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Jurisdição 1 Caso Concreto 14

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Caso concreto 14
Paulo, delegado de polícia, preside o inquérito X, no qual é apurada a prática de crime de estupro, por João, que se encontra preso, contra a menor M, de 13 anos de idade. No curso do inquérito, a menor se retratou da acusação de estupro, mas Paulo não comunicou tal fato ao juiz de direito competente para proceder ao arquivamento do inquérito, razão pela qual foi aberta, a pedido do Ministério Público, ação penal para apurar eventual crime de prevaricação. Tendo o juiz de direito do juizado especial criminal da comarca Y do estado Z determinado a intimação de Paulo para audiência de transação penal, este impetrou habeas corpus com vistas a impedir seu comparecimento à audiência bem como a se livrar do referido inquérito, mas a turma recursal estadual denegou o pedido. 
Em face dessa situação hipotética, indique, com a devida fundamentação legal, a medida judicial mais adequada para que Paulo atinja o objetivo pretendido, bem como o órgão do poder judiciário competente para julgá-la. 
Resposta - Paulo poderá impetrar habeas corpus(preventivo), ação penal constitucional que tem por objeto a garantia da liberdade de ir e vir (art. 5o, LXVIII, da CF). Conforme entendimento geral, a instauração de inquérito policial já autoriza a impetração de HC. Com maior razão, a medida é também cabível já no curso da ação penal. 
De acordo com a nova orientação do Supremo Tribunal, compete ao Tribunal de Justiça local o julgamento de habeas corpus contra decisão de Turma Recursal de Juizado Especial Criminal. 
Isso porque, muito embora as turmas recursais funcionem como órgão de segunda instância recursal, elas não se incluem no conceito de tribunal, já que integradas por juízes de primeiro grau. Assim, deve-se aplicar a regra do art. 96, III, da CF, para rmar a competência de julga- mento do pedido formulado no HC. 
Além disso, o entendimento anterior do STF, de que cabia ao próprio Supremo o julgamento de HC contra ato de turma recursal de juizados especiais criminais, acabava por contrariar a taxatividade do rol de suas competências originárias, estabelecido no art. 102, I, do texto constitucional.

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