ser favorecido pela forma da Instituição em lidar com a equipe, separando-as nas reuniões. A relação da direção com a escola em geral (professores, funcionários e alunos) era uma relação que demonstrava uma necessidade de ajuste, à medida que a direção reclamava da falta de cooperação e comprometimento da equipe e da rebeldia dos alunos, a equipe reclamava da ausência da direção e da falta de autoridade, quanto aos alunos, falavam que a escola não os tratava como os demais turnos e estes se sentiam discriminados perante a direção. 11 3.2 INTERVENÇÃO O objetivo desta intervenção foi de auxiliar na integração grupal, promovendo espaços de reflexão e comunicação entre seus membros. Inicialmente, foi aplicada a Dinâmica da Teia (PUEBLA, pág.29), onde os participantes ficam em pé,formando um círculo. É entregue a um deles um novelo de barbante, e então este começa a apresentar quais são seus principais objetivos de vida. Após a apresentação, ele amarra a ponta do barbante no dedo e arremessa o rolo para outro colega, que também deverá expressar seus objetivos. Esse processo se repete até que todos os presentes tenhamapresentado seus ideais, e estejam interligados por uma espécie de teia de aranha. Ao final das apresentações o coordenador do grupo deverá solicitar aos presentes que comentem o que os colegas disseram. Na Dinâmica da árvore (PUEBLA, pág. 13), é necessário ter uma árvore grande, feita de papel colorido, que deve ser pregada na parede, no centro da sala. Também é preciso papel colorido, cortando em forma de semente, fita e caneta para que os participantes possam escrever seus anseios e colá-los na árvore da sua vida. Após colar a árvore na parede, o coordenador do grupo, deverá distribuir os papéis coloridos em forma de semente e canetas e apresentar à dinâmica; mostrando a importância de nos responsabilizarmos por aquilo que plantamos no mundo. Em seguida, cada pessoa deve refletir em silêncio e escrever em seu papel, aquilo que deseja plantar e colher, por meio de suas sementes. Após todos conhecerem os anseios uns dos outros, todos os participantes devem ser envolvidos numa reflexão coletiva dando seu depoimento sobre o que aprendeu ao fazer à dinâmica. Na dinâmica do Cego e do Guia (PUEBLA, pág. 19), quem assume o papel de guia deverá descrever um percurso a ser percorrido de forma a que o participante que faz de cego consiga “visualizar”. Cada participante experimenta cada papel aproximadamente durante 2 minutos. No final do jogo, os participantes são convidados a conversar sobre a preferência sobre determinado papel e a exprimir as dificuldades e os medos que sentiram. 12 4 COLETA DE DADOS A Dinâmica da Teia, de início era para apresentação, onde, à medida que o barbante era colocado no dedo as pessoas se apresentavam, dizendo o nome e expondo algumas características suas. Alguns falaram pouco, outras falavam apressadamente. Na hora do debate em relação a dinâmica uma das pessoas se justificou dizendo que não é muito de falar e por isso largou o barbante, já outra expôs que fala bastante e para ela o tempo foi pequeno,complementou ainda dizendo que se fosse para falar da vida dela, um dia não ia ser suficiente,mas que disse tudo de necessário. Houve comentários em relação à dinâmica dizendo que era uma forma interessante de se apresentar. Para os alunos foi uma brincadeira legal e muito divertida. Sendo assim, o grupo foi falando e todo mundo ia ficando interligado e formando a teia. Foram feitos alguns questionamentos por parte de algumas alunas em relação ao que poderia acontecer se por acaso algum daqueles fios fosse cortado, ou mesmo se alguém tirasse o dedo e se desligasse o que aconteceria; a maioria, por sua vez, respondeu que o grupo teria outra forma e não seria mais o mesmo. Inclusive uma professora tirou o dedo e falou que o grupo seria o mesmo sim e nada seria alterado se por acaso ela saísse, mas alguns alunos responderam que não, e que ela era muito importante no grupo. Após o término da conclusão da teia, foi solicitado para o grupo, que escrevessem no cartaz, alguma palavra que tivesse a haver com o relacionamento em grupo. Depois que todos assinaram, recolhi o cartaz com o que eles escreveram, sendo questionado ao grupo se estava representado no cartaz a harmonia grupal. Eles chegaram à