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ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS RANG, H. P., DALE, M. M. - Farmacologia. 5 ed. - Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2003. Prof.Monara Bittencourt Autacóides: Derivados do Metabolismo do Ácido Araquidônico Ácido Araquidônico 5-Lipoxygenase Cyclooxygenase 5-HPETE 5-HETE PGG2 LTA4 PGH2 LTB4 LTC4 TxA2 PGI2 LTD4 PGD2 PGF2 PGE2 LTE4 TxB2 6-keto-PGF1 Leucotrienos Tromboxanos Prostaglandinas Fosfolipídios da membrana celular Fosfolipase A2 Ácido Araquidônico TxA2 PGI2 PGD2 PGE2 PGF2 PGG2 PGH2 COX AINEs X 5-LIPOX 5-HPETE LTA4 LTB4 LTC4 LTE4 LTD4 5-HETE ↑ VASODILATAÇÃO Responsáveis também por fenômenos inflamatórios. Os LT estão aumentados em asmáticos, e são os responsáveis pelo ↑ da broncoconstricção. Ciclo-oxigenases (COX) • COX-1 (ou fisiológica) – constitutiva – estímulo fisiológico – liberação • plaquetas -> tromboxana A2 • endotélio -> prostaciclina (PGI2) • rim -> prostaglandina E2 (PGE2) • COX-2 (ou inflamatória) – Induzida por um estímulo inflamatório -> ex.: IL-1 – Constitutiva no rim, cérebro, etc • prostaglandinas • radicais livres oxigenados -> inflamação • COX-3 (parece ser inflamatória) – Explica o mecanismo de ação de alguns analgésicos. Ação Metabólito PGF2 Broncoconstrição e Contração Uterina TXA2 Vasoconstrição, Agregação plaquetária PGI2 Inibição Agregação Plaquetária, Citoproteção Gástrica, Vasodilatação,Sensibilização a Dor PGE2 Febre,Citoproteção Gástrica, Vasodilatação, Sensibilização a Dor LTB4 Quimiotaxia, Aderência leucocitária LTC4 LTD4 LTE4 PGD2 Vasodilatação Periférica, Broncoespasmo Propriedades Farmacológicas dos Principais Metabólitos do Ácido Araquidôdinico Aumento da Permeabilidade Vascular, Broncoespasmo COX-1 COX-2 Prostaglandinas “Boa” AINEs “Ruim” ANTIINFLAMATÓRIOS ESTERÓIDES e NÃO-ESTERÓIDES (AINEs) Antiinflamatórios Não-esteróides Histórico AC - Hipócrates que recomendava uso de folhas Salix alba vulgaris (salgueiro) para aliviar dores e cicatrizar feridas; XVIII - Reverendo Edmund Stone – Propriedades curativas da casca do Salgueiro branco no estado febril 1829 - Leroux isolou e testou o principio ativo da casca do Salgueiro com propriedades antipiréticas – Salicina 1838: Píria isolou ác. salicílico da salicina 1897: extração da fórmula do AAS - por Felix Hoffmann, químico alemão do laboratório de Friedrich Bayer 1899:Dreser introduziu o uso clínico do AAS 1900: BAYER produz 4,2 toneladas 1919: marca passa para domínio público 1970 - Vane (Nobel 1982) associou a inibição de PGs com os antiinflamatórios Atualmente – Descoberta dos inibidores da COX-2 1899: registro ASPIRIN A= acetil spir= flor Spirea in= novos medicamentos Indicações dos AINEs • Patologias dolorosas e inflamatórias crônicas – Artrites – inflamação de junta ou articulação – Artrose – artrite degenerativa – Bursites - inflamação de uma bursa sinovial – Reumatismos – inflamação, degeneração ou alteração metabólica do tec. Conjuntivo (juntas, tendões, músculos e bbursa sinovial) – Tendinites – Dores diversas (cefaléia, mialgia, dor de dente etc) • Outras indicações – Dismenorréia – cólicas menstruais dolorosas – Febres e síndromes febris (antipiréticos) – Antiagregantes plaquetarios AÇÕES FARMACOLÓGICAS DOS AINEs Efeitos antiinflamatórios: Efeitos analgésicos: redução da dor Efeitos antipiréticos: redução da Temp. PROSTAGLANDINAS RESPOSTA INFLAMATÓRIA PROSTAGLANDINAS QUE SENSIBILIZAM NOCICEPTORES DA DOR HIPOTÁLAMO PGE Efeito Antiinflamatório Fosfolipídios de membrana PLA2 Ácido Aracdônico Ciclooxigenase 1 Lipoxigenase PGG2 5-HEPE 5-HETE LTA4 LTB4 LTC4 LTD4 LTE4 Leucotrienos PGH2 PGI2(prostaciclina) PGD2 PGE2 PGF2 TxA2 TxB2 