conclusão que, independente de como ficou o cartaz, o importante era que todos tivessem os mesmos objetivos, que era a união grupal. Chegado o momento da apresentação foi iniciado o debate, sendo, então, questionado se tinham gostado e como foi à construção, se tinha sido difícil ou cansativo, entre outras intervenções. Então o grupo respondeu que a teia tinha ficado harmônica, outros comentaram que o eixo estava fraco e foram descrevendo e comentando as várias partes más no geral todos gostaram da dinâmica. Neste segundo encontro retomei alguns pontos da última dinâmica o explicando o porquê daquele tema ter sido escolhido e o motivo pelo qual foi 13 decidido realizá-lo com a comunidade escolar. Lembrei a todos que o objetivo maior era de auxiliar na integração grupal, promovendo espaços de reflexão e comunicação entre seus membros, Desta vez foi aplicada então a Dinâmica da árvore onde os participantes foram subdivididos em equipes menores para formar as partes de uma árvore, e em seguida haveria a união das partes. O grupo foi dividido em 02 equipes, para que estas construíssem partes de uma árvore. Uma equipe ficou com a raiz, o caule e a folhagem, outra com as flores e os frutos. As equipes executaram a sua tarefa observando a do outro para ver se estava proporcional. Chegado o momento da apresentação das equipes e união das partes da árvore, todos participaram e ao final da colagem foi iniciado o debate, sendo, então, questionado se tinham gostado da árvore, como foi a construção e se tinha sido difícil ou cansativo. As equipes executaram a sua tarefa observando a do outro para ver se estava proporcional, teve um aluno que ainda quis medir com a outra equipe para ver se ia ficar bom na hora de colar. Houve uma aluna comentou que já tinha vivenciado uma dinâmica semelhante, a do corpo humano, e que seria melhor se todos se unissem para poder fazer o desenho ficar integrado. Então o grupo respondeu que a árvore tinha ficado harmônica, outros comentaram que a raiz estava fraca para o tamanho da árvore e o tronco que estava de acordo, forte, construído com palitos de picolé, tal como deveria ser a árvore, e foram descrevendo e comentando as várias partes. Como observação, a Vice diretora e a Coordenadora comentaram, que a dinâmica foi muito proveitosa e que seria necessário que os laços entre docentes e alunos se estreitem para um melhor aproveitamento não só do ambiente escolar, mas também para a vida toda. No terceiro e último encontro, foi aplicada então a dinâmica do Cego e do Guia, inverteriam a ordem. Houve uma dupla em que uma das pessoas falou que “tinha pavor de fechar os olhos e não fecharia de jeito nenhum” e a sua dupla também não quis fechar e ser conduzida, as duas foram indicadas a participar de olhos abertos. Todo o resto do grupo participou andando em uma parte da escola. Na hora do debate, algumas pessoas falaram que confiaram plenamente, mas de repente bateram em alguma parte da escola por conta do guia que não conduziu com cuidado e a partir dali não confiaram mais e abriram os olhos uma vez ou outra para conferir. Outras pessoas confessaram que mesmo sem bater abriram os olhos e 14 quando puxamos o debate para o tema confiança, algumas pessoas disseram que é necessário que haja confiança nas pessoas. Uma das professoras falou “a gente confia desconfiando” e outra pessoa respondeu, ou se confia ou não se confia, não se pode confiar desconfiando e até para desconfiar primeiro se tem que confiar. Uma aluna falou que confia demais e que por conta disso já se decepcionou. Então no discurso falaram que nas relações de trabalho e amizade é necessário haver confiança, mas na vivência das dinâmicas não houve isso, ficando apenas na fala e não na prática. Ao final da discussão foi feita a retrospectiva de forma resumida de todos os encontros, com comentários da proposta de cada um e daquilo que foi mais significativo e que emergiu no grupo num balanço geral. Foi comentado, que há a necessidade de uma união maior no grupo. 15 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS A dinâmica da “Teia” teve o objetivo de ser o contrato do grupo, além de possibilitar o levantamento de reflexões a respeito da interdependência no grupo e da importância de cada componente. Segundo (ALVES, 2010), “A relação do professorcom seus alunos é de fundamental importância para a Educação, pois a partir da forma de agir do mestre é que o aprendiz se sentirá mais receptivo à matéria.”. Para (BLEGER, 1984, p.48), o tempo que isso custa não deve ser considerado como tempo perdido, mas sim um tempo no qual já se está cumprindo parte da tarefa, através do esclarecimento e da informação ampla e detalhada, mas recolhendo elementos de observação sobre as características do grupo, seção ou nível e de suas tensões, conflitos, tipos de comunicação, lideranças, etc.. A dinâmica da árvore possibilitou ver se o grupo tinha ou não harmonia, se a equipe funcionava de forma integrada, se havia comunicação, cooperação, divisão de tarefas. Minucucci (1978) enfatiza que, muitas pessoas não tem, sucesso nas relações interpessoais simplesmente porque vêem e julgam os outros pelos seus estereótipos, vendo os outros pela cor de seus óculos, pois nós formamos impressões de outras pessoas ao observar suas ações, sua voz, seus gestos e seus modos de se expressar "Por intermédio da percepção social formamos impressões sobre ás pessoas e por meio de nossas experiências com elas. O comportamento (atitudes, condutas) das pessoas é que nos leva a percebê-las e a julgá-las" (p-36). A dinâmica do cego e do guia, as duplas iriam vivenciar ser cegos sendo conduzidos pelo parceiro (a) e depois passando pela condição de guia. O objetivo da dinâmica, foi desenvolver a capacidade, o aumento da auto-estima e o fortalecimento da confiança .Para (BLEGER, 1984, p.50), não tomar como índice de avaliação da tarefa profissional o progresso da instituição em seus objetivos e sim o grau de “compreensão” (insight), de independência e de melhoramento das relações; quer dizer, o progresso nos objetivos da psicologia institucional. Essa avaliação veio colaborar com tudo aquilo que foi diagnosticado e que realmente a escola precisava de encontros como estes, onde se pode conseguir plantar novas reflexões e a importância da união grupal. Para Bermúdez (1977), no contexto grupal, o grupo são todos os participantes, com seus valores e normas, determinadas por cada grupo, e que cada grupo é único. 16 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da vivência da implantação de um projeto na escola foi possível perceber o quanto à comunicação é indispensável o relacionamento entre as pessoas, principalmente no ambiente escolar, que possui um grupo no qual estão reunidos alunos, professores, diretores e demais funcionários. E ainda há a comunidade composta por familiares. Sendo assim, se a comunicação não fluir as demais necessidades da escola acabam direta ou indiretamente sendo afetadas, pois a maioria das atividades desenvolvidas na escola passa pela “comunicação”, como por exemplo, o ensinar, o aprender, as decisões que precisam ser tomadas, as votações, entre outras. E por conta dessa relação com o outro e dessa interdependência podem acontecer dificuldades e frustrações, mas quando os objetivos de um trabalho são concretizados e atingidos, como aconteceu neste projeto, fica o sentimento de satisfação e realização. Quanto à devolutiva para a Instituição, a estrutura esclarece que o trabalho desenvolvido no estágio foi de grande valia para todos os envolvidos. Segundo a direção da escola, há interesse na continuidade do projeto. 17 7 - REFERÊNCIAS ALVES, Líria. Professor, você tem um convívio saudável com seus alunos? Disponível em: <http://educador.brasilescola.com/etica/relacionamento-professor-x- aluno.htm> Acesso em 26/05/2016. BERMÚDEZ, et.al. Introdução ao Psicodrama. São Paulo: Mestre Jou, 1977. BLEGER, Jose. Psicologia Institucional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984. BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002. DEL PRETTE, A.; DEL PRETTE, Z. A. P.Psicologia das relações interpessoais: Vivência para o trabalho em grupo. Petrópolis: Vozes, 2001. LÜCK, Heloísa, et.al. A escola participativa: O trabalho do gestor escolar. Petrópolis: Vozes, 2005. MINUCUCCI, Agostinho. Relações Humanas: psicologia das relações interpessoais. São Paulo: Atlas, 1978. PUEBLA, Eugênia. Educar com o Coração. São Paulo: Petrópolis, 1997. TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 1987. 18 APÊNDICES 19 ANEXOS
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