Tromboxanos 6-keto-PGF1 Prostaglandinas Ciclooxigenase 2 ou Citocinas Fatores de crescimento Endotoxinas (AINEs) - Estímulo + Fármacos Analgésicos e Antipiréticos “Divinum est opus sedare dolorem”. (Divino é o trabalho de aliviar a dor) Hipócrates Dor “Experiência sensorial e emocional desagradável associada com lesão tecidual ” Efeito analgésico -Estimulação local das fibras de dor -Excitabilidade de neurônios centrais da medula espinhal que aumentam a sensibilidade à dor (hiperalgesia) A dor é resultante de: Principais mediadores envolvidos: -Bradicinina, PGE2, citocinas, neuropeptídios Estímulos dolorosos 1. mecânicos (espasmo muscular); 2. térmicos (T > 45oC); 3. químicos (subst. químicas) Ação Central Opióides Antidepressivos Antiepiléticos Ação Periférica Antiinflamatórios não-esteróides Anestésicos locais Classificação Fármacos analgésicos: Fármacos antipiréticos: Antiinflamatórios não-esteróides Efeito antipirético • Febre: Elevação da temperatura corporal acima de 37 oC, mediada pela elevação do limiar termorregulatório hipotalâmico. • Hipertermia: Elevação da temperatura corporal acima do limiar hipotalâmico, secundária a dissipação de calor insuficiente • Síndrome Febril: Inapetência, cefaléia, taquicardia, taquipnéia, oligúria, dor no corpo, calafrios, sudorese, náusea e vômitos, delírio, convulsões etc. • Inibidores não-seletivos da COX • Inibidores seletivos da COX-2 • Inibidores seletivos da COX-3 Mecanismo de ação dos AINEs: Inibição da ciclo-oxigenase Salicilatos Ác. Acetilsalicílico Derivados do para-aminofenol paracetamol Indóis e indazóis indometacina Ácidos antranílicos mefenâmico Ácidos Enólicos (oxicans) piroxicam Ácido heteroarilacético diclofenaco Ácidos Arilpropiônicos Ibuprofeno Alcanonas nabumetona Pirazolônicos fenilbutazona Inibidores não-seletivos da COX Salicilatos: derivados do ácido Salicílico Salicilatos - Doenças tromboembólicas Análgesico - dores de fraca e moderada intensidade Antipirético - rápida e eficaz da temperatura corpórea Antiinflamatório - fraco Antiagregante plaquetário Ác. Orgânico simples - pKa = 3,5; Meio ác. estômago mantém grande parte sob forma não ionizada, favorecendo absorção ÁCIDO FRACO H+ HA A- + H+ H + H+ H+ HA A- + H+ H Aspirina Bem absorvida por via oral Meia-vida 15 minutos Inibição irreversível da ciclo-oxigenase Aumenta o tempo de sangramento Pacientes apresentam sensibilidade (asma) Anti-térmico, analgésico e antiinflamatório Síndrome de Reye (insuficiência hepática e coma) Apresenta problemas GI Intoxicação por Aspirina Leve: Cefaléia, vertigens, confusão mental Severa: sintomas SNC e distúrbio ácido/base Hipertermia e desidratação. Tratamento: sintomático + diurese alcalina COX-1 COX-2 AAS AAS MA: Acetilação covalente da Serina 530 - ligação irreversível Derivados metilados dos Indóis e Indazóis • Inibe ciclo-oxigenase • Bem absorvido por via oral. • Utilizado essencialmente como anti-inflamatório• Usado para crise aguda de gota ( Ác úrico no sgue) • Não se usa como anti-térmico e analgésico • Apresenta problemas GI Indometacina (Indocid) Ácido mefenâmico (Ponstan) • Inibe ciclo-oxigenase • Bem absorvido por via oral • Usado como AI, analgésico e antipirético • Usado também para dismenorréia • Apresenta problemas GI (diarréia) • Sem vantagens sobre os outros AINEs Ácidos Antranílicos (Fenamatos) Derivados enólicos (Oxicams) Piroxicam (Feldene) • Inibe ciclo-oxigenase • Atividade analgésica, antipirética e antiinflamatória • Bem absorvido por via oral • Meia-vida longa (1 x/ dia) • Usado essencialmente como anti-inflamatório. • Apresenta problemas GI Derivados do Ácido Hetero-aril- acético e fenil acético Diclofenaco (Voltaren) • Inibe ciclo-oxigenase • Bem absorvido por via oral • Usado essencialmente como anti-inflamatório. • Apresenta problemas GI (<AAS e Indometacina) • Usado também para dismenorréia. Ibuprofeno (Motrin) • Inibe ciclo-oxigenase • Bem absorvido por via oral • Alta concentração em líquido sinovial • Usado essencialmente como anti-inflamatório. • Apresenta problemas GI (<AAS e Indometacina) Usado também para dismenorréia Ácidos Arilpropiônicos Alcanonas Nabumetona • Inibidor fraco da ciclo-oxigenase • Atividade analgésica e antinflamatória • Pró-fármaco: metabólito ativo: Ácido 6-metóxi-2- naftilacético • Potente analgésico • Antitinflamatório moderado Inibidores seletivos da COX-2 Furanonas Rofecoxib Pirazóis Celecoxib Ácido indolacético Etodolaco Sulfonanilida Nimesulida Rofecoxib (Vioxx) -Atividade analgésica, antipirética, antiinflamatória -Não inibe a COX-1 -Não altera a função plaquetária -Incidência de ulcerações gástricas menor que o ibuprofeno Efeitos colaterais: Edema periférico, Hipertensão arterial, Sensação de vertigem, cefaléia, nauseas Dor abdominal, diarréia, entre outros Furanonas Pirazóis Celocoxib (Celebra) - Extensivamente ligado a proteínas plasmáticas - T1/2 11 horas - Aprovado nos EUA para o tratamento da artrite reumatóide - Menos efeitos colaterais Ácido indolacético Etodolac (Ultradol) - O tratamento crônico não reduz a produção de prostaglandinas da mucosa gástrica -Toxicidade gastrointestinal é muito menor do que o naproxeno - Extensivamente ligado a proteínas plasmáticas - T1/2 7 horas - Efetivo para o tratamento da osteoartrite e artrite reumatóide Sulfonanilidas Nimesulide (Nisulid) Atividade analgésica, antipirética, antiinflamatória Inibe a ativação de neutrófilos Exibe atividade antioxidantes É um inibidor da COX-2 em humanos em doses clinicamente recomendadas Muito baixa incidência de efeitos colaterais, especialmente no TGI • Inibidor da COX-2 em humanos em doses clinicamente recomendadas • Atividade analgésica, antipirética e antinflamatória • Atividade antioxidante • Baixa incidência de efeitos colaterais, principalmente no TGI Inibidores seletivos da COX-3 Derivados do p-aminofenol Paracetamol,Fenacetina Derivados pirazolônicos Dipirona Paracetamol (Tylenol) • Inibe a COX cerebral (COX-3) • Bem absorvido por via oral • Excelente anti-térmico • Analgésico para cefaléia • Pouca atividade antiinflamatória • Altas doses causa hepatotoxicidade • Tratamento - N-acetil-cisteína • Indicado na dengue • Fenacetina: pró-farmaco paracetamol Derivados do p-aminofenol Toxicidade do Paracetamol Pirazolônicos Fenilbutazona, Dipirona • Efeito analgésico inferior a dos salicilatos para dor de origem não reumática • Proibida a venda nos EUA e algumas regiões da Europa • Grande propensão a causar agranulocitose - Leuc. • Causa retenção de Na+ (edema) • Utilizado quando outros analgésicos forem ineficazes Efeitos colaterais dos AINEs Síndrome de Reye (Salicilatos) Salicilatos + Vírus da varicela ou Influenza Lesão das mitocôndrias Exclusivamente em crianças abaixo de 15 anos (mortalidade de 50%em crianças com a síndrome): Vômitos; Lesão progressiva do SNC (estupor, convulsões, coma); Lesão hepática grave; Hipoglicemia; -Distúrbios neurológicos -Disturbios gastrintestinais -Agranulocitose -Distúrbios ácido-base -Hipersensibilidade -Irritação de pele e mucosa -Intolerância Contra-indicações • Dengue (AAS) – sangramentos ( agregação plaquetária) • Hipersensibilidade a um dos constituintes • Úlcera gastroduodenal - secreção de ácido • Sangramento gastroduodenal • Insuficiência hepática ou renal • Antecedentes alérgicos • Insuficiência cardiaca congestiva • Gravidez/Aleitamento